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Gestão da qualidade da produção de betumes na TOTAL Bitumen

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Gestão da Qualidade da Produção de Betumes

Projecto de Dissertação do MIEIG 200 Orientador na FEUP: Profª Teresa Galvão Orientador na TOTAL Bitumen

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Mestrado Integrado em Engenharia Industrial e Gestão

Gestão da Qualidade da Produção de Betumes

TOTAL Bitumen

Cristina Valente Moreira Melo

Projecto de Dissertação do MIEIG 2007/2008 Orientador na FEUP: Profª Teresa Galvão

TOTAL Bitumen: Engenheiro Luis Rodriguez Carrasquel

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Mestrado Integrado em Engenharia Industrial e Gestão

2008-09-08

Gestão da Qualidade da Produção de Betumes na

Luis Rodriguez Carrasquel

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i Resumo

O projecto desenvolvido e descrito neste documento insere-se no âmbito do Projecto de Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Industrial e Gestão da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e decorreu na empresa TOTAL France, SA, no período de tempo entre Fevereiro a Agosto 2008.

A política de Qualidade seguida por esta empresa vai ao encontro da nova filosofia de Gestão da Qualidade Total, que visa dar ênfase às necessidades de mercado e dos clientes, num processo gradual de melhoria contínua.

Este projecto define-se pela Gestão da Qualidade da Produção de Betumes e teve como finalidade fazer um acompanhamento da mesma no sentido de atingir os objectivos inerentes à nova filosofia de Gestão da Qualidade.

Para isso, a autora deste documento, participou em todas as tarefas relativas aos procedimentos a seguir na Gestão da Qualidade da Produção de Betumes, não só colaborando fortemente na execução das mesmas como também na concepção de ferramentas de apoio à sua concretização. A autora encarregou-se da construção/melhoramento de ficheiros para a criação de fichas de anomalias e para a criação de relatórios de incidentes decorridos fora do horário laboral e ficheiros destinados ao armazenamento de dados e respectiva análise estatística. A autora encarregou-se ainda da reorganização/actualização de fontes de informação indispensáveis à análise de dados efectuada diariamente, assim como da recolha e análise de dados relativos aos testes que foram realizados a determinados produtos com maior incidência de anomalias.

Para além disso, foi ainda incumbida de realizar um balanço do ano de 2007, de uma das fábricas TOTAL responsável pela fabricação do produto da especialidade e, por isso, participou na construção de uma base de dados que veio permitir fazer uma análise eficaz de todos os dados recolhidos nos anos anteriores como também nos anos ulteriores.

Como projecto complementar, a autora cooperou na implementação do novo regulamento REACH (Registration, Evaluation, Authorization of CHemicals), que se encontra em fase inicial de pré-registo das substâncias. Como tal, esteve envolvida na construção de uma base de dados disponível para todo o grupo, no sentido de criar uma ferramenta de armazenamento de informações, capaz de responder aos requisitos impostos pelo regulamento em causa. Ao longo deste Projecto de Dissertação, não se poderá concluir que a autora contribuiu para a obtenção de um único resultado mas sim de vários resultados favoráveis, progressivos e inter-relacionados, que culminam num único fim: atingir os objectivos da Gestão da Qualidade Total.

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ii

Bitumen Production’s Quality Management in TOTAL Bitumen

Abstract

The Project, described in this document, makes part of a Dissertation Project of the “Mestrado Integrado em Engenharia Industrial e Gestão da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto”, which was developed in TOTAL France, SA. by the period of February and August 2008.

The Quality politic followed by this company is according to the new philosophy of the Total Quality Management, which gives emphasis to the clients and market needs, in a gradual process of continuous improvement.

This Project was inserted in the Quality Management of the Bitumen Production and it had as goal, monitoring this production to ensure that the objectives of the new Quality philosophy could be achieved.

In order to do that, the author of this document was present in all tasks related to the proceedings to be followed in the Quality Management of the Bitumen Production, having a great impact in the execution of those tasks and, as well, making work tools to support them. The author was charged of the conception/improvement of files in order to create anomalies sheets and also incident reports; files to stock data and to evaluate it statistically. During this Project the author did also the reorganization/actualisation of some information sources; the data collection and post-analysis of test results made with some products whose number of anomalies was more significant.

A 2007 balance was made for one of TOTAL factories, responsible for the production of the speciality products. To accomplish that, the author was involved in the construction of a database, from which an efficient analysis could be made.

As a complementary project, the author cooperate in the implementation of the new REACH (Registration, Evaluation, Authorization of Chemicals), in the initial phase of pre-registry of substances. To respond to the requirements of this new regulation, the author is also cooperating with another database creation.

During this project of dissertation, it can not be concluded, that the author has contributed to obtain one only result, but several good results, progressives and inter-connected, in order to achieve one single purpose: Total Quality Management.

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iii Agradecimentos

Este Projecto de Dissertação não representa apenas o resultado de extensas horas de estudo, reflexão e trabalho durante as diversas etapas que o constituem. É igualmente o culminar de um objectivo académico a que me propus e que não seria possível sem a ajuda de um número considerável de pessoas.

Estou especialmente agradecida ao Eng. Luis Rodriguez Carrasquel que possibilitou que este estágio viesse a ser realizado, pela confiança que depositou em mim para a concretização do mesmo, pelos seus conselhos, recomendações e contagioso entusiasmo.

Ao Eng. Thierry Chanteraud pela sua vasta perspicácia, conhecimento e sugestões transmitidas durante a elaboração da dissertação. À sua hábil direcção e apoio na superação dos diversos obstáculos.

À Profª Teresa Galvão pela valiosa paciência, correcção e compreensão perante as dificuldades e à sua ajuda para além das suas obrigações profissionais.

Aos meus pais, por me incutirem o amor ao estudo e à realização profissional, entre outros valores que regem a minha vida. Ao David, à minha restante família e aos meus amigos, pela sua tolerância, compreensão e carinho quando estava a escrever em vez de atender às suas necessidades.

Estou ainda em dívida para com muitas pessoas de todo o Departamento de Betumes da TOTAL pela sua ajuda, apoio e paciência. E é por isso que quero dedicar esta Dissertação a todos aqueles que, sem reservas, partilharam comigo os seus conhecimentos.

Não posso deixar ainda de agradecer ao programa Erasmus-Estágios por me ter apoiado financeiramente com a atribuição de uma bolsa que me ajudou significativamente e me permitiu realizar um estágio num país estrangeiro.

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iv Índice de Conteúdos 1. Introdução ... 2 1.1 Âmbito do Projecto ... 2 1.2 Objectivos ... 2 1.3 Estrutura da dissertação ... 2 2. Gestão da Qualidade ... 3

2.1 Evolução do conceito de Qualidade ... 4

2.2 Normas ISO 9000 ... 5

2.3 Princípios fundamentais da Gestão da Qualidade ... 5

3. Industria dos Betumes ... 11

3.1 Origem dos Betumes ... 11

3.2 Fabricação dos Betumes ... 11

3.3 Betumes e Produtos Betuminosos ... 12

3.4 Aplicação do Betume ... 15

3.4.1 Aplicação Rodoviária ... 15

3.4.2 Outras aplicações (Hidráulicas e Industriais): ... 15

3.5 Qualidade, Normas e Especificações ... 16

3.5.1 As especificações ... 16

3.5.2 Ensaios de caracterização dos Betumes ... 17

3.5.3 Descrição dos ensaios ... 17

3.5.4 A Norma EN 12591 e a sua evolução ... 21

4. Descrição da Empresa ... 23

4.1 Refinação e Marketing ... 24

4.2 Especialidade – Betumes ... 25

4.3 Gama de Betumes TOTAL ... 27

5. Gestão da Qualidade da Produção de Betumes ... 28

5.1 Controlos internos ... 28

5.2 Controlos externos... 30

5.3 Exploração das Informações ... 32

5.4 Gestão de anomalias (não conformidade de produtos) ... 32

5.5 Tratamento das reclamações, dos incidentes e das não-conformidades ... 39

5.6 Tratamento de incidentes (fora do horário laboral) ... 44

5.7 Medidas aplicadas para a melhoria dos resultados obtidos na Gestão da Qualidade da Produção de Betumes ... 47

5.7.1 Fábrica do Sul da França – elevado número de não conformidades registadas em 2007. ... 47

5.7.2 Casos de estudo particulares ... 49

6. Projecto complementar – REACH ... 51

6.1 Acrónimo de “REGISTRATION, EVALUATION AND AUTHORISATION OF CHEMICALS” ... 51

6.2 Grupos de actores REACH e suas funções ... 52

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v

8. Referências e Bibliografia ... 57

ANEXO A: Documento “Information Incident Qualité” ... 58

ANEXO B : Menu principal da Base de Dados ... 59

ANEXO C: Visualização dos valores das análises efectuadas ao produto Azalt 70/100 ... 60

ANEXO D: Gráfico relativo aos valores obtidos nas análises ao produto Styrelf X ... 61

ANEXO E: ... 62

1.1 Certificado de análise do produto Azalt 35/50 emitido a partir da base de dados (parte 1). ... 62

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1

Lista de abreviaturas utilizadas

CEN Comité Europeu de Normalização

COC Cleveland Open Cup/ Ponto de inflamação de um betume

CODIR Comité Director do grupo TOTAL

CoFra Commerce France

COMEX Comité Executivo do grupo TOTAL

CPDT Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do grupo TOTAL

DARAG Direction Appréciation des Risques & Assurance Groupe/ Direcção

Apreciação dos Riscos e Segurança do Grupo

GPB Groupement Professionnel des Bitumes/Grupo Profissional dos Betumes

HSEQ-DD Hygiène, Sécurité, Environment, Qualité et Development Durable/Higiene,

Segurança, Ambiente, Qualidade e Desenvolvimento

MBD Marketing International & Business Development

PDCA Plan, Do, Check, Act/ Planear, Fazer, Verificar, Consolidar

POQ Plan d’Organisation de la Qualité/ Plano de Organização de Qualidade

REACH Registration, Evaluation, Authorization of Chemicals/ Registo, Avaliação,

Autorização de Químicos

RTFOT Rolling Thin Film Oven Test/ Teste de resistência ao endurecimento sob efeito

de calor e do ar

SIB Supply International Bitumen

TQM/GQT Total Quality Management/ Gestão da Qualidade Total

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2

1. Introdução

1.1 Âmbito do Projecto

O trabalho realizado e descrito neste documento enquadra-se no âmbito do Projecto de Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Industrial e Gestão da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e decorreu na empresa TOTAL France, SA.

1.2 Objectivos

Este projecto teve como principal objectivo, acompanhar o processo de Gestão da Qualidade da Produção de Betumes da gama TOTAL.

Deste modo, passou pela participação na gestão de projectos antigos, tais como colheita e análise de dados e, igualmente, pela participação em projectos em curso e futuros, mais propriamente, a gestão de não-conformidades, anomalias e incidentes, a monitorização de inquéritos e planos de acção, ajuda no balanço final de projectos e contribuição na implementação da nova regulamentação REACH.

Todas estas tarefas bem como outras que foram sendo desenvolvidas vieram de encontro à prossecução da política de Qualidade seguida pela empresa.

1.3 Estrutura da dissertação

Esta dissertação está estruturada em 7 capítulos. Após este capítulo introdutório, foi feita uma abordagem teórica sobre o conceito Qualidade, recorrendo a referências bibliográficas de investigadores nesta área. Neste capítulo é feita uma descrição dos vários tipos de Qualidade, da evolução do próprio conceito, da Norma ISO 9000 e das suas versões e, finalmente, dos princípios fundamentais da nova filosofia de Gestão da Qualidade Total.

No capítulo 3 foi feita uma descrição da indústria dos betumes. Começou-se por se fazer uma abordagem à origem dos betumes bem como o seu processo de fabricação e suas aplicações. Para poder melhor clarificar este assunto, foi feita uma descrição de todos os tipos de betumes segundo a Norma que os caracteriza – EN 12591 – sendo a sua evolução, bem como tudo aquilo a que a mesma se reporta, igualmente abordados neste capítulo.

Posteriormente, foi feita uma descrição da empresa e as actividades que desenvolve, no capítulo 4. Assim começou-se por descrever os diferentes departamentos desde a Direcção do grupo até ao Departamento de Betumes onde se desenvolveu este projecto. Por fim, foi descrita de uma forma sucinta a gama de Betumes TOTAL

O capítulo 5 desta dissertação é aquele que descreve todo o trabalho desenvolvido ao longo da mesma. Para isso, foi abordada a política de Gestão de Qualidade da Produção de Betumes seguida pela empresa e, igualmente, todas as tarefas necessárias para a concretização da mesma. Por outro lado, no capítulo 6 é descrito um projecto complementar, no qual a autora também cooperou. Deste modo, nestes dois últimos capítulos foi descrito com pormenor, o contributo da autora do projecto bem como tudo aquilo que realizou para atingir os objectivos deste trabalho.

Finalmente no capítulo 7, foi feita uma avaliação de todo o trabalho desenvolvido, bem como das dificuldades encontradas e possibilidades de melhoria.

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3

2. Gestão da Qualidade

A experiência de alguns países demonstra que o ambiente envolvente (politico, económico e social) condiciona decisivamente a importância que as empresas atribuem à função qualidade. A boa compreensão do seu significado bem como dos seus conceitos base é considerada como uma condição prévia para garantir o sucesso nesta área. (Sarsfield Cabral, 1990)

A palavra Qualidade tem vindo a ser bastante utilizada pela sociedade e a sua definição nem sempre é clara dada as variadas formas de o fazer.

De acordo com alguns dos principais autores neste âmbito, Qualidade pode definir-se como: • “Aptidão ao uso” (J.M. Juran, 1974)

• “Conformidade com os requisitos” (Philip Crosby, 1979)

• “Prejuízo transmitido à sociedade por um produto, desde que é entregue ao cliente” (G. Tagushi 1986).

• “Propriedade simples e impossível de analisar que aprendemos a reconhecer através da experiência” (Garvin, 1988)

Segundo Sarsfiled (2007), tendo em conta a cadeia de valor, a Qualidade pode distinguir-se segundo 3 tipos diferentes: Qualidade da Concepção, do Serviço e da Conformidade. No caso de produtos industriais, juntamente com este ultimo tipo de Qualidade, é útil utilizar-se a Qualidade do Projecto. Estes conceitos são apresentados, esquematicamente na figura 1.

Figura 1 – Diferentes tipos de Qualidade tendo em conta a cadeia de valor Fonte: Sarsfield, 2007. (adaptado)

Qualidade da Concepção

Grau de ajuste entre as características do produto/ serviço, fabricado/prestado em perfeito acordo com as especificações do projecto, e os requisitos dos utilizadores (expressos ou não).

Qualidade da Conformidade

Grau de ajuste entre o produto/serviço e as especificações do projecto.

Qualidade do Projecto

Grau de ajuste entre as características do produto, fabricado em perfeito acordo com as regras e especificações definidas pelo sector do projecto e os requisitos do consumidor (expressos ou não).

Qualidade do Serviço

Valor acrescentado ao produto (ou ao serviço) e também o esforço que é pedido ao cliente para poder usufruir plenamente dele.

CADEIA DE VALOR

P

R

O

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U

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O

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D

U

S

T

R

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IS

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4 2.1 Evolução do conceito de Qualidade

Ao longo dos tempos, o conceito de Qualidade sofreu um processo gradual de evolução, apresentada em síntese na tabela 1, que se caracteriza pela existência de várias etapas distintas: Qualidade da Inspecção, que surge como resultado da Revolução Industrial em inicio do século XIX; Controlo da Qualidade, que surge por volta da década de 30; Garantia da Qualidade, surgindo no decurso da década de 60 e por fim, em finais dos anos 80, início dos anos 90, uma nova filosofia de Gestão – Gestão da Qualidade Total – definida como “sistema de gestão orientado para os recursos humanos, cujo objectivo consiste em melhorar continuamente a satisfação do cliente a custos reais progressivamente menores” (Sarsfield, 1995).

Tabela 1 – Evolução do conceito de Qualidade. Fonte: Garvin, 1992. (adaptado)

Segundo Sarsfield (1995), a Gestão da Qualidade Total faz parte da estratégia de alto nível, constitui uma abordagem global, funciona horizontalmente atravessando departamentos e secções, abrangendo a cadeia de fornecedores, a montante e a de clientes, a jusante e, ainda, reforça a necessidade de aprendizagem e de adaptação contínua à mudança como factores chave para o sucesso da organização.

Inspecção da

Qualidade Controlo da Qualidade Garantia da Qualidade Qualidade Total Gestão da Interesse

Principal Verificação Controle Coordenação Impacto estratégico Visão da

Qualidade

Um Problema a

ser resolvido Um problema a ser resolvido

Um problema a ser resolvido, mas que é enfrentado

proactivamente

Uma oportunidade de diferenciação da concorrência

Ênfase Uniformidade do produto Uniformidade do produto com menos inspecção

Toda a cadeia de fabrico, desde a matéria-prima até ao produto final, e a participação de todos os grupos funcionais

As necessidades de mercado e do cliente

Métodos Instrumentos de medição

Ferramentas e técnicas estatísticas Programas e sistemas Planeamento estratégico, fixação de objectivos e a mobilização de toda a organização Papel dos Profissionais da Qualidade Inspecção, classificação, contagem, avaliação e reparo Solução de problemas e aplicação de método estatísticos Planeamento, medição da qualidade e desenvolvimento de programas Estabelecimento de metas, educação e treino, consultoria a outros departamentos Quem é o responsável pela Qualidade O Departamento de inspecção Os Departamentos de Fabricação e Engenharia Todos os departamentos, com alta administração a envolver-se superficialmente com o planeamento e execução das directrizes da Qualidade Todos os departamentos com alta administração exercendo uma forte liderança

Orientação e

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5 2.2 Normas ISO 9000

A Norma ISO 9000 é exclusivamente uma normalização de Qualidade. Quando uma empresa decide aplicar as normas ISO 9000, é porque reconhece que possui uma deficiência nessa área e pretende solucioná-la. Estas normas, permitem uma abordagem preventiva e sistemática de todas as actividades afectadas à qualidade e, como tal, ajudam a organização a disciplinar os seus processos e metodologias de trabalho, a reduzir falhas internas e a prever problemas. As normas ISO 9000 são genéricas, não são normas para um produto ou um sector em particular, mas tratam da avaliação do processo produtivo como um todo, qualquer que ele seja. Estas, procuram avaliar a qualidade na especificação, desenvolvimento, produção, inspecção, ensaios finais, instalação e serviços pós-venda baseando-se num apurado serviço de documentação. (Nascimento et al, sem data)

A primeira versão destas normas surgiu em 1994, mas a esta data, tratavam apenas da “Garantia da Qualidade” e muitas vezes as empresas adoptavam-na apenas por imposição do mercado sem acreditarem verdadeiramente nas suas virtualidades.

Os Sistemas de Qualidade desenvolvidos por esta versão tendiam a produzir uma carga burocrática significativamente grave o que constituía, muitas vezes, um travão à inovação. A Garantia da Qualidade imposta por esta versão era condição necessária mas não suficiente para a Qualidade Total e como tal, no ano 2000, surgiu uma nova versão destas normas. (Sarsfield, 2007).

As normas ISO 9000 versão 2000 surgiram no sentido de corrigir os erros observados no decorrer da utilização da versão 1994 mas também, de modo a proporcionar aos seus utilizadores a oportunidade de acrescentar valor à sua actividade e de melhorar continuamente a sua performance, através da incidência nos processos chave da cada organização.

As organizações que adoptam os regulamentos da ISO 9000 têm mais credibilidade frente a outras e aos seus clientes não só devido ao carácter internacional desta norma mas sobretudo porque ela garante que essas mesmas organizações administram com Qualidade. (Nascimento et al, sem data)

2.3 Princípios fundamentais da Gestão da Qualidade

Após a implementação bem sucedida das Normas ISO 9000:2000, a Gestão da Qualidade Total é um excelente modelo para ser utilizado. (Geraedts et al., 2000)

Nos tempos de hoje, para um boa Gestão da Qualidade são considerados, 8 princípios fundamentais, os quais são, igualmente, objectivos das normas ISO 9000:2000:

• Focalização no cliente

A filosofia de orientação para o cliente desloca o acento tónico do controlo (entendido como verificação, inspecção) para a gestão e para a liderança. Decorre ainda deste valor de base que os principais juízes da qualidade são os clientes (ou os utentes). (Sarsfield, 2007)

As organizações dependem deles, e por isso devem estar atentos às suas necessidades não só actuais como futuras, cumprir os seus requisitos e tentar exceder as suas expectativas.

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6 Vantagens:

o Maior rentabilidade e aumento da quota de mercado

o Maior eficiência na afectação dos recursos da empresa a fim de garantir a satisfação do cliente

o Maior fidelização por parte dos clientes. (Nascimento et al., sem data)

• Liderança

A firme determinação e o envolvimento da gestão de topo são uma condição necessária, mas não suficiente, para que se estabeleça uma cultura e prática de Qualidade. (Sarsfield, 2007)

Os líderes estabelecem uma unidade de propósitos e as linhas de orientação da organização. Deve ser criado e mantido um ambiente interno no qual as pessoas se tornem plenamente empenhadas para atingir os objectivos da organização.

Vantagens

o Maior compreensão e motivação por parte dos colaboradores na prossecução dos objectivos e metas da organização;

o Actividades definidas, implementadas e avaliadas de forma integrada

o Minimização das dificuldades de comunicação possivelmente existentes nos diferentes níveis da organização (Nascimento et al., sem data)

• Envolvimento dos colaboradores

A mais importante consequência da adopção deste princípio é a de que o modelo participativo não é apenas uma forma de aumentar a eficiência, constituindo, para além disso, o enquadramento ideal para gerir as organizações. (Sarsfield, 2007)

As pessoas são a essência de uma organização, em todos os níveis, e o seu total empenhamento leva a que as suas capacidades sejam utilizadas em benefício da mesma.

Vantagens:

o Colaboradores motivados, empenhados e envolvidos

o Inovação e criatividade na prossecução dos objectivos e metas

o Responsabilização pelo desempenho

o Motivação para a participação e contribuição para a melhoria contínua. (Nascimento et al., sem data)

• Abordagem por processos

Organizando em forma de processos as actividades e os recursos que permitem obter resultados, a instituição concentra os seus esforços naquilo que realmente acrescenta valor, e desliga-se da abordagem tradicional que tende a dividir a organização em silos funcionais. (Sarsfield, 2007)

A abordagem por processos designa a aplicação de um sistema de processos no seio de um organismo, assim como a identificação, as interacções e a gestão dos seus processos. A figura 2, permite uma maior clareza deste tipo de abordagem.

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7 Figura 2 – Abordagem por processos. Fonte: Duchesne, 2002 (adaptado).

Na figura 2, podem-se distinguir três tipos de processos:

o Processo de suporte: o termo suporte refere-se à realização que não faz parte do próprio processo de realização mas que é indispensável à concepção do produto para satisfazer as necessidades do cliente.

A actividade de formação e de homologação do pessoal não é representado na figura embora seja, igualmente, processo de suporte.

o Processo de realização: actividades implementadas desde a expressão de um pedido do cliente até à disponibilidade do produto/prestação de serviço ao cliente.

o Processo de pilotagem: actividades que contribuem para a prossecução dos objectivos de qualidade da empresa e para o desenvolvimento eficaz de melhoria.

Qualquer que seja a natureza do processo, deve ser descrito com os seguintes elementos: dados de entrada, dados de saída, recursos, responsabilidade, indicadores relacionados para a avaliação da eficácia. (Duchesne, 2002)

Vantagens:

o Redução de custos e de dispêndio de tempo o Resultados previsíveis, sustentados e crescentes

Processo de Pilotagem

Politica, Objectivos

Inspecção da Direcção

Tratamento dos produtos

não conformes Auditorias internas

Acções correctivas Acções preventivas Processo de Realização Necessidades do

Cliente Concepção encomendasGestão das

Plano de

fabricação Fabricação Stock Entrega

Entrega ao Cliente Elaboração do cadernos de encargos Controle dos produtos na recepção Aprovisionamento

dos componentes Manutenção

Controlo dos produtos semi-acabados e acabados Compra MP Compra de prestações externas Preservação do produto Processo de Suporte Transporte

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8 o Definição clara e hierarquização de oportunidades de desenvolvimento.

(Nascimento et al., sem data) • Abordagem da gestão como um sistema

Considera-se que a forma mais eficaz e eficiente de uma organização atingir os seus objectivos é gerir como um sistema os processos interrelacionados. (Sarsfield, 2007) Vantagens

o Integração e alinhamento dos processos para atingir mais fácil e

adequadamente os objectivos definidos

o Capacidade de concentrar esforços nos processos chave

o Garantir, perante todas as partes interessadas, a consistência, eficácia e eficiência da organização. (Nascimento et al., sem data)

• Decisões baseadas em factos

Para gerir é necessário transformar os factos em dados mensuráveis. Como se poderá melhorar de uma forma consistente aquilo que não se consegue medir? Os factos (e os respectivos dados) só se tornam realmente conhecidos quando existe informação fidedigna. As organizações dependem cada vez mais da adequação dos seus sistemas de informação e da forma como a informação circula através dos seus colaboradores. A gestão baseada em factos requer um espírito rigoroso, científico, assente na observação, na medição e na criatividade. (Sarsfield, 2007)

Vantagens:

o Maior capacidade de demonstração da eficácia de acções passadas com base em registos factuais

o Maior capacidade para rever, questionar, desafiar e alterar opiniões e decisões. (Nascimento et al., sem data)

• Relações mutuamente benéficas com os fornecedores

Este princípio determina que os fornecedores deverão ser encarados como parceiros, beneficiando ambas as partes de uma relação estável que potencia a criação de valor. (Sarsfield, 2007)

Vantagens:

o Flexibilidade e rapidez para responder a alterações de mercado ou nas

necessidades e expectativas dos clientes, de forma concertada o Capacidade acrescida para a criação de valor para ambas as partes. o Optimização de custos e de recursos. (Nascimento et al., sem data)

• Melhoria contínua

Este princípio implica que nada (ideias, procedimentos ou práticas) é inquestionável e que os processos podem (e devem) ser permanentemente melhorados, tendo por base a observação e a reflexão. A melhoria contínua implica ainda o combate organizado e incessante ao desperdício. Seja qual for a versão metodológica adoptada, a melhoria

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9 contínua é um ingrediente indispensável para o aumento da competitividade. (Sarsfield, 2007)

Vantagens:

o Desenvolvimento das capacidades organizacionais e consequente melhoria de

desempenho

o Alinhamento de acções de desenvolvimento estratégico, a todos os níveis de organização

o Flexibilidade na resposta/reacção perante novas oportunidades (Nascimento et al., sem data)

Para seguir este princípio da melhoria contínua, a organização deverá adoptar um dos procedimentos mais bem conhecidos na Gestão da Qualidade Total (TQM), o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Action) que propicia resultados significativos nas organizações. (Fonseca et al., 2006)

O ciclo PDCA, criado por Walter Shewhart, em meados da década de 20 e disseminado para o mundo por W. Edwards Deming, pode ser definido como “um método de tomada de decisões para garantir o alcance de metas necessárias à sobrevivência de uma organização” (Werkema, 1995, citado por Fonseca et al., 2006). Segundo Kanamura et al. (sem data) a utilidade deste ciclo pode ser representada segundo a figura 3.

Erros frequentes:

• Fazer sem planear;

• Definir metas e não definir métodos para atingi-las; • Imobilismo no planeamento (Pensar muito mas não agir)

A = Action “Consolidar C = Check “Verificar” Método Treino Execução D = Do “Fazer” P = Plan “Planear” Objectivo

Estabelecer método de trabalho

Planear Definir objectivos/metas

Objectivo: estabelecer a direcção dos esforços. É importante definir um prazo para a execução do objectivo.

Método: como atingir o objectivo. Um método bem escolhido dificulta a possibilidade de desvio de rota.

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10 Erros frequentes:

• Definir o que fazer e não preparar o pessoal que deve executar

• Confrontar os resultados com o que foi planeado. • Recolha para analisar se o objectivo foi ou não atingido. Erros frequentes:

• Fazer e não verificar.

• Falta de definição dos meios de avaliação no planeamento.

• Consolidar resultado.

Evitar a perda de resultados obtidos para que o problema não se repita. • Levantar novos problemas

Caracterizar a situação actual.

Erros frequentes:

• Fazer, verificar e não consolidar; • Parar após uma volta

Figura 3 – Ciclo PDCA e suas utilidades. Fonte: Kanamura et al. (sem data) Informar e treinar

Informar e treinar

Informar e treinar: preparar o pessoal que deve executar as tarefas definidas

Executar: realizar o que foi decidido na fase Planear Verificar Executar Consolidar Fazer Executar

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3. Industria dos Betumes

3.1 Origem dos Betumes

O uso do betume remonta aos inícios da nossa História e os dados da Antiguidade são ricos em referências a este material, utilizado pelos Egípcios que se serviam dele para calafetar as embarcações, construir edifícios e, também, preparar as múmias.

Os Gregos e os Romanos, que conheciam o seu uso, baptizaram-no como asphaltos e bitumen. Estas duas palavras existem ainda hoje sobre formas muito próximas (asfalte, asfalto, betume…) na linguagem ocidental moderna e, particularmente em português, o termo betume refere-se a um produto derivado do petróleo.

O betume utilizado nos tempos de hoje é obtido por tratamento de certos petróleos brutos, que constitui a parte mais densa e mais viscosa. Nos cerca de 1.300 brutos referenciados no mundo, apenas 10% são escolhidos pelos petroleiros para a fabricação do betume.

O betume é obtido por separação do petróleo bruto por destilação atmosférica e posteriormente, a vácuo. É uma mistura complexa de hidrocarbonetos naturais não voláteis de peso molecular elevado, pertencendo, maioritariamente aos grupos alifáticos de cadeias lineares ou ramificadas, nafténicos ou cíclicos e saturados. Ele contém, em média 80 a 85% de carbono, 10 a 15% de hidrogénio, 2 a 3% de oxigénio e, em menor quantidade, enxofre e azoto, assim como, diversos metais.

À temperatura ambiente, o betume é muito viscoso, quase sólido e apresenta duas características importantes: é uma aglomeração com forte poder adesivo e de selagem e é totalmente impermeável à água. Este produto, apresenta, ainda como propriedades: coesão, rigidez, flexibilidade e elasticidade, exploradas na construção rodoviária e em diversas aplicações para trabalhos públicos e industriais.

Para além disso, o betume é ecológico (reciclável a 100%), fácil de aplicar e económico, dada a sua resposta rápida e manutenção rápida.

3.2 Fabricação dos Betumes

Os modos de fabricação de betume têm vindo a evoluir. Antes da crise petrolífera dos anos 70, fazia-se referência apenas e exclusivamente aos brutos pesados de forte densidade, do tipo venezuelano, permitindo fabricar diferentes classes de betumes por destilação directa, sem que fosse necessário utilizar uma coluna de vácuo de grande eficácia.

Actualmente, os petróleos brutos têm origens diversas e a maior parte deles provêm do Médio-Oriente e os restantes da Venezuela e do México, sendo estes, caracterizados por densidades menos elevadas.

Existem muitas técnicas para fabricar o betume, baseadas principalmente na destilação directa do petróleo. Assim que é escolhido o bruto e a técnica a utilizar, o fabricante segue rigorosamente o processo e mantém-no em termos futuros.

Estas escolhas estão sujeitas à aprovação de procedimentos de homologação muito restritos, por parte de cada fabricante, a fim de poderem ser fornecidos produtos industriais de qualidade e que cumpram as especificações respectivas.

(19)

12 O processo de destilação directa anteriormente referido comporta três fases distintas:

• Destilação atmosférica: este modo de refinação consiste em aquecer continuamente por passagem num forno, o bruto anteriormente decantado e dessalinizado. Este bruto, é trazido a cerca de 340 ºC é enviado para uma coluna de fraccionamento e mantida à pressão atmosférica. O produto obtido no fundo da torre é um bruto reduzido.

• Destilação em vácuo: neste estado, o bruto reduzido proveniente da destilação atmosférica é, posteriormente, aquecido a cerca de 400 ºC, enviado para uma coluna de vácuo. É possível neste tipo de unidade, fabricar directamente todas as classes de betumes do 20/30 ao 160/220.

• Desasfaltação: a separação física dos constituintes do petróleo bruto pode também ser efectuada sem degradação da sua estrutura química, aproveitando as diferenças de solubilidade das fracções lubrificantes e betuminosas face a certos solventes.

Segundo o solvente aplicado, butano ou propano, obtêm-se diferentes classes de betume, fazendo variar a natureza do fundo da destilação a vácuo (grau de exaustão) e as condições de funcionamento da unidade de desasfaltação, nomeadamente a temperatura e a pressão.

Segundo a forma como é conduzida a fabricação do betume, por destilação ou desasfaltação, é possível obter betumes de penetrabilidade mais ou menos elevada. Esta propriedade e o ponto de amolecimento fazem parte das duas características fundamentais de cada betume e serão descritas posteriormente. Na figura 4, apresenta-se o processo de fabrico dos betumes por refinação do petróleo.

Figura 4 – Fabricação dos betumes por refinação do petróleo. Fonte: Revista bitume.info, Junho 2005.

3.3 Betumes e Produtos Betuminosos

Em França, a grande maioria (mais de 90%) dos betumes são utilizados para a construção de estradas devido às suas propriedades mecânicas, únicas. Uma pequena parte (menos de 10%)

(20)

13 é destinada a usos industriais explorando, principalmente, as suas capacidades de selagem e isolamento.

Os betumes podem ser utilizados tal como são ou servir de base à elaboração de betumes de classes intermediárias. Certas qualidades são fabricadas por oxidação, outras por desasfaltação de certas bases por meio de um solvente selectivo. Pode ainda ser adicionado polímero ou aditivos para modificar as suas propriedades físico-químicas. A combinação destes procedimentos permite obter uma gama de produtos muito variada, aptos para responder a exigências de utilização muito diferentes.

Segundo a Norma 12597, podem distinguir-se diferentes tipos de betume (figura 5):

Figura 5 – Terminologia dos Ligantes Hidrocarbonetos. Fonte: Norma 12597: 2002-03 (adaptado)

De acordo com a mesma norma podem assim distinguir-se: Betumes rodoviários/puros:

Os betumes rodoviários mais comuns são obtidos nas refinarias por destilação directa, excepto os mais duros para os quais se pode recorrer à oxidação.O intervalo de penetrabilidade, que caracteriza a dureza, varia de 50/70 a 160/220 para os betumes considerados moles, e de 10/20 a 35/50 para os betumes considerados duros (esta terminologia não corresponde, exactamente, á classificação considerada pelas normas).

Betumes modificados por polímeros:

Betumes nos quais foi incorporado um ou vários polímeros (elastómero – mais utilizados em França, ou plastómero) para melhorar o desempenho: fraca susceptibilidade à temperatura e aos tempos de carregamento, boa resistência à fadiga, boa maleabilidade ao frio e comportamento elástico. LIGANTES HYDROCARBONETOS Ligantes Betuminosos Betume Rodoviário Betume Industrial Emulsão de Betume Betume em Asfalto Natural

Betume Modificado Betume Fluidificado Betume-Polímero

Betume Petrolíferos e Derivados (TC 19) Betume Especial Betume Fluxado Betume Oxidado Betume Rodoviário Duro Emulsão catiónica Betume Industrial Duro Betume Mole Emulsão de Betume-Polímero Emulsão aniónica Alcatrão e Ligantes com Alcatrão (TC 317)

(21)

14 Betumes especiais:

Os betumes de várias séries – multigrade – são elaborados em refinarias sem qualquer adição. Eles apresentam uma susceptibilidade à temperatura mais fraca (a viscosidade desce mais lentamente assim que a temperatura aumenta). Os betumes pigmentais provêm de um processo especial de fabricação destinado a torná-los capazes de integrar um pigmento (a sua base contém menos asfaltenos).

Os ligantes claros são produtos sintéticos translúcidos, em lâmina, obtidos por combinação de óleos, de resinas e, frequentemente, de polímeros.

Os betumes rodoviários/puros, modificados e especiais utilizam-se a quente, a temperaturas na ordem dos 150ºC.

Estes três tipos de betume podem ser transformados por adição de fluidificantes e fluxantes e, ainda, colocados em emulsão.

Betumes fluidificados:

Para facilitar a sua aplicação, reduz-se a viscosidade deste tipo de betumes, adicionando-lhes fluidificantes (por exemplo, keroseno) que amolecem o betume. Certos betumes fluidificados podem ser aplicados à temperatura ambiente. O uso rodoviário destes produtos é, nos tempos de hoje, muito pouco frequente em França.

Betumes fluxados:

A adição de um fluxante, frequentemente, um óleo, amolece o betume e permite a sua aplicação a uma temperatura ligeiramente superior a 100ºC. A parte mais leve do fluxante evapora-se enquanto a mais pesada tem como função, plastificar o ligante existente.

Emulsões de betume:

A emulsão é uma dispersão muito fina de betume na água. Existem duas categorias: as emulsões aniónicas e as emulsões catiónicas. A estabilidade da dispersão é obtida por adição de um tensioactivo que reduz a tensão interface água/betume e polariza os glóbulos de betume quer negativamente (emulsão aniónica) quer positivamente (emulsão catiónica). É a natureza do tensioactivo que determina a polaridade da emulsão. As emulsões de betume podem ser aplicadas a temperaturas moderadas (< 80 ºC ), ou até mesmo à temperatura ambiente.

Relativamente aos outros tipos de betume, as emulsões, são mais fáceis de aplicar, há uma menor libertação de vapores e são mais estável em stock.

Betumes industriais:

É possível distinguir os betumes oxidados (série R), dos betumes industriais duros (série H). Para penetrabilidades idênticas, o betume oxidado, apresenta um ponto de amolecimento mais elevado que os betumes convencionais obtidos por destilação directa e as suas propriedades viscoelásticas são, igualmente, diferentes.

(22)

15 3.4 Aplicação do Betume

3.4.1 Aplicação Rodoviária

Cerca de 90% do betume produzido, é utilizado para a construção rodoviária.

Nesta indústria, os betumes podem ser aplicados segundo dois tipos de técnicas (a quente e a frio) possibilitando soluções inovadoras à medida das necessidades de cada cliente, e sobretudo com vista a aumentar a segurança nas estradas

Técnica a Quente

Asfalto/mistura betuminosa:

O asfaltoou mistura betuminosa é uma das técnicas principais empregues para a aplicação de revestimentos rodoviários e, regra geral, a mais adaptada às condições de tráfego denso e pesado.

O asfalto é produzido a quente numa central de fabrico de misturas betuminosas através de misturas de cerca de 95% de granulados e areia e 5% de ligante betuminoso.

O asfalto, assim produzido é posteriormente carregado, sempre quente, em camiões até à estrada em construção. Posteriormente, é aplicado e, finalmente, compactado.

Técnica a Frio

Revestimentos superficiais:

O revestimento superficial é uma técnica muito frequente utilizada para manutenção de estradas pavimentadas, mas pode igualmente ser utilizado como camada de revestimento desde a fase de construção da estrada.

Esta técnica utiliza betume e agregados apenas no pavimento e necessita do emprego de betumes fluidificados tipo “cutbacks1” ou emulsões que são despejadas (“spray”) por camiões-cisterna especiais.

Existem diferentes variantes segundo o número de camadas de betume e granulado e segundo a sua ordem de aplicação sobre a estrada.

Relativamente ao asfalto, os revestimentos superficiais apresentam um certo número de vantagens técnicas; em particular, eles são mais flexíveis, mais impermeáveis e económicos mas têm também algumas limitações de aplicação, por exemplo, sobre zonas muito íngremes ou em curvas muito apertadas.

3.4.2 Outras aplicações (Hidráulicas e Industriais):

Devido às suas propriedades de impermeabilidade; resistência à grande parte dos agentes químicos e microrganismos; e durabilidade, os betumes têm uma grande aptidão para resolver numerosos problemas do foro hidráulico, sendo por isso, utilizados na construção de barragens e reservatórios e, também, no revestimento de canais.

1

(23)

16 Para além disso, o betume pode ainda ser utilizado para coberturas de edifícios, isolamento (insonorização e amortecimento), face inferior de alcatifas, revestimento de solos, entre muitas outras aplicações.

3.5 Qualidade, Normas e Especificações

Os betumes são produtos industriais que respondem às especificações definidas pelas normas homologadas.

A primeira a considerar é a EN 12597 – Betumes e ligantes betuminosos – que define todos os ligantes hidrocarbonetos de origem petrolífera.

Provindo de um produto natural de origem orgânica, o petróleo bruto cujas características são diversas, os betumes e os produtos betuminosos colocados no mercado devem apresentar qualidades definidas e constantes. As especificações que definem estas qualidades incidem sobre as propriedades físico-químicas intrínsecas do betume e suas performances, como um ligante a ser incorporado num material complexo destinado a diversas aplicações, como já referido anteriormente.

O controlo da qualidade começa muito antes da fabricação propriamente dita, com a análise dos petróleos brutos sendo a qualidade do betume obtido na refinaria é objecto de uma série de controlos em laboratório. Estes incidem sobre os parâmetros de base, como por exemplo, a penetrabilidades à agulha e o ponto de amolecimento, e garantem a conformidade do produto. Depois de sair da refinaria, o betume é entregue no local da sua utilização.

Aquando da sua recepção, a conformidade do betume é verificada pelo cliente, através de testes laboratoriais, segundo os mesmos parâmetros mas outros ensaios são ainda feitos, posteriormente, no momento de aplicação e após a mesma (verificação do produto final). Esta cadeia de controlos, que tem por objectivo garantir a qualidade do produto final, assenta na existência de métodos de ensaio e de medidas normalizadas.

Largamente difundidos desde os anos 1950, eles são bem controlados, relativamente fáceis de aplicar e a maioria apresenta uma reprodutibilidade2 e repetibilidade 3aceitáveis.

3.5.1 As especificações

Uma especificação tem como objectivo fixar um ou mais limites a um valor real para uma determinada característica. A característica é medida em laboratório aplicando um método de ensaio normalizado, cujos resultados podem ter uma dispersão definida pela sua repetibilidade e a sua reprodutibilidade. Por conseguinte, existem algumas incertezas quanto ao valor real de cada característica.

De acordo com as regras em vigor, quando um produto, relativamente a uma determinada característica, apresenta um valor sobre os limites de especificação respectivos há duas medidas é necessário ter em conta:

2

Reprodutibilidade: diferença entre dois resultados de ensaio únicos e independentes obtidos por operadores diferentes que trabalham em laboratórios diferentes em produtos idênticos, aplicando correcta e normalmente o método de ensaio.

3

Repetibilidade: diferença entre dois resultados sucessivos obtidos pelo mesmo operador, com os mesmos instrumentos, nas condições operatórias idênticas e sobre um mesmo produto ao longo de uma grande série de ensaios efectuados, aplicando normal e correctamente o método de ensaio.

(24)

17 • Se os controlos sobre uma mesma entrega incidem sobre um número de ensaios suficientes e a média se situa fora dos limites, o produto é considerado como fora da especificação e a rejeição do fornecimento do produto é justificada;

• Se o controlo de recepção incidem sobre um ou dois resultados (caso mais frequente) e os valores encontrados são próximos do limite mas fora do intervalo, é necessário remeter-se à Norma 4259 – Determinação e aplicação dos valores de fidelidade relativos aos métodos de ensaio.

Esta norma assenta no cálculo das estimativas de fidelidade e da sua aplicação às especificações, o que permite aceitar ou rejeitar o produto em função do nível de confiança considerado (95%).

Qualquer que seja o nível de precisão de um ensaio, a repetibilidade e a reprodutibilidade podem conduzir a resultados diferentes para o mesmo produto. Um outro factor importante é a representatividade da amostra. Referente a isso, a Norma EN 58 – Amostragem de ligantes betuminosos – define o procedimento de tiragem da amostra e convém respeitá-la escrupulosamente para garantir a fiabilidade das operações de controlo.

3.5.2 Ensaios de caracterização dos Betumes

Desde a origem, as classes de betumes puros são identificadas pelos limites de penetrabilidade. Antes de 1990, um betume que respeitasse as especificações de penetrabilidade, respeitava quase sempre as especificações de temperatura de amolecimento da classe considerada. Isto era explicado pela abertura do intervalo imposto para o ponto de amolecimento (13ºC). A partir dos anos 90, um trabalho comum entre a USIRF (Union des Syndicats de l’Industrie Routière Française) e a GPB (Groupement Professionnel des Bitumes), conduziu a um alargamento de certos intervalos de classes de penetrabilidade e ao mesmo tempo dividindo por 2 o que era imposto para o ponto de amolecimento.

A penetrabilidade é representativa da constituição de betume às temperaturas normais de serviço. O ponto de amolecimento (método anel e bola) é representativo da capacidade de um betume para resistir a deformações permanentes a temperaturas de serviço elevadas.

Um outro ensaio apareceu, posteriormente na norma de 1992 e trata-se do RTFOT (Rolling Thin Film Oven Test), ensaio de envelhecimento artificial que permite apreciar a resistência ao endurecimento de um betume.

3.5.3 Descrição dos ensaios

Determinação da penetrabilidade à agulha (EN 1426):

Este teste permite determinar a consistência dos betumes e dos ligantes betuminosos por meio de uma agulha de referência que penetra verticalmente numa amostra de ligante, segundo condições perfeitamente definidas. (ver figura 6)

As condições operatórias são definidas de forma seguinte: o Penetrabilidade inferior ou igual a 350x0,1 mm:

 Temperatura de ensaio, 25 ºC  Carga aplicada, 100g

(25)

18  Duração da carga, 5s

o Penetrabilidade superior a 350x0,1 mm:  Temperatura do ensaio, 15 ºC

 Carga aplicada e duração da aplicação idênticas ao anterior.

O resultado da medição é a média de três injecções realizadas sucessivamente na mesma amostra de ensaio. As três determinações são consideradas como aceitáveis se o desvio entre as determinações não exceder um valor limite dado pela norma. O valor de penetrabilidade é a média das três medições, expressa em décimas de milímetro e arredondado ao número inteiro mais próximo. Um exemplo deste ensaio é apresentado na figura 6.

Figura 6 – Ensaio de Penetrabilidade à Agulha (EN 1426) Fonte. Isabel Eusébio (2007) Caracterização de betumes modificados de acordo com a EN 14023, apresentado nas Jornadas de

Normalização 2007, em Almada.

Determinação da temperatura de amolecimento pelo método Anel e Bola (EN 1427):

Este consiste em determinar a temperatura à qual o betume atinge uma certa consistência nas condições de referência de um ensaio. O princípio do ensaio é relativamente simples: dois discos horizontais de betume, moldados em dois anéis, são aquecidos num banho líquido com uma taxa de elevação de temperatura controlada (5 ºC/min), suportando cada um, uma bola de aço. A temperatura de amolecimento corresponderá, portanto, à média das temperaturas às quais os dois discos se amolecem suficientemente para permitir que cada bola, envolvida de ligante betuminoso, desça de uma altura de 25,0 mm ± 0,4mm.

O líquido de banho é a água, para as temperaturas de amolecimento compreendidas entre 30 ºC e 80 ºC; e o glicerol para os pontos de amolecimento superiores a 80 ºC e até 150 ºC. O resultado é dado arredondando a 0,2 ºC próximo da média das duas temperaturas registadas, para as temperaturas de amolecimento inferiores ou iguais a 80 ºC; e arredondando a 0,5 ºC para as temperaturas de amolecimento superiores a 80 ºC.

(26)

19 Figura 7 – Ensaio de Temperatura de Amolecimento (EN 1427) Fonte. Isabel Eusébio (2007) Caracterização de betumes modificados de acordo com a EN 14023, apresentado nas Jornadas de

Normalização 2007, em Almada.

Determinação da resistência ao endurecimento sob efeito do calor e do ar – Método RTFOT ou Rolling Thin Film Oven Test (EN 12607-1)

Este ensaio permite medir os efeitos combinados do calor e do ar sobre uma fina lâmina de betume ou de ligante betuminoso em renovação permanente. Ele simula em laboratório o endurecimento do betume provocado pela oxidação sofrida aquando da mistura na Central de fabrico de misturas betuminosas.

Na prática, uma lâmina betuminosa em renovação permanente é aquecida num forno, durante um determinado tempo (75 minutos), submetendo-a a um jacto de ar quente (163 ºC) todos os quatro segundos.

Os efeitos do calor e do ar são determinados a partir da variação da massa da amostra e da evolução das características do ligante betuminoso, como a penetrabilidade e o ponto de amolecimento.

A evolução de outras características pode ser igualmente medida. Um exemplo deste ensaio é apresentado na figura 8.

Figura 8 – Ensaio de resistência ao endurecimento sob efeito do calor e do ar (EN 12607-1) Fonte: Isabel Eusébio (2007) Caracterização de betumes modificados de acordo com a EN 14023,

(27)

20 Outros testes:

Existem, ainda, outros testes que permitem medir os parâmetros seguintes: • Densidade (prEN 15326):

A densidade dos betumes é medida picnómetro, geralmente a 25 ºC.

Esta é superior a 1 para todos os betumes rodoviários de penetrabilidade inferior a 220x0,1 mm.

• Perda de massa e de aquecimento (NF T 66-011):

Depois de ter aquecido o betume a 163 ºC durante 5h nas condições previstas pelo método, mede-se:

o A variação de peso da amostra (geralmente < 1%); o A descida de penetrabilidade (sempre < 30%)

• Temperatura de inflamação (EN ISO 2592):

O ponto de inflamação de um betume (COC, Cleveland Open Cup) é a temperatura mínima à qual é necessário transportá-lo para que os vapores emitidos se inflamem momentaneamente na presença de uma chama, operando nas condições normalizadas.

• Ponto de fogo (EN ISO 2592):

Se, após ter atingido o ponto de inflamação, se continuar a aquecer o betume em recipiente aberto, este arde cada vez mais, depois de ter sido inflamado.

O ponto de fogo é a temperatura mínima à qual o betume submetido a uma pequena chama na sua superfície, em condições normalizadas, se inflama e continua a arder durante um tempo específico.

• Solubilidade (EN 12592):

A solubilidade de um betume é definida como sendo a percentagem de matéria solúvel em certos solventes (sulfureto de carbono, tricloroetileno, tetracloreto de carbono, tetracloroetileno). Em caso de contestação, o solvente de referência é o sulfureto de carbono.

• Determinação do ponto de fragilidade de Fraass (EN 12593):

O ponto de fragilidade de Fraass representa a temperatura à qual um lâmina de ligante betuminoso de uma determinada espessura e uniforme se fissura e acordo com condições de carga definidas e repetidas, enquanto se dá o arrefecimento da amostra. Este teste permite uma medição da fragilidade dos betumes e dos ligantes betuminosos a baixa temperatura. O ponto de fragilidade Fraass é a temperatura à qual a primeira fissuração aparece. Ela é expressa em graus Célsius e representa a média de duas determinações para as quais o intervalo de temperatura é inferior ou igual a 2 ºC. O resultado é um número inteiro.

• Viscosidade (EN 13702-1, EN 13702-2):

Inicialmente, a viscosidade é definida como a resistência de um material ao escoamento. Para um fluído, é uma medida do seu atrito interno. No domínio das aplicações a temperaturas elevadas (entre 80 ºC e 200 ºC) pode-se considerar o betume

(28)

21 como um material líquido e a viscosidade é a grandeza mais adequada para descrever o seu comportamento reológico4.

Segundo a definição adoptada, fala-se de viscosidade dinâmica, que se exprime em pascal x segundos (Pa.s) e de viscosidade cinemática, expressa em mm²/s (uma viscosidade cinemática de 1000 mm²/s corresponde a uma viscosidade dinâmica de 1 Pa.s para um líquido de massa volúmica igual a 1000 kg/m³).

A temperaturas elevadas de aplicação, a viscosidade dinâmica de um betume pode variar entre 0,1 e 1Pa.s e a sua viscosidade cinemática de 100 a 1000mm²/s.

• Força de ductilidade (EN 13589)

Este ensaio consiste em medir a força a que um provete está sujeita quando submetido a um alongamento. Este provete de forma determinada é estirado a uma velocidade de 50mm/min., a uma temperatura imposta pelo ensaio.

3.5.4 A Norma EN 12591 e a sua evolução

Em 2004, o CEN (Comité Europeu de Normalização) lançou um processo de revisão quinquenal das normas. A norma EN 12591, publicada em 1999, não respondia estritamente a certas regras do CEN.

As autoridades da normalização exigiram que esta revisão se acompanhasse de um alinhamento necessário antes de se juntarem os anexos permitindo transformá-la numa norma harmonizada, etapa indispensável à aplicação da marca “CE”.

Eurobitume (Associação Europeia do Betume, organização internacional de carácter específico que visa promover o uso eficiente, eficaz e seguro do betume refinado nas estradas, em aplicações industriais e construção, em toda a Europa) encarregou-se de fazer as devidas alterações no texto respectivo à norma, ao fim de várias reuniões. Este projecto proposto por Eurobitume compreende 8 classes de betume definidas por uma penetrabilidade de 20 a 220x0.1 mm. As classes de betume de penetrabilidade superior a 250x0,1 mm e os betumes de grau mole da norma EN 12591, sendo utilizados apenas nos países nórdicos, poderão ser objecto de uma norma particular.

Desde 2000 e a aplicação da Norma de especificação dos betumes rodoviários (EN 12591), o CEN trabalhou sobre duas normas europeias:

• Norma de especificações dos betumes rodoviários duros prEN13924;

• Norma de especificações dos betumes rodoviários modificados EN14023 (aprovada em 2005).

Segundo esta Norma, podemos assim, definir as diferentes classes de Betume, standard, e as respectivas especificações para cada tipo de ensaio normalizado, anteriormente descritos. (ver tabela 2)

4

(29)

22 Tabela 2 – Betumes puros. Fonte: Norma Europeia EN 125915

5

Classes de betume mais apropriadas em França

Características Unidade Método Designação das classes apropriadas

20/30 35/50 50/70 70/100 160/220

Penetrabilidade a 25 ºC, 100 g, 5 s X 0,1 mm EN 1426 20 -30 35 -50 50 - 70 70 -100 160 – 220 Ponto de Amolecimento (Anel e

Bola) ºC EN 1427 55 - 63 50 - 58 46 - 54 43 - 51 35 – 43 Resistência ao endurecimento

RTFOT a 163 ºC - EN 12607-1 - - - - -

Variação de massa máxima, +- % EN 12607-1 0,5 0,5 0,5 0,8 1,0 Penetrabilidade restante, mínimo % EN 1426 55 53 50 46 37 Ponto de amolecimento após

endurecimento, mínimo ºC EN 1427 57 52 48 45 37 Aumento do ponto de

amolecimento, máximo ºC EN 1427 8 8 8 9 11 Ponto de Inflamação ºC EN ISO 2592 240 240 230 230 220 Solubilidade, mínimo % (m/m) EN 12592 99,0 99,0 99,0 99,0 99,0 Teor de parafina, máximo % (m/m) EN 12606-2 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5

(30)

23

4. Descrição da Empresa

Sendo o grupo energético internacional, a TOTAL está presente nos 5 continentes, em mais de 130 países e emprega cerca de 95000 colaboradores. Este grupo é o quarto grupo petrolífero privado cotado do Mundo, número um em França e com um papel importante no mundo energético e na Industria Mundial.

As actividades desenvolvidas pelo grupo TOTAL cobrem todo o conjunto das cadeias petrolíferas e de gás, desde a exploração, desenvolvimento e produção, passando pela refinação e distribuição, até à negociação e transporte de crude e de produtos petrolíferos.

Este grupo, além de actor maior no ramo da química, possui participações nos mais variados sectores, como por exemplo, minas de carvão e electricidade, e está actualmente em plena fase de preparação do futuro energético pelo seu compromisso no desenvolvimento de energias renováveis (eólica, solar, etc.) e de combustíveis alternativos.

As actividades exercidas pelo grupo TOTAL no mundo dividem-se em três sectores. O sector a montante:

Compreende as actividades de Exploração e de Produção do petróleo bruto e do gás, assim como as actividades exercidas pelo grupo no domínio do Gás e da Electricidade e das outras energias (carvão, solar, eólica, biocarburantes…)

O sector a jusante:

Compreende as actividades de Trading e de Transportes Marítimos assim como a Refinação e o Marketing dos produtos petrolíferos como combustíveis, carburantes, especialidades, carburantes para aviação, lubrificantes) através da sua rede de estações de serviço no mundo principalmente na Europa e na África (sob as marcas TOTAL, Elf e Elan) e também fora de sua rede.

Sector Químico:

Constituído por um conjunto de actividades que compreendem a Química de Base e a Química de Especialidades, onde todos os produtos são destinados à indústria ou ao consumo em massa. A TOTAL é um dos maiores produtores integrados do Mundo e o seu ramo Químico classifica-se entre os líderes europeus ou mundiais de cada um dos seus mercados.

A direcção destes três sectores é assegurada por uma Holding que fornece assistência às suas direcções funcionais: Estratégia e Avaliação de Riscos, Finanças, Recursos Humanos e Comunicação e Gestão dos Dirigentes.

A direcção do grupo, por sua vez, é assegurada:

• Pelo Comité Executivo (COMEX), encarregue de tomar as decisões estratégicas e autorizar os investimentos correspondentes, bem como preparação das decisões do Conselho de Administração da TOTAL;

• Pelo Comité Director (CODIR) que tem como função coordenar as diferentes entidades do grupo, acompanhar os resultados de exploração das direcções operacionais e analisar os relatórios de actividade das direcções funcionais.

(31)

24 Para melhor compreensão da organização desta empresa é apresentada, na figura 9, um esquema representativo.

Figura 9 – Esquema representativo da Direcção do grupo TOTAL France, SA. Fonte: Documento interno de formação sobre o grupo TOTAL

4.1 Refinação e Marketing

Melhorar o portfolio de refinarias na Europa, uma profunda mudança no Norte da América e um crescimento no médio oriente, são estes os três principais temas do sector de refinação. A TOTAL está, por isso, a planear investir mais de 1 bilião de euros por ano, em média, durante o período de 2008-2012.

No que respeita às actividades de Marketing, o grupo quer consolidar a sua posição na Europa de Oeste e em África enquanto, simultaneamente, persegue o alvo de desenvolvimento no crescimento dos mercados da Ásia, América Latina e Europa de Leste.

Este grupo possui várias refinarias geridas na Europa, Estados Unidos, parte Oeste da Índia, África e China, mas está também em quase 160 países através de produtos da especialização que são produzidos a partir de óleo refinado e é um dos melhores em vários sectores como: lubrificantes, combustível de aviação, GPL e Betumes.(Figura 10)

TOTAL Comité Executivo (COMEX) Comité Director (CODIR) Estratégia e Avaliação de Riscos

Finanças Recursos Humanos e

Comunicação

Gestão de Dirigentes

Sector a montante Sector a jusante Sector Químico

Trading e Transportes Marítimos Refinação e Marketing Exploração e Produção Gás e

Electricidade Química de Base

Química de Especialidade

(32)

25 Figura 10 – Esquema representativo da actividade de Refinação e Marketing do grupo TOTAL

France, SA. Fonte: Documento interno de formação sobre o grupo TOTAL

4.2 Especialidade – Betumes

A Direcção Betumes é certificada pela ISO 9001 versão 2000 para a sua actividade de «Comercialização de betumes e de produtos betuminosos. Assistência técnica aos clientes franceses e apoio às filiais europeias».

Este departamento faz parte dos produtos de especialidade e está associada ao ramo Refinação e Marketing do Grupo TOTAL. (ver figura anterior nº 10)

O Departamento de Betumes, por sua vez, está subdividido em diferentes actividades (figura 11) – HSEQ-DD (Hygiène, Sécurité, Environment, Qualité et Development Durable), Secretariado Geral, CoFra (Commerce France), MBD (Marketing International & Business Development) e SIB (Supply International Bitumen). No âmbito do projecto é fundamental descrever a missão das três actividades:

• CoFra (Commerce France): é encarregue da comercialização da gama de Betumes TOTAL no mercado francês. Para isso, gere um conjunto de processos que vão desde a preparação das propostas de oferta à planificação e gestão da logística interna. • MBD (Marketing International & Business Development): tem como missão

assegurar a coordenação comercial na Europa e garantir a utilização racional dos meios técnicos disponíveis, para assegurar os trabalhos de assistência técnica de desenvolvimento de novos produtos e de pesquisa a longo prazo, necessários à actividade. Tem ainda como missão contribuir para o desenvolvimento da actividade de marketing dos betumes no mundo.

Refinação e Marketing

Especialidades Estratégia Secretariado Geral

Recursos Humanos

Marketing Europa Ásia Marketing FRANÇA Refinação Ultra-Mar

- Aditivos/Carburantes especiais - Aviação - BETUMES - Combustíveis pesados - Fluidos especiais - Lubrificantes - Fuelóleo marinho - Totalgaz

(33)

26 • SIB (Supply International Bitumen): encarregue do aprovisionamento e arbitragem dos recursos, pilotagem da produção e gestão logística ao nível Europeu, África e Médio Oriente, América do Norte e também da pilotagem de Porto de Arthur.

É nesta actividade que se insere o serviço da Pilotagem e Produção no qual a autora desempenhou o papel de Assistente.

O Serviço de Pilotagem e Produção tem como funções:

i. coordenar as acções de refinação e marketing;

ii. controlar se os produtos correspondem às expectativas de mercado;

iii. participar na instalação de equipamentos, de testes ou de controlos nas unidades de produção a fim de melhorar a fiabilidade em matéria de qualidade, de segurança e ambiente.

Este serviço tem, igualmente, como objectivos, garantir o uso de “boas práticas” em acordo com a política do grupo, pesquisar novos brutos para a produção de betumes e dar apoio às refinarias nos processos de homologação.

Figura 11 – Esquema representativo do Departamento de Betumes do grupo TOTAL France, SA. Fonte: Documento interno de formação sobre o grupo TOTAL

O grupo TOTAL é líder de produção e comercialização de betumes e produtos betuminosos, na Europa – a sua quota de mercado é aproximadamente de 15% – como tal, estes produtos de especialidade, de alta tecnologia, necessitam de uma pesquisa de ponta permitindo obter melhores respostas aos utilizadores e antecipar permanentemente as suas expectativas futuras. Para isso, e igualmente para dar apoio a todas as actividades do Departamento de Betumes, o grupo TOTAL dispõe de uma pesquisa estruturada, específica, Europeia, cuja rede se estende em 3 países: dois Centros técnicos situados respectivamente na Alemanha e na Inglaterra e um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do grupo TOTAL situado no Sul da França e que se designará ao longo deste documento, por CPDT.

No Centro de Pesquisa – CPDT – existe, entre outros, um Departamento de Betumes cujas equipas de técnicos e Engenheiros especializados, têm como objectivos:

Director Betumes

SIB

Supply International Bitumes HSAQ-DD / HSEQ-DD Secretariado Geral

CoFra

Commerce de France MBD

Marketing International & Business Development

- Aprovisionamento e Arbitragem

- Pilotagem e Produção

Referências

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