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Sistemas de irrigação pivô central: principais problemas em projetos e assistência técnica. - Portal Embrapa

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Academic year: 2021

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Anderson Soares Pereira' RESUMO

Este trab alho objetiva apresentar os principais prob lem as em projetos e assistência técnica e m sistemas de irrigação pivô central no Brasil.

PALA VRA S-C HA VE: irrigação; pivô central.

ABSTRACT

Center pivot irrigation systems; problems in projects and teciinical assistance

Th e aim of this pa p e r is to relate the m ost problem s in projects and technical assistance in c en ter pivo t irrigation systems in Brazil.

K E Y W O R D S : c en ter pivot; irrigation.

Introdução

Os sistemas de irrigação pivô central ocupam um a expressiva área irrigada no Brasil, de ap roxim adam ente 617.500 ha em 2001 (Schemmer^ 2001), abrangendo aproximadamente 21% das áreas irri­ gadas. Nos últimos anos esse sistema de irrigação recebeu grandes inovações tecnológicas, possibilitando-lhe aplicar lâminas uniformes de água e irrigar grandes áreas, sendo adaptado preferencialmente a culturas anuais. N o Brasil, houve um grande desenvolvimento e pro­ gresso técnico nas revendas e assistência técnica a esse sistema, po­ rém alguns problemas podem comprom eter o seu desempenho e de­ vem ser considerados em projetos e na sua operação.

1. Engenheiro agrônomo, mestre e doutor em Irrigação e Drenagem, pesquisador da Embrapa Meio Ambiemc, Rod. SP 340 km 127,5 Caixa Postal 09 CEP 13820-000, Jaguariúna, SP Tel.: (19) 3867-8'';í5. anderson@cnpma.embrapa.br

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D escriçã o

G eneralidades so b re o siste m a de irrigação p iv ô central

O sistema de irrigação pivô central é composto basicamente de diversos emissores fixados sobre um a tubulação de comprimento variável^ suportada longitudinalmente por uma série de torres que se movimentam sobre rodas ao redor de um ponto central denonimado de ponto do pivô. Para suportar o vão livre do pivô entre torres adja­ centes, existe uma estrutura de treliças e tirantes que mantém a tubu­ lação a uma determinada altura do solo (4 a 5 metros) compatível com as culturas a serem irrigadas. Cada torre do pivô central c movi­ mentada por um conjunto m otorredutor elétrico. O sistema de bom- beamento recalca a água da fonte (rio, reservatório, córrego, entre outros) e pode utilizar motores elétricos ou movidos a óleo diesel. A linha adutora conduz a água do sistema de bombeamento ao ponto do pivô e pode ser de PVC, aço zincado ou ferro fundido. Os siste­ mas de irrigação pivô central podem irrigar grandes áreas, geralmen­ te superiores a 100 ha, e com isso demandam grande quantidade de energia para a sua operação. Os principais problemas que ocorrem em nível de projeto e de assistência técnica são descritos a seguir.

N ecessidades h íd rica s d a s culturas su b estim a d a s e fa lta de controle da lâm in a de água aplicada

As necessidades hídricas das culturas devem ser adequadamente determinadas para que o sistema de irrigação possa atender ás de­ mandas, não expondo as culturas a déficits que comprometam a pro­ dução. Nos sistemas de irrigação, quanto maior a lâmina de água a ser aplicada, maiores são os custos do sistema de irrigação. Freqüen­ temente, as necessidades hidricas das culturas são subestimadas, re­ sultando em baixos volumes de água aplicados pelos sistemas. Esse procedimento reduz o custo de investimento em equipamentos de irrigação, porém, a médio e longo prazo, o agricultor tem prejuízos pelas quebras de produção causadas pelos déficits hídricos devido ao fato de o sistema de irrigação não suprir as necessidades hídricas da cultura. N o sistema de irrigação pivô central esse problema é eviden­

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ciado quando mesmo operando-se o sistema durante todo o tempo não se consegue suprir as necessidades da cultura e ela sofre estresse hídrico. O aumento da lâmina de água aplicada por um pivô central pode dem andar grandes investimentos e por isso é muito importante que seja determinada adequadam ente a lâmina de água do sistema para fins de projeto.

Também é fundamental que os agricultores irrigantes executem um manejo criterioso da água de irrigação, quantificando de maneira precisa o momento de irrigar e a lâmina de água a ser aplicada. Para isso, existem diversos métodos desenvolvidos e testados nas institui­ ções de pesquisa e ensino superior em ciências agrárias e engenharia agrícola no Brasil.

D esinform ação so b re a n ecessidade de outorga p a ra uso da água p a ra irrigação

A outorga refere-se ao ato administrativo mediante o qual o poder público outorgante (União, Estados ou Distrito Federal) faculta ao outorgado o uso de recurso hídrico, por prazo determinado, nos ter­ mos e nas condições expressas no respectivo ato. Atualmente, as enti­ dades financeiras somente concedem financiamento para a aquisição de sistemas de irrigação pivô central mediante a apresentação da ou­ torga por parte do produtor, porém não se deve esquecer que a cons­ trução de reservatórios, canais de chamada, aterros etc., que são obras que podem stv necessárias na implantação do sistema, também de­ vem receber autorizações dos órgãos de gerencialmento ambiental e de recursos hídricos da região.

A ltos cu stos operacionais co m energia

Genericamente, obedecendo aos critérios técnicos pertinentes, sis­ temas de irrigação que são dimensionados com tubulações de maior diâmetro necessitam de motobombas com menores potências para operação do sistema, resultando em menores custos operacionais com energia (eléüica ou diesel), mas esse conjunto apresenta maiores cus­ tos de investimento (aquisição e instalação dos equipamentos). De maneira antagônica, sistemas dimensionados com tubulações de m e­ Ariais do C ongresso Brasileiro de Assistência T écnica à Agricultura

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nores diâmetros necessitam de motobombas com maiores potências, resultando em maior consumo de energia, porém esse conjunto apre­ senta menores custos de investimento. Os sistemas de irrigação pivô central utiliza em geral grande quantidade de energia para a sua ope­ ração e portanto c dc exU cma importância que isso seja considerado no projeto e planejamento do sistema. Nos últimos anos ocorreu um grande aumento nos custos de energia elétrica no Brasil e muitos equipamentos pivô central deixaram de operar devido aos altos cus­ tos operacionais com energia.

D esun iform idade na aplicação de água

Atualmente, os sistemas de irrigação pivô central operam com válvulas reguladoras de pressão associadas a seus emissores de água (sprays ou aspersores), o que resulta em uma aplicação uniforme de água pelo sistema, em qualquer posição do pivô central no terreno, sem alterações devido ao relevo. Porém, ao longo do tempo ocorre desgaste dessas válvulas, resultando em aplicações desuniformes de água. Para contornar esse problema, deve-se avaliar o sistema de irri­ gação como um todo, para que essas válvulas sejam corretamente substituídas. Para tanto, existem procedimentos técnicos adequados previstos em norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). É muito comum que os sistemas de irrigação pivô central sejam dimensionados sem considerar o desgaste do sistema ao longo do tempo, o que dificulta a readequação do sistema depois de alguns anos, resultando em necessidade de redução da lâmina de água apli­ cada (uma pequena redução de vazão para gerar um acréscimo de pressão no sistema a fim de superar as perdas de carga causadas pe­ los desgastes nas tubulações) ou mesmo na substituição do conjunto m otobomba ou parte da rede adutora em casos mais severos.

P ro blem as de corrosão nas tubulações devido à aplica­ ção de fertiliza n te s

O sistema de irrigação pivô central permite a aplicação de fertili­ zantes via água de irrigação (fertirrigação), sendo freqüentemente aplicados fertilizantes nitrogenados e potássicos. Esses fertilizantes

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apresentam grande poder corrosivo às tubulações de aço do sistema. Assim, é muito importante que após essas atividades o sistema pivô central opere por alguns minutos somente aplicando água para a eli­ minação de resíduos de fertilizantes no sistema, aum entando a sua vida útil.

C onclusões

O sistema de irrigação pivô central deve ser adequadam ente pro­ jetado para que a alternativa de sua utilização em sistemas irrigados manifeste todo o seu potencial de lucratividade. O dimensionamento do sistema deve ser feito de maneira otimizada, de forma que os cus­ tos com energia não comprom etam a viabilidade de utilização do sistema e que seja previsto em projetos o desgaste que ocorre no sis­ tema ao longo do tempo, de modo a propiciar a sua readequação e redimensionamento de forma econômica.

R eferência bibliográfica

S C H E M M E R j N . Irrigação localizada. I T E M - Irrigação e Tecnologia M o d ern a , n. 51, p. 4, 2001.

[Ãnais do Congresso Brasileiro de Assistência Técnica à Agricultura

Referências

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