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A Baixa Renda nos Mercados de Trabalho Metropolitanos de Salvador e São Paulo

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A Baixa Renda nos Mercados de Trabalho Metropolitanos de Salvador e

São Paulo

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Claudio Salvadori Dedecca† Adriana Jungbluth‡ Cassiano José Bezerra Marques Trovão+

Palavras-chave: Salário Mínimo; Baixa Renda, Rendimentos, Região Metropolitana,

Resumo:

Desde a segunda metade dos anos 1990, tem se observado a recuperação recorrente do salário mínimo real no Brasil, mais expressiva nós últimos anos em decorrência da definição de uma política de valorização de longo prazo para o salário mínimo.

Estudos têm mostrado que a política adotada tem favorecido a evolução das remunerações mais baixas do mercado de trabalho brasileiro. Contudo, é inegável a recorrência de níveis de remunerações inferiores ao piso legal para uma parcela reduzida, mas não desprezível, de ocupados.

O ensaio tem a preocupação de analisar o segmento ocupacional com rendimento inferior ao piso legal ao longo da década atual nas Regiões Metropolitanas de Salvador e São Paulo, a partir dos dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED. Procura entender a recorrência destas ocupações de baixo rendimento, em geral relacionada a características desfavoráveis de certas situações ocupacionais e a certas debilidades.

Estas situações ocupacionais encontram-se relacionadas especialmente às formas de trabalho informal. Em geral, estas formas são pouco abarcadas pelo salário mínimo devido à características que impedem ou dificultam o estabelecimento do trabalho segundo as determinações legais. É fundamental que se explore esta dimensão do mercado de trabalho com o objetivo de orientar a condução futura da política de salário mínimo.

O foco nas regiões metropolitanas se deve à possibilidade de acesso à informação mais recente, no caso do ano de 2007. E o uso dos dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego decorre do potencial desta base de dados em apresentar informações mais detalhadas sobre a situação ocupacional para um período mais longo.

*

Trabalho apresentado no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, realizado em Caxambu - MG - Brasil, de 29 de setembro a 03 de outubro de 2008.

Professor do Instituto de Economia da Unicamp. ‡

Mestranda em Desenvolvimento Econômico, área de concentração Economia Social e do Trabalho do IE/UNICAMP e pesquisadora do IE/UNICAMP.

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Mestrando em Desenvolvimento Econômico, área de concentração Economia Social e do Trabalho do IE/UNICAMP e pesquisador do IE/UNICAMP

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A Baixa Renda nos Mercados de Trabalho Metropolitanos de Salvador e São

Paulo

*

Claudio Salvadori Dedecca† Adriana Jungbluth‡ Cassiano José Bezerra Marques Trovão+

Introdução

Este ensaio analisa a inserção no mercado de trabalho dos ocupados de baixa renda - definidos aqui como sendo os ocupados que recebem abaixo do valor do salário mínimo - nas regiões metropolitanas de Salvador e São Paulo entre os anos de 1997 e 20071. Ele mostra que tais remunerações ocorrem em ocupações que não são cobertas pela CLT e, portanto, pela política de valorização do salário mínimo. A base de dados utilizada foi a Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

O objetivo é mostrar que, apesar do número de ocupados recebendo menos de um salário mínimo ter se elevado nos últimos dez anos, momento em que estava ocorrendo uma política no sentido de valorizar o salário mínimo, tal elevação não está relacionado à política de salário mínimo em si, visto que as ocupações em que tal aumento foi verificado não são cobertas diretamente pelo mínimo, isto é, não são o foco da política de valorização do salário mínimo que consegue apenas atingir as ocupações formais.

O ensaio foi divido em seis partes além desta introdução. A primeira delas retoma sumariamente a trajetória do salário mínimo no mercado nacional de trabalho. A próxima trata do salário mínimo e das determinações das remunerações. A terceira parte analisa o debate atual sobre a política de salário mínimo. Em seguida analisam-se as diferenças do mercado de trabalho da região metropolitana de São Paulo e de Salvador. A quinta seção trata especificamente dos ocupados que recebem menos de um salário mínimo nas duas regiões metropolitanas em questão. E, para finalizar, as considerações finais retomam os pontos mais importantes discutidos ao longo do ensaio.

*

Trabalho apresentado no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, realizado em Caxambu - MG - Brasil, de 29 de setembro a 03 de outubro de 2008.

Professor Doutor do IE/UNICAMP e pesquisador do CESIT- IE/UNICAMP. ‡

Aluna do curso de mestrado em Desenvolvimento Econômico, área de concentração Economia Social e do Trabalho do IE/UNICAMP e pesquisadora do CESIT- IE/UNICAMP.

+

Aluno do curso de mestrado em Desenvolvimento Econômico, área de concentração Economia Social e do Trabalho do IE/UNICAMP e pesquisador do CESIT- IE/UNICAMP.

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1. A trajetória do salário mínimo no mercado nacional de trabalho

É longa a história do salário mínimo no mercado de trabalho brasileiro. Instituído em 1940 para os contratos assalariados não-agrícola, ele foi posteriormente estendido a todo o mercado de trabalho (Sabóia, 1985). Ele incide obrigatoriamente sobre os contratos de trabalho assalariado que cumprem as determinações legais encontradas na Consolidação de Leis do Trabalho. Ademais, influencia indiretamente as remunerações dos contratos assalariados considerados informais, isto é, que não cumprem as determinações legais, e o preço dos serviços prestados ou da renda auferida no trabalho autônomo.

No momento de sua instituição, o salário mínimo apresentava um valor relativamente alto para o mercado de trabalho brasileiro, predominado pelo trabalho agrícola. Se relacionado com os salários industriais, constata-se que eram poucos os setores que tinham uma remuneração média superior ao piso legal2 (ver gráfico 1).

177 250 193 181 161 153 259 240 0 50 100 150 200 250 300 Salário Mínimo Indústria de Transformação Metal Mecânica Madeira e Mobiliário Química, Farmaceutica, Sabões e Velas Textil Alimentar e Bebidas Editorial e Gráfica Gráfico 1

Salário Mínimo e Salário Médio Industrial do pessoal ligado à produção, Brasil - 1940

Fonte: Ibge, Estatísticas Históricas do Brasil; Banco Central, Boletim do Banco

Se, por um lado, esta comparação evidencia ter o segmento industrial um perfil de remuneração inferior ao piso legal naquele momento instituído, ela sugere, por outro, que esta discrepância deveria ser ainda maior se realizada a comparação com a remuneração prevalecente nas atividades agrícolas, se considerados os estudos o trabalho nestas atividades.

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Somente a partir de 1960, o Censo Demográfico passou a realizar o levantamento do rendimento corrente da população ocupada. Até esta data, eram disponíveis informações de rendimento do trabalho somente para a indústria de transformação, que eram produzidos pelo IBGE.

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Ademais, é reconhecido na literatura sobre trabalho no Brasil que o acesso ao salário mínimo era significativamente restrito naquele período em razão da informalidade que predominava no mercado de trabalho assalariado.

É indubitável que, apesar da sua longa história, o salário mínimo tenha tido pouca representatividade no mercado de trabalho durante a segunda metade do Século XX. Sua trajetória de desvalorização ao longo do tempo pode ser tomada como um indicador dessa baixa representatividade para esse mercado como, também, para a própria sociedade brasileira.

O comportamento da relação entre o salário mínimo e o produto interno bruto permite dar sustentação a este argumento. Apesar de o país ter se constituído em uma das principais máquinas de crescimento dentre as economias ocidentais no após guerra, nota-se uma tendência de queda da relação nos primeiros 15 anos de sua vigência, revertida momentaneamente durante a segunda metade da década de 1950, mas restabelecida durante os anos 1960 a 19803. Foi a partir de meados da década de 1990 que a relação passa a conhecer uma recuperação lenta, em razão da política sistemática de recomposição do valor real do salário mínimo adotada pelo Governo Federal nos últimos 13 anos (ver gráfico 2).

Gráfico 2

Relação anual entre a média do Salário Mínimo e o PIB per capita, Brasil 1940-1970 -5,00 10,00 15,00 20,00 1940 1945 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 Média SM/ PIB per capita (%)

Fonte: Ibge, Estatísticas Históricas do Brasil; Banco Central, Boletim do Banco Central, Contas Nacionais, IBGE. Elaboração Própria.

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A evolução recente e positiva do salário mínimo está associada à maior legitimidade que ele ganhou a partir da Constituição Federal de 1988. Se nos primeiros anos da década de 1990, durante o período recessivo, o Governo Federal manteve em situação de abandono a recuperação do salário mínimo, nota-se que, com o Plano Real e a revogação do instrumento da política

3

Sobre o papel do salário mínimo no mercado de trabalho brasileiro, ver Macedo et al, 1979, Souza et al, 1979 e Baltar et al, 2005. Para a discussão nos países desenvolvidos, ver Bernstein et al, 2006, Card et al, 1995, Chapman, 2004, Dares, 2004 e Low Commission Pay, 2007.

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salarial, ele passou a ser objeto recorrente da política pública, trilhando um movimento de recuperação sistemática.

A recomposição do poder de compra do salário mínimo, ao longo dos últimos 13 anos, foi expressiva e sustentada, permitindo que ele voltasse a se situar em um patamar superior ao encontrado no momento de sua instituição, mas ainda abaixo de seu maior valor histórico no final dos anos 1950 (ver gráfico 3). Contudo, é inegável que o salário mínimo ganhou centralidade no campo das políticas públicas nestes últimos anos e que, mantida a trajetória atual, ele poderá alcançar um valor mais substantivo na segunda metade da próxima década.

Neste momento, a política de salário mínimo constitui-se na única intervenção governamental no processo de determinação dos rendimentos do mercado de trabalho. No campo das políticas públicas, a negociação coletiva aparece como um instrumento adicional para determinação das remunerações do trabalho.

20 40 60 80 100 120 140 160 180 1 940 1943 1946 1949 1952 9551 1958 1961 1964 1967 1970 9731 1976 1979 1982 1985 1988 1991 1994 1997 2000 2003 2006

Fonte: Sabóia (1985) e www.ipeadata.gov.br

J u n ho de 1940 = 100 Gráfico 3

Evolução do Salário Mínimo Real, Brasil, 1940-2007

2. O Salário Mínimo e a determinação das remunerações do trabalho

Na tradição internacional estabelecida pelas Convenções e Recomendações da OIT, são aceitos dois instrumentos públicos de determinação das remunerações do trabalho, exclusive o processo de barganha individual: o salário mínimo e a negociação coletiva. Segundo a OIT, o salário mínimo tem a função de proteger a remuneração dos trabalhadores de mais baixa qualificação e mais expostos à situação de desemprego e/ou rotatividade. A instituição entende que estes trabalhadores possuem baixo poder de barganha, necessitando ter sua remuneração mínima protegida por uma política pública. Para os demais trabalhadores, a OIT considera ser a negociação coletiva o instrumento privilegiado para a determinação dos rendimentos do trabalho (ver Starr, 1982).

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Ademais, a instituição considera que o fortalecimento da negociação coletiva faz parte da própria lógica do desenvolvimento capitalista, fazendo com que, ao longo do tempo, a sociedade não mais necessitasse da política pública de salário mínimo, devendo a remuneração de base do mercado de trabalho ser abrangida pelo acordo coletivo.

Colocando em outros termos, pode-se dizer que a evolução dos salários tem três determinantes:

• Política de Salário Mínimo – a intervenção estatal sobre o piso legal do mercado de

trabalho tem ampla possibilidade de influenciar o comportamento das remunerações mais baixas, mesmo em um contexto de desemprego ponderável;

• Negociação Coletiva – os acordos coletivos de categorias atuam sobre o comportamento

dos salários, que tem influência ponderável sobre o conjunto dos rendimentos do trabalho, sendo que eles tendem ser negativamente pressionados em situação de desemprego elevado;

• Barganha Individual – algumas pessoas ou conjuntos de pessoas exercem ocupações que

podem apresentar escassez em certos momentos de crescimento ou transformação tecnológica e que podem constituir poder de barganha favorável para uma negociação individual de salário ou remuneração variável, sendo que o desemprego elevado tende a reduzir as ocupações com esta vantagem competitiva.

Algumas observações sobre as orientações da OIT merecem destaque, em razão de serem relevantes para a continuidade deste ensaio.

A primeira a ser apresentada remete-se à cobertura restrita do salário mínimo ao contrato de trabalho subordinado. Tanto a remuneração do trabalho autônomo quanto aquela propiciada pela gestão do próprio negócio não são abarcadas pelas orientações da OIT nem, como na experiência brasileira, pela Consolidação de Lei do Trabalho.

É importante explicitar esta dimensão do salário mínimo, pois seu alcance não abarca todo o mercado de trabalho, mas somente seu segmento assalariado e, no caso brasileiro, aquele com proteção social.

Justamente por esta característica, emerge o debate sobre os riscos da política de salário mínimo ampliar as formas de trabalho informais ou não assalariadas. Mas esta é uma questão que será retomada mais adiante neste ensaio.

A outra observação que deve ser explicitada refere-se à incidência do salário mínimo sobre a estrutura salarial como um todo. Ainda segundo a OIT, não cabe ao salário mínimo a determinação ou regulação da estrutura salarial. Ele deve somente atuar sobre o piso de remuneração do mercado de trabalho, deixando que os níveis salariais médios e altos sejam determinados pela barganha individual ou pela negociação coletiva.

O salário mínimo deve garantir os salários de base, com o objetivo de propiciar um poder de compra cuja evolução siga o desempenho econômico e o incremento da produtividade. Isto é, entende-se que os trabalhadores de baixa qualificação podem ser alijados dos benefícios do crescimento e do aumento da produtividade, por estarem desprotegidos em relação à negociação

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coletiva ou por não terem poder individual de barganha, justificando-se, portanto, a regulação pública de seus salários.

Estas observações permitem explicitar o papel e o limite do salário mínimo no mercado nacional de trabalho. Sua função é precisa, devendo atuar sobre a base da estrutura salarial do segmento formal, com o objetivo de propiciar proteção do poder de compra dos salários dos trabalhadores de baixa remuneração e a possibilidade destes se apropriarem de parte dos ganhos de produtividade. O salário mínimo é, portanto, um instrumento de política pública limitado, devendo ser complementar aos demais instrumentos de determinação dos rendimentos do trabalho (Soares, 2002, Dedecca, 2005 e Sabóia, 2007).

3. A Política Nacional de Salário Mínimo e seu debate

Durante as eleições de 2002, o salário mínimo foi objeto das plataformas políticas dos candidatos à presidência. A recuperação de seu valor encontrava-se inscrito em todas elas, sendo que a plataforma do Presidente Lula afirmava que seu valor real deveria ser duplicado, ao longo dos quatro anos de governo.

Eleito o presidente, sua equipe, em um ambiente de acentuada fragilidade da situação econômica do país, deu-se conta, rapidamente, da impossibilidade de realizar a promessa eleitoral. No primeiro ano, adotou-se um reduzido aumento real (0,7%, 2003/2002) sob a justificativa da situação de restrição econômica. Em 2004, o reajuste limitado foi justificado pela elevação mais expressiva do salário família. Contudo, a experiência dos dois primeiros anos de governo pouco ou nada atendia à demanda de valorização do salário mínimo, levando o Governo Federal a adotar uma postura mais agressiva a partir de 2005, porém, ainda mais tênue que aquela afirmada em sua plataforma política eleitoral.

A decisão do Governo Federal de privilegiar o salário mínimo teve no movimento sindical um determinante relevante. Desde o final dos anos 1990, os sindicatos têm se envolvido mais com a questão do salário mínimo, tendo o tema entrado na agenda principal das centrais sindicais. O motivo da maior preocupação pelos sindicatos é bastante objetivo. Eles constataram que a valorização do salário mínimo favorece o processo de negociação coletiva tanto do piso salarial como do reajuste geral para as categorias.

Assim, foi se estabelecendo uma convergência entre Governo Federal, Congresso e sindicatos sobre a importância de valorizar o salário mínimo através da adoção de uma política de médio ou longo prazo. Também, o segmento das grandes empresas passou a fazer eco a favor da política, seja porque pagam salários de base superiores ao mínimo, seja porque o aumento do piso legal lhes beneficia em termos de maior demanda e maior produção.

Pode-se dizer que a centralidade do salário mínimo nas políticas de emprego e renda encontra-se relacionada ao consenso razoavelmente amplo que ele foi ganhando entre diversos setores da sociedade, levando com que, ao final de 2006, fosse pactuada uma política de valorização do salário mínimo até 2011.

No início de 2007, o Governo encaminhou esta política (EC-01/2007) para apreciação do Congresso. No presente momento, ela tramita no Senado após ter sido aprovada na Câmara Federal. A proposta estabelece aumentos anuais correspondentes à inflação do ano anterior acrescidos do aumento médio do PIB observado nos dois anos anteriores.

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Não cabe aqui debater a qualidade da proposição, pois levaria com que o ensaio acabasse por abordar a política de salário mínimo propriamente dita. Cabe somente ressaltar que a iniciativa encontra ampla legitimidade no Congresso Nacional, sendo as divergências restritas ao seu escopo.

Sem considerar a totalidade dos temas que tem estado presente no debate sobre a definição de uma política de valorização do salário mínimo, interessa apontar alguns que ganharam maior visibilidade. É possível apontar ao menos três: i. a possibilidade do aumento do salário mínimo ampliar a informalidade; ii. os impactos positivo e negativo da política sobre a despesa e a receita da previdência social; e iii. o efeito da política sobre o gasto público dos municípios.

Apesar da inegável relevância dos três temas para a construção da política de valorização do salário mínimo, deve-se reconhecer a impossibilidade de tratamento de todos os três. Este ensaio encontra-se focado no primeiro tema. Isto é, na suposta relação entre aumento do salário mínimo e incremento da informalidade. Neste exercício será analisada a questão sob a ótica da parcela de ocupados recebendo menos de um salário mínimo, com foco nos mercado metropolitanos de trabalho de Salvador e de São Paulo.

Qual a razão de adotar este enfoque para tratamento do tema da informalidade? A resposta é bastante simples. Se o aumento real do salário mínimo alimenta a informalidade, isto deve correr com o incremento dos ocupados com rendimento inferior ao salário mínimo. Isto é, os contratos de trabalho deixam de ter seu preço reajustado em razão do aumento do salário mínimo, levando com que eles possam somente ser realizados sem o cumprimento das determinações legais (ver Card, 1995).

Ademais, o ensaio foca dois mercados metropolitanos de trabalho, com incidência diferenciada do salário mínimo nas estruturas ocupacionais locais.

A preferência por dois mercados metropolitanos de trabalho é justificada com dois motivos. O primeiro deve-se à disponibilidade de informação para estes mercados para o ano de 2007. O outro decorre do fato da base de dados utilizada estar disponível para o período de 10 anos. Portanto, é possível avaliar a evolução da informalidade, circunscrita aos ocupados com rendimento inferior ao salário mínimo, para um período mais longo, incluindo o último ano.

4. Dois mercados de trabalho, duas realidades

As Regiões Metropolitanas de Salvador e São Paulo incorporam mercados de trabalho com razoável diferenciação entre si. Em termos mais gerais, Salvador apresenta uma situação de desemprego mais acentuada, marcada por um desemprego oculto mais expressivo. Em 2007, a taxa de desemprego aberto em Salvador era de 12% e a total de 19%, enquanto para São Paulo era de 9% e 13%, respectivamente.

Em relação às estruturas ocupacionais, as diferenças regionais são também relevantes. A participação do assalariamento na Região Metropolitana de Salvador tem se aproximado daquela observada para São Paulo. Mesmo assim, o trabalho autônomo e o doméstico continuam tendo maior expressão na metrópole do Nordeste (ver tabela 1).

Analisadas as estruturas ocupacionais se observa, mesmo mantidas suas diferenças, uma aproximação entre elas ao longo do período. Situação semelhante é encontrada quando se

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avaliam as respectivas estruturas de remunerações, apesar da diferença de rendimento médio entre regiões continuar sendo ainda ponderáveis.

1997 2000 2003 2006 2007 1997 2000 2003 2006 2007 Assalariado Privado com carteira 29,2 33,1 35,1 37,8 40,0 39,6 38,4 39,1 41,8 43,4 Assalariado Privado sem carteira 10,8 12,1 11,7 11,3 10,5 11,5 13,3 12,8 13,1 12,4 Assalariado Público 16,1 14,6 13,8 13,7 13,6 8,1 8,1 7,9 8,2 7,8 Autônomo Público 19,8 18,1 18,8 18,7 18,1 12,3 12,3 12,1 11,1 11,4 Autônomo Empresa 4,8 4,4 4,2 3,1 3,0 7,3 8,0 8,6 7,7 7,2 Empregador 4,3 4,1 3,8 3,8 3,6 5,9 5,0 4,4 4,2 4,0 Doméstico Mensalista 9,8 9,5 8,8 8,1 7,5 6,2 6,5 6,3 5,9 5,6 Doméstico diarista 1,0 1,1 1,3 1,2 1,2 1,8 1,5 2,0 1,9 2,1 Trabalho Familiar 2,2 1,5 0,9 0,6 0,6 2,1 1,7 1,5 0,9 0,8 Outros 0,9 0,8 0,8 0,8 0,8 1,4 1,3 1,3 1,2 1,2 Dono Negócio Familiar1 1,2 0,8 0,7 0,9 1,1 - - - - -Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego, PED. Microdados. Elaboração própria.

Nota 1: Não existem dados para donos de negócio familiar na região metropolitana de São Paulo. Tabela 1

Participação dos ocupados segundo posição na ocupação, Regiões Metropolitanas de Salvador e São Paulo, 1997- 2007

Posição na ocupação Salvador São Paulo

Os resultados evidenciam prontamente uma aproximação dos rendimentos médios metropolitanos ao salário mínimo, movimento explicado pela política de valorização do piso legal em um contexto de queda da renda média no mercado de trabalho nas duas regiões.

Esta tendência provoca uma maior concentração das estruturas de remunerações ao salário mínimo, independentemente do papel que o piso legal possa estar cumprindo nos mercados de trabalho metropolitanos (ver gráfico 4).

-200 400 600 800 1.000 1.200 1.400 1.600 1.800 2.000 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Salvador São Paulo Salário Mínimo Gráfico 4

Evolução do Rendimento Médio Real e Salário Mínimo Regiões Metropolitanas de Salvador e São Paulo

Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego, PED. Microdados. Elaboração própria.

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Focando no objeto deste ensaio, se verifica o incremento da participação dos ocupados com rendimento inferior ao salário mínimo em ambas as regiões metropolitanas entre 1997 e 2003 e pequeno decréscimo para Salvador e estabilidade para São Paulo para o período posterior. Em 2007, esta parcela da população representava 18,2% e 11,4% dos ocupados das Regiões Metropolitanas de Salvador e São Paulo, respectivamente (ver tabela 2).

É possível fazer uma primeira observação sobre estes dados. Os resultados apontam para um incremento da participação dos ocupados com rendimento inferior ao salário mínimo durante o período de forte deterioração dos rendimentos nas duas regiões metropolitanas, que foi inclusive marcado por um incremento das respectivas taxas de desemprego.

Durante os anos de recuperação econômica com efeitos positivos sobre o mercado de trabalho, refletidos inclusive no recuo considerável do desemprego, nota-se a queda ou estabilidade da parcela com rendimento inferior ao piso legal, apesar da tendência de aceleração dos seus aumentos reais, adotados pelo Governo Federal.

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Salvador 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Menos de 1 SM 14,0 14,0 15,4 15,6 15,2 16,4 18,9 20,3 19,4 19,2 18,4 1 SM ou Mais 77,4 80,0 78,8 79,4 81,1 79,6 77,6 75,9 77,3 77,8 78,6 Renda Zero 8,6 6,0 5,9 5,0 3,7 4,0 3,6 3,7 3,3 3,0 3,0 São Paulo 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Menos de 1 SM 3,8 4,1 4,9 6,1 7,3 8,2 10,3 11,4 11,1 11,1 11,4 1 SM ou Mais 91,0 91,3 90,3 89,3 88,2 87,4 85,3 84,6 85,3 85,1 84,8 Renda Zero 5,3 4,7 4,7 4,7 4,5 4,4 4,4 4,0 3,7 3,8 3,7

Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego, PED. Microdados. Elaboração própria. Tabela 2

Distribuição do total dos ocupados por faixa de renda, Regiões Metropolitanas de Salvador e São Paulo, 1997 - 2007 Faixa de renda

Mesmo considerando a sinalização que a política de valorização do salário mínimo, em um ambiente de crescimento, não se traduz em elevação da parcela de ocupados recebendo menos que o piso legal, faz-se necessário reconhecer a recorrência desta parcela no tempo. Ademais, levando em conta o custo de vida mais elevado prevalecente nas metrópoles, seria de se esperar que seus mercados de trabalho não mais carregassem parcela relevante de ocupados recebendo menos que o salário mínimo.

Infelizmente, esta situação não é confirmada, merecendo atenção mesmo que esta parcela de ocupados não esteja tendo sua dimensão ampliada durante a fase de crescimento. Neste sentido, merecem ser exploradas suas características de inserção produtiva com o objetivo de explicitar se sua recorrência pode ser afetada pela política de valorização do salário mínimo.

5. Os ocupados com rendimento inferior ao salário mínimo

Como já apontado anteriormente o crescimento ou recorrência de ocupados com rendimento inferior ao piso legal pode enfraquecer a importância da política de salário mínimo na defesa das remunerações de base do mercado de trabalho. Também, foi explicitado que, considerando esta preocupação, seriam exploradas as características da inserção desta parcela de ocupados na atividade produtiva.

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Como visto, estes ocupados correspondiam a 18% e 11% da ocupação dos mercados de trabalho metropolitanos de Salvador e São Paulo, respectivamente, no ano de 20074. Analisando este grupo de ocupados constata-se que 2/3 ou mais são do sexo feminino. Isto é, as mulheres predominam dentre os ocupados de baixa renda e, portanto, a possibilidade de menor eficácia da política de salário mínimo tenderia ser mais relevante para as mulheres do que para os homens (ver tabela 3).

Ao longo do período estudado, ambas as regiões metropolitanas apresentaram uma ampliação na participação de mulheres recebendo menos de um salário mínimo. No caso de Salvador essa ampliação ficou em torno de 3% e de São Paulo pouco mais de 2%. Apesar de em São Paulo o crescimento ter sido um pouco menor, a participação das mulheres com renda inferior ao mínimo é quase 4% superior à região metropolitana de Salvador.

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Salvador 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Homens 36,2 36,1 34,8 36,4 32,8 33,6 34,6 35,2 36,4 35,9 33,1 Mulheres 63,8 63,9 65,2 63,6 67,2 66,4 65,4 64,8 63,6 64,1 66,9 São Paulo 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Homens 31,7 34,1 34,4 31,6 31,8 31,0 31,8 32,5 30,5 30,0 29,4 Mulheres 68,3 65,9 65,6 68,4 68,2 69,0 68,2 67,5 69,5 70,0 70,6

Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego, PED. Microdados. Elaboração própria. Sexo

Distribuição dos ocupados com renda inferior ao Salário Mínimo segundo Sexo, Regiões Metropolitanas de Salvador e São Paulo, 1997-2007

Tabela 3

A questão que se coloca, neste sentido, diz respeito ao posicionamento ocupacional desses trabalhadores que recebem abaixo do piso legal, e se essa posição sofre influência da política de valorização do salário mínimo.

Deve-se observar com maior atenção que os trabalhadores que contribuem para a previdência social, isto é, aqueles que possuem carteira de trabalho assinada e que auferem rendimentos abaixo do piso legal não se mostram representativos entre os ocupados, perfazendo valores muito próximos a zero (ver tabela 4).

Merece destaque, pois, o fato de que grande parte dos trabalhadores de baixa renda e que, portanto, se encontra em situação desfavorecida, não é o foco da política de valorização do salário mínimo, isto é, não pertence aos ocupados assalariados.

A posição na ocupação dos trabalhadores que recebem menos que o salário mínimo varia enormemente em razão do sexo. Na região metropolitana de Salvador, por exemplo, mais da metade dos homens é autônomo público5, em seguida aparecem os assalariados privados sem carteira assinada. Se forem consideradas apenas as mulheres, vê-se que quase metade também se

4

Em 2007 existiam 8,8 e 1,4 milhões de ocupados para Salvador e São Paulo, respectivamente. 5

Autônomo para o público é identificado como a pessoa que explora seu próprio negócio ou ofício, sozinho ou com sócio (s), ou ainda com a ajuda de trabalhador (es) familiar (es) e, eventualmente, tem algum ajudante remunerado em períodos de maior volume de trabalho. O indivíduo classificado nessa categoria presta os seus serviços diretamente ao consumidor, sem ser o intermediário de uma empresa ou pessoa, tendo liberdade (autonomia) para organizar seu próprio trabalho e, portanto, para determinar sua jornada de trabalho, assim como para ter ou não ajudantes e/ou sócios (Dicionário de variáveis da Pesquisa de Emprego e Desemprego - PED).

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insere na posição autônomo público, mas a segunda maior participação deve-se ao trabalho doméstico mensalista com 25,3% no ano de 2007.

1997 2003 2005 2007 1997 2003 2005 2007

Homens 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Assalariado Privado com carteira 0,8 1,2 1,3 0,3 2,2 1,4 1,5 2,1 Assalariado Privado sem carteira 28,0 27,9 27,8 25,8 21,4 24,0 25,3 25,6

Assalariado Público 3,7 3,5 3,1 5,0 0,6 1,5 3,2 3,3 Autônomo Público 50,6 51,5 54,2 56,7 37,7 34,3 30,2 37,4 Autônomo Empresa 11,3 11,5 10,6 9,1 24,4 32,8 33,4 27,9 Empregador 0,1 0,2 0,2 0,3 0,0 0,4 0,6 0,5 Doméstico Mensalista 2,3 2,2 1,3 1,2 1,4 0,7 1,7 1,5 Doméstico diarista 0,3 0,2 0,2 0,1 0,4 0,0 0,2 0,0 Trabalho Familiar 1,6 1,1 0,3 0,1 10,6 4,3 3,1 1,3 Outros 0,2 0,0 0,4 0,3 1,4 0,6 0,8 0,2

Dono Negócio Familiar 1,1 0,6 0,4 1,2 0,0 0,0 0,0 0,0

Mulheres 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Assalariado Privado com carteira 0,5 0,8 0,4 0,2 0,7 0,8 1,1 1,9 Assalariado Privado sem carteira 7,4 10,2 12,9 14,1 6,8 9,3 11,0 11,9

Assalariado Público 3,5 1,9 1,9 1,9 0,1 2,4 3,1 3,4 Autônomo Público 43,4 45,3 42,7 44,8 41,1 32,2 30,4 28,8 Autônomo Empresa 6,8 4,1 4,4 3,3 18,7 18,6 19,2 17,9 Empregador 0,0 0,1 0,3 0,2 0,0 0,3 0,2 0,3 Doméstico Mensalista 29,3 27,6 28,2 25,3 16,5 19,3 18,2 16,8 Doméstico diarista 8,1 9,4 8,4 9,3 13,1 16,3 16,3 18,6 Trabalho Familiar 0,2 0,2 0,3 0,1 2,7 0,8 0,5 0,4 Outros 0,1 0,0 0,0 0,1 0,2 0,0 0,1 0,1

Dono Negócio Familiar 0,6 0,4 0,3 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0

Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego, PED. Microdados. Elaboração própria.

Posição na Ocupação Salvador São Paulo

Tabela 4

Distribuição dos ocupados com renda inferior ao Salário Mínimo segundo sexo e posição na ocupação, Regiões Meropolitanas de Salvador e São Paulo, 1997-2007

Observando-se o caso da região metropolitana de São Paulo, novamente encontra-se o autônomo público com a maior participação no total dos ocupados sendo esta de 37,4% e 28,8%, em 2007, para homens e mulheres, respectivamente. Vale destacar que as mulheres inseridas nessa posição tiveram sua participação enormemente reduzida no período analisado com uma queda de cerca de13%. Tal queda foi compensada pelo aumento do assalariamento privado sem carteira assinada.

Apesar do autônomo público ser a principal ocupação para as duas regiões e para ambos os sexos, chama a atenção o fato de que, em São Paulo, a segunda posição na ocupação que possui maior destaque é a de autônomos voltados para empresas6, diferente do que ocorre em Salvador.

Em geral, o que se percebe com estes dados é que o maior peso dos ocupados que recebem valores inferiores ao salário mínimo está nos autônomos, sejam eles voltados para

6

Autônomo para empresa é o indivíduo que trabalha por conta-própria sempre para determinada (s) empresa (s) ou pessoa (s), mas não tem uma jornada de trabalho prefixada contratualmente e nem trabalha sob o controle direto da empresa, tendo, portanto, liberdade para organizar seu próprio trabalho (horário, forma de trabalhar, ter ou não ajudantes). Essa categoria inclui também o trabalhador vinculado a uma empresa que recebe exclusivamente por produção, cujo vínculo empregatício é expressamente formalizado em contrato de autônomo (Dicionário de variáveis da Pesquisa de Emprego e Desemprego - PED).

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serviços públicos ou para empresas tanto para homens quanto para mulheres. A diferença entre sexo aparece na segunda posição de ocupação de maior peso sendo ela a de assalariados privados sem carteira no caso dos homens e domésticas no caso das mulheres.

Vale ainda destacar que no caso de Salvador o peso das domésticas mensalistas é bastante superior que as diaristas, diferente de São Paulo onde o peso das diaristas também se mostra altamente significativo.

Em relação à jornada de trabalho semanal desses ocupados de baixa renda, percebe-se que grande parte não chega a trabalhar 44 horas ou mais na semana. No caso do autônomo público, que representa a maioria desse grupo de baixa renda, 55,9% e 77,6% dos homens e das mulheres, respectivamente, na região metropolitana de Salvador, trabalham menos que a jornada média de trabalho de um ocupado assalariado com carteira assinada. Já quanto à região de São Paulo esses números mostram-se pouco diferentes, 67,1% e 70,2% para homens e mulheres, respectivamente (ver tabela 5).

Salvador São Paulo

Homens 58,7 71,2

Assalariado Privado com carteira 50,0 77,8

Assalariado Privado sem carteira 57,1 67,8

Assalariado Público 100,0 95,2 Autônomo Público 55,9 67,1 Autônomo Empresa 62,4 78,4 Empregador 40,0 33,3 Doméstico Mensalista 55,6 47,4 Doméstico diarista 100,0 -Trabalho Familiar 100,0 81,3 Outros 50,0 0,0

Dono Negócio Familiar 29,4

-Mulheres 73,2 80,4

Assalariado Privado com carteira 40,0 82,1

Assalariado Privado sem carteira 70,5 75,8

Assalariado Público 100,0 100,0 Autônomo Público 77,6 70,2 Autônomo Empresa 66,0 79,7 Empregador 83,3 33,3 Doméstico Mensalista 59,1 79,4 Doméstico diarista 94,6 98,6 Trabalho Familiar 50,0 50,0 Outros 100,0 100,0

Dono Negócio Familiar 33,3

-Tabela 5

Participação dos ocupados com jornada semanal média inferior a 44 horas no total dos ocupados com renda infeior ao Salário Mínimo segundo posição na ocupação,

Regiões Metropolitanas de Salvador e São Paulo, 2007

Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego, PED. Microdados. Elaboração própria.

Os assalariados que não contribuem para a previdência social também apresentam diferenças significativas entre homens e mulheres, quanto à relação referente ao número de horas trabalhadas. Dentre as mulheres de baixa renda, 70,5% e 75,8% em Salvador e São Paulo, respectivamente, encontram-se na faixa da população mais desfavorecida que não chega a trabalhar 44 horas semanais. Quanto à posição dos homens, percebe-se que a situação é mais grave, pois estes possuem parcelas menores de ocupados que trabalham menos de 44 horas, o

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que quer dizer que parcela significativa desses empregados trabalha 44 horas semanais ou mais, e não aufere rendimentos iguais ou superiores ao salário mínimo, que seria condizente com essa carga horário de trabalho.

No que tange aos trabalhadores domésticos pode-se notar que, principalmente entre as mulheres cuja representatividade da posição é elevada, há diferenças significativas quanto ao regime da ocupação, isto é, se é mensalista ou diarista. Na região de Salvador 59,1% das empregadas domésticas mensalistas trabalham menos de 44 horas semanais, enquanto que as diaristas essa participação sobe para 94,6%. Em São Paulo essa diferença mostra-se mais tênue, mulheres mensalistas que trabalham menos de 44 horas representam 79,4% e diaristas 98,6. Isso reflete o fato das condições menos favorecidas do mercado de trabalho metropolitano de Salvador.

É interessante também olhar o conjunto desses ocupados de baixa renda segundo algumas características que não apenas aquelas diretamente ligadas ao vínculo ocupacional, como escolaridade, cor e posição na família.

Ao que se refere à escolaridade, a parcela dos trabalhadores que auferem rendimentos inferiores ao piso legal e que não possuem o ensino fundamental completo era elevada no começo da ultima década e foi diminuindo ao longo do tempo, para ambas as regiões.

Em Salvador a maior participação dos trabalhadores de baixa renda que não possuem o ensino fundamental completo encontra-se entre as mulheres, 47,6% em 1997 e passando para 27,5% em 2007. Quanto aos homens a queda nessa relação é mais tênue, de 28,7% para 18,6% (ver tabela 6). Nesse sentido, pode-se perceber que entre os homens as ocupações mais afetadas pelo efeito da baixa escolaridade encontram-se nas ocupações autônomo público e assalariado sem carteira assinada. Já entre as mulheres, as ocupações de serviços domésticos e de autônomo público são as que apresentam as maiores relações de ocupados com baixa escolaridade sobre o total de ocupados que recebem menos de um salário mínimo. Porém deve-se salientar que essa relação vem caindo ao longo da década.

Quanto à região metropolitana de São Paulo, o que pode ser observado é uma situação menos favorável, entre as mulheres, comparativamente a região de Salvador. A queda na participação das mulheres ocupadas com baixa escolaridade foi bem menos acentuada, o que evidencia a reiteração da perversidade que o efeito da baixa escolaridade causa à estrutura de remuneração dessa região.

Ademais, deve-se verificar que há diferenças quanto ao sexo, pois a situação da mulher, apesar da melhora ao longo do tempo ainda se mostra mais desfavorável, comparativamente a dos homens. Nesse sentido, assim como na região de Salvador, São Paulo apresenta o serviço doméstico feminino e as autônomas dedicadas ao público em pior situação.

O cenário geral referente à escolaridade mostra-se desfavorável para as mulheres, no sentido em que a baixa escolaridade afeta mais significativamente o sexo feminino que o masculino, quanto à questão da remuneração. Na região metropolitana de São Paulo esse peso que a baixa escolaridade carrega para as mulheres é mais presente, comparativamente à região de Salvador, pois, nota-se que em posições ocupacionais de grande relevância entre os ocupados de baixa renda, o fator escolaridade implica em maiores dificuldades para que as mulheres consigam auferir rendimentos próximos ou iguais ao piso legal.

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Conclui-se, pois, que a baixa escolaridade mostra-se mais desfavorável para as mulheres e mais ainda para a Região Metropolitana de São Paulo, onde o efeito da política de valorização do salário mínimo não seria efetivamente eficaz, dado que as posições na ocupação mais prejudicadas não são contempladas por tal política.

1997 2007 1997 2007

Homens 28,7 18,6 25,6 16,2

Assalariado Privado com carteira 2,1 1,7 0,4 0,1 Assalariado Privado sem carteira 8,3 3,8 5,4 2,9 Assalariado Público 0,7 0,5 0,1 0,4 Autônomo Público 13,0 10,4 10,7 7,7 Autônomo Empresa 2,7 1,5 6,2 4,4 Empregador - - - 0,1 Doméstico Mensalista 1,0 0,5 0,4 -Doméstico diarista 0,1 0,0 0,1 0,4 Trabalho Familiar 0,5 0,0 2,2 0,2 Outros 0,0 - 0,1 -Dono Negócio Familiar 0,2 0,2 - -Mulheres 47,6 27,5 50,5 36,9

Assalariado Privado com carteira 1,2 1,1 0,3 0,2 Assalariado Privado sem carteira 2,9 1,6 2,6 2,5 Assalariado Público 1,4 0,4 - 1,0 Autônomo Público 15,7 10,2 21,1 10,3 Autônomo Empresa 2,1 0,5 8,2 5,8 Empregador 0,0 0,0 - 0,1 Doméstico Mensalista 20,2 10,7 9,8 7,7 Doméstico diarista 3,7 2,9 7,7 9,2 Trabalho Familiar 0,1 - 1,0 0,1 Outros - - - -Dono Negócio Familiar 0,2 0,2 - -Total 76,2 46,1 76,1 53,1 Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego, PED. Microdados. Elaboração própria.

Tabela 6

Participação dos ocupados sem o fundamental completo no total dos ocupados com renda inferior ao Salário Mínimo, Regiões Metropolitanas de São Paulo e Salvador,

1997- 2007

Salvador São Paulo

Analisando-se a questão da cor, o primeiro dado interessante a se destacar é o fato da baixa participação dos amarelos em ambos os mercados de trabalhos metropolitanos, com participação ainda menor ou ausente no caso dos homens na região metropolitana de Salvador. Em São Paulo a participação deste grupo fica em torno de 0,5% (ver tabela 7).

Na região metropolitana de Salvador, a maior participação é dos negros7, ficando acima de 90% dos ocupados que recebem menos que o salário mínimo. Ademais, no caso dos homens, em algumas ocupações como domésticos mensalistas e diaristas e outras ocupações, os negros representam a totalidade. No caso das mulheres a maioria é negra para os assalariados privados com carteira e para o trabalho familiar.

Tomando-se a região metropolitana de São Paulo, a situação da distribuição dos ocupados por cor é distinta. Diferente de Salvador, essa distribuição é mais equilibrada, 54% e 45,4% dos homens são brancos e negros, respectivamente. Quanto ao sexo feminino, pode-se notar que a

7

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distribuição é ainda mais equilibrada, 51% das mulheres são brancas e 48,6 são negras. O maior percentual de negros, no caso dos homens, é encontrado nas outras ocupações (66,7%) e no trabalho assalariado com carteira assinada (52,3%). No caso das mulheres, aparece novamente o trabalho assalariado privado com carteira (54,5%) seguido pelo trabalho doméstico mensalista (54,3%).

Percebe-se que os ocupados que recebem menos de um salário mínimo são predominantemente negros, tanto para homens quanto para mulheres na região metropolitana de Salvador. Ademais, as posições na ocupação reiteram esse quadro, indicando a gravidade da estrutura de rendimentos dessa região. No mesmo sentido, pode-se dizer que a experiência escravista do Brasil colônia reflete-se na enorme disparidade entre as regiões de São Paulo e Salvador, em que há sinais de que a primeira mostra-se de certa forma mais equilibrada que a segunda.

Branca Negra Amarela Total Branca Negra Amarela Total Homens 7,1 92,9 - 100,0 54,0 45,4 0,6 100,0

Assalariado Privado com carteira 25,0 75,0 - 100,0 47,7 52,3 - 100,0 Assalariado Privado sem carteira 8,7 91,3 - 100,0 56,4 43,1 0,5 100,0 Assalariado Público 12,3 87,7 - 100,0 59,6 40,4 - 100,0 Autônomo Público 5,9 94,1 - 100,0 100,0 - - 100,0 Autônomo Empresa 5,3 94,7 - 100,0 53,6 45,2 1,2 100,0 Empregador 40,0 60,0 - 100,0 51,4 48,6 - 100,0 Doméstico Mensalista - 100,0 - 100,0 57,1 42,9 - 100,0 Doméstico diarista - 100,0 - 100,0 58,1 41,9 - 100,0 Trabalho Familiar 100,0 - - 100,0 75,0 25,0 - 100,0 Outros - 100,0 - 100,0 33,3 66,7 - 100,0 Dono Negócio Familiar 11,8 88,2 - 100,0 - - - -Mulheres 6,6 93,4 0,0 100,0 51,0 48,6 0,4 100,0

Assalariado Privado com carteira - 100,0 - 100,0 45,5 54,5 - 100,0 Assalariado Privado sem carteira 7,4 92,6 - 100,0 54,2 45,0 0,9 100,0 Assalariado Público 19,6 80,4 - 100,0 52,6 47,4 - 100,0 Autônomo Público 8,1 91,9 - 100,0 53,9 45,4 0,7 100,0 Autônomo Empresa 9,3 90,7 - 100,0 51,6 47,7 0,7 100,0 Empregador 16,7 83,3 - 100,0 50,0 50,0 - 100,0 Doméstico Mensalista 2,8 97,1 0,1 100,0 45,7 54,3 - 100,0 Doméstico diarista 4,3 95,7 - 100,0 49,7 50,3 - 100,0 Trabalho Familiar - 100,0 - 100,0 66,7 33,3 - 100,0 Outros 25,0 75,0 - 100,0 66,7 - 33,3 100,0 Dono Negócio Familiar 14,3 85,7 - 100,0 - - - -Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego, PED. Microdados. Elaboração própria.

Posição na ocupação Salvador

Tabela 7

Distribuição dos ocupados com renda inferior ao Salário Mínimo segudo sexo e cor, Regiões Metropolitanas de Salvador e São Paulo, 2007

São Paulo

Observando-se agora a distribuição dos ocupados de baixa renda segundo sexo e posição na família, nota-se que, no caso dos homens, predominam os chefes de família e, no caso das mulheres, predominam os cônjuges em ambas as regiões metropolitanas.

Nota-se que há diferenças entre as regiões, como a posição ocupacional dos assalariados, principal foco da política de valorização do salário mínimo. No caso dos trabalhadores sem carteira o peso dos homens chefe de família é maior em São Paulo, que em Salvador. Já, quando se observam os ocupados assalariados que contribuem para a previdência o que se pode observar

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é que os homens chefe de família têm mais peso na região de Salvador. Esse mesmo movimento pode ser notado para as mulheres assalariadas chefes de família, em que se observa um peso maior das que possuem carteira assinada, em Salvador, e um peso maior das que não possuem carteira de trabalho assinada, em São Paulo.

Chefe Conjuge Filho Total Chefe Conjuge Filho Total Homens 45,1 2,0 41,3 100,0 49,6 1,9 40,5 100,0

Assalariado Privado com carteira 75,0 - 25,0 100,0 38,4 - 52,3 100,0 Assalariado Privado sem carteira 19,3 1,6 62,4 100,0 24,6 0,7 63,1 100,0 Assalariado Público 5,5 - 78,1 100,0 30,8 1,9 63,5 100,0 Autônomo Público 60,5 2,4 28,2 100,0 76,8 1,8 17,5 100,0 Autônomo Empresa 39,8 2,3 47,4 100,0 47,8 3,9 39,8 100,0 Empregador 40,0 - 60,0 100,0 57,1 - 28,6 100,0 Doméstico Mensalista 55,6 - 22,2 100,0 64,5 3,2 12,9 100,0 Doméstico diarista 100,0 - - 100,0 - - - -Trabalho Familiar - - - 100,0 - - 87,5 100,0 Outros - - 100,0 100,0 - - 100,0 100,0 Dono Negócio Familiar 70,6 - 17,6 100,0 - - - -Mulheres 25,4 40,5 24,1 100,0 24,1 49,0 19,6 100,0

Assalariado Privado com carteira 40,0 - 60,0 100,0 21,2 30,3 37,1 100,0 Assalariado Privado sem carteira 13,7 24,5 48,7 100,0 16,7 27,0 45,6 100,0 Assalariado Público 1,8 7,1 78,6 100,0 22,8 51,8 20,2 100,0 Autônomo Público 29,1 46,7 18,6 100,0 22,9 60,0 13,4 100,0 Autônomo Empresa 25,8 28,9 35,1 100,0 24,5 46,6 21,3 100,0 Empregador 33,3 50,0 16,7 100,0 50,0 50,0 - 100,0 Doméstico Mensalista 23,9 39,3 18,8 100,0 21,3 49,4 16,6 100,0 Doméstico diarista 35,4 47,7 12,3 100,0 35,3 55,4 6,1 100,0 Trabalho Familiar - 50,0 50,0 100,0 16,7 33,3 41,7 100,0 Outros - 25,0 75,0 100,0 - - 66,7 100,0 Dono Negócio Familiar 14,3 66,7 14,3 100,0 - - - -Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego, PED. Microdados. Elaboração própria.

Tabela 8

Distribuição dos ocupados com renda inferior ao Salário Mínimo segudo sexo e posição na família, Regiões Metropolitanas de Salvador e São Paulo, 2007

Salvador São Paulo

Outra posição de grande representatividade no total dos ocupados de baixa renda e que guarda diferenças regionais é a posição de autônomo dedicada ao público. Em Salvador, os homens dessa ocupação são em grande maioria chefes de família (60,5%), o que não pode ser visto entre as mulheres, pois estas representam apenas 29,1%.

Quanto à região de São Paulo, os trabalhadores autônomos para o público apresentam distribuição parecida com a da região de Salvador, porém, há sutis diferenças. O peso dos homens chefe de família se mostra superior em São Paulo, assim como o peso das mulheres cônjuges é elevado, estas representam a grande maioria (60%) dessa ocupação.

Outra ocupação que merece ser analisada é a dos serviços domésticos, principalmente entre as mulheres, cuja representatividade é elevada. Para ambas as regiões metropolitanas, nota-se que entre as diaristas, aproximadamente 35% são chefes de família, já quanto as mensalistas a posição de chefe é pouco menor, cerca de 20%. A maior diferença regional, no que se refere aos serviços domésticos, encontra-se na posição de cônjuge, na qual observa-se que em Salvador sua participação, entre as mulheres, é relativamente menor que em São Paulo, tanto para diaristas como para mensalistas.

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A política de valorização do mínimo, cujo foco principal são os assalariados, principalmente aqueles que contribuem para a previdência social, poderá ter grande influência, dada a distribuição dos ocupados por posição na família, sobre os jovens. Isso porque há grande participação da posição de filho entre os trabalhadores assalariados, para ambas as regiões. Nessa situação, encontram-se, os homens assalariados com carteira assinada de São Paulo e as mulheres, também com carteira, de Salvador.

6. Considerações Finais

Este ensaio teve a preocupação de explorar uma dimensão do debate sobre as implicações de uma política de valorização do salário mínimo: a possibilidade de ampliação da informalidade, entendida neste estudo como a parcela de ocupados com rendimento inferior ao piso legal. A análise explorou os dados propiciados pela Pesquisa de Emprego e Desemprego para as Regiões Metropolitanas de Salvador e São Paulo, até o ano de 2007.

Os resultados da análise evidenciam ter ocorrido aumento da participação da ocupação com rendimento inferior ao salário mínimo nas duas regiões metropolitanas durante os anos de maior instabilidade econômica (1998-2003), que foram marcados por uma tendência de ampliação do desemprego. Desde 2004, nota-se a estabilidade da participação deste segmento de ocupados, devendo–se ressaltar a trajetória de recuperação econômica com queda do desemprego observada nestes últimos anos.

Os resultados gerais indicam que a evolução desta parcela da ocupação encontra-se relacionada ao desempenho da economia e seus efeitos dinâmicos sobre o mercado de trabalho. A ocupação de baixa renda se amplia com a deterioração do mercado de trabalho e, até o momento, ela encontra a estabilidade no processo de recuperação econômica. Também, em termos gerais, nota-se a recorrência do trabalho de baixa renda em ambas a regiões metropolitanas, independentemente das especificidades de cada um dos mercados de trabalho.

Explorando os resultados em uma perspectiva mais detalhada, é possível melhor conhecer as características da estrutura das ocupações de baixa renda, as quais evidenciam haver uma ampla predominância do trabalho autônomo, por um lado, e do trabalho assalariado com jornadas de trabalho reduzidas, por outro, especialmente do trabalho doméstico.

Nesta perspectiva analítica, constata-se que a dimensão ocupacional da baixa renda pode ser pouco afetada pela política de valorização do salário mínimo, seja porque ela não regula a remuneração do trabalho autônomo, seja porque ocupações com jornadas de trabalho inferiores à 44 horas tendem a não ser remuneradas pelo valor absoluto do piso legal.

Não existem indicações de que a parcela de ocupados com baixo rendimento tenha tido sua participação ampliada devido ao aumento continuo do salário mínimo real ocorrido desde 1995. Os resultados revelam que a recorrência do segmento ocupacional está associada aos tipos de oportunidades de trabalho abertas nestes mercados, em especial durante a fase de deterioração do nível de ocupação com ampliação da taxa de desemprego. Estas oportunidades permitem amenizar os problemas de falta de ocupação e renda mais estáveis, bem como aqueles que caracterizam a situação de desemprego.

Os resultados indicam que a ocupação de baixa renda tende a se localizar em uma zona nebulosa entre a inserção mais recorrente na atividade econômica e a situação de desemprego, expressando principalmente um problema de falta de oportunidade ocupacional adequada.

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Sinaliza, ademais, que a melhora das condições de inserção deste segmento ocupacional depende da ampliação da oferta de trabalho, a qual é determinada pelo desempenho econômico e podendo ser favorecida possíveis ações de uma política pública de emprego.

Em suma, a análise da evolução recente de dois mercados metropolitanos de trabalho aponta que a reprodução da ocupação de baixa renda não pode ser relacionada à política de valorização do salário mínimo. Ou melhor, não existe evidência que o comportamento do segmento informal de baixa renda esteja associado à política de proteção da remuneração básica do trabalho assalariado existente no país. Por outro lado, os resultados da PNAD mostram uma clara tendência de formalização do mercado de trabalho nacional, desde 2003, para os diversos estratos ocupacionais com rendimento igual ou superior ao salário mínimo (Dedecca, 2006b).

Referências Bibliográficas

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Referências

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