Teoria da Pena
Aplicação da Pena Privativa de
Liberdade
Princípio da Individualização da Pena
Individualização Legislativa Individualização Judicial Individualização Executiva
Direito a quantificação ou individualização da pena – garantia
constitucional
Constituição Federal
Art. 5º, XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará,
entre outras, as seguintes(...)
Código Penal: Cálculo da pena
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
Aplicação da Pena Privativa de
Liberdade
Sistemas de Individualização Judicial da Pena
Pena Estanque – O legislador determina a pena aplicada.
Ex. Pena de Morte, no caso de guerra declarada;
Pena Indeterminada – Não há limites mínimos e máximos.
Se aproxima a pena de prestação inominada;
Pena Relativamente Indeterminada – O legislador define o
patamar máximo. Não há exemplos no Brasil
Sistema Misto – A lei estipula valores mínimo e máximo
para a atividade jurisdicional da aplicação da pena. Aplicado no Brasil (arts. 59 e 68 do CP)
Aplicação da Pena Privativa de
Liberdade
Princípio do NE BIS IN IDEM
Trata-se da proibição da dupla valoração de uma
mesma circunstância.
Se um mesmo fato puder ser considerado como
elementar ou qualificadora do crime, não poderá
ser aplicado nas fases da dosimetria da pena
Se uma mesma circunstância incidir em mais de
uma fase do processo de dosimetria da pena
preponderam as fases finais (porque mais
específicas)
Fases da Dosimetria da Pena
Estabelecer os limites abstratos da pena
analisando as elementares e a presença de
qualificadoras ou privilégios
Elementares e Circunstâncias
Elementar: “ é todo componente essencial da figura
típica, sem o qual esta desaparece (atipicidade
absoluta) ou se transforma (atipicidade relativa).
Encontra-se sempre no chamado tipo fundamental
ou tipo básico, que é o caput do tipo incriminador”
(CAPEZ, 2007, p. 431)
Circunstâncias são dados que subjetivos (ou
pessoais) e objetivos (ou reais) que fazem parte do
fato natural, agravando ou diminuindo a gravidade do
crime sem modificar-lhe a essência (MIRABETE,
2009, p. 281)
Circunstâncias do Crime
Classificação das circunstâncias:
Circunstâncias Judiciais: culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime e comportamento da vítima;
Circunstâncias Legais: qualificadoras, agravantes, atenuantes,
majorantes (causas de aumento) e minorantes (causas de diminuição).
Circunstâncias Gerais ou Genéricas (previstas na Parte Geral do CP): agravantes, atenuantes, majorantes genéricas e minorantes genéricas; Circunstâncias especiais ou específicas (previstas na Parte Especial
do CP): qualificadoras, majorantes específicas e minorantes específicas
Circunstâncias subjetivas (ou pessoais): relacionam-se ao sujeito ativo
do delito, como por exemplo, antecedentes, personalidade, motivos, estado psíquico, reincidência
Circunstâncias objetivas (ou reais): que não estão diretamente
vinculadas à pessoa do agente, como meios, consequências do delito, pessoa da vítima, ocasião
Qualificadoras
Conceito: Circunstâncias legais previstas nas
normas incriminadoras (tipos penais) que
determinam uma maior reprovação ao delito
ampliando os limites legais da pena
cominada. Não se insere em nenhuma das
etapas da aplicação da pena previstas no art.
68 do CP, no entanto deve ser identificada
pelo juiz da sentença de início, antes do
processo de dosimetria da pena privativa de
liberdade.
Qualificadoras - Exemplos
Homicídio simplesArt 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro
motivo torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou
outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro
recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
Qualificadoras - Exemplos
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa;
Formas Privilegiadas
Moeda Falsa
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a,
moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no
país ou no estrangeiro:
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
(...)
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como
verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à
circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido
com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Formas Privilegiadas
Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
(...)
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato
de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Qualificadoras- Exemplos
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº
Cálculo da Pena Privativa de
Liberdade – Sistema Trifásico
1. Fixação da pena-base – circunstâncias judiciais do art. 59 do CP (circunstâncias que proporcionam critérios para se estabelecer a pena-base entre o mínimo e o máximo da pena cominada);
2. Fixação da pena-intermediária – agravantes e atenuantes genéricas (art. 61 ao 66 do CP – permitem a aproximação entre o mínimo e o máximo da pena cominada, sem exceder a nenhum deles);
3. Fixação da pena-definitiva – causas de aumento (majorantes) e causas de diminuição (minorantes). São encontradas na parte geral e especial do CP. “Escalas penais alternáveis posto que permitem ultrapassar os limites da escala ordinária” (Zaffaroni e Pierangeli, 2006, 707)
4. Alguns doutrinadores devem uma quarta fase – substituição das penas
privativas de liberdade por restritivas de direitos.
Discricionariedade (livre convencimento)
Juridicamente Vinculada (fundamentada exposição do raciocínio)
Proibição da dupla valoração da mesma circunstância (ou desvalorização
Circunstâncias do Crime
Circunstâncias Judiciais: circunstâncias que
envolvem o crime, nos aspectos objetivo e
subjetivo, extraídas da livre apreciação do
juiz, desde que respeitados os parâmetros
fixados pelo legislador no art. 59 do Código
Penal, constituindo efeito residual das
circunstâncias legais. (NUCCI, 2007,366).
Circunstâncias Judiciais - Legislação
Fixação da pena
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à
conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites
previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por
Circunstâncias Judiciais
1. Culpabilidade: Elemento de determinação ou medição da pena.
Maior ou menor censurabilidade do comportamento do agente, a maior ou menor reprovabilidade do comportamento praticado( Bitencourt, 2003, p.554).
1. Culpabilidade AbstrataXCulpabilidade Concreta
2. Antecedentes: Vida pregressa em matéria criminal.
I. Considera-se tudo que consta na folha de antecedentes do
réu (processos arquivados ou concluídos com absolvição por falta de provas, por prescrição, registros policiais, infrações administrativas e fiscais.;
I. Atos infracionais/
II. Considera-se apenas as condenações que não são aptas a
gerar reincidência. (Predominante)
I. Súmula 444 do STJ: “É vedada a utilização de inquéritos policiais
e ações penais em curso para agravar a pena-base”.
3. Conduta Social: Comportamento do agente em seu meio social, na família, no trabalho, na escola, no bairro, com os amigos, etc...
Circunstâncias Judiciais
4. Personalidade do agente:Conjunto de caracteres exclusivos de uma pessoa, parte herdade, parte adquirida (NUCCI, 2007, p.373).
Fatores Positivos: bondade, calma, paciência,
amabilidade, maturidade, responsabilidade, coragem, honestidade, tolerância, solidariedade;
Fatores Negativos: maldade, agressividade (hostil),
impaciência, rispidez, irresponsabilidade, covardia, frieza, insensibilidade, intolerância, desonestidade, soberba, inveja, cobiça, egoísmo.
5. Motivos: Fonte propulsora da vontade criminosa. Para a fixação da pena deve-se considerar a natureza e a qualidade dos motivos, que podem ser: imorais ou
anti-Circunstâncias Judiciais
6. Circunstâncias do crime: Forma e natureza da ação delituosa, os meios utilizados, objeto, tempo, lugar, forma de execução e outras semelhantes.
7. Conseqüências do crime: É o mal causado pelo crime, que transcende ao resultado típico.
8. Comportamento da vítima:É o modo de agir da vítima que pode levar ao crime. Exemplos:
Exibicionismo – crimes contra o patrimônio; Mundano – crimes contra a dignidade sexual;
Velhaco (que gosta de viver levando vantagem) –
estelionato;
Agressivo – crimes contra a pessoa (homicídio e
Agravantes
Conceito: circunstâncias legais que permitem o
aumento da pena intermediária, em percentuais não
fixados em lei conforme atividade discricionária do
juiz da sentença.
Incidência: aplicação obrigatória, salvo quando as
circunstâncias
já
atuarem
como
elementos
constitutivos ou qualificadoras do crime.
Fundamento Legal
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena,
quando não constituem ou qualificam o crime:
Exemplos
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
Aborto
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
Exemplos
Violação do segredo profissional
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo,
ofício, ministério ou profissão; Incêndio
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
Qualificadoras - Exemplos
Homicídio simples Art 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
Qualificadoras - Exemplos
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro
do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: II - ter o agente cometido o crime: e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
Agravantes - Legislação
Circunstâncias agravantesArt. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o crime: a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
Agravantes - Legislação
Circunstâncias agravantes
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:(f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
Agravantes – Concurso de Pessoas
Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a
atividade dos demais agentes;
II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.
Reincidência
É a prática de um crime após condenação definitiva, no Brasil
ou no exterior (desde que homologada a sentença estrangeira pelo STF – art. 9º do CP). “É aquele que comete novo delito nos cinco anos depois da extinção da sua última pena” (NUCCI, 2007, p.390).
Primário: o que não é reincidente. Incidência:
1. Crime e Crime (Fundamento legal – Código Penal, art.63);
2. Crime e Contravenção (Fundamento legal – Lei de
contravenções Penais);
3. Contravenção e Contravenção (Fundamento legal – Lei de
Reincidência
Não Incidência:
1.
Contravenção e Crime (Fundamento legal –
Código Penal, art.63);
2.
Crime e Crime decorrido o período
depurador de 5 anos (quinquídio);
3.
Crime Militar próprio e Crime comum;
4.
Crime Político e Crime comum;
Lei de Contravenções Penais Decreto
Lei 3.688/41
Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o
agente pratica uma contravenção depois de
passar em julgado a sentença que o tenha
condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por
qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de
contravenção.
Reincidência
Início da contagem do período depurador:
1.
Data do cumprimento da pena;
2.
Data da extinção da pena;
3.
Início do período de prova do Sursis, sem
revogação;
4.
Início
do
período
do
Livramento
Reincidência
Crime Militar próprio: previstos unicamente
no Código Penal Militar (sujeito ativo
próprio).
Crime Político: que ofende interesse político
do Estado (integridade territorial, soberania,
regime representativo, poderes estatais,
etc.
Exemplo – Crime Militar Próprio
Motim
Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:
I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la;
II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando violência;
III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, em comum, contra superior;
IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou dependência de qualquer dêles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de transporte, para ação militar, ou prática de violência, em desobediência a ordem superior ou em detrimento da ordem ou da disciplina militar:
Pena - reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um têrço para os cabeças.
Reincidência - Legislação
ReincidênciaArt. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
Art. 64 - Para efeito de reincidência:
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;
Atenuantes
Conceito: São circunstâncias de caráter objetivo ou
subjetivo, que servem para expressar uma menor
culpabilidade, sem qualquer ligação com a tipicidade,
devendo o juiz diminuir a pena dentro do mínimo e
do máximo, em abstrato, previstos pela lei. Portanto,
por maior que seja o número de atenuantes
presentes, não há possibilidade de se romper o piso
estabelecido no tipo penal (NUCCI, 2007, p. 394).
STJ Súmula nº 231 - A incidência da circunstância atenuante não
Atenuantes – Concurso entre
agravantes e atenuantes
Circunstâncias Subjetivas: dados vinculados ao
criminoso;
Circunstâncias
Objetivas:
informações
relacionadas ao fato criminoso.
A questão da menoridade penal relativa (entre 18 e
21 anos)
Ordem de Preponderância:
1.
Entre as circunstâncias subjetivas preponderam as
seguintes: motivos, personalidade e reincidência.
Legislação
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.
Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.
Atenuantes - Legislação
Circunstâncias atenuantesArt. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;
II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
Conflito entre agravantes e atenuantes
Reincidência e Confissão Espontânea: Concurso
A agravante da reincidência prepondera sobre a atenuante da confissão espontânea, a teor do art. 67 do CP (“No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.”). Com base nesse entendimento, a Turma indeferiu habeas corpus em que a Defensoria Pública da União requeria a compensação da agravante da reincidência com a atenuante da confissão espontânea, na 2ª fase da imposição de pena ao réu.
HC 102486/MS, rel. Min. Cármen Lúcia, 6.4.2010. (HC-102486)
MAJORANTES E MINORANTES
Causas modificativas da pena, que o Código denomina causas de
aumento e de diminuição, são fatores de aumento ou redução da pena, estabelecidos em quantidades fixas (ex.: metade, dobro, triplo, um terço) ou variáveis (ex.: de um a dois terços).
Majorantes e minorantes genéricas: previstas na parte geral;
Majorantes e minorantes específicas: previstas na parte especial Diferenças entre qualificadoras e majorantes e minorantes:
Qualificadoras – tipos derivados com novos limites mínimo e
máximo. Incidem em etapa anterior ao processo trifásico de cálculo da pena privativa de liberdade.
Majorantes e Minorantes – simples causas modificadoras da
Concurso entre majorantes e minorantes
específicas (parte especial)
Art. 68...
Parágrafo único - No concurso de causas de
aumento ou de diminuição previstas na parte
especial, pode o juiz limitar-se a um só
aumento ou a uma só diminuição,
prevalecendo, todavia, a causa que mais
aumente ou diminua.
Exemplos
Art. 14 - Diz-se o crime:
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois
terços.
Arrependimento posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de
um a dois terços.
Art. 26 –
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Exemplos
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em
qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
Exemplos
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3
(um terço), se o crime resulta de inobservância de
regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima,
não procura diminuir as conseqüências do seu ato,
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um
terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de
14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
Exemplos
Aborto provocado por terceiro
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.