• Nenhum resultado encontrado

Contributos da Língua Portuguesa para as descrições das Línguas do Oriente

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Contributos da Língua Portuguesa para as descrições das Línguas do Oriente"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

rela"ao adoem tdserde nica"ao nmate-Ido que Temos evisiva, as mais nmani-IS como mtadas, agenda ntinuar oa

rela-CONTRIBUTOS DA LINGUA PORTUGUESA

PARA AS DESCRI\=OES DAS LlNGUAS DO ORIENTE

CARLOS ASSUN<;:AO INTRODUc;:AO Professor Catedratico de Ciencias da Linguagem na Universidade de Tras~os·Montes e Alto Douro. Diretor do Centro de Estudos em Letras. Ex-Vice-reitor para a Investi9a~ao e Coopero<;ao (UTAD)

GON<;:ALO FERNANDES Professor Auxiliar com

Agregat;ao em Ciencias da Linguagem na Universidade de Tras·o

s--Montes e Alto Oouro. Investigador Integrado do Centro de Estudos em Letras na area de Historiografia Linguistica portuguesa e latino-portuguesa e Linguistica Missionaria.

A lingua portuguesa exerceu uma a"ao verdadeiramente civilizadora nas descri"oes de urn conjunto alargado de linguas faladas no Oriente nos seculos preteritos que nao encontra paralelo em nenhuma das outras linguas ocidentais. Com efeito, os descobrimentos portugueses no Oriente colocaram aos gra-maticos e lexic6grafos missionarios portugueses 0 problema da descri"ao de numerosissimas linguas de sistemas completamente diferentes do portugues ou do latim. 0 trabalho que se apresenta visa enunciar 0 papel que os missio-narios portugueses tiveram na descri"ao desses novos idiomas, num primeiro momento. Seguir-se-a urn segundo ponto em que se abordarao os ecos que chegavam a Portugal, atraves das chamadas

Cartas

do Japao, da aprendiza-gem dessas linguas tao distantes, no espa"o e na sua formata"ao material, em especial da lingua japonesa, por parte dos missionarios que se espalharam rapidamente por todo 0 Oriente. Elaborar-se-a, seguidamente, uma listagem de cerca de meia centena de obras de natureza metalinguistica que descrevem essas linguas da Asia com a participa"ao da lingua portuguesa, no periodo entre 1549 e 1900. Essas obras, pertencentes a varios generos - tratados, gra-maticas, cartilhas, dicionarios, cartas, etc. -, representam varios aspectos

(2)

LUSOFONIA E FRANCOFONIA: A ALIAN<;:A DA .LATINOESFERA.

sas linguas como a fonologia, a morfologia, a sintaxe e 0 lexico. Tambem apre-sentamos a gera~ao dos missionarios pioneiros no Vietname e 0 contributo dos p~rtugueses para a romaniza~ao do vietnam ita e elabora~ao do primeiro dicionario impresso da lingua anamita ou tonquinense. Uma breve conc1usao e a bibliografia encerrarao este trabalho.

DESCOBRIMENTOS E MISSIONA<;:AO

A descoberta do caminho maritimo para a india foi, no dizer de Matos (1987: 2),

«(. .. ) urn acontecimento que acabou por revolucionar a hist6ria econ6mico-social da Europa, do Ocidente e do mundo. A chegada dos Portugueses ao Indostao - e as consequentes medidas, emanadas da Coroa, no sentido de se proceder

a

c olo-niza~iio e evangeliza~iio dos gentios - fez com que 0 Padroado passasse a ocupar, ali, urn papel bastante preciso».

Cerca de cinco anos depois,

«(. .. ) pelo breve Romani Ponti./icis circumspectio, de 8 de Julho de 1539, a cUria papal estabelece que os limites da diocese de Goa - e por inerencia da ac~iio jurisdicional do padroado regia - passam a ser 0 ponto mais austral da Africa, ou seja, do Cabo da Boa Esperan~a, a India e a China, com todas as ilhas, terras e lugares descobertos ou a descobrir». (Matos 1987: 3-4)

Este ponto marca, por assim dizer, 0 verdadeiro campo da a~ao missi ons.-ria portuguesa no Oriente, que conhece uma significativa amplitude e pujan~ sobretudo a partir desse periodo. Ora urn dos aspetos mais relevantes dessa missiona~ao, em especial dos missionarios jesuitas mas tambem de outras ordens religiosas, e 0 da aprendizagem das linguas dos povos encontrados pelos portugueses e 0 ensino do portugues a esses novos povos.

o

gramatico e 0 cronista Joao de Barros fez uma antevisao sobre a lingua e a sua permanencia no Oriente. Escreveu, profeticamente, Joao de Barros (1988: 405):

«As armas e padroes portugueses, postos em Africa e na Asia, e em tantas mil ilhas fora da reparti~ao das tres partes da Terra, materiais sao e pode-os 0

(3)

Matos social -o-e

a

colo-ocupar, a curia ac~ao "ca,ou terrase iomi-ujanr;a dessa outras trados lingua Barros tantas e-os 0

CONTRIBUTOS DA LINGUA PORTUGUFSA PARA AS DFSCRI<;OFS DAS UNGUAS DO ORIENTE

tempo gastar; pero nao gastara doutrina, costumes, Iinguagem que os Portugue-ses nestas terras deixarem».

Este fenomeno so foi possivel, em parte, grar;as aos missionarios. A impor-tancia da missionar;ao na divulgar;ao/aprendizagem das linguas e na criar;ao de textos interlinguisticos deve-se, sobretudo, 11 necessidade da divulgar;ao da fe crista. Os dicionarios e glossarios das linguas orientais atestam os esforr;os dos missionarios na interpretar;ao das linguas nativas e retem memorias e gestos do encontro intercultural que lhes subjaz.

Para Fonseca (2007: 92-93), estas obras

C ••• ) nasceram daquela necessidade e fundamental mente de uma politica de aprendizagem daslinguas orientais do Estado portugues que tinha como princi-pais aliadas as entidades eclesiasticas. Para tal realizaram-se cinco Concilios Pro-vinciais de Goa, celebrados com representantes superiores da Ordem Franciscana e da Companhia de Jesus, entre 1567 e 1606.

Dos esforr;os de aprendizagem das linguas e do seu en sino aos novir;os nascem as primeiras gramaticas e 0 letramento ou transcrir;ao da sua escrita

no alfabeto latino. Algumas dessas linguas eram conhecidas apenas pela ora-lidade. A chegada da tipografia, primeiro a Goa (1556), depois a Macau (1584--1588) e ao Japao (1590), estimulou a pubIicar;ao e proliferar;ao de manuais de ensino, cartinhas ou cartilhas, dicionarios, catecismos, gramaticas, diciona-rios, cartas, etc. A chegada da tipografia a estes povos nao foi da iniciativa do poder real portugues. A dinamica gerada pela missionar;ao na divulgar;ao da fe crista a isso obrigou. (Fonseca 2006: 92-93)

ECOS DA APRENDIZAGEM DAS LfNGUAS NAS CARTAS DO JAPAO

A aprendizagem do japones assume urn lugar privilegiado nas estrategias de evangeIizar;ao ao permitir urn efetivo dialogo com os povos a conquistar. 0 desejo de atrair uma popular;ao cada vez maior leva os missionarios a criarem escolas para a instrur;ao das crianr;as em sua letra e lingua ao mesmo tempo que lhes transmitiam os rudimentos da doutrina crista.

De acordo com Laborinho (2005: 79-81), a aprendizagem da linguajapo-nesa, na perspetiva das suas multiplas utiIizar;5es (a comunicar;ao, 0 ensino e

(4)

LUSOFONlA E FRANCOFONlA: A ALlANc;:A DA .LATINOESFERA.

a tradu<;iio), conduz a uma atenta observac;iio do sistema complexo que ela constitui, ah~m de que a visiio de fora (estrangeiros provenientes de uma dife. rente familia linguistica) permitinl uma abordagem contrastiva que tera poucas hipOteses de se repetir.

E

assim que encontramos muitas observac;iies sobre as diferenc;as entre escrita e fala no japones, ou as distintas formas de falar de homens e mulheres, ainda que escrevam da mesma maneira, ou 0

modo como 0 japones falado na capital e nos palacios divergia do seu uso nas provincias onde vivia a generalidade da populac;iio. A compreensiio destes fen6menos enforma as obras linguisticas elaboradas pelos missionarios, a que se junta a reflexiio sobre as dificuldades de transcrever 0 materiallinguistico de urn alfabeto para outro, isto

e,

de urn sistema de escrita ideografica para urn sistema alfabetico.

As

Cartas enviadas para Portugal e para Espanha, sobretudo pelos mis·

sionarios jesuitas, sao documentos hist6ricos muito importantes para se aqui· latar do conhecimento que os missionarios tinham das linguas encontradas no Oriente, entre outros acontecimentos importantes, mas desnecessario para o escopo que temos em vista. Na verdade, ja 0 padre Manuel Alvares, S. J. (1526'1583), a prop6sito do valor da publicac;iio de algumas dessas cartas pela imprensa, no pr610go

a

ediC;iio das Cartas que saiu em 1562, refere que,

( ... ) de entre estas cartas, a zona mais privilegiada pela imprensa era 0 Japao e, por esta raziio, passaram a ser conhecidas como cartas do Japao, com tiragens muito significativas para a

epoca.

As edi~Oes.de 1570 tiveram uma «tiragem de mil exemplares cada, numero que nos pode levar a pensar que as tiragens nem sempre seriam tao pequenas quanto poderiamos supoP'. (Garcia 1997: 13) De entre estas Cartas, ha urn conjunto delas com informac;oes sobre a Iinguajaponesa. 0 Padre Baltasar Gaga descreve a origem das letras japonesas: Neste tempo nao tinhao letras: este principio avera dous mil e duzentos annos. Dahi a muito tempo vierao as letras da China, que com dificuldade se aprendem, e 0 primeiro Hvro yeo da China. Daqui tomarao huns caracteres e maneira de letra, com que se entendem muito mais facilmente que com as letras da China. (Cartas 199$ I, f. 100)

o

Padre Lourenc;o Mexia, em 1584, faz uma descric;ao detalhada:

A Hngoa he a mais grave, e copiosa que creo ha, porque em muitas cousas excede a grega, e latina, tern infinidade de vocabulos, e modos pera declarar a

(5)

) que ela unadife-!lue tera erva.;oes )rmas de ira, ou 0 IUSO nas ,0 destes os, a que 19uistico fica para Hos mis- seaqui-'ntradas mo para

res,

S. J. rtas pela ue, Japao e, tiragens gem de os nem 13) sobre a nesas: uzentos dade se cteres e asletras

coNTRIBlITOS DA LINGUA PORTUGUESA PARA AS DESCRlC;:OES DAS LINGUAS DO ORlENTE

mesma cousa, e tern tanto que fazer em se aprender, que nao somente 05 nossos

que ha mais de vinte anos que la andao, mas 05 naturaes aprendem cousas novas.

Tern outra cousa (que creo que se nao acha em nenhuma lingoa) que se aprende a Reithorica e boa cria~ao co ella. Nao pode ninguem saber Japao que nao saiba logo como ha de falar aos grandes, e aos pequenos, altos e baixos e 0 decoro que

se ha de guardar com todos, e tern particulares verbos e nomes e modos de falar pera huns, e outros. Ja 05 nossos tern feito arte da Gramatica e Calepino, ou

Vocabulario, e come~arao 0 Nisolio, ou tesauro. A lingoagem da escritura he mui diferente da pratica e assi huma, como a outra he mui varia, e abundante e co ser tao abundante em poucas palavras coprendem muito. A letra he cousa infinita, nem se acha pessoa que a saiba toda, porque tern duas maneiras de Abc, e cada hum de mais de corenta letras, e cada letra tern muitas figuras: e alem disto tern letra de figuras como 05 Chins, que he cousa que nunca se acaba de aprender. E

afora estas figuras tern outras proprias pera as mesmas cousas. Tern no escrever muito engenho, e artificio porque 0 que se nao pode explicar na lingoa se declara

na letra. (Cartas 1993: II, f. 123r)

A aprendizagem da lingua

e

de especial importancia para atingirem os objetivos pretendidos, a conversao dos Japoneses. Oiz, a este proposito, Luis Dalmeida, em Novembro de 1559: «Todos estamos bern, louvado seja 0 Sefior, enos exercitamos em aprender a lingoa, para ajudar a estes christaos» (Cartas 1993: I, f. 62r).

o

irmao Joao Fernandez de Bungo cOITobora essa inten.;ao:

Tambem ensina asletras de Japao aos filhos dos Christaos, porque antes as aprendiao nos mosteiros dos seus Bonzos, onde depois de aprenderem ficavao filhos do demonio, polos muitos maos costumes e vicios que 05 Bozos ensinao

aos mot;os que tern em seus mosteiros: e por impedir este mal ordenou 0 padre

que todos 05 filhos dos christaos viessem aqui a casa aprender suas mesmas

letras, pera que juntamente com elias bebessem a Doutrina Christa. (Cartas 1993: I, f. 77).

Ha

relatos de padres que dominam completamente 0 Japones:

Antre 05 irmaos quevieram a Japao, da lingoa nenhum chegou ao irmao Joao

Frz, nem me parece que 0 havera por muitos que venhao. Mas este mancebo que

anda comigo tern tanta gra~a no que diz, que rouba 05 cora~oes daqueles com

quem fala: tera agora vinte e dous anos, tern muita parte da sagrada escritura na memoria. (Cartas 1993: I, f. 84).

(6)

LUSOFONIA E FRANCOFONIA: A ALIANc;A DA .LATINOESFERA.

o

irmao Joao Fernandez, porque sabe bern a lingua de Japao se occupa ell!

ensinar aos baptizados. (Cartas 1993: I, f. 101).

Aparecem referidos nas

Cartas

alguns compendios de Grama~ca e livros

de vocabulario. 0 Padre Luis Freis, numa carta de 3 de Outubro de 1564,

diz:

Por em Japao ate agora nlio aver arte conforme a ordem que tern a latina por

onde se padecia detrimento no aprender da lingoa, determinou 0 irmao Joiio Fernandez (por entao ter algum vagar, e desposi~ao pera se ocupar nisso) de a

fazer com suas conjuga~oes, praeteritos, sintaxi e mais regras necessarias co dous

vocabulos por ordem do alfabeto hum que come~a em Portugues, e outro na

mesma lingoa. Gastou em compor isto seis ou sete meses, ate que pela bondade

de Deos Ihe deu fim, nao perdendo nada de suas prega~Oes e exercicios costu

ma-dos, que foi hum a das mais necessarias cousas que ca se aviao mister, pera COll!

a lingoa se poder fazer fruito nas almas. (Cartas 1993: I, ff. 146v-147r)

Para alem de ter referido esta problematica nas

Cartas,

0 padre Luis Freis,

na obra

Hist6ria

de

Japam,

volta a apontar para textos de natureza linguistica

para 0 estudo da lingua japonesa. Refere urn medico japones convertido em

1560 que, sendo, «homem insigne na lingua de Japiio [ ... ] foriio suas ajudas

grande meio para se poder fazer a Arte na lingua de Japiio e Vocabulario mui

copiozo» (Freis 1976-84 [1563]: I, 172-173).

Tambem 0 preprio Luis Freis, em colaborat;iio com Joiio Fernandes,

ini-ciou, em 1563:

( ... ) huma tra~a da primeira arte que se fez em Japao, ordenando suas conjuga-~oes e sin taxis, e hum peda~o de vocabulario, mas como ainda era novo na terra e tinha tao pouca noticia da lingua, nao foi mais que hum a previa despozissiio, que depois podesse dar luz

a

Arte e vocabulario, que se fez dahi a perto de vinle annos.» (Fr6is 1976-84 [1563]: 1,356-357)

o

padre Gaspar Coelho, na sua carta anual de 1582, tambem se refere a livros do mesmo genero, mas niio especifica a sua autoria: «A arte da lingoa de J apiio, se aperfeit;oou este ano, e tambem se tern hum vocabulario e alguns tratados na lingoa de Japiio» (Cartas 1993: II, f. 28).

De todos os autores referidos nas

Cartas,

segundo Barbosa Machado (Machado 1965-1967: 444), apenas ha indicat;iio de livros emjapones em tr@S deles: Padre Balthazar Gago, Duarte da Silva e Gaspar Vilela. Do Padre Bal-thazar Gago, diz: «Compoz em lingua Japoneza 0 Tratado em que se mostra

(7)

upaem zissio, de vinte fere a lingoa alguns rnostra

coNTRlBtrrOS OA LINGUA PORTUGUESA PARA AS OESCRlC;:OES OAS L1NGUAS DO ORIENTE

c1aramente a grande differem;a que h3. entre a ley de Christo, e a do Japiio.» Do padre Duarte da Silva da noticia da «Arte da lingua Japoneza. Ms. e do vocabulario da lingua Japoneza». Finalmente do padre Gaspar Vilela refere «Controversias contra todas as seytas do Japiio».

TOOOS METALINGUfSTICOS

No respeitante Ii produr;iio Iinguistica propriamente dita, quer Ii publicada quer Ii manuscrita, ha varios autores que apresentam algumas listagens cui-dadas, como David Lopes (1867-1942) e Luis de Matos (1911-1995), na obra

Expansuo da Lingua Portuguesa no Oriente, (1969 [1936]), Telmo Verdelho, na obra Encontro do portugues com as linguas nuo europeias. Textos inter-linguisticos (2008), outros apresentam informar;iio dispersa e fragmentaria, como Diogo Barbosa Machado (1965-1967 [1741-1759]), na Biblioteca Lusi-tana, Inocencio Francisco da Silva (1810-1876), no Dicionario Bibliografico Portugues, e Simiio Cardoso, na Historiografia Linguistica, para 56 citar os

mais importantes. Tambem Joaquim Heliodoro da Cunha Rivara (1809-1879), principalmente no Arquivo Portugues-Oriental (1857-1876) e no Catalogo dos manuscriptos da Bibliotheca Publica Eborense (1868), Ceu Fonseca (2006) e Toru Maruyama (1996) apresentam algumas sistematizar;oes.

as Missionarios portugueses - ou missionarios estrangeiros que perten-ciam ao Padroado Portugues - descreveram diferentes Iinguas da Asia, como, por exemplo: Tamil ou Malabar, Marati, Bengali, Concani ou Canarim, Hin-dustano, Malaiala (India), Malaio (Mal asia), J apones, Chines, Vietnamita (Anamita ou Tonquinense), Amarico (na Eti6pia, designado Amarana pelos Portugueses), Cingales ou Chingala (no Sri Lanka, antigo Ceiliio ou Tapro-banal, Persa, Sanscrito (tambem chamado Grandonicum), etc. (Assunr;iio & Toyoshima 2012: 240-241).

Tendo em considerar;iio todas estas obras e algumas recolhas entretanto realizadas, fez-se uma listagem de obras impressas e manuscritas que nos permitem aquilatar da sua importancia para os estudos linguisticos das Iin-guas em contacto.

A Vocabulary, Portuguese and Bengali, sId.

A Vocabulary, Portuguese and Hindustani, in the Nagri character, sId. A Vocabulary, Portuguese, Hindustani and Persian, sId.

(8)

LUSOFONIA E FRANCOFONIA: AALIAN«;A DA «LATINOESFERA.

Ars grammaticae japonicae linguae. 1632. Arte breve da lingoa iapoa. 1620.

Arte china, constante de alphabeto e grammatica. 1829.

Arte da Lingoa Canarim, P. Thomaz Esteuaii da Compo de Jesus. 1640. Arte da lingoa de Japam. 1604-8.

Arte de gramatica de lingua malahar pelo p.e Henrique Henriques.

Arte malavar, or Grammar of the Malabar (Grantham) language, explained in Portu-guese, sid.

Arte tamul, p.e Gaspar de Aguilar (Sommervogei).

Arte tamUlica-portuguesa, p.e Baltasar da Costa (F. Rodrigues).

Breve Arte chingala, p.e Jacome Gon~alves.

De Institutione Grammatica Libri tres. 1594.

Diccionario china-portuguez, no estylo vulgar mandarim e classico gera!. 1833. Diccionario de maratha-portuguez, Suriagy Ananda Rau, Nova Goa. 1879.

Diccionario Komkani-portuguez philologico-etymologico, Sebastiiio Rodolfo Dalgado, Macau. 1893.

Diccionario malayo, e portug[ue]s, por Elias Joze Francisco do Valle. 1777?, manusc. Diccionario portuguez e malayo, collegido por Elias Joze do Valle. 1777?, manusc. Diccionario portuguez-china, no estylo vulgar mandarim, e classico gera!. Ibi, no

mesmo Collegio. 1831.

Dicionario anamita-portugues, p.e Joiio de Loureiro. Dicionario chines-portugues-Iatim-frances.

Diciomlrio chines-portugues, p.e Alvaro Semedo. Dicionario chino-Iatim-portugues.

Dicionario da lingua anamitica, p.es Antonio Barbosa e Gaspar do Amara!' Dicionario da lingua cizinense e portuguesa, p.e Gaspar Ferreira.

Dicionario malabarico·lusitano, J. E. Hanxleden. Dicionario portugues-chines, p.es Ruggieri e Ricci.

Dicionario Portugues-Chines-Ingles, Michele Ruggieri & Matteo Ricci.

Diciomlrio portugues-malaio (B. Nae. Lisboal, «colegido por Elias Jose do Vale» Dicionario portugues-marata pelo Bariio de Combarjua.

Dictionarium Annamiticum Lusitanum et Latinum, Alexandre de Rhodes. 1651. Dictionarium sive thesauri linguae japonicae compendium. 1632.

Dictionarivrn latino Ivsitanicum ac iaponicum. 1595.

Dictionariwn Talmulico-Grandonicwn, seu potius Malabarico-Grandonicum, Joannis de Cerqueyra Diccionario Damulico-Portuguez, sid.

Elements de la Grammairejaponaise par Ie P. Rodriguez, traduits du portugais, 1825·

Esbo~o de urn Diccionario historico-administrativo, Nova Goa, Imp. Nacional.

(9)

in Portu-~33· Dalgado, manusc. usc.

&

.

Ibi, no 51. Joannis '8,1825. acional.

CONTRIBUTOS DA LINGUA PORTUGUESA PARA AS DESCRIf;OES DAS LINGUAS DO ORIENTE

Gramatica da lingual concani escripta em portuguez por urn missionario italiano. 1859·

Gramatica malabarico-portuguesa, J. E. Hanxleden. Grammatica indostana, Anonimo. 1778.

Grammatica marastta, Anonimo. 1778.

Lexicon Lusitano-Latino Tamulicum, Giuseppe Beschi. 1740.

Nieuwe Woordenschat, uyt het Nederduitsch in het Gemeene Maleidsch en Portu-geesch, zeer Gemakkelyk voor die eerst op Batavia komen. 1780.

Prosodia ou Diccionario da [lingua] Chineza e Portuguesa. 17--, manusc.

Rudimenta, linguae Persicae, A Grammar of the Persian language in Latinj with a Vocabulary, Latin, Portuguese, and Persian. sId.

Vocabulaire bengal, fran~ais et portugais de l'Inde ... par Aussant, interprete-jure du Roy. 1785.

Vocabulaire fran~is, anglais, portugais de l'Inde, persan, maure et bengal. 1782.

Vocabuhirio chingala-Iusitano, p.e Jacome Gon~alves.

Vocabulario chingahi-Iusitano, e lusitano-chingahi. 1730. Vocabulario Chingalitico et Lusitano. sId, manusc. Vocabulario da Iimguoa canarim, 16--, man usc. Vocabulario da Iingoa canari, man usc.

Vocabulario da Iingoa da terra. 1626, manusc.

Vocabulario da Lingua Canarim, pelos Padres da Compo de Jesus. 1626 Vocabulario da lingua Japoneza. 1564, manusc.

Vocabulario da lingua malabar pelo p.e Henrique Henriques.

Vocabulario de Japon, declarado primero en portugues por los Padres de la Compania de Jesus y ahora en castellano en el colegio de Santo Thomas de Manila. 1630. Vocabulario em idioma bengala e portuguez. 1743.

Vocabulario lusitano-chingala, p.e Jacome Gon~alves.

Vocabulario lusitano-malavarico por Joao Ernesto Hanxleden. 1730, manusc.

Vocabulario lusitano-tamulico-chingala, p.e Jacome Gon~alves.

Vocabulario lusitano-tamulico e chingala. sId. Vocabulario luso-chines.

Vocabulario Luzitano Tamulico e Chingalitico. 1838, man usc.

Vocabulario portugues e hindustani ou persa, Fr. Eugenio Trigueiros. Vocabulario portugues-Chines. 1900, man usc.

Vocabulario portugues-chingala, p.e Jose Vaz. Vocabulario portugues-tamul.

Vocabulario Portuguez, Tamul e Chingala copeado por hum certo Missionario de Cey-lao C ..• ) Composto por Padre Jacome Gonsalves C ... ) sId.

Vocabuhirio sanscreliimico-portugues, J. E. Hanxleden.

(10)

LUSOFONIA E FRANCOFONIA: A ALlANr;A DA .LATINOESFERA.

Vocabulario Tamulico em Luzitano. 1838, manusc.

Vocabulario Tamulico, com a signitica~ao portugueza. Impresso em Ambalacata

CIndia Orienta\). 1679.

Vocabulario tamulico-Iusitano e Vocabulado lusitano-tamulico. 1750.

Vocabulario tamulico-Iusitano, p.e Manuel Ferraz.

Vocabulario, e Arte de Grammatica da Lingua Malabar. 1570, manusc. Vocabularium latino-sinicum, pronuntiatione mandarina latini litteras. 1837. Vocabvlario da lingoa de Iapam. 1604.

Vocabularium lusitano-anamitico, p.e Manuel Ferreira.

o

estudo pr<itico de algumas destas Iinguas teve grandes consequencias

teoricas, sendo que a principal foi a modifica~iio do conceito de «lingua

uni-versal», queja se compreende como a lei universal de todas as linguas, como

o principio de organiza~iio de lingua ern geral. Antes dos descobrirnentos

cornpreendia-se como lingua ideal de cornunica~iio, dada por Deus a toda a

hurnanidade, cuja realizat;iio se via na lingua corn urn, e as fun~oes da qual

desempenhava, na Europa medieval, 0 latirn. Na Iinguistica posterior

a

epoca

da expansiio forrna-se urna nova not;iio de lingua universal como urn sistema

de categorias e leis abstratas, nas quais se baseia a organizat;iio de linguas

concretas e a sua descrit;iio.

o

PRIMEIRO DICIONARIO VIETNAMITA: ENCONTRO DE MISSIONARIOS

PORTUGUESES E ALEXANDRE DE RHODES, S.

J.

(1593-1660)

Urn dos primeiros textos acerca do atual territorio do Vietnarne pertence

ao frade dominicano Gaspar da Cruz, O. P. (ca. 1520-1570), no Tratado em

que se contam muito por extenso as cousas da China (Evora 1570), 0 primeiro

Iivro sobre a China. Cruz (1989 [1570]: 62) refere que:

.C ... ) 0 primeiro reino que com ela [China] contina da banda do mar da india

e

um que se chama Cochinchina que tera cem leguas pouco mais ou menos ao longo

da costa do mar, fazendo 0 mar uma grande entrada por entre ele e a ilha Dainao,

que

e

de cinquenta Jeguas de comprido e e ja de chinas; e no cabo desta entrada

entesta este reino com 0 reino da China, e e sujeito ao rei da China. A gente deste

reino no trajo e policia e govemo trata-se como a gente da China.

E

terra muito

povoada e de muita gente, e terra tamhem muito abastada, 0 que se mostra em

que como vao tratar com outras gentes fora de seu reino e vivendo politicamente,

(11)

mbalacata lIluencias Bgua uni-las,como rimentos ia toda a 5 da qual Ira epoca Isistema

e

Iinguas INARIOS pertence Itado em primeiro la India t! sao longa a Dainao, a entrada mtedeste rra muita lostra em camente,

CONTRIBlITOS OA LINGUA PORTUGUESA PARA AS DESCRI<;OES DAS LINGUAS DO ORIENTE

se trata muito bern no trajo e comer e no concerto de suas casas, tendo muito bons edificios, 0 que tudo argui fertilidade e abastan~a e prosperidade da terra. Tern a

mesma escritura que os chinas, ainda que e a lingua diversa e entendendo-se par escritura uns com os outros, nao se entendem por fala e nao pare~a isto a ninguem abusao, porque na China ha muita diferen~a de Iinguagens pelas quais uns a outros na fala nao se entendem, entendendo-se por escritura».

Frei Gaspar da Cruz nao fez qualquer descri~ao Iinguistica do Vietnamita, referindo-se apenas aos carateres da lingua da Cochinchina, que eram os mes-mos dos chineses, apesar de reconhecer que se tratava de uma lingua muito diferente.

No inicio do seculo XVII, 0 atual Vietname era constituido

mutatis

mutan-dis por dais reinos principais, Tonquim (no norte, com a capital em Dong Kinh, a atual Ha N(ji) e Annam / Cochinchina (no centro-suI, com a capital em Phil Xuan, a atual Hu~). Roland Jacques (2012: 43-48) apresenta, como a

gera~ao dos pioneiros jesuitas, os missiomirios portugueses ao servi~o do Padroado Portugues entre 1623 e 1678, com destaque para Francisco de Pina,

SJ

(1585 /1586-1625), Gaspar do Anlaral, S. J. (1594-1646), Antonio Barbosa, S. J. (1594-1647) eAlexandre de Rhodes, S. J. (1593-1660). Lucio Craveiro da Silva, S. J. (1914-2007), antes dos estudos de Roland Jacques, resume 0 tra-balho Iinguistico destes primeiros missionarios jesuitas como:

«( ..• ) verdadeiramente notavel e excepcional foi 0 trabalho Iinguistico dos

mis-sionarios nos reinos de Siam, Conchinchina e Anam, onde se notabilizou princi-palmente 0 Padre Francisco Pina, natural da Guarda, que criou uma escola da

lingua conch inch ina, mais ou menos correspondente ao actual Vietnam. Desta escola saiu urn Dicionario Anamitico-Lusitano pelo grande missionario frances Alexandre de Rhodes cujo valor a Fran~ consagrou h3 pauco com a emissao de urn selo comemorativo. No entanto ele mesmo confessa que 0 primeiro que

domi-nou a lingua foi 0 Padre Pina e serviu-se para a composi~ao do seu dicionario de

dois Voeabu/{zrios: urn coligido pelo Padre Gaspar do Amaral que principia pelas palavras anamiticas e outro pelo Padre Antonio Barbosa pelas palavras portugue-sas. UN a lingua anamitica usavam-se caracteres chineses; e dada a dificuldade do seu usc, os Padres portugueses inventaram urn esmerado sistema de transcri~ao

em alfabeto romano, denominado quile ngu, que e hoje geralmente seguido nao so pelos filologos mas pelos proprios habitantes da Conchinchina" [Dalgado 1913: 56-57]. Consta que Schu En Lai, quando conheceu este sistema de transcri~ao

exclamou: foi pena que nao tenham feito 0 mesmo com a lingua chinesa!» (Silva

2000: 83-84).

(12)

LUSOFONlA E FRANCOFONlA: A AUANI;A DA .IATiNOESFERA.

Alexandre de Rhodes nasceu em 1593 em Avignon, Franl;a, entrou na Companhia de Jesus e recebeu 0 sacramento da Ordem em 1618. Nesse mesmo ano, partiu como missionario para 0 Extremo Oriente. Em Lisboa tomou 0 navio do padroado portugue.s «Santa Teresa» e chegou a Goa no ano seguinte. De acordo com Fidel Gonzalez Fernandez (2011), a sua atividade missionaria pode ser dividida em tres periodos distintos: 1) entre 1619 e 1645, no Extremo Oriente, ao servic;o do Padroado Portugues; 2) entre 1645 e 1655, na Europa, principalmente na Franl;a e na ItaHa; e 3) entre 1655 e 1660, na Persia, mutatis mutandis, 0 atual Irao, onde morreu em 1660, com a idade de 67anos.

Principalmente importante para

°

nosso trabalho sao as suas atividades do primeiro periodo, quando ele estava ao servil;o do Padroado.

0

seu princi-pal objetivo era seguir a rota do Sao Francisco Xavier, SJ (1506-1552), mas, devido as perseguic;iies no Japao, depois de 1614, Rhodes foi forl;ado a ficar em Goa durante dois anos e meio, tendo dedicado esse tempo para aprender as Iinguas orientais. Cbegou a Malaca em 1622 e a Macau em 1623. Aqui foi destinado ao colegio Mae de Deus, onde comel;0u a estudar Chines e Japones. A sua primeira missao a Cochinchina ocorreu urn ano depois, em 1624, ern Chiem Thanh (Cham Pal.

«EI p. De Rhodes, bajo la guia del ya mas veterano jesuita, el p. Francisco de

Pina, comienza el estudio de la lengua vietnamita ( ... ). Pero el padre da Pina pereceo ahogado en un naufragio ocurrido en 1625 y las dificultades crecieron todavia mas cuando el principe Nguy~n orden61a deportaci6n de todos los misio-nerDs». (Gonzalez Fernandez 2011: 283).

Rhodes ainda pennaneceu alguns anos em Tonquim e na provincia de Ngh~

An, no Htoral centro-norte, onde conheceu 0 provincial jesuita Gaspar do Ama-ral. Em 1630, comef;aram a perseguil;iies contra os cristaos em Tonquim (Bra-ckey 2009: 338-339) e Rhodes foi expulso, tendo de se de refugiar em Macau ate 1640, onde ainda podera ter conhecido 0 padre Joao Rodrigues «TI;UZU», SJ

(1562-1633), e com certeza tera reforl;3do as suas relal;iies com 0 agora reitordo Colegio de Macau, Gaspar do Amaral. Rhodes voltou a Cochinchina,

mas

durante a Guerra Trinh-Nguy~n (1627-1673) foi condenado

a

morte (por deca-pital;iio) em PM Xuan (Huh por ser alegadamente urn espiao do rei de Too-quim, Le Thiin Tong (1607-1662). No entanto, a sentenl;a seria alterada para 0 exHio perpetuo, tendo embarcado num navio portugues em HQi An, a 3 de Julho, 1645, para nunca mais regressar ao Vietname (Gonz3.1ez Fernandez 2011: 288).

(13)

)trou na

3.

Nesse 1 Lisboa anoano tividade ge 1645,

5

e

1655, L660, na laidade ividades u princi-.2), mas, o a ficar .prender Aqui foi rapones. 624, em ncisco de ! da Pina :recieron os misio-deNgh~ :IoAma-im (Bro-LMacau UZU», SJ :eitordo na, mas ordeca- deTon-a pdeTon-ardeTon-a 0 ieJulho, ll: 288).

CONTRIBlITOS DA LINGUA PORTUGUESA PARAAS DESCRIC;OES DAS LINGUAS DO ORIENTE

«At the time Pina wrote, early 1623, the Jesuits had two main residences, one in H(ii An in Quang Nam, the other at Quy Nhan (called Pulo Cambi by the Por-tuguese) in Blnh Eljnh; and two secondary pieds-a-terre in Quang Nam without a permanent European staff, one at Cua Han, the other at ke Cham» (Jacques

2002: 28).

Seis anos depois, i.e., em 1651, Alexandre de Rhodes publica em Roma,

pela Propaganda Fide, 0 Dictionarium Annamiticum Lusitanum et Latinum,

com 591 paginas. 0 dicionario propriamente dito tern 450 paginas, divididas em 900 colunas, seguido de urn apendice explicativo, uma errata em anarnita, portugues e latim, e urn indice de palavras com as entradas Latina ([440] -[490]). Finalmente, com 31 paginas, aparece a LinguaeAnnamiticae seu Tun-chinensis Brevis Dec/aratio, com uma paginac;ao diferente. Em alguns exem-plares, a «Brevis Dec/aratio» esta colocada no inicio do dicionario e, noutros casos, no final. Trata-se .de tratado gramatical, uma (especie de) uma grama-tica elementar do Anamita, onde Rhodes analisa questiies gramagrama-ticais, como as letras e siIabas (pp. 2-7), os acentos e outros diacriticos (pp. 8-10), os subs-tantivos (pp. 10-14), 0 «pronomes honorificos» (pp. 14-20), outros pronomes (pp. 21-23), verbos (pp. 23-26), outras partes indeclinaveis de oraC;ao (pp. 26-29) e alguns preceitos de sintaxe (pp. 29-31).

No pr610go «Ad lectorem» (pp. 6-7), Rhodes explica a lingua anamita ou tonquinense, referindo que a mesma era falada nao apenas nestes dois reinos,

Tonquim e Cochinchina, mas tambem que era usada como uma linguafranca

nos reinos vizinhos de Cao B~ng (no atual nordeste do Vietname), Chiim Pa (no centro-suI do Vietname), Camboja, Laos e Tailandia:

«(. .. ) haec autem lingua [Annamitica seu Tunkinensisl non solum ad duo Regna satis ampla Tunkini et Cocincinae pertinet, quibus adde tertium regnum, Cau bilng, quod hoc eodem omnino utitur idiomate: sed etiam in aliis uicinis regnis, ut Ciampa, Cambogiae, Laorum, & Siam usui est, linguam autem Annamiticam praemittere in dictionario satius duxi, tum quia de illa nominatim est agendum et praecipue, tum etiam quia sic facilius poterit quilibet libros Annamiticos inte-lligere et interpretari: praeterquam quod pro ipsis Annamitis erit utili us, ut pos-sint tam lusitanam quam latinam linguam addiscere». (Rhodes 1651a: [VI]).

[ ... no entanto, este idioma [Anamita ou Tonquinensel pertence nao 56 aos dois grandes reinos de Tonquim e da Cochinchina, a que se acrescenta urn terceiro reino, Cao Bang, que usa exatamente a mesma lingua; mas tambem

e

utilizado em outros reinos vizinhos, como Cham Pa, Camboja, Laos e Siao [Tailandial; entao, pensei que era melhor apresentar a lingua anamita num dicionario, porque

(14)

LUSOFONIA E FRANCOFONIA: A ALIANCA DA .LATINOESFERA.

sobre ela explicitamente isso deve ser feito e, especialmente, tambem porque, desta forma, qualquer urn poden! compreender e interpretar mais facilmente Os livros anamitas; alem do facto de que sera mais util para os mesmos anamitas, para que possam aprender tanto a Ungua portuguesa como a latina.]

Rhodes tambem nos informa que, para a elabora"iio do dicionario, ele passara doze anos ouvindo as pessoas locais de Tonquim e da Cochinchina e, aMm disso, que tambem a tinha aprendido com os ensinamentos do portugues Francisco de Pina, SJ (1585 / 1586-1625)', que era urn verdadeiro mestre do Anamita, sendo 0 primeiro entre os jesuitas a conhece-Io profundamente,

pre-gando nessa lingua sem qualquer interprete:

In hoc autem opere praeter ea quae ab ipsis indigenis didici per duodecim ferme annos quibus in illis regionibus tam Cocincinae quam Tunkini sum com-moratus, ab initio magi strum linguae audiens Patrem Franciscum de Pina lusi-tanum e nostra minima Societate IESV, qui primus e Nostris linguam illam apprime calluit, et primus sine interprete concionari eo idiomate caepit. (Rhodes 16S1a: [VI-VII])

[No entanto, nesta obra, [registo] alem do que aprendi com os pr6prios indl-genas durante os quase 12 anos em que vivi nessas regiiies da Cochinchina e

tambem de Tonquim, ouvindo desde 0 principio 0 mestre da lingua, 0 Padre Francisco de Pina, Portugues da nossa pequenissima Sociedade de Jesus, que foi o primeiro entre nos a conhecer excelentemente aquela lingua, e 0 primeiro a

come~ar a pregar nessa lingua sem interprete.]

Rhodes acrescenta ainda que ele tambem usara as obras de dois outros padres da Companhia de Jesus, os portugueses Gaspar do Amaral, SJ

(1594-1646)2 e Antonio Barbosa, SJ (1594-1647)'. Eles tinham escrito os

dicio-1. Francisco de Pion naseeu oa Guarda, entre 1585 e 1586. Entrou no Companhia de Jesus nos 19

aDos e passou varios aDOS estudando no Coiegio de Macau. Foi aluna de Joao Rodrigues ~TC;UZUJI, com quem desenvolveu as suns competencias Unguisticas. Chegou DO Vietname por ChAm Pa

(HQi An, conhecido como .Faifo» entre as Portugueses) em 1617, e faleceu tragicamente apenas aita anos mais tarde (15 de dezembro de 1625) no porto do Rio Him, em Da Nang (.Turam» or

«:Turao» para os Portugueses) na costa do centro-suI do Vietname, com cerca de 40 anos de

idade, enquanto tentava resgatar uns passagciros em perigo (Jacques 2002: 24-27).

2. Gaspar do Amaral nasceu em Corvaceira, distrito de Viseu, no norte de Portugal, em 1594, foi ordenodo sacerdote da Componhia de Jesus em 1622 e, no ano seguinte, partiu para umn missao no Japiio, tendo inicialmente permnnecido em Macau. Foi 0 Provincial dos Jesuitns no Japiio e

na China e Reitor do Coiegio de Macau, onde conheceu 0 Padre Jono Rodrigues ClTc;uzu». Morreu

num naufragio em frente

a

ilhn de Hainan, no suI do China (26 de fevereiro de 1646), com certl

de 52 anos de idade (MourOo 2012: 54-6.).

3. Antonio Barbosa nnsceu em Arrifann do Sousa, Pennfiel, distrito do Porto, em 1594; entrou nl 74

(15)

n porque, Imente os anamitas, lariO, ele Ichina e, rtugues lestre do nte,pre-L decim urn com-!ina lusi-imiIlam (Rhodes rios indi-nchina e o Padre i, que foi

~eiro

a loutros lI'al, SJ IS dicio-lIS aos 19 cTc;uzu», Cham Pa eapenas Dram» or aDOS de ~1594, foi 1Imissao

I

Japiio e .Morren om cereD ntrOll nn

CONTRIBUTOS DA LINGUA PORTUGUESA PARA AS DESCRI«;:OES DAS UNGUAS DO ORIENTE

nanos Anamita-Portugues (Gaspar do Amaral) e Portugues-Anamita (Antonio Barbosa), embora estivessem inacabados devido

a

morte prematura dos seus auto res. Rhodes refere ainda que os desenvolveu e acrescentou a versao latina da sua propria auto ria:

( ... J

aliorum etiam eiusdem Societatis Patrum laboribus sum usus praecipue Patris Gasparis de Amaral et Patris Antonii Barbosae, qui ambo suum composue-rant dictionarium, iIle a lingua Annamitica incipiens, hic a lusitana, sed immatura uterque morte nobis ereptus est. Vtriusque ego lucubrationibus usus, latinam etiam Iinguam Eminentissimorum iussu Cardinalium addidi, quae, praeter alia commoda, usui sit ipsis indigenis ad Iinguam latinam addiscendam. hoc nostrum fuit intentum ( ...

J.

(Rhodes 1651a: [VII])

[ ... usei tambem as obras de outros padres da mesma sociedade, especialmente do Padre Gaspar do Amaral e do Padre Antonio Barbosa, que ambos tinham com-posto 0 seu diciomirio, aquele come~ando com a lingua anamita, este com a por-tuguesa; mas a sua morte prematura resgatou-os de entre nos. Utilizando os tra-balhos de ambos, acrescentei ainda a lingua latina por ordem dos Cardeais mais Eminentes, a qual, aJem de outras vantagens, deve ser utilizada pelos proprios indigenas para aprender a lingua latina. Este foi 0 nosso objetivo.]

Com efeito, principalmente depois das investiga~oes de Roland Jacques

(2002, 2004 e 2012), parece ser hoje consensual entre os especialistas inter-nacionais que foi efetivamente Francisco de Pina 0 criador do sistema de

romaniza~ao (ortografia baseada nos carateres latinos) do idioma vietnamita,

atraves da influencia de Joao Rodrigues «T~uzu»,

a

semelhan~a do que este havia feito para 0 Japones. Gaspar do Amaral, Antonio Barbosa e Alexandre de Rhodes «apenas» desenvolveram e melhoraram 0 metodo. Tambem recen-temente Otto Zwartjes (20l1: 291) reconheceu que

Most likely, Alexandre de Rhodes was mainly responsible for the Latin ver-sion of this dictionary, but the linguistic data were based on the work of Barbosa and do Amaral. Since the Portuguese original has been lost, it is impossible to say to what degree Alexandre de Rhodes contributed to this project, whether by adding, changing, or eliminating linguistic data which were collected by the

Por-Companhia de Jesus em 1624, vinjou para a Goa e Macau, e colaborou com Gaspar do Amaral nn versiio portuguesa do dicionario anamita (Zwartjes 2011: 291), Em 1635, ensinou no colegio de Macau e, entre 1636 e 1642, residia em Tonquim. Hii noticias de sua estadia em Macau em 1644 (Monrao 2012: 59, nota 16), oode se sentiu mal e «foi enviado para urna cura para Goa, oode morreu em 1647» (Jacques 2002: 30, nota 36).

(16)

LUSOFONIA E FRANCOFONIA: AALIANGA DA .LATINOESFERA.

tuguese. Whatever the contributions of his predecessors may have been, he has been credited with perfecting the Romanization system used in his work, of which the foundations still remain today in Vietnam.

E Fidel Gonzalez Fernandez (2011: 299) corrobora a mesma perspetiva De Rhodes aprovech6 este trabajo pionero de sus compaiieros, pero su cre. dito mayor es de haber perfeccionado aquelsistema que dura hasta hoy ( ...

J.

Este tipo de escritura se ha ido mejorado por obra de misioneros y cat6licoslocales, y fue reconocido como escritura nacional a finales delsiglo XIX. La alfabetizaci6n de la lengua vietnamita fue un trabajo colectivo de los misioneros jesuitas donde se ve tambien el talento de Alexandre de Rhodes.

CONCLusAo

o

nueleo de obras atras referido, ainda que fragmentario, oferece uma imagem panoramica em rela<;ao

a

numerosa produ<;ao, manuscrita e impressa, da Iinguistica missionaria participada pela lingua portuguesa ou elaborada, quase sempre, por missionarios portugueses ou estrangeiros pertencentes ao Padroado Portugues. Ela resultou do contacto interlinguistico entre as dife-rentes linguas dos difedife-rentes povos. Muita desta produ<;ao escrita esta ainda por estudar e 0 menos abonatorio para quem se deveria preocupar com este espolio

e

0 facto de algumas publica<;oes nao se encontrarem, ainda, catalo-gadas nem se saber ao certo do seu paradeiro. No entanto, a disponivel

e,

em todo 0 caso, suticiente para avaliar a dimensao desse convivio interlinguistico que abrange a dicionariza<;ao de Iinguas tao distantes como 0 Malaio, 0 Jape-nes, 0 Chines, 0 Vietnamita, 0 Tamil, 0

Concani,

entre outras, e sua interpre-ta<;ao, que implicava 0 conhecimento de Iinguas com outras tradi<;oes de escrita. Todo este trabalho ticou a dever-se

a

generosidade de missionarios,

religiosos e seculares, especialmente jesuitas, franciscan os, dominicanos e

beneditinos. Poderao citar-se os nomes dos padres Henrique Henriques, SJ (1520-1600), Tomas Estevao, SJ (1549-1619), Joao Rodrigues «T<;uzu»,

SJ

(1562-1633), Francisco de Pin a, SJ (1585/1586-1625), Gaspar do Amaral,

SJ (1594-1646), Antonio Barbosa, SJ (1594-1647) eAlexandre de Rhodes,

SJ

(1593-1660), entre muitos outros que merecem justa lembran<;a. Esta a<;ao

civilizadora dos missionarios, sobretudo dos missionarios jesuitas portugue-ses, como refere Telmo Verdelho (2008: 20),

(17)

Ill, he has rofwhich ;petiva

ro

su Crtl-( ... ). Este locales, y etizacion

:as

donde !ce uma npressa, Iborada, entes ao as dife-ta ainda om este , catalo-'ele, em guistico o Japo- Iterpre-~oes de marios, canos e lriques, lZU», SJ \maral, Ides, SJ ota a~ao

rtugue-coNTRIBUTOS DA LINGUA PORTUGUESA PARA AS DESCRI<;:OES DAS LINGUAS DO ORIENTE

( ... ) quando recupera as linguas de recep,.ao e as enriquece com a memoria escrita, com a reflexao metalinguistica e com a recolha do seu corpus lexical, configura urn gesto de encontro bern mais elaborado e confraternal do que a guerra santa OU espirito de conquista, que desde 0 tempo do imperio romano era exercido com a cruel dade elementar do dilema «parcere subiectis et debellare superbos» [pou-par os fracos e abater os soberbosl enunciado por Virgilio (Eneida 4. 853). Documentos historicos, como cartas dos missionarios e relatorios anuais, mostram a existt~ncia de muitas obras religiosas e linguisticas em varias lin-guas nativas, como, por exemplo, catecismos, cartilhas, livros, manuais de conversa<;:ao, dicionarios e gramaticas. Infelizmente, a maioria deles (ainda) se encontra perdida. Em especial na Asia, a presen<;:a dos missionarios portu-gueses ou estrangeiros ao servi~o do padroado portugues foi muito impor-tante, mesmo antes da cria"ao da diocese de Goa (1533). Com a cria"ao da Diocese de Malaca (Malasia) em 1558 e da Diocese de Macau (China) em 1576,

a presen"a portuguesa foi mais acentuada no Extremo Oriente, em particular naMalasia, China, Japao enos paises vizinhos, principalmente nos territorios que atualmente pertencem ao Vietname (Cochinchina), TaiHindia (Siao) e Singapura.

No que diz respeito especificamente ao Vietname, a sua primeira descri-~o aconteceu ainda no seculo XVI da autoria de frei Gaspar da Cruz, OP (ca.

1520-1570) no livro Tratado em que se contam muito por extenso as cousas

da China (l~vora 1570). No entanto, as primeiras descri"oes linguisticas foram

devidas ao grupo que Roland Jacques chamou de jesuitas pioneiros, especial-mente aos padres jesuitas Francisco de Pina, Gaspar do Amaral, Antonio Bar-bosa e Alexandre de Rhodes. E esta atualmente estabelecido entre os estudio-505 mundiais que foi 0 portugues Francisco de Pina 0 criador da romaniza"ao do Anamita ou Tonquinense (hoje chamado Qu6c ngfr), influenciado pelo Padre J oao Rodrigues «T"uzu». Gaspar do Amaral, Antonio Barbosa e Ale-xandre Rhodes desenvolveram e melhoraram 0 metodo.

REFERtNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Assun~o, Carlos & Masayuki Toyoshima (2012). «Introduction». EmmanuelisAluari e

Socie-tate Iesu de Instirutione Grammatica Libri Tres. Coniugationibus aecessit interpretatio

Iapponica. In collegioAmacusensi Societatis lesu cumfacultate superiorum.Anno MDX-CIIII. Tokyo: Yagi Bookstore: 233-278.

(18)

LUSOFONIA E FRANCOFONIA: A ALIANc;A DA .LATINOESFERA.

Assun~iio, Carlos (2011). «Portuguese Missionary Work and Inter-Linguistic Contact in the East •. Gon~alves, Henriqueta (ed.) (2011). Metamorfoses: 25 Anos do Departamento de

Lelras Artes e Comunicafiio. Vila Real: Centro de Estudos em Letras: 91-1'7.

Barros, Joao de ('988) ['552]. Asia. Dosfeitos que os partuguesesjizeram no descobrimento e conquista dos mares e terras do Oriente. Vols. III!. Ed. facsimilada. Lisboa: Imprensa

Nadonal.

Brockey, Liam Matthew (2009). Journey to the East: The Jesuit Mission to China, 1579-1724. Cambridge, Mass.: Harvard University Press.

Cardoso, Simiio ('994). Historiografia gramatical (1500-1920). Porto: Faculdade de Letras cia

Universidade do Porto.

Cartas dos Jesuftas do Oriente e do Brasil 1549-1551 ('993). Reprodu~iio fac-similada. Lisboa: Biblioteca Nacional.

Cartas que os Padres e Irmaos do Companhia de Jesus, que andiio nos Reynos de Jopijo escreueriio aos da mesma Componhia do India, & Europa desdo anno de 1549 ate 0 de

1580, I e II. Evora: Manoel de Lyra, '598. Reprodu~50 fac-similada e apresenta~.o por Jose Manuel Garcia. Maia: Castoliva, '997, 2 vol.

Cruz, Gaspar da ('989) ['570]. «Tratado em que se contam muito par extenso as cousas cia

China •. Albuquerque, LuIs de (dir.). Primeiros Escritos Portugueses sobre a China.

Lis-boa: Publica~oes Alfa: 51-18l.

Fernandes, Gon~alo & Carlos Assun~o (20'4) .• Cubn tit di~n ti~ng Vi~t dilu tien (Rome .65'): Dong g6p tit ch~ d(> bao trr,J cua B6 Dao Nha dbi vOi ngon ngu hQc Phuong Dong / The first

Vietnamese Dictionary (Rome .65'): Contributions of the Portuguese Patronage to the Eastern Linguistics». Journal of Foreign Language Studies, Hanoi University, 41: 3-25.

Fonseca, Maria do Ceu Bnis (2006). Historiografia linguistica portuguesa e Missionaria:

pre-posieoes e pospre-posieoes no seculo XVII. Lisboa: Colibri.

Fr6is, Luis ['563]'976-84. Historia de Japam (ed. critica de Jose Wicki). Lisboa: Biblioteea Nacional.

Gonzalez Fernandez, Fidel (2011). «La experiencia misionera de Alexandre de Rhodes SJ ('593· -.660) •. Sudia Missionalia, 60: 277-3'7.

Jacques, Roland (2002). Portuguese pioneers of vietnamese linguistics / Pionniers partugais de 10 linguistique vietnamienne. Bangkok: Orchild Press.

Jacques, Roland (2004). Les missionnaires partugais et les debuts de I'Eglise catholique au Viet-nom. Reichstett, France, & Orange, Calif: Dinh Huong Tung Thu.

Jacques, Roland (2012) .• De .623

a

1955, options Iinguistiques des missionaires au Viet-nam et affirmation de I'identite nationale». Didier, Hugues & Madalena Larcher (dir.). PhIa·

gogies Missionaires: Traduire, Irasnmetlre, Iransculturer. 32' Colloque du CEDRIC. Lisbonne 30 aoilt-3 septembre 2011. Paris: Editions Karthala: 4'-5l.

Laborinho, Ana Paula (2005). «Da descoberta dos povos encontro das Hnguas: 0 portugues

como lingua intermediaria a Oriente». Humanismo Latino nas Culturas do Extrema

Oriente. Macau: Fondazione Cassamarc3.

Lopes, David (1969) [1936]. Exponsiio do Unguo portugueso no Oriente nos seculos XVI,

XVII e XVIII. Ed. revista, prefaciada e anotada por LuIs de Matos. Porto: Portueal.ns,

(19)

:act in the Imentode >brimento lmprensa ,Letras da B.Lisboa: de Japlio 9a/llode ta~iio par :ousas da hina. Lis-me 1651): IThe first 'ge to the 41: 3-25. lria: pre-liblioteca SJ (1593-JOrtugais ,lique au Viet-nam '.). Peda-CEDRIC. ortugues Extremo 1105 XVI, ucalense

CONTRIBUTOS DA LINGUA PORTUGUESA PARA AS DESCRI!;OES DAS LINGUAS DO ORIENTE

Machado, Diogo Barbosa (1965-1967) [1741-1759]. Bibliotheca lusitana. Coimbra: Atlantida

Editora.

Maruyama, Torn (1996). «Selective bibliography concerning the Jesuit Mission Press in the sixtheenth and seventeenth centuries». Nanzan Kokubun Ronshu (Journal of the Depart-ment of Japanese Language and Literature), 20: 1-118.

Matos, M. Cadafaz de (1987). «Humanismoe evangeliza~iio no Oriente no seculoXVI». Revista ICALP, vol. 7 e 8, Mar~o-Junho, 41-72. Lisboa: Instituto da Cultura e Lingua Portuguesa. MourOo, Isabel Augusta Tavares (2005). Portugueses em terras do Dai-Viet (Cochinchina e

TIm Kim), 1615-1660. Macau: Instituto Portugues do Oriente, Fundal,lio Oriente.

MourOo, Isabel Augusta Tavares (2011). Gaspar doAmaral S. J. (1594-1646): La vie et I'oeuvre d'unjesuite portugaisfondateur de la missionjesuite du Tun Kim d la cour des Trinh.

These de Doctorat. Paris: Ecole Pratique des Hautes Etudes, Section des Sciences Histo-riques et Philologiques.

MourOo, Isabel Augusta Tavares (2012). «Gaspar do Amaral au Tun Kim: Quelques aspects de la pedagogie missionaire au xviie siecle». Didier, Hugues & Madalena Larcher (dir.). Peda-gogies Missionaires: Traduire, trasnmettre, transculturer. 32' Colloque du CEDRIC. Lisbonne 30 aoilt-3 septembre 2011. Paris: Editions Karthala: 53-61.

Muru, Cristina (2010). Missionari portoghesi in India nei secoliXVI eXVII: Lilrte della lingua tamil. Studio comparato di alcuni manoscritti. Viterbo: Edizioni Sette Citta.

Muru, Cristina (2014). «Father Gaspar De Aguilar: the Banished Genius.» Amaladass, Anand

& Ines G. Zupanov (eds.). Intercultural Encounter and the Jesuit Mission in South Asia

(16" -18" Centuries). Bangalore: Asian Trading Corporation.

[Pina, Francisco de.] ca. 1745 [ca. 1625]. Manuductio ad linguam Tunchinensem. Biblioteca da

Ajuda, Lisboa, manuscrito, cole~iio «Jesuitas na Asia», Codex Ms. 49-VI-8: 313r-323v. Roland, Jacques. 2002: 146-197.

[Pina, Francisco de.] ca. 1745 [ca. 1623]. «Pax Christi». Biblioteca da Ajuda, Lisboa, manus-cript, collection «Jesuitas na Asia», Codex Ms. 49/V /7: 413r-416r. Jacques, Roland. 2002: 127-144.

Rhodes, Alexandre de (16513). Dictionarium Annnamiticum Lusitanum, et Latinum ope

Sacrae Congregationis de Propaganda Fide. Roma: Propaganda Fide.

Rhodes, Alexandre de (1651b). «Linguae Annamiticae seu Tunchinensis Brevis Declaratio».

Dictionarium Annnamiticm Lusitanum, et Latinum ope Sacrae Congregationis de

Pro-paganda Fide. Roma: ProPro-paganda Fide: 1-31.

Rivara, Joaquim Heliodoro da Cunha (1858). Ensaio historico da lingua concani. Nova Goa:

Imprensa Nacional.

Rivara, Joaquim Heliodoro da Cunha (1868). Catalogo dos manuscriptos da Bibliotheca Publica Eborense. T. II. Lisboa: Imprensa Nacional.

Silva, Inocencio Francisco da (1858-1923). Diccionario bibliographico portuguez. Lisboa:

Imprensa Nacional.

Silva, Lucio Craveiro da (2000). ((0 estudo das linguas dos "pavos descobertos", 0 encontro de

culturas e"o Novo Mundo da Raziio"». Philosophica, 15: 79-87.

Verdelho, Telmo (2008). Encontro do portugues com as linguas nlio europeias. Textos inter-linguisticos. Lisboa: Biblioteca Nacional.

(20)

Titulo lusofonla e Francofoma: a alianc;:a da «Iatinoesferall Coordenac;ao Isabel e de Oliveira

Capa: Isabel Sara Iva

Edic;:ao Edic;:oes Afrontamento, lda

Rua Costa Cabral, 859 - 4200·225 Porto

www edicoesafrontamento.pt 1 comercial@edicoesafrontamento pt Co ecc;:ao Textosl135

N II edic;:ao: 1823 ISBN 978·9]2.36.1611 8 Deposito legal 433110/17

Impressao e acabamento Ramho & Neves, lda./santa Maria da Fei,a

geral@ramhoeneves pt

Distribu~ao Companhla das Artes - Livros e DlstribUlc;:ao, lda. Comercial@companhiadasartes.pt

Referências

Documentos relacionados

A partir da junção da proposta teórica de Frank Esser (ESSER apud ZIPSER, 2002) e Christiane Nord (1991), passamos, então, a considerar o texto jornalístico como

ado a necessidade de modificar o pré- se manter o dorso do frango à 95C por 30 minutos, este procedimento desnaturava o colágeno, formando um gel scrito

Uma análise do gráfico representado na figura 9, mostra que os entrevistados possuem muita facilidade na utilização dos computadores do Paraná Digital, o que se

To measure the horizontal and resultant lower limbs external kinetics at backstroke starting, researchers have used one force plate, while for ventral starts one and two force

F I G U R E 1   Schematic representation of the experiment undertaken to test different routes of oestradiol benzoate administration for cervical dilation prior to

Segundo Max Weber, a característica da burocracia é que a autoridade é investida não em pessoas, mas em escritórios (bureaus). Os superiores devem ter uma boa compreensão

A dose de propofol de 20 mg/kg que foi testada é recomendada para procedimentos clínicos e coletas de amostras biológicas em Lithobates catesbeianus, visto que

Desenvolvimento da motricidade fina e grossa, coordenação motora criatividade e trabalho de grupo. 50% dos idosos aderem à