• Nenhum resultado encontrado

Farelo de palma gigante com adição de enzimas exógenas na nutrição de suínos em crescimento

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Farelo de palma gigante com adição de enzimas exógenas na nutrição de suínos em crescimento"

Copied!
53
0
0

Texto

(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL. FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO. ERNESTO GUEVARA BEZERRA SILVA. MACAÍBA / RN-BRASIL 2015 1.

(2) ERNESTO GUEVARA BEZERRA SILVA. FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO. Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Campus de Macaíba, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Produção Animal.. Orientador: Prof. Dr. José Aparecido Moreira. MACAÍBA – RN – BRASIL 2015. 2.

(3) Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da Publicação na Fonte. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba Biblioteca Setorial Professor Rodolfo Helinski. Silva, Ernesto Guevara Bezerra. Farelo de palma gigante com adição de enzimas exógenas na nutrição de suínos em crescimento / Ernesto Guevara Bezerra Silva. - Macaíba, RN, 2014. 53 f. Orientador (a): Prof. Dr. José Aparecido Moreira. Dissertação (Mestrado em Produção Animal). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba. Programa de Pós- Graduação em Produção Animal. 1. Alimento Alternativo - Dissertação. 2. Opuntia - Dissertação. 3. Polissacarídeos não amiláceos - Dissertação. 4.Suinocultura - Dissertação. 5. Enzima - Dissertação . I. Moreira, José Aparecido. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba. IV. Título. RN/UFRN/BSPRH. CDU: 636.03. 3.

(4) ERNESTO GUEVARA BEZERRA SILVA. FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO. Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Campus de Macaíba, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Produção Animal.. APROVADA EM ____/____/____ BANCA EXAMINADORA:. _____________________________________________ Prof. Dr. José Aparecido Moreira (UFRN) Presidente. ______________________________________________ Profa. Dra. Elisanie Neiva Magalhães Teixeira (UFRN) Membro Interno. ______________________________________________ Prof. Dr. Faviano Ricelli da Costa e Moreira (IFRN-Apodi) Membro Externo. 4.

(5) Dedico este trabalho a toda minha família e amigos, que sempre estiveram presentes nos momentos de luta. 5.

(6) AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, que está sempre nos iluminando e protegendo. À minha família em geral, que foi condição essencial para alcançar essa conquista, sobretudo, aos meus pais e irmãos. Antônio José Bezerra, que é um exemplo de pai, de amigo, de cidadão, de ser humano: um homem simples, determinado, coerente, companheiro e solidário, que tanto contribuiu na construção da minha formação ética e moral. Minha mãe, Maria Eugênia da Silva que é um ser fantástico, uma mulher de luta, guerreira, determinada, uma vencedora da vida. A todos meus irmãos, em especial, a José Lenin, Gregório Bezerra, Karl Marx e Maria Clara, que sempre estiveram no meu dia a dia, me apoiando e ajudando no que fosse preciso, não tenho nem palavras para defini-los, mas espero que o sentimento de amizade, solidariedade e amor permaneça sempre entre nós. Agradeço também ao meu padrasto, um pai que tive por muitos anos, Jorjão, por tudo que já fez por mim e por minha família. Agradeço a todos meus amigos e amigas que estiveram presentes em toda minha formação acadêmica, a minha namorada Rosa Maria, ao seu companheirismo e incentivo. Agradeço ao meu grupo de estudo GEPSUI, que foi de suma importância na execução deste projeto, aos amigos Lorena, Rafael, Apauliana, Clara, Emanuela, Sara, Kareli e Sr. Bira. A instituição e a todo corpo docente da UFRN, agradeço pelos ensinamentos, ao meu professor orientador José Aparecido Moreira, a Janete Gouveia de Souza, por todo apoio dado no âmbito acadêmico, a Magda Guilhermino, Luciano Patto, Emerson Moreira e aos outros que foram de grande contribuição para minha formação.. 6.

(7) FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO. SILVA, Ernesto Guevara Bezerra. FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO. 2015. 59f. Dissertação (Mestrado em Produção Animal: Suinocultura) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2015.. RESUMO: A pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de avaliar a digestibilidade da energia bruta do farelo de palma gigante, o desempenho de suínos em crescimento, peso dos órgãos e a viabilidade econômica das dietas compostas de diferentes níveis de inclusão do farelo de palma gigante, com e sem adição de complexo enzimático (CE). No ensaio de digestibilidade, foram utilizados dez suínos machos castrados com peso médio de 34,3 ± 6,7 kg. Cinco alimentados com uma ração-referência e cinco receberam a ração-teste, com 30% de substituição da ração-referência pelo farelo de palma gigante, por um período de quinze dias. Neste período, realizou-se diariamente (às 8h) a coleta total de fezes sem uso de marcador, sendo retirada uma alíquota de 20% e armazenada em freezer. No ensaio de desempenho, utilizaram-se vinte suínos fêmeas com peso médio 28,62 ± 3,66 kg, distribuídas em blocos ao acaso, com cinco tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos consistiram em níveis de inclusão do farelo de palma gigante, associado ao complexo enzimático, seguindo distribuição: 0%; 5%; 10%; 5% + CE; 10% + CE, onde os tratamentos com adição do CE tiveram um déficit de 100 kcal/kg nas dietas. O valor digestível da energia bruta do farelo de palma gigante para suínos na fase de crescimento foi de 1113,83 kcal/kg. Observou-se que o ganho de peso e o peso absoluto dos órgãos dos suínos não foram influenciados pelas dietas. A conversão alimentar, o consumo de ração e peso relativo dos órgãos apresentaram diferenças entre si (P<0,05). No presente estudo, conclui-se que a inclusão do complexo enzimático associado a 10% do farelo de palma gigante é a melhor dieta testada, pois apresentou melhor relação conversão alimentar / custo de ração.. PALAVRAS-CHAVE: Alimento alternativo, Opuntia, Polissacarídeos não amiláceos, Suinocultura, Enzima.. 7.

(8) GIANT PALM BRAN WITH ADDITION OF EXOGENOUS ENZYMES IN THE NUTRITION OF SWINE IN GROWTH SILVA, Ernesto Guevara Bezerra. GIANT PALM BRAN WITH ADDITION OF EXOGENOUS ENZYMES IN THE NUTRITION OF SWINE IN GROWTH. 59f. Dissertation (Master’s degree in Animal Production. Concentration Area: Monogastric Nutrition). Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Macaíba RN- 2015.. ABSTRACT – The research was developed to evaluate the digestibility of gross energy from giant palm bran, the performance of growing pigs, organ weights and the economic viability of diets composed of different levels of inclusion of giant cactus meal, with and without addition of enzyme complex (EC). In the digestibility analysis, ten castrated male swine with an average weight of 34.3 ± 6.35kg were used. Five of them were fed with a reference feed, and the five others received a feed testing, with 30% of substitution of a reference diet by giant palm bran, for a period of fifteen days. In this period, the total feces collection was made daily (8am) without a label use, being withdrawn at a rate of 20% and stored in freezer. In the performance test, twenty females swine were used, they were distributed in randomized blocks design with five treatments and four replications. The treatments consisted of inclusion of levels of giant palm bran, associated with the enzyme complex, following a distribution: 0%; 5%; 10%; 5% + EC; 10% + EC, where treatments with EC addition had a deficit of 100 kcal / kg in the diets. The value of the gross digestible energy of giant palm bran for pigs in the growth phase was 1113.83 kcal / kg. It was observed that the weight gain and the absolute weight of the organs of pigs were not affected by the diets. However, feed conversion, feed intake and relative weight of the organs showed alterations (P <0.05) using the Duncan test. It was also found that the inclusion of the enzyme complex associated with giant palm bran supplied the deficit of 100 kcal / kg once the weight gain and feed conversion were in accordance with the nutritional requirement of Rostagno’s tables et al. (2005).. KEYWORDS: Alternative Food, Opuntia, non-starch polysaccharides, Swine Production, Enzyme.. 8.

(9) LISTA DE TABELAS. Tabela 1. Composição centesimal das dietas referência e do farelo de palma gigante.............................................................................................................................39 Tabela 2. Composição centesimal das dietas experimentais de acordo com os níveis de inclusão do farelo de palma gigante associada ao complexo enzimático........................41 Tabela. 3.. Preço. dos. ingredientes. utilizados. nas. rações. experimentais...................................................................................................................42 Tabela 4. Efeitos dos níveis de inclusão do Farelo de palma gigante (FPG) associado a complexo enzimático (CE) sobre desempenho de fêmeas suínas em fase de crescimento......................................................................................................................42 Tabela 5. Viabilidade econômica dos níveis de inclusão do Farelo de palma gigante (FPG) associado a complexo enzimático (CE) sobre conversão alimentar e custo da ração, para fêmeas suínas em fase de crescimento..........................................................45 Tabela 6. Efeitos dos diferentes níveis de inclusão do Farelo de palma gigante (FPG) associado ao complexo enzimático (CE) sobre peso relativo (PR) e peso absoluto (PA) dos órgãos de fêmeas suínas em fase de crescimento.....................................................45. 9.

(10) LISTA DE FIGURAS Figura 01. Pesagem das rações experimentais.................................................................48 Figura 02. Arraçoamento.................................................................................................48 Figura 03. Coleta de fezes...............................................................................................48 Figura 04. Pesagem e coleta das amostras de fezes.........................................................49 Figura 05. HCl para adicionar nos coletores de urina.....................................................49 Figura 06. Coleta de urina...............................................................................................49 Figura 07. Pesagem..........................................................................................................50 Figura 08. Instalações......................................................................................................50 Figura 09. Processo de trituração da palma.....................................................................50 Figura 10. Palma forrageira trituada................................................................................51 Figura 11. Secador solar com palma...............................................................................51 Figura 12. Palma forrageira após sete dias no secador solar...........................................51 Figura 13. Pesagem em laboratório................................................................................52 Figura 14. Amostras na Mufla para análise da matéria seca...........................................52. 10.

(11) SUMÁRIO 1.. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 12. 1.1. ALIMENTOS ALTERNATIVOS PARA SUÍNOS ............................................... 12 1.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PALMA FORRAGEIRA ............................. 13 1.3. A PALMA FORRAGEIRA NO NORDESTE ........................................................ 14 1.4. REFERÊNCIAS BIBLIOFRÁFICAS ..................................................................... 16 2. UTILIZAÇÃO DE PALMA FORRAGEIRA COMO FONTE DE FIBRAS DIETÉTICAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS. .............................................................. 18 2.1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 20 2.2. FARELO DE PALMA FORRAGEIRA .................................................................. 20 2.3. FIBRAS DIETÉTICAS – POLISSACARÍDEOS NÃO AMILÁCEOS ................. 22 2.4. FIBRAS DIETÉTICAS NO SISTEMA DIGESTÓRIO DOS SUÍNOS ................. 24 2.5. UTILIZAÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NOS POLISSACARÍDEOS NÃO AMILÁCEOS. ................................................................................................................ 26 2.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 28 2.6. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 29 3. UTILIZAÇÃO DO FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO. ........ 33 3.1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 36 3.2. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 37 3.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 41 3.4. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 45 3.5. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 46 4.. ANEXOS ................................................................................................................. 49. 11.

(12) 1. REFERENCIAL TEÓRICO. 1.1. ALIMENTOS ALTERNATIVOS PARA SUÍNOS O Brasil possui grande quantidade de resíduos e subprodutos da agroindústria, com potencial de uso na alimentação animal. A utilização de subprodutos configura-se como uma alternativa para elevar os teores de matéria seca das dietas, além de constituir potencialmente fonte de carboidratos e proteínas para a nutrição animal. Nas regiões semiáridas do Nordeste brasileiro, existem alguns alimentos tidos como alternativos, como a palma forrageira, farelo de caju, cevada, babaçu, entre outros, e que podem ser utilizados como substituinte de ingredientes tidos como convencionais (milho e soja), diversos trabalhos de pesquisa vêm sendo realizados com o intuito de mostrar seu potencial na nutrição de não ruminantes. O potencial desses alimentos alternativos, disponíveis a preços mais acessíveis na região Nordeste, representa o barateamento dos custos de produção, pois dentro de determinados níveis de inclusão dietética podem substituir parcialmente o milho e a soja, alimentos base da nutrição de não ruminantes, os quais estão sujeitos às oscilações de preços e consequentemente na rentabilidade obtida pelo produtor. A demanda de alimentos para atender às necessidades da população humana mundial vem exigindo alta produção, respeitando cada vez mais as questões sociais, a segurança alimentar e o meio ambiente. Nesse contexto, a produção suinícola precisa de grande desenvolvimento, para transformar a menor quantidade possível de grãos e de outros alimentos, em proteína de alto valor nutricional. (COSTA et al. 2007). Para se obter uma produção eficiente se faz necessária a correta utilização dos alimentos na nutrição animal, devendo ser obtidas informações, como composição química, valor nutricional, níveis adequados de incorporação na dieta, de acordo com o a categoria animal, características climáticas da região e a maneira mais eficiente de manipular, transportar, armazenar e utilizar o ingrediente (VIEIRA, 2006). A utilização de alimentos alternativos com alto teor de fibras na alimentação de suínos não representa um novo conceito, pois diversos estudos realizados no século passado mostram o potencial destes alimentos em determinados níveis de inclusão nas 12.

(13) dietas. Assim, o estudo sobre o potencial dos diversos alimentos fibrosos sobre a produção animal requer identificação, quantificação e avaliação das interações entre os efeitos fisiológicos e desempenho animal, através de ensaios de digestibilidade, avaliação de ganho de peso e análises dos órgãos, sabendo-se que estes animais apresentam capacidade limitada do trato digestivo para processar e digerir fibras dietéticas (GOMES et al. 2007). A flora nordestina não apresenta plantas de grande destaque para a produção de grãos, mas é rica em espécies resistentes à seca, apresentam boa produtividade e podem ser utilizadas como fontes alternativas para alimentação animal.. 1.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PALMA FORRAGEIRA A palma Forrageira é uma cactácea da espécie: Opuntia ficus-indica (L.) P. Mill, família: Cactaceaede de caule suculento, ramificado, de porte arbustivo, com altura entre 1,5 e 3 m, ramos clorofilados achatados, de coloração verde-acinzentada, mais compridos do que largos, variando de densamente espinhosos até desprovidos de espinhos (inermes). As folhas são excepcionalmente pequenas, decíduas precoces. Os frutos são amarelos-avermelhados, suculentos, com aproximadamente 8 cm de comprimento, com tufos de diminutos espinhos (FABRICANTE). No Brasil, a palma foi cultivada com objetivo de hospedar o inseto, denominado cochonilha do carmim (Dactylopius coccus), que não causa danos à planta, quando bem manejada, e é produtor de um corante vermelho, o que resultou em uma ação sem sucesso. Com esse insucesso, a palma passou a ser cultivada como planta ornamental e posteriormente, por volta de 1915 começou a ser explorada como forragem (PESSOA, 1967). Segundo alguns autores existem uma grande variação na produtividade da palma, segundo Blanco (1957) as produções variaram de 100 a 200 t/ha/ano. Maia Neto (2000) relata que no sertão pernambucano foi alcançada uma produção média de 400 t/ha/ano, quando se adotou tecnologia mexicana de produção, com adensamento de plantas e irrigação. Em 2006, o Instituto de Pesquisa Agropecuária (IPA) obteve produção de 320 t/MV/ha dois anos após o plantio (SANTOS et al., 2006). Já Wanderley et al., (2009) 13.

(14) relata que obtiveram produção acima de 600 t/MV/ha no primeiro ano, com adensamento (0,10 x 2,0) e irrigação. A palma forrageira tem seu caule suculento, com uma casca verde e não possui folhas copadas. O caule é conhecido como cladódio, possui tamanho que varia de acordo a espécie, de 30 a 50 cm de altura e 18 a 25 cm de largura (SUDZUKI-HILLS, 2001). A composição química da palma forrageira pode variar de acordo com a espécie, idade dos cladódios, época do ano e fertilidade dos solos (FERREIRA, 2005), como pode ser observado na Tabela 01.. Tabela 01. Composição química da palma forrageira. GÊNERO MS¹ PB¹ FDN¹ FDA¹ CHT¹. CNF¹. CNE¹. MM¹. Opuntia(G). 12,63. 4,45. 26,17. 20,05. 87,6. 61,79. 6,59. Opuntia(G). 7,62. 4,53. 27,69. 17,93. 83,32. 55,63. 10,21. Nopalea(M). 13,08. 3,34. 16,60. 13,66. 87,77. 71,17. 7,00. Opuntia(G). 14,40. 6,40. 28,10. 17,60. 77,10. 50,0. 14,60. Nopalea(M). 12,00. 6,20. 26,90. 16,50. 73,10. 47,4. 18,60. Opuntia(I). 13,80. 6,0. 28,40. 19,40. 75,10. 46,3. 17,10. Fonte: Adaptado de Ferreira (2005) ¹ % na matéria seca MS= Matéria Seca, PB= Proteína Bruta, FDN= Fibra em Detergente Neutro, FDA= Fibra em Detergente Ácido, CHT= Carboidratos Totais, CNF= Carboidratos não fibrosos, CNE= Carboidratos não estruturais, MM= Matéria mineral, (G)= palma gigante, (M)= palma miúda e (I)= IPA-20.. 1.3. A PALMA FORRAGEIRA NO NORDESTE Nos últimos anos, a palma forrageira vem sendo cada vez mais cultivada. Estimase que no Nordeste há aproximadamente 500 mil hectares cultivados, (FUNPALMA, 2011) com produtividade que variam entre 100 a 600 toneladas de matéria verde por hectare (MAIA NETO, 2000; WANDERLEY et al., 2009) 14.

(15) A palma forrageira é uma planta bem adaptada às condições climáticas do semiárido, suporta grande período de estiagem, suas características fisiológicas permitem um processo fotossintético que resulta em grande economia de água. A palma suporta altas temperaturas, alta radiação solar e consegue se estabelecer com um baixo teor de água no solo. Essas plantas abrem seus estómatos durante a noite e os fecham durante o dia. Dessa forma minimizam as perdas e apresentam alta eficiência no uso da água. Contudo, o bom rendimento dessa cultura está sendo em áreas com pluviosidade média de 400 a 800 mm anuais e temperaturas que variam de 25 a 18ºC (NOBEL, 1995). O clima da região semiárida é seco, com temperaturas de 23 a 37 ºC apresentando grande radiação solar (2.800h luz ano) apresenta precipitações inferiores a 800mm/ano evaporação média de 2.800 mm anuais e umidade relativa por volta de 50%, tendo um balanço hídrico negativo, (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, 2005). Como foi dito anteriormente a palma tem se destacado pela eficiência no uso da água, estudos têm mostrado que a proporção de utilização da água é de aproximadamente 50:1, ou seja, 50 kg de água para cada quilograma MS produzida, enquanto as plantas C3 e C4 apresentam eficiências por volta de 1000:1 e 500:1, respectivamente. Estas relações são variáveis a eficiência no uso da água vai depender as condições edafoclimáticas da região (SAMPAIO, 2005). Silva e Santos, (2006) afirmaram que a utilização da palma como forragem para os animais, foi ganhando espaço, sobretudo nos estados brasileiros de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e em algumas regiões do Ceará e Rio Grande do Norte, onde a planta se adaptou bem e vem apresentando boa produção de massa verde. Alves et al. (2007), faz uma colocação muito importante e relata que qualquer espécie vegetal que possa ser utilizada como alimento e que apresente elevada capacidade de produzir biomassa, nas condições de baixa disponibilidade hídrica e de fertilidade dos solos do semiárido, pode ser de grande valia para a região.. 15.

(16) 1.4. REFERÊNCIAS BIBLIOFRÁFICAS ALVES, R. N et al. Produção de forragem pela palma após 19 anos sob diferentes intensidades de corte e espaçamentos. Revista Caatinga, v. 20, n. 4, p. 38-44, 2007. COSTA, F.G.P.; OLIVEIRA, C.S.F.; BARROS L.R. Valores energéticos do feno de jureminha, feijão bravo e maniçoba para aves. Revista Brasileira de Zootecnia. Viçosa, v. 36, n. 4, Aug. 2007. FABRICANTE, J. R.; FEITOSA, S. S. Palma Forrageira. Disponível em: http://www.grupocultivar.com.br/site/content/artigos/artigos.php?id=430. Acesso em: 01/07/2015. FERREIRA, M. de A. Palma forrageira na alimentação de bovinos leiteiros. Recife: UFRPE, Imprensa Universitária, p. 68, 2005. GOMES, J. D. F. et al. Efeitos do incremento de fibra dietética sobre a digestibilidade, desempenho. e. características. de. carcaça:. I.. Suínos. em. crescimento. e. terminação. Ciências Agrárias, Londrina, v. 28, n. 3, p. 483-492, 2007. MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL. Brasília. Secretaria de Políticas de Desenvolvimento Regional. Nova Delimitação do Semi-árido Brasileiro, 2005. 32p. NOBEL, P. S. Environmental biology. In: BARBERA, G.; INGLESE, P.; PIMIENTABARRIOS, E. Agro-ecology, cultivation and uses of cactus pear. Rome: FAO, 1995. p.36-48 (FAO. Plant Production and Protection, 132). PESSOA, A. S. Cultura da palma forrageira. Recife: SUDENE. Divisão de Documentação, 1967. 98p. (SUDENE. Agricultura, 5). SAMPAIO, E. V. S. Fisiologia da palma In: MENEZES R. S. C.; SIMÓES, D.A.;SAMPAIO, E. V. S. B. A palma do Nordeste do Brasil: conhecimento atual e novas perspectivas de uso. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2005, p. 43-54. SANTOS, D. C. et al. Manejo e utilização da palma forrageira (Opuntia e Nopalea) em Pernambuco. Recife: IPA, 2006. 48p. (IPA. Documentos, 30). SILVA, C.C.F.; SANTOS, L. C. Palma forrageira (Opuntia ficus-indica Mill.) como alternativa na alimentação de ruminantes. Revista Eletrônica de Veterinária, v. 7, n.. 16.

(17) 10, p. 1-13, 2006. Disponível em http://www.veterinaria.org/revistas/redvet. Acesso em 06/11/2014. SUDZUKI-HILLS, F. Anatomia e fisiologia. In: Agroecologia, cultivo e usos da palma forrageira. Traduzido por SEBRAE/PB. João Pessoa: SEBRAE/PB, p.28-34, 2001. VIEIRA, A.A.; BRAZ, J.M.; COSTA, A.D. Desempenho de suínos em crescimento alimentados com dietas contendo bagaço de cevada. In: Congresso Brasileiro de Zootecnia, 16., 2006, Recife. Anais... Recife, 2006. CD-ROM. WANDERLEY, A. M. et al. Palma forrageira adensada e irrigada: Uma experiência no sertão do cabugi. Lajes-RN, 9p. 2009.. 17.

(18) 2. UTILIZAÇÃO DE PALMA FORRAGEIRA COMO FONTE DE FIBRAS DIETÉTICAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS.. Trabalho a ser submetido à revista: REVISTA ELETRÔNICA NUTRITIME Página eletrônica: www.nutritime.com.br ISSN 1983-9006. 18.

(19) UTILIZAÇÃO DE PALMA FORRAGEIRA COMO FONTE DE FIBRAS DIETÉTICAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS.. RESUMO: Este artigo tem como objetivo demonstrar a possível utilização da palma forrageira na nutrição dos suínos, com o objetivo de reduzir os custos dos produtores, sem comprometer a dieta dos animais. A palma forrageira é uma cultura que tem grande importância para pequenos, médios e grandes produtores rurais na região semiárida do Nordeste brasileiro, principalmente em longos períodos de estiagem, pois é uma das poucas fontes energéticas disponíveis nestes períodos. Este alimento alternativo possui um grande potencial, pois é comercializado a preços mais acessíveis, principalmente na região Nordeste. Assim, a palma forrageira pode representar o barateamento dos custos de produção. É importante mencionar que dentro de determinados níveis de inclusão dietética a palma pode substituir parcialmente o milho que é a base da nutrição de não ruminantes. Isso proporciona melhor retorno econômico obtido pelos produtores, pois o preço do milho está mais sujeito às oscilações de mercado do que o preço da palma forrageira. Palavras-Chaves: seca, fibra dietética, suinocultura. ABSTRACT: This article aims to demonstrate the potential use of forage cactus in the nutrition of swines, in order to reduce costs for farmers, without compromising the diet of the animals. The forage cactus is a culture that has great importance for small, medium and large farmers in the semiarid region of the Brazilian Northeast, especially over long periods of drought, once it is one of the few energy sources available in these periods. This alternative feed has great potential because it is sold at more affordable prices, especially in the Northeast. Thus, the forage cactus can represent the cheapening of production costs. It is important to mention that within certain levels of dietary inclusion, forage palm may partially replace corn which is the basis of non-ruminant nutrition. This has a major impact on the income earned by producers, because the price of corn is more subject to market oscillations than the price of forage cactus.. 19.

(20) 2.1. INTRODUÇÃO A crescente necessidade da população mundial por alimentos, fez com que diversos setores agrícolas e pecuários evoluíssem rapidamente. A suinocultura por possibilitar bons índices zootécnicos, alta prolificidade e representar uma das principais atividades desenvolvidas no país, se faz necessários os estudos. Atualmente os altos custos com alimentação na exploração de suínos, em torno de 75% do custo total de produção de uma suinocultura de ciclo completo, se torna um entrave para o desenvolvimento da atividade em determinadas regiões do país (DERAL, 2013). Nas regiões semiáridas do Nordeste brasileiro, a palma forrageira tem se destacado pela sua capacidade de adaptação às condições edafoclimáticas e alta produção de matéria verde por área. O Brasil é o maior produtor mundial de palma forrageira, estima-se que existam cerca de 500 mil hectares de palma forrageira no Nordeste (FUNPALMA, 2013). O farelo de palma gigante representa uma alternativa na nutrição dos suínos no Nordeste brasileiro, pois é uma cultura bem difundida e de fácil acesso para os produtores rurais, tornando-se uma alternativa para a nutrição dos suínos. Neste contexto, este trabalho tem o objetivo de avaliar os efeitos da utilização da palma forrageira e os níveis mais adequados de inclusão nas dietas, tendo como intuito principal a redução dos custos de produção. 2.2. FARELO DE PALMA FORRAGEIRA A demanda de alimentos para atender às necessidades da população humana mundial vem gradativamente exigindo produção intensiva, respeitando cada vez mais as questões sociais, a segurança alimentar e o meio ambiente. Nesse contexto, a produção suinícola carece de um maior desenvolvimento, para transformar a menor quantidade possível de grãos e de outros alimentos em proteína de alto valor nutricional (COSTA et al. 2007). A palma forrageira é uma cultura que tem grande importância para pequenos, médios e grandes produtores rurais na região semiárida, principalmente em longos 20.

(21) períodos de estiagem, pois é uma das poucas fontes energéticas disponível nestes períodos. No Brasil, a palma foi cultivada com a finalidade de abrigar o inseto, denominado cochonilha do carmim (Dactylopius coccus), que não causa nenhum tipo de danos à planta, quando bem manejada, e produz um corante vermelho, o que resultou em uma ação sem sucesso. Com esse insucesso, a palma passou a ser cultivada como planta ornamental e posteriormente, por volta de 1915 a palma começou a ser explorada como forragem na alimentação animal (PESSOA, 1967). Essa cultura é considerada uma excelente fonte de energia, apesar de ser uma forragem muito utilizada na nutrição dos ruminantes ela tem um baixo teor de fibra dietética, mas é rica em carboidratos não fibrosos, 61,79% (WANDERLEY et al., 2002), o que torna uma alternativa na alimentação dos suínos. As cultivares redonda e gigante apresentam, em média, digestibilidade in vitro da matéria seca de 74,66%, (SANTOS et al., 1997). A planta da palma tem seu caule suculento, com uma casca verde e não possui folhas copadas. O caule é conhecido como cladódio ou raquete, possui tamanho que varia de acordo a espécie, de 30 a 80 cm de altura e 18 a 25 cm de largura (SUDZUKIHILLS, 2001). Para obtenção do farelo realiza-se o corte dos cladódios, em seguida, é submetido ao processo de trituração, secagem ao sol, aproximadamente seis dias, onde a viragem do material se faz necessário pelo menos duas vezes ao dia, e quando estiver com umidade inferior a 10% novamente triturado, para a produção do farelo. Ao avaliar o potencial de inclusão do farelo de palma forrageira em dietas isonutricionais em níveis de inclusão de até 21% para suínos em crescimento e terminação, foi observado que ocorre uma redução linear no custo de produção com item alimentação e aumento na rentabilidade. Com um nível de inclusão de 21 % de farelo de palma foi observada, para o crescimento e período total, uma redução de 5,25% e 8,1%, respectivamente, no custo de alimentação por kg de ganho de peso (EMBRAPA, 2006).. 21.

(22) Ludke et al. (2006), concluíram que é tecnicamente viável a utilização do farelo de palma para suínos em crescimento e terminação, caso apresente preço equivalente a 25% do preço do milho. Em relação à composição química, o farelo de palma apresenta valores médios de matéria seca de 10,2%, proteína bruta 5,3%, fibra em detergente neutro 26,9%, fibra em detergente ácido 22,4%, cálcio 2,78%, fosforo 0,13% e carboidratos solúveis 29,5% (SANTOS et al. 2006). A composição química da palma forrageira pode variar de acordo com a espécie, idade dos artículos, época do ano e fertilidade dos solos (FERREIRA, 2005). O farelo de palma gigante representa uma opção na nutrição dos suínos no nordeste brasileiro, pois é uma cultura bem difundida e de fácil acesso para os produtores rurais, e em condições de longos períodos de estiagem sempre se fez presente na alimentação animal. 2.3. FIBRAS DIETÉTICAS – POLISSACARÍDEOS NÃO AMILÁCEOS A fibra dietética refere-se aos componentes da parede celular vegetal, que são os carboidratos estruturais: celulose, pectina e hemiceluloses e a lignina, que é tido como um composto fenólico (MERTENS, 1992). Os efeitos fisiológicos das fibras dietéticas não dependem apenas de seus constituintes, e sim da relação entre as estruturas e as propriedades físicas e químicas dos seus componentes (CHITARRA, 2006). As fibras dietéticas podem ser consideradas como os polissacarídeos não amiláceos (PNAs), ou seja, compostos que parcialmente não são digeríveis por enzimas. Os PNAs estão subdivididas em dois grupos, as fibras solúveis e insolúveis, de acordo com a sua solubilidade em água. As fibras solúveis (pectinas, gomas, mucilagens, beta-glucanas e algumas hemiceluloses), formam géis na presença de água e são fermentáveis, funcionando como uma esponja, que retém água e sucos digestivos ficando encharcada, formando géis viscosos no trato digestivo, além de proporcionar um retardamento do esvaziamento gástrico, onde os alimentos ficam por mais tempo, aumentando o período de saciedade (LAIRON, et al. 2005).. 22.

(23) As fibras insolúveis (celulose, algumas hemiceluloses e lignina), formam misturas de baixa viscosidade e de pouca fermentação, que contribuem para aumentar o volume e a maciez das fezes, acelerando o transporte intestinal, e funcionando como fibras laxativas (LAIRON, et al. 2005). Em referência às fibras solúveis, as mucilagens são polissacarídeos ramificados que apresentam a competência de reter água e, são utilizados como laxantes. As gomas são polissacarídeos que produzem substâncias viscosas, são solúveis e dificultam à ação enzimática, no entanto, as fibras podem sofrer fermentação no intestino grosso pela ação dos microrganismos, fornecendo energia para a microbiota, sendo assim chamadas, também, de alimentos pré-bióticos. As β-glucanas são polímeros de glicose, resistentes a hidrólise digestiva, pois apresentam ligações β (1-4), β (1-3) (COSTA, 2008). Já as fibras insolúveis como a celulose, estão presentes na parede celular dos vegetais juntamente com a lignina e hemiceluloses, são constituídas por polímeros de glicose unidos por ligações β (1-4), são insolúveis em água, álcool ou ácidos diluídos e não são hidrolisadas por enzimas digestivas. A hemicelulose é formada por distintos polissacarídeos, onde seu alto grau de ramificação e a presença de moléculas ácidas lhes confere solubilidade em água, por ser menos resistente ao processo digestivo do que a celulose (COSTA, 2008). Devido a sua aptidão de formar ligações hidrofóbicas, a lignina não é considerada um carboidrato, mas sim um composto fenólico altamente insolúvel em substâncias polares, como a água. A mesma é classificada como fibra alimentar devido a sua propriedade de associar-se aos polissacarídeos fibrosos da parede celular dos vegetais (COSTA, 2008). Ramos (2007) afirma que, ao entrar em contato com a água no lúmen intestinal as fibras apresentam a capacidade de formar um gel viscoso que funciona como uma barreira à ação hidrolítica das enzimas, dificultando o contato destas com os grânulos de amido e com as moléculas proteicas e lipídicas do alimento, diminuindo o contato do bolo alimentar e a taxa de difusão das substâncias, dificultando assim o acesso dos nutrientes as células absortivas do intestino, interferindo diretamente na redução na digestibilidade e prejudique a absorção dos nutrientes das rações.. 23.

(24) 2.4. FIBRAS DIETÉTICAS NO SISTEMA DIGESTÓRIO DOS SUÍNOS Os suínos são animais monogástricos que possuem baixa eficiência na digestibilidade da fibra, pois seu trato digestivo é simples e de diminuta capacidade em relação ao armazenamento. Segundo Gomes et al. (2007), o estudo do incremento da fibra na ração de suínos sugere que a utilização de fibras dietéticas deve ser criteriosamente considerada para quais categorias de animais que serão utilizadas, uma vez que este componente é responsável pela redução na digestibilidade dos nutrientes da dieta. Dietas com alta quantidade de fibras insolúvel aumenta a taxa de passagem do alimento no trato gastrintestinal e pode prejudicar a digestão reduzindo a absorção dos nutrientes (LE GOFF et al. 2002). A origem e os níveis de fibras dietéticas podem atuar diretamente na morfologia da mucosa intestinal, provocando alterações na altura das vilosidades, profundidade das criptas e no número de células caliciformes (JIN et al. 1994; KLASING, 1998). A relação desejável entre vilosidades e criptas intestinais ocorre quando as vilosidades se apresentam altas e as criptas rasas, pois quanto maior a relação altura de vilosidade/profundidade de cripta, melhor será a absorção de nutrientes e menores serão as perdas energéticas com a renovação celular (LI, 1991; NABUUS, 1995), A profundidade da cripta é um indicativo da capacidade compensatória ou hiperplasia (aumento do número de células) das células epiteliais em decorrência de um maior nível de agressão à estrutura morfológica da mucosa intestinal causada pelo teor de fibra da dieta (ARAÚJO et al. 2006). A redução na área das vilosidades resulta em menor desenvolvimento enzimático, menor transporte de nutrientes e predispõem os animais à condição de má absorção, desequilíbrio hídrico e infecções entéricas (CERA et al. 1988). A redução da altura das vilosidades em decorrência do aumento na taxa de descamação epitelial pode ser resultante do incremento da profundidade da cripta, visando assegurar a adequada taxa de turnover celular e garantir a reposição das perdas de células da região apical das vilosidades (ARAÚJO et al. 2006; OETTING et al. 2006). 24.

(25) Em estudo realizado por Jin et al. (1994) demonstraram que houve um aumento na taxa de renovação das células epiteliais do ceco-colón, responsáveis pelo aumento da produção de muco no intestino de suínos, na fase de crescimento, recebendo níveis mais elevados de fibra na ração. Suínos na fase de crescimento alimentados com dietas contendo de 13 a 20% de FDN apresentaram aumento significativo da área ocupada pelas células caliciformes no epitélio do ceco e intensa reação histoquímica, confirmando que rações com elevados teores de fibras promoveram aumento na produção de muco, possivelmente uma tentativa de proteger o epitélio contra a ação grosseira da fibra. Na atualidade rações com incremento de fibras vêm sendo bastante utilizados na alimentação de porcas em gestação, pois aumentam a sensação de saciedade ao atuar sobre o trânsito intestinal e na capacidade de retenção de água. No intestino grosso a fibra sofre fermentação, onde produz ácidos graxos voláteis (acetato, propionato e nbutirato), colaborando expressivamente para as necessidades de manutenção da porca (ALIBÉS, 2012). Gomes et al. (2006) afirmam que a inclusão de alimento fibroso na dieta de suínos possui grande vantagem, pois a densidade energética da ração é menor o que permite maior sensação de saciedade naqueles animais que o acúmulo excessivo de gordura é indesejável, além de minimizar o estresse vindo do confinamento e da restrição alimentar de fêmeas reprodutoras. Segundo Frank (1983), suínos adultos, como nas fases de terminação e pósterminação, mesmo quando alimentados com elevados níveis de fibras dietéticas, são capazes de manter ganhos de peso em índices adequados, pela elevação do consumo, como tentativa de manter estável o nível de energia digestível ingerida. A adição de fibras dietéticas na alimentação de suínos nas fases de crescimento, terminação e pós-terminação permite melhor controle dos padrões de carcaças, adequando o ganho de peso animal com maior rendimento de carne magra (GOMES et al. 2007). O uso de alimentos com alto teor de fibras dietéticas já é uma realidade na suinocultura brasileira, grande parte das granjas exploram este potencial dos suínos,. 25.

(26) uma vez que, em determinados níveis de inclusão possibilita a redução de custos com a alimentação e melhorias na qualidade da carcaça. 2.5. UTILIZAÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NOS POLISSACARÍDEOS NÃO AMILÁCEOS. Os polissacarídios não amiláceos (PNAs) presentes nos alimentos usados nas dietas dos não ruminantes são: a celulose, beta-glucanos e pentosanos. Esses componentes são considerados fatores antinutricionais em função de sua localização na parede celular do endosperma e principalmente, em função da solubilidade de uma fração destes compostos. Os PNAs solubilizados são capazes de produzir elevada viscosidade e diminuição da disponibilidade dos nutrientes (SIMON, 2000). Em função de sua cadeia e as ligações com as unidades de açúcares, os PNAs são resistentes à hidrólise no trato digestório, e esta parte não digerida interfere na absorção dos demais nutrientes no trato digestivo, motivo de serem considerados como fatores antinutricionais (CONTE, et al., 2003). O efeito dos PNAs na dieta depende de aspectos referentes à origem do alimento (REMUS, 2008). Tais aspectos podem ser desde seus graus de solubilidade, insolubilidade, ou tamanho da partícula (MAVROMICHALIS et al, 2000). Segundo Choct (2001), os PNAs solúveis podem afetar a motilidade intestinal, tempo de trânsito intestinal, e prejudicar a atividade das enzimas endógenas para alcançarem os substratos, podendo afetar a digestibilidade de nutrientes e comprometer o desempenho dos animais. O uso de enzimas exógenas se torna importante, pois as mesmas tem a competência de hidrolisar os PNAs que podem ser potencialmente aproveitado pelo animal, aumentando a capacidade de utilização da energia presente nos alimentos. Logo, ocorre a liberação do conteúdo celular que se torna disponível à digestão enzimática, aumentando, desta forma, a digestibilidade de alguns dos nutrientes presentes nos alimentos utilizados nas rações (LIMA et al., 2007). As enzimas carboidratases, produzidas por fungos do gênero Aspergillus, têm sido utilizadas para hidrolisar os PNAs, podendo aumentar a digestibilidade de alimentos. 26.

(27) que apresentam elevado teor de fibra, como Arroz, o trigo, a cevada, o farelo de palma, o bagaço de caju, a aveia e o triticale (CONTE et al., 2003). Em estudo realizado por Slominski et al. (2006) utilizaram a suplementação de enzimas para quantificar o aproveitamento energético de dietas para frangos de corte e constatou que a utilização de enzimas exógenas demonstrou eficiência na degradação dos PNAs, potencializando o uso da energia da dieta e a digestão da gordura de origem vegetal. Um fator importante é a presença do antinutricional fitato, presente nos ingredientes de origem vegetal que funciona como uma reserva fosfórica durante o processo de germinação da semente. É uma molécula polianiônica com capacidade para quelatar nutrientes positivamente carregados, o que o torna um antinutricional, afetando a absorção das proteínas, energia, minerais-traço e cálcio (SELLE, 2007). O fitato é um sal formado pelo ácido fítico ligado a íons (Na+, Mg++, K+, Ca++ e Zn++). Os minerais e alguns nutrientes, quando ligados à molécula de ácido fítico, tornam-se indisponíveis ao animal e não conseguem ser solubilizados. Em geral, os cereais e as sementes de leguminosas usadas na nutrição dos não ruminantes apresentam quantidades de fitatos que podem afetar o desempenho (DARI, 2004). O uso das enzimas exógenas já é uma realidade dentro das granjas, a utilização da enzima fitase nas dietas possibilita catalisar o fitato, disponibilizando fósforo e outros elementos indisponíveis nos grãos, como cálcio, magnésio, zinco, ferro e moléculas orgânicas, como aminoácidos (ROLAND et al., 2006). A adição de enzimas exógenas nas dietas melhora a eficiência de produção das aves e suínos pelo aumento da digestibilidade de alimentos grosseiros e de baixa qualidade e também possibilita a redução da perda de nutrientes nas fezes, sendo possível reduzir os níveis nutricionais da dieta com possíveis vantagens econômicas. As enzimas são acrescentadas à ração animal com a finalidade de aumentar a sua digestibilidade, remover fatores antinutricionais, melhorar a disponibilidade dos nutrientes, reduz impactos ambientais diminuindo as concentrações de nitrogênio e fósforo nas excretas (LIMA et al., 2007).. 27.

(28) Atualmente são comercializados uma série de complexos enzimáticos (carboidratases, proteases, fitases e lipases) para serem incorporados nas dietas, com intuito de melhorar a digestibilidade de alguns alimentos. Em dietas para não ruminantes, a atividade enzimática deve ser suficientemente alta para permitir que o tempo de trânsito intestinal seja relativamente baixo. Além disso, a enzima empregada deve ser capaz de resistir a condições desfavoráveis que possam ocorrer durante o processo de preparação da ração, como a extrusão ou peletização, ou que existam naturalmente no trato gastrointestinal (MCCLEARY, 2001). A digestibilidade das dietas pode ser melhorada com a suplementação das enzimas exógenas. Em estudos realizados por Rutherfurd (2002), foi constatado que a utilização da enzima fitase na dieta melhora a absorção de minerais e a digestibilidade de aminoácidos. Outro estudo realizado por Nunes et al. (2001) constatou melhorias na digestibilidade dos lipídeos e dos carboidratos. Han (1997) reporta uma melhoria de 4,8; na digestibilidade aparente da matéria seca e 6,1% da proteína bruta, com a adição de 0,1% de amilase. Já Choct (2001) verificou que a adição das enzimas exógenas na dieta melhorou a energia metabolizável aparente em 24%, a digestibilidade da matéria seca em 17% e a conversão em 31%, e ainda conseguiu reduzir em 50% a viscosidade da digesta. 2.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto, observa-se que a palma forrageira é uma cultura bem cultivada no Nordeste brasileiro, é rica em carboidratos não fibrosos e tem potencial para ser utilizado nas dietas dos suínos, sabendo que os não ruminantes apresentam limitações no seu trato digestivo para digerir esse tipo de alimento e que altos níveis podem agredir a mucosa intestinal, seu uso é limitado, porem o uso de enzimas exógenas vem se mostrando uma alternativa para melhorar a digestibilidade de alimentos com altos teores de fibras dietéticas.. 28.

(29) 2.7. REFERÊNCIAS ALIBÉS, F. B. A fibra na nutrição das porcas. 2012 Disponível em: <http://www.3tres3.com.pt/alimentacao_porca/a-fibra-na-nutric%C3%A3o-dasporcas_6402/>. Acesso em: 28/05/2013. ARAÚJO, L.F. et al. Utilização da levedura desidratada (Saccharomyces cerevisiae) para leitões na fase inicial. Santa Maria, Ciência Rural, v.36, n.5, p. 1576-1581, 2006. CERA, K. R. et al. Effects of age, weaning and postweaning diet on small intestinal growth and jejunal morphology in Young swine. Journal of Animal Science. 66:574. 1988. CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutas e hortaliças. glossário. Lavras: UFLA, p. 256. 2006. CHOCT, M. In: Enzyme in Farm Animal Nutrition. 145-160. CAB International. 2001. CONTE, A. J. et al. Efeito da fitase e xilanase sobre o desempenho e as características ósseas de frangos de corte alimentados com dietas contendo farelo de arroz. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 32, n. 5, p. 1147-1156. 2003. COSTA, M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Viçosa: UFV, p. 400, 2008 DARI, R. L. Utilização de fitase na alimentação de aves. Anais... Conferência APINCO Ciência e Tecnologia Avícolas, Santos, SP, p.127. 2004. DERAL (DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL). Suinocultura: Análise da Conjuntura Agropecuária. 16p. Brasil. 2013. EMBRAPA,. 2006.. Suínos.. Disponível. em:. http://www.cnpsa.embrapa.br/resultados/2006/suinos26.pdf. Acesso em 02/11/2012 às 09:50. 29.

(30) FERREIRA, M. de A.. Palma forrageira na alimentação de bovinos leiteiros. Recife: UFRPE, Imprensa Universitária, p. 68, 2005. FUNPALMA. Fundo de Apoio à Cultura da Palma Forrageira. Projeto de lei. 3p. 2013. FRANK, G. R.; AHERNE, F. X.; JENSEN, A. H. A study of the relation shop between performance and dietary component digestibility by swine fed diferente levels of dietary feber. Journal of animal Science, v.57, p. 645-654, 1983. GOMES, J. D. F. et al. Efeitos do incremento da fibra em detergente neutro na ração de suínos sobre a histologia de segmentos do trato intestinal. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci, São Paulo, v. 2, n. 43, p. 210-219, 2006. GOMES, J. D. F. et al. Efeitos do incremento de fibra dietética sobre a digestibilidade, desempenho. e. características. de. carcaça:. I.. Suínos. em. crescimento. e. terminação. Ciências Agrárias, Londrina, v. 28, n. 3, p. 483-492, 2007. HAN, Z.; MARQUARDT, R. R. Enzymes in Poultry and Swine Nutrition. IDRC. 1997. JIN, L. et al. Effects of dietary fiber on intestinal growth, cell proliferation and morphology in pigs. Journal of Animal Science, v. 72, p. 2270-2278, 1994. KLASING, K.C. Nutricional modulation of resistence to infectious disease. Poultry Science, Champaign, v.77, n.8, p. 1119-1125, Aug, 1998. LAIRON, D. et al. Dietary fiber intake and risk factors for cardiovascular disease in French adults. American Journal of Clinical Nutrition, New York, v.82, p. 11851194, 2005. LE GOFF, G.; VAN, M. J.; NOBLET, J. Influence of dietary fiber on digestive utilization and rate of passage in growing pigs, finishing pigs and adult sows. Animal Science, v.74, p.503-515, 2002. LI, D. F. Interrelationship between hypersensitivy to soybean proteins and growth performance in early–weaned pigs. Journal of Animal Science, v.69, p. 4062–4069, 1991.. 30.

(31) LIMA, M. R. et al. Enzimas exógenas na alimentação de aves. Acta Veterinaria Brasilica, São Paulo, v. 1, n. 4, p.99-110, 2007. LUDKE, J. V. et al. Farelo de palma forrageira na alimentação de suínos em crescimento e terminação – desempenho e avaliação econômica (1). In: IV Congresso Nordestino de Produção Animal. Anais... Petrolina, p. 759-761, 2006. MAVROMICHALIS, I. et al. Enzyme supplementation and particle size of wheat in diets for nursery and finishing pigs. Journal of Animal Science, 78: 3086-3095. 2000. MCCLEARY, B.V. Analysis of Feed Enzymes. Oxford, CAB Publishing. 2001. MERTENS, D. R. Análise da fibra e sua utilização na avaliação de alimentos e formulação de rações. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL EM RUMINANTES, 29., 1992, Lavras. Anais... Lavras: Sociedade Brasileira de Zootecnia, p. 188-212. NABUUS, M. J. A. Microbiological, structural and function changes of the small intestine of pigs at weaning. Pigs News and Information, Oxfordshire, v.16, n.3, p. 9397, 1995. NUNES, E. S. S.et al. Enzimas digestivas exógenas na alimentação de juvenis de tambaqui. Pesquisa Agropecuária Brasileira. v.41: p139-143. 2006. OETTING, L. L. et al. Efeitos de extratos vegetais e antimicrobianos sobre a digestibilidade aparente, morfometria e histologia intestinal de leitões recém desmamados. Viçosa, Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.4, p. 1389-1397, 2006. PESSOA, A. S. Cultura da palma forrageira. Recife: SUDENE. Divisão de Documentação, 1967. 98p. (SUDENE. Agricultura, 5). RAMOS, L. de S. N. et al. Metabolizabilidade dos Nutrientes em Frangos de Corte Alimentados com. Raçoes. Contendo Diferentes Níveis. da Polpa de Caju. Desidratada. Revista Cientifica de Produção Animal, Garanhuns, v. 2, n. 9, p. 137145, 2007. REMUS, J. C. Enzyme Combinations to Optimize Byproducts Use in Corn-Based Poultry Feed. 35th Poultry Nutrition Conference, Carolina Feed Industry Association. North Carolina, EUA, p. 23-41. 2008. 31.

(32) ROLAND, D. A. et al. Comparison of Nathuphos and Phyzyme as Phytase Sources for Commercial Layers Fed Corn-Soy Diet. Poultry Science Assoc. 2006. RUTHERFURD, S. M., CHUNG, T. K. & MOUGHAN, P. J. The effect of microbial phytase on ileal phosphorus and amino acid digestibility in the broiler chicken. Brit. Poultry Sci. 44:598-606. 2002. SANTOS, D. C. de et al. Manejo e utilização da palma forrageira (Opuntia e Nopalea) em Pernambuco. Recife: IPA, 2006. SANTOS, D.C. et al. A palma forrageira (Opuntia ficus indica Mill e Nopalea cochinilifera Salm Dyck) em Pernambuco, cultivo e utilização. Recife: IPA, 1997. 23p. (IPA, Documentos, 25). SELLE, P. H.; RAVIDRAN, V. Microbial phytase in poultry nutrition: Review. An. Feed Sci. Technol. 2007. SIMON, O. 2000. Non starch polyssacharide (NSP) hydrolysing enzymes as feed additives: mode of action in the gastrointestinal tract. Lohmann Information, n. 23, pg.7 SLOMINSKI, B. A.; MENG, X.; CAMPBELL, L. D.; GUENTER, W.; JONEST, O. The use of enzyme technology for improved energy utilization from full-fat oilseeds. Part II: Flaxseed. Poultry Sci. 85:1031-1037. 2006. SUDZUKI-HILLS, F. Anatomia e fisiologia. In: Agroecologia, cultivo e usos da palma forrageira. Traduzido por SEBRAE/PB. João Pessoa: SEBRAE/PB, p.28-34, 2001. WANDERLEY, W. L.; FERREIRA, M. A.; ANDRADE, D. K. B. et al. Palma forrageira (Opuntia ficus indica Mill) em substituição à silagem de sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) na alimentação de vacas leiteiras. Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n.1, p. 273-281, 2002.. 32.

(33) 3. FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO.. Trabalho a ser submetido a revista: REVISTA CAATINGA Página eletrônica: http://periodicos.ufersa.edu.br/revistas/index.php/sistema ISSN: 0100-316X. 33.

(34) FARELO DE PALMA GIGANTE COM ADIÇÃO DE ENZIMAS EXÓGENAS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO1. ERNESTO GUEVARA BEZERRA SILVA*2, JOSÉ APARECIDO MOREIRA³. RESUMO – A pesquisa foi desenvolvida com objetivo de avaliar a digestibilidade do farelo de palma gigante (FPG), o desempenho, a viabilidade econômica das dietas experimentais e peso dos órgãos dos suínos em fase de crescimento, com dietas compostas de diferentes níveis de inclusão do farelo de palma gigante (FPG), associado ao complexo enzimático (CE). No ensaio de digestibilidade, foram utilizados dez suínos machos castrados com peso médio de 34,3 ± 6,35kg. Cinco alimentados com uma ração-referência e cinco receberam a ração-teste, com 30% de substituição da raçãoreferência pelo FPG, por um período de quinze dias. Neste período, realizou-se diariamente (às 8h) a coleta total de fezes sem uso de marcador.. No ensaio de. desempenho, utilizaram-se vinte fêmeas, com peso médio de 28,62 ± 3,66kg distribuídas em blocos ao acaso, com cinco tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos consistiram em níveis de inclusão do FPG, associado ao CE, seguindo distribuição: 0%; 5%; 10%; 5% + CE; 10% + CE, onde os tratamentos com adição do CE teve um déficit de 100 kcal/kg nas dietas. O valor digestível da energia bruta do FPG para suínos em crescimento é de 1113,83 kcal/kg. Observou-se que o ganho de peso e o peso absoluto dos órgãos não foram influenciados pelas dietas. A conversão alimentar, o consumo de ração e peso relativo do estômago, apresentou diferença entre si (P<0,05). Também constatou-se que a inclusão do CE associado ao FPG supriu o déficit de 100 kcal/kg. No presente estudo recomenda-se a inclusão do complexo enzimático associado a 10% do farelo de palma gigante, pois apresentou melhor relação conversão alimentar / custo de ração. PALAVRAS-CHAVE: Alimento alternativo. Opuntia. Fibra dietética. Suinocultura. Complexo enzimático.. * Autor para correspondência 1 Recebido para publicação em .............................; aceito em ............................... Parte da Dissertação de Mestrado do primeiro autor. 2 Zootecnia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, Campus de Macaíba. Macaíba - RN, ernestoguevara88@gmail.com. 34.

(35) GIANT PALM BRAN WITH ADDITION OF EXOGENOUS ENZYMES IN THE NUTRITION OF SWINE IN GROWTH. ABSTRACT – The research was developed to evaluate the digestibility of gross energy from giant palm bran, the performance of growing pigs, organ weights and the economic viability of diets composed of different levels of inclusion of giant cactus meal, with and without addition of enzyme complex (EC). In the digestibility analysis, ten castrated male swine with an average weight of 34.3 ± 6.35kg were used. Five of them were fed with a reference feed, and the five others received a feed testing, with 30% of substitution of a reference diet by giant palm bran, for a period of fifteen days. In this period, the total feces collection was made daily (8am) without a label use and stored in freezer. In the performance test, twenty females swine were used, they were distributed in randomized blocks design with five treatments and four replications. The treatments consisted of inclusion of levels of giant palm bran, associated with the enzyme complex, following a distribution: 0%; 5%; 10%; 5% + EC; 10% + EC, where treatments with EC addition had a deficit of 100 kcal / kg in the diets. The value of the gross digestible energy of giant palm bran for pigs in the growth phase was 1113.83 kcal / kg. It was observed that the weight gain and the absolute weight of the organs of pigs were not affected by the diets. However, feed conversion, feed intake and relative weight of the organs showed alterations (P <0.05). It was also found that the inclusion of the enzyme complex associated with giant palm bran supplied the deficit of 100 kcal/kg.. Keywords: Alternative Food, Opuntia, non-starch polysaccharides, Swine Production, Enzyme.. 35.

(36) 3.1. INTRODUÇÃO A suinocultura brasileira tem vivenciado diversos períodos de instabilidade, em função do baixo preço da carne associado a elevados custos de produção. Os ingredientes tradicionais utilizados nas dietas de suínos, como milho e farelo de soja têm tido elevações significativas no seu preço nos últimos anos, refletindo em menor lucratividade da atividade suinícola. A soja e o milho constituem a base da alimentação de suínos e, apesar do Brasil ser grande produtor de grãos, esses produtos chegam ao Nordeste em determinadas épocas do ano com valor elevado, esses grãos tem variação de valores de acordo com o mercado internacional e ainda competem com a alimentação humana, tornando-os de difícil acesso para muitos produtores. Em alguns períodos do ano o milho pode representar até 40% dos custos totais de produção (ALBINO, 2011). A alimentação na criação de suínos é o item que mais onera os custos de produção, pois é responsável por aproximadamente 75% dos custos totais de produção de uma suinocultura de ciclo completo, podendo ser um entrave para o desenvolvimento da atividade em determinadas regiões do país (DERAL, 2013). Nas regiões semiáridas do Nordeste brasileiro, a palma forrageira tem se destacado pela sua capacidade de adaptação às condições edafoclimáticas e alta produção de matéria verde por área. O Brasil vem se destacando por ser o maior produtor mundial de palma forrageira, estima-se que existam cerca de 500 mil hectares de palma forrageira no Nordeste (FUNPALMA, 2013). O possível uso dos alimentos alternativos na alimentação de suínos depende de uma série de fatores, reconhecimento das suas potencialidades e restrições, de modo a manterem produtividade e possibilitarem redução dos custos de produção, com reflexos sobre a viabilidade da atividade (RIBEIRO, 2010). Ao se considerar a utilização de alternativas para a composição das dietas, deve atentar-se a qualidade, preços relativos aos ingredientes tradicionais e disponibilidade, buscando a vantagem no preço, sem desconsiderar a qualidade do ingrediente que será utilizado (ARAÚJO, 2007).. 36.

(37) A palma forrageira é um alimento que apresenta uma quantidade significativa de fibras dietéticas. As fibras dietéticas são consideradas como polissacarídeos não amiláceos (PNAs), representando os componentes da parede celular vegetal, contabilizado como fração fibrosa ou fibra bruta, presentes nas matérias-primas vegetais (KRABBE, 2011). Segundo Castilho et al., (2005) os PNAs podem afetar o tempo de trânsito intestinal, motilidade intestinal, viscosidade intestinal e pode prejudicar a ação das enzimas endógenas para alcançarem os substratos, isso ocorre devido a sua capacidade de absorção de água e ausência de enzimas especifica para sua degradabilidade. As enzimas exógenas proporcionam a hidrolise dos PNAs, fazendo com que ocorra maior aproveitamento dos nutrientes presentes nos alimentos que são utilizados nas rações dos suínos (LIMA et al., 2007). Atualmente, diversos trabalhos vêm sendo realizados com o objetivo de avaliar a utilização dos alimentos alternativos, associados aos complexos enzimáticos na nutrição dos suínos, pois dentro de determinados níveis de inclusão dietética podem substituir parcialmente ingredientes tidos como convencionais e proporcionar redução nos custos de produção.. 3.2. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido no setor de pesquisa em suinocultura da Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias – Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ), Campus de Macaíba no município de Macaíba e as análises laboratoriais, no Laboratório de Nutrição Animal (LNA) na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no município de Natal, as análises seguem a metodologia recomendadas por Silva e Queiroz (2002). Para estudar a digestibilidade do farelo de palma gigante, foram utilizados 10 (dez) suínos de linhagem comercial, machos castrados com peso médio de 34,3±6,7 kg. O delineamento experimental, foi em blocos casualizados, com base no peso dos animais. Cinco animais receberam ração-controle à base de farelo de milho, farelo de soja, óleo e núcleo comercial (Tabela 1), de forma a atender às exigências dos animais. 37.

(38) segundo Rostagno et al. (2005) e os outros cinco animais receberam ração teste com 30% de substituição da ração referência pelo farelo de palma gigante. O farelo de palma gigante foi obtido a partir do corte dos cladódios secundários da planta, em seguida, foi submetido ao processo de trituração, secagem ao sol, em um período de seis dias, e novamente triturado, com um rendimento médio de 10%, para ser adicionado às dietas experimentais. Foi realizada a coleta de uma amostra representativa do farelo de palma, para análise laboratorial. A composição das dietas experimentais do farelo de palma gigante encontra-se na Tabela 1 (experimento digestibilidade).. Tabela 1. Análise e composição centesimal da dieta referência e do farelo de palma gigante. Ingredientes Ração controle Farelo de palma gigante Farelo de milho 70,96 Farelo de Soja. 25,07. -. Núcleo comercial¹. 3,00. -. Óleo. 0,97. -. Matéria Seca (%). Composição química analisada 94,05. 94,56. Proteína Bruta (%). 18,91. 3,73. FDN (%). 34,37. 36,04. FDA (%). 3,35. 12,22. Matéria mineral (%). 4,82. 11,45. Cálcio (%). 2,86. 1,77. Fósforo (%). 0,31. 0,25. 1Níveis de garantia do produto: Cálcio (Min) 240,00 g/kg, Cálcio (Max) 245,00 g/kg, Fósforo (Min) 25,00 g/kg, Vitamina A (Mín) 180.000,00 UI/kg, Vitamina D3 (Mín) 32.000,00 UI/kg, Vitamina E 720,00 UI/kg, Vitamina K3 (mín) 36,00 mg/kg, Ácido Fólico (Min) 18,00 mg/kg, Biotina (Min) 1,80 mg/kg, Niancina (Min) 638,00 mg/kg, Ácido Pantotenico (Min) 362,00 mg/kg, Vitamina B1 (mín) 27,00 mg/kg, Vitamina B2 (mín) 108,00 mg/kg, Vitamina B6 (Min) 36,00 mg/kg, Vitamina B12 (Min) 580,00 mcg/kg, Sódio (Min) 55,00 g/kg, Ferro (Min) 3.200,00 mg/kg, Cobre (Min) 5.000,00 mg/kg, Zinco (Min) 2.240,00 mg/kg, Manganês (min) 1.280,00 mg/kg, Iodo (Min) 25,00 mg/kg, Selênio (Min) 9,00 mg/kg, Cobalto (mín) 12,00 mg/kg, Colistina (min) 200,00 mg/kg, Fitase (Min) 17,00 ftu/g.. O período experimental teve duração de quinze dias, sendo nove dias de adaptação às gaiolas e regularização dos alimentos no trato digestivo e seis dias de coleta total.. 38.

(39) No ensaio de digestibilidade, o arraçoamento foi realizado duas vezes, às 08:00 e às 16:00 horas, onde a quantidade de ração foi calculada de acordo com o consumo no período de adaptação. A quantidade de alimento foi ajustada de forma gradativa e ao final, os animais passaram a receber com base no peso metabólico (PV0,75) de cada unidade experimental. Os animais foram alojados individualmente em gaiolas de metabolismo tipo Pekas, onde receberam quantidades diárias de cada dieta de acordo com o seu peso metabólico. As fezes foram coletadas diariamente pelo método de coleta total (BAYLEY, 1971) e foram pesadas, maceradas e homogeneizadas, sendo retirada uma alíquota de 20% do conteúdo total e armazenado em freezer. No final do período de coletas, as fezes foram descongeladas, homogeneizadas, pesadas e submetidas a uma estufa de ventilação forçada a 60ºC por 72 horas. Após a retirada da estufa, as amostras foram pesadas, moídas e acondicionadas para a análise. No ensaio de desempenho, estudaram-se as variáveis, ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar, viabilidade econômica das dietas e peso dos órgãos. Foram utilizados 20 leitões fêmeas, com peso médio inicial de 28,62 ± 3,66 kg. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com base no peso inicial dos animais, com cinco tratamentos, quatro repetições, cuja unidade experimental foi representada por um suíno, alojados em baias individuais com comedouros de concreto e bebedouros tipo “chupeta”. Os tratamentos consistiram da inclusão do farelo da palma gigante (FPG) nas rações experimentais em níveis de 0; 5; 10% sem complexo enzimático (CE) e 5 e 10% com adição do CE, seguindo as recomendações do fornecedor (0,2 kg/t) como mostra na Tabela 2. As rações foram formuladas para atender às exigências nutricionais dos animais, fêmeas de alto potencial genético com desempenho regular (ROSTAGNO et al., 2005). Para as dietas contendo o complexo enzimático foi dado um déficit de 100 kcal/kg, com o objetivo de avaliar a sua eficiência. A água e a ração foram fornecidas ad libitum.. A composição centesimal das rações experimentais para o ensaio de. desempenho e composição encontra-se apresentada na Tabela 2.. 39.

Referências

Documentos relacionados

Resultados: São apresentados quatro artigos: o primeiro resultou de uma análise documental do alinhamento dos projetos pedagógicos dos cursos de duas instituições

As ferramentas são utilizadas para apertar/remover parafusos – ver tipo de parafuso recomendado – nos diversos materiais, consoante a espessura especificada. Devem utilizar-se

Quando se estudou a altura de planta na cultura da palma forrageira, tanto em sistema exclusivo (palma solteira), quanto no sistema de consórcio (palma x pornunça),

Diante do exposto, objetivou-se avaliar a digestibilidade aparente de dietas baseadas em diferentes fontes de carboidratos (milho, raspa de mandioca e palma forrageira) associadas a

Diante do exposto, acredita-se que a utilização de cobertura morta no sistema de cultivo da palma forrageira trará redução no consumo de água pela cultura, bem como melhorias no

A Seguir: Garota da Barra, Pavona, Greenhill, Chocolatera, Mai Tai Monsoon, Ilha de Páscoa, Awesome Lady. Gerson Martins Lady Charlotte Hipódromo da Gávea

2ª CATEGORIA - MACHOS DE MAIS DE 30 ATÉ 33 MESES.. LTDA

* * Redistributions in binary form must reproduce the above copyright notice, this list of conditions and the following disclaimer in the documentation and/or other materials