Clélia Costa
Clélia Costa
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27/09/2013
27/09/2013
Simpósio Ambiente e Saúde
Elevada utilização de piscinas, com finalidade lúdica, desporto, profissional ou terapêutica.
Vários tipos de piscinas:
• ar livre • cobertas • municipais • terapêuticas • olímpicas • jacuzzi
As piscinas cobertas utilização em todas as estações do ano.
E n q u a d r a m e n t o t e ó r i c o
Para a avaliação da qualidade da água das piscinas só é considerada a contaminação bacteriológica
Não existe legislação para a presença de fungos em água e superfícies das piscinas
Os microrganismos presentes neste tipo de instalações apresentam risco biológico tanto para os utilizadores, como para os profissionais.
Os indivíduos portadores de microrganismos patogénicos podem contaminar a água da piscina e/ou objetos e materiais
com fungos que podem provocar dermatomicoses
As dermatomicoses mais associadas à frequência de piscinas são as micoses superficiais
Pé de atleta (Tinea pedis)
No entanto, também outros tipos de micoses
Cutâneas Onicomocoses
Identificar a presença de agentes fúngicos na água e nas superfícies
de piscinas cobertas, no distrito de Lisboa
Contribuindo para a avaliação do seu impacto em saúde pública, com vista à
Piscinas cobertas, distrito de Lisboa, mensalmente de Janeiro a Junho de 2008:
13 municipais e terapêuticas
• 37 amostras de água
• 74 amostras de superfícies
À superfície junto às paredes do tanque
A 30 cm de profundidade junto às paredes do tanque
Transporte das amostras até ao laboratório refrigeradas AMOSTRAGEM - ÁGUA
10 cm
Zaragatoa estéril Água peptonada estéril
Realizam-se duas colheitas em pontos diferentes da piscina
10ml
10 cm
Análise laboratorial
Sementeiras das amostras de água
100 ml
Método de filtração
Meio de extracto de malte com cloranfenicol
Meio de agar micobiótico M a t e r i a l e M é t o d o s
Análise laboratorial
Sementeira das amostras de superfícies
Método de espalhamento
0,20 µl
Meio de Extracto Malte com cloranfenicol
Meio de Agar Micobiótico
Água das piscinas
9 géneros de fungos demaciáceos (59%) •Cladophialophora sp. (20,4%)
• Leveduras NI (18,5%) • Actinomicetes (9,42%) • Phoma (8,9%) •Cladosporium sp. (8,4%)
Trichosporum spp. (20,8%) Rhodotorula spp. (12,7%) SUPERFÍCIES Phoma (9,4%) Exophiala (9,1%) Leveduras NI (4,6%) Mais frequentes
Acremonium
Alternaria
Aphanoascus
Aspergilus
Aerobasidium
Chaetomium
Cladophialophora
Phoma
Scytalidium
Infeções cutâneas, subcutâneas ou sistêmicas, tanto indivíduos imunodeprimidos como para imunocompetentes
Cladophialophora - incluem espécies que causam cromoblastomicose e outras
infecções na pele, bem como infeções disseminadas e cerebrais, frequentemente em indivíduos imunocompetentes
Aspergillus - As manifestações clínicas vão desde reações de
hipersensibilidade - aspergilose alérgica - até formas pulmonares e cerebrais – aspergiloma.
Acremonium – pode provocar artrites, osteomielites, peritonites,
endocardites, pneumonia e infeções subcutâneas
Patologias associadas
Patologias associadas
Scedosporium - Infeções localizadas e disseminadasCladosporium - podem ser patogénicas para o Homem, embora raras, mas
podem causar infeções na pele, sinusite e infeções pulmonares
Se nao forem tratadas estas infeções evoluir para pneumonia.
Fungos demaceáceos possuem uma característica a presença de melanina, responsável pela pigmentação escura dos esporos que parece ser um fator associado à virulência
Alternaria – é alergénico comum em humanos e reações de hipersensibilidade
que por vezes pode desencadear asma
Contaminação fúngica Tipo de piscina
Perce ntagem de fungos na água à superfície de 3 tipos de piscinas
(n=261) 2% (n=6) 25% (n=64)
73% (n=191)
Terapêuticas Municipais Outras
Percentagem de fungos a 30 cm de profundidade em 3 tipos de piscinas
20% (n=59)
46% (n=135) 34% (n=99)
Terapêuticas Municipais Outras Água à superfície contaminação superior piscinas terapêuticas
Água a 30 cm contaminação superior piscinas terapêuticas
Contaminação fúngica e contaminação bacteriológica
Própria Aceitável Imprópria TOTAL
N 26 3 8 37
Percentagem
(%) 70,3 8,1 21,6 100
50% de amostras positivas para fungos na água
Contaminação bacteriológica
ANOVA existem diferenças significativas:
Água à superfície > Contaminação Fúngica Imprópria Água a 30 cm > Contaminação Fúngica Própria
Proposta de indicadores micológicos para a água das
piscinas:
100 ufc/100 ml Contagem Total de Fungos
A superfície de contacto do corpo humano com a água é superior, comparativamente às superfícies das piscinas.
Inalação e ingestão
Monitorização de agentes fúngicos paralelamente a análise
bacteriológica da água
As superfícies podem ser fontes de contaminação da água
da piscinas
Estender o estudo a outros tipos de piscinas nomeadamente
Jacuzzi, água de chuveiros e outros sistemas que facilitem a
dispersão dos esporos fúngicos
Elevada biodiversidade incluindo a presença de alguns
fungos potencialmente patogénicos
Superficiais mais frequentes nas
piscinas
Subcutâneas
Sistémica
Patologias mais severas
Menos frequentes
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Professora Doutora Deodália Dias da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa;
Doutora Maria Laura Martins Rosado de Sousa do INSA, I.P. ;
Equipa do Laboratório de Micologia do INSA, I.P. (Dra. Cristina Veríssimo, Dra. Helena Parada, Dra. Raquel Sabino, Dr. João Brandão, D. Nazaré);
Equipa do Laboratório de Microbiologia de Águas do INSA, I.P. (Dra. Leonor Falcão, Eng.ª Raquel Rodrigues, Técnica Manuela Barroso, Dra. Cecília Silva, Dra. Filipa Ferreira, Dra. Raquel Rocha);
Dra. Eleonora Paixão pelo apoio no tratamento estatístico.