g
UNTVERSIDADE DE
EVORA
MESTRADO EMPSICOLOGIA
DESEITI\ioLVIMENTO E
INTERVENçÃo
ru
CoNTEXTOEDUCATM
Estudos
deAvaliação do
Processo
deIntervenção do
Programa
t'Futu ro
Bué!"
Dissertação de Mestrado de:
Maria João Fachadas Coelho Calado Cortes
C)rientadoras:
Prof. Doutora Adelinda Araújo Candeias
Prof. Doutora Maria do Céu Taveira Castro Silva Bras Cunha
Evora Outubro 2ü)7
g
uNrvERsrDADE
DE
Évona
MESTRADO EM PSICOLOGIA
DESEN\IOLVIMENTO E INTERVENÇÃO
EU
CONTEXTO EDUCATIVOEstudos
deAvaliação do
Processo de
Intervenção do
Programa
túFuturo
Bué!"
Dissertação de Mestrado de:
Maria João Fachadas Coelho Calado Cortes
Orientadoras:
Prof. Doutora Adetinda Araújo Candeias
Prof. Doutora Maria do Céu Taveira Castro Silva Bras Cunha
É-.'
tllí
oút
Evora Outubro 2007
"O
que sabemos é uma
gota'
o
que
ignoramos
é
Ltmoceano"
Estudos de Avaliação do
Processo
de Intervenção
do
Programa
"Futuro
Bué!"
Resumo
oDesenvolvimentoVocacionaltemnaadolescênciaoseumomentomals
marcante (Supeq 19574 Ginzberg,, Ginsburg, Arelrad' & Herma' 1951)' por essa razão
é fundamental que em contexto educativo, se implementem pÍogranms de intervenção (Taveira, 2004; Pinto, 2004b).
A
Avaliação de Programas é imprescindível para que se possa provar a utilidadedesses programas
(Melo-Silva
&
JacquemiÍL2001;
Cronbach'1981;
Femandez-BallesÍeros, 2001), devendo ser Í'eita ao nível dos processos e dos resultados (Almeida&
Melo-Silv4 2006).NesteestudoaplesentamosaavaliaçãodoprocessodeintervençãodoPrograma "Futuro Bué!"
-
programa de intervenção para alunos de 9o ano - consulta psicologicaemgrupo,breveeestruturada-atÍavésdaanalisedosmateriaisproduzidospor5T
alunos da zona norte do País, no ano lectivo 200512006'
Este estudo analisa
o
programa com base nos dados recolhidos através de 8instrumentosqueacompanhar€Imasuaimplementação.Atravésdestaanálise
caracterizámos
o
processo de intervenção vocacionalno
pÍograÍur(perhl do
aluno, estilos dos ahmos, e evolução das decisões a tomar). Este estudo de avaliação teve comofoco a pertinênci4 a eficáci4 a adequação e o impacto do program4 de acordo com os
plessupostos teóricos da literatura (organização Mundial de Saúde, 1981;
Hemández-Femández
&
Martinez-Claves, I 996).Na sequência das conclusões retiradas deste estudo, apresentamos um conjunto de sugestões para a intervenção vocacional em contexlo educativo, em geral, e para a
intervenção do "Futuro Bué!", em especial'
Palavras-chave§ : lntervenção vocacional, Avaliação de Pro gramas; Pro grama "Futuro Bué": Instrumenlo s
Evaluation
Studies
of
the
Intervention
Processof
the *Future
Bué!'oProgram
Abstract
The
Vocational
Developmenthas
its
most
outstandingmoment
duringadolescence(Super,l957a;Ginzbergetal.,195l)arrd,therefore,itisessentialthat
intervention programs are implemented
in
educational contexl (Taveira, 2004; Pinto, 2004b).TheEvaluationofProgÍamsisindispensableinordertoprovetheusefúnessof
those
programs(Melo-Silva
&
Jacquemin,2001;
Cronbach'
l98l;
Femandez-Ballesteros, 2001), and rt should be done at the levelof
the procedures ard the results (Almeida & Melo-Silv4 2006).Inüisessay,weplesenttheeva]uationoftheinterventionprocessofthe..Future Bué!,, program
-
intervention pÍogram for the 9th grade students-
brief and structured gloup ca.reer counselling-
through the analysis of the materials produced by 57 students from the norÚr area of the country, during the 200512006 school year'ThisessayaÍlalyzestheprogrambasedonthedatacollectedbymearrsof8
instruments
that
accompaniedits
implementation
Through
this
analysis
we characterized the processof
vocational interventionin
the program (student's profile, students' styles, and evolutionofthe
decisions to make). This evaluation essay had the relevancy, effectiveness, appropriateness and impactof
the program' accordingto
the theoretical presupposiüonsof
the literature, as emphasis(world
Health organization (WHO),l98l;
Hemand ez-Femindez&
Marfrnez-Claves, 1996)Inthesequanceoftheconclusionsdrarmfromthisessay,wepresentasetof
suggestiors
for
the vocaúonal inten,entionin
educational context,in
general' andfor
the inten,ention of
üe
"Future Bué!", in particular'Key Words: vocational Intervention; Evaluation of Programs; ''Future Bué" Program; Instruments
Agradecimentos
Este trabalho não teria sido possível' sem a colaboração de algumas pessoas" a quem
neste momenlo, desejo agradecer
À
Professora DoutoraAdelinda
Araújoe
Professora DoutoraCéu
Taveir4
pela motivação, onentação,e
poÍ
todos os conhecimentos que me transmitiÍaÍn'A
Dra' Liliana Faria pela sua disponibilidadeAos meus pars, irmã' namorado e amigos, pelo incentivo e suporte emocional que me
dispensaranr, ao longo da realização de toda a dissertação'
lndice
TNTRODUÇÃO...
CAPÍTUIO
I
-
DESEWOLVIMENTO
VOCACIONAL E INTERVENÇÀOBASEADA EM PROGRAMAS-... "...
I
-
Desenvolvimento Vocacional em Contexto Educativo"
"'
1.1
Conceitos e Modelos de Intervençdo Vocacional""'1.2
Bases Teoricas de Intervençdo Yocacional para Apoio à Tomada de Deci2
-
Progtxnação da Intervenção Vocacional,em Contexto Educativo'
"'
2.1 lConcerto e Fases de um Programa de Intervenção
"""""""
" "'
'.""""
2.2 _ programn, a"õrii"à,úo
ebesenvolyimento dacafteira
DesenvolvidosC ontext o FÁu m tiv o P or tu gu ês
2.2.I
-
"Ptogtama de Orientação para a Carreira 2.2.2- "Conslruir o Futuro"""
2.2.3
-
"FuturoBue"...""
"
2.2.4
-
Comparação dos Programas Existentes em PortugalcAPÍflJLo
2-
AVALIAÇÃo on
PR0GRAMAS EMcoNTExro
DETNTERVENÇÃO VOCaCION4L...
l - Avaliaçâo Psicológica em Inten'enção Vocacional " " '
2
-
A Avaliação de Piogramas conro Investigação Aplicada3
-
O Psicólogo como Àvaliador ilnvestrgador da Intervenção4
-
Processo de Avaliação de Progamas '1.1
Tipo deAwlia@o
de Programos '"""""""
'4.2
'
Desenho na Avalia@o de Programas4.3
Validação da Avaliaçdo de Programas4.4
Awlia@o
do Processo de Intervenção5 _ Avaliação áo processo de lnterv,enção Baseado em Programas de orientação
Vocacional ....
6
-
Problemas e Limitações à Intervenção Centrada em ProgramasT7 ..21
))
..24 são .. -38 ..4',1 .. 47 em ..18 ,..48 ...49 ...51 ..54 55 56 66 68 71 76 BO 85 90 94 9',1 103 103 104 105t10
115 119 119 120 123 ecisão. 125 125 CAPÍTULO 3-
ESTUDO DEAVALIAÇÃO
OO PROCESSDO PROGRAMA "FUTURO
STÉI'':
P§TUPO EMPÍRICO1 - Metodologia...
-l.l
-
Enquadramento do Estltdo""
"
"
1. 2 - Oblectivos e sua operacionalização" '
o
DE INTERVENÇÃo 102l. 3 - Instrumentos... -..
1. 4 - Particiryntes... -...
-l. 5
-
Procedimento ... -...2
-
Analise Descritiva dos Resultados. '... 2.1-
l.'ase Lniciar ...2.1 .
I
-
Definição individual de objectivos e interesses pela intervenção '2.1.2_Definçãogrupaldosobjectivoseinteressespelaintervenção...,
z.
t
3-
rxptoraç aõI
âvaliaçao inicial, das condições para a tomada de d2.1.3.2' Disciplinas: notas e mteres§es
2.1 .3.3
'
As melhores e as piores disciplinaszi,.t.z.q - Actividades desenvolvidas fora da escola'
2.1.3.5
-
Profissões...'2.2
Fase ExPlorar22.1
-
e
ràtaçao dos participantes com os papeis ocupacionars"""'-""
' 2.2.2-
Ftelaçáo dos participantes com os valores implicados na tomada de127
t32
135 139 142 143 143l9I
199 214r47
147 . 148 .149 . 151 .154 . 159 .159 .160 .162 neste . 165 168 decisão 2.2.3 -decisão CONCLUSÂOBIBLIOGRAFIA
ANEXOSR;i;çã"
dos participantes com os interesses implicados na tomada de.146
2.3
Fase Comprometer..""""""'.
2.3.I
-
Relação dos participartes com as op$es disponíveis""
2.3.1.1 - Os cursos que mais agradam
"'
"'
2..3 .1.2
*
Selecção dos 3 cursos " '2.3 .l.3
-
Consequências positivas das opções2.3
.l.4
'
Consequências negativas das opções2.4
Fase Finalizar2.4.1
-
Tomadade decisão porparte dosparticipantes"""""
""""
Z.4.Ll
-
Expectativas dos familiares2.4.1.2
-
Aspirações dosparticipartes"""""
""""
2.4.1.3
-
Comparação*ttt *
respostas dadas ao longo do prograÍut emomento...
3
-
Discussão de Resultados.lndice de
Figuras:
Figura 1. Plramid of Information Processing Domains in career Decision-making
4l
índice de
Tabelas
Tabelal-Asfasesdoprocessodeintervençãodoprograma..FuturoBué!,,...53
Tabe|a2,VantagenselnconvenientesdaAvaliaçãolntema/Externa...79
Tabela3:Critérioseindicadoresdeavaliaçãododesenvolvimentonoqueconcemeà dimensâo aniíüise tecnica do
ptog[ama
'
"" """"89
Tabela4.Estruturageraldeactividadesemateriaisdoprogramadeintervenção
índice de
Quadros
Quadro
I
N:4eP)..
o:'l:
"lu':*:i:
o::
:*:1:-::':"
n::u::*
o:
-i:^-
:0"-n'
^
:i,ul
Quadro3.Distnbuiçãodosparticipantesemfunçãodonúmerodeirmãos(N:56)....113 Quadro 4 _ Nível de escolaridade dos Pais dos participarrtes e da Populaçaorortueu;s;
Quadro
5.
Distribuição dos gruposde
inten'ençãoem
funçãodo
género' idPsicó1oga
(N:57)...
..'..Quadro6-Registodosobjectivosindividuaisnaintervenção,dedoisparticipantes..l2l Quadro 7. Exemplo daCategoização dos objectivos dos participantes
(N:56)
"
'
"722
QuadroS'objectivosindividuaisnainten,enção,emflrnçãodogéneroeparaotota]dospàÀcipantes
(N:sO
't22
o:*:
:
-
*'::
o*
o'n'*"*
1::ll*
u*
::::*
:-
nrnlao0l
srun:
ll;il
Quadrol0-Aspuaçõesescolareseexpectatilasderesultado(diagnósticodetomadade aà"i.aol, em funçãodo género
§:56)
""-"""""'""""126
Quadroll.AnâisedasNotasdasdisciplinas,emfunçãodogenero(M'DP'Min'Ma'r)
(N:57)...
""
"'
128Quadro 12
-
Análisedo
rendimento académicopor
alunos'em
funçãodo
género(N:57)....
....
""""
.""
' 130o:*::
1'
*'l::::
":l
o'Tl':::::l'^
l:"@tl-
*":1
u:
::::::
N=iíi
Quadro 14. Analise das frequências absolutas e relativas das disciplinas percepcionadas
pelos particrpantes como r"àdo
*
3 melhores, em função do genero(N:57)
""
'
" 133ercentagens
das
disciPlinas iores, em funçãodo
genero.134 Distribuição dos participantes pelas habilitações da mãe e do pai
t*ilY,
ade e
1166
Quadro
15.
Análise das
frequências absolutaspàrcepcionadas pelos participantes como sendo as
(N:s6)...
ep
Quadrol6.Analisedas3actividadesaqueoparticipantededicamaistempo,emfunção
do género
(N:56)...
"
""""""""""
136Quadro 17. Analise das
3
actividades que o participante gosta mais de fazer no tempo livre, em firnção do genero§:57)
""""
137Quadro 18. Analise das
3
actividades queo
participante gosta menos' em funçãodo
género
§=57)
"""""""""'
139Quadrolg-Analisedasfrequênciasabsolutaserelativasdasprofissõesmais
conhecidas, em função do genero
""'
""""" ""'
""'
140Quadro20-Ana]isedasfrequênciasabsolutaserelativasdas3profissõesescolhidas como sendo as preferidas pàÜt
pu'titip*tes,
em função do género (N:57)""""""
1411Quadro21-Analisedo"lnventariodevalores"(N:57)"""
"'
""""""145
Quadro22-Registodoscursosdoensinosecundá'rioquemaisagradamaoparticipante' emfi.rnção do genero
(N:55).."""
""'
148Quadro 23
-
Selecção de3
cursos atendendo aos valores. interesses e competênciasescolares,eoportunidadeseducativasapósog"anodeescolaridade'emfunçãodo
género
§:55)
"
"""""""
150Quadro 24
-
Registo das consequências positivas, de dois participantes""""""""""152
Quadro25_ExemplodacaÍegonzaçãodasconsequênciaspositivas,daopçãol...,.152Quadro 26. Consequências posiúvas da escolha
§:55)"' "'
'
""""
""""
"""""""'
154Quadro2T-Registodascorsequênciasnegativas,dedoisparticipantes...155 Quadro23_ExemplodacaÍegorizaçãodasconsequênciasnegativas.daopçãol...156
Quadro 29 - Consequências negativas
(N:55) '
""""
""""""""""""
1588Quadro 30
-
Registo das expectativas dos familiares, de dois participantes""
""""'
161
Quadro3l-Exemplo
dacategoizaçiiodasexpectativasdosfamiliares,...'...""'161
Quadro
32.
sínteseda
categorizaçãoda
expectativados
familiares vistas
pelop-Jirip-t"
(N:
s6)...'...
"""""""""'t62
Quadro 33
-
Registo das aspirações de dois participantes " " " " """
"
"
163
Quadro34_ExemplodacaÍegoizaçàodasaspiraçõesdosparticipaÍÚes...-...164 Quadro 35. Categorização das aspirações dos participantes
(N:56)""""
"""'
."""
165
índice de Anexos
Quadro
Al.
Distribúção dos sujeitos porgenero§:32Rg; 25Rz)"'
""""""""
""
""'1
Quadro A2. Regtsto dos objectivos individuais na intervenção' dos participantes§:57)
...11Quadro A3. Categoizaçiio dos objectivos dos participantes
§:57)
"""""""""""""
v1 Quadro44.
Analise de conteúdo das regras por grupo(N=7)"'
"
""
"
'
"
vii
Quadro45.
Categorização das regras indicadas(N=7)
"' " "
ix
Quadro A6. Analise das frequências absolulas e relativas das disciplinas melhores (totaldas três opções), em função do género
(N:57)""'
" """"'.
""""'x
Quadro
A7.
Anâise das frequências absolutas e relativas das disciplinas piores (totaldastrêsopções),emfunçãodogénero(N=56)"""'
"" """"""""""x
Quadro A8. Analise das acti r.rda-des a que o particrpante dedica mais tempo (total das 3
àço"r),emfunçãodogenero(N:56)...
""
""""""""'xi
QuadroAg.Anáisedasactividadesqueoparticipantegostamaisdefazernotempo
livre (total das 3 opções), em tunção dó géneio
(N:57)"'
' '
xi QuadroAl0.
Analise das acftividades queo
participante gosta menos(total
das 3õç0.0,
em função do género(N:57)"""""'
""""""""xii
Quadro
A1l
-
As três proflrssões que gosto mals(N:57)...
. .(lopção),
em função do genero(2opção), em tunção
do
géneroQuadro
A12
-
As
três profissões que gosto mals(N:s7)..
...Quadro
Al3
-
As
três profissões que gosto mars(N:52)....
. ...Quadro
A14
-
As
três proflssões que gosto mars (N:10)...xlll
xlv
(3opção), em função
do
generoxv (4opção), em função
do
género xv1Quadro
Al5
-
As
três prohssões que gosto mals(N:2)...
...(5opção), em função
do
géneroQuadroA16-Anáisedasfrequênciasabsolutaserelativasdasprofissõesmars
À;lhrd*
como sendo*
pr"itaO*
dos participantes (totais), em função* t*ffi
(N:57)
Quadro
A
17-
Perfil de resultados do Questionario SDS' em f,mção dogenero (N:511
. .
xvll
Quadro18.Selecçãode3cursosatendendoaosvalores,interessesecompetências
escolares, e oportunidades
eor.utira"
após o goano de escolaridade (totais), em funçãodo género (N=55).... ...
..
""""""
""
"'xviii
Quadro
Al9.
Analise de conteúdo das consequências positivas da opçãol(N:
50)..',xx
Quadro 420. Categorização das consequências positivas da opçãol
(N:
50)""
'."
"'xxi
Quadro
A2l.
Análise de conteúdo das consequências posiúvas da opção2^:*:l
Quadro A22. Categoização das consequências positivas daopção2
(N:
10)
"""""'xxrl
Quadro A23. Analise de conteúdo das consequências positivas daopção3(N:3)"'
xxrii
Quadro A24. Categonzação das consequências positivas da opção3 ç5p 31
"""'
xxii
Quadro 425. Consequências positivas da escolha (N:77)"""" '
"
'xxiv Quadro 426. Anâise de conteúdo das consequências negativas da opçãol
(N:49)'
'xxv Quadro
M7.
CaÍegonzação das consequências negativas da opçãol(N:49)"
' "
xxvii
euadro A2g. Analise de conteúdo das consequências negativas daopçfuZ(N:
lo)xxviii
Quadro A29. Categori zaçáo dasconsequências negativas daopçáo}(N:
l0)
"'
'xúx
Quadro 430. Analise de conteúdo das consequências negativas da opção3(N:3)""xxx
Quadro 431. Categori zaçáo das consequências negativas da opção3§:3)"" ""
"xxx
Quadro 432 Consequênciasnegativas
"""""""".."""
xxxi
Quadro 433. Anriüise de conteúdo da expectativa dos familiares vistas pelo participante(N:56)
"'xtxii
Quadro
434.
Categorizaçáo da expectativa dos familiares vistas pelo participante§:
56)...
....
""
""
'xtxiv
xv1
Quadro 435. Analise de conteúdo das aspirações do participante
(N:56)
Quadro 436. Categorizaçãadu
aspirações dos participantes(N:56)"""
xxxv
AadolescênciaeaeÍap4porexcelênci4paraaexploraçãovocaciona](Super,
1985),nestesenlidomuitasteoriasemodelosdeinlervençãotêmsidodesenvolvidosao níveldaorientaçãonesteúltimoseculo,sendoestacomideradacomoumdireitobásico
dos cidadãos (Hen & Cramer, 1996)'
A
intervenção vocacional nos jovenstem
como objectivo ajudá-losa
tomar consciência da necessidade de planear e formular prqectos pessoais, os quais servirãocomo
quadrode
referênciapara
o
pÍocessode
escolha vocacional'Muita
desta intervençãotemafotmadeprogramadeintervençãoetemvindoadesenvolver-seem contexlo educativo.Aoníveldodesenvolvimentodeprogramasdeinterven@ovocacional,em
portugaltem_sevindoaverificaraexistênciadealgunsprogÍamas,dosquaisse
enumeramtrês.apenascomoexemplo:Programade"OrientaçãoparaaCarreira"'
conhecido por POC (Ferreira-Marques et
al''
1996)' o Programa "Construir o Futuro"(Pinto,2004b),eoPrograma..FuturoBué!,,(Taveir4oliveira&Gonçalves,2004).
Apesar
de
difenremna forma
comose
orgamzane
funcionanr' todostêm
como objectivo ajudar os jovens nas suuls tomadas de decisão'Na
actualidade,a
dimensão relacionalda
inten'ençãoé
baslante valoizada(Abreu,1996),sendoaabordagemsobreacaÍreiÍaabertaeplastic4naqualéopróprio
indivíduoqueconstróiosseusprojectos(YoungValach&Collin,1996).Aintervenção
vocacional pretende assim que os clientes sejam capazes de ser os responsáveis pelos projectos vocacionais
e
queos
encaÍem como projectos passíveisde virem
a
seralterados ao longo do ciclo de vida (Coimbra 1996)'
Taispressupostosàintervençãovocacionalemcontextoeducativotêmsuscitado a necessidade de
a
avaliar.A
avaliação de programas pode ser definida como uma investigação baseada em metodos científicos dos efeitos, resultados e objectivos de um progÍama como
fim
de tomar decisões sobre ele (Femandez-Ballesteros, 1983)' Esta avaliaçãodeverealizar-seantes,duranteeaposqualquerintervenção,dissonosdão conta entre outros autores Femandez-Ballesteros (200 5 a)'Melo-SilvaeJacquemin(2001)assinalamtarnbemanecessidadedeavaliarpara obter dados sobre o processo de intervenção, e assim se saber o que funcion4 com que clienteseemquecondições.AlmeidaeMelo-Silva(2006)consideramqueparaalemde avaliar os processos, é tarnbém importante avaliar os resultados de intervenção '
A
avaliação de programasé,
assi4
encarada comoum
pÍocesso para gerar informa@es úteis para a compreensão da intervenção. Neste sentido, a avaliação vaiutilizar a intervenção como recurso critico, para perceber a pertinênci4 a suficiênci4 o progresso,
aeficirciL
a eficiência e os efeitos na implanentação dos objectivos que a orientam (Organização Mundial deSúde,
1981).A
avaliação serve, então, quaúo objectivos: contrastaÍ teorias, tomar decisões sobrea
sua eliminação, substituiçãoou
melhoramento, tomar decisões orçamentais(permitir ou
não novo finaÍIciamento) ejustificar
as decisões tomadas (Femandez-Ballesteros (2001).A
presente dissertaçãosurge
no
centro
deste binÓmio:
programas deintervenção/ avaliação de programas e apresenta estudos de avaliação do processo de
intervenção
do
Programa"Fufuro Bué!".
Este programa de intervençãotem
como desúnatários os alunos de 9o anoe
caracteriza-sepor
ser uma consulta psicológica vocacional, que adoptou o modelo de processo de consulta vocacional desenvolvido por Taveira (2001b) o qual é um modelo desenvolvimenlista centrado natelaqãa.A
escolha do tema da avaliação de programas surgiu da necessidade sentida por muitos psicólogos, de haver mais avaliação da intervençãopor
eles desenvolvida.A
avaliação do processo de intervenção do Programa "Futuro Bué!" surgiu no seguimentode
outros esludosde
avaliação deste programa (Faria&
Taveir4
2O064 Fana&
Taveir4
2006b; Faria&
Taveir4
2006c).os
estudosjá
realizados (Faria&
Taveir42006a; Faria & Taveira, 2006b: Faria & Taveir4 2006c) resultaram da avaliação antes e
após
a
intenenção (pré-testee
pós-teste) dando conta dosníveis
de
eficrâcia doprograma e da auto-avaliação feita pelos alunos, no Ílnal de cada sessão, relativamente à
forma como se sentirarn
os
estudos realizados sobrea
eficácia do ProgTama "FuturoBué!"
chamam a atenção paraa
necessidadeda
avaliaçãodo
processode
intervenção, ao longo dasdiversas sessões
de
consuha psicológic4na
perspectivade
melhor compreender a importância a atribuir aos resultados do estudo realizado (Faria&
Taveir4 2006a) Surge assim o estudo que aqú se apresenta e que pretende avaliar o progÍffna de intervenção'Neste estudo propomos a analise do processo intervenção directa com os ahuros
(avaliação do processot no senlido de complementar as avaliações
já
realizadas sobre este programa de intervenção, paratal
baseamo-nos na analise dos dados recolhidosatravés dos instrumentos que acomparüaram a implementação do
programa-Este trabalho está estruturado
em
quatro capítulos,ao
longo dos
quais seestabelece o enquadramento conceptual, a estralégia metodolÓgic4 a aniilise e discussão dos resultados, terminando com as conclusões.
O Capítulo
I
aborda os aspectos teóricos, os quais tiveram como base o estudoproposto. Para fundamentar e aprofundar os coúecimenlos neste domínio, este capÍfulo dividiu-se em dois temas fundamentais: O Desenvolvimento Vocaçional em Contexlo Educativo, e a Programação da lntervenção Vocacional em Contexto Educativo. Cada um destes pontos, foi abordado da seguinte forma:
-
Desenvolvimentovocacional em contexto
Educativo, neste ponto, foram aprofundados os conceitos e modelos de intervenção vocacional, e releridas quais asbases teóricas de intervenção vocacional para apoio à tomada de decisão.
-
Programação da tntervenção vocacional em contexlo Educativo, começa pordeÍinir o conceito e as fases de um programa de intervenção, seguindo p€lÍa o conceito de programa de orientação e a descrição de alguns dos programas implementados no conteúo educativo po rtuguês.
O
CapíÍulo2
aborda aspectos teóricos, os quais também tiveram como base o estudo proposto. Este capítulo tem como tema fundamental a Al'aliação de Programasem Contexlo de Intervenção Vocacional. Neste capitulo são abordados:
- A avaliação psicológica em intervenção vocacional, a avaliação de programas e
as suas implicações. Neste ponto e
feit4
também, uma abordagem à necessidade de avaliação de programas de orientação em conteÚo educativo e são apontados alguns problemas e limitações à intervenção centrada em programas.O Capítulo 3 aborda o estudo empirico. Apresenta os aspectos metodológicos da
investigação: apresentando um pequeno apontamento sobre a impoíância do estudo, os
objectivos e sua operacio núização, instrumentos utilizados, participantes no estudo, e
procedimentos desenvolvidos. Segue-se a anâise descritiva dos resultados, a qual é feita
com bÍrse nas quatro fases do progfamq e em cada uma delas são apresentados os vários aspectos avaliados de uma forma descriliva. Depois dessa apresenlação, passa-se à
discussão
dos
resultados,na qual se
vai
caract erizryo
processode
inÍervenção vocacional no proglama e se vai avaliar a peúinênci4 eficácia e adequação e impactodo Programa de Intervenção "Futuro Bue" de acordo com oS pressupostos
tóricos.
Finalmenle serão apresentadas as conclusões, apÍesentando-se uma sintese e
reflexão geral sobre o significado dos resultados obtidos, Iespectivas implicações para a
prâtica, nomeadamente, dos Serviços de Psicologia e Orientação
e
uma chamada de atenção para as limitações e futuros estudos.CAPíTULO
1DESENVOLVTMENTO
VOCACIoNAL
E
INTERVENçÃo
1
-
Desenvolvimento
Vocacionat
em
Contexto
Educativo
odesenvolvimentovocacionalinsere-senodesenvolvimentopsicolÓgicodo
indivíduo. Inicia-se no nascimento, percore a infânci4 a adolescência e a idade adulta e
ocorre através de interacções entre
o
sujeilo eo
mundo.Ao
interagir,o
sujeito vai explorando altemativas, possibilidades, vai-se confrontando com elas, construindo desta forma uma ideia acerca de si e do mundo (Campos" 1991: Coimbr4l99l)'
Variosforamosautolesquesededicaramirsteoriasdodesenvolvimento
vocacional, de entre os quais destacamos super (1942) e Ginzberg, Ginsburg, Axelrad' e
Herma(1951).queintroduáramnͧsuasteoriasoconceitodedesenvolvimentoatravés
de
estádiosde
vida-
Super (1957a)
apresentaum
modelo
de
desenvolvimento vocacional, que é composto por cinco estádios (crescimento-
0/14 anos; Exploração-14125 wtos; Estabelecimenlo
-
25145 anos; consolidaçáo-
45165 anos; Declínio-65/1üorte). Ginzberg
e
colaboradores(1951)
apresentamum
modelo
de desenvolvimento vocacional compostopor
três
estádios:a
Fantasia(0-10
anos), a Tentativa (1 1 -1I
anos) e o Realismo (17-24 anos)'Apesardodesenvolvimentovocacionalsedesenvolveraolongodavida"éna
adolescência que tem o seu momento mais marcante; por essa razão, iremos de seguida
apresentaÍ as caracteísticas do estádio de Exptoração de super (1957a) e o de Tentaliva de
Gnzberg
Ginsburg, Axelrad, e Herma (1951)'oestádiodaExploraçãodeSuper(1957a)subdivide-seemtrês:Tentatiw(|4-18 anos), Transição (18-20 anos) e Ensaio (20-25 anos) e e caracterizado por tarefas desenvolvimentais específicas. associadas
a
atitudese
comportaÍnentos particulares, com os quais os indivíduos devem lidar, paraest
em condições de progredir para o estádioseguinte.Estastarefassão:cristalização,especiírcaçãoeimplementaçãodeuma preferência vocacional.Ã
cristalizafio
de uma preferênciaé
a tarefa típicado
sub-estiídio da Tentativa e consiste na formulação deum
objectivo vocacional geral (ex: querer continuar a estudar). Espera-se que os jovens, nesta fase, comecem a formularideias em relação aos seus interesses,
por
domíniose
níveis profissionais, para que possÍrm reaT\zar tentativas de escolhase
comprometer-se com uma formação que os preparará para o desempenho de uma profissão' Por seu lado' a especificação de wnapreferência vocacional é uma tarefa típica dos anos intermédios da adolescência e do
preferência geral numa específica e estabeleçam um compromisso mais firme com uma
opção.Aitnplementaçãodeumapreferênciaeatarefatípicadossub-estrádiosde
TransiçãoedeEnsaiodaExploração.Nestafase,àmedidaqueosjovensrealizama
transição
da
escolaridade basicapara
formaçõesde nivel
superior(e'g
ensino secundmio ou superior) ou para o mundo do trabalho' é esperado que sejam capazes detransformarasuapreferênciavocaciona]'numaescolha.Aimplementaçãodeuma
preferência vocacional
pode
caracterizar-sepela
cristalizaçãoe
especificação de objectivos vocaçionais e pela an:álise dos meios, para que se possa lel'ar a cabo'No
estádioda
,l,enÍativade
Ginzberge
colabora.dores(1951),
os
jovens expÍessama
sua preferênciapor
uma opção vocacional' mas sentem que ainda nãoexploraramosuficienteacercadesiprópriosedomundoexteriorenãotêmcertezas
acerca
do
papel que gostariam de desempeúarno
futuro
Segmdo este modelo' as tentativas de escolha progridem através de quatro fases principais' que envolvem os interesses (11-12 anos), as capacidades (12-14 anos),os
valores (15-16anos)e'
a transiçdo (17-18 anos) para um novo ciclo de formação ou para o mundo do trabalho(Rodríguez,lg88,referenciadoporTaveir42000).osinleresses.capacidadepara
identiflrcar
as
actividades quemais
gostaÍne
que
menos gostam.A
investigação vocacionaltem
demonstradoque
os
interesses são bastante estáveis,a
partir
daadolescência.
A
etapa das cap.cidades, referencia uma consciência aumentada dascapacidades pessoais
e
a importância das mesmas, nos pÍocessos de abstracção e deacçãovocacional.Comosvalores,osadolescentesalargamassuͧperspectivasde
futuro,
no
dominio profissional. Os jovens tomam-se mais conscientesdo tipo
defactores que estão envolvidos
no
planeamento da cmreirae
desenvolvemum
aÚo-conceito mais claro e preciso.O
desenvolvimento vocacional e descrito, nesta etapa" comoo
culminar de um processo de decisão sobreo
futuro e um compromisso mais firme com uma idenúdade vocacional. Na etapa das transiÇões, os adolescentes dirigem a sua atenção paÍa aspectos exteriores e mais objecúvos da carreira (e.g., as tendênciasdomercadodeempregoeassaídasprofrssionais)eparecemdemonstrarmenos
preocupa@escomosinteresses,capacidadesevalorespessoais(Taveira2000).
com base na investigação, super (1985) recomenda que os anos da adolescência
sejam utilizados como um tempo para a exploração vocacional, num senlido vasto.
com
efeito,
apesardos
interesses, capacidadese
competências'que
estãona
base da exploração vocacional, se formarem durante a infância (Araújo,2oo2;'faveir4
1999)' éapenas na adolescência que tais caracteristicas se tomam integradas e focalizadas num
dado obiectivo vocactonal.
A
exploração desempenh4 então'um
papelcentrd
na aprendizageme
desenvolvimento voçacionaldos jovens'
pelo que'
promover osprocessosdeexploraçãor,.ocacionaldaspessoascorstituiumobjectivocentralda
intervenção vocacional, sobretudo
a
partir
dos anos50'
com
ênfase nos modelos desenvolvimentais da carreira (Taveir4 2001 a)'Por
essa razão, iremos' de següda, centraÍa
nossa atenção nos conceitos emodelos de intervenção vocacional.
1.1
-
Conceitos
e Modelos de
lntervenção Vocacional
varios são os conceitos e os modelos ao nível da intervenção vocacional que têm vindo a ser propostos ao longo dos tempos. por varlos auroreÉ
Desde o início do século
X)L
a orientação Escolar e Profissional constitúu umatentaúvadedarrespostaaproblemasdenafilrezasocia]'económicaeeducativa'
tentando ajudar grupos de indiliduos mais desfavorecidos, e aumentar a produtividade e
o sucesso escolar, decorrentes de condições de adaptação mais ajustada as exigências de
aclividades produtivas ou formativas
(Herr
&
cramer, 1996). Segundo estes autores'independentemente da posição teÓrica assumid4 foi-se desenvolvendo a noção de que a
orientação é um direito basico dos cidadãos'
Nesse tempo, a Psicologia vocaciona.l era uma psicologia diferencial aplicada à selecção de uma profissão
(Alves, lgg'l). O
modeloinstitúdo
nessa altura íaz;o acorrespondência entre as caracteísticas do indivíduo e as exigências de desempenho de
tarefas escolares e profissionais, tendo servido de base para multiplas intervenções de orientação, em contextos laborais e educativos (Parsons, 1909)' Assim se explica um tipo de intervenção de natureza pontual e directiv4 ocorrendo, quase sempre no final da
escolaridade, e r.isando a escolha de um
tipo
de formação ou de uma profissão, num contexto laboral estávele
previsível. Este modelo, denominado de proflssional,foi
utilizado nas intervenções de orientação, durante mais de meio século. Com base nas
pontuações dos testes de avaliação vocacional e eventualmente com o complemento de dados sobre a história de
rida
familiar, escolare
profissionaldo
zujeito, consegúa predizer-seo
sucesso profissional.A
sessãode
informação servia parao
sujeito conhecero
sistema de oportunidades em que estava inserido. Facea
estes dados, o orientando realízaia a sua vocação no mundo profissional (Campos, 1980)' S egundoaju§taÍnentodoindiúduonoprojectosocial.Tendoemcontaquejánãoexi§t€Úl
empregos para
a
vida
os
modelos clássicos Que prmsuprrnhama
estúilidade
dosaÍribÚosindividuaisedascaracteristicasdasformaçõeseprofusõessãomuito
discudveis. Hoje, a realidade é outra e o desenvolvime,lrto do papel de fiabalhador pa'ssa pela capacidadg que o indiúduo tem de se adaptaÍ às mudanças (Azevedo' 1999)
Comestasalteraçõsaorientaçãotambémnãopodecontinuuaapoiarosjovens
na coD§trução e implemerÚação de projectos pessoais e profissionais lineares, nos quais
estavaprevrsto,sequencialmente,afonna{ãoescolar'qualificaçãoprofissional'
protusâo e emprego (Coimbra 1996)'
ApartirdadécadadecinquerrtadoséculopassadosurgerrÍnoutromodeloque
vai aproveitar a perspectiva traço-factor, fazendo uma oufia abordagem' srryer (1957b)
é um dos autores que mais contribuiu para este modelo, através da teoria da escolha e do
dee,nvolvimento vocacional,
no
qual
consideraquÚo
modelos difersntes'que
secomplernentarnnatarefadedesvendarocomportamsÍÚovocacionaldoindiúduo:
modelodeperspectivadiferencial,modelosocioeconómicoeambiemÍal,modelode
desenvolvimelrto e modelo fenomenológico '
oprimeirorelaciona-secoma§con§epçõe§teóricasdeParsons(1909)eapoia.
se numa psicologia diferencial dos indivíduos e das ocupações' Procura-se o homem certo
no
lugaÍ
certo,a
partir
deuma
anâise das caracterís[casdo
indivtduoe
da profissão consideradao
segrmdo modelo refere.seà
influência socioeconómicae
ambiental (e'g' farnílh, escol4 comunidadg g'upo de pares, sociedade' economi4 merçado de trabalho'políticas sociais e experiências profissionais) sobre desenvolvimenlo de carreira (Fouad'
L»4).AtÍttrlodeo<emplqSuper(1957b)referequeafamíIiaconÍibúpuao
dçe,nvolvimento
das
necessidadese
valores
do
adolescentg fornecendo'lhe a possibilidadede
adquirir informaçõese
desenvolver competênciasque
podem serimportantes,nomomeÍrtodatomadadedecisãoprofusionalporpaÍtedojovem'
segrmdo osipow e Fitzgoald (1996) a classe social tem influê,ncia na disponibilização
de recursos, ern relação à escolha e à adaptação profissional, nas
afituds,
nos bábitos enas
aspirações relativosao
desenvolvimentode
carreira Young
e
chen
(1999) concordam que a cla-sse social influencia o dmenvolvimento de carrsiÍaO terceiro modelo é o da psicologia da carreira (Super' L957b)' sendo este o
modeloaoqualseassociamaisonomedesuper.Neleseabordaaconce'pçãode
desenvolvimento vocacional, o qual implica um processo contínuo desde a inflincia até
75
El!
2
SI{J
à velhice. Este e um pro§es§o psicossocial de interacção eÍrtre
o indiúduo
e o que o rodei4noqualdevecumprirumasériedetarefasdedesenvolvim€nto.Ammeiracomoelas são cumpridas revela a maÍuridade vocacional do indivíduo' Pode-se consideÍar que
umindiüduoémaduroquurdoestáprontoparatomaÍasdecisõeseassumiros
comportaÍn€ntos característicos do szu estado de desenvolvimerÚo
útal
(super' 1990)' Para Super (1990) existem vários e§tádios (crescimento' exploração' estúelecim€nto' consolidaçãoedeclínio)eemcadaumdelesdevemserdesenvolüdasváriastarefasedesempeúadosváriospapéis.Paracadaestádioeústerridadesdereferêrrciaasquú
nâo são estmque, sendo que os estádios têm tend&rcia a misfurar-se, ou
sda
ao longodociclodaüdaénatualqueoindivlduotenhanecessidadedevoltaraestádios
arÚe,riores.Porexemplo,noesüâdiodedecllnio,oinüúduodevepe,rsremdes€nvolveÍ novospapeisnãoprofusionais(crescimento),procurÍrrsabermaissobreactividadesque
lhe
desperternintersse
(exploração), realizar actiúdadesque
semprequis
fazer (estabelecimento), continuara
fazeras
actividadesque
sempre gostoude
fazer (consolitlação) e reduzir as suas horas de trÚalho (declínio)'o
quarto modelo denomina-se de fenomenológico ou de auto-conceito' segmdo super (1990) o auto-concerto, especialmente o alto-conceito profissional, que amalisa os conjuntosde
üaços
do
indiúduo
directame'Úeligados
ao
seu
desenvolvimento profissioral (interesses, valores e apüdões), tem um papel organizacional maior comoguiadocompoÍtamentodoinüvíduoafiavésdosestrâdiosesú-wtádiosdo
desenvolvimentovocacional.AssirrLaoformrilarumapreferênciavocaciooal,o
indiúduo
exprime umaideia do
tipo
de pessoa que perca sere
ao
escolher uma profissão wtuahzao
seu aulo-@nceito, ao progredirna
çwreka estría
actualizar-se (Super, 1963).omodelodecarreiraemrelaçãoaomodelodasprofissõestemumobjectivo
mais complexo e
difiçil
de ser alcançado (saückas, 2001). Este novo objectivo implicaactivar
no indiüduo:
aÍitudecrítica
de escolh4 persistência face ৠdificuldades eesforÇo dispendido na realizaçÃo de tarefas'
Seg@do Saückas (2001), autor da teoria de construÉo de carreir4 as teorias mais recente§ têm-se preocupado com
a
rlaÃ]lreza do processo desenvolvimentista oqual
tem
contribuídopara reforçar
a
abordagem processuatem
detrimelrto das tradicionais abordagens de conteúdo das quotões vocacionais. Actualmente, rambém se está a valorizar mais o çaracter psicológico e psicossocial da intervenÉo neste domínio' e a§entua-se a dimensão relacional dessa interve,nção (Abreu, 1996).Esta perspectiva decorre
de uma
concepçãode carreir4
como sequência e interacção de papéis desempeúados ao longo daúda'
e enfe os quais se situam op4el
de estudante
e
o
detrúalhador'
Esta Yaloriuçãoda
concepção desenvolvimenti§talevouaquesedelineassemnovosmodelosdeinterven@o,osquaisvalorizarna
continúdade dos processos, tendo em aÍenção a dimensão educativa e o protagonismo
pessoal dos destinaários das acções. Paralelamente, os progressos da teoria vocacional
levaramaosurgimerÍodenovasvertenÍesnesseprocesso:aúordagemdoindividuo
como um todo, o que implica a integÍação do dessrvolvimento vocacional num quadro mais amplo do desenvolvimento pessoal (Campos' 1991); e a anâise çontextualizada desse desenvolvimento,
numa
perspectivade
interacçãocom os
meios
de
vida§ondrace( 190).
Os
modelos
que
surgem,neste momento' colocam
a
tbnrçano
aúo-dmenvolvimento
contextualizado, concebendoo
processode
desenvolvimentovoçacionalcomoumaredecomplexadetrajectóriasqueozujeitovaitecendo'ondea
adaptabilidadeeaantecipaçãotêmqueresponderamudançasrápidasedificilmerte
previsíveis(Young&Chen,1999).Estaperspectivaleva-nosaumaúordage,lrrúertae plastica de carreira, na qual é o próprio individuo que constrói os seus projectos
§oung
er al., 1996)
Segr:ndoCarrpos(1991),pretende.seajudarosclientesade§€,nvolveraÍitudes de aúonomia e ante§ipaçâo, e competências para planear e tomar decisões (corrigindo a§ crença§
e
interpretações irrealistas, assimcomo
discutindo as dificuldades quesurgem na tomada de decisão). Neste sentido a intervenção vocacional pretende que os clientes sejam capazes de ser os responsáveis pelos seus projectos vocacionais e que os
en§aremcomoprojectospassíveisdeiremsendoalteradosaolongodociclodevida
Através destas reformulações
que
são baseadasna explora$o'
§uÍgem peque'no§ projectos que se viio sucedendo e que permitem que o indiüduo esteja num processo deconstante construção pessoal (Coimbra, 1996)'
Noâmbitodaeducaçãovocaçiona]emconlexloeducaÍivotêmvindoaser
desenvolvidos e implementa.dos programa§ para popúações diversas, com objectivos e
estratégiasdifere,Íe§emfunçãodosmodelosadoptados.Paraalémdedifgriremert
relação aos objecüvos
e
estratégias, diferem tâmbéÍnem
relaÉo à
fundarn€'Íação conceptua! à estrutura, aos destinaÍarios, ao tipo de actiúdades propo§ta§, aos maÍeriaise aos procedimentos de avatiaçâo Úilizados (Rodriguea 1995)'
Actualmente, tendo em conta estes novos desaflos' os modelos de intervenção vocaciona]valorizamumaintervenção,achandoqueamesmadeveser:continuada(que apoieaolongododesenvolvimento);educaÍiva(noselrtidodepreparara§pessoaspara
prosseguiremodesenvolvimentoaolongodassuasvidas);construtiva(namesm4o
individuo é
o
protagonista da acção mrm processo de auto-orientação); personalizada(deve
dar
respostas específicasa
individuos
e
grupos
em
função das
suas caracteristicas), holística (valoriza o indiüduo na sua globalidade)'úerta
(no sentidode
queasacçõesdasintervençõesvocacionaissãoalargadasatodaacorrnrnidade
educativaintegrandodiversosagentesru§srrͧactividadesea§eÍÚuaÍdoaimportância
dasuarelaçãocomomeioeKterioràescola)equevalorizaosprocessosesipificados
dos conteúdos do dessrvolümenÍo vocacional (Pinto' 2004a)'
Spokane e OliveÍ (1983), citado por Spokane (2004
'p
as\'definem
intervençâode
cureira
como"
qualquer estrategia concebida paraqiudu
um
clientea
tomax e implemenardecisõeseficazesdecarreira,,.Estavariedadedepote,lrciaisintervençõesdecarreirainctui,desdeasexperi&rciasbreves(exbroúuras'folhetos'eouEos
docume,lrtos informativos) até às intervmções mais intensivas, as quais implicam a
intervenção directâ do psicólogo (ex' consulta psicológica individual)'
Spokane
(2004) refere
que
a
intervençãode
carreira
num
centro
de aconselhameÍrlocompreensivo,podeirdeumenvolvimentomínimodoPsicólogo,aumenvolvimento
máximo
(informação;
acúvidadesaÍo-administrada§,
colaboraçãoindirecta do psicóIogo; consulta psicológica em grupo; consulta psicológica indiüdual)'
A
intervsnção pode ser iniciada por um dos níveis à escolha do cliente ou por sugestão do psicólogo.Te,ndoemcontaqueaintervenção,naqualsebaseiaonossoestudo'éuma
consultapsicolÓglcavocacional,entendeÍnosserpertinentereferirumpoucodasua
hi§tóÍia A consulta psicológica vocacional, desde o szu início até aos anos 30 do secúo
passado,foiencaradafrequentementecomoumaintervençâobrevgcomfins
remediÚivos e que dava especial aÍenção aos resultados, sem ter
múto
em conta osproc€ssospsicológicos(osipow,1982).osprofissionaisquerealizamasconsultas
vocaciona§ são encaÍados como açtivos
e
directivoü
uín
vez
queo
seup4el
é rssolvero
problema vocaciona! utilizandoavaliaçõs
qualitativase
qumtitativas' e fomecendo informações. Os profissionais que realizarn consulta psicológica pessoal são vistos como facilitadores e exploradores, urna vez que se preocupam com os processos psicológicos.Por volta dos anos 30/40 do século
)O(
surgiram pesqúsas ernpiricas sobre a consulta psicológica vocacional, que levaram a que aüsão
que oristia fosse akeÍaÃa'(CiysbeÍs, Heppner & Johnston, 1998)' A çonsulta psicológica vocacional começou a ser considerada oomo
,Ína
categoria da consulta psicotógica em geral e ainda, como uÍnaentre váÍias modalidades de intervenção vocacional'
Relativamente
à
intervenção vocaçional'
a
literatura
oferece-nos dua§ concepçôesprincipais:umaconsideraaintervençãocomorrmaconsultapsicológicanaqual
seprdie
psicoterapiqna
tentÚivade
explicare
melhoraros
resútados da intervenção @ormds&
Tinsley,
1984);a
ouüa tem
umaúsão
mais inclusiva doprocesso de intervenção vocacional, no qual se considera qualquer actiúdade que seja destinadaapÍomoveracapacidadedapesso4paratomarbemdeçisõesedesenvolvefa
suacarreira(Spokane,1991).Nestesentidoaintervençãovo§acionale,rrglobaa
intervenção psicológica (e-g., consúta psicológica individual e em grupo' os seminários
degestãoedesenvolyimentodecarreira),eouEa§actividadgquepodemcomibuirde
formaintencionalpaaalcançare§se§objectivos(e.g.,sessõesdeinformaçãodestirradas
agruposdejoveníadultos,sesõesdeanálisedecorpetârciasefomecimentode
informação
in.liúdual
ou em grupo, progranlâs auto-administrados de{uda
à tomada de decisão, assistidos por conputador ou atavés da LÚemet) (Brown&
Rym-Krme'
2000; Spokane 2004).Deseguidaserãoapreserrtadosalgunsestudosreldivosàsvantagense
desvantagens das várias intervenções vocacionais'
Spokane(2004)chamaaaÍençãoparaofactorlainformação(psquisadapelo
clieúe
através de documentação) e das açtividades aÚo-administraÃw (self Directed §earc& (SDS), entre outras) serem intervenções baratase
que não
necessit'm a intervenção do psicÓlogo. Por essa nzão, e tendo em coÍÚao
que se sabe acetca daesAbilidade
do
conportamento humano,os
gaúos,
que
se podem esperar destasirúervenções breves e menos intensivas, são modestos'
Os
modelos allemativos (serrináriose
intervençõescom
grandes grupos) requerembastanteenvolvimentoporptrtedoclienteepoucogrvolvimentoporpartedo psicólogo. Estas intenvenções são eficaze, uma vez que permitem intervir com mais deum çliente em simultáneo; e são mais intensivas, pelo que deverão produzir mudanças
mais
efectivasno
comporÍame'tÍo,que
a
informaçãoe
as
actividadesde
auto-admini§tração. Estas intervenções podem ser seguidas por intervenções individuais oualtemativasadicionais,noca§odesepretentleremmudançasmaisnotórias(Spokme, 2004).
Spokane e Oliver (1983) fizeram um estudo em que conpaÍaÍam
um grupo de
controlo,comparticipmtesdequalquertipodeintervençãodecarreira;estsultimos
revelaram_se substarciarmente melhores que
os
primeiros.Em
relaçãoao
tipo
deintervenção mais eficaz, ainda não e»<iste um corxien§o' o que
súlinha
a necessidade de
se efecÍuarem mais estudos. spokane (2004) refere, a título de exe,rnplo, trfu estudos em
que,cadaumdelesapontaumaestratégiadiferentedeintervenção,comoseerdoamais eficaz
-oliver
espokarg (lggs)
-
intervenção em grande grupo; whiston,
sexton e
Lasoff
(1998)-
consulta psicológicaindiüdual; e
Brown
e
Ryan-Krme (2000)-consulta Psicológica em gruPo'
Melo.silvaeJacquemin(2001)arralisararrrváriosestudosdeintervenções
vocacionais e chegaram à conclusão que os programas que ocorrem durutte um período longo (aqueles que, de certa forma se diluem
no
tempo da Escola)' parecem ser os menos eficazes.Ao
contrário, os seminiírios, que e,nvolvemum
periodo definidode
tempo, parecem produzir melhor
os
efeitos esperados' mesmo quandoa
avahatÃa ocorre várias semaÍras ou meses depois.o
mais provável, segtmdo estes autores, é queacüvidade§ cuÍta§
(e.g.
semináriosde
oriemtação) definem objectivosmúto
mais prwisos,possibilitandomelhorarticulaçãoentreobjectivosdaintervenção,actividadesrealizadas e objectivos de avaliação'
Lucúiari(1993)éumdosaÚoresquerecomerrdaaintervenrçãoemgupo,
argumentando que, com os trabalhos de grupo tem alcançado melhores resultados na
sua prática profissional- O mesmo autor aponta várias razões para que isto aconteça:
- E próprio do adolescente o convivio em grupo' E importmte' no mommto em
queeleestáàprocuradasuaidentidade,sentir-seigualaosoutros.Precisasentir-se
pertencente a rrm $uPoi
-
Há
possibiüdadede
computilhar
sentimentosde
dúüda'
confitsão
einsegurança em relação à escolha profissional e ao futuro;
-
Cada participantedo gupo é um
facilitador'pois
a
sua possibilidade deeÍÍeodeÍooutroepodereripressá-lo,arxiliamnoconhecimentoquecadamembro
procura de si mesmo (Lucchiari, 1993, pp' 13-14)'
Esteautordestacaandaanecessidadedeseremdesenvolvidasformas
número çaÃavezmaior de jovens, à Orientação VocacionaV Profissional' Além disso'
hánecessidadedeampliaçãodoalcancedosserviços'comoobjectivodepossibilitar
economia de reçursos financeilos e evidenciar a relevância social do serviço
prstado
àcomunidade,Talcomofoireferidomteriormentgseráimportanteprosseguirestalinha
de invwtigação.
Savickas (2004), assinala a exist6lçi3 ds um modelo
pra
os serviços de carreira'o qual é baseado na teoria de anáüse estrúrnal de rilagner (1971). cada serviço tem por
defiás uma teoria de
carrúa
e pretende responder a uma população com dete'rminadascaracterísticas.Este§serviçossão:colocaçãoocupacional,oÍientaçãovocacional,
aconselhamerúo
de
carreira, educação paraa
carreir4
terapia ocupacionale
treino adapÍativo ao Posto detrÚalho'
Relativarrente à eficácia das intervenções de carreir4 Spokme (2004) refere que
o
estudo das diferenças individuais continuaa
ser importmte, tanto paÍao studo
e compreensão do desenvolvimento de carretr4 como das intervençõo decureira
Poressa razÍlo, a mesma intervenção não pode ser adequada para todos os zujeitos- Taveira (2004) reforça esta ideia ao referir que nenhum programa de intervenção pode ser igual
aouÍo'umavezquediferentesescolastêmdifererrtesgruposdealunos,comdistintas
necessidades de educa§âo e desenvolvime,lrto.
A
decisão sobre osobjectivoí
rmultadosaalcançarcomumprogramadedesenvolvimentovocacionaldeveteremcontaos
coúecimentos cienüflcos sobre o dçernvolvimento vocacional e pessoal 91análise das
necessidades de rntervenção dos alunos com os quais se quer intervir'
Muitas
vezesa
orientação dirige'sea
jovensque
se encoÍÍÍamem
pontosimportautesdetomadadedecisãonosisternaeducdivo.Noerrtanto,muita§veze§
paecealendermaisàsnecessidadesdaorganizaçãodaescola,doqueàsnecessidades deoriurtaçãodosestudmtes.Paraqueissonãoa§oÍÚeça,dever.se.iatsrmaisemconta opontoemqueseencontracadajovern,antesdaintervenção(nomeadame'Íerúve1de maruridade vocacional, dificuldade
rn
ÍomaÃade
decisão...)(oÍgaitzÃ*ão
pÚa
a Cooperação e Dsenvolvimento Económico - OCDE' 2005)'Saavedra(20M)chamaaatenÉoparaoutrofactor'odemuitasrapaigase
m,lheres terem a tendência de baixar o nivel das suas aspirações face à carreirq devido ao conflito enfie
trúalho
e üda familiar. Segundo estaaúor4
cabe aos profissionais depsicologia ajudar as jovens a conhecer os caminhos possíveis e a escolher aquele que
lhes proporcione mais reiltzaqão pessoal'
RelaÍivamenÍe à efiçácia da intervenção, Holland' Magoon e Spokme (1981)' consideram que para uma intervenção ser efiçaz, deve
incluir: a
aquisição de umae§truturacognitivapamacompreen§ãodoEqdomundodotrabalhoedosaspectos
relacionais de arnbos; informação sobre o Eu e o mundo do trabalho; ensaio
copitivo
de aspirações, soohos, espermçi§, etc', apoio social ou reforço por parte do psicólogo'
deumcolegadesemináIio,meÍnbrofamiüar'par;emobilizaçãodeumcomportamento exploraÍório Persistente.
As
concepções de Orientação Escolar e Frofissional'no
final
do
século )OLIevaramàconceptualizaçâoeimplementaçãodepráticasvocacionais,emcontexto
educativo.EstaspráÍicasvocacionaistinhamcomoobjectivo,rabalharcomcriançase jovens,
a
importàrcia
do
desenvolvimento vocacional,bem como
a
aqúsiçii'o decoúecimentos, atitudes
e
competências favoráveisa
e§se desenvolvimento (Pinto' Iao4b\.Maisrecerrtementgaevoluçãonosmodelosdeeducaçãodecarreiraslevouà iclelrtificação de diferentes níveis de intervenção, no conteÉo escolar e na relação comos contextos envolventes (Law, 2001, referido por Pinto' 2004b)'
AoCDE(2005)chamaaaÍençãoparaqueapesardestaevolução,aindaexiste
diflculdadenoacessoàMeÍtÃçãa,especialmente,nasescolasdolocicloenos
percursos escolares altemativos, ao nível do elrsino secundario'
EmPorttrgal,aintervençãovocacionaltemregistadoumaterrdênciacresceÍrte para a irÚervenção ao nível dos diferentes níveis de ensino, do pré _ escolar ao superior,
concretizando-se na aplicação de programas estruturados' com diferentes objectivos e para diferentes níveis de escolaridadg e com particular incidência na trmsição do 3o
ciclo,
para
o
ensino secundánio.Outros
programastênU
tambérn' estadoa
ser desenvolvidos na pa§sagem do snsino seçundário para o ensino supuior, assumindo o princÍpio da continuidade como forma de aumentara
abrangência dos serviçose
depotenciar a sua utilidade.
Hoje, estamos muito longe da concepção classica da orientação proflssional, que se preocupava com o acesso à profissão; temos agora uma ideia de orientaçãr ao longo
rtaüdaintervindoempe§soa§deidadeerúvetdeescolaridadedifergnte§ecom
necessidades específicas (Sobrado, 2005; Taveir4 2005; Ferreira-Marques,26tg4; Pinto,
EmconsonânciacomestareflexãoaOCDE(2005)adoptouumadefiniçãode
orientação Escolar e Profissional, a
qua!
pela sua clareza e abrangência, se Ían§creveseguidamente:
Serviços e actividades que pretendem apoiar a's pessoa§' de qualquer idade e eÍn
qualquerpontqaolongodoseuciclodevidanaqescolhasescolares,formaúvas e profissionais e na ge§tão das suas carreta§'
Eses
serviços podem firncionar em escolas, universidades e escolas superiores, em instituições de formação, em csntrospúblicosdeemprego,nolocaldetrabalho,nosectordovolrmtariadooucomuitárioenos@torprivado.Asactividadesporlemrealizar-senumabase
individual ou em grupo, podem ser desenvolúda§ numa intervenção prÓxima (facea-face) ou à distârcia (onde se incluem as linhas de ajuda e os serviços
web).
Compreenderna
produçãoe
difusãode
informação sobrea
carreira (recorrendoa
documerÍos impressos,is
Tecnologiasda
Informaçãoe
daComunicação-TIC-ouaoufosmétodos),instrrrrrerÚosdeavaliaçãoede
auto-avaliação, entrevistas
de
aconselhamerÚo,prograÍü§
de
educação/orienta{âovocaçional(paraajudaraspessoa§adesemvolverocoúecimento
acerca
de
si
próprias,
o
conhecimerÚo
açr,Ícr.das
oportunidadese
as competência§ de gestiio da carreira), prograilu§ de experifocia e avaliação (paraexperimentar alternativas
mtes da
escolha), programas de procura activa de emprego e servrços de apoio à transiçâo' (p' 14)ostiposdeactividadesdesenvolüdastêrnvindoadiversificar.sgemÍermosde
destinatários, de objectivos, e, tünbéÍrL ao nível dos corÚeúdos e dos procedimerÚos' considefa-se, cala vez mais impoÍante responder
a
neçessidades típicas degrups
etfuios e escolares, ao longo do percurso escolar, de modo a preparaÍ a ge,neralidade dosdestinatários, para responder aos desaÍos de desenvolvimento vocacional, ao longo do percurso de
vida-Deste modo, as intervenções de naiureza vocacional, inicialmerrte conside'radas como actividades suplementres do sistema de ensino e dirigidas a grupos específicos,
foran
evoluindono
sentidode
se constituírem comopates
opcionais dos planos escolares (Pinto, 2004b). Apresentam-se hoje, comoum
elemento importante para o dcenvolvimento de crianças e jovens, visando a responsabilização da pessoa ern si, quantoà
construção de projectos vocacionais próprios, conteÚualizados e flexíveis' procr.nam ainda valorizaro indiüduo
na sua globalidade, no senúdo de promover odmenvolvimento pessoal no ârnbito do estudo e do trabalho, em irÚeracção com
outos
ppéis
daüda-Abreu (1992) corrobora esta ideia, ao referir que a orientação inserida no sistema
educaÍivo
(...) contribú para que os alunos percepcionem os estudos e as diversas vias de formação do sistema educativo, não como um
fim
em si mesmo'm6
como um meio ou insfumento colocado à sua disposição, com ústa ao dmenvolvimentodas suas potencialidades e à coͧtrução do seu projecto de vida' (p'6)
As e§cola§ estão, cada vez mais, a ser chamadas a intervir' não só
ra
educação' mas tanbém na formação, dando resposta à cpecificidade da sua clientela e coffextoslocais
(Pinto,
20Mc).
Segundo estaautor4
as reformasem
cursovêm
introduziraltera{õesnoquadrojurídico,organizacionalepedagógic'odocontextoeducaÍivo'as
quais colocam novos desafios à orientação vocacional'
ConsequentemerÍe, essas alterações
têm
impli@çõesna
intervenção dospsiólogosqrreseenconfiamnosServiçosdePsicologiaeorientação(S.P.o.)das
esçolas.Umadassuasfun@esprincipaisédesenvolveractividade§noârnbitoda
orientação vocacional,
e
por
e§tefacto, as
questõesque se
relaciorarncom
o desenvolvimento vocacional são uma preocupação pam estes profusionais (Decreto-lei 1g0/g1,de
17 deMaio,
cria os serviços de Psicologiae
orientação nas escolas; e Decreto-lei 3OO/97, de3l
de outubro, cria
a
carrera dos psicólogos nas escolas)'Apesardeesteserumdospilaresdasuaactuação,existemmútasoutrastarefaseáreas de intervenção que esses técnicos
têm
que desenvolver, levandoa
que exista uma grande variedadeno
enfoque dadoa
este domínio de acção'a
qual pode variar em funçâo <to contexto de trabalho onde esta o S'P'O', da fonnação inicial do teçnico e da sua sensibilidade e apetência para intervir ao nlvel da orientação vocacional (Leão, P',2007).Segrmdoome§moautor,acriaçãoedistribuiçãodematerialàsactiüdadesde
orientação Escolar e Profissional é feita sern que se faça a avaliaçâo da eficrácia dos maÍeriais que foram utilizados anteriormente
DesdequeosServiçosdePsicologiaeorientaçãoforamcriados,tem-se
priülegiado ao nível da orientação voçacional, uma intervenção cemfada nos momento§ detransição(9pe12omos),oqueparaumagrandepartedoscÍlsosserevelacomourra intervenção deÍnasiado pontual e tardiq a qual tem um cariz