EHD002:
Epidemiologia
Conceito de epidemiologia
Eixo da Saúde Pública
Definição de epidemiologia
Estuda a distribuição da morbidade e da
mortalidade a fim de traçar o perfil saúde doença nas coletividades humanas;
Realiza testes de eficácia e de inocuidade de
vacinas;
Objetivos principais:
Descrever a distribuição e a magnitude dos
problemas de saúde nas populações humanas;
Proporcionar dados essenciais para o
planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das
doenças, bem como para estabelecer prioridades.
Identificar fatores etiológicos na gênese das
Voltada para a ocorrência em escala maior;
Doenças infecciosas, não-infecciosas e agravos à
integridade física.
Processo saúde-doença.
Estudo da variabilidade da freqüência de ocorrência
variáveis ambientais e populacionais (tempo e
espaço).
Análise de fatores determinantes.
Definição clássica:
Relações existentes entre os fatores:
Ambiente físicos, químicos e biológicos; Agente e hospedeiro ou suscetível.
Fatores culturais e socioeconômicos.
Autores latino-americanos visão dialética
contra a fatalidade do “natural” e do “tropical”.
Estudo com estrutura socioeconômica
Processo saúde-doença explicado sob a história.
Período epidemiológico:
Meio-ambiente e o meio interno (lócus da doença) e
período patológico.
Pré-condições internas fatores hereditários,
congênitos ou adquiridos por alterações orgânicas.
Social e natural participação no processo.
Período pré-patogênico (Leavell & Clark, 1976)
Fatores ambientais:
Termo de maior abrangência do que no campo da
ecologia.
Ambiente físico, químico, biológico, sociedade
(interações sociais, políticas, econômicas e culturais).
Agressores ambientais possibilidade de contato
Quanto a sua forma de surgimento:
Agentes presentes no ambiente de forma habitual
Agentes pouco comuns;
Agentes que explodem em situações anormais
(macro-perturbações ecológicas, desastres naturais).
Componentes do ambiente físico: situação
geográfica, solo, clima, recursos hídricos e topografia, agentes químicos e físicos
Progresso e desenvolvimento industrial
problemas epidemiológicos novos
poluição ambiental.
Doenças cardiovasculares, alterações
mentais e o câncer pulmonar.
Utilização excessiva de pesticidas.
Aditivos alimentares
Multifatorialidade
Estruturação de fatores condicionantes
força para o estímulo patológico.
Presença de sinergia.
Natureza química, física, biológica ou
psicológica.
Bioagentes, fatores nutricionais e os fatores
Sinergismo multifatorial na produção e manutenção das doenças diarréicas.
Prevenção:
Primária:
Promoção da Saúde medidas de ordem geral
Moradia apropriada;
Escolas suficientes e adequadas;
Áreas de lazer;
Alimentação adequada;
Proteção específica:
Imunização;
Saúde do trabalhador;
Higiene pessoal e do lar;
Proteção contra acidentes;
Prevenção Secundária:
Diagnóstico precoce
Limitação da incapacidade
Fatores de risco ambientais.
Epidemiologia e o ambiente:
Processos produtivos
fontes de risco para
o ambiente
risco para a saúde humana.
Relação entre ambiente e agravos à saúde.
Cálculo de riscos, sistemas de vigilância,
Especificidade do objeto
Processo de desenvolvimento/industrialização.
Interdisciplinaridade:
Exemplo da mineração do ouro emissões
Complexidade das situações de risco:
Poluente
elevado número de variáveis
fonte, concentração, poder de volatilização,
odor, local, dispersão, padrão de ocorrência,
estado físico, cinética ambiental, dispersão,
tipo de solubilidade, transformação,
sedimentação, ação de microrganismos,
adsorção, interação, vias de absorção,
biotransformação, acumulação, tempo de
latência, tipos de efeitos adversos etc.
Ambiente
condições hidrográficas,
geológicas, topográficas e meteorológicas.
População exposta
gênero, idade,
susceptibilidade individual, grupos espaciais,
estado nutricional, escolaridade, ocupação,
características socioeconômicas, padrões de
consumo.
Grupos especiais de maior risco crianças,
adolescentes, idosos, gestantes.
Proteção de mulheres no período de amamentação.
Infraestrutura dos setores de saúde e ambiente
recursos humanos, equipamentos, apoio
laboratorial, programas de prevenção e controle, seguridade social, etc.
Vigilância ambiental em saúde avaliação
sistemática ao longo do tempo, monitorar
importância de um sistema de informação consistente.
Coeficientes
relações entre o número de
eventos reais e os que podem acontecer.
Coeficientes
medição da probabilidade, do
risco;
Índices ou proporções
expressam
Coeficientes mais utilizados:
Mortalidade;
Prevalência e
Coeficiente de mortalidade:
Quocientes entre as freqüências absolutas
de óbitos e o número de expostos ao risco de
morrer.
Coeficiente de mortalidade geral:
Avaliação do estado sanitário de áreas
determinadas
Coeficiente de mortalidade infantil:
Objetivo principal: avaliação do estado
sanitário geral de uma comunidade.
Orientação para definição de medidas de
intervenção.
Medidas de saneamento básico;
Taxa de mortalidade infantil
Classificação da OMS:
Altas
50 por 1000 NV;
Médias 20-49 por 1000 NV;
Baixas
20 por 1000 NV
ONU
Metas do Milênio
reduzir em 2/3
IBGE
Brasil experimenta um declínio
acelerado das taxas de mortalidade infantil.
47,0 por 1000 para 25,8 por 1000 entre 1990
e 2005.
Fatores que contribuíram:
Melhoria do nível educacional;
Ampliação da vacinação;
Acesso ao saneamento básico;
Indicadores relacionados
Qualidade das águas interiores;
Acesso aos serviços de coleta de lixo
doméstico;
Acesso a sistema de abastecimento de água;
Acesso a esgotamento sanitário;
Tratamento de esgoto;
Indicadores relacionados
Esperança de vida ao nascer;
Prevalência de desnutrição total;
Imunização contra doenças infecciosas
infantis;
Oferta de serviços básicos de saúde;
Doenças relacionadas ao saneamento
ambiental inadequado;
Taxa de alfabetização;
Escolaridade;
Distribuição da taxa de mortalidade infantil (por 1000 NV) segundo regiões do Brasil, 2004.
Mortalidade por causas:
Divisão do número de óbitos ocorridos por
determinada causa e a população exposta.
Bons reveladores do estado geral de saúde
das coletividades.
Doenças transmissíveis
condições de
saneamento e a eficiência dos serviços de
prevenção e controle.
Taxas estimadas de mortalidade por todas as
causas e doenças infecciosas e causas externas em crianças de 1 a 4 anos (por 100.000) em países selecionados, 1990-1994
País Todas as causas Doenças Infecciosas Causas externas Argentina 136,7 35,6 34,8 Brasil 180,5 86,7 25,9 Canadá 29,4 2,6 11,1 Chile 73,4 16,5 29,6 Cuba 72,5 16,2 21,6 Estados Unidos 49,6 4,1 21,9 Nicarágua 750,3 515,8 58,1 Porto Rico 51,3 6,0 14,2
Coeficiente de Letalidade
O maior ou menor poder que tem uma
doença em provocar a morte das pessoas
que adoecem por esta doença.
Relação entre número de óbitos devido à
determinada causa e o número de pessoas
que foi realmente acometido pela doença
permite avaliar a gravidade de uma doença.
Taxa de letalidade de Febre Hemorrágica por Dengue no período de 1996 a 2003. 5 10 15 20 25 %
Morbidade:
Exemplo: morbidade por silicose.
OMS Classificação Internacional de Doenças
Coeficiente de morbidade número de casos de
uma doença/população X 10n
Inquérito epidemiológico estudos das condições
de morbidade por causas específicas, efetuado em amostra representativa ou no todo de uma
população definida e localizada no tempo e no espaço.
Prevalência:
Prevalência
freqüência de casos existente
de uma determinada doença em uma
determinada população.
Casos prevalecentes
casos antigos +
casos novos
Medida estática
Estudos transversais ou seccionais.
Onde Ct = Nt – N’t
N’t = parcela de indivíduos livres da doença
de interesse no instante t
Nt = tamanho da população estudada.
t t t
N
C
P
Fatores determinantes da prevalência:
Incidência, duração e movimentos
migratórios.
Incidência:
Intensidade com que ocorre a morbidade em uma
população
Prevalência força com que subsistem as doenças
na coletividade.
Incidência freqüência de casos novos de uma
determinada doença ou problema de saúde ao longo de um período de tempo.
Incidência medida dinâmica mudanças no
estado de saúde
Estudos de seguimento – Follow-up de uma
determinada população
Ocorrência do primeiro episódio da doença
Taxa de incidência expressões quantitativas
conceito de risco
Taxa de Incidência:
Onde:
(t0, t) intervalo entre a origem t0 e o instante t;
I = número de casos novos entre t0 e t;
PT = quantidade de pessoa-tempo acumulada
pela população durante o estudo
PT
I
TI
t .t
Prevalência e Incidência
Coeficiente de incidência e a velocidade de defecção
são iguais ou próximos com valores oscilantes em torno de um valor médio nível de prevalência constante
Velocidade de defecção é maior do que o coeficiente
de incidência coeficiente de prevalência tende a diminuir;
Coeficiente de incidência maior do que a velocidade
de defecção coeficiente de prevalência tende a valores elevados.
Duração (D)
Intervalo médio de tempo por
caso.
Casos especiais
coeficiente de incidência
e a duração permanecem constantes com o
tempo, morbidade estável:
ID
P
ID
P
Indicadores de Saúde:
Componentes de nível de vida – ONU – 1952
Saúde, incluindo condições demográficas;
Alimentos e nutrição;
Educação, incluindo alfabetização e ensino técnico;
Condições de trabalho;
Mercado de trabalho;
Transporte;
Habitação, com inclusão de saneamento e
instalações domésticas;
Vestuário;
Recreação;
Segurança social;
Liberdade humana.
Esperança de vida
Indicadores relacionados – IBGE-IDS 2008
Acesso a sistema de abastecimento de água;
Acesso a esgotamento sanitário;
Tratamento de esgoto;
Rendimento familiar per capita;
Rendimento médio mensal;
Taxa de mortalidade infantil;