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As redes sociais no ensino da Matemática: uma proposta de intervenção nos 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Escola de Ciências Humanas e Sociais

Departamento de Educação e Psicologia

As redes sociais no ensino da Matemática: uma

proposta de intervenção nos 1.º e 2.º Ciclos do

Ensino Básico

Relatório Final de Estágio de 2.º Ciclo em Ensino do 1.º e do 2.º Ciclos do

Ensino Básico

Ana Sofia da Costa Sampaio

Orientadora: Prof.ª Doutora Helena Maria Barros de Campos

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Escola de Ciências Humanas e Sociais

Departamento de Educação e Psicologia

As redes sociais no ensino da Matemática: uma

proposta de intervenção nos 1.º e 2.º Ciclos do

Ensino Básico

Relatório Final de Estágio de 2.º Ciclo em Ensino do 1.º e do 2.º Ciclos do

Ensino Básico

Ana Sofia da Costa Sampaio

Orientadora: Prof.ª Doutora Helena Maria Barros de Campos

Composição do Júri

:

Presidente:

Prof.ª Doutora Ana Paula Florêncio Aires

Arguente:

Prof.ª Doutora Maria Manuel da Silva Nascimento

Orientadora:

Prof.ª Doutora Helena Maria Barros de Campos

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Relatório Final de Estágio, com feição dissertativa, elaborado para a obtenção do grau de mestre em Ensino do 1.º e do 2.º Ciclos do Ensino Básico, de acordo com o Decreto-Lei n.º 74/2006 de 24 de março, e em conformidade com o Decreto-Lei n.º 43/2007, de 22 de fevereiro (com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 220/2009, de 8 de setembro), que define as condições necessárias à obtenção de habilitação para a docência, bem como com o Regulamento n.º 658/2016, de 13 de julho, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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Agradecimentos

No culminar do meu percurso académico, com a apresentação deste trabalho, dá-se o fim de uma etapa que me irá permitir exercer a profissão de professora do 1.º e do 2.º Ciclos do Ensino Básico pela qual tanto trabalhei para alcançar. Por esse motivo, cabe-me agora agradecer a todos os que estiveram comigo neste longo percurso e que, de alguma forma, me ajudaram a chegar até este momento importante para mim:

Aos professores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) que partilharam os seus conhecimentos e contribuíram para a minha formação profissional e pessoal.

Um agradecimento muito especial à minha orientadora, Prof.ª Doutora Helena Maria Barros de Campos, pela sua disponibilidade, dedicação e empenho, por me ter ajudado sempre mesmo quando havia contratempos, por me incentivar a realizar novos projetos, e por me orientar ao longo deste trabalho, de forma a melhorar e enriquecê-lo.

À Prof.ª Doutora Eva Virgínia Araújo Morais por ter disponibilizado o seu tempo para me ajudar a trabalhar com o Statistical Package for the Social Sciences (IBM SPSS Statistics 24) e à Prof.ª Doutora Maria Manuel da Silva Nascimento por me ter ajudado a melhorar os inquéritos por questionário, tendo validado a sua redação.

À Prof.ª Márcia Cabanelas Serôdio, à Prof.ª Ana Cristina Esteves, aos professores João Almeida, Paulo Cristal, Luísa Costa e Elisabete Botelho pela oportunidade que me deram para estagiar na sua turma, pelos ensinamentos que transmitiram, pela disponibilidade e colaboração durante todo o período de estágio, quer no 1.º Ciclo do Ensino Básico (CEB), quer no 2.º CEB.

Às restantes professoras e auxiliares das escolas por onde tive oportunidade de passar ao longo da minha Licenciatura e do meu Mestrado.

Às crianças com quem tive o prazer de me cruzar durante os estágios, pois permitiram que eu aprendesse com elas e as ensinasse.

Aos meus pais, por serem quem são, por me terem dado amor e carinho, por me terem proporcionado estudar, mesmo quando havia dificuldades.

À minha irmã, que sempre me ajudou no que podia e que sempre esteve disponível para me tirar eventuais dúvidas.

Aos restantes familiares, que de alguma forma sempre me apoiaram nos estudos e sempre se mantiveram preocupados com a evolução dos mesmos.

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À minha restante família académica, por estarem presentes, por me animarem e pelos momentos divertidos que me proporcionaram.

Aos que estiveram comigo desde o início e que acreditaram em mim, mesmo quando eu não me sentia capaz, agradeço profundamente.

E a quem, de alguma forma, marcou o meu percurso, inclusive aqueles que o fizeram de uma forma negativa, pois sem eles não teria crescido e aprendido a lutar, como fiz, por aquilo que quero.

A todos os que referi e a muitos outros que não mencionei, o meu sincero e profundo agradecimento.

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Resumo

Nos dias de hoje, o professor não se deve afastar das ferramentas tecnológicas, permanecendo atualizado com os métodos de comunicação também utilizados pelas famílias, aumentando o leque de oportunidades para envolver, mais ativamente, os pais na educação dos seus filhos. Por outro lado, os alunos participam diariamente e mais assiduamente em redes sociais, tais como o Facebook, Twitter, Instagram, do que através das plataformas tradicionais ou oficiais de suporte aos processos de ensino e aprendizagem.

Neste contexto, e neste trabalho, em primeiro lugar, contextualizamos a utilização das redes sociais em âmbito escolar, referindo os trabalhos desenvolvidos neste âmbito, em Portugal e no estrangeiro.

Em seguida, descrevemos a implementação de um blog para uma turma de 21 alunos, acessível à comunidade educativa, partilhando textos, fotografias e comentários às atividades realizadas durante a Prática de Ensino Supervisionada. Posteriormente, desenvolvemos um estudo no qual se aferiu a importância do blog para os alunos. A metodologia usada neste estudo foi de natureza qualitativa, interpretativa. O instrumento de recolha de dados foi um inquérito por questionário e no tratamento de dados optou-se pela análise das respostas dadas e pela formulação de categorias de análise.

Com o intuito de avaliar as vantagens e as desvantagens da criação de uma página de

Facebook, com a colaboração de professores, para partilha e obtenção de materiais didáticos,

apresentamos um outro estudo realizado em dois momentos, primeiro com a participação de nove estagiários e depois com a participação de 249 professores de diversos ciclos de ensino. A metodologia usada para este estudo foi de natureza qualitativa, com a recolha de dados através de um inquérito por questionário.

Em virtude de, no decorrer da Prática de Ensino Supervisionada, se ter verificado a escassa ou inexistente participação dos alunos, dos pais e de outros professores no blog de turma e na página de Facebook, apresentamos uma proposta para o desenvolvimento de aprendizagem dos alunos e para partilha de experiências por parte dos professores nos 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico, especialmente no ensino de Matemática.

Palavras-chave: redes sociais; Facebook; blog; ensino e aprendizagem; materiais didáticos.

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Abstract

Nowadays, the teacher should not be apart from the technological tools. The teacher should stay up to the communication methods used by families, increasing the range of opportunities to more actively engage parents in education of their children. On the other hand, students participate daily and more assiduously in social networks, such as Facebook, Twitter, Instagram, than through traditional or official platforms supporting the teaching and learning processes.

In this context, through this work, firstly it is going to be contextualized the use of social networks in schools, referring to the work developed in this field, in Portugal and abroad.

After that, it is going to be described the implementation of a blog for a class of 21 students, accessible to the educational community, sharing texts, photographs and comments on the activities carried out during the teaching training. Subsequently, it was developed a study to evaluate the importance of the blog to the students. The methodology used in this study was qualitative, interpretive and following a case study design. The data collection instrument was a survey and in the treatment of data, the given answers were analysed and a categories formulation to analyse of analysis was done.

To evaluate the advantages and disadvantages of creating a Facebook page, with the collaboration of teachers, to share and obtain didactic material, it is presented another study carried out in two moments, first with the participation of nine interns and later with the participation of 249 teachers from different teaching cycles. The methodology used to this study was qualitative, collecting data through a survey.

Since during the teaching training, there was little or no participation of students, parents and other teachers in the class blog and on the Facebook page, it is presented a proposal for the development of students' learning and sharing experiences on the part of the teachers in the 1st and 2nd Cycles of Basic Education, especially in Mathematics.

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Índice Geral

Índice de tabelas ... iii

Índice de figuras ... v

Lista de abreviaturas e acrónimos (pela ordem que aparecem no texto) ... vii

Introdução ... 1

Capítulo 1 - Contextualização teórica ... 5

1.1. A World Wide Web em contexto educativo ... 5

1.2. As redes sociais e a escola ... 9

1.2.1. O blog como recurso educativo ... 13

1.2.2. Facebook e a sua aplicabilidade no ensino ... 17

1.2.3. Estudos envolvendo redes sociais e objetivos educacionais ... 21

Capítulo 2 - Contextualização Prática ... 25

2.1. Prática de Ensino Supervisionada ... 25

2.1.1. Caracterização das turmas ... 26

2.1.2. Implementação de um blog e de uma página do Facebook ... 30

2.1.3. Metodologia do estudo relativamente à importância do blog da turma ... 32

2.1.4. Análise e discussão dos resultados relativos à importância do blog da turma ……….. ... 34

2.2. Uma página de Facebook para partilha de recursos didáticos ... 36

2.2.1. Metodologia do estudo relativo à utilização do Facebook no ensino ... 37

2.2.2. Caracterização dos participantes em cada momento de investigação. ... 38

2.2.3. Análise e discussão dos resultados ... 40

2.2.4. Algumas considerações sobre os resultados do estudo de caso ... 47

2.3. Proposta de intervenção nos 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico ... 48

2.3.1. Desenvolvimento da aprendizagem dos alunos ... 48

2.3.2. Partilha de experiências por professores no ensino do 1.º e do 2.º Ciclos do Ensino Básico ... 51

Considerações finais ... 55

Referências Bibliográficas ... 59

Legislação ... 65

Webgrafia ... 67

Documentos estruturantes dos Agrupamentos e das Turmas ... 69

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iii

Índice de tabelas

Tabela 1: Motivos de importância de o blog ter sido criado. ... 35

Tabela 2: Cruzamento de dados do género e idades dos professores estagiários. ... 38

Tabela 3: Idades por classes dos professores e futuros professores. ... 39

Tabela 4: Cruzamento de dados dos ciclos de ensino e género dos inquiridos. ... 39

Tabela 5: Cruzamento de dados do género e do tempo de serviço dos inquiridos. ... 39

Tabela 6: Cruzamento de dados do ciclo de ensino e das disciplinas. ... 40

Tabela 7: Cruzamento de dados das vantagens e da participação numa página de Facebook. 41 Tabela 8: Resultados da questão relativa ao uso das redes sociais. ... 42

Tabela 9: Cruzamento dos dados de quem usa o Facebook e quem o considera um local para partilha de materiais no ensino. ... 43

Tabela 10: Postura dos inquiridos relativamente a uma página de Facebook da escola para a partilha de materiais. ... 43

Tabela 11: Vantagens do uso do Facebook no ensino. ... 44

Tabela 12: Desvantagens do uso do Facebook no ensino. ... 44

Tabela 13: O Facebook pode ser usado para obter materiais didáticos oferecidos por empresas em troca de publicidade. ... 45

Tabela 14: É importante partilhar com os pais as atividades realizadas. ... 45

Tabela 15: Importância de partilhar com os pais as atividades realizadas, usando os materiais oferecidos pelas empresas. ... 46

Tabela 16: Inclusão da família no processo educativo através de uma rede social. ... 46

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v

Índice de figuras

Figura 1: Blog e Facebook intitulados “Ensinar a Brincar” criado em estágio. ... 31 Figura 2: Agradecimento às marcas/empresas que contribuíram com alguns materiais. ... 32 Figura 3: Etapas do trabalho do professor (Costa & Viseu, 2008, p.9). ... 53

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vii

Lista de abreviaturas e acrónimos (pela ordem que

aparecem no texto)

Abreviaturas/Acrónimos Páginas

CEB – Ciclo do Ensino Básico 1; 25; 39; 40; 56 UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e

Alto Douro

1; 2; 38

SPSS – Statistical Package for the Social

Sciences

33; 38

TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação

5; 6; 7; 8; 23; 54; 55

WWW ou Web – World Wide Web 5; 6; 7; 8; 13; 14; SMS – Short Message Service ou serviço de

mensagens curtas (em texto)

9

AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem 11; 51 EUA – Estados Unidos da América 23

NEE – Necessidades Educativas Especiais 26; 27; 28; 29; 32; 34 PAPI – Plano de Acompanhamento

Pedagógico Individual

27; 28; 29

PAPT – Plano de Acompanhamento Pedagógico de Turma

27

PEI – Plano Educativo Individual 27; 28; 29 TIMSS Trends in International

Mathematics and Science Study

56

NCTM – National Council of Teachers of Mathematics

(20)
(21)

1

Introdução

Ao terminar o 2.º Ciclo de Estudos em Ensino do 1.º e do 2.º Ciclos do Ensino Básico, e de acordo com o Regulamento n.º 658/2016 de 13 de julho, pretende-se que o candidato tenha obtido aprovação em todas as unidades curriculares que compõem o curso e submeter-se a uma prova pública de apresentação do Relatório Final de Estágio.

Este relatório tem por base o trabalho desenvolvido no âmbito da Prática de Ensino Supervisionada (Estágio I e Estágio II) integrada no plano curricular do referido 2.º Ciclo de estudos. Como se optou por um trabalho com uma feição dissertativa e investigativa, procurou-se organizar a informação em dois capítulos, a componente teórica, na qual fundamentamos o tema de acordo com autores de referência e a componente prática, na qual descrevemos estudos de caso, levados a cabo durante a Prática de Ensino Supervisionada.

No primeiro capítulo apresentamos a revisão da literatura resultante de uma pesquisa reflexiva sobre o tema. Desta forma, referimos a importância e a popularidade das redes sociais, nomeadamente dos blogs e do Facebook. De seguida, apontam-se para algumas possibilidades de inserir as redes sociais, no ensino e na aprendizagem, bem como se descrevem alguns estudos já implementados.

O segundo capítulo encontra-se dividido em três partes. A primeira parte é relativa à Prática de Ensino Supervisionada, assim, em primeiro lugar, caracterizamos os contextos escolares dos Estágios, de seguida, relatamos a experiência de implementar um blog da turma e uma página de Facebook em contexto educativo. A opção por este tema surgiu da preparação das aulas do Estágio I, no 1.º Ciclo do Ensino Básico (CEB), aquando da partilha de uma antiga aluna da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) relativamente à elaboração de um blog de turma. Como consideramos um tema interessante, decidimos criar um blog para a turma na qual estávamos a estagiar, com o objetivo de partilhar as atividades, desenvolvidas em sala de aula, com os pais e toda a comunidade escolar, inclusive com outros professores. De acordo com Silva e Barbosa (2013), “as redes sociais representam uma tendência latente de compartilhar informações e conhecimento.” (p.2). A perceção de que o

Facebook constitui uma das redes sociais mais utilizadas, permitindo uma maior partilha do

que um blog, levou-nos a associar o blog a uma página criada no Facebook.

Por fim apresentamos um estudo que possibilitou compreender os motivos pelos quais os alunos não participaram no blog, e aferimos a sua opinião relativamente à importância da criação de um blog deste género.

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2

Na segunda parte, apresentamos um outro estudo, no qual se utilizou uma metodologia de caráter qualitativo, tentando dar resposta à questão de investigação “Quais as vantagens e

as desvantagens da criação de uma página de Facebook, em colaboração com outros professores, para partilha e obtenção de materiais digitais e didáticos?”. Este estudo foi

implementado em dois momentos, no primeiro participaram nove estagiários, alunos do 2.º Ciclo em Ensino do 1.º e do 2.º Ciclos do Ensino Básico da UTAD, e no segundo 249 professores e futuros professores de diversos ciclos de ensino.

Estes estudos permitiram conhecer qual a opinião de professores e futuros professores relativamente à criação de uma página do Facebook para partilhar recursos e experiência, bem como, entender com quem os professores estariam dispostos a partilhar informação e as atividades realizadas em sala de aula.

Finalmente, como durante a implementação do blog a participação dos alunos, pais, e até outros professores foi diminuta, propomos algumas ideias para ultrapassar essa situação.

Segundo Oliveira, Pimentel e Mercado (2011), o Facebook tem conquistado o seu lugar para ser aproveitado em atividades educacionais. Silva e Barbosa (2013) também referem que o Facebook, atualmente, não é, apenas um local de comunicação, mas um meio de oportunidades para a educação, visto ser uma rede social popular, fácil de usar e gratuita. Contudo, admite a possibilidade de abusos por parte de determinados utilizadores, visto ser uma rede social aberta a todos. Para combater estes abusos, o Facebook emitiu uma declaração de direitos e responsabilidades, na qual constam diversos direitos dos utilizadores desta rede social, bem como, os deveres que terão de cumprir com o objetivo de manter o

Facebook uma rede segura.

Desse modo, e visto que esta rede social não permite menores de 13 anos de idade, o

blog seria a página principal, na qual as publicações seriam partilhadas e o Facebook era

essencialmente um local onde eram partilhados os links que davam acesso ao blog, permitindo que outras pessoas, principalmente professores, tivessem conhecimento destas páginas.

O interesse em partilhar as nossas experiências com os professores, bem como, eventualmente obter as suas opiniões, está em consonância com o Decreto-Lei n.º 270/2009 de 30 de setembro, no qual se afirma que os professores têm o dever de cooperar com todos os intervenientes na educação, especialmente docentes, alunos, encarregados de educação e pessoal não docente. Desta forma, auxiliam o desenvolvimento de ligações de respeito e reconhecimento de todas as partes, o dever de proporcionar boas relações entre professores e aconselhá-los, em especial aos que iniciam a carreira, aos que se encontram em formação, ou

(23)

3 ainda aos que apresentem dificuldades na sua função como professores. Para além disso, deverão também partilhar com outros docentes informação, recursos e métodos de forma a divulgar boas experiências. Do mesmo modo deverão refletir nas práticas pedagógicas, individuais ou coletivas, visando melhorar as práticas e contribuir para o sucesso educacional dos alunos.

Desta forma, a partilha de experiências e recursos entre professores, e eventualmente entre estagiários, como foi o caso, bem como, a reflexão das práticas educativas, contribuem para a implementação de práticas educativas mais eficazes e para o sucesso educativo dos alunos.

(24)
(25)

5

Capítulo 1 - Contextualização teórica

Neste capítulo, referimos a importância atual das redes sociais e a sua incontornável aplicação em contexto educativo. De entre estas redes sociais, damos particular relevância às mais populares: blogs e Facebook.

1.1. A World Wide Web em contexto educativo

A constante inovação em tecnologia, a popularização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e a rápida evolução da Internet e, mais concretamente, da World Wide

Web (WWW ou Web), constituem um dos principais pilares da Sociedade da Informação e do

Conhecimento (Patrício & Gonçalves, 2010b).

A Web começou por ser, essencialmente, texto com hiperligações, integrando, mais tarde, imagens, som e, mais tarde, vídeo (Carvalho, 2008). Com a propagação e vulgarização da Web desenvolveram-se ferramentas digitais e aplicações necessárias à comunicação entre os utilizadores desta nesta nova forma de organização do quotidiano da sociedade contemporânea. De facto, nos dias de hoje, esta ferramenta e aplicação empregam-se para diversos fins, destacando-se a capacidade de aproximar os indivíduos por interesses comuns, através das interações estabelecidas durante as comunicações (Almeida, Paixão, Magalhães, & Freitas, 2013). Neste contexto, a Web permite novas formas de comunicação e interação, o que se constata através do enorme número de blogs, jogos online e redes sociais existentes (Lopes, 2010).

Após a popularização da Web banalizou-se a publicação online e o acesso à informação. Posteriormente, com a eclosão das funcionalidades da Web 2.0, conceito proposto por Tim O’Reilly, a facilidade de publicação online e a simplicidade de interação entre as pessoas tornam-se uma realidade. A Web constitui, assim, uma plataforma na qual tudo se torna acessível a todos e para publicar deixa de ser necessária a criação de uma página. Cada indivíduo consegue publicar e comentar, contribuindo, assim, para o desenvolvimento do seu espírito crítico e, simultaneamente, incrementar a sua interação social online (Carvalho, 2008).

Desta forma, e de acordo com S. Teixeira (2013), a Web 2.0, concedeu maior acessibilidade à informação, proporcionando, também, que todos sejam criadores de informação.

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Nesta fase, o caminho natural seria a integração de propostas educacionais que, através do acesso e uso de meios digitais de comunicação, possibilitariam superar os limites físicos e temporais das salas de aula, alcançando todos os que estão conectados na mesma sintonia, independentemente do espaço em que se encontram (Kenski, 2015). A autora refere, ainda, que a capacidade de intercomunicação constitui um dos pontos mais importantes destes novos

media, garantindo que, independentemente de onde as pessoas estejam, podem comunicar,

trocar ideias, criar projetos em conjunto, ou seja, ir além da simples informação.

Estas características das TIC, proporcionam uma revolução na comunicação humana, amplificando as possibilidades da sua utilização na educação fazendo uso dos recursos existentes, principalmente da internet, através da Web 2.0 (Escola, Gomes, & Lopes, 2014). Deste modo, a aprendizagem deixou de ser um processo que acontece num determinado espaço e tempo, e passa a ser vista com fluidez, não tendo data, nem hora certa para começar ou terminar, acontecendo continuamente dentro e fora do espaço escolar (Brescia, 2013).

A introdução das tecnologias Web 2.0 no ensino, ocorre não só pelos seus benefícios, mas também porque se inserem no dia a dia dos alunos. Dessa forma, os professores devem estabelecer uma relação educativa baseada nessas tecnologias, com o propósito de consolidar uma interação com os conteúdos e a aprendizagem (Patrício & Gonçalves, 2010b). Além disso, M. Rodrigues e Escola (2015), acrescentam que o grande desafio dos docentes consiste em arriscarem um pouco mais, promovendo uma aprendizagem de colaboração e desafiadora da sua rede criatividade e da criatividade em rede dos seus alunos.

Com as ferramentas da Web 2.0, gratuitas e de fácil publicação, o professor dispõe de diversas oportunidades para promover uma aprendizagem fidedigna e interessante para os alunos. Usar estas ferramentas nas aulas potencia o desenvolvimento de competências intrínsecas a cada área de conhecimento e, simultaneamente, na preparação de cidadãos conscientes de uma sociedade em permanente desenvolvimento (Cruz, 2008).

Por sua vez, Escola e outros (2014), acrescentam que, com o aparecimento da Web 2.0, o cenário na educação transforma-se substancialmente, visto que, a utilização destas novas ferramentas para alterar os paradigmas do ensino e da aprendizagem. Sendo assim, cabe ao professor adotar estes recursos educativos na sua sala de aula, beneficiando das suas capacidades convertendo-as em práticas de ensino versáteis.

A Web, segundo Carvalho (2008), tornou-se, cada vez mais, a origem de conteúdo para ensinar e para aprender. Além disso, elaborar uma apresentação para uma aula já não se limita ao texto, visto ser possível integrar outros formatos como hiperligações, imagens, vídeos do

(27)

1.1. A World Wide Web em contexto educativo

7

YouTube, entre outros. Os recursos existentes online e as ferramentas de fácil publicação da Web 2.0 constituem uma oportunidade para que os professores enriqueçam as suas aulas e os

alunos possam aprender, divulgando e compartilhando as suas experiências e saberes.

Está disponível uma variedade de ferramentas na Web, segundo Escola e outros (2014), desde a escrita colaborativa (por exemplo blogs, Wikis, Podcast, Google Docs), a comunicação online (Skype, Voip, Googletalk), o acesso a vídeos (YouTube, GoogleVideos,

YahooVideos) e, ainda, Software que permite a criação de páginas nas redes sociais como, por

exemplo: os blogs, o Hi5, Orkut, Messenger e Facebook.

Quando a educação se apropria destas ferramentas, e, consequentemente, dos recursos, e trabalha sob o prisma da interação, bem como da construção da inteligência coletiva, afirma-se que afirma-se trata de aprendizagem colaborativa (Joaquim, 2014). Este autor define a aprendizagem colaborativa como sendo um recurso na área da educação, consistindo em criar um procedimento onde o aluno, em conjunto com o professor, estabelece pesquisas, reflexões e discussões acerca de tópicos de interesse. Desta forma, implementam-se metodologias dinâmicas na educação, propondo que os membros de uma comunidade se posicionem de forma a contribuírem, reciprocamente, com a produção de conhecimentos. Neste processo, os estudantes produzem com orientação do professor, o conhecimento, promovendo a sua própria aprendizagem.

As TIC originam novos ambientes de aprendizagem e, como referido anteriormente, eliminaram o conceito de tempo existente para a aprendizagem, sendo assim, em qualquer lugar é possível haver um espaço de aprendizagem (Escola et al., 2014). Contudo, quando estes autores se referem ao uso das TIC em educação não significa, simplesmente, conectar-se à tecnologia. Mas, sobretudo, saber utilizar a tecnologia para a procura e seleção de informação que possibilitem a resolução de problemas do quotidiano, estabelecendo ambientes de aprendizagem abertos, flexíveis e interativos.

É importante referir que este espaço de aprendizagem constitui um recurso digital

online atraente para os estudantes, assim como, uma possibilidade de oferecer uma

aprendizagem cooperativa entre eles. Por exemplo, para aprender matemática, pesquisam e trocam conhecimentos, pensamentos, ideias online, divertindo-se e compreendendo a resolução de um determinado problema matemático (Bona, Basso, Bravo, & Maciel, 2014).

As tecnologias Web possibilitam também, aos professores, conceber estratégias pedagógicas revolucionárias, incluindo a utilização de software social como ferramentas de trabalho, permitindo aos alunos a construção do seu próprio conhecimento (Patrício &

(28)

8

Gonçalves, 2010a). Contudo, o professor deve familiarizar-se com as ferramentas da Web, de forma a orientar o seu uso com habilidade e competência (Escola et al., 2014). De facto, à medida que se conhece e se domina o uso das TIC no ensino, mais facilmente se empregará estes recursos, contribuindo para o êxito dos alunos (Seaman & Tinti-Kane, 2013).

A tecnologia não menospreza o professor, nem o aluno, apenas transforma as relações pedagógicas existentes, proporcionando um ambiente propício à partilha de conhecimento (Silva, Vieira, & Schneider, 2010). Sendo assim, urge alterar as metodologias centradas no professor, dando primazia às metodologias centradas no aluno, mediadas pelas TIC (Escola et al., 2014).

Viver desconectado hoje em dia é difícil, pois a Web 2.0 é bastante atrativa para todos. Por essa razão, a utilização das TIC na educação vem crescendo nos últimos anos (Alencar, Moura, & Bitencourt, 2013).

Ao longo dos anos surgiram diversas iniciativas de uso das tecnologias na escola, realizando-se em distintos lugares do mundo, de diferentes formas e em diversos níveis de formação. No entanto, algumas inclusões incidiram, apenas, na obtenção e disponibilização de equipamentos, como computadores, notebooks, tablets ou quadros interativos. No entanto, algumas escolas dinamizadas por professores entusiastas implementaram ambientes de aprendizagem, plataformas de conteúdo, jogos e até redes sociais (N. Teixeira & Escola, 2015).

Refira-se, ainda, que as tecnologias digitais como os smartphones e tablets, também, permitem uma flexibilidade de acesso através do uso do wireless e da computação em nuvens, por exemplo, Dropbox, SkyDrive, independentemente do lugar no qual as pessoas e a informação estejam (Kenski, 2015).

A articulação entre as tecnologias digitais e as pedagogias adequadas auxilia e dinamiza os processos de ensino e de aprendizagem. Esta combinação não só proporciona a aprendizagem de conteúdos curriculares, mas também permite aprender a usar a tecnologia preparando os alunos para o futuro (Moura, 2008).

De facto, a Web 2.0, enquanto rede de autor e produção individual, coletiva e colaborativa, faculta aos alunos a possibilidade de criar conteúdos e de os utilizar, como

Podcasts, blogs, bookmarks sociais, redes sociais, atividades em mundos virtuais e Wikis

(29)

1.2. As redes sociais e a escola

9

1.2. As redes sociais e a escola

Com o aparecimento do computador e, posteriormente, da internet, a sociedade de informação tornou-se mais veloz e dinâmica, desenvolvendo a comunicação em rede e amplificando a relação e interação entre as pessoas (Almeida et al., 2013).

As pessoas, enquanto sociedade, sempre necessitaram de comunicar e relacionar-se umas com as outras, portanto, as redes sociais existem desde sempre. Contudo, a essência destas redes alterou-se ao longo dos tempos, começando em encontros entre amigos ou pessoas com interesses comuns, passando por grupos de alunos em atividades escolares. Atualmente, como grupos de indivíduos que enviam SMS (Short Message Service ou serviço de mensagens curtas) através do telemóvel e terminando num chat na internet, ou ainda, através de correio eletrónico, ou fazendo parte de uma rede social, como um blog ou

Facebook (Simões, 2011).

As redes sociais constituem-se, assim, num espaço colaborativo de relacionamentos, existentes fora da internet, porém, passam a integrar-se na tecnologia (Brescia, 2013). Salienta-se que apesar de pouco conhecidas, as redes sociais modernas apareceram por volta de 1997 (Kirkpatrick, 2011). Após esta data e até, sensivelmente, 2000 surgiram distintos

software sociais que operam como um sistema básico, reunindo comunidades virtuais

(Afonso, 2009).

Hoje em dia, as empresas, os comunicadores e os políticos, entre outros, destacam o potencial das redes sociais, originando o desenvolvimento de estudos sobre a sua aplicabilidade em diferentes organizações. Todavia, só muito recentemente as instituições de ensino e os professores atribuíram significado a estas redes, passando a usufruir dos seus benefícios (Brescia, 2013).

Os software sociais consistem em programas que funcionam como intermediários sociais, favorecendo a conceção de redes de relacionamento. Desta forma, cada utilizador poderá contactar com indivíduos com que lida pessoalmente, conhecer outras pessoas com interesses idênticos e debater diversos temas (Afonso, 2009). Este autor acrescenta ainda, que estes software funcionam a partir da criação de um perfil de um utilizador, que convida os seus amigos, que, por sua vez, atraem mais amigos, crescendo exponencialmente, formando uma rede. Sendo assim, define-se rede como um conjunto de indivíduos ligados entre si, desta forma, os sistemas agrupam os indivíduos e instituições à volta de diversos temas (Paixão, Almeida, Magalhães, & Freitas, 2012).

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10

Como a tecnologia se encontra cada vez mais acessível e disponível, as redes propagam-se mais rapidamente. Assim, não existe apenas um enunciador e vários reprodutores, mas sim múltiplos enunciadores, produtores e vários utilizadores que partilham a informação disponibilizada numa rede cada vez mais ampla (Antonioli, 2012).

As redes sociais estabelecem uma relação entre pessoas, regulada pela flexibilidade existente na sua estrutura e pela dinâmica existente entre os seus participantes. Contudo, os laços entre eles, normalmente, resultam de interesses, temas e valores associados, sem que exista a força das instituições a que pertencem. A noção de rede social progride em conformidade com o tempo, correspondendo às necessidades dos utilizadores para comunicarem, conviverem e expressarem-se (Martino, 2014; Shimazaki & Pinto, 2011).

Desta forma, as redes sociais organizam-se como enormes reservatórios de informação, definidas à custa de uma estrutura constituída por pessoas e organizações, unidas através de interesses comuns, desde o nível profissional até o nível pessoal (Afonso, 2009; Brescia, 2013; Martino, 2014).

De acordo com D. Juliani, J. Juliani, Souza e Bettio (2012), as redes sociais englobam as ferramentas tecnológicas que viabilizam que as relações sociais (reais) se desenrolem na

internet (virtualmente), sem desacreditar os utilizadores envolvidos, como por exemplo o Facebook, o blog, o Twitter, Google+, entre outros.

As redes sociais permitem a construção de um perfil público ou semipúblico dentro da rede, a articulação de uma lista de outros utilizadores (muitas vezes intitulados de amigos) para partilhar conteúdo e a visualização do conteúdo publicado por outros membros. Para além disso, existe a possibilidade de os utilizadores comunicarem, partilharem e debaterem qualquer tema, bem como, avaliarem artigos e serviços, exercendo, atualmente, uma grande influência na opinião pública (Boyd & Ellison, 2008; S. Teixeira, 2013).

Esta capacidade de acompanhar as interações entre os perfis desencadeia outras relações e atitudes por parte de quem vê (Martino, 2014). De facto, as redes sociais online, apresentadas por sites, permitem aos utilizadores apresentarem-se virtualmente, partilhando conteúdo, desde fotos, textos, vídeos, entre outros, e publicar comentários aos conteúdos já existentes (N. Teixeira & Escola, 2015).

Ao permitirem que ocorra interação entre os utilizadores, as redes sociais propiciam alterações estruturais, que designamos por conhecimento (S. Teixeira, 2013). Desta forma é possível conjugar as redes sociais, nas quais existem interações e é partilhada informação, com a escola, local onde se pretende transmitir conhecimento.

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1.2. As redes sociais e a escola

11 Apesar das redes sociais não terem sido criadas com finalidades educacionais, são um local livre para comunicação. Portanto, quando os alunos e os professores usufruem de uma rede social para trocar conhecimento e informação importantes, esta transforma-se numa plataforma de educação (Joaquim, 2014).

As plataformas das redes sociais reúnem aplicações e instrumentos similares aos que são utilizadas em Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) (Brescia, 2013). Contudo, Bona, Basso e Fagundes (2012) consideram que uma rede social se distingue de um AVA, assim como, de uma comunidade virtual. De facto, os laços de uma comunidade são livres, caracterizando-se por terem interesses comuns, enquanto que, num AVA, existem objetivos de aprendizagem para os participantes. Por outro lado, numa rede social apenas é necessário ser-se conhecido de alguém.

Para a educação de hoje em dia, as redes sociais online permitem a filtragem de informação importante, visto que o mundo está sobrecarregado de informação, sendo alguma irrelevante para o ensino (Silva et al., 2010). Estas redes originam, por um lado, uma repercussão no ensino em virtude da capacidade de divulgação da informação e, por outro, de base para ampliar as competências das pessoas envolvidas (Oliveira et al., 2011).

As redes sociais transpõem o espaço da escola, assegurando aos docentes e discentes a oportunidade de experimentar diversas culturas e realidades, proporcionando o crescimento da aprendizagem devido à permuta de conhecimentos (Cabral, Júnior, & Araújo, 2010).

Atualmente, os alunos participam, de forma mais assídua, em redes sociais, tais como o

Facebook, Twitter, Instagram, do que através das plataformas tradicionais ou oficiais de

suporte aos processos de ensino e de aprendizagem. Portanto, se os alunos já se encontram motivados para o uso destas redes sociais, que podem ser um condutor de aprendizagem informal, os professores podem e devem adaptá-las ao contexto educativo (Cabral et al., 2010; Patrício & Gonçalves, 2010b).

Se o professor utilizar as redes sociais em contexto educativo, estende o espaço físico das salas de aula, logo o aluno não fica reduzido, apenas, ao tempo de uma aula e poderá ampliar as suas pesquisas com temas que lhe interessam. Além dos benefícios notórios para o ensino e para a aprendizagem, contribui-se para a diminuição das barreiras de comunicação entre os alunos e professores e, promove-se a instituição de ensino, à medida que as atividades são publicadas. Para além disso, envolvem-se outros elementos da comunidade como empresas, pais, e a comunidade onde a instituição está inserida (D. Juliani et al., 2012).

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As redes sociais, segundo Kenski (2015), quando são utilizadas para fins didáticos, permitem uma melhor e mais ampla exploração e vivência coletiva do que, apenas, em sala de aula. As suas características proporcionam uma troca de ideias, o acompanhamento dos registos, o feedback imediato de outras pessoas, assim como, o envio de informação atualizada. Contudo, mesmo sem as redes sociais estarem presentes no dia a dia de professores e alunos, ainda não foram suficientemente analisadas pela pedagogia (Silva et al., 2010).

Ao refletir nas possíveis vantagens do uso destas redes no ensino, Kenski (2015) considera que os professores e os alunos de uma mesma turma, ou só os professores, organizados em redes poderão debater, interagir e conceber novas metodologias pedagógicas que auxiliem na sua prática profissional. Desta forma, aprenderão a agir em equipa, experimentando e integrando diferentes métodos de ensinar e de aprender mediados por tecnologias de cooperação e interação.

Existe um vasto mundo de aplicação das redes sociais no ensino, e na aprendizagem, contudo o professor deverá escolher, antecipadamente, qual a rede social mais adequada, assim como, as ferramentas específicas duma rede social. Tendo em conta a faixa etária dos alunos, o professor deverá monitorizar a sua utilização, pois a maioria das redes sociais podem ser, perigosas, atrativas e expor os alunos (Almeida et al., 2013). Razão apontada, por alguns elementos da comunidade escolar, para justificar a relutância em utilizar as redes sociais em contextos de ensino.

Graças às infinitas possibilidades de partilhar informação e de interação, as redes sociais têm triunfado, evidenciando oportunidades a diferentes níveis, tanto no pessoal, como no profissional, como no pedagógico (Miranda et al., 2011). De acordo com o estudo realizado pelos autores, com a participação de 363 alunos do 1.º Ciclo do ensino superior, as redes sociais possuem diversas potencialidades, dividindo-se em cinco categorias: recursos,

contactos, discussão, usabilidade e outras. Relativamente às três primeiras com 49%, 19% e

17% respetivamente, os alunos consideraram importante a troca de recursos e a possibilidade de interagir com outros contactos nas redes sociais.

Atualmente os telemóveis e os tablets permitem estar online nas redes sociais, facilitando as interações e a junção do que é real com o virtual (Martino, 2014). De facto, estas plataformas possibilitam a comunicação em qualquer altura, permitindo partilhar ficheiros e informação, deixar mensagens quando alguém não está online, recrutar

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1.2. As redes sociais e a escola

13 funcionários para um determinado trabalho, divulgar eventos, organizar manifestações e, ainda, publicitar qualquer tipo de produto (Simões, 2011).

As redes sociais permitem generalizar a comunicação, oportunidade, imediatamente, agarrada pelas empresas que pretendem estar mais próximas dos consumidores, promovendo e divulgando os seus produtos e serviços (Afonso, 2009; S. Teixeira, 2013).

Ultimamente as empresas utilizam muito este marketing colaborativo, oferecendo produtos aos bloggers (pessoas que cria um blog) para experimentarem e divulgarem os produtos no seu blog, ou então para presentear às pessoas que o leem, através da realização de um passatempo.

As empresas também poderão estabelecer protocolos com as escolas, no que diz respeito à realização de publicidade de materiais escolares e didáticos, caso as empresas os ofereçam à escola, para utilização em sala de aula.

1.2.1. O blog como recurso educativo

O termo weblog surgiu em 1997, criado por Jorn Barger, sendo que blog é o diminutivo da palavra weblog. Ao dividirmos a palavra obtemos web-log, Web refere-se à internet, enquanto que log significa diário (Fonseca, Souza, & Oliveira, 2013). Por seu turno, Cruz (2008) e Oravec (2003) afirmam que o blog é um diário na Web com links para outros sites, cuja informação se encontra estruturada em publicações, da mais recente até à mais antiga, apresentando, por vezes, um índice.

Um blog constitui um software social, apresentando três particularidades fundamentais. A comunicação, pois cada publicação consiste numa forma de comunicar com os leitores. A comunidade, dado que um blog existe para a partilha de informação com diversas pessoas que se interessem pelo assunto abordado. E, ainda, a cooperação uma vez que um blog resulta da partilha e da participação dos leitores, nem que seja a partir de um simples comentário (Bastos, 2011). Identifica-se, assim a facilidade de partilhar, enviar e receber informação (interatividade), obter outras informações (hipertexto) e trocar ideias (interatividade cognitiva) (Poveda, 2009). Para além de um instrumento de publicação, um blog consiste, também, num utensílio de comunicação, possibilitando o desenvolvimento de projetos de partilha e, ainda, de discussão de perspetivas. Por se tratar de um serviço online propicia a possibilidade de serem lidos e comentados em qualquer lugar, desde que se tenha acesso à

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14

Por sua vez, Escola e outros (2014), definem blog como um recurso para todos os segmentos do conhecimento, podendo ser utilizado nas mais variadas disciplinas escolares. Acrescentam ainda que, mesmo que contenha mais dados sobre uma área especifica, não se limita a esse tema.

A disseminação de ferramentas e de recursos na Web 2.0 é gigantesca, proporcionando aos utilizadores o seu uso de forma participativa e ativa (Bastos, 2011). Com estas ferramentas, sendo gratuitas e fáceis de publicar, como o blog, o professor poderá proporcionar uma aprendizagem mais genuína aos seus alunos. O seu uso, em contexto de sala de aula, desenvolverá aptidões intrínsecas à disciplina e preparará jovens mais conscientes da existência de uma comunidade em expansão. Ao mesmo tempo, os trabalhos partilhados estarão acessíveis para análise dos colegas e dos encarregados de educação, permitindo o acompanhamento do progresso dos seus educandos a nível escolar (Cruz, 2008). De facto, constituem-se como lugares de reflexão, nos quais se podem enumerar sites importantes, discutir temáticas, ajudando, assim, a construir redes sociais e redes de saberes (Carvalho, Moura, Pereira, & Cruz, 2006).

A publicação de mensagens com textos, imagens, ou vídeos tornou-se simples de executar, permitindo que qualquer indivíduo crie ou comente em blogs, quer sejam pessoais ou temáticos. Embora tal também seja possível fazer através do Facebook ou colocando vídeos no YouTube (Bastos, 2011). Por este motivo, vários professores criaram blogs que existem há alguns anos, o que se confirma através de uma pesquisa na internet, descobrindo, assim, uma grande variedade de blogs, abordando temas de todas as disciplinas escolares (Cruz, 2008).

De acordo com Gomes e Lopes (2007) não é necessário a criação de um novo blog, podem-se utilizar blogs que o professor considere de interesse e fiáveis para a realização de pesquisas. Afirmam, ainda, que a criação de um blog por parte de um grupo de professores, no qual são abordados temas relacionados com a disciplina que lecionam, proporciona, aos alunos, acesso a informação que consideram pertinente e atualizada.

Num blog, usado em contexto educativo, publicam-se, periodicamente, os trabalhos que se vão realizando, partilhando experiências e vivências do dia a dia; comunicam-se as atividades desenvolvidas no âmbito de um projeto, como por exemplo, textos, experiências, dramatizações, fotografias ou vídeos. Também se podem criar histórias interativas, inclusive a partir de ideias partilhadas pelos visitantes do blog. Desta forma, desenvolvem-se competências de leitura, interpretação, escrita e sentido crítico, ao analisarem textos

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1.2. As redes sociais e a escola

15 publicados pelo professor, assim como, realizando tarefas de investigação propostas pelo professor através de desafios, entre outros (Bastos, 2011).

Uma abordagem diferente, centrada nas atividades que os alunos executam enquanto

bloggers, reside na orientação dos alunos para realizarem pesquisa, selecionarem, analisarem

e publicarem a informação que consideram relevante, tendo sempre presente as competências educativas a desenvolver (Gomes & Lopes, 2007).

Por outro lado, Carvalho e outros (2006), apontam outras aplicações dos blogs, como elaborar um caderno diário eletrónico, gerido pelos alunos, no qual publicam, comentam e avaliam o trabalho dos restantes elementos da turma. Criar um portefólio ou, ainda, um fórum, neste caso, dinamizado pelo professor no qual os alunos participam comentando, para o que necessitarão, por vezes, de pesquisar na internet ou em outras fontes.

O professor, ao criar um blog como extensão às atividades em sala de aula, pode publicar as tarefas, os questionários, as fotografias de visitas de estudo, propor trabalhos de investigação ou, mesmo, colocar avisos. No caso de um professor de Matemática, apresentar a resolução de exercícios, partilhar demonstrações geométricas ou algébricas no Geogebra, sendo sempre permitido a participação dos alunos através de comentários (Cruz, 2008).

Quando o aluno tem a possibilidade de criar, publicar e comentar, o professor utiliza o

blog para dar um feedback ao aluno, apontando o que deve ser corrigido e a melhor forma de

o fazer. Desta forma, o professor interage, mais facilmente, com o aluno, estimulando-o a raciocinar e solucionar problemas (Escola et al., 2014).

Uma das funcionalidades essenciais dos blogs, em sala de aula, consiste na possibilidade de uma autoria múltipla, assumindo-se vários utilizadores como autores do blog, permitindo, assim, colocar publicações próprias e comentar as de outros elementos (Gomes & Lopes, 2007). Um blog conduz, os alunos, numa jornada de introspeção, permitindo-lhes a partilha de conhecimento, e promovendo valores de cooperação, reflexão e partilha (Kang, Bonk, & Kim, 2011).

Destaca-se, ainda, a redução do núcleo de trabalhos copiados, em virtude de os professores publicarem materiais, dicas de trabalho e explicações, tendo, os alunos, a possibilidade de expor as suas dúvidas a qualquer momento (Akbulut & Kiyici, 2007).

Além da possibilidade de contacto permanente com os colegas e os professores, os

blogs permitem a inclusão de links para sites, nos quais encontrarão informação dos materiais

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16

Ao permitir a colaboração de diversos alunos e professores, quer sejam da mesma escola ou de outras escolas, um blog possibilita a realização de projetos diversificados, inclusive a nível internacional (Akbulut & Kiyici, 2007; Gomes & Lopes, 2007; Wagner, 2003).

Existem outras utilizações possíveis de um blog no ensino, sendo que estas centram-se essencialmente nos professores, tais como, refletir sobre experiências pedagógicas, descrever recursos e metodologias, relatar dicas e ilustrá-las, partilhando desafios profissionais. Permite ainda, criar um espaço que reúna obras, trabalhos como um portefólio, bem como, noutra perspetiva, partilhar informação relacionada com o ensino, como calendários, eventos, recursos, contactos e avaliações (Tzotzou, 2013).

Em algumas implementações dos blogs na formação de professores, estabeleceu-se uma comunicação constante, inclusive para membros que não estivessem presentes em sessões da formação, auxiliando-os a obterem os materiais e acompanhar a formação (Poling, 2005).

Por sua vez, B. Ray e Coulter (2008), apontam para a ajuda que os blogs oferecem aos professores recém-formados, pois poderão procurar conselhos de outros professores. Além disso, os blogs encorajam os professores a criarem uma sociedade que ampare a prática profissional uns dos outros, proporcionando orientação e diversas perspetivas num meio livre e amigável.

Quando um blog é usado pelo professor também funciona como um meio de comunicação entre os pais e os professores, como recurso instrucional, instrumento colaborativo e, obviamente, como um portefólio para trabalhos de estudantes. Para além disso são mais eficazes na divulgação de informação do que os anúncios impressos tradicionais, eliminando os esquecimentos por parte dos alunos, ou a confusão que possa, eventualmente, surgir na transmissão de uma dada informação (J. Ray, 2006). Desta forma, os pais não terão de ir, obrigatoriamente, à escola, evitando, assim, a incompatibilidade de horários. Além disso, os pais ficarão informados dos trabalhos realizados em sala de aula, da existência ou não de trabalhos de casa e, até mesmo, o progresso escolar dos filhos (Patrikakou, 2015).

Caso pretendam, os professores poderão disponibilizar livros didáticos online, sites educacionais, vídeos, entre outros recursos, para que os pais participem, ativamente, na aprendizagem dos seus filhos, acompanhando-os na realização dos trabalhos de casa (Olmstead, 2013).

Salienta-se que o professor poderá experimentar e otimizar outra ferramenta que utilize, como um blog ou uma página no Facebook, no entanto, estes recursos, também, constituem

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1.2. As redes sociais e a escola

17 uma distração para os alunos, portanto devem ser sempre mediados por um adulto, quer seja a professora ou os encarregados de educação (Carvalho et al., 2006).

Desta maneira, incrementa-se o leque de oportunidades de envolver os pais na educação dos seus filhos, responsabilidade partilhada entre os pais e a própria escola (Olmstead, 2013).

1.2.2. Facebook e a sua aplicabilidade no ensino

O site Thefacebook.com correspondia a uma junção de ideias de outros projetos. Um dos quais era o Course Match que possibilitava ver os cursos em que determinada pessoa estava inscrita e o Facemash que continha fotografias dos caloiros, provenientes de livros chamados facebooks, de forma a descobrir as pessoas mais atraentes. Para além desses, também o Friendster que permitia a criação de um perfil, com os seus dados, gostos, hobbies, possibilitando relacionar o seu perfil com o dos amigos (Kirkpatrick, 2011).

O Thefacebook.com foi criado em 2004 por Mark Zuckerberg e alguns colegas, estudantes da Universidade de Harvard, como um espaço social, apenas, para estudantes dessa universidade (Goodband & Samuels, 2010). Na página inicial do site exibiam-se as suas funções, tais como a possibilidade de pesquisar pessoas, amigos ou amigos de amigos, encontrar quem estudava um determinado curso e descobrir dados sobre com quem se relacionavam (Kirkpatrick, 2011).

Inicialmente, os utilizadores estavam filiados numa instituição de ensino superior, como alunos, professores ou funcionários (Patrício & Gonçalves, 2010b). Nesta altura o

Thefacebook passou a ser aproveitado para criar grupos de estudo, organizar encontros, bem

como clubes, além de publicar novidades sobre festas (Kirkpatrick, 2011).

Este site alargou-se a outras universidades e passou a ser apenas Facebook.com. Desde setembro de 2005, o site integrou alunos do ensino básico e secundário, contudo, separado das faculdades e, em fevereiro de 2006, anularam essa separação, fixando a idade mínima em 13 anos. A partir de 26 de setembro de 2006 o registo foi aberto a todas as pessoas (Kirkpatrick, 2011). Ou seja, qualquer indivíduo pode participar nesta rede social através de redes baseadas em interesses pessoais e profissionais, localização, trabalho ou ensino, desde que tenha idade igual ou superior a 13 anos, e não tenha sido condenado por qualquer crime sexual (Facebook, 2015; Patrício & Gonçalves, 2010b).

De acordo com Kirkpatrick (2011), Zuckerberg declarou que a principal função do

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matemática de uma sucessão de nós e conexões, sendo que os nós se referem às pessoas e as conexões representam as amizades.

Ao longo do tempo adicionaram novas funções ao site, até que o reformularam e transformaram numa plataforma com várias aplicações, incluindo os jogos. Além dos perfis pessoais, também é possível encontrar páginas de entidades comerciais (Kirkpatrick, 2011).

No Facebook disponibilizam-se aplicações e funções da rede social, como o mural, as notas, os eventos, fotos, vídeos, chat, o botão gosto, entre outros. E, ainda, aplicações que não foram criadas pelos dinamizadores do site, e que é possível adicionar ao nosso perfil, tais como as áreas de desporto, educação, entretenimento, jogos, negócios, utilidades, amigos e família e, ainda, a área só por diversão (Patrício & Gonçalves, 2010b).

As aplicações são geradas por mais de um milhão de pessoas autónomas de 180 países, incorporadas no Facebook de forma a melhorar as funções naturais. Este desenvolvimento não só amplifica o potencial tecnológico da rede, mas também fortalece a sua propagação e implementação em todo o mundo (Cerdà & Planas, 2011).

Além disso, os utilizadores podem usar o Facebook para pesquisar outros membros e partilhar material com os amigos através do seu perfil, através de mensagens escritas, de fotografias e de vídeos (Goodband & Samuels, 2010).

A interação existente no Facebook surge, fundamentalmente, ao comentar os perfis, ao participar em grupos de discussão ou através de aplicações e jogos (Patrício & Gonçalves, 2010a).

O uso de uma rede social implica dados pessoais e conteúdos publicados que poderão expor-nos demasiado. Nessas ocasiões basta utilizar as definições de privacidade, limitando a visualização de álbuns ou fotos a determinada pessoa ou grupo de pessoas (D. Juliani et al., 2012).

Com o objetivo de controlar quem pode visualizar o que foi publicado no nosso perfil, o

Facebook tem disponível quatro opções de configurações de privacidade (Antonioli, 2012). É

possível optar por publicar para todas as pessoas do Facebook (Público), apenas para os seus amigos (Amigos), apenas para o proprietário do perfil (Apenas eu), ou ainda escolher, pessoa a pessoa, quem pode ver ou não o que publica (Personalizar).

O Facebook permite criar grupos ou páginas, quer sejam pessoais ou institucionais, como o caso de empresas que aproveitam para divulgar o seu trabalho, ou fazer parte de grupos já existentes. Pertencendo a um grupo o utilizador acede, no seu mural, à informação publicada por qualquer elemento do grupo (Lopes, 2010; S. Teixeira, 2013). Sendo assim, os

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1.2. As redes sociais e a escola

19 utilizadores desta rede social criam e responsabilizam-se pela administração de grupos e páginas. No primeiro caso, os outros utilizadores que queiram ver, ou participar na discussão, deverão pedir autorização ao administrador. No segundo caso, qualquer utilizador lê, comenta, ou até mesmo publica material. Contudo, em ambos os casos, o administrador poderá eliminar publicações ofensivas (Pellizzari, 2012).

Relativamente à informação que esta rede fornece, verifica-se que se propaga com maior velocidade do que apenas por contacto físico. Por essa razão, tem sido explorado para vender produtos, conhecer notícias e divulgar atividades (Paredes, Vitaliti, Aguirre, Strafile, & Jara, 2015).

Refira-se também que o Facebook é gratuito, logo não gera custos à instituição, nem às pessoas que pretendem usufruir desta plataforma, visto que apenas é necessário aceder à

internet e ter uma conta de email (Bona et al., 2012).

O propósito do Facebook é a interação de pessoas e a partilha de informação e imagens. Esta rede social é uma das mais utilizadas e até tem sido usada para a realização de grandes manifestações. Desta forma, o Facebook proporciona o acesso rápido e quase imediato a informação, para a educação, para a intervenção social e política, entre outras (Alencar et al., 2013).

Hoje em dia, o Facebook atrai todos, quer sejam alunos ou professores, permitindo que a educação seja beneficiada, através da partilha de informação e originando trabalho cooperativo (Silva & Barbosa, 2013).

Num primeiro momento, as interações fundamentam-se na curiosidade e na existência de colaboração, de forma a compreender o que se sucede, posteriormente, as atuações dependem e relacionam-se com as das outras pessoas (Bona et al., 2014).

Oliveira e outros (2011), definem o Facebook como uma rede social de comunicação, intervindo na aprendizagem e no desenrolar de condições, estratégias e intervenções dos alunos na internet. Estruturado de tal forma que facilita a construção de noções, devido à interação de alunos e professores, através dos recursos e ferramentas disponíveis.

No que diz respeito à Matemática, o Facebook permite aos alunos a partilha de vídeos de como resolver determinado problema, software utilizado em matemática, tal como o

Geogebra, permitindo que haja aprendizagem cooperativa e esclarecimento de dúvidas.

Proporciona, ainda, solucionar problemas com resoluções distintas das dos colegas, possibilitando a aprendizagem de diversos métodos de resolver um determinado problema (Bona et al., 2012).

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Ao compreendermos os recursos e ferramentas que o Facebook nos apresenta, procuramos relacionar o que é suposto ensinar com a informação apresentada na internet. Desta forma, deparamo-nos com fontes de informação que estimulam a criatividade, a interação, a autonomia e o trabalho colaborativo (Oliveira et al. 2011).

O Facebook, no ponto de vista de Paixão e outros (2012), constitui-se como um local importante para o ensino, pois é um local que atrai os alunos e pode ser transformado num ambiente de aprendizagem. A plataforma torna a aprendizagem numa atividade social, o que aumenta o contentamento em partilhar informação, convertendo-se num ambiente colaborativo de aprendizagem.

Com o uso da plataforma, os alunos entusiasmam-se e envolvem-se nas atividades, investigam para as resolver e comunicam entre si até compreender como as solucionar. Sendo assim, é possível que os estudantes aprendam cooperando uns com os outros no Facebook, mesmo sem a interação do professor (Bona et al., 2012).

Caso os professores queiram introduzir o Facebook em contexto escolar os alunos sentir-se-ão à vontade na sua utilização, porque esta rede social faz parte integrante da sua vida diária. Além disso, o uso desta plataforma em educação diminuiria distâncias e aumentaria a interação entre alunos e professores (Alencar et al., 2013). Tal como Cerdà e Planas (2011) afirmam, o Facebook constitui uma rede social 2.0, detendo competências educativas, mesmo não tendo sido projetada para produzir experiências de aprendizagem.

Neste contexto, o professor terá no Facebook um aliado, e em cada aluno um ajudante na procura do conhecimento, estabelecendo uma ligação estimulante e motivadora entre os conteúdos programáticos da sua área disciplinar e a sociedade na qual a escola se insere (Pavan et al., 2014). Deste modo, é possível utilizar o Facebook como uma ferramenta didática de forma a estimular a participação, a interação, a cooperação no processo pedagógico, bem como incentivar a partilha, a crítica construtiva e reflexiva de conhecimentos em proveito da sabedoria global (Patrício & Gonçalves, 2010a).

O ensino e a aprendizagem da matemática devem ser dinâmicos, cooperando para a capacidade de resolução de problemas e, ainda, contribuindo para a tomada de decisões e para a reflexão crítica. Existe a crença generalizada que a matemática é complicada e árdua, o que desencadeia no professor a vontade de dinamizar o ensino da Matemática, transmitindo a ideia de que, esta disciplina, é interessante e importante para o futuro dos alunos (Bona & Koehler, 2013).

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1.2. As redes sociais e a escola

21 Desta forma, o uso do Facebook, no ensino de Matemática, permitirá uma interação entre o professor e os alunos e, entre estes, essencial à aprendizagem, pois, assim, compreendem que a cooperação é essencial. De facto, por vezes, o modo como os colegas explicam assume uma linguagem mais próxima e mais simples do que a do professor (Bona & Koehler, 2013). Contudo, alguns professores não atribuem importância à inclusão das redes sociais tanto no ensino e como na aprendizagem, pois acreditam que, o que não tem origem em sala de aula da maneira tradicional, distrai os alunos e atrapalha o ensino (Alencar et al., 2013). Importa referir que recentes pesquisas na aprendizagem da matemática indicam que a participação numa comunidade de aprendizagem é essencial para o sucesso dos alunos (Goodband, Solomon, Samuels, Lawson, & Bhakta, 2012). No entanto, o uso de redes sociais como o caso do Facebook só permite usuários com idade superior ou igual a 13 anos, logo, os alunos do 1.º e do 2.º Ciclos do Ensino Básico não podem utilizar esta plataforma. Assim, pode ser utilizado para a troca de informação entre professores e, ainda, permitir aos pais o acompanhamento do progresso e as atividades desenvolvidas pelos seus filhos.

Neste ponto de vista, evidencia-se, também, a possibilidade de os futuros professores, enquanto estagiários, utilizarem o Facebook para acompanharem o desempenho dos colegas, em diferentes ambientes, em tempo real (Oliveira et al., 2011). Os autores acrescentam, também, que a facilidade de publicar e comentar através de smartphones permite uma maior aproximação entre os estagiários e os professores orientadores.

1.2.3. Estudos envolvendo redes sociais e objetivos educacionais

A partir de um estudo com uma amostra de 7414 agregados domésticos realizou-se uma estimativa de que 70% das famílias portuguesas têm em suas casas internet, sendo que a maior parte em banda larga, e desses, 90% são famílias com crianças, percebemos que hoje em dia existe uma grande quantidade de pessoas que acedem a informação muito facilmente. Das famílias portuguesas com internet, 70% utilizam redes sociais, permitindo que contacte e seja contactado por diversas pessoas, e ainda, partilhar informação (Carvalho, Cordeiro, & Coimbra, 2015).

Refira-se, no entanto que, de acordo com um estudo recente (Marktest, 2016), com uma amostra de 819 inquiridos, 94% dos utilizadores de redes sociais, em Portugal, têm conta no

Facebook, sendo esta a rede social mais utilizada. 25% dos inquiridos julgam que no último

ano passaram a utilizar mais as redes sociais, sendo que passam em média 91 minutos nas redes sociais, distribuídos ao longo do dia. Contudo, as horas em que existem mais

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Figura 1: Blog e Facebook intitulados “Ensinar a Brincar” criado em estágio.
Figura 2: Agradecimento às marcas/empresas que contribuíram com alguns materiais.
Tabela 1: Motivos de importância de o blog ter sido criado.
Tabela 2: Cruzamento de dados do género e idades dos professores estagiários.
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