PERFIL DOS JOVENS NO MERCADO DE TRABALHO FORMAL NA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI (RM CARIRI): UMA ANÁLISE PARA OS ANOS
2005, 2010 E 2015.
RESUMO:
Diante do novo formato do mercado de trabalho, decorrente da reestruturação produtiva iniciada nos anos 1970/80, o jovem encontra dificuldades em ingressar no mercado de trabalho, por ser uma classe vulnerável as adversidades, sem muitas oportunidades devido ao desemprego e aos diversos padrões de inserção. Diante disso, o presente trabalho busca estudar a inserção do jovem no mercado de trabalho formal da Região Metropolitana do Cariri (RM Cariri) nos anos de 2005, 2010 e 2015. Para tanto, utilizou-se a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), bem como artigos, trabalhos e livros de áreas afins. Como complemento, foram utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os mesmos indicam grande participação dos serviços gerando empregos para o jovem na região supracitada, engendrando maior leque de possibilidades no mercado de trabalho formal, liderado pelo comércio. Cabe frisar a participação governamental na promoção das oportunidades, através de suas políticas de incentivo e de atração de grandes empresas. Todavia, a análise corrobora a má situação de grande parte dos jovens que trabalham em condições de baixa remuneração e escolaridade, condições essas pouco incentivadas no comércio.
PERFIL DOS JOVENS NO MERCADO DE TRABALHO FORMAL NA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI (RM CARIRI): UMA ANÁLISE PARA OS ANOS
2005, 2010 E 2015.
RESUMO:
Diante do novo formato do mercado de trabalho, decorrente da reestruturação produtiva iniciada nos anos 1970/80, o jovem encontra dificuldades em ingressar no mercado de trabalho, por ser uma classe vulnerável as adversidades, sem muitas oportunidades devido ao desemprego e aos diversos padrões de inserção. Diante disso, o presente trabalho busca estudar a inserção do jovem no mercado de trabalho formal da Região Metropolitana do Cariri (RM Cariri) nos anos de 2005, 2010 e 2015. Para tanto, utilizou-se a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), bem como artigos, trabalhos e livros de áreas afins. Como complemento, foram utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os mesmos indicam grande participação dos serviços gerando empregos para o jovem na região supracitada, engendrando maior leque de possibilidades no mercado de trabalho formal, liderado pelo comércio. Cabe frisar a participação governamental na promoção das oportunidades, através de suas políticas de incentivo e de atração de grandes empresas. Todavia, a análise corrobora a má situação de grande parte dos jovens que trabalham em condições de baixa remuneração e escolaridade, condições essas pouco incentivadas no comércio.
1 INTRODUÇÃO
À luz do movimento de globalização, um novo modelo de mercado de trabalho nasce, mediante a reestruturação produtiva do capital, a qual abriu portas para novas e velhas modalidades de (super) exploração do trabalho desigualmente impostas e globalmente combinadas pela nova divisão internacional do trabalho na era dos impérios (ANTUNES, 2016). Nesse sentido, grupos sociais auferem maiores dificuldades, como jovens, mulheres e negros.
Nesse contexto, os jovens possuem grandes dificuldades. Características como escolaridade, idade, sexo, estado civil, a possibilidade de o jovem ser ou não chefe da família, bem como aspectos familiares como renda conjunta, estado civil dos pais e o número de membros familiares são fatores que influenciam a preferência do jovem em buscar atividade remunerada ou não.
Ademais, programas governamentais como o Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC), Programa Jovem Aprendiz, Pronatec fomentaram o ingresso do jovem a partir dos anos 2000.
Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo analisar a inserção do jovem no mercado de trabalho formal na RM Cariri, localizada na mesorregião sul cearense, entre os anos de 2005, 2010 e 2015. Para tanto, a base de dados que foi utilizada nesse trabalho é proveniente da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) para os anos analisados, além de trabalhos científicos. Como complementos foram utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
2 METODOLOGIA
O presente artigo propõe uma discussão acerca do jovem e seu papel na promoção do desenvolvimento socioeconômico na RM Cariri, bem como estudar o mercado de trabalho formal, para os anos de 2005, 2010 e 2015. Para tanto, utilizou-se dados provenientes da RAIS e do IBGE.
O lócus da pesquisa - RM Cariri - está situado na mesorregião sul do Ceará, abrangendo os municípios de Barbalha, Caririaçu, Crato, Farias Brito, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri – dispondo do triângulo CRAJUBAR5, epicentro econômico da região, a qual compõe espaço geográfico
atípico em relação às características do semiárido nordestino. Tal região foi reconhecida como metrópole pela Lei estadual nº 78/09 de 2009.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Não só o espaço em que o jovem se encontra dificulta sua inserção no mercado de trabalho. Particularidades como idade, sexo, grau de escolaridade, estado civil, são aspectos decisivos para o ingresso do jovem na formação profissional.
Na RM Cariri observa-se o crescimento de oportunidades de emprego formal nos anos selecionados. Ocorre a concentração dos empregos no triangulo CRAJUBAR, o grande centro econômico desta região, liderado por Juazeiro do Norte (57,30%; 59,59% e 64,79%; para os anos selecionados) com maior participação na geração de empregos para o decênio estudado, seguido por Crato (24,87%; 21,04% e 19,51%) e Barbalha (10,09%; 10,51% e 10,09%). Com menores índices aparecem Nova Olinda (1,69%; 1,71% e 1,32%), Jardim (1,09%; 1,76% e 0,45%;), Caririaçu (1,74%; 1,43% e 1,11%) e Santana do Cariri (1,42%; 1,23% e 0,24%). Conforme constatado, o emprego para o jovem é ampliado no Juazeiro do Norte durante o período (em termos percentuais), em detrimento de outros municípios.
No que tange o gênero, os jovens do sexo masculino apresentam maior participação na maioria dos municípios com exceção de Caririaçu (2005, 2010, 2015); Farias Brito (2010, 2015); Jardim (2005, 2010); Santana do Cariri (2005, 2015).
Outra variável associada ao tipo de inserção no mercado de trabalho é a faixa de escolaridade. Segundo Guimarães e Almeida (2013, p. 9) “a situação dos jovens no país é agravada pela baixa escolaridade média e pela precária qualidade da educação”, intensificada pelo capitalismo pós-fordista. Há uma maior exigência de maior qualificação da força de trabalho, com um dos requerimentos advindos do novo paradigma tecnológico, o qual passa a exigir força de trabalho especializada e polivalente. Na RM Cariri a maioria dos empregos destina-se aos jovens que possuem ensino médio completo. Seguindo este, as faixas de ensino médio incompleto e ensino fundamental completo são as mais representativas. Para o período 2005/2015, a faixa de ensino médio completo auferiu crescimento significativo frente aos demais graus de escolaridade. Para variável escolaridade, cabe frisar o crescimento significativo das oportunidades para jovens com ensino superior completo ou cursando o mesmo, destacando o papel das Instituições de Ensino Superior (IES) inseridas na região nos últimos anos.
Por conseguinte, a faixa salarial apresenta papel importante – um aspecto ‘definidor’ quanto à relação oferta-demanda de trabalho. No período 2005/2015, grande parte das oportunidades remuneram de um a um salário mínimo e meio. Essa faixa apresenta para no período crescimento e participação majoritária nas oportunidades de emprego. Todavia, cabe frisar o crescimento dos empregos das faixas salariais mais elevadas, e redução dos que remuneram entre meio e um salário mínimo. Este cenário reflete a remuneração evidenciada: a quantidade exacerbada
de jovens com ensino médio completo, a qual comumente é remunerada com um, dois salários mínimos.
A última variável analisada concerne aos grandes setores da economia. A RM Cariri apresenta o tripé Serviços-Comércio-Indústria como a força econômica de muitos municípios da referida região. Cabe salientar o célere crescimento dos serviços haja vista sua passagem de 3ª força econômica (2005) para 1ª força econômica (em 2015, gerou maior parte dos empregos) – 21,98%; 25,58% e 34,23% para os anos estudados. A indústria sofreu queda significativa no decênio 2005/2015, perdendo participação – 37,09%; 35,58% e 26,30% para os anos estudados. O comércio apresentou uma dinâmica interessante, flutuando entre os setores econômicos para o referido decênio – 38,54%; 34,47% e 35,57% para os anos estudados. A construção civil apresentou pouca participação, com maior ênfase em Juazeiro do Norte. Já a agropecuária foi vital em Missão Velha, configurando-se como o principal setor gerador de empregos neste município.
Por fim, o estudo tratado neste artigo espera contribuir para o conhecimento do leitor no que tange as relações entre o jovem e o mercado de trabalho formal, as características que modificam a opinião do jovem em busca de qualificação ou de trabalho (há quem realiza os dois), podendo entender a situação do jovem entre 15 e 24 anos RM Cariri.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, R. L. C. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 2ª ed. São Paulo, SP: Boitempo, 2009.
GUIMARÃES, A. Q.; ALMEIDA, M. E. Os jovens e o mercado de trabalho: evolução e desafios da política de emprego no Brasil. Temas de administração pública. v. 8, n. 2. 2013.