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ACÚMULO DE MACRONUTRIENTES NA CULTURA DO SORGO GRANÍFERO NA SAFRINHA

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ACÚMULO DE MACRONUTRIENTES NA CULTURA DO SORGO GRANÍFERO NA SAFRINHA

IRAN DIAS BORGES1, ANTÔNIO AUGUSTO NOGUEIRA FRANCO2, MARCOS KOITI KONDO2, DENIZE CARVALHO MARTINS1, ELAINE CRISTINA TEIXEIRA3 e SILVINO GUIMARAES MOREIRA1

1Universidade Federal de São João del-Rei, Sete Lagoas, MG, Brasil - idb@ufsj.edu.br, denizecarvalhom@yahoo.com.br, silvino@ufsj.edu.br 2Universidade Estadual de Montes Claros, Janaúba, MG, Brasil - antonioaugustonf@yahoo.com.br, marcoskondo@gmail.com 3Instituto Federal Baiano, Guanambi, BA, Brasil - laineiteixeira@hotmail.com

Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.15, n.2, p. 294-304, 2016

RESUMO - Este trabalho teve como objetivo determinar o acúmulo de matéria seca e macronutrientes nos diferentes estádios fenológicos da cultura do sorgo granífero no período da safrinha. Foi instalado um experimento em condições de campo com irrigação complementar em um latossolo vermelho distrófico no município de Janaúba, MG, utilizando o híbrido de sorgo granífero DKB 599. Utilizou-se o delineamento de blocos casualizados, com quatro repetições. Foram determinados a marcha de absorção de macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) e o acúmulo de matéria seca do caule, folhas, panícula e grãos de sorgo. O sorgo granífero (DKB 599), plantado na safrinha, alcança o máximo acúmulo de massa seca e macronutrientes N, P, K, Ca, Mg e S durante o estágio de grãos duros, final do ciclo. O acúmulo de macronutrientes na parte aérea de sorgo granífero na safrinha (DKB 599) tem a seguinte ordem decrescente: K > N > Ca > P > Mg > S.

Palavras-chave: Sorghum bicolor, crescimento, acúmulo, nutrientes, exportação.

MACRONUTRIENTS ACCUMULATION IN OFF-SEASON GRAIN SORGHUM

ABSTRACT – The present study aimed to determine the curves of accumulation of dry mass and macronutrients in grain sorghum in the off-season period. For this, a field experiment was installed in an Oxisol in the municipality of Janauba-MG using the grain sorghum hybrid DKB599. A randomized block design was used, with four replications to determine the course of macronutrient uptake (N, P, K, Ca, Mg and S ) and dry matter accumulation. in stems, leaves, panicle and grains. The off-season grain sorghum (DKB 599) reaches the maximum accumulation of dry mass and macronutrients during the stage of hard grains, the end of the cycle. The accumulation of macronutrients in the shoots presented the following descending order: K> N> Ca> P> Mg> S.

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O sorgo granífero é uma cultura que vem ga-nhando destaque no mercado por apresentar boas ca-racterísticas nutritivas e as práticas de cultivo serem muito semelhantes à cultura do milho (Neumann et al., 2004). Além de possuir boa adaptação em diver-sos ambientes, principalmente em condições de de-ficiência hídrica (Mariguele & Silva, 2002), sendo adequado para plantio de sucessão na safrinha.

Na época em que ocorre a semeadura do sorgo safrinha, entre os meses de janeiro e março, os fatores temperatura e luminosidade, volume e a frequência de chuvas costumam ser oscilantes e insuficientes, reduzindo a probabilidade do adequado atendimento da demanda hídrica da maioria das culturas (Goes et al., 2011). A região Norte de Minas Gerais identifica-se com esidentifica-se contexto agroclimático ao qual a cultura está bem adaptada.

O sorgo também pode beneficiar os plantios na safra, pois os resíduos remanescentes da cultura semeada na safrinha protegem o solo da área e pro-movem a reciclagem de nutrientes para a cultura a ser implantada na safra (Albuquerque et al., 2013).

Informações sobre extração de nutrientes pelo sorgo em diferentes níveis de produtividade devem ser tomadas como referência para definição do ma-nejo da fertilidade do solo visando a melhor explo-rar o potencial produtivo das cultivares atualmente disponíveis no mercado. Ao contrário do que muitos entendem, a característica de rusticidade do sorgo não significa que a planta não precise de nutrientes ou não responda à adubação. À semelhança de outras cultu-ras anuais, o sorgo pode apresentar elevada exigência nutricional, sobretudo quando se buscam altos índi-ces de produtividade.

Nos últimos anos, a agricultura brasileira, de modo geral, vem passando por importantes mudanças tecnológicas, resultando em aumentos significativos

da produtividade. Dentre essas tecnologias, destaca-se a conscientização dos agricultores da necessidade da melhoria na qualidade dos solos, visando a maior sustentabilidade na atividade. Essa melhoria está nor-malmente relacionada ao manejo adequado dos solos.

As necessidades nutricionais do sorgo, assim como de qualquer planta, são determinadas pelas quantidades totais de nutrientes absorvidos. O conhe-cimento dessas quantidades permite estimar as taxas que são exportadas por meio da colheita dos grãos ou da forragem e as taxas que podem ser restituídas ao solo por meio dos restos culturais. Dessa forma, a disponibilidade de nutrientes deve estar sincroni-zada com o requerimento da cultura, em quantidade, forma e tempo (Bull & Cantarella, 1993). Assim, um programa racional de adubação deve envolver, prin-cipalmente, o requerimento nutricional de acordo com a finalidade de exploração, grãos ou forragem; os padrões de absorção; e o acúmulo dos nutrientes, principalmente N e K (Bull, 1993).

O requerimento nutricional varia diretamen-te com o podiretamen-tencial de produção. Pitta et al. (2001), estudando a extração de nutrientes pela cultura do sorgo em diferentes níveis de produtividade, verifi-caram que a extração de N, P, K, Ca e Mg aumentou linearmente com o acréscimo na produtividade e que a maior exigência do sorgo refere-se ao N e K, segui-dos do Ca, Mg e P. Cantarella et al. (1996), estudando a extração de macronutrientes pela cultura do sorgo, concluíram que, para a produção de uma tonelada de grãos, são exportados 17, 4, 5 e 1,2 kg ha-1 de N, P, K e S, respectivamente.

No que se refere à exportação dos nutrientes pelo sorgo, o P e o N são quase todos translocados para os grãos, seguindo-se o Mg, o K e o Ca. Isso implica em que a incorporação dos restos culturais do sorgo devolve ao solo parte dos nutrientes,

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prin-cipalmente K, Ca e Mg, contidos na palhada. Entre-tanto, mesmo com a manutenção da palhada na área de produção, e em decorrência das grandes quantida-des que são exportadas pelos grãos, faz-se necessária a reposição desses nutrientes em cultivos seguintes (Fribourg et al., 1976). É necessário, portanto, para manter a fertilidade do solo, que se procure efetuar a restituição dos nutrientes extraídos pelas culturas, bem como dos nutrientes lixiviados e perdidos pe-los processos de lixiviação e erosão. A adubação de “restituição” deve devolver ao solo as quantidades de nutrientes que as plantas exportam. Esta adubação deve ser preferencialmente adotada para restituir as quantidades de macro e micronutrientes exportados pelas colheitas (Maggio, 2006). Essa prática evita que o solo se esgote ou que se torne deficiente em algum nutriente, visto que a deficiência de nutrientes pode causar severas reduções no crescimento e desenvol-vimento das plantas (Staud, 1996).

A escassez de informações quanto às exigências nutricionais de cultivares de alto potencial produtivo justifica a realização de estudos que contemplem estes materiais genéticos quanto a essas exigências (quanto de e quando aplicar determinado nutriente). Isso con-tribuirá para aumentar a eficiência no manejo da adu-bação, o que possibilitará aumento na produção e redu-ção de custos na lavoura, pela utilizaredu-ção mais racional e eficiente dos fertilizantes e do solo (Borges, 2006).

Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi de-terminar o acúmulo de macronutrientes e o acúmulo de matéria seca nos diferentes estádios fenológicos da cultura do sorgo granífero no período da safrinha.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido em condições de campo com irrigação complementar na fazenda

experimental da Unimontes, no município de Janaú-ba, MG (15º 47’ 50” de latitude Sul e 43º 18’ 31” de longitude Oeste, com altitude de 516 m). O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo AW. O solo da área experimental foi um latossolo vermelho distrófico, de textura franco argilosa, com as seguintes características da camada superficial (0-0,20 m): 38 dag kg-1 de argila; pH em H 2O de 5,9; 6,5 mg dm-3 de P (Mehlich -1); 141 mg dm-3 de K+; 3,3 cmolc dm-3 de Ca2+ ; 0,7 cmol c dm-3 de Mg2+; 1,3 cmolc dm-3 de H + Al; e 3,6 dag kg-1 de matéria orgânica. A correção da fertilidade e as adubações de semeadura e cobertura foram realizadas considerando a análise química do solo e as recomendações para o estado de Minas (Ribeiro et al., 1999).

A semeadura foi realizada na segunda semana de fevereiro, utilizando-se o híbrido de sorgo granífe-ro DKB 599 na densidade final de 180.000 plantas ha -1. A adubação de semeadura foi composta por 20, 150 e 50 kg ha-1 de N, P

2O5 e K2O, respectivamente, mais 1,5 kg ha-1 de Zn. Foram realizadas três adubações de cobertura, sendo a primeira quando as plantas esta-vam com 4-5 folhas totalmente expandidas, aplican-do-se 300 kg ha-1 da formulação 30:0:20; a segunda quando as plantas estavam com 6-7 folhas totalmente expandidas, aplicando-se 200 kg ha-1 da formulação 30:0:20; e a terceira aplicação foi realizada quando as plantas estavam com 8 folhas, aplicando 300 kg ha-1 de sulfato de amônio.

As parcelas foram constituídas por quatro li-nhas de plantio, espaçadas entre si em 0,6 m, com 5 m de comprimento, sendo as duas linhas centrais consideradas úteis para efeito de coleta de dados e observações, desprezando 0,5 m na extremidade de cada uma delas.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições, sendo

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que as coletas de plantas foram realizadas em nove épocas distintas, caracterizadas pelo estádio fenoló-gico da cultura (T1 = 3 folhas totalmente expandidas; T2 = 5 folhas totalmente expandidas; T3 = 7 folhas totalmente expandidas; T4 = diferenciação primórdio floral; T5 = 80 % área foliar total / pré-emergência da panícula; T6 = folhas totalmente expandidas; T7 = liberação de pólen nas panículas; T8 = grão leitoso / pastoso; T9 = camada negra no grão). Na definição das épocas, foram consideradas as três etapas de cres-cimento da planta de sorgo (EC1, EC2 e EC3) (Gior-da, 2008; Rodrigues, 2010), adotando-se três épocas de coleta das plantas em cada uma delas.

As plantas da área útil de cada parcela (8 m lineares) foram cortadas rente ao solo e transporta-das, em feixe, para o Galpão de Grandes Culturas da Unimontes. O material vegetal foi separado em colmo, folhas, panícula e grãos. Posteriormente, retiraram-se amostras representativas de cada par-te vegetal, sendo essas lavadas em água correnpar-te e depois em água destilada, secas em estufa de circu-lação forçada a 65 ºC, até massa constante, determi-nada a matéria seca e moídas. Em seguida, as amos-tras foram submetidas às determinações químicas dos teores de macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) na matéria seca das diferentes partes da planta. Por meio da mistura de ácidos nítrico-perclórico, foram determinados os teores de P por colorimetria; Ca e Mg por espectrofotometria de absorção atômica; K por fotometria de chama; e S por turbidimetria. Os teores de N total foram determinados pelo método semimicro Kjeldahl.

Os valores totais de matéria seca obtidos de cada parte da planta foram convertidos para kg ha-1. A matéria seca total da parte aérea das plantas foi obtida com o somatório dos valores de MS das partes (folha, caule, panículas e grãos) nas parcelas.

Foi calculado o acúmulo de cada nutriente em cada parte da planta por meio da relação do teor do nutriente nas mesmas pela matéria seca de cada parte, conforme fórmula abaixo e, posteriormente, os valo-res obtidos foram transformados para kg ha-1.

Acúmulo (g do nutriente / parte)

= MS da parte (g) x teor do nutriente na parte (%) 100

Por se tratar de dados quantitativos e haver, portanto, correlação funcional entre x (DAE) e y (va-riável resposta) para explicar fisiologicamente a mar-cha de absorção e o acúmulo de nutrientes na cultura do sorgo, utilizaram-se modelos de regressão não li-near, função Gaussian com três parâmetros, descrito a partir da seguinte equação genérica:

a 1 + exp

_ x – xo b

ŷ=

em que: ŷ = acúmulo de nutrientes; a = correspon-de ao valor correspon-de máximo acúmulo; x0= corresponde ao valor de x, em DAE, que proporciona o máximo em ŷ; e b = corresponde à amplitude no valor de x, em DAE, entre o ponto de inflexão e o ponto de máxima. O ponto de inflexão (PI) corresponde ao momento em que ocorreram as taxas máximas de acúmulos de matéria seca e de nutrientes nas plantas de sorgo.

Resultados e Discussão

O acúmulo de matéria seca (MS) pela planta de sorgo granífero é lento inicialmente, observando que até o estádio fenológico de cinco folhas expan-didas, aos 20 DAE, houve pouco incremento de MS pela planta (Figura 1). Isto se justifica devido aos pri-meiros 30 DAE, a planta se encontra no estádio de diferenciação do ponto de crescimento e praticamente

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toda a MS acumulada deriva do crescimento das fo-lhas (Fornasieri Filho & Fornasieri, 2009).

Pelas informações da Figura 1, constatou-se que, a partir do estádio fenológico de 7 folhas expan-didas, há incremento acentuado na MS do sorgo, al-cançando sua máxima produção de 13.067 kg ha-1 de MS aos 92 DAE (Tabela 1). Resultados semelhantes foram obtidos em milho por Duarte et al. (2003), que

observaram em seu estudo que o máximo acúmulo de MS de 16.210 kg ha-1 ocorreu aos 92 DAE.

O ciclo de desenvolvimento até a maturidade do híbrido DKB 599 foi de 102 DAE (Figura 1) e o PI foi aos 61 DAE (Tabela 1), demonstrando a precoci-dade do material genético e também a necessiprecoci-dade de uma adubação adequada, uma vez que o período de demanda por nutrientes pela cultura é menor.

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 0 17 34 51 68 85 102 M at ér ia seca (k g ha -1)

Dias após a emergência

Folha Caule Panícula Grão Total Variáveis

dependentes Estimativa dos parâmetros do modelo ajustado

(2) PI R2

A X0 B (X0– b)

kg ha-1 dias após a emergência

Folha 4923,28 ** 75,31 ** 29,27 ** 46 0,96

Caule 3780,88 ** 81,13 ** 24,43 ** 57 0,94

Panícula 570,25 ** 88,58 ** 20,71 ** 68 0,93

Total (1) 13067,30 ** 91,59 ** 30,63 ** 61 0,99

Tabela 1. Estimativas dos parâmetros dos modelos ajustados para o acúmulo de matéria seca total, folha, caule e panícula em função do tempo e os respectivos valores do ponto de inflexão (PI).

(1) Somatório da MS das folhas, caule, panícula e grãos. (2) a: corresponde ao valor de máximo acúmulo; X0: corresponde ao valor de x, em DAE, que proporciona o máximo em ŷ; b: corresponde à amplitude no valor de x, em DAE, entre o ponto de inflexão e o ponto de máximo. **: significativo a 1% pelo teste t.

Figura 1. Acúmulo de matéria seca total das respectivas partes da planta amostradas em função dos dias após a emergência.

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A marcha de absorção dos macronutrientes primários (N, P e K) e seus respectivos acúmulos re-lativos (%) estão apresentados na Figura 2; por sua vez, os parâmetros do modelo ajustado estão descri-tos na Tabela 2. Como era de se esperar, o acúmulo de N, P e K foi lento até os 20 DAE (Figura 2a, c, e), pois neste estádio fenológico a planta ainda pos-sui um sistema radicular em desenvolvimento. No

entanto, é de suma importância esse período, uma vez que o potencial de desenvolvimento da planta é determinado, além do que a planta inicia seu “ríodo de grande desenvolvimento” a partir desse pe-ríodo (Fornasieri Filho & Fornasieri, 2009). Além disso, todo o N, P e K absorvidos são alocados para o desenvolvimento das folhas (Figura 2b, d, f); isto ocorrendo até os 28 DAE.

(a) (b) (c) (d) (e) (f)

Figura 2. Marcha de absorção dos macronutrientes primários e respectivo acúmulo relativo nas partes das plantas em função dos dias após a emergência. (a) e (b): nitrogênio; (c) e (d): fósforo; (e) e (f): potássio.

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Com o desenvolvimento da planta, isto é, o au-mento no número de folhas e raízes, ocorreu incre-mento acentuado da taxa de acúmulo dos nutrientes a partir dos 28 DAE, estádio fenológico de 7 folhas expandidas (Figura 2a, c, e) e os pontos de máximo acúmulo foram distintos entre os macronutrientes primários (Tabela 2), observando que, para o N, foi

aos 91 DAE, o P aos 102 DAE (final do ciclo) e o K aos 82 DAE. Além disso, os valores obtidos foram de 262,22; 45,64 e 301,84 kg ha-1 de N, P e K, respec-tivamente, e o PI para cada nutriente foi de 58 DAE (N), 71 DAE (P) e 51 DAE (K).

Fica evidente, pela Figura 2, que a partir dos 60 DAE houve redução da proporção de nutrientes Tabela 2. Estimativas dos parâmetros dos modelos ajustados para o acúmulo de nitrogênio, fósforo e potássio em função do tempo e os respectivos valores do ponto de inflexão (PI).

(1) Somatório da MS das folhas, caule, panícula e grãos. (2) a: corresponde ao valor de máximo acúmulo; X0: corresponde ao valor de x, em DAE, que proporciona o máximo em ŷ; b: corresponde à amplitude no valor de x, em DAE, entre o ponto de inflexão e o ponto de máximo. **: significativo a 1% pelo teste t; *: significativo a 5% pelo teste t.

Variáveis

dependentes Estimativa dos parâmetros do modelo ajustado

(2) PI R2

a X0 B (X0– b)

kg ha-1 dias após a emergência

Nitrogênio Folha 120,61 ** 70,79 ** 28,10 ** 43 0,97 Caule 52,98 ** 74,23 ** 22,83 ** 51 0,90 Panícula 10,84 ** 81,11 ** 17,97 ** 63 0,88 Total (1) 262,22 ** 91,16 ** 33,17 ** 58 0,99 Fósforo Folha 15,28 ** 71,84 ** 30,19 ** 42 0,96 Caule 6,34 ** 68,02 ** 17,13 ** 51 0,91 Panícula 1,35 ** 80,67 ** 17,10 ** 64 0,91 Total 45,64 ** 112,98 ** 41,91 ** 71 0,99 Potássio Folha 132,03 ** 71,59 ** 30,25 ** 41 0,96 Caule 141,75 ** 78,32 ** 24,95 ** 53 0,91 Panícula 7,39 ** 93,36 ** 24,01 ** 69 0,88 Total 301,84 ** 81,54 ** 30,32 ** 51 0,97

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(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

Figura 3. Marcha de absorção dos macronutrientes secundários e respectivo acúmulo relativo nas partes das plantas em função dos dias após a emergência. (a) e (b): cálcio; (c) e (d): magnésio; (e) e (f): enxofre.

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acumulados nas folhas e caules, expressa como por-centagem do total acumulado na planta, ou seja, os nutrientes foram translocados das partes vegetativas para formação das estruturas reprodutivas do sorgo. Verifica-se que, ao final do ciclo (maturidade fisioló-gica), a participação no acúmulo de nutrientes pelo grão foi de 57%, 71% e 23% de N, P e K,

respectiva-mente. A folha foi a principal fonte de redistribuição de N e P, sendo constatada porcentagem de acúmulo relativo de 66% e 67% aos 60 DAE de N e P e, ao final do ciclo, observaram-se valores de 28% para o N e 23% para o P.

Como comentado anteriormente, o K foi o nu-triente mais acumulado pelo sorgo. Além disso, outra Tabela 3. Estimativas dos parâmetros dos modelos ajustados para o acúmulo de cálcio, magnésio e enxofre em função do tempo e os respectivos valores do ponto de inflexão (PI).

(1) Somatório da MS das folhas, caule, panícula e grãos. (2) a: corresponde ao valor de máximo acúmulo; X0: corresponde ao valor de x, em DAE, que proporciona o máximo em ŷ; b: corresponde à amplitude no valor de x, em DAE, entre o ponto de inflexão e o ponto de máximo. **: significativo a 1% pelo teste t; *: significativo a 5% pelo teste t.

Variáveis dependentes

Estimativa dos parâmetros do modelo ajustado (2) PI R2

a X0 B (X0– b)

kg ha-1 dias após a emergência

Cálcio Folha 32,25 ** 76,86 ** 31,70 ** 45 0,93 Caule 13,26 ** 80,20 ** 24,83 ** 55 0,95 Panícula 2,08 ** 91,65 ** 21,85 ** 70 0,93 Total (1) 55,68 ** 86,16 ** 32,09 ** 54 0,98 Magnésio Folha 8,89 ** 73,29 ** 29,38 ** 44 0,93 Caule 4,15 ** 74,46 ** 22,23 ** 52 0,94 Panícula 0,94 ** 83,25 ** 17,25 ** 66 0,95 Total 21,52 ** 94,44 ** 33,41 ** 61 0,99 Enxofre Folha 6,49 ** 70,31 ** 32,75 ** 38 0,91 Caule 4,15 ** 80,64 ** 24,77 ** 56 0,92 Panícula 0,79 ** 84,77 ** 19,54 ** 65 0,90 Total 14,17 ** 91,51 ** 36,45 ** 55 0,98

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característica observada por esse nutriente foi que a distribuição desse elemento não seguiu a tendên-cia verificada pelo N e P, pois a maior parte do K se encontrava alocada nos colmos e não nas folhas, verificando que, aos 102 DAE, 40% do total acu-mulado se encontrava no colmo e somente 34% nas folhas.

De maneira geral, apesar da alta exigência de K pelo sorgo (301,84 kg ha-1) e de ter caráter granífero, ou seja, exportação de grãos, aproximadamente 75% do absorvido é passível de retornar ao solo, sugerindo uma alternativa de cultura recicladora de K.

As curvas de acúmulo e as porcentagens dos macronutrientes secundários encontram-se apresen-tadas na Figura 3; já a estimativa dos parâmetros dos modelos ajustados na Tabela 3. Os resultados obtidos demonstraram que a planta de sorgo tem o seu máxi-mo acúmulo em dias bem próximáxi-mos, observando que para o Ca foi aos 86 DAE, para o Mg aos 94 DAE e o S aos 92 DAE, assim como quando analisamos o PI para esses elementos, constatamos proximidade nos DAE, sendo que para o Ca, Mg e S os dias para o ponto de inflexão são de 54, 61 e 55, respectivamente. Inferindo que os acúmulos desses nutrientes seguem uma mesma tendência. No entanto, deve-se salientar as diferenças entre o requerimento do sorgo para cada nutriente; no caso do Ca, a quantidade necessária para o sorgo foi de 55,68 kg ha-1; Mg de 21,52 kg ha-1; e do S de 14,17 kg ha-1.

A redistribuição do Ca pela cultura do sorgo granífero é relativamente baixa e, apesar da quanti-dade alta absorvida, a sua translocação para os grãos é pouca; isso se deve ao seu papel estrutural na planta. Analisando a Figura 1b, notamos que em ne-nhuma época amostrada a porcentagem de acúmulo de Ca foi inferior a 50%, sendo que, aos 102 DAE, quando se deu a maturidade fisiológica dos grãos,

sua participação na folha foi de 52% e, no grão, foi de apenas 26%.

Com relação à distribuição do Mg e S na planta (Figura 1d, f), constatou-se que, assim como para N e P, houve maior contribuição da folha para o desen-volvimento do grão. Para o Mg, essa contribuição foi percebida, uma vez que a porcentagem de acúmulo aos 60 DAE era de 68%, decrescendo para 31% aos 102 DAE, e, no caso do S, a tendência é a mesma, ou seja, aos 60 DAE a porcentagem de acúmulo era de 59%, diminuindo para 34% aos 102 DAE.

Conclusões

O sorgo granífero (DKB 599), plantado na sa-frinha, alcança o máximo acúmulo de massa seca e macronutrientes N, P, K, Ca, Mg e S durante o estágio de grãos duros, final do ciclo.

O acúmulo de macronutrientes na parte aérea de sorgo granífero na safrinha (DKB 599) tem a se-guinte ordem decrescente: K > N > Ca > P > Mg > S.

Agradecimentos

À Fapemig, pelo apoio financeiro e pela con-cessão de bolsas ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal no Semiárido da Universidade Es-tadual de Montes Claros.

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Figura 1. Acúmulo de matéria seca total das respectivas partes da planta amostradas em função dos dias  após a emergência.
Figura 2. Marcha de absorção dos macronutrientes primários e respectivo acúmulo relativo nas partes das  plantas em função dos dias após a emergência
Figura 3. Marcha de absorção dos macronutrientes secundários e respectivo acúmulo relativo nas partes das  plantas em função dos dias após a emergência

Referências

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