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Análise e caracterização de desempenho de conversores analógico-digitais

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Academic year: 2021

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(1)

Roberto Jossimar Vega Llapapasca

An´

alise e Caracteriza¸

ao de Desempenho de

Conversores Anal´

ogico-Digitais

Campinas 2013

(2)
(3)

Universidade Estadual de Campinas

Faculdade de Engenharia El´

etrica e de Computa¸c˜

ao

Roberto Jossimar Vega Llapapasca

An´alise e Caracteriza¸c˜ao de Desempenho de Conversores Anal´ogico-Digitais

Disserta¸c˜ao de Mestrado apresentada ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia El´etrica da Fa-culdade de Engenharia El´etrica e de Computa¸c˜ao como parte dos requisitos exigidos para a obten-¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Engenharia El´etrica, na ´area de concentra¸c˜ao: Telecomunica¸c˜oes e Te-lem´atica.

Orientador: Prof. Dr. Lu´ıs Geraldo Pedroso Me-loni

Este exemplar corresponde `a vers˜ao final da tese defendida pelo aluno Roberto Jossimar Vega Llapapasca, e orientada

pelo Prof. Dr. Lu´ıs Geraldo Pedroso

Meloni

Campinas 2013

(4)

Ficha catalográfica

Universidade Estadual de Campinas Biblioteca da Área de Engenharia e Arquitetura

Rose Meire da Silva - CRB 8/5974

Vega LLapapasca, Roberto Jossimar,

V521a VegAnálise e caracterização de desempenho de conversores analógico-digitais / Roberto Jossimar Vega Llapapasca. – Campinas, SP : [s.n.], 2013.

VegOrientador: Luís Geraldo Pedroso Meloni.

VegDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação.

Veg1. Conversores analógicos-digitais. 2. Razão sinal-ruído. I. Meloni, Luís Geraldo Pedroso,1958-. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Analysis and performance characterization of analog-to-digital

converters

Palavras-chave em inglês:

Analogue to digital converters Signal to noise ratio

Área de concentração: Telecomunicações e Telemática Titulação: Mestre em Engenharia Elétrica

Banca examinadora:

Luís Geraldo Pedroso Meloni [Orientador] Gunnar Bedicks Junior

Yuzo Iano

Data de defesa: 18-12-2013

Programa de Pós-Graduação: Engenharia Elétrica

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)

iv

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(6)
(7)

Resumo

Os conversores anal´ogico-digitais (ADCs) est˜ao presentes em diversos campos da eletrˆonica e a caracteriza¸c˜ao do seu desempenho permite predizer o seu comporta-mento. Esse trabalho apresenta diversas m´etricas utilizadas para avaliar o desem-penho dos conversores anal´ogico-digitais, tais como SNR, ENOB, SINAD, SFDR, THD e IMD. A an´alise de diversas fontes de ru´ıdo que interferem nos circuitos ADCS s˜ao apresentadas e simuladas. O ru´ıdo de abertura pode ser modelado por um ru´ıdo branco que se estende em toda a banda do conversor. J´a o ru´ıdo de rel´ogio ´

e modelado por meio de uma acumula¸c˜ao de vari´aveis aleat´orias independentes e identicamente distribu´ıdas, que produz dispers˜ao no espectro ao redor da frequˆencia fundamental de rel´ogio. Considera¸c˜oes sobre o c´alculo FFT s˜ao revistas. A frequˆ en-cia do sinal de entrada deve ser coerente com a frequˆencia de rel´ogio de forma a n˜ao provocar fuga espectral. Os resultados das simula¸c˜oes das m´etricas de desempenho foram comparados com um conversor anal´ogico-digital comercial, encontrando-se respostas similares. Distor¸c˜oes harmˆonicas presentes no sinal de entrada s˜ao mode-ladas por meio de n˜ao linearidades que conduzem `a uma aderˆencia muito boa aos resultados pr´aticos. Ressalva-se que estas n˜ao linearidades poderiam ser reduzidas por meio de um filtro passa-faixa centrado na frequˆencia do sinal de entrada. Palavras-chave: Conversores anal´ogicos-digitais, raz˜ao sinal ru´ıdo, ENOB, SINAD, SFDR, THD, IMD.

(8)
(9)

Abstract

Analog-to-digital converters are very used in many different fields of electronic engineering and the characterization of its performance allows us to accurately pre-dict its behavior. This work presents several commonly used metrics for measuring the dynamic performance of analog-to-digital converters, such as SNR, ENOB, SI-NAD, SFDR, THD and IMD. The analysis of several noise sources that interfere with ADC circuits are presented and simulated. The noise due to the aperture jitter can be modeled as white noise that spreads over the bandwidth of the converter. Also the clock noise is modeled by an accumulation of independent identically distributed random variables, which produces spectrum dispertion around the fundamental fre-quency of the clock. Considerations about FFT calculations are also reviewed. The input signal frequency must be consistent with the clock frequency to avoid spectral leakage. The simulation results of the performance metrics were compared to those of commercial ADC’s, resulting in similar responses. Harmonic distortions present in the input signal are modeled by non-linearities that produce good match with experimental results. It is emphasized that these non-linearities can be reduced by a band-pass filter centered on the frequency of the input signal.

Key-words: Analogue to digital converters, signal to noise ratio, ENOB, SINAD, SFDR, THD, IMD.

(10)
(11)

Sum´

ario

Introdu¸c˜ao Geral 1

1 Fundamentos da Convers˜ao Anal´ogica-Digital 4

1.1 Processo de convers˜ao anal´ogico-digital . . . 4

1.1.1 Amostragem . . . 5

1.1.2 Reten¸c˜ao . . . 5

1.1.3 Quantiza¸c˜ao . . . 6

1.1.4 Codifica¸c˜ao . . . 6

1.2 Tipos de arquiteturas ADC . . . 6

1.2.1 Arquitetura flash . . . 6

1.2.2 Arquitetura pipeline . . . 7

1.2.3 Aproxima¸c˜ao sucessiva . . . 8

1.2.4 Conversores sigma-delta . . . 9

2 M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 10 2.1 Raz˜ao Sinal-Ru´ıdo devido ao ru´ıdo de quantiza¸c˜ao . . . 10

2.1.1 Ru´ıdo de quantiza¸c˜ao . . . 10

2.1.2 Erro de quantiza¸c˜ao devido a erros est´aticos . . . 12

2.2 Raz˜ao sinal-ru´ıdo devido ao jitter durante a amostragem . . . 15

2.2.1 An´alise do jitter no dom´ınio do tempo . . . 17

2.2.2 SNR devida aos componentes do jitter . . . 20

2.2.3 An´alise para sinais peri´odicos reais . . . 20

2.3 Ru´ıdo eficaz intr´ınseco do conversor ADC para entrada nula . . . 21

2.4 Raz˜ao sinal-ru´ıdo total . . . 22

2.5 Raz˜ao sinal-ru´ıdo mais distor¸c˜ao . . . 22

2.6 N´umero efetivo de bits . . . 22

2.7 Faixa dinˆamica livre de esp´urios . . . 23

2.8 Distor¸c˜ao harmˆonica total . . . 23

2.9 Distor¸c˜ao de intermodula¸c˜ao . . . 24

3 Simula¸c˜oes Num´ericas 26 3.1 Considera¸c˜oes no c´alculo da FFT . . . 26

3.2 Simula¸c˜ao num´erica de desempenho . . . 27

3.2.1 An´alise da SNR devida ao jitter . . . 27

(12)

3.2.2 Tra¸cado da SNR devida ao jitter . . . 33

3.2.3 Tra¸cado da SNR devida ao ru´ıdo de quantiza¸c˜ao . . . 33

3.3 Simula¸c˜ao de um conversor pr´atico . . . 35

4 Medidas Pr´aticas 44 4.1 Configura¸c˜ao do teste . . . 44

4.1.1 Caracter´ısticas do equipamento . . . 45

4.1.2 Configura¸c˜ao do equipamento . . . 46

4.2 Resultados experimentais . . . 46

5 Conclus˜oes e Perspectivas 51

Bibliografia 53

A Aproxima¸c˜ao Pr´atica do Ru´ıdo de Fase 55

(13)

`

a minha fam´ılia e amigos, pelo apoio emocional e material.

(14)
(15)

Agradecimentos

Agrade¸co,

ao Prof. Lu´ıs Meloni, pelos dois anos de valorosa orienta¸c˜ao e a oportunidade de chegar at´e Campinas, onde finalmente pude encontrar o meu verdadeiro caminho,

`

a minha fam´ılia, por me guiar nos momentos dif´ıceis e entender meus sonhos, mesmo que tais sonhos fa¸cam eu morar t˜ao longe deles,

aos demais colegas de trabalho e amigos do laborat´orio: Diego, Jackelyn, Segundo, Jose Luis, Jaime, Karlo pela convivˆencia descontra´ıda ajuda m´utua e trocas de experiˆencias,

aos professores da FEEC, pelos ´otimos cursos oferecidos,

aos meus amigos Junior, Manuel, Pˆamela e Mois´es, pelos coment´arios, sugest˜oes e contribui¸c˜oes, que ajudaram a melhorar a qualidade e a reda¸c˜ao final do manuscrito,

`

a FEEC/UNICAMP pela ´otima estrutura que oferece aos estudantes e pesquisadores e a todos que de alguma forma contribu´ıram com o meu progresso como aluno e como Ser.

(16)
(17)

Lista de Tabelas

3.1 Modelos de ru´ıdo para os diferentes blocos PLL . . . 31

3.2 Primeiro Cen´ario . . . 36

3.3 Segundo Cen´ario . . . 37

3.4 Terceiro Cen´ario . . . 39

3.5 Quarto Cen´ario . . . 41

3.6 Quinto Cen´ario . . . 43

4.1 M´etricas de desempenho ADC para uma frequˆencia de 9,71 MHz. . . 47

4.2 M´etricas de desempenho ADC para uma frequˆencia de 10,30 MHz. . . 48

4.3 M´etricas de desempenho ADC para uma frequˆencia de 11,08 MHz. . . 50

(18)
(19)

Lista de Figuras

1.1 Processo de convers˜ao anal´ogico-digital. . . 4

1.2 Circuito de amostragem e reten¸c˜ao. . . 6

1.3 Conversor flash paralelo. . . 7

1.4 Pipeline flash ADC. . . 8

1.5 Conversor de aproxima¸c˜ao sucessiva. . . 8

1.6 Conversor sigma-delta. . . 9

2.1 Quantiza¸c˜ao uniforme com n´umero de n´ıveis L = 8. . . 11

2.2 Erro de desvio de um conversor de 3-bits. . . 13

2.3 Erro de ganho de um conversor de 3-bits. . . 14

2.4 Erro de n˜ao linearidade diferencial de um conversor de 3-bits. . . 14

2.5 C´odigo faltante devido a uma DNL grande. . . 16

2.6 Erro de n˜ao linearidade integral de um conversor de 3-bits. . . 16

2.7 Efeitos do jitter durante a amostragem. . . 17

2.8 Forma de onda de um rel´ogio inst´avel, com per´ıodo nominal T . . . 18

2.9 SFDR a partir do pior esp´urio em rela¸c˜ao `a portadora (adaptada de [1]). . . 24

2.10 Produtos de IMD de segunda e terceira ordem. . . 25

3.1 Representa¸c˜ao no dom´ınio da frequˆencia do sinal. . . 27

3.2 Estrutura b´asica do PLL. . . 28

3.3 Comportamento do ru´ıdo de fase de faixa lateral dupla. . . 29

3.4 Diagrama de blocos do PLL com as fontes de ru´ıdo aditivo. . . 30

3.5 Ru´ıdo de fase de faixa lateral dupla para cada contribui¸c˜ao. . . 32

3.6 Ru´ıdo de fase de faixa lateral ´unica e dupla. . . 33

3.7 Simula¸c˜ao da SNR devida aos componetes do jitter. . . 34

3.8 Degrada¸c˜ao da SNR devida ao DNL. . . 34

3.9 Simula¸c˜ao do cen´ario 1. . . 36

3.10 Simula¸c˜ao do cen´ario 2. . . 38

3.11 Simula¸c˜ao do cen´ario 3, incluindo distor¸c˜oes harmˆonicas. . . 40

3.12 Simula¸c˜ao do cen´ario 4, an´alise de rel´ogio de baixa qualidade. . . 41

3.13 Simula¸c˜ao do cen´ario 5, an´alise de conversor de baixa qualidade. . . 43

4.1 Configura¸c˜ao do teste. . . 44 xix

(20)

4.2 An´alise de desempenho ADC para uma frequˆencia de 9,71 MHz. . . 47

4.3 An´alise de desempenho ADC para uma frequˆencia de 10,30 MHz. . . 49

4.4 An´alise de desempenho ADC para uma frequˆencia de 11,08 MHz. . . 50

A.1 Potˆencia espectral de ru´ıdo de fase de banda lateral ´unica L(f ). . . 56

A.2 C´alculo do jitter a partir de ru´ıdo de fase. . . 57

(21)

Lista de Acrˆ

onimos

A/D Analog-to-Digital (anal´ogico-digital)

ADC Analog-to-Digital Converter (conversor anal´ogico-digital) CD Continuous-to-Discrete (cont´ınuo-discreto)

DAC Digital-to-Analog Converter (conversor digital-anal´ogico)

dB Decibel

dBC Decibels Relative to the Carrier (decib´eis em rela¸c˜ao `a portadora) DBFS Decibels Relative to Full Scale (decib´eis em escala plena)

DFT Discrete Fourier Transform (transformada discreta de Fourier) DNL Differential Non-Linearity (diferen¸ca n˜ao-linear)

ENOB Effective Number of Bits (n´umero efetivo de bits) FD Frequency Divider (divisor de frequˆencia)

FFT Fast Fourier Transform (transformada r´apida de Fourier) FS Full Scale (escala plena)

IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrˆonicos)

IMD Intermodulation Distortion (distor¸c˜ao por intermodula¸c˜ao) LF Loop Filter (filtro de malha)

LSB Least Significant Bit (bit menos significativo) MSB Most Significant Bit (bit mais significativo) NF Noise Figure (figura de ru´ıdo)

PDF Probability Density Function (fun¸c˜ao densidade de probabilidade) PFD Phase-Frequency Detector (detector de fase)

PLL Phase-Locked Loop (malha de captura de fase) PPM Parts Per Million

RF Radio Frequency (radiofrequˆencia )

RMS Root Mean Square (valor quadr´atico m´edio) RSS Root Sum Square (soma raiz dos quadrados)

SA-ADC Successive Approximation ADC (aproxima¸c˜ao sucessiva ADC) SFDR Spurious-Free Dynamic Range (faixa dinˆamica livre de espurios) SH Sample and Hold (amostragem e reten¸c˜ao)

SINAD Signal-to-Noise and Distortion Ratio (Raz˜ao sinal-ru´ıdo mais distor¸c˜ao) SNR Signal-to-Noise Ratio (Raz˜ao sinal-ru´ıdo)

THD Total Harmonic Distortion (distor¸c˜ao harmˆonica total)

VCO Voltage-Controlled Oscillator (oscilador controlado por tens˜ao)

(22)
(23)

Introdu¸c˜

ao Geral

Atualmente, os conversores anal´ogico-digitais (A/D) s˜ao utilizados em diversos campos da eletrˆonica, tais como: telecomunica¸c˜oes, energia, instrumenta¸c˜ao e medi¸c˜oes, controle de moto-res, sistemas de energia e automa¸c˜ao industrial. Os conversores s˜ao muito variados, numerosos e podem ser encontrados em uma ampla gama de dispositivos.

Com o processo de digitaliza¸c˜ao dos sistemas de telecomunica¸c˜oes, o uso dos conversores tornou-se essencial. Este processo de digitaliza¸c˜ao pode ser claramente observado na evolu¸c˜ao telefonia m´ovel celular: desde a primeira gera¸c˜ao de sistemas celulares (AMPS - Advanced Mobile Phone System) formada por sistemas anal´ogicos, aos sistemas celulares de segunda gera¸c˜ao (GSM - Global System for Mobile Communications, CDMA IS-95 - Code Division Multi Access Interim Standard 95) em que se empregam canais de voz digitais. Da mesma forma, os sistemas de terceira (UMTS - Universal Mobile Telecommunication System, CDMA2000) e quarta gera¸c˜ao (LTE - Long Term Evolution) s˜ao sistemas digitais. Na televis˜ao tamb´em assistimos a um processo de digitaliza¸c˜ao, com mudan¸ca na modula¸c˜ao e na compress˜ao digital dos sinais de ´

audio e v´ıdeo para dar origem `a televis˜ao digital, citando-se como exemplo o ISDB-T - Integrated Services for Digital Broadcasting Terrestrial. Tal tecnologia proporciona assim a transmiss˜ao e recep¸c˜ao de maior quantidade de bits para a mesma largura de banda do canal e com o oferecimento de conte´udos em alta defini¸c˜ao. O mesmo processo de digitaliza¸c˜ao vem tamb´em ocorrendo ao redor do mundo nos sistemas de r´adio.

Al´em do setor de telecomunica¸c˜oes, os conversores anal´ogico-digitais est˜ao presentes em sistemas biom´edicos, para captura de imagens m´edicas como ressonˆancia magn´etica nuclear, tomografia, ecografia, EEG, ECG, entre outros. Na ´area de instrumenta¸c˜ao eletrˆonica, a qua-lidade dos circuitos de convers˜ao A/D impacta diretamente no desempenho das medidas e na qualidade do instrumento como um todo, tal como exemplo, em um analisador espectral digital. Na ´area de energia, com o advento das redes inteligentes ou smart grids, a aplica¸c˜ao dos sistemas da informa¸c˜ao aos sistemas el´etricos de potˆencia, integrados aos sistemas de comunica¸c˜oes, po-der´a conduzir a sistemas mais eficientes permitindo inclusive a incorpora¸c˜ao de diversas fontes de energia verdes. Em automa¸c˜ao industrial, as aplica¸c˜oes s˜ao muito variadas dependendo-se da planta espec´ıfica do setor, aqui a aplica¸c˜ao de conversores A/D e D/A tem sido crescente trazendo maior eficiˆencia aos sistemas produtivos que incorporam tais tecnologias digitais.

Nos sistemas de telecomunica¸c˜oes os receptores de r´adio estabelecem exigˆencias especiais nos conversores e existe uma tendˆencia no projeto de tais receptores em se implementar a

(24)

Introdu¸c˜ao Geral 2

digitaliza¸c˜ao mais perto da antena receptora. Entretanto, a frequˆencia da portadora, assim como a largura de banda, est˜ao aumentando e exigindo taxas de amostragem maiores, bem como o aumento da largura de banda da entrada anal´ogica.

Os sistemas exigem m´odulos ou circuitos A/D e D/A e faz-se necess´aria a caracteriza¸c˜ao de desempenho dos mesmos. Portanto, notou-se uma necessidade de procurar demonstra¸c˜oes te´oricas de diversas m´etricas que s˜ao empregadas na pr´atica. H´a muitas referˆencias e notas t´ecnicas para a an´alise de desempenho destes dispositivos. Entretanto, observou-se que h´a uma carˆencia na an´alise e demonstra¸c˜ao te´orica de muitas destas m´etricas que s˜ao utilizadas na pr´atica. Procurou-se nesta disserta¸c˜ao demonstrar diversas m´etricas, buscando-se uma revis˜ao e reformula¸c˜ao de diversas equa¸c˜oes.

Este trabalho teve como enfoque o estudo de m´etricas de an´alise de desempenho de con-versores A/D. A principal motiva¸c˜ao veio do fato de que se faz necess´aria a caracteriza¸c˜ao de desempenho, principalmente quando se projetam m´odulos ou se utilizam m´odulos de terceiros de convers˜ao A/D e D/A para aplica¸c˜oes de r´adio definido por software, na qual o Laborat´orio RT-DSP da Unicamp vem se dedicando nos ´ultimos anos. As principais m´etricas estudadas foram:

• A raz˜ao sinal-ru´ıdo (SNR - signal to noise-ratio) ´e definida como a raz˜ao entre a potˆencia do sinal e a potˆencia m´edia das diversas fontes de ru´ıdo do processo de convers˜ao.

• A raz˜ao sinal-ru´ıdo mais distor¸c˜ao (SINAD - signal-to-noise and distortion ratio) ´e a raz˜ao entre a amplitude do sinal de entrada e a soma rms de todos os outros componentes espectrais frutos de distor¸c˜oes harmˆonicas.

• O n´umero efetivo de bits (ENOB - effective number of bits) especifica a resolu¸c˜ao de um circuito ADC ideal que teria a mesma resolu¸c˜ao do circuito em considera¸c˜ao.

• A faixa dinˆamica livre de esp´urios (SFDR - spurious-free dynamic range) ´e a raz˜ao entre o sinal de entrada e o pico do maior esp´urio ou pico do principal componente harmˆonico. • A distor¸c˜ao harmˆonica total (THD - total harmonic distortion) ´e definida como a raz˜ao entre a soma de potˆencias de todas as componentes harmˆonicas e a potˆencia da frequˆencia fundamental.

• A distor¸c˜ao de intermodula¸c˜ao (IMD - intermodulation distortion) ´e a modula¸c˜ao de am-plitude indesejada do sinal, com duas ou mais frequˆencias diferentes num sistema com um comportamento n˜ao linear.

As diversas fontes de ru´ıdo que afetam o desempenho dos conversores, tais como o ru´ıdo de quantiza¸c˜ao, incluindo-se aqui o desvio devido a n˜ao linearidade diferencial, as flutua¸c˜oes que ocorrem durante a amostragem devidas ao ru´ıdo devido ao jitter de abertura e ao ru´ıdo devido ao jitter de rel´ogio e, finalmente, o ru´ıdo eficaz intr´ınseco do conversor A/D para entrada nula, foram estudas, analisadas e modeladas neste trabalho.

Al´em disso, diversas simula¸c˜oes num´ericas de forma a melhorar a caracteriza¸c˜ao de tais m´etricas foram conduzidas ao longo do trabalho, buscando-se aqui a valida¸c˜ao e confronta¸c˜ao com resultados pr´aticos de fabricantes destes dispositivos.

(25)

Introdu¸c˜ao Geral 3

Foram realizadas simula¸c˜oes de n˜ao linearidades de forma a emular geradores de sinais reais. Embora se empregue aqui geradores senoidais de alto desempenho, a an´alise espectral necess´aria ´

e bastante precisa, onde tais distor¸c˜oes harmˆonicas afetam diretamente as medidas. Ressalva-se que estas distor¸c˜oes pr´oprias do sinal de entrada poderiam ser reduzidas por meio de um filtro passa-faixa centrado na frequˆencia do sinal de entrada, melhorando desta maneira os resultados de medidas de desempenho dos conversores A/D.

Organiza¸

ao da Disserta¸

ao

Logo ap´os da introdu¸c˜ao, o Cap´ıtulo 1 apresenta os fundamentos da convers˜ao anal´ ogica-digital. O processo de convers˜ao constitui o enfoque principal deste cap´ıtulo e ´e ilustrado por meio de diagramas de blocos que comp˜oem a arquitetura sistˆemica de diversos esquemas de convers˜ao anal´ogico-digital.

Para analisar e caracterizar o desempenho dos conversores ´e necess´ario o estudo das m´etricas mais importantes. No Cap´ıtulo 2 ´e realizado uma revis˜ao te´orica destas m´etricas, incluindo-se o fundamento te´orico para incluir as diversas fontes de ru´ıdo presentes durante o processo de convers˜ao A/D.

O estudo descrito no Cap´ıtulo 2, permitiu identificar as m´etricas mais importantes na an´alise de desempenho dos conversores A/D. Simula¸c˜oes num´ericas foram realizadas no Cap´ıtulo 3. S˜ao tecidas algumas considera¸c˜oes no c´alculo da FFT, que s˜ao muito importantes na an´alise de desempenho destes circuitos. No encerramento desse cap´ıtulo, simula¸c˜oes de um conversor pr´atico foram realizadas.

Medidas pr´aticas de um conversor comercial foram realizadas e apresentadas no Cap´ıtulo 4. ´

E mostrada a configura¸c˜ao de set-up utilizada para a realiza¸c˜ao dos testes. Os resultados das medi¸c˜oes s˜ao analisadas e confrontadas com as simula¸c˜oes apresentadas no cap´ıtulo anterior, bem como confrontadas com valores apresentados em data sheet do fabricante.

Finalmente, o Cap´ıtulo 5 condensa nossas observa¸c˜oes, conclus˜oes e propostas para trabalhos futuros e continuidade do presente.

(26)

Cap´ıtulo

1

Fundamentos da Convers˜

ao Anal´

ogica-Digital

Os conversores anal´ogico-digitais (conversores A/D o ADC) tˆem sido amplamente utilizado em eletrˆonica, devido `a migra¸c˜ao do processamento de sinais para o dom´ınio digital. Este cap´ı-tulo descreve os aspectos b´asicos da convers˜ao anal´ogica-digital, tais como a teoria de amostra-gem, reten¸c˜ao, quantiza¸c˜ao e codifica¸c˜ao.

O conversor A/D ideal converte um sinal em tempo cont´ınuo (quantidade f´ısica) para um sinal em tempo discreto (palavras digitais). A convers˜ao A/D (comumente conhecida como digitaliza¸c˜ao) inclui a aquisi¸c˜ao de dados do sinal de entrada, arredondamento dos valores para um conjunto finito de n´ıveis e armazenamento destes valores.

1.1

Processo de convers˜

ao anal´

ogico-digital

O processo de convers˜ao A/D ´e geralmente representado pelos seguintes trˆes blocos sucessi-vos, como ´e mostrado na Figura 1.1

Amostrador e

retentor

Quantizador

Codificador

Conversor Analógico-Digital

Sinal

analógico

Sinal em

tempo discreto

Sinal

quantizado

Sinal

Digital

Figura 1.1: Processo de convers˜ao anal´ogico-digital.

(27)

Cap´ıtulo 1. Fundamentos da Convers˜ao Anal´ogica-Digital 5

1.1.1

Amostragem

O primeiro processo ´e o processo de amostragem, este processo converte um sinal anal´ogico em uma sequˆencia num´erica.

Este processo foi analisado por Claude Shannon e Nyquist e obedece ao seguinte teorema: “Um sinal cont´ınuo limitado em banda x(t) pode ser perfeitamente reconstru´ıdo a partir das amostras x(nT ) se a taxa de amostragem exceder duas vezes a largura de banda do sinal x(t)”.

Portanto, a transformada de Fourier do sinal amostrado x(nT ) pode ser expressa como:

F {x (nT )} = FnXx (t) δ (t − nT )o = Fnx (t)Xδ (t − nT )o = 1 F {x (t)} ∗ FnXδ (t − nT )o = 1 X (ω) ∗X2πT δ (ω − nωs) = T1 ∞ X n=−∞ X (ω − nωs), (1.1)

onde ωs = 2πT . Portanto, uma vez atendido o teorema de Nyquist n˜ao ocorre superposi¸c˜ao de

espectros.

1.1.2

Reten¸

ao

O processo de amostragem mostrou que um sinal limitado em banda pode ser representado por suas amostras. No entanto, na pr´atica estas amostras impulsivas s˜ao dif´ıceis de gerar e transmitir, por conseguinte ´e mais conveniente gerar o sinal de amostras de uma forma conhecida como retentor de ordem zero.

O processo de amostras e reten¸c˜ao pode ser representado por um comutador, um capacitor e um buffer de tens˜ao (amplificador de ganho unit´ario) como ´e mostrado na Figura 1.2.

Neste circuito s˜ao encontrados dois tipos de erros no processo de amostragem, ambos s˜ao expressos como erros que ocorrem em cada tempo de amostragem, sendo eles:

• O jitter de abertura ´e causado pelo ru´ıdo de banda larga no circuito de amostragem e reten¸c˜ao. Usualmente ´e modelado por um processo estacion´ario gaussiano branco. Na literatura os valores de abertura de jitter situam-se entre 0,1 e 0,2 ps [2], [3], [4].

• O jitter de rel´ogio depende da qualidade do sinal de rel´ogio que alimenta o ADC, e ´e causada pelo ru´ıdo de fase do oscilador. Usualmente ´e modelado por um processo de caminho aleat´orio (random walk ).

Ambos erros s˜ao totalmente independentes, mas estas duas componentes do jitter s˜ao com-binadas no momento de amostragem.

(28)

Cap´ıtulo 1. Fundamentos da Convers˜ao Anal´ogica-Digital 6

+

-V

in Buffer de Tensão Switch Driver ret

C

Relógio de amostragem de entrada

Figura 1.2: Circuito de amostragem e reten¸c˜ao.

1.1.3

Quantiza¸

ao

O quantizador ´e um processo n˜ao-linear cujo prop´osito ´e transformar as amostras de entrada x[n] em um conjunto finito de valores predefinidos.

Esta opera¸c˜ao ´e representada como: ˆ

x [n] = Q (x [n]) , (1.2)

onde ˆx [n] s˜ao as amostras j´a quantizadas. O processo de quantiza¸c˜ao pode ser definido como o processo onde as amostras s˜ao arredondadas para o n´ıvel de quantiza¸c˜ao mais pr´oximo.

1.1.4

Codifica¸

ao

A codifica¸c˜ao ´e qualquer tipo de atribui¸c˜ao de s´ımbolos para os n´ıveis de quantiza¸c˜ao. No processamento digital de sinais ´e usualmente utilizado um c´odigo bin´ario.

1.2

Tipos de arquiteturas ADC

Os conversores podem consumir uma porcentagem razo´avel de energia de um receptor, devido a isto ´e importante minimizar o consumo de potˆencia. Diversos tipos de arquiteturas de ADCs tˆem sido desenvolvidas [5], conseguindo consumos de potˆencia razo´aveis para diferentes taxas de amostragem e resolu¸c˜oes.

Cada arquitetura tem suas pr´oprias vantagens e desvantagens. As seguintes descri¸c˜oes ilus-tram as principais arquiteturas dos conversores A/D.

1.2.1

Arquitetura flash

A arquitetura flash est´a baseada em um conversor que computa uma amostra em um ciclo de rel´ogio. A Figura 1.3 ilustra a estrutura de um conversor flash paralelo. O conversor consiste de

(29)

Cap´ıtulo 1. Fundamentos da Convers˜ao Anal´ogica-Digital 7

uma escada de resistˆencias, um arranjo de 2b− 1 comparadores e um codificador. As resistˆencias

das estremidades definem o intervalo de entrada do ADC, e as resistˆencias intermedi´arias definem os n´ıveis de transmiss˜ao dos c´odigos. A voltagem de entrada Vin ´e comparada simultaneamente

em todos os n´ıveis de transi¸c˜ao pelo arranjo de comparadores. Finalmente, o codificador mapea os c´odigos a uma palavra bin´aria de n-bits.

R R R R R Arranjo de Comparadores

C

o

d

if

ic

ad

o

r

in

V

ref

V

ref

V

Saída de b-bits

Figura 1.3: Conversor flash paralelo.

A principal desvantagem ´e que o n´umero de comparadores aumenta exponencialmente com o n´umero de bits.

1.2.2

Arquitetura pipeline

A arquitetura pipeline ´e formada por v´arios ADCs em cascata, tendo cada um uma resolu¸c˜ao baixa. A sa´ıda quantizada de cada etapa ´e convertida novamente para uma voltagem anal´ogica, gerando um res´ıduo. Este res´ıduo ´e amplificado e passado a seguinte etapa do pipeline. Devido ao fato de que cada etapa come¸ca com um processo de amostragem e reten¸c˜ao (S/H, sample and hold ), os dados s˜ao propagados a uma etapa cada per´ıodo de rel´ogio. A arquitetura de um pipeline flash ADC ´e ilustrada na Figura 1.4.

(30)

Cap´ıtulo 1. Fundamentos da Convers˜ao Anal´ogica-Digital 8 Lógica de Correção S/H ADC DAC in

V

2b1 ... 1 b b2 bK

Etapa 1 Etapa 2 Etapa K

-+

Saída de b-bits

Figura 1.4: Pipeline flash ADC.

1.2.3

Aproxima¸

ao sucessiva

A Figura 1.5 mostra o esbo¸co de um conversor de aproxima¸c˜ao sucessiva (succesive approxi-mation, SA-ADC) [6]. O AS-ADC consiste de um circuito S/H, um comparador, um conversor digital-anal´ogico (DAC) e de um controle l´ogico. O controle l´ogico modifica o c´odigo de sa´ıda, iniciando pelo bit mais significativo (MSB) e continua at´e o bit menos significativo (LSB), de modo que a diferen¸ca entre a sa´ıda do DAC escravo e a entrada anal´ogica ´e minimizada. Em cada ciclo de rel´ogio ´e determinado outra sa´ıda de bit. Portanto, um SA-ADC requer n ciclos de rel´ogio para completar a convers˜ao.

S/H

Controle

Lógico

DAC

Comp.

b

Saída de b-bits

in

V

(31)

Cap´ıtulo 1. Fundamentos da Convers˜ao Anal´ogica-Digital 9

1.2.4

Conversores sigma-delta

A Figura 1.6 mostra um esbo¸co de um conversor sigma-delta (Σ∆-ADC) gen´erico. Este tipo especial de ADC trabalha com sobre-amostragem, assim, a frequˆencia do sinal de entrada ´e menor que fs/2, onde fs ´e a frequˆencia de amostragem. Em sua forma mais b´asica, o Σ∆-ADC

cont´em um ADC de um bit e um DAC. Para reduzir a taxa de dados, o decimador produz uma palavra de sa´ıda digital de alta resolu¸c˜ao atrav´es da m´edia de v´arias amostras de um bit. O filtro loop fornece a figura de ru´ıdo e pode ser utilizado para melhorar a estabilidade do ciclo de retroalimenta¸c˜ao.

As vantagens dos conversores sigma delta s˜ao a alta velocidade, baixo consumo de energia, baixo n´ıvel de ru´ıdo e a capacidade intr´ınseca anti-aliasing. Uma an´alise mais completa pode ser encontrada em [7].

Os conversores Σ∆ s˜ao conversores altamente lineares, mas as aplica¸c˜oes mais comuns s˜ao para sinais em banda estreita, isto devido `a sobre amostragem.

Filtro

Loop

ADC

Decimador

DAC

s

f

in

V

Saída de

b-bits

+

(32)

Cap´ıtulo

2

M´etricas de Avalia¸c˜

ao de Desempenho dos

Conversores Anal´

ogico-Digitais

Neste cap´ıtulo apresentaremos as m´etricas mais importantes de an´alise de desempenho dos conversores anal´ogicos-digitais. Outras m´etricas podem ser encontradas em [8] e [9].

2.1

Raz˜

ao Sinal-Ru´ıdo devido ao ru´ıdo de quantiza¸

ao

A raz˜ao sinal-ru´ıdo (SNR, signal to noise ratio) ´e definida como a raz˜ao da potˆencia de um sinal e a potˆencia do ru´ıdo sobreposto ao sinal.

2.1.1

Ru´ıdo de quantiza¸

ao

A Figura 2.1 mostra uma ilustra¸c˜ao do quantizador uniforme sem mem´oria mid-rise [10] e da natureza determin´ıstica do ru´ıdo de quantiza¸c˜ao q. Quando o n´umero de n´ıveis L do ADC ´e elevado, uma boa suposi¸c˜ao ´e considerar a densidade espectral de potˆencia de q uniforme dentro do passo δ do quantizador: Pp(q) = 1 δ, | q |≤ δ 2 (2.1)

Assim, a minimiza¸c˜ao da variˆancia do erro de quantiza¸c˜ao conduz a:

σq2 min = Z δ/2 −δ/2 q2Pp(q)dq = δ2 12 (2.2)

E o erro rms de quantiza¸c˜ao m´ınimo: σqmin = δ √ 12 = δ 2√3 (2.3)

Tal ru´ıdo ´e branco e espalha-se em toda a faixa de frequˆencia at´e a frequˆencia de Nyquist fN.

O passo δ tamb´em pode ser expressado em fun¸c˜ao do n´umero de n´ıveis L, do n´umero de bits R do ADC:

(33)

Cap´ıtulo 2. M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 11 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 3.5 2.5 1.5 0.5 -1.5 -2.5 -3.5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 0.5 -0.5 ol xxol ol xxol x x q y

Figura 2.1: Quantiza¸c˜ao uniforme com n´umero de n´ıveis L = 8.

δ = 2xol

L =

2xol

2R (2.4)

Na equa¸c˜ao acima, xol = xmax´e o valor de pico m´aximo do sinal de entrada sem sobrecarga.

Substituindo-se (2.4) em (2.2), temos σq2 min = 2−2Rx2 max 3 (2.5) A raz˜ao: fl = xmax σx (2.6) ´

e chamada de loading factor [11], onde σx ´e o valor rms da entrada. De (2.5) e (2.6) obtemos a

SNR m´axima, dado que empregamos a variˆancia m´ınima do ru´ıdo de quantiza¸c˜ao: SNRQ = σ2 x σq2 min = σ 2 x 2−2Rx2 max/3 = 2 2R fl/3 , (2.7) SNRQ(dB) = 6.0206R − 10 log10(f 2 l/3). (2.8)

Para uma forma de onda senoidal com valor de pico igual a xol, o valor rms ´e

2, de forma que o loading factor ´e fl =

2. O fator fl de uma fun¸c˜ao densidade de probabilidade (pdf )

arcseno ´e tamb´em √2 [12], de forma que a SNR m´axima para uma forma de onda senoidal ´e dada por:

(34)

Cap´ıtulo 2. M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 12

Ganho de processamento

Outro parˆametro importante para a an´alise em frequˆencia ´e o ganho de processamento da transformada discreta de Fourier (DFT). A DFT pode ser considerada como um conjunto de filtros casados, de forma que cada filtro ´e definido por sua fun¸c˜ao de base da transformada como sendo um filtro passa-faixa e um filtro passa-baixa DC. Em aplica¸c˜oes pr´aticas, o sinal de entrada ´e usualmente limitado em banda e amostrado em frequˆencias superiores ao limite inferior de Nyquist. Nestas situa¸c˜oes, ´e poss´ıvel filtrar o ru´ıdo fora da banda de interesse melhorando a rela¸c˜ao SNR, num processo denominado processing gain. T´ecnicas de processamento, tais como sobreamostragem ou quantization noise shaping, s˜ao b´asicas em conversores sigma-delta. A seletividade do filtro da DFT aumenta com o tamanho da transformada. Nesta an´alise, emprega-se um sinal coerente, ou seja, uma sen´oide coerente com uma das fun¸c˜oes de base da DFT. O ru´ıdo de fundo da DFT ser´a uma fun¸c˜ao do tamanho da DFT, reduzindo-se com o aumento da quantidade de pontos (N ).

Para calcular o ganho de processamento, pode-se empregar uma simples regra de trˆes: se considerarmos todas as frequˆencias digitais, todo o ru´ıdo de quantiza¸c˜ao σ2

q deve ser levado em

considera¸c˜ao no c´alculo da SNR at´e a frequˆencia de Nyquist fN. Para uma sen´oide coerente

com o filtro passa-banda da DFT com largura de banda Bw, o ru´ıdo ser´a σq2g, o que representa uma pequena fra¸c˜ao do ru´ıdo total:

σq2 g = σ 2 qmin Bw fN (2.10) Substituindo (2.10) em (2.7), obt´em-se a SNR com ganho de processamento, definida por

SNRG(dB) = 6.0206R + 1.7609 + 10 log10

 fN

Bw



, (2.11)

onde fN = fs/2. Para um sinal de entrada de faixa estreita de largura de banda Bw,

considera-se que o aumento da considera-seletividade dos filtros reduz o ru´ıdo de quantiza¸c˜ao segundo a equa¸c˜ao (2.10), quando se calcula a potˆencia do ru´ıdo de quantiza¸c˜ao pela DFT. A largura de banda do filtro passa-faixa ´e tomada como Bw = fs/N [11], logo a express˜ao acima fica:

SNRG(dB) = 6.0206R + 1.7609 + 10 log10

 N 2



, (2.12)

a qual aumenta em fun¸c˜ao do tamanho da DFT.

Esta an´alise do ru´ıdo de fundo ´e v´alida para um sinal de entrada livre de distor¸c˜oes. Consi-derando um sinal de entrada com distor¸c˜oes harmˆonicas devidas a n˜ao linearidades, a ser visto na se¸c˜ao 4.3, o ru´ıdo de fundo pode ser calculado como a m´edia de todos os dados ignorando todos os harmˆonicos do sinal de entrada (incluindo a frequˆencia fundamental).

2.1.2

Erro de quantiza¸

ao devido a erros est´

aticos

A precis˜ao do processo de quantiza¸c˜ao pode ser afetada por erros est´aticos [13]. Esses erros s˜ao comumente caracterizados por quatro tipos: offset error, gain error, integral nonlinearity

(35)

Cap´ıtulo 2. M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 13

e differential nonlinearity. Estes s˜ao geralmente expressos em unidade de LSB (bit menos significativo).

Erro de desvio (offset error )

O erro de desvio ´e definido como um desvio dos pontos de transi¸c˜ao dos c´odigos. Este erro est´a presente em todos os c´odigos de sa´ıda e afeta todos os c´odigos com o mesmo desvio, portanto, este tem um efeito de deslocamento, como ´e mostrado na Figura 2.2. O erro de desvio ´

e facilmente compensado por um processo de ajuste.

0 1 2 3 4 5 6 7 Valor de Saída Código de Saída 111 110 101 100 011 010 001 000 Erro de Desvio (+5/4 LSB) Referência Ideal Referência Real

Figura 2.2: Erro de desvio de um conversor de 3-bits.

Erro de ganho (gain error )

O erro de ganho ´e definido como a quantidade do desvio a partir da inclina¸c˜ao ideal da fun¸c˜ao de transferˆencia do ADC, como ´e mostrado na Figura 2.3. Antes de calcular o erro de ganho, o erro de desvio deve de ser compensado. O erro de ganho pode ser facilmente compensado multiplicando o resultado da convers˜ao por um fator de escala.

N˜ao linearidade diferencial (differential nonlinearity )

Em um ADC ideal, cada c´odigo tem uma largura uniforme de 1 LSB. A n˜ao linearidade diferencial (DNL) especifica uma varia¸c˜ao do comprimento de qualquer c´odigo a partir da largura do c´odigo ideal. A DNL ´e determinada subtraindo as localiza¸c˜oes de pontos de transi¸c˜ao de c´odigos sucessivos, isto depois de compensar o ganho de erro e o erro de desvio, como ´e mostrado na Figura 2.4.

(36)

Cap´ıtulo 2. M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 14 0 1 2 3 4 5 6 7 Valor de Saída Código de Saída 111 110 101 100 011 010 001 000 Erro de ganho (- 3/4 LSB) Referência Ideal Referência Real

Figura 2.3: Erro de ganho de um conversor de 3-bits.

0 1 2 3 4 5 6 7 Valor de Saída Código de Saída 111 110 101 100 011 010 001 000 ¾ LSB Referência Real ½ LSB 1 LSB 1½ LSB ¾ LSB 1 LSB Referência Ideal ¾ LSB

(37)

Cap´ıtulo 2. M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 15

Um valor positivo de DNL implica que o c´odigo ´e maior que 1 LSB, enquanto um valor negativo de DNL implica que o c´odigo ´e menor que 1 LSB.

O erro de quantiza¸c˜ao ideal ´e calculado considerando-se uma pdf uniforme como expressa pela equa¸c˜ao (2.1). Considerara-se que o ADC tem um desvio DNL m´edio (ε), normalmente expressado como uma porcentagem LSB, a pdf do erro de quantiza¸c˜ao ´e expressa como segue:

Pq(q) =

1

δ (1 + ε); |q| ≤

δ (1 + ε)

2 (2.13)

Seguindo a an´alise realizada em (2.2) e (2.5), a SNR devida aos erros de quantiza¸c˜ao (SNRD)

pode ser expressa como:

SNRD = σ2 x σ2 r min = σ 2 x3 2−2Rx2 max(1 + ε) 2 = 3 22R (1 + ε)2f2 l (2.14) Finalmente para um sinal senoidal (fl =

2) o erro de quantiza¸c˜ao devido a erros est´aticos ´ e dado por SNRD(dB) = 10log10 3 2  2R 1 + ε 2! . (2.15)

Note-se que para o desvio DNL nulo (ε = 0), a express˜ao (2.15) se reduz `a equa¸c˜ao (2.9). Se o desvio DNL excede um LSB, h´a a possibilidade de que o quantizador se torne n˜ao-monotˆonico. Isto significa que a magnitude de sa´ıda fica menor para um aumento na entrada. Outra pos-sibilidade s˜ao as perdas de c´odigos como ´e mostrado na Figura 2.5. Em geral, estes c´odigos faltantes n˜ao representam grandes problemas nas aplica¸c˜oes dos ADCs. A an´alise de c´odigos faltantes est´a inclu´ıda na an´alise de desempenho DNL.

N˜ao linearidade integral (integral nonlinearity )

A n˜ao linearidade integral (INL) ´e resultado de erros DNL cumulativos e especifica o quanto a fun¸c˜ao de transferˆencia total se desvia da resposta linear, como ´e mostrado na Figura 2.6.

Existem duas formas de expressar o INL m´aximo, dependendo da defini¸c˜ao da resposta linear. A primeira forma utiliza o m´etodo de pontos finais (end-point ), onde a resposta linear ´

e a linha ideal entre os pontos finais (representada por uma linha tracejada, vide Figura 2.6). Neste caso a n˜ao linearidade ´e determinada calculando-se o desvio da fun¸c˜ao de transferˆencia linear conseguida por cada c´odigo. A segunda forma utiliza o m´etodo de melhor ajuste (best-fit ), onde a resposta linear ´e conseguida manipulando o ganho de erro e deslocando para a fun¸c˜ao de transferˆencia (representada por uma linha pontilhada, vide Figura 2.6), equilibrando os desvios positivos e negativos.

2.2

Raz˜

ao sinal-ru´ıdo devido ao jitter durante a

amos-tragem

O teorema de amostragem de Shannon-Nyquist assume uma amostragem peri´odica. A vari-a¸c˜ao do instante ideal de amostragem caracteriza um jitter de tempo.

(38)

Cap´ıtulo 2. M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 16 0 1 2 3 4 5 6 7 8 V (V) Código de saída 111 110 101 100 011 010 001 000 2.25 LSB Step = 1.25 LSB DNL in Código Faltante

Figura 2.5: C´odigo faltante devido a uma DNL grande.

0 1 2 3 4 5 6 7 Valor de Saída Código de Saída 111 110 101 100 011 010 001 000 Melhor ajuste ½ LSB Pontos finais ¼ LSB

(39)

Cap´ıtulo 2. M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 17

Esta varia¸c˜ao no tempo de amostragem gera um erro de tens˜ao como ´e mostrado na Figura 2.7. Esta varia¸c˜ao ´e chamada de jitter (ou flutua¸c˜ao) e ´e medida por valor rms em unidades de segundos [14].

Sinal de relógio Flutuação durante

o amostragem Erro devido a flutuações Entrada analógica

t

v

Figura 2.7: Efeitos do jitter durante a amostragem.

2.2.1

An´

alise do jitter no dom´ınio do tempo

Os efeitos do jitter de tempo de um conversor A/D podem ser previstos pela an´alise de um sinal senoidal real cont´ınuo no tempo com amplitude unit´aria [15], utilizando uma frequˆencia fi

e onde Ω = 2πfi:

v (t) = sin (2πfit) = sin (Ωt) (2.16)

Este sinal ´e amostrado com uma taxa de amostragem de fs = T1. Considerando N amostras,

o instante de amostragem nominal pode ser expresso como segue:

tn= nT, n = 0, 1, 2, ..., N − 1. (2.17)

N˜ao obstante, devido aos efeitos do jitter de tempo, erros s˜ao introduzidos no instante de amostragem como segue:

tn = nT + J (n) , n = 0, 1, 2, ..., N − 1 (2.18)

(40)

Cap´ıtulo 2. M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 18

Assim, o sinal senoidal amostrado ´e dado por:

v (t) = sin (Ω (nT + J (n))) = sin (ωn + ΩJn) , n = 0, 1, 2, ..., N − 1 (2.19)

onde ω = ΩT .

Devido ao jitter de tempo, cada per´ıodo de amostragem ´e variante, como ´e mostrado na Figura 2.8, portanto o per´ıodo da i-´esima amostra ´e dado por

Ti = T + δi (2.20)

onde, δi, i = 0, 1, 2, ..., N − 1, podem ser consideradas vari´aveis aleat´orias gaussianas

indepen-dentes e identicamente distribu´ıdas.

i

T

T

i1

Figura 2.8: Forma de onda de um rel´ogio inst´avel, com per´ıodo nominal T . Cada vari´avel aleat´oria ´e considerada de m´edia zero, variˆancia σ2

δi e pdf sim´etrica. Ent˜ao

tn = nT + J (n) = nT + n X i=0 δi, n = 0, 1, 2, ..., N − 1 (2.21) E consequentemente: J (n) = n X i=0 δi, n = 0, 1, 2, ..., N − 1 (2.22)

O sinal senoidal real incluindo o jitter (vjitter(n)) ´e expresso pela equa¸c˜ao (2.19), e o sinal

senoidal livre de erros (videal(n)) ´e expresso pela equa¸c˜ao (2.16). Portanto, o erro no dom´ınio

do tempo devido ao jitter ´e dado por:

ξ (n) = vjitter(n) − videal(n) , n = 0, 1, 2, ..., N − 1. (2.23)

O sinal ξ (n) ´e equivalente a um ru´ıdo devido ao jitter adicionado ao sinal senoidal ideal. Portanto, a potˆencia do ru´ıdo ´e dada por:

Pnoise = 1 NE "N −1 X n=0 |ξ (n)|2 # = 1 N N −1 X n=0 E|ξ (n)|2 (2.24)

(41)

Cap´ıtulo 2. M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 19

Seguindo a an´alise feita em [15], a potˆencia de ru´ıdo pode ser expressa como:

Pnoise = 1 N N −1 X n=0 E1 − ejΩJ (n) = 1 N N −1 X n=0 1 − EejΩJ (n) (2.25) Jitter de abertura

O jitter de abertura ´e comumente modelado como um processo gaussiano branco estaci-on´ario. ´E suposto que as varia¸c˜oes no tempo da amostragem (Jap) s˜ao vari´aveis gaussianas

aleat´orias independentes e identicamente distribu´ıdas com m´edia igual a zero e variˆancia σap2 . A fun¸c˜ao caracter´ıstica do jitter de abertura pode ser calculada como:

Ee±jΩJap(n) = e−2π2fi2σap2 (nT ) (2.26) Devido ao fato de que o jitter de abertura ´e um processo estacion´ario, a fun¸c˜ao caracter´ıstica n˜ao depende do instante de amostragem nT . Usualmente, o processo do jitter de abertura ´e caracterizado por σap, que ´e chamado valor rms do jitter de abertura.

Jitter de rel´ogio

O jitter de rel´ogio ´e causado pelo ru´ıdo de fase do oscilador. Isto ´e devido ao fato de que o ru´ıdo de fase e o jitter de rel´ogio s˜ao duas maneiras de analizar um mesmo fenˆomeno. Em [16] foi mostrado que o ru´ıdo de fase de um oscilador free running pode ser modelado por um processo de Wiener, que ´e um processo com incrementos estacion´arios independentes. Estas varia¸c˜oes s˜ao modeladas como um incremento acumulativo como segue:

Jclk(n) = n

X

i=0

δi (2.27)

Os incrementos δi s˜ao vari´aveis gaussianas aleat´orias independentes e identicamente

distri-bu´ıdas com m´edia igual a zero e variˆancia σδ2i = cT . Portanto, a variˆancia de cada amostra Jclk(n) ´e dada por:

σclk2 (nT ) = E|Jclk(n)|2 = cnT (2.28)

onde c ´e a constante de ru´ıdo de fase e T ´e o per´ıodo de rel´ogio. O produto cT ´e a variˆancia do ciclo do jitter e √cT ´e um parˆametro do gerador de rel´ogio conhecido como valor rms do ciclo do jitter.

Utilizando o modelo do jitter acumulativo, a fun¸c˜ao caracter´ıstica devido ao jitter de rel´ogio pode ser calculada por:

Ee±jΩJclk(n) = e−2π2fi2σ 2

clk(nT ) = e−2π 2f2

(42)

Cap´ıtulo 2. M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 20

2.2.2

SNR devida aos componentes do jitter

A partir das equa¸c˜oes (2.29) e (2.25), a SNR devida ao jitter de rel´ogio ´e calculada por

SNRclk(dB) = 10log10     1/2 1 N N −1 P n=0 1 − e−2π2f2 Iσclk2 (nT )     = 10log10     N 2 N −1 P n=0 1 − e−2π2f2 icnT     (2.30) Da mesma forma, a partir das equa¸c˜oes (2.26) e (2.28), a SNR devida ao jitter de abertura ´ e calculada por SNRap(dB) = 10log10     1/2 1 N N −1 P n=0  1 − e−2π2fi2σ2ap      = 10log10   1 21 − e−2π2f2 iσap2    (2.31)

2.2.3

An´

alise para sinais peri´

odicos reais

Em [17], ´e feita uma an´alise extensa do jitter de rel´ogio e do jitter de abertura para qualquer sinal de entrada real peri´odico. Tal equacionamento conduz ao c´alculo da SNR devida ao jitter baseada na densidade espectral de potˆencia (Sss(f )) do sinal de entrada s (t), conforme segue

SNRJ(dB) = 10log10     R∞ −∞Sss(f ) df 2 N N −1 P n=0 R∞ −∞Sss(f ) (1 − E [ejΩJ (n)]) df     (2.32)

A partir das equa¸c˜oes (2.26) e (2.29) obtemos:

SNRap(dB) = 10log10 R∞ −∞Sss(f ) df 2R−∞∞ Sss(f ) 1 − e−2π 2f2σ2 ap df ! (2.33) SNRclk(dB) = 10log10     R∞ −∞Sss(f ) df 2 N N −1 P n=0 R∞ −∞Sss(f ) (1 − e−2π 2f2cnT ) df     (2.34)

A densidade espectral de potˆencia de um sinal senoidal s (t) = cos (2πfit) ´e

SSS(f ) =

1

4[δ (f − fi) + δ (f + fi)] (2.35)

(43)

Cap´ıtulo 2. M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 21 SNRap(dB) = 10log10       ∞ R −∞ δ (f − fi) df + ∞ R −∞ δ (f + fi) df  2  ∞ R −∞ δ (f − fi) 1 − e−2π 2f2σ2 ap df + ∞ R −∞ δ (f + fi) 1 − e−2π 2f2σ2 ap df       = 10log10   1 21 − e−2π2fi2σap2   , (2.36)

o qual ´e o mesmo resultado dado em (2.31).

Igualmente, substituindo (2.35) em (2.34), temos:

SNRclk(dB) = 10log10      1 4 ∞ R −∞ (δ (f − fi) + δ (f + fi)) df 2 N N −1 P n=0 1 4 ∞ R −∞ (δ (f − fi) + δ (f + fi)) (1 − e−2π 2f2cnT ) df      = 10log10     N 2 N −1 P n=0 1 − e−2π2f2 icnT     , (2.37)

o qual ´e o mesmo resultado dado em (2.30).

2.3

Ru´ıdo eficaz intr´ınseco do conversor ADC para

en-trada nula

Para esta medida, coloca-se uma entrada nula e constr´oi-se um histograma dos c´odigos digi-tais de sa´ıda. A partir do histograma, determina-se o desvio padr˜ao do ru´ıdo sendo especificado em termos do valor eficaz LSB.

O valor rms de tens˜ao plena senoidal e dada por VFS rms =

Vpp

2√2 =

2RVLSB

2√2 (2.38)

onde Vpp ´e o valor m´aximo pico a pico da entrada. Ent˜ao, a SNR expressa-se como

SNRN(dB) = 20log10  2RV LSB 2√2VNOISE rms  (2.39) Finalmente, a SNRN pode ser calculada pela equa¸c˜ao (2.40), utilizando o ru´ıdo de entrada

e o n´umero de bits do conversor.

SNRN(dB) = −20log10 " 2√2VNrms 2R # (2.40) onde VNrms = VNOISErmsVLSB ´e expresso em valor eficaz LSB.

(44)

Cap´ıtulo 2. M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 22

2.4

Raz˜

ao sinal-ru´ıdo total

Uma SNR total (SNRTOTAL) pode ser expressa pela equa¸c˜ao abaixo, que combina os erros

baseado na raiz da soma de quadrados (RSS - Root of sum of squares), normalizada em rela¸c˜ao `

a faixa dinˆamica digital do ADC.

A SNR total (SNRTOTAL) inclui diversas origens de ru´ıdo a saber: a limitante intr´ınseca

devida ao erro de quantiza¸c˜ao mais a DNL (SNRD), a limita¸c˜ao do ru´ıdo eficaz de entrada nula

(SNRN), a limita¸c˜ao devido ao jitter de abertura (SNRap) e o jitter de rel´ogio (SNRclk).

SNRTOTAL(dB) = 1.76 − 20log10  21 − e−2π2f2 iσ2ap  +N2 N −1 P n=0  1 − e−2π2f2 icnT  + 1+ε 2R 2 +2 √ 2VNrms 2R 2 1 2 (2.41) onde: fi ´e a frequˆencia de entrada senoidal anal´ogica, σap ´e o valor rms do jitter de abertura,

N ´e o n´umero de pontos de amostragem, c ´e a constante de ru´ıdo de fase, T ´e o per´ıodo de amostragem, ε ´e o desvio DNL m´edio do conversor, R ´e a resolu¸c˜ao do conversor e VN rms ´e o

ru´ıdo eficaz de entrada do conversor.

2.5

Raz˜

ao sinal-ru´ıdo mais distor¸

ao

Uma das m´etricas mais importantes na an´alise de desempenho de conversores AD ´e chamada SINAD (Signal-to-Noise Ratio plus Distortion). Usando como entrada a potˆencia da sen´oide pr´oxima da escala plena do ADC, a potˆencia do ru´ıdo ´e computada em todos os pontos da FFT, exceto o valor DC. ´E uma pr´atica comum excluir at´e 8 pontos acima do DC para evitar componentes de fuga espectral.

Essa medida inclui o efeito de todos os tipos de ru´ıdos, a distor¸c˜ao e harmˆonicas introduzidas pelo conversor.

O erro rms da distor¸c˜ao harmˆonica ´e dada por rms = 1 N s X k6=0,J,N −J |X(k)|2 (2.42)

onde a frequˆencia do tom de entrada ´e definida por J fs/N para J inteiro.

A m´etrica SINAD ´e a taxa entre o valor rms da sen´oide de entrada e o ε, usualmente expressa em dBc. Os fabricantes comumente tra¸cam a SINAD em fun¸c˜ao da frequˆencia para evidenciar a degrada¸c˜ao do dispositivo em altas frequˆencias [8], dado que esta m´etrica busca uma avalia¸c˜ao completa do ADC (em que se inclui todos os tipos de ru´ıdos e distor¸c˜oes).

2.6

umero efetivo de bits

N˜ao existe uma defini¸c˜ao comum do n´umero efetivo de bits do conversor (ENOB) [9]. Aqui ´

e empregada a defini¸c˜ao proposta pelo IEC [18], na qual a ENOB ´e calculada diretamente da SINAD conforme segue:

(45)

Cap´ıtulo 2. M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 23

ENOB = SINAD − 1.76

6.02 (2.43)

Esta m´etrica representa um limite pr´atico da resolu¸c˜ao do conversor ADC devido ao ru´ıdo inerente e erros de n˜ao linearidade, e visa especificar o n´umero efetivo de bits do sinal digitali-zado, dando a precis˜ao do ADC para uma frequˆencia e taxa de amostragem espec´ıficas.

Esta equa¸c˜ao ´e facilmente calculada substituindo-se a SINAD em (2.9) e resolvendo a mesma para R, onde se assume uma entrada em escala plena (FS, full-scale). Para compensar qualquer atenua¸c˜ao no sinal de entrada aplicada para evitar o grampeamento, deve ser empregada a seguinte normaliza¸c˜ao da amplitude de entrada pelo valor em escala plena:

ENOB = SINAD − 1.76 + 20 log (

AFS

Ain)

6.02 (2.44)

onde AF S ´e a amplitude em escala plena e Ain ´e a amplitude de entrada.

2.7

Faixa dinˆ

amica livre de esp´

urios

Em comunica¸c˜oes sem fio, uma das m´etricas mais importantes ´e a SFDR (Spurious Free Dynamic Range). Ela ´e definida com a raz˜ao do valor rms da sen´oide de entrada para o valor rms do pico do esp´urio mais acentuado. Ela pode ser expressa em rela¸c˜ao `a amplitude relativa do sinal de entrada (dBc) ou do valor full-scale do ADC (dBFS).

Esta m´etrica revela a faixa dinˆamica dentro da banda do ADC, o que representa qual ´e o menor sinal que pode ser distinguido de um ru´ıdo interferente. A Figura 2.9 (reproduzida de [1]), ilustra a m´etrica SFDR em que o 3o harmˆonico define uma SFDR aproximada de 78 dB.

Em projetos bem concebidos, tal sinal esp´urio ser´a harmˆonico da portadora de entrada [19].

2.8

Distor¸

ao harmˆ

onica total

A distor¸c˜ao harmˆonica total (THD) ´e a taxa do valor rms da sen´oide de entrada sobre o valor m´edio das primeiras harmˆonicas principais produzidas pelo conversor anal´ogico digital. Um n´umero pr´atico de harmˆonicas ´e seis de acordo com [8], mas o padr˜ao do IEEE usa outro valor default [20].

Embora a quantidade de harmˆonicas consideradas no c´alculo possa variar, as distor¸c˜oes da primeira e segunda harmˆonica s˜ao comumente especificadas pelos fabricantes, dado que em geral estas s˜ao as mais relevantes.

Esta m´etrica ´e relevante porque ela mede as n˜ao linearidades intr´ınsecas do conversor, bem como aquelas do circuito de condicionamento do sinal. Para instrumenta¸c˜ao de alta-velocidade e aplica¸c˜oes de RF, esta ´e a figura de m´erito mais importante, uma vez que ela inclui as distor¸c˜oes fora da banda de opera¸c˜ao.

(46)

Cap´ıtulo 2. M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 24 20 0 -20 -40 -60 -80 -100 -120 -140 -160 0 10 20 30 40 50 A m p lit u d e e m R e la çã o à E sc al a P le n a (d B c) SFDR (dBc) Nível médio de ruído de fundo Amplitude do sinal de entrada

Frequência (MHz) Frequência do Sinal de Entrada 2º 3º 4º 5º 6º

Figura 2.9: SFDR a partir do pior esp´urio em rela¸c˜ao `a portadora (adaptada de [1]).

2.9

Distor¸

ao de intermodula¸

ao

A distor¸c˜ao de intermodula¸c˜ao (IMD) visa a caracteriza¸c˜ao da linearidade de circuitos da cadeia de aquisi¸c˜ao, tais como amplificadores, misturadores (mixers) ou outro componente de radiofrequˆencia (RF).

As distor¸c˜oes por intermodula¸c˜ao dos componentes espectrais podem ocorrer nas somas e diferen¸cas de frequˆencias de todos os poss´ıveis m´ultiplos inteiros dos tons das frequˆencias de entrada [21].

Quando estes dois tons est˜ao relativamente pr´oximos, pode-se observar intermodula¸c˜ao de segunda e terceira ordem. Estes produtos podem ocorrer nas frequˆencias de segunda ordem f1+ f2, f2− f1, de terceira ordem 2f1+ f2, 2f2+ f1, 2f2− f1, 2f1− f2, e assim sucessivamente.

Os produtos de IMD de terceira ordem nas diferen¸cas de frequˆencias, 2f2 − f1 e 2f1 − f2,

podem ser problem´aticos devido ao fato de que s˜ao dif´ıceis de filtrar, como ´e mostrado na Figura 2.10.

A distor¸c˜ao por intermodula¸c˜ao de segunda ordem pode ser calculada por: IMD = 10 log V 2 ++ V2− V2 1 + V22  , (2.45)

onde V1 e V2 s˜ao as amplitudes rms das senoides de entrada, V+ e V− s˜ao as amplitudes rms

(47)

Cap´ıtulo 2. M´etricas de Avalia¸c˜ao de Desempenho dos Conversores Anal´ogico-Digitais 25 1 4 5 6 7 10 11 12 15 16 17 18 2 Frequência [MHz] A m p lit u d e 1 f f2 2 1 f f 1 2 2f f 2f2f1 2f1 2f2 2 1 f f 1 3f 1 2 2f f 2 1 2f f 2 3f 3 2 2 3 3 3 3 Produtos de intermodulação de segunda ordem Produtos de intermodulação de terceira ordem

(48)

Cap´ıtulo

3

Simula¸c˜

oes Num´ericas

Foi apresentado no cap´ıtulo anterior as principais m´etricas de desempenho dos conversores anal´ogico-digitais.

A primeira se¸c˜ao deste cap´ıtulo descreve as considera¸c˜oes no c´alculo da FFT. A segunda se¸c˜ao descreve uma simula¸c˜ao num´erica de desempenho de jitter. Finalmente, a terceira se¸c˜ao descreve simula¸c˜oes de um conversor A/D pr´atico. As simula¸c˜oes foram realizadas integramente em MATLAB.

3.1

Considera¸

oes no c´

alculo da FFT

A transformada r´apida de Fourier (FFT) ´e uma ferramenta poderosa para medir e analisar sinais.

O primeiro ponto a se considerar na simula¸c˜ao num´erica s˜ao as especifica¸c˜oes b´asicas do conversor. As principais especifica¸c˜oes s˜ao a resolu¸c˜ao (R), o comprimento (N ) da FFT e a frequˆencia de amostragem (fs).

A resolu¸c˜ao dos conversores A/D indica o n´umero de n´ıveis de sa´ıda que o sinal pode ser quantizado. Esta pode ser representada de v´arias maneiras: em valor de bit menos significa-tivo (LSB), partes por milh˜ao de escala plena (ppm FS), milivolts (mV), etc. Usualmente ´e representado em n´umero de bits.

No c´alculo da FFT, as linhas de frequˆencia est˜ao espa¸cadas em intervalos de fs/N ,

comu-mente conhecido como FFT bin (representado por um numero inteiro k). Estas s˜ao ilustradas na Figura 3.1.

A amostragem coerente garante que a potˆencia do sinal computado pela FFT est´a repre-sentado por um FFT bin, assumindo-se a amostragem de um ´unico tom [22]. A amostragem coerente refere-se `a uma rela¸c˜ao entre a frequˆencia de entrada (fin), a frequˆencia de

amostra-gem (fs), o n´umero de amostras (N ) e o n´umero de per´ıodos (M ) no conjunto amostrado. Esta

rela¸c˜ao ´e representada pela seguinte equa¸c˜ao:

N fs= M fin (3.1)

onde M ´e um n´umero inteiro e para as medidas preferencialmente um n´umero primo (com exce¸c˜ao do n´umero dois). Isso garante que as mesmas amostras da FFT n˜ao ser˜ao repetidas em

(49)

Cap´ıtulo 3. Simula¸c˜oes Num´ericas 27 Frequência (hz) A m p lit u d e (d b ) Bin= 2 s f 4 s f Escala Completa (0 db FS) Ruído de Fundo Nível rms do Ruído de Quantização s f N SNR(dB)

 

Ruído de Fundo SNR 10 log 2

N

db  

   

 

Figura 3.1: Representa¸c˜ao no dom´ınio da frequˆencia do sinal. janelas adjacentes.

Com a finalidade de determinar o desempenho de um ADC ´e necess´ario garantir a quantidade m´axima de fases de entrada diferentes que s˜ao amostradas pelo ADC e de ser poss´ıvel obter pelo menos uma amostra por cada c´odigo do ADC. Levando isso em conta, s˜ao calculadas as frequˆencias das sen´oides a serem avaliadas. Um algoritmo para o c´alculo da frequˆencia ´otima da senoide ´e descrita em [23].

As fun¸c˜oes de janelamento s˜ao comuns na an´alise do FFT. As janelas tˆem caracter´ısticas diferentes, por isso, ´e necess´ario escolher uma fun¸c˜ao de janela apropriada e escalon´a-la adequa-damente.

O vazamento espectral pode distorcer as medi¸c˜oes, selecionando-se uma fun¸c˜ao de janela-mento adequada, os efeitos do vazajanela-mento espectral podem ser minimizados [22].

3.2

Simula¸

ao num´

erica de desempenho

As principais m´etricas de avalia¸c˜ao de desempenho foram revistas no Cap´ıtulo 2. A SNR total ´e calculada a partir de (2.41), a qual est´a em fun¸c˜ao das v´arias fontes de ru´ıdo. Primeiro, detalharemos a simula¸c˜ao da raz˜ao sinal-ru´ıdo devida ao jitter (SNRJ), incluindo a simula¸c˜ao do

ru´ıdo de fase gerado por um sistema PLL. Em seguida, calcularemos a raz˜ao sinal-ru´ıdo devido aos erros de quantiza¸c˜ao incluindo erros est´aticos (SNRD) e, finalmente, a raz˜ao sinal-ru´ıdo

total.

3.2.1

An´

alise da SNR devida ao jitter

Como foi mostrado no Cap´ıtulo 2, a SNR devida ao jitter de abertura e o jitter de rel´ogio tˆem o mesmo comportamento, mais com fontes diferentes. A partir de (2.31), notamos que

(50)

Cap´ıtulo 3. Simula¸c˜oes Num´ericas 28

a SNR devida ao jitter de abertura depende unicamente da sua variˆancia. Isto ´e calculado de forma diferente da SNR devida ao jitter de rel´ogio, calculado por (2.32), que depende da constante de ru´ıdo de fase do oscilador, do per´ıodo do rel´ogio e da quantidade de amostras. Modelamento do ru´ıdo de fase de PLL

A malha de captura de fase (PLL, Phase-Locked Loop) ´e uma das constru¸c˜oes b´asicas nos sistemas de eletrˆonica moderna. Os PLL s˜ao amplamente utilizados em diversas finalidades, entre elas sincroniza¸c˜ao, demodula¸c˜ao coerente, redu¸c˜ao de ru´ıdo, redu¸c˜ao de jitter e na s´ıntese de novas frequˆencias que s˜ao m´ultiplas de uma frequˆencia de referˆencia, para a gera¸c˜ao de sinais de rel´ogios.

Os PLL anal´ogicos s˜ao constitu´ıdos por um detector de fase (PFD, phase/frequency detector ), um filtro da malha (LF, loop filter ), um oscilador controlado por tens˜ao (VCO, voltage-controlled oscillator ) e um divisor de frequˆencia (FD, frequency divider ) colocado em realimenta¸c˜ao nega-tiva na configura¸c˜ao de circuito fechado. A estrutura b´asica do PLL ´e representada pela Figura 3.2. Detector de Fase Filtro de Malha Oscilador Controlado por Tensão Divisor de Frequência ref

out out

N

1

N

D

K

F s

 

K

O

s

Figura 3.2: Estrutura b´asica do PLL.

A densidade espectral de potˆencia de fase de faixa lateral dupla do ru´ıdo de fase de sa´ıda(ϕout)

pode ser representada pela seguinte equa¸c˜ao Sϕout = k0+ k1 f + k2 f2 + k3 f3 + k4 f4 (3.2)

onde k0 modela o ru´ıdo t´ermico (representado pela regi˜ao de inclina¸c˜ao 0 dB/dec), o segundo

termo k1/f modela o ru´ıdo flicker (representado pela regi˜ao de inclina¸c˜ao -10 dB/dec) e assim por diante a inclina¸c˜ao sofre varia¸c˜oes, como ´e mostrado na Figura 3.3.

Cada modelo de fonte de ru´ıdo no PLL cont´em diferentes regi˜oes de inclina¸c˜ao, como foi mostrado por Kroupa em [24]. Esses modelos s˜ao expressos pelas seguintes equa¸c˜oes:

Sϕref = k0 + k1 f + k2 f2 + k3 f3 (3.3)

(51)

Cap´ıtulo 3. Simula¸c˜oes Num´ericas 29 White Phase Flicker Phase White FM Flicker FM Random Walk FM Phase 0 f 1 f 2 f 3 f 4 f

Frequência Escala Logarítmica S

Figura 3.3: Comportamento do ru´ıdo de fase de faixa lateral dupla.

Sϕdiv = k0+ k1 f (3.4) Sϕpfd = k0+ k1 f (3.5) Sϕvco = k0+ k2 f2 + k3 f3 (3.6)

Para um filtro de malha de segunda ordem (PLL do tipo 2), temos

Sϕfil = 4KT RI (3.7)

onde K ´e a constante de Boltzman, T ´e a temperatura absoluta em Kelvin e RI ´e a resistˆencia

do filtro do PLL tipo 2.

Fontes de ru´ıdo de fase em sistemas PLL

Nos sistemas PLL cada etapa introduz um ru´ıdo e para isto ´e considerada uma fonte de ru´ıdo, conforme ´e mostrado na Figura 3.4. Para o c´alculo do ru´ıdo da sa´ıda do PLL consideramos que a potˆencia de ru´ıdo gerada nas etapas individuais s˜ao pequenas em rela¸c˜ao `a potˆencia efetiva da portadora. Todos os efeitos na sa´ıda s˜ao somados para gerar o ru´ıdo total do sistema.

A fun¸c˜ao de transferˆencia do la¸co mostrado na Figura 3.4 pode ser descrita como segue: H (s) = Forward Gain

1 + Loop Gain (3.8)

onde o ganho do la¸co ´e o produto de todas as fun¸c˜oes de transferˆencia no mesmo (G) G = KDF (s) K0 s 1 N = ZF (s) s (3.9)

(52)

Cap´ıtulo 3. Simula¸c˜oes Num´ericas 30 Detector de Fase Filtro de Malha Oscilador Controlado por Tensão Divisor de Frequência 1 N D K F s

 

KO s Gerador de Referência ref S Spfd Sfil Svco out S div S 1 3 2 5 4

Figura 3.4: Diagrama de blocos do PLL com as fontes de ru´ıdo aditivo. onde:

Z = KDK0

N (3.10)

O filtro de malha de segunda ordem (PLL do tipo 2) consiste de um filtro passivo RC, com uma fun¸c˜ao de transferˆencia da seguinte forma

F (s) = VP D IP D = RI+ 1 sCI (3.11) Portanto, as fun¸c˜oes de transferˆencia de la¸co fechado com ponto de sa´ıda (ϕout), como foi

mostrado na Figura 3.4, s˜ao as seguintes: H15(s) = ϕout ϕref = N 1 + ZF (s)s (3.12) H25(s) = ϕout ϕdiv = − N 1 + ZF (s)s (3.13) H35(s) = ϕout ϕpfd = 1 KD N 1 + ZF (s)s (3.14) H45(s) = ϕout ϕfil = KO s + ZF (s) (3.15) H55(s) = ϕout ϕvco = s s + ZF (s) (3.16)

Finalmente, a densidade espectral de potˆencia do ru´ıdo ´e calculada pela multiplica¸c˜ao da densidade espectral de potˆencia de entrada com a fun¸c˜ao de transferˆencia do la¸co fechado ao quadrado. Note-se que H15= −H25. Portanto, o ru´ıdo de fase total do PLL ´e dado por:

Sϕout = |H15| 2 Sϕref + |H25| 2 Sϕdiv + |H35| 2 Sϕpfd+ |H45| 2 Sϕfil + |H55| 2 Sϕvco = |H15| 2 Sϕref + Sϕdiv + |H35| 2 Sϕpfd+ |H45| 2 Sϕfil + |H55| 2 Sϕvco (3.17)

(53)

Cap´ıtulo 3. Simula¸c˜oes Num´ericas 31

Os ru´ıdos de fase produzidos pelo detector de fase e aqueles produzidos pelo divisor de frequˆencia s˜ao dif´ıceis de medir devido aos baixos n´ıveis de ru´ıdos inseridos. Estes podem ser zerados quando N ´e pequeno [25]. A partir dessas considera¸c˜oes, o ru´ıdo de fase pode ser calculado utilizando a seguinte equa¸c˜ao:

Sϕout = |H15| 2 Sϕref + |H45| 2 Sϕfil + |H55| 2 Sϕvco (3.18)

Cada modelo de fonte de ru´ıdo cont´em diferentes regi˜oes de inclina¸c˜ao, portanto, suas carac-ter´ısticas s˜ao diferentes. Para o tra¸cado do ru´ıdo de fase de faixa lateral dupla foram utilizados os valores num´ericos dos termos k detalhados na tabela 3.1, reproduzidos de [25]. Outros valores num´ericos dos termos k podem ser encontrados em [24].

Tabela 3.1: Modelos de ru´ıdo para os diferentes blocos PLL

Ru´ıdo de referˆencia Sϕref

k0 = 10−15.8

k1 = 10−12.7

k2 = 10−9.86

k3 = 10−7.82

Ru´ıdo do divisor Sϕdiv

k0 = 10−15.5

k1 = 10−12.5

Ru´ıdo do detector de fase Sϕpfd

k0 = 10−14

k1 = 10−16

Ru´ıdo do VCO Sϕvco

k0 = 10−15.5

k2 = 10−3

k3 = 100.7

Ru´ıdo do filtro Sϕfil = 4KT RI

A partir dos dados da tabela ´e tra¸cada a Figura 3.5, onde ´e mostrada a rela¸c˜ao do ru´ıdo de fase com respeito `a frequˆencia, as contribui¸c˜oes do oscilador de referˆencia, o filtro, o VCO e as fun¸c˜oes de transferˆencia do ru´ıdo de fase total.

Constante do ru´ıdo de fase

Na pr´atica, geralmente estamos interessados na densidade espectral de potˆencia em torno do primeiro harmˆonico (SSS(f ) para f em torno de f0). Portanto, o ru´ıdo de fase de banda lateral

´

unica L(fm) (em dBc/Hz) ´e definido por:

L(fm) = 10log10  SSS(fs+ fm) 2|X1| 2  (3.19) onde |X1| ´e o primeiro coeficiente da s´erie de Fourier.

Para valores pequenos de c (de (2.28)) e para 0 ≤ fm  fs, a equa¸c˜ao foi aproximada por

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