P A R A M E T R I Z A Ç Ã O D O M É T O D O D E I R R I G A Ç Ã O P O R S U L C O S N O V A L E D O A Ç O - RN Dissertação a p r e s e n t a d a ao Curso de MESTRADO EM ENGENHARIA C I V I L da U n i v e r s i d a d e F e d e r a l da Paraíba, em cum p r i m e n t o ãs exigências p a r a obtenção do g r a u de M e s t r e em Ciências (M.Sc) ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: R E C U R S O S H Í D R I C O S S U B " Á R E A : I R R I G A Ç Ã O ORIENTADOR : R I C A R D O A U G U S T O LOPES B R I T O ( E M B R A P A )
CO-ORIENTADOR : H A M I L T O N MEDEIROS DE AZEVEDO ( U F P B )
AGOSTO / 19 86
DIGITALIZAÇÃO: SISTEMOTECA-UFCG
SULCOS NO VALE DO AÇU - RN
JOSÉ OSMAR COELHO SARAIVA ENGENHEIRO AGRÍCOLA
DISSERTAÇÃO APROVADA EM 02 / 09 /
COMISSÃO:
EXAMINADOR
píof. JOSÉ DANTAS NETO - UFPB
Vdfia.
O a u t o r a g r a d e c e :
. Ao D r . RICARDO AGUSTO LOPES B R I T O d a E m p r e s a de P e q u i s a A g r o p e c u á r i a B r a s i l e i r a
-EMBRAPA, p o r s u a inestimável c o l a b o r a ç l o de c a r a t e r t é c n i c o - c i e n t í f i c o n a o r i e n t a ç ã o d e s t e t r a b a l h o ;
. Ao P r o f e s s o r HAMILTOM MEDEIROS DE AZEVEDO d a U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d a P a r a í b a - UFPB,
p o r s u a i m p o r t a n t e o r i e n t a ç ã o e sugestões p r e s t a d a s ; . A C a m p i n a G r a n d e I n d u s t r i a l S.A - CANDE, p e l a d o a ç ã o de p a r t e do m a t e r i a l u t i l i z a d o no e x p e r i m e n t o d e s t e t r a b a l h o ( t u b o s j a n e l a d o s ) ; . À E m p r e s a de P e s q u i s a A g r o p e c u á r i a do R i o G r a n d e do N o r t e - EMPARN, p o r c o l o c a r ã d i s p o s i ç ã o s e u C e n t r o E x p e r i m e n t a l de I p a n g u a ç u e p e l o empenho de r e c u r s o s f i n a n c e i r o s n e c e s s á r i o s p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o d e s t e t r a b a l h o em s u a f a s e de c o l e t a de d a d o s no
campo, j u n t o a o s órgãos de p e s q u i s a , n o t a d a m e n t e CNPq/EMPRAPA;
. Aos P r o f e s s o r e s FRANCISCO MONTE ELVERNE DE S A L E S SAMPAIO e JOSÉ DANTAS NETO, p e l o
a p o i o dado j u n t o a o laboratório de E n g e n h a r i a de I r r i g a ç ã o / U F P B ;
. Ã S I R A C - Serviços I n t e g r a d o s de A s s e s s o r i a e C o n s u l t o r i a L t d a , , p e l a s u a colaboração
p r e s t a d a n a r e p r o d u ç ã o g r á f i c a d e s t e t r a b a l h o ;
. E e n f i m , a t o d o s o s p r o f e s s o r e s , a m i g o s e p e s s o a s q u e c o l a b o r a r a m p a r a a e f e t i v a ç ã o
RESUMO
O presente t r a b a l h o teve como o b j e t i v o p r i n c i p a l
desenvolver um estudo de pesquisa sobre o método de
irrigação por sulcos no Vale do Açu-RN, o b j e t i v a n d o a
obtenção de dados básicos para o manejo e f i c i e n t e da
irrigação.
Os t r a b a l h o s de campo foram desenvolvidos em aluvião
de t e x t u r a média, na Base Física de Produção e
Experimentação da EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DO RIO
GRANDE DO NORTE EMPARN, em Ipanguassu - RN.
Os t r a b a l h o s de campo foram r e a l i z a d o s em sulcos de
100 m de comprimento e d e c l i v i d a d e média de 0,29%.
Determinou-se as equações de avanço tomando como base a
vazão de 1,52 l / s o b t i d o pela fórmula qmãx = <=* S (3 para
<* e 0 i g u a i s a 0,613 e 0,733, respectivamente, vazão esta
que apresentou uma erosão moderada nos s u l c o s . Testou-se
ainda as vazões de 1,45 e 1,70 l / s . A p r i m e i r a não
apresentou nenhuma erosão ao longo dos sulcos enquanto que
com a utilização da segunda este e f e i t o f o i bem
pronunciado. As equações de avanço e de infiltração
acumulada, determinada com a vazão de 1,45 l / s , são da forma
L= 10,62 T°r8 6(m) e D= 4,78 T°'5 7(mm), respectivamente.
A f a i x a de umedecimento, alcançada pela infiltração
l a t e r a l d'água sob a ação de um s u l c o , a t i n g i u uma l a r g u r a
metodologia apresentada por Bernardo (1982), para v a l o r e s
de R variando de 1 até 4 e redução de vazão i n i c i a l de
1,45 l / s para 1,0 e 0,7 l / s , respectivamente. Os t e s t e s de
campo foram r e a l i z a d o s em sulcos de 100 m de comprimento e
v a l o r e s simulados, a p a r t i r da equação de avanço d'água no
sulco, de 50; 75 e 125 m.
A análise dos r e s u l t a d o s demonstrou que a vazão
máxima não e r o s i v a r e a l para a d e c l i v i d a d e de 0,29% é de
1,45 l / s ; a redução da vazão mais e f i c i e n t e ê de 1,45 para
1,0 l / s , para qualquer v a l o r de R; sulcos de 100 e 125 m
The main purpose o f t h i s p r e s e n t work was t h e
improvement o f a research study about f u r r o w i r r i g a t i o n
method i n Vale do Açu-RN, w i t h t h e o b j e c t i v e t o achieve
b a s i c data t o e f f i c i e n t lanagement o f t h e i r r i g a t i o n .
F i e l d w o r k s were developed on average t e x t u r e
l a t o s o l s i n P r o d u c t i o n and E x p e r i m e n t a t i o n P h y s i c a l Base, o f
the Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do N o r t e
-EMPARN, i n Ipanguaçú-RN.
F i e l d t e s t s were conduted i n 100 m l e n g h t f u r r o w s
w i t h average o f 0,29 p e r c e n t . Advance's equations were
e s t a b l i s h e d based on f l o w o f 1,52 l / s obtáined by f o r m u l a
qmax= S , where and equal t o 0,613 and - 0,733,
r e s p c t i v e l y . For t h i s f l o w , f u r r o w s showed a moderated
e r o s i o n . Besides, they were r e a l i z e d f o r f l o w s o f 1,45 and
1,70 l / s . For t h e f i r s t f l o w , f u r r o w s d i d h ' t show any
e r o s i o n along o f themselves, whereas f o r t h e second i t was
w e l l e v i d e n t . Advance's equations and acumulated water
i n t a k e , determined w i t h a f l o w o f 1,45 l / s , were L= 10,62
T0,86 D = 4 , 7 8 T ° '5 7( m m ) , o r e s p e c t i v e l y .
The moestening s t r i p reached by l a t e r a l water i n t a k e
w i t h t h e a c t i o n o f a furrow. obtáined an average w i d t h o f
metodology suggested by Bernado (1982) , f o r 50, 75, 100 and
125 m furrows l e n g h t ; valnes o f R- v a r y i n g from 1 up t o 4 and
f l o w r e d u c t i o n from 1,45 t o 1,0 l / s ' and 0,75 l / s ,
r e s p c t i v e l y . •
The r e s u l t s a n a l y s i s showed t h a t t h e r e a l nomerosive
maximun f l o w f o r a slope o f 0,29 percent was 1,45 l / s ; t h e
most e f f i c i e n t f l o w reduction•was from 1,45 t o 1,0 l / s t o
whatever value o f R; furrows o f 100 and 125 m l e n g h t were
recommended w i t h a médium watêr a p p l i c a t i o n e f f i c i e n c y o f
Í N D I C E
Página DEDICATÓRIA AGRADECIMENTOS RESUMO ABSTRACT ÍNDICECAPÍTULO I
INTRODUÇÃO 01CAPÍTULO I I
REVISÃO B I B L I O G R Á F I C A 03 Movimento da Agua no Solo 04D e c l i v i d a d e 06
Vazão 09
Espaçamento dos Sulcos 11
Comprimento dos Sulcos 12
Curva de Avanço 13
Curva de Infiltração 16
Eficiência de Aplicação de Agua 21
Eficiência de Condução 22
Eficiência de Distribuição 23
Eficiência de Aplicação 24
Perdas de Agua na Irrigação por Sulco 25
CAPITULO I I I MATERIAIS E MÉTODOS 33
Caracterização da Ãrea Experimental 3 3
Características Físico-Hidricas do
Solo estudado 33
Curva de Avanço 37
Curva de Infiltração 39
Avaliação do Método de Irrigação por
Sulco 40
Lâmina Media A p l i c a d a por Sulco 40
Lâmina media I n f i l t r a d a no i n i c i o e
no f i n a l do sulco 41
Preparo da Área e Instalação do E x p e r i
mento 42
CAPÍTULO I V RESULTADOS E DISCUSSÕES 44
Propriedades Físico-HÍdricas do Solo 44
Parâmetros de Irrigação 44
CAPÍTULO V CONCLUSÕES 76
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
Os benefícios advindos da irrigação são indiscutíveis,
p r i n c i p a l m e n t e quando se t r a t a de uma Região Semi-Ãrida como
o Nordeste do B r a s i l . A i n s t a b i l i d a d e climática existente na
Região ê um critério mais que s u f i c i e n t e para que s e j a im
plantado no Nordeste uma exploração agrícola sob regime per
manente de Irrigação. A escassez de chuvas, em sí, não repre
senta o único grande problema que impede a expansão agrícola
do Nordeste, considerando-se o p o t e n c i a l hídrico, s u p e r f i c i ^
a l e subterrâneo, e x i s t e n t e na Região e ainda subaproveitado.
O Rio Grande do Norte encontra-se l o c a l i z a d o quase que
t o t a l m e n t e no Polígono das Secas e, a exemplo dos demais es
tados n o r d e s t i n o s , a a g r i c u l t u r a de sequeiro torna-se uma
a t i v i d a d e de a l t o r i s c o , perante as prolongadas estiagens que
normalmente ocorrem na Região. O Vale do Baixo Açu c o n s t i t u i
um dos maiores recursos de água e s o l o e x i s t e n t e no Estado.
A exploração agrícola p r a t i c a d a nesta região, sob regime de
irrigação, ainda é f e i t a sem obedecer a critérios de r a c i o n a
lização e manejo de aplicação de água, r e f l e t i n d o , p o r t a n t o ,
em b a i x a p r o d u t i v i d a d e das c u l t u r a s e elevando os p e r i g o s de
salinização dos s o l o s . Uma das metas dos órgãos governamen
a g r i c u l t u r a i r r i g a d a . A viabilização deste p r o j e t o represen
t a um dos maiores empreendimentos do s e t o r no Nordeste e
atualmente, encontra-se concluída na área a Barragem Enge
n h e i r o Armando Gonçalves, c u j a capacidade de armazenamento
3
e de 2.4 bilhões de m .
O método de irrigação por s u l c o s , sistema empregado
na m a i o r i a dos p r o j e t o s governamentais implantados no Nor
deste apresenta, geralmente, b a i x a eficiência de aplicação e
de distribuição de água, quando e s t a não é uma característi
ca própria do método, sendo as causas p r i n c i p a i s que levam
ã existência deste quadro o dimensionamento e/ou o manejo
inadequado do sistema.
0 presente t r a b a l h o t e v e como o b j e t i v o p r i n c i p a l de
senvolver um estudo de pesquisa sobre o método de irrigação
por sulcos no Vale do Baixo Açú-RN, com o o b j e t i v o de se ob
CAPITULO I I
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A prática de irrigação tem como o b j e t i v o básico a r e
posição, ao s o l o , do déficit de umidade que r e s u l t a da i n s u
ficiência de precipitação para compensar a e v a p o t r a n s p i r a
ção dos c u l t i v o s . Complementarmente, a irrigação assegura a
lixiviação de s a i s para manter o balanço no s o l o e garantir,
em g e r a l , melhores condições físicas para o manejo e melho
res condições ambientais para o desenvolvimento dos c u l t i
vos (Grassi, 1972).
Em se t r a t a n d o de a g r i c u l t u r a , não basta que a sémen
t e s e j a õtima, que o t e r r e n o s e j a fértil e que se processe
um p e r f e i t o combate às pragas e doenças, a f i m de que a p r o
dução satisfaça o ponto de v i s t a económico. Para p r o d u z i r
economicamente, torna-se e s s e n c i a l s a t i s f a z e r a f i s i o l o g i a
do v e g e t a l , fornecendo ã p l a n t a , no momento oportuno,a quan
t i d a d e de água necessária para que e l a se desenvolva normal
mente e produza o máximo de seu rendimento (Daker, 1976).
O método de irrigação por sulcos c o n s t i t u i o processo
de aplicação de água mais conhecido e mais usado em todo o
mundo, sendo i n c l u s i v e um dos poucos métodos t r a d i c i o n a i s
no B r a s i l . Adapta-se bem aos solos com boa capacidade de i n
Não é fácil compreender, p e l a sua complexidade,o r e g i
me hidráulico da irrigação por superfície e, não obstante ,
para que um p r o j e t o de irrigação obtenha êxito,depende f u n
damentalmente do conhecimento dos princípios que o regem
( I s r a e l s e n e Hansen, 1965). Os p r i n c i p a i s parâmetros que ca
r a c t e r i z a m o método de irrigação por sulcos são: movimento
da água no s o l o , d e c l i v i d a d e , vazão, espaçamento e compri
mento dos s u l c o s , infiltração e avanço da água no s u l c o , e f i
ciência de aplicação e de distribuição de água e as perdas
por percolação profunda e por escoamento s u p e r f i c i a l no f i
n a l do s u l c o . Esta última pode ser e l i m i n a d a com a u t i l i z a
ção de sulcos fechados no f i n a l , supondo-se um manejo ade
quado ''da irrigação.".-" -•
2.1 - MOVIMENTO DA ÁGUA NO SOLO
O movimento da água no s o l o ocorre quando existem d i
ferenças de p o n t e n c i a l e n t r e d i v e r s o s pontos do sistema. A
água tende a mover-se de pontos com a l t o p o t e n c i a l para pon
tos de menor p o t e n c i a l . Considerando que a componente de
sucção, representada pelos g r a d i e n t e s de p o t e n c i a l m a t r i
c i a i , osmótico e térmico, pode exceder a componente g r a v i
t a c i o n a l , a água pode mover-se v e r t i c a l m e n t e para cima e pa
ra b a i x o ou permanecer em equilíbrio, quando a componente
de sucção b a l a n c e i a a força de gravidade (Gavande, 1979).
Segundo O l i t t a (1978), o movimento da água no solo ê
p a r t i c u l a r m e n t e importante na irrigação por s u l c o s , com v i s
a aplicação de uma determinada lâmina de irrigação.
A água i n f i l t r a - s e no sulco através do perímetro mo
lhado do mesmo. A i n t e r f a c e e n t r e o s o l o úmido e seco move
-se de cima para b a i x o , desde o perímetro molhado, determina
da p e l a f r e n t e de umedicimento que d e l i m i t a secções t r a n s
v e r s a i s , c i r c u l a r e s ou elípticas. O movimento da água, em
solos não saturados, ê causado por g r a d i e n t e s de p o t e n c i a l
m a t r i c i a l e g r a v i t a c i o n a l . O movimento ascendente se deve a
g r a d i e n t e s de p o t e n c i a l m a t r i c i a l , enquanto o movimento des
cendente depende de ambos os g r a d i e n t e s de p o t e n c i a l , m a t r i
c i a i e g r a v i t a c i o n a l ( G r a s s i , 1972).
Darcy (1956), c i t a d o por H i l l e l (1971), f o i o p r i m e i r o
a estabelecer uma equação para o movimento da água no solo
dada p e l a seguinte relação:
q = K . — r
-ê a densidade de f l u x o de água.
f a t o r de p r o p o r c i o n a l i d a d e chamado de condutividade h i
drãulica.
g r a d i e n t e hidráulico.
0 conhecimento do f l u x o de água no s o l o p e l a equação
de Darcy não ê o s u f i c i e n t e em estudos dinâmicos da água no
s o l o . Em condições de solos não saturados, situação mais co Onde:
q
K
AH = L
mura no campo, é importante q u a n t i f i c a r a variação do conteú
do de umidade com o tempo. Reichardt (1975), apresenta uma
equação d i f e r e n c i a l mais g e r a l do movimento da agua no solo
da seguinte forma: l i = _ 1 _ ( K Í £ - 4 + 5 (v ML-)+ 3 (v 3t 3x 1 x 3x 1 3y K y 3y ; 3z 1 z 3 z; em que: 8 = ê o conteúdo de umidade do s o l o . t = tempo.
= condutividade hidráulica do s o l o nas direções i = x,
y e z.
•p = p o t e n c i a l t o t a l de água no s o l o .
O movimento da água dentro do p e r f i l do s o l o , após
uma chuva ou irrigação, responsável p e l o umedecimento das
camadas mais profundas, ê chamado de redistribuição da água
no s o l o ou de drenagem i n t e r n a . A velocidade e duração des
se processo, determinam a capacidade e f e t i v a de armazena
-mento do s o l o , propriedade e s t a de v i t a l importância na eco
nomia de água para as p l a n t a s . A capacidade de armazenamen
t o de água no s o l o não ê uma quantidade f i x a ou propriedade
estática do s o l o , mas sim um fenómeno temporário, d e t e r m i
-nado p e l a dinâmica do movimento de água no s o l o (Reichardt,
1975).
Considerando que os princípios que determinam o
movimento d'água em canais, também são aplicáveis aos sulcos
e um dos p r i n c i p a i s parâmetros que determinam a velocidade
da água é a d e c l i v i d a d e , a mesma pode ser expressa pela
equação de Manning, c i t a d o por Bernardo (1982).
V = n- 1. Rh 2^3. S em que: V = é a velocidade da água. Rh = r a i o hidráulico. n = c o e f i c i e n t e de rugosidade da superfície. S = d e c l i v i d a d e .
Em g e r a l , a d e c l i v i d a d e está associada coma a
natureza do s o l o , com o comprimento do sulco e a quantidade
de água a ser a p l i c a d a em cada s u l c o . Até c e r t o s l i m i t e s ,
quanto mais pesado f o r o s o l o , mais c u r t o s serão os sulcos e
menor deverá ser a d e c l i v i d a d e (Daker, 1976) .
A erosão dos sulcos está associada com a velocidade
da água e com a maior ou menor e r o d i b i l i d a d e do s o l o .
Para e v i t a r erosão excessiva nos s u l c o s , sua d e c l i v i d a d e , de
modo g e r a l , não deve exceder a 2%, salvo em t i p o s
e s p e c i a i s que permitem maiores d e c l i v i d a d e s (Bernardo
1982). Segundo Zimmerman (1966), a forma i d e a l para uma
distribuição uniforme da água ao longo do sulco s e r i a
uma d e c l i v i d a d e constante ou que aumentasse g r a d u a l
da água, conforme a seguinte equação ( O l i t t a , 1978). Fe = Y • n • s Onde: Fe = força e r o s i v a da água. Y = peso e s p e c i f i c o da água. S = d e c l i v i d a d e . h = a l t u r a da lâmina d'água no s u l c o .
Segundo I s r a e l s e n e Hansen (1965), em solos onde os
sulcos têm d e c l i v i d a d e de 10 a 15% u t i l i z a - s e com êxito a
irrigação, desde que sejam aplicadas pequenas vazões e -
observandose a erosão que se produz. As d e c l i v i d a d e s s i t u a
-das e n t r e 0,5 a 3% são as mais aceitáveis e ,em alguns t i p o s
de solos se pode i r r i g a r s a t i s f a t o r i a m e n t e com d e c l i v e s na
f a i x a de 3 a 6%. De um modo g e r a l , para sulcos de d e t e r m i
nada forma, comprimento e t i p o de s o l o , e x i s t e a p o s s i b i l i
-dade de operar com as mais variáveis d e c l i v i d a d e s . Quando a
força e r o s i v a da água alcança l i m i t e s p e r i g o s o s , pode-se d i
m i n u i r a d e c l i v i d a d e , mudando a direção dos "sulcos,
obede-cendo os seguintes critérios, (Grassi, 1972):
1. Sulcos em direção normal â máxima d e c l i v i d a d e ;
2. Sulcos em direção d i a g o n a l à máxima d e c l i v i d a d e ;
3. Direção dos sulcos dependendo de outros f a t o r e s do
p r o j e t o .
De acordo com Booher (1974), a maneira mais e f i c i e n t e
para a p l i c a r a água ê quando os sulcos têm uma d e c l i v i d a d e
são nas partes de maiores d e c l i v i d a d e s , h a j a depósito de
t e r r a nas partes mais baixas dos s u l c o s .
2.3 - VAZÃO
A vazão a p l i c a d a no sulco é um dos f a t o r e s mais impor
t a n t e paira se. o b t e r uma e f i c i e n t e irrigação. Maiores u n i
formidades de aplicação de água são o b t i d a s quando se usa
irrigação com redução de vazão, ou s e j a , a p l i c a s e i n i c i a l
-mente a maior vazão que o s u l c o possa conduzir, sem t r a n s
bordar e sem causar erosão e,, quando a f r e n t e de avanço a t i n
g i r o f i n a l do s u l c o , a vazão i n i c i a l ê reduzida.
Os f a t o r e s mais importantes que estão intimamente l i
gados com a erosão do s o l o são a d e c l i v i d a d e e o t i p o de so
l o e estes l i m i t a m a vazão máxima admissível ( S i l v a e Duar
t e , 1980).
Segundo O l i t t a (1978), como a velocidade de i n f i l t r a
ção decresce exponencialmente em função do tempo, o ideal se
r i a u t i l i z a r vazões decrescentes durante a irrigação para
e v i t a r perdas excessivas por escoamento no f i n a l do s u l c o . A
vazão máxima, p e r m i t i d a no início da irrigação, deve ser a
que não causará erosão no s u l c o . A vazão máxima não e r o s i v a
é função da d e c l i v i d a d e do sulco e da e r o d i b i l i d a d e do solo.
Gardner e L a u r i t z e n (1946), c i t a d o s por Hamad e
Stringham (19 78), estudando o e f e i t o da vazão e da d e c l i v i
t e equação empírica, para determinação da vazão máxima não
e r o s i v a :
q - „ = aS^
vazão máxima não e r o s i v a ,
d e c l i v i d a d e do s u l c o .
são c o e f i c i e n t e s em função do t i p o de s o l o , sendo 0 <
a < l e - l < S < 0 .
Hamad e Stringham determinaram os v a l o r e s de a e 0 pa
r a s e i s grupos de solos d i f e r e n t e s .
C r i d l l e zt_ (1956),, c i t a d o por Bernardo (1982) ,
propuseram uma equação única para os d i f e r e n t e s t i p o s de so
l o s , da forma:
0,631
qmâx S
vazão máxima não e r o s i v a ,
d e c l i v i d a d e do s u l c o .
Esta equação, segundo Hamad e Stringham (19 78), supe
r e s t i m a a vazão máxima não e r o s i v a , para d e c l i v i d a d e s i n f e
r i o r e s a 0,5% e geralmente subestima a vazão máxima não
e r o s i v a para d e c l i v i d a d e s superiores a 0,5%.
l o , que a vazão máxima não e r o s i v a e mais e f i c i e n t e f o i cie
f i n i d a a p a r t i r dos dados de t e s t e s de avanço de água nos
s u l c o s , sendo que as combinações mais e f i c i e n t e s de vazão
-d e c l i v i -d a -d e foram: 2,5£/s - 0,15%, 2£/s - 0,24% e
l,5£/s-0,37%.
2.4 - ESPAÇAMENTO DOS SULCOS
O espaçamento e n t r e sulcos dependerá, geralmente, do
t i p o de equipamento que será usado nos t r a t o s c u l t u r a i s , da
c u l t u r a a ser i r r i g a d a e do p e r f i l de umedecimento do s o l o
(Daker, 1976? O l i t t a , 1978; Bernardo, 1982).
De acordo com Grassi (1972), o espaçamento dos sulcos,
deve e s t a r relacionado com a natureza física e p r o f u n d i d a
de do s o l o que se deseja i r r i g a r , de acordo com a p r o f u n d i
dade r a d i c u l a r do c u l t i v o . Com base em critérios e s t r i t a m e n
t e ed'áficos, o espaçamento deve ser menor em solos areno
sos que nos solos de t e x t u r a f i n a .
Segundo Zimmermam (1966), os solos arenosos, leves e
calcáreos necessitam um espaçamento menor e n t r e s u l c o s , vis_
t o que estes solos permitem uma excessiva percolação v e r t i
c a l com muito pouco movimento c a p i l a r l a t e r a l da água. Boers
e M i l l a r (1974) observaram que,para s o l o aluvião, a i n f i l
-tração l a t e r a l não alcançou uma d i s t a n c i a maior que 20cm,de
modo que uma área considerável f i c a v a sem ser a t i n g i d a pela
irrigação, no caso de sulcos espaçados de 60cm.
Veihmeyer e Herdrickson (1970), c i t a d o s por Granados
nosos chegou a uma distância de 30cm desde a borda do sulco
enquanto que em solos a r g i l o s o s esse avanço alcançou 75cm ,
o que e v i d e n c i a muito bem a dependência do espaçamento dos
sulcos com o t i p o de s o l o .
2.5 - COMPRIMENTO DOS SULCOS
0 comprimento a ser dado aos sulcos de irrigação de
pende da natureza do s o l o , i n c l u i n d o sua resistência â e r o
são e capacidade de drenagem; de sua d e c l i v i d a d e e do v o l u
me de água a ser a p l i c a d o (Daker, 19 76). Segundo Bernardo
(1982), os p r i n c i p a i s f a t o r e s que devem ser considerados na
determinação do comprimento do s u l c o são a forma e o tama
nho da área a ser i r r i g a d a , o t i p o de s o l o , a d e c l i v i d a d e
do s u l c o , a vazão a ser a p l i c a d a e a c u l t u r a a ser irrigada.
Booher (1974), a f i r m a que o comprimento pode aumentar
ã medida que aumenta a profundidade média de agua a ser
a p l i c a d a . Como a quantidade a a p l i c a r estã r e l a c i o n a d a com
a capacidade de retenção de água p e l o s o l o e com a p r o f u n d i
dade de enraizamento da p l a n t a , pode-se usar sulcos muito
mais longos para p l a n t a s de raízes profundas em solos a r g i
losos que para as de raízes s u p e r f i c i a i s em solos arenosos.
Se os sulcos são c u r t o s , o sistema de distribuição de
água ê constituído por grande número de canais ou c a n a l i z a
ções, ocupando p a r t e da área e requerendo uma mudança mais
frequente de fornecimento de água de um s u l c o para outro.Se
o comprimento ê demasiadamente longo, ocorrem excessiva per
Em razão das maiores perdas por percolação, o comprimento
dos sulcos é menor em solos de t e x t u r a grossa do que nos
de t e x t u r a f i n a . Para solos de i g u a l t e x t u r a , o comprimento
dos sulcos d i m i n u i a medida que aumenta a d e c l i v i d a d e , ou
s e j a , quando aumenta a força e r o s i v a da água (Grassi, 1972).
I s r a e l s e n e Hansen (1965), citam que o comprimento dos
sulcos v a r i a desde 30m atê 400m em c u l t i v o s intensivos. Os
comprimentos mais frequentes estão compreendidos e n t r e 90
e 150m. Em g e r a l , na determinação do comprimento dos sulcos,
u t i l i z a - s e a recomendação de C r i d l l e <lt_ clLLL (1956) c i t a d o
por O l i t t a (1978), em que o comprimento deve ser t a l que a
água a t i n j a o seu f i n a l em 1/4 do tempo de irrigação.
2.6 - CURVA DE AVANÇO
A representação gráfica da distância que a água per
c o r r e em função do tempo denomina-se curva de avanço, e es
t a mostra a diminuição da velocidade de avanço com o tempo .
Este comportamento é independente dos f a t o r e s hidráulicos e
se deve â diminuição da vazão com a distância (Grassi,1972).
Segundo W i l l a r d s o n e Bishop (1967), o avanço da água nos s u l
cos é i n f l u e n c i a d o p e l a dimensão do f l u x o , infiltração do
s o l o , rugosidade e comprimento do s u l c o .
Bishop (1962), desenvolveu uma metodologia r e l a c i o n a n
do o tempo necessário para que s e j a a p l i c a d a uma determina
da lâmina de irrigação na extremidade f i n a l dos sulcos e o
tempo de avanço ao longo destes s u l c o s .
por sulcos p e r m i t i u a vários pesquisadores desenvolver um
equacionamento matemático do avanço da água, considerando
as variáveis envolvidas no processo, t a i s como: vazão, i n
filtração, forma e comprimento do s u l c o , d e c l i v i d a d e e rugo
sidade da superfície.
C r i d l l e eX alll (1956) e Bishop (196 2), c i t a d o s por
Fok e Biáhop (1965), afirmam que o comprimento percorrido pe
l a f r e n t e de umedecimento ê i n f l u e n c i a d o p e l a eficiência de
aplicação, t a x a de infiltração d'água e p e l o tempo de i r r i
gação. Estudos r e a l i z a d o s . (Fok e Bishop, 1965? Grassi ,
1972; O l i t t a , 1978; Bernardo, 1982), concluíram que o
avanço da f r e n t e de água no s u l c o ê uma função exponencial
de variável tempo, da forma:
em que:
L = comprimento do sulco p e r c o r r i d o p e l a água no tempo T.
C e m= c o e f i c i e n t e s empíricos da função de avanço.
Nugtereng (1969) c i t a d o por Grassi (1972), encontrou
que "C" depende da d e c l i v i d a d e , vazão, características h i
drãulicas do f l u x o e rugosidade da superfície, enquanto que
"m" está r e l a c i o n a d o com as características físicas do s o l o
expressa em função da infiltração.
W i l l a r d s o n e Bishop (1967), apresentaram uma equação
empírica da seguinte forma:
onde:
t x = tempo necessário para a água p e r c o r r e r a distância x.
x = distância p e r c o r r i d a p e l a f r e n t e de avanço,
e = base do l o g a r i t m o n a t u r a l ,
a e c= são constantes empíricas.
Grassi tt_ alll (1965) c i t a d o s por Azevedo (1975), en
contraram uma equação r a c i o n a l , através de análise dimensio
n a l , para o processo de avanço da água, da forma:
n _ K nl , 7 2 2 D2/3 -1/2 . 0,722
P
onde:
D = comprimento do sulco p e r c o r r i d o p e l a água.
K = c o e f i c i e n t e . Q = vazão. R = r a i o hidráulico do s u l c o . S = d e c l i v i d a d e do s u l c o . t e = tempo de escoamento. I p = infiltração.
Fok e Bishop (1965), baseando-se nas relações o b t i d a s
por C h r i s t i a n s e n zt alll (1956), para o avanço da água no
sistema de irrigação por "bordas", desenvolveram um método
para o avanço da água no sistema de irrigação por sulcos ,
que l e v a em consideração a forma e a rugosidade dos mesmos.
L = Q t
+ W F K t' (n+1)(n+2)
n+1
onde:
L = comprimento do sulco coberto p e l a água durante a i r r i
gação.
Q = vazão de entrada no s u l c o ,
t = tempo de aplicação de água.
u e m'= são c o e f i c i e n t e s de área da secção t r a n s v e r s a l do s u l
w = parâmetro que pode ser o perímetro molhado, a l a r g u r a
da água no sulco ou o espaçamento dos s u l c o s , depen
-dendo do processo u t i l i z a d o na determinação da equa
ção de infiltração.
F = f a t o r de correção para a lâmina média de água a b s o r v i
da pelo s o l o durante a irrigação.
K e n= são constantes empíricas da equação de infiltração.
b = expoente da função de avanço.
2.7 - CURVA DE INFILTRAÇÃO
Segundo Bernardo (19 82), infiltração é o processo pelo
q u a l a água penetra no s o l o através de sua superfície. A
velocidade de infiltração d*água em um s o l o é f a t o r muito
importante na irrigação, v i s t o que e l a determina o tempo
em que se deve manter a água na superfície do s o l o , de modo co.
que se a p l i q u e a quantidade desejada.
De acordo com I s r a e l s e n e Hansen (196 5 ) , a velocidade
de infiltração depende de muitos f a t o r e s , e n t r e os p r i n c i
-p a i s , a lamina de água em-pregada na irrigação, a tem-peratu
r a da água e do s o l o , a e s t r u t u r a , t e x t u r a e conteúdo de
umidade do t e r r e n o e a existência de camadas impermeáveis
no p e r f i l do s o l o .
Em r i g o r o s a análise, na irrigação por s u l c o , o movi
mento da água não é permanente. Por o u t r o l a d o , a v e l o c i d a
de de infiltração v a r i a em função do tempo. Em igualdade de
condições de s o l o e com o mesmo conteúdo de umidade, Grassi
(1972),mostra que a velocidade de infiltração da água nos
sulcos é função da vazão, d e c l i v i d a d e , rugosidade e l a r g u r a
do s u l c o .
E r i e (1962), c i t a d o por Resende (1972), a f i r m a que os
f a t o r e s mais importantes relacionados com a infiltração da
água no s o l o são: condições da superfície do s o l o , c a r a c t e
-rísticas i n t e r n a s do s o l o , conteúdo de umidade, temperatura
do s o l o e da água e duração de aplicação da água.
Segundo Gurovich (1979), a capacidade de infiltração
de um solo e sua variação no tempo depende do conteúdo i n i
c i a i da água e da tensão, assim como da t e x t u r a , estrutura e
uniformidade do p e r f i l do s o l o . Em g e r a l , a velocidade de
infiltração da água no s o l o ê a l t a nos estágios i n i c i a i s de
infiltração, especialmente quando o s o l o está seco, e tende
a decrescer e,eventualmente,a alcançar assintõticamente uma
velocidade constante, que se caama geralmente velocidade de
de constante que aparentemente ȋ.o d i m i n u i com o tempo.
C r i s t i a n s e n e B o u r r i e r ( s . d ) , c i t a d o s por Poiree e
O l l i e r (1970), mencionam que a variação da velocidade de i n
filtração, em função do tempo, ê uma ação sucessiva de vá
r i o s fenómenos que modificam as características do s o l o obe
decendo o seguinte processo:
1. A diminuição rápida i n i c i a l da velocidade de i n f i l
tração e devida a expansão dos colÕides do s o l o , o
que também e x p l i c a a diferença de comportamento dos
solos arenosos (pobres em colóides) e dos solos
a r g i l o s o s ( r i c o s em colóides).
2. Aumentos eventuais da velocidade de infiltração po
dem ser causados p e l o desaparecimento de bolhas de
ar nos intertícios, devido a dissolução e a r r a s t e
das mesmas na água, bolhas que por sua presença
retardam a circulação da água no s o l o .
A penetração da água no s o l o durante o processo de i n
filtração não é uniforme. Bodman e Colman (1943), c i t a d o s
por Skaggs e£ alÃ.1 (19 80), d i v i d i r a m em q u a t r o zonas o pro
cesso de infiltração da água, ou s e j a :
I . Zona saturada: camada s u p e r f i c i a l do solo, de peque
na profundidade, na q u a l o conteúdo de umidade r a p i
damente alcança o grau de saturação;
I I . Zona de transição: região de rápido decréscimo do
conteúdo de umidade do s o l o , alcançando também pe
quenas profundidades;
aproximadamente l i n e a r e n t r e o conteúdo de umidade
e a permeabilidade nesta fase (Israelsen e Hansen,
1965).
IV. Zona de umedecimento: o conteúdo de umidade decres
ce consideralvelmente e e s t a fase termina com a
f r e n t e de umedecimento que é o l i m i t e visível da
penetração da água no s o l o .
Existem vários métodos e maneiras para determinar a
velocidade de infiltração de um s o l o e inúmeras fórmulas f o
ram desenvolvidas para expressar e s t e fenómeno físico. Ber
nardo (1982),menciona que, para irrigação por sulcos, a vve l o c i d a d e de infiltração deve ser determinada pelo método da
"Entrada e Saída" d'água no s u l c o , ou p e l o método do 1I n f i l
trómetro de Sulco", considerando que nesses casos tanto ocor
re infiltração na direção v e r t i c a l como na h o r i z o n t a l .
Dentre as equações que q u a n t i f i c a m a infiltração d a
água em um s o l o , a mais simples e mais empregada na prática
ê a de Kostiakov (1932), c i t a d o por I s r a e l s e n e Hansen(1965),
da forma:
D = K t n
onde:
D = infiltração acumulada no tempo T
K e n= são c o e f i c i e n t e s que dependem das características fí
Segundo Gavande CL979), o parâmetro "K" está associa
do com a infiltração durante o i n t e r v a l o de tempo i n i c i a l ,
p o r t a n t o , depende da e s t r u t u r a e da condição do s o l o no mo
mento em que se a p l i c a a água. Se o s o l o possui fendas e po
ros grandes, o v a l o r de "K" ê r e l a t i v a m e n t e maior que se o
s o l o tem somente poros pequenos. O parâmetro "n" i n d i c a a
forma com que a velocidade se reduz com o tempo, p o r t a n
-t o , depende das variações da e s -t r u -t u r a do s o l o , resul-tan-te do
umedecimento.
Azevedo (1975) demonstrou que o c o e f i c i e n t e "K" da
equação de infiltração acumulada d i m i n u i a medida que aumen
tou o conteúdo i n i c i a l de água no s o l o . Enquanto que o ex
poente "n" não f o i afetado com o conteúdo i n i c i a l de água
do s o l o .
Existem várias o u t r a s equações propostas na l i t e r a t u
-r a , que envolvem estudos mais complexos do p-rocesso de i n
filtração da água no s o l o , como a equação de Green e Ampt
(1911), c i t a d o por Moore (.1981), que tem a seguinte forma:
K . t = F — S . A0 . I n , , F ,
( 1 + S . A6 } w
onde:
K = condutividade hidráulica da zona umedecida.
t = tempo.
F = volume de infiltração.
Sw = p o t e n c i a l c a p i l a r da f r e n t e de umedecimento.
A8 = déficit i n i c i a l de umidade.
f = f c + ( fQ - f c ) e - e t em que: f = infiltração acumulada. = infiltração f i n a l ou básica. fQ = infiltração i n i c i a l (t=0)
3 = parâmetro do s o l o em função da diminuição da v e l o c i d a
de de infiltração.
e = base de l o g a r i t m o n a t u r a l , t = tempo
A equação de P h i l l i p (1959), c i t a d o por Hillelíl971) f
tem a forma:
onde:
I = infiltração acumulada.
S = parâmetro chamado de " s o r p t i v i d a d e " que i n d i c a a capa
cidade de um solo homogéneo em absorver ou l i b e r a r
água.
K = condutividade hidráulica da zona de transmissão,
t = tempo.
2.3 - EFICIÊNCIA DE APLICAÇÃO DE AGUA I = S t 1/2 + K t
A eficiência de aplicação de água de irrigação está
de manejo da água, c u l t i v o s i r r i g a d o s e características do
s o l o . O c o n t r o l e e o maneio adequado da água de irrigação
exigem métodos que permitam v i a b i l i z a r a prática de i r r i g a
ção, desde a sua f o n t e de captação até a sua utilização
pe-las p l a n t a s ( I s r a e l s e n e Hansen, 1965). Segundo Bos e
Nugte-re (1978), quando se p l a n e j a um sistema de irriqação, o mai_
or problema é d e c i d i r que eficiência de aplicação de ácrua de
ve-se u t i l i z a r nos cálculos, considerando que são vários os
f a t o r e s que intervém na sua escolha, sendo as condições de
s o l o , c l i m a , t o p o g r a f i a e manejo as mais i m p o r t a n t e s .
Em todo sistema de irrigação, ocorrem perdas e des
perdícios de água que devem ser considerados, a f i m de d e t e r
minar a v i a b i l i d a d e técnica, económica e s o c i a l do p r o j e t o .
A eficiência de uso da água de um p r o j e t o de irrigação,
de-pende não só das condições edafo-climãticas da área,
cons-trução e operação da obra, mas de f a t o r e s de ordem
agríco-l a , económico, s o c i a agríco-l , agríco-l e g a agríco-l e i n s t i t u c i o n a agríco-l (Grassi, 1968).
Existem vários parâmetros que devem ser determinados,
para p e r m i t i r a n a l i s a r a eficiência de irrigação e, sequndo
Bernardo (1982), os mais importantes são:
2.8.1 - Eficiência de Condução:
É a e s t i m a t i v a de.perda d'água? e n t r e a captação
e a entrada na p a r c e l a de irrigação, expressa pela
se-g u i n t e equação:
onde:
Ec = Eficiência de condução.
Va = Volume a p l i c a d o na área i r r i g a d a .
Vd = Volume d'água derivada da f o n t e .
A eficiência de condução é afetada por perdas por i n
-filtração através das paredes dos c a n a i s , por
transbordamen-t o , vazamentransbordamen-tos em transbordamen-tubulações e em menor i n transbordamen-t e n s i d a d e p e l a eva
potranspiração da vegetação n a t i v a que se propaga nos canais.
2.8.2 - Eficiência de Distribuição:
Ê a e s t i m a t i v a da uniformidade de infiltração
ao longo do s u l c o . Sob condições apropriadas de
mane-j o , o v a l o r da eficiência de distribuição,
normalmen-t e , d e v e r i a ser maior do que 70%, excenormalmen-to em solos
mui-t o permeáveis. É dada pela seguinmui-te equação:
Ed = — x 100 (Di + Df )/2 onde: Ed = Eficiência de distribuição. Df = Lâmina i n f i l t r a d a no f i n a l do sulco. D i = Lâmina i n f i l t r a d a no i n i c i o do sulco. 2.8.3 - Eficiência de Aplicação: Ê a percentagem, do t o t a l de água a p l i c a d o na
p a r c e l a , que ê considerada útil às c u l t u r a s . O v a l o r
plicação é de 60%, sendo que o i d e a l seriam v a l o r e s
a-cima de 70%. É expressa pela seguinte relação:
Ea = — x 100 Dm
onde:
Ea = Eficiência de aplicação.
Df = Lâmina i n f i l t r a d a no f i n a l do sulco.
Dm = Lâmina média a p l i c a d a por s u l c o .
A Lâmina média a p l i c a d a por s u l c o , quando se usa vazão
constante, pode ser c a l c u l a d a pela seguinte equação:
_. Tr x q Dm = — C x E em que: Dm = Lâmina média a p l i c a d a no s u l c o . Tr = Tempo de irrigação. q = Vazão a p l i c a d a . C = Comprimento do sulco. E = Espaçamento e n t r e s u l c o s , ou l a r g u r a da f a i x a de
umede-cimento dos sulcos.
Quando se usa irrigação com redução de vazão, a
lâmi-na média a p l i c a d a durante a irrigação poderá ser calculada
Dm = ( T 2' " T 1 )- q r +-T 1' • q i C x E onde: Dm = Lâmina média a p l i c a d a no s u l c o q i = Vazão i n i c i a l , qr = Vazão reduzida.
T l = Tempo t r a n s c o r r i d o até o momento da redução da vazão.
T2 = Tempo t o t a l de irrigação.
Hansen (1953), c i t a d o por Resende (1972), admite que
uma baixa eficiência de distribuição d'água, em um p r o j e t o
de irriqação, ou inadequada aplicação, muitas vezes, podem
t o r n a r a irrigação indesejável. Nenhum aspecto das
-eficiên-c i a s de irrigação pode ser abandonado, para que se possa t e r
o máximo de rendimento na produção.
Em g e r a l , nas áreas i r r i g a d a s do Nordeste, as eficiên
c i a s são baixas. Leal (1979), avaliando a eficiência de i r r i .
gação no P r o j e t o Bebedouro em P e t r o l i n a - Pernambuco,
encon-t r o u uma eficiência média de aplicação de 33% e uma
eficiên-c i a de distribuição média de 48%.
Azevedo tt alll (1975) recomendam, para melhorar a
eficiência de irrigação, a obtenção de dados para f i n s de d i
mensionamento de p r o j e t o s , em solos já i r r i g a d o s e r e a l i z a
-ção de t e s t e s de infiltra-ção a conteúdo de umidade na f a i x a
de 50 a 70% de água disponível, o que representará melhor as
condições f u t u r a s de manejo do s o l o sob irrigação.
Na irrigação por s u l c o s , as perdas de água poderão o
c o r r e r de três formas d i s t i n t a s : por evaporação durante a i r
rigação; por percolação, abaixo da zona do sistema ... r a d i c u
-l a r ; e por escoamento no f i n a -l do su-lco. As perdas por evapo
ração normalmente não são consideradas e,as perdas por escoa
mento s u p e r f i c i a l no f i n a l do s u l c o , podem ser reduzidas
me-d i a n t e um manejo c r i t e r i o s o me-da irrigação pome-dem ser aprovei,
tadas em algumas situações, ou eliminadas no caso de sulcos
fechados no f i n a l , pressupondo-se um manejo adequado dos mes
mos.
De acordo com Bernardo (1982), perdas d'ãgua por perco
lação resultarão em perdas de n u t r i e n t e s por lixiviação,
pa-ra as camadas abaixo da zona r a d i c u l a r das cultupa-ras,bem
como problemas de afloração do lençol freático nas áreas ã j u
-sante da que está sendo i r r i g a d a , ou na própria área de i r r i
gação, criando problemas p o t e n c i a i s de salinização e
causan-do, com i s s o , b a i x o rendimento da c u l t u r a e baixa eficiência
de irrigação.
Segundo Lopes (1973), a perda por percolação s e r i a e l i
minada, se a irrigação fosse i n s u f i c i e n t e para preencher com
pletamente a zona r a d i c u l a r no f i n a l do sulco. I s t o t r a r i a o
inconveniente de não s a t i s f a z e r a condição básica de repor
ao solo toda a água u t i l i z a d a na zona das raízes. Withers e
Vipond (1978), c i t a m que as perdas por percolação (que são
uma função do índice de avanço da água no s u l c o , da d e c l i v i
-dade do t e r r e n o e da profundi-dade de aplicação), i n f l u e m no
comprimento do sulco a ser u t i l i z a d o em um determinado t i p o
Bishop (1962), u t i l i z a n d o as características de i n f i l
tração d"água do s o l o , e o c o n c e i t o R, propôs a seauinte
e-quação para determinar as perdas por percolação:
P d = (R + 1 )n- Rn x 10 0 (R + 1 ) n+ Rn
em que:
Pd = Perda por percolação.
n = Expoente da equação de infiltração acumulada.
R = Relação e n t r e o tempo e x i g i d o para aplicação da lâmina
desejada no- f i n a l do sulco e o tempo de avanço d'água no
sulco.
Bernardo (1982), apresenta um método mais aproximado,
que c o n s i s t e em d i v i d i r o tempo de avanço e o tempo de i r r i
-gação em quatro i n t e r v a l o s cada um, tomando-se uma variação
l i n e a r dentro de cada i n t e r v a l o , o que será bem mais p r e c i s o
do que tomar uma variação l i n e a r única em todo o tempo de
avanço, ou no tempo e x i g i d o para a aplicação da lâmina de i r
-rigação. 0 comprimento de cada s e t o r , quando d i v i d e - s e o tem
po de avanço em quatro i n t e r v a l o s i g u a i s , é c a l c u l a d o u t i l i
-zando a equação de avanço no s u l c o , ou s e j a :
L1 = C|(0.25 T a )m|
L2 = CK0.50 T a )m - (0*25 T a )m|
L3 = C|(0.75 T a ) m - (0.50 Ta )m |
onde:
, L2, L 3 / = São os comprimentos dos setores quanto d i v i
de-se o tempo de avanço em q u a t r o i n t e r v a
l o s i g u a i s .
C = C o e f i c i e n t e da equação de avanço d 'água no
s u l c o .
Ta = Tempo de avanço,
m = Expoente da equação de avanço d"água no s u l
CO.
e, as lâminas ' i n f i l t r a d a s ' nas extremidades desses
setores podem ser calculadas pelas seguintes equações, em f u n
-ção do v a l o r de R, ou s e j a : Di = d1( R + 1 ) D2 = d1( R + 0,75) D3 = d1( R + 0,50) D4 = d1( R + 0,25) Df = d„Rn sendo:
Di = Lâmina i n f i l t r a d a no início do t r e c h o L^(início do s u l
-co) . D2 = Lâmina i n f i l t r a d a no início do t r e c h o L2 D^ = Lâmina i n f i l t r a d a no início do t r e c h o L^ D4 = Lâmina i n f i l t r a d a no início do t r e c h o L^ Df = Lâmina i n f i l t r a d a no f i n a l do t r e c h o L ^ ( f i n a l do sulco) n d{ = Constante i g u a l a K Ta
n = Expoente da equação de infiltração acumulada.
K = C o e f i c i e n t e da equação de infiltração acumulada.
Ta = Tempo de avanço d'água no s u l c o .
R = Relação e n t r e o tempo necessário para a p l i c a r uma d e t e r
minada lâmina de irrigação no f i n a l do sulco e o tempo
de avanço d'água até o f i n a l do sulco.
U t i l i z a n d o o procedimento a n t e r i o r proposto por Bernar
do (1982), a perda por percolação é dada pela seguinte
e-quação:
(1,75L1 + 1 , 2 5 1 1 , + 0,75L-, + 0,25L.)
P p = ! £ — x n x 100
2 RL
sendo:
Pp = Perda por percolação.
L i = Setores em que f o i d i v i d i d o o s u l c o , i - 1, 2 , 3 e 4
n = Expoente da equação de infiltração acumulada.
R = Relação e n t r e o tempo e x i g i d o para aplicação da Lâmina
desejada no f i n a l do sulco e o tempo de avanço d 'ácrua
no sulco.
L = Comprimento t o t a l do s u l c o .
As perdas por percolação podem ser o b t i d a s também
pe-l a seguinte equação, segundo Bernardo (1982):
onde:
Pp = Perda por percolação.
Dp = Lâmina percolada.
Dm = Lâmina média a p l i c a d a por s u l c o .
As perdas por escoamento s u p e r f i c i a l no f i n a l do sulco
("Runoff"), estão associadas, geralmente, a baixa eficiên
c i a de aplicação de água. A minimização destas perdas podem
ser o b t i d a s , p r i n c i p a l m e n t e , pela redução da vazão i n i c i a l a
p l i c a d a no s u l c o , para um v a l o r de acordo com as caracterís-t i c a s de infilcaracterís-tração do s o l o .
W i l l a r d s o n e Bishop (1967) , propuseram uma equação ge
r a l para estimar a percentagem d'água perdida por
escoamen-t o s u p e r f i c i a l da seguinescoamen-te forma:
Pr = (-—T r _ ) (-^í-)x 100 Ta + Tr qx
onde:
Pr = Perdas por escoamento s u p e r f i c i a l no f i n a l do
sulco-Tr = Tempo e x i g i d o para aplicação da lâmina de irrigação no
f i n a l do sulco.
Ta = Tempo de avanço d"água no s u l c o ,
q f = Vazão que s a i no f i n a l do s u l c o ,
q i = Vazão a p l i c a d a por s u l c o .
A e s t i m a t i v a da percentagem d'água perdida por escoar
mento s u p e r f i c i a l no f i n a l do sulco pode ser o b t i d a , segundo
Pr Dr
Dm x 100
onde:
Pr = Perdas por escoamento s u p e r f i c i a l no f i n a l do sulco.
Dr = Lâmina média e q u i v a l e n t e ao escoamento.
Dm = Lâmina média a p l i c a d a por s u l c o .
Soares alll (1983), determinaram que, a r e u t i l i z a
ção da água escoada ocasionou uma eficiência de irrigação de
65% para R i g u a l a 0,5 e cresceu com o aumento do v a l o r de
R; c o n c l u i r a m ainda que a reutilização da água escoada ocasi.
onou sensível redução no custo t o t a l de bombeamento da água
de irrigação.
Soares (1980), avaliando o sistema de irrigação por
s u l c o , em função do v a l o r de R, sobre as perdas de água por
percolação e por " r u n o f f " , c o n c l u i u que, as perdas por perco
lação tenderam a decrescer e as perdas por escoamento a cres
cer, quando o v a l o r de R aumentou, para um mesmo comprimento
de s u l c o , sob condições de vazão constante.
B r i t o e O l i v e i r a (1980), u t i l i z a n d o dados de W i l l a r d s o n
e Bishop (1967), analisaram e s t a t i s t i c a m e n t e os parâmetros
de características de infiltração do s o l o , v e l o c i d a d e de
a-vanço da água, percolação profunda e escoamento s u p e r f i c i a l
e seus e f e i t o s na eficiência de aplicação por s u l c o , conclu
indo que a percolação profunda evidenciou-se como ..a perda
mais s i g n i f i c a n t e , p r i n c i p a l m e n t e , para o caso de sulcos I o n
gos. A .FIGURA t mostra o esquema i l u s t r a t i v o da irrigação no
D f = LÂMINA INFILTRADA N O FINAL D O S U L C O = LÂMINA NECESSÁRIA Â C U L T U R A
FIG. 1
CAPÍTULO I I I
3 - MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 - CARACTERIZAÇÃO DA ÃREA EXPERIMENTAL
As a t i v i d a d e s de campo do presente t r a b a l h o foram
de-senvolvidas na Base Física de Produção e Experimentação da
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
- EMPARN, em Ipanguaçú-RN, num aluvião de t e x t u r a média.
Suas coordenadas geográficas correspondem"à l a t i t u d e de 5°31'
S u l , l o n g i t u d e de 36°52' Oeste de Greenwich e a l t i t u d e de 67
metros acima do nível do mar. As características climáticas
da Região do Vale do Açú, na qual o r e f e r i d o município está
l o c a l i z a d o , são mostradas na FIGURA 2.
3.2 - CARACTERÍSTICAS FÍSICO-HÍDRICAS DO SOLO ESTUDADO
A análise granulométrica do p e r f i l do s o l o , até a pro
fundidade de 100 cm, em i n t e r v a l o s . d e 2 0 cm, f o i f e i t a a t r a
-vés do método da p i p e t a (Day, 1965).
A capacidade de campo f o i determinada " i n s i t u " . O
método c o n s i s t i u em s a t u r a r o solo até uma determinada p r o f u n -2
didade , u t i l i z a n d o . uma bacia de 2 m. e- cobrindo -.com. plástico
para e v i t a r a evaporação. O t e o r de umidade do solo f o i
de-terminado mediante o método gravimêtrico, em cada camada de
<t 30
JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. J U L . A GO. SET. OUT. NOV. DEZ. M E S E S 200 <•> 100 i i i i r — J i — i r—i
l
i 1 I 1 i 1 ' - ri
i
1 L _ _ ! i 1 SET OUT. NOV. OEZ. JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. J U L . AGO.MESES
FIG. 2 - Climatograma da Região do Acu fonte: SALINAS E BRITO, 1982 (adaptado).
100 cm. Quando a variação do t e o r da umidade tornou-se m i n i
ma, durante duas repetições, a média destes f o i considerada
a capacidade de campo.
O ponto de murcha permanente f o i r e t i r a d o da curva de
retenção de umidade, o b t i d a pelo método da membrana de p r e s
-são d e s c r i t o por Richards (1947), correspondente ã pres-são
de 15 atmosferas.
A densidade do solo f o i determinada, para cada p r o f u n
-didade, através do c i l i n d r o amostrador de Uhland.
3.3 - PARÂMETROS DE IRRIGAÇÃO
3.3.1 - Vazão:
A aplicação d«água nos sulcos f o i f e i t a a t r a
vês de tubos janelados reguláveis, tendo como f o n t e de capta
ção um poço amazonas. Para a mensuração das vazões a p l i c a
das, u t i l i z o u - s e medidores de vazão WSC Flume modelo A. A FI
GURA 3 mostra a curva carga x vazão dos medidores u t i l i z a
-dos .
As vazões a p l i c a d a s nos sulcos foram selecionadas
par-t i n d o - se do c o n c e i par-t o de vazão não e r o s i v a , propospar-to por
Gardner & L a u r i t z e n (1946), c i t a d o s por Hamad & Stringham
(1978)t representado p e l a equação da forma;
qmáx = a | (eq. 1)
onde:
C A R G A , c m
dos na TABELA 1
Com o o b j e t i v o de se q u a n t i f i c a r a vazão máxima não
er o s i v a er e a l testouse mais duas vazões, assumindo v a l o er e s i
-mediatamente s u p e r i o r e i n f e r i o r ã vazão máxima não e r o s i v a
teórica, o b t i d a pela equação 1, e ao mesmo tempo, observan
do-se o grau de erosão causado nos s u l c o s , através da v i s u a
lização da quantidade de partículas arrastadas p e l a água nos
trechos i n i c i a i s do sulco e também observando-se a
quantida-de quantida-de partículas em suspensão na água escoada no f i n a l do
s u l c o .
3.3.2 - Curva de Avanço
As curvas de avanço d'ãgua nos sulcos foram de
terminadas u t i l i z a n d o - s e os v a l o r e s de vazões
emprega-dos quando da determinação da equação máxima não
erosi-va r e a l . 0 método c o n s i s t i u na colocação de estacas ao
longo do s u l c o , em i n t e r v a l o s de 10 metros, e
cronome-t r a r o cronome-tempo gascronome-to pela água para a cronome-t i n g i r cada escronome-taca.
Adotou-se a função de avanço da forma:
L = CTm (eq. 2)
Comprimento do s u l c o , m.
Tempo de avanço, min.
São c o e f i c i e n t e s empíricos da função de avanço. onde:
L
T
GRUPO DE | | g | C o e f i c i e n t e de SOLO | | | correlação Ia | 0.892 | - 0.937 | 0 . 891 I I b | 0.988 | - 0.550 | 0 .724 I I I C | 0.613 | - 0.733 | 0.800 IV d | 0.644 | - 0.704 | 0.729 V e | 1.111 | - 0.615 | 0.731 VI f | 0 . 665 | - 0.548 | 0.921
a) - Solos de t e x t u r a pesada com subsolo e s u b s t r a t o de baixa permeabilidade. A profundidade impermeável s i t u a - s e a mais de 914 mm.
b) - Solos de t e x t u r a moderadamente pesada com subsolo e s u b s t r a t o de baixa permeabilidade. A profundidade impermeável s i t u a - s e e n t r e 508 e 914 mm •
c) - Solos de t e x t u r a média com subsolo e s u b s t r a t o de permeabilidade moderadamente b a i x a . A profundidade
impermeável s i t u a - s e e n t r e 508 e 914 mm •
d) - Solos de t e x t u r a média com subsolo e . s u b s t r a t o de permeabilidade moderadamente b a i x a . A profundidade
impermeável s i t u a - s e e n t r e 254 e 508 mm
e) - Solos de t e x t u r a leve com subsolo e s u b s t r a t o moderadamente permeável. A profundidade impermeável
s i t u a - s e e n t r e 254 e 508 mm.
f ) - Solos de t e x t u r a muito leve com subsolo e s u b s t r a t o de permeabilidade moderadamente rápida. A profundidade impermeável s i t u a - s e a menos de 254 mm.
Os c o e f i c i e n t e s "C" e "m" foram determinados através
de regressão l i n e a r , segundo Gomes (1978).
3.3.3 - Curva de Infiltração
Os t e s t e s de infiltração foram f e i t o s através
do método de "Entrada-Saída" d'água no s u l c o . A medição das
vazões de entrada e saída foram f e i t a s através de
instalação, em cada sulco de t e s t e , de dois medidores WSC
Flume modelo A, d i s t a n c i a d o s e n t r e s i de 20 m. A vazão
u t i l i z a d a f o i a máxima não e r o s i v a r e a l . O procedimento
c o n s i s t i u em se manter no medidor de entrada este v a l o r
de vazão e em i n t e r v a l o s de tempo pré-determinados, medir o
decréscimo da vazão no medidor de saída até a estabilização
de um v a l o r constante. Para representação da infiltração
acumulada no decorrer do tempo, adotou-se a equação da
forma:
D= KTn (eq. 3)
onde:
D = Infiltração acumulada, mm.
T = Tempo, min.
K e n = São c o e f i c i e n t e s que dependem das característcas
físicas do s o l o .
Os c o e f i c i e n t e s "K" e "n" foram determinados através
de regressão l i n e a r , segundo Gomes (1978). A velocidade de
infiltração f o i o b t i d a pela derivação da equação 3 em função
3.4 - AVALIAÇÃO DO MÉTODO DE IRRIGAÇÃO POR SULCOS
A avaliação do método obedeceu os procedimentos
básicos apresentados por Bernardo (1982) , tendo como base a
equação de avanço, a equação de infiltração acumulada e a
relação e n t r e o tempo necessário para se i n f i l t r a r uma
determinada lâmina de irrigação no f i n a l do sulco e o tempo
de avanço d'água no s u l c o , relação e s t a representada por R.
0 parâmetro R está intimamente r e l a c i o n a d o com as
necessidades hídricas das c u l t u r a s nos seus mais d i v e r s o s
estágios de desenvolvimento.
Analisou-se as perdas por percolação e por escoamento
s u p e r f i c i a l no f i n a l do s u l c o , para v a l o r e s de R variando de
1 até 4 e assumindo-se comprimentos de sulcos de 100 m
usados no experimento e mais três v a l o r e s simulados, a
p a r t i r da equação de avanço d"água no s u l c o , de 50; 75 e 125
m. 0 procedimento f o i f e i t o para condição de vazão constante
e mais dois v a l o r e s de vazão r e d u z i d a . A avaliação g e r a l do
sistema f o i f e i t a através da análise da eficiência de
aplicação e de distribuição de água, conforme as equações
relacionadas a s e g u i r :
3.4.1 - Lâmina Média A p l i c a d a por Sulco
D = q x T x 60 (eq. 4) L x E
onde:
D = Lâmina média a p l i c a d a por s u l c o , mm. q = Vazão a p l i c a d a no s u l c o , l / s .
T = Tempo de aplicação, min. L = Comprimento do Sulco, m.
A lâmina média a p l i c a d a quando se faz redução da vazão i n i c i a l é dada por: T, x q i + (T„ - T ) . q r Dm = — ± £ ! x 60 (eq. 5) L x E onde:
= Lâmina média a p l i c a d a quando se reduz a vazão i n i c i a l ,
mm.
= Tempo t r a n s c o r r i d o até o momento da redução, min.
T^ = Tempo t o t a l de irrigação, min.
q i = Vazão i n i c i a l , l / s .
qr = Vazão reduzida, l / s .
3.4.2 - Lâmina I n f i l t r a d a no Início e no F i n a l do sul.
co Di = K ( T a v )n . (R + 1 )n (eq. 6) Df = K ( T a v )n . Rn (eq. 7) onde: Di = Lâmina i n f i l t r a d a no início do s u l c o , mm. Df = Lâmina i n f i l t r a d a no f i n a l do s u l c o , mm.
K/n = C o e f i c i e n t e da equação de infiltração acumulada.
Tav = Tempo de avanço d"água no s u l c o , min.
R = Relação e n t r e o tempo necessário para i n f i l t r a r uma de
terminada lâmina no f i n a l do sulco e o tempo de avan
ço.
-n a l do Sulco Pp = (Dp/Dm) x 100 Pr = (Dr/Dm) x 100 (eq. 8) (eq. 9) em que:
Pp = Perdas por percolação, %
Pr = Perdas por escoamento, %
Dp = Lâmina p e r c o l a d a , mm.
Dr = Lâmina de " r u n o f f " , mm.
3.4.4 - Eficiência de Aplicação e de Distribuição de
Água Sa = (Df/Dm)x 100 (eq. 10) Ed = Bf x 100 (eq. 11) (Di + Df)/2 em que: Ea = Eficiência de aplicação, % Ed = Eficiência de distribuição, %
3.5 - PREPARO DA ÁREA E INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO
I n i c i a l m e n t e o t e r r e n o f o i arado e submetido a uma s i s
tematização l e v e , apenas para u n i f o r m i z a r a superfície do
t e r r e n o , v i s t o que a d e c l i v i d a d e p r e l i m i n a r m e n t e determina
da mostrou-se i d e a l para os t e s t e s . Após a sistematização o
t e r r e n o f o i novamente arado, gradeado e em seguida sulcado.
m a n g u e i r a , f a z e n d o - s e l e i t u r a s d e n t r o d o s s u l c o s em i n t e r v a l o s de 10 m e t r o s . F o r a m f e i t o s 8 s u l c o s com 100 m e t r o s de c o m p r i m e n t o , espaçados e n t r e s i de 1,0 m e t r o . Os s u l c o s a p r e s e n t a r a m d i -mensões médias de 18 cm de a l t u r a e 35 cm de l a r g u r a e d e c l i v i d a d e média de 0.29 %. A n t e s do início d o s t e s t e s , f o r a m f e i t a s 3 irrigações, com o o b j e t i v o de p r o v o c a r o a s s e n t a m e n t o d o s o l o ao l o n a o dos s u l c o s . Os t e s t e s f o r a m r e a l i z a d o s q u a n d o o s o l o a p r e s e n t a v a um conteúdo de u m i d a d e em t o r n o de 5 0 % de água disponí-v e l f d e t e c t a d o atradisponí-vés de determinações d a u m i d a d e do p e r f i l do s o l o , n a s d i v e r s a s camadas m e n c i o n a d a s a n t e r i o r m e n t e , com o auxílio d a c u r v a de retenção de u m i d a d e .
CAPITULO IV
RESULTADOS E DTSCUSSOES
4.1 - PROPRIEDADES FfSICO-HfDRICAS DO SOLO
A análise gramilomêtrica e a classificação t e x t u r a l d o s o l o a p r e s e n t a m - s e n a TABELA 2 . Os v a l o r e s d a c a p a c i d a d e d e campo, d o p o n t o d e m u r c h a p e r m a n e n t e e d a d e n s i d a d e a p a r e n t e são m o s t r a d o s n a TABELA 3• A FIGURA 4 a p r e s e n t a a s c u r v a s d e retenção d e u m i d a d e d a s d i f e r e n t e s camadas d e s o l o , c o n f e c c i o n a d a s a p a r t i r d o s d a d o s a p r e s e n t a d o s n a TABELA 4. O b s e r v a s e q u e a retenção d e u m i -d a -d e a 0,33 a t m -d i m i n u i com a p r o f u n -d i -d a -d e , e i s t o é e x p l i c a do p e l a diminuição d o t e o r d e a r g i l a d o s o l o q u e d e c r e s c e com a p r o f u n d i d a d e . A retenção d e u m i d a d e a 15,0 a t m d i m i -n u i com a p r o f u -n d i d a d e , mas d e uma f o r m a p o u c o a c e -n t u a d a . Ob s e r v a s e também q u e o s v a l o r e s d e c a p a c i d a d e d e campo o b t i -d o s em campo são l i g e i r a m e n t e i n f e r i o r e s àqueles o b t i -d o s em
laboratório, r e f e r e n t e a retenção d e u m i d a d e a 0,3 3 a t m .
4.2 - PARÂMETROS DE IRRIGAÇÃO
A vazão máxima não e r o s i v a teórica, o b t i d a p e l a e q u a -ção 1 , p a r a uma d e c l i v i d a d e média d o s s u l c o s d e 0.29% e v a l o r e s d e a e 0 i g u a i s a 0.613 e - 0 . 7 3 3 , r e s p e c t i v a m e n t e ,
a-TABELA 2 - Distribuição do Tamanho d a s Partículas P r o f u n d i d a d e | A r e i a | S i l t e | A r g i l a | Classificação (cm) % % % T e x t u r a l 0 - 20 50 ,02 40,77 9,21 F r a n c o 20 - 40 52,16 41 ,70 6,14 F r a n c o A r e n o s o 40 - 60 47,97 45,88 6,15 F r a n c o A r e n o s o 60 - 80 53,00 40 ,84 6,16 F r a n c o A r e n o s o 80 - 100 70,65 25,27 4,08 F r a n c o A r e n o s o
TABELA 3 - Características Físico-Hídricas d o S o l o P r o f . (cm) C a p a c i d a d e de Campo (%) P o n t o d e M u r c h a (%) D e n s i d a d e A p a -r e n t e ( g / c n l3) 0 - 20 21 ,8 5,99 1 ,49 20 - 40 19,6 4,31 1 ,50 40 - 50 19,8 5,00 1 ,52 60 - 80 18,4 4,75 1 ,48 80 - 100 16,9 2,72 1 ,46
F I 6 - 4 - C u r v a s c a r a c t e r í s t i c a do solo ate a profundidade de 1 0 0 c m , referente
P r o f u n d i d a d e (cm) Tensão ( a t m ) P r o f u n d i d a d e (cm) 0,10 0,33 1 ,00 5,00 10,00 15,00 0 - 2 0 42,65 28,61 10,71 8,05 6 ,87 5,99 20 - 40 28 ,60 22,07 8,12 6 ,23 5,28 4,31 40 - 60 31 ,95 24,01 7,53 6,11 5,59 5 ,00 60 - 80 33,89 22,54 9,84 7,73 5,61 4 ,75 80 - 100 26,89 14,26 7,52 6,57 4,17 2,72 co