Universidade Federal
de
Santa
CatarinaCentro
Sócio
Econômico
S 'Departamento
de
Ciências
Econômicas
Curso de Pos-Graduação
em'Economia
Mestrado
em
Economia
IndustrialCAPITAL
HUMANO,
DIFUSÃO
TECNOLÓGICA
E
CONVERGÊNCIA
DE
RENDAS
PER
CAPITA:
UMA
ANALISE
DE
PAINEL
DE
DADOS
PARA
OS
ESTADOS
BRASILEIROS
DE
1985
A
1995
Flávio
de
OliveiraGonçalves
Dissertação apresentada ao Departamento
de
Economia da
Universidade Federal'de SantaCatarina
como
requisito parcial para aobtenção do título de mestre
em
economiaFLORIANÓPOLIS
Flávio
de
OliveiraGonçalves
CAPITAL
HUMANO,
DIFUSÃO
TECNOLÓGICA
E
CONVERGENCIA
DE
RENDAS
PER
CAPITA:
UMA
ANALISE
DE
PAINEL
DE
DADOS
PARA
OS ESTADOS
BRASILEIROS
DE
1985
A
1995
Banca
Examinadora:
Prof. Dr.
Fernando Seabra
-presidente
(orientador)Prof. Dr. Joanílio
Rodolpho
Teixeira -membro
Prof. Dr.
Robert
Samohil
-membro
Prof. Dr.
João
Rogerio
Sanson
-suplente
FLORIANÓPOLIS
1998
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SANTA
CATARINA
Centro
de
Pós-.Graduaçãoem
Economia
CAPITAL
HUMANO,
DIFUSÃO
TECNOLÓGICA
E
CONVERGÊNCIA
DE
RENDAS
PERCAPITA:
UMA
ANÁLISE
DE
PAINEL
DE
.DADOS
PARA OS ESTADOS
'BRASILEIROS
DE
1985
A
1995
Flávio
de
OliveiraGonçalves
I “
I
-
*I A
›¡,,,¡,,,¿.,¿,,§Ê,Í .¿__,Í_ __ E“°:°¡-1: ll
É
Onentador:
Prof. Dr.Fernando Seabra
-es, se
Florianópolis -
SC
Agradecimentos'
Agradeço
a todosque de
uma
maneiraou de
outra colaboraramcom
arealização desta dissertação, e
em
especial para:Inicialmente
meu
co-orientador Prof. Dr. JoanílioRodolpho
Teixeira, cujaexperiência e
boa
vontade foram essenciais na construção _da dissertação. Auxiliandonão apenas
nas
dúvidas e definição .das idéias aserem
selecionadas dentrode
um
emaranhado de
teorias diferentes,mas também
dando
o apoio moral e estímuloquando
necessário..
Ao
meu
orientador Fernando Seabra,que
durante a elaboraçãodo
trabalho,com
rigor e precisão, teceu comentários e críticas evitando erros aque estamos
sujeitos.
Aos
professores J. R.Sanson e
Jean-Luc Rosinger pelo apoio e estímulodurante o curso, ensinando a ter disciplina
na
buscado
entendimentoda
teoriaeconômica.
À
Evelise, funcionária dedicadaque
tantos pepinos resolveu via «embratelÀ
minha
família,que sempre
me
apoiou,mesmo
a distância.Aos
amigos
do cursode
Pós-Graduação, por terem agüentadomomentos
difíceis e dividido
momentos
de
diversão no meiodo
stressedo
curso.Em
especial àAna
Paula,amiga
confidentesempre
disposta a ouvir-me.Aos meus
amigosem
Brasília, pela força e auxílio emocional necessários-nafase
de
elaboração da dissertação.Em
especial àquelesque
me
ouviram reclamartanto
de
faltade
inspiraçãocomo
o Paulo e o Arthur.À
minha
companheira Cristina, pela-compreensão e apoionas
horas maisdifíceis.
Esta dissertação á
dedicada à
memória
de
Adaíde Toledo de
Oliveira,minha
avó,que
com
carinhome
ensinou
o
verdadeiro papelda educação
e
lições -de vidanunca
esquecidas.ÍNDICE
|NTRoDuçAo
1cAPiTui.o
|7
A
'NTCE
A
CONVERGÊNCIA
'DASRENDAS
PEÍ2'CAPITA
71.1 -
Evolução
Teórica _ 71.2 -
O
Modelo
.AK 91-.3 -
O
Modelo
de Lucas
111.4 -
O
modelo
de
Romer
1990
14
1.4.1 -
O
caminho
ótimo e o estado estacionário 18. .
-s
1.5 -
Convergência
entreRendas
per capita versus Difusão TecnoIó.gica 21i) Convergência Condicional 21
ii) Convergência Absoluta 22_
iii) Club
Convergence
23
iv) Difusão Tecnológica
24
1.6 -
A
NTC
no
Brasil 25)1.7 -
Observações
28'o
MODELO
TEÓR|co
312.1 -
Relações
entre capitalhumano,
tecnologia e taxasde
crescimento
312.2-
Tecnologia
endógena
33
2.3 -
Um
modelo
à la *Lucas (1988)34
2.4 -
O
equilíbriode
longo
prazo37
2.5 -
O
problema de
controleótimo
-38
CAPÍTULO
Ill 41o
MODELO
EMPíR|co
413.1-
Trabalhos
empíricosna
áreasobre
aeconomia
brasileira 8 413.2 -
O
'modelode
.painelde
dados
42
3.2.1 -
Modelo de
Efeitos Fixos42
3.2.2 -
Modelo de
Efeitos Aleatórios44
3.2.3 - Efeitos Fixos
ou
Aleatórios?46
3.3 -
Considerações
empíricassobre convergência
48
3.4 -
O
modelo
estatístico50
3.5 -
Dados
Estatísticos 51coNs|DERAÇöEs
F|NA|sBIBI.-|oGRAF.|A
ANEXO
l -DADOS
ESTATÍSTICOS
Tabela
1 -Produto
:InternoBruto
a custo de
fatores (Reaisde
1995)Tabela
3 -Consumo
de
energia elétrica industrial (x 10°Mw)
Tabela
4
- Níveisde
escolaridademédia
RESUMO
Utilizando
um
painel dedados
dos estados brasileiros entre 1985 e1995 do
PIB. população
economicamente
ativa e capital humano. ajustou-seuma
funçãode
produção
aumentada
para incluirum
termode
progresso técnico, gerando. portanto.um
modelo
de crescimento endógeno.Os
resultadosmostram que
o capitalhumano
desenvolveum
importante papel na determinação diferenças interestaduaisde
renda per capita. Estima-se
também
a relação entre renda inicial e taxasde
crescimento. buscando-se evidências de convergência
em
níveisde
renda percapita. Esta última hipótese ê rejeitada
quando
esta convergência ê controlada pelaINTRODUÇAO
As
relaçõesde
longo prazo entre capital físico, trabalho e capitalhumano
são objeto de vários modelos teóricos na literatura recente sobrecrescimento.
Os
modelosde Solow-Swan
publicadosem
1956 são o iniciode
uma
discussão atualque
sofreuum
lapso durante adécada de
setenta einício
de
oitenta.~Uma
implicação teóricado modelo de Solow-Swan é
que,na ausência
de
avanços tecnológicos, o crescimento per capitadeve
eventualmente cessar. Esta previsão,
que
remete a Malthus e Ricardo,decorre
da
suposição de retornos marginais decrescentesdo
capital.A
maneira encontrada para superar este obstáculo era a suposição
de
um
progresso tecnológico exógeno.
Esta conjectura
pôde
reconciliar a teoriacom
as evidências empíricasde
crescimento continuado,porém
a taxade
crescimentode
longo prazo ficavinculada a
uma
variávelexógena e
sem
explicação dentrodo
modelo.O
crescimento
do
produtotambém
depende do
crescimento populacional, outravariável
exógena ao
modelo.Na
década
de sessentaCass
(1965) eKoopmans
(1965) trouxerama
análise
de
Ramsey
(1928) da otimizaçãodo
consumidor para omodelo de
crescimento neoclássico providenciando desta forma
uma
determinaçãoendógena
para a taxade
poupança. Esta endogenização, porém, não excluio progresso tecnológico
exógeno
como
fonte propulsorado
crescimentode
longo -prazo,
apenas
altera os níveisde
K/Lde
steady state. Outra linhade
mecanismo
descritocomo
learning-by-doing.A
incorporação pura e simplesdeste tipo
de
avanço técnicoporém
era incompatívelcom
as suposiçõesde
concorrência presentes no modelo,
como
demonstrado porRomer
(1986),levando a taxas
de
crescimentoque não eram
Pareto ótimas.“Uma
vezcompletada por
Cass
(1965) eKoopmans
(1965) a teoriado
crescimentoneoclássica ficou extremamente técnica e
sem
contatocom
a realidadeempírica” (Barro
&
Sala-i-Mmartin 1995113).Provavelmente,
em
decorrência desta faltade
relevância empírica, ateoria
do
crescimento ficou esquecidacomo
um
campo
de
pesquisa nosanos
setenta,
época
da revolução das expectativas racionais e das crisesdo
petróleo. Por aproximadamente 15
anos
macroeconomistas concentraram suas atençõesem
flutuaçõesde
curto prazo.Com
base nesta novaonda de
trabalhos sobre crescimento, configura-se hoje
um
intenso debateem
tornoda
dinâmica das desigualdadesregionais no Brasil. Evidências empíricas
demonstram
um
processode
convergência de rendas per capita durante a
década de
setentae
primeirametade da década de
oitenta, enquanto, após 1986,apontam
uma
reversãodesta tendência.
A
motivação deste estudo surgiu a partirdo
trabalhode
Lau et al(1993). Eles estimam
um
modelo
de crescimento seguindoSolow
(1956) paraa
economia
brasileira,aumentado
para incluir o capitalhumano.
O
método
de
estimação utilizadoé
o de cross-section.Os
resultadosparecem
superestimados trazendo
em
nossa opiniãoum
viésde
método.A
explicaçãoencontrada por Lau et. al. para esta estimativa acima dos valores obtidos
em
durante o qual o nível
de educação
ultrapassou a barreirade 4 anos de
escolaridade média.
O
alto impacto estimadoda educação
é então explicadopor
um
efeito limite (threshold effect).Qualquer teoria
que
procure explicar o crescimento deve responderpelo
menos
três perguntas:O
que
explica o crescimento continuado da rendaper capita
e
o progresso tecnológico dos estados mais desenvolvidos?O
que
explica as poucas
economias
capazes de. iniciar e sustentar periodosde
forte crescimento, fazendo-as ultrapassar os níveis mais altos
de
renda percapita?
O
que
explica porquealgumas economias
permanecem com
baixocrescimento por longos períodos?
O
objetivo desta dissertação é desenvolverum
modelo
de
crescimentoendógeno de
difusão tecnológica e testá-Io empiricamente utilizandodados
dos estados brasileiros.Buscamos
explorar principalmente os resultadossobre difusão tecnológica e convergência ou divergência
de
rendas percapita entre os estados brasileiros. Capital
humano
e difusão tecnológicaseriam, portanto, responsáveis pela determinação da taxa de crescimento
de
longo prazo e poderiam responder as perguntas acima.
O
período escolhido para a análise vaide
1985 a 1995'no
qualocorreu
uma
reversão da tendência a convergência observada na períodode
1970 a 19852. Este tipo
de abordagem
torna-se relevante para a esfera1
Barros (1996) , Ferreira, A. (1996) e Ferreira e Diniz (1995) mostram a reversão da tendência
de convergência ocorrida na economia brasileira na década de oitenta. Assinala o ano posterior ao de
nossa análise (1986) como o início de um periodo de divergência entre niveis de renda per capita
regional na
medida
em
que
aNova
Teoriado
Crescimento (daquiem
dianteNTC)
fornece insights para secompreender
se as desigualdades regionaisconstituem “...a conseqüência lógica
do
funcionamentodo
sistema - o seu“equilíbrio” -
ou
se são derivadasde
outros fatores - políticos, interessesde
grupos..." (Barros:1997)
Optou-se por enfocar explicitamente as contribuições dos teóricos
do
crescimento econômico.
A
razão básicada abordagem
escolhidanão
terrecaído sobre as contribuições
da economia
regional estáno
fatode que
esses trabalhos normalmente analisam o
fenômeno da
concentração,enfatizando desigualdades
que
se manifestamao
nível das rendasabsolutas. Por sua vez, busca-se aqui a discussão
de
desigualdadesque
semanifestam primordialmente ao nivel das rendas per capita,
dimensão
ressaltada
na
NTC
Nossa
hipótese éque
o capitalhumano desempenha
papel crucial na determinaçãoda
taxade
crescimentodo
nívelde
tecnologia adotado. Aqui adifusão
de
tecnologia dá-se por meiode
imitaçãode
uma
economia
liderem
termos tecnológicos pois os custos
de
imitação são mais baixosque
osde
criação.
Nesse
contexto se apresentauma
classede
modelos implicandoem
um
tipode
convergência,com
a diferençade
esta ser condicionada ácapacidade
de
um
país absorver tecnologia - oque depende do
nívelde
capital
humano.
A
pergunta é atéque
ponto a transferência de tecnologialeva a
uma
convergência nos níveisde
renda per capita ou nas taxasde
crescimento destes.
O
restante deste trabalho está estruturadoem
quatro capítulos.O
primeiro trata dos
modelos de
crescimento endógeno,expondo na
primeiraseção três versões desses modelos, nos quais o crescimento
de
longo prazoestá associado às diferenças regionais.
A
segunda
seção trazuma
discussão sobre os
modos
de
convergência encontrados na literaturae
uma
diferenciação entre convergência
em
niveisde
renda e difusão tecnológica.A
terceira seção traz alguns trabalhos utilizando aNTC
no
Brasil e discutindoa existência ou
não de
convergência entre os estados brasileiros.No
segundo
capitulodesenvolvemos
omodelo
teórico a ser utilizadopara os testes empíricos,
buscando
enfatizar as relações entre capitalhumano,
tecnologia e taxasde
crescimento.Fazendo
uma
análisedo
modelo,
apontamos
ocaminho
ótimode expansão da
economia,bem como
os níveis
de
equilíbrio de longo prazoda
tecnologia utilizada.O
terceiro capitulo descreve ométodo
empírico a ser utilizado na estimaçãodo modelo
matemático proposto.Numa
primeiraseção
apresentamos alguns trabalhos empíricos sobre o crescimentoda economia
brasileira apontando
algumas
limitações quantoao
método
utilizado nessasestimações.
Na
segunda
seção apresentamos ométodo de
painel de dados,um
modelo
empíricoque
utiliza-se das variações entre os estados atravésdo
tempo, demonstrando dois
modelos
existentes nessa abordagem.Numa
terceira seção
fazemos algumas
considerações empíricas sobre o estudoda
convergência, mostrando
que
com uma
simples cross-section é impossívelcrescimento
do
produto.Ao
final apresentamos osdados
aserem
utilizados na estimaçãocomentando
sobre suas fontes, limitações e problemas encontrados durante o trabalho econométrico e soluções adotadas para.contornar essas limitações.
São
apresentados então os resultados empíricose testadas algumas hipóteses sobre a convergência das rendas per capita
entre os estados.
Por fim, o quarto capitulo traz as conclusões
de
estudo, inferindoainda sobre algumas políticas regionais, tais
como
o investimentoem
educação
básica, passíveisde
reduzir as diferençasde
renda verificadas.Algumas
limitações encontradas durante o trabalho e sugestões paraCAPÍTULO
IA
NTC
e a
Convergência
das
Rendas
Per
Capita
O
objetivo deste capítulo é apresentaruma
evolução dosmodelos
de
crescimento
endógeno
a partirdo modelo
linearde
Rebelo (1991),passando
pelo
modelo de
Lucas (1988) eRomer
(1990).Especial ênfase será
dada
à análisede
convergência e à taxade
crescimento
de
longo prazo, procurando demonstrar as suas fontes e valoresde equilíbrio.
Ao
final faremosuma
pequena
discussão sobre os três tiposde
~.\\›
convergência encontrados na literatura
e
apresentaremosalgumas
aplicações
da
nova análise sobre aeconomia
brasileira1.1 -
Evolução
TeóricaEsta breve história sobre o desenvolvimento da`s.,,teorias
de
crescimento
endógeno
começa
a partir dosmodelos de
Solow-Swan
publicados
em
1956.O
aspecto chavedo
modelo de Solow
(1956) é a formada
funçãode
produção neoclássica,uma
especificaçãoque
assume
retornosconstantes
de
escala, retornos marginais decrescentes para cada insumo euma
possibilidadede
substituição contínua e infinita entre os insumos. Estafunção
de
produção écombinada
com
uma
regrade
taxade poupança
constante.
Na
ausênciade
avanços tecnológicos,o
crescimento per capitadeve eventualmente cessar. Para reconciliar a teoria
com
as evidênciasempíricas
de
crescimento continuado, supõe-se a existênciade
um
crescimento
do
produtotambém
depende do
crescimento populacional, outravariável
exógena ao
modelo.Desde
meados
dadécada de
oitenta a pesquisa sobre crescimentoeconômico
tem experimentadoum
novoboom,
começando
com
o trabalhode
Romer
(1986) e Lucas (1988).A
nova motivação foi o reconhecimentode
que
os determinantesdo
crescimentode
longo prazo são mais importantesque
a mecânicade
ciclosde
negócios ou efeitos cíclicos ou contra-cíclicos das políticas monetária e fiscal.A
novaonda de
pesquisas -Romer
(1986,1990), Lucas (1988),Rebelo (1991 )- construída
com
base no trabalhode
Arow
(1962), Sheshinski(1967) e
Uzawa
(1965), baseou-se essencialmenteno
afrouxamento dahipótese
de
retornos decrescentes e naadoção de
um
conceito maisabrangente de capital (incluindo capital humano).
A
incorporaçãode
pesquisa e desenvolvimento (P&D) e competição imperfeita nosmodelos
possibilitaram então explicitar
um
componente
endógeno
com
relaçãoao
avanço
tecnológico.A
motivação para investimentosem P&D
seriamcompensados
porganhos de
monopólio ex-post.A
chamada
Nova
Teoriado
Crescimentopode
ser identificadacom
très correntes principais: i)
O
modelo
linear (AK)de
Rebelo (1991)onde há
suposição
de
retornos constantesde
escala e adota-seum
conceito maisamplo de
capital, incluindo ohumano.
ii)Osmodelos de
Externalidadesou
“spill-'over“', associado a Lucas (1988) e
Romer
(1986)onde
o crescimentode
longo prazo é gerado por
um
fatorde
crescimento de produtividadeassociado
ao
investimentoem
ambos
os tiposde
capital. Esses teriamde capital),
porém
a nível da sociedade haveriam externalidadesdando ao
agregadouma
taxade
crescimento positivae
continuada. iii)0smodelos de
concorrência imperfeita
de
Romer
(1990) eGrossman
and
Helpman
(1991)1.2 -
O
Modelo
AK
Sala-i-Martin (1990) argumenta
que
os modelosde
crescimentoendógeno
em
geralpodem
ser considerados extensõesou
microfundamentos domodelo
mais simples possível: omodelo
AK.Este
modelo
caracteriza-se por apresentaruma
funçãode
produçãocom
rendimentos constantes para os fatores acumuláveis: y=f(k)=Ak.Portanto, o problema
do
consumidor é:(1) _.
“;l°`“l
Maxƒc
í-
t0
1-0
(1.1.1)sazk
=
(A-d-n)k
-c
onde
c =consumo
per capita; 6 = taxade
aversãoao
risco; p = taxade
desconto; k = capital per capita;
A
= tecnologia; d = depreciação; n = taxade
crescimento populacional.
A
partirde
1.1 são obtidas as condiçõesde
1 ordem: C”= Ã
~ (1.1.2)Â
-=
-A~d
Ã
P
assim
como
a condiçãode
transversalidade|¡m,u,,i‹.‹-›*^*"">*=o (1.1.3) 1
Para
não
gerarum
crescimento explosivoassume-se que
os parâmetrosde
desconto e depreciação estäo no seguinte intervalo:A>p+d>[(1-9)/6](A-d-p)+n+d (1 .1 .4)
A
restriçãoem
1.1pode
ser descritada
seguinte forma:k
=
‹‹z -â
- ›z)1<-
c‹0)e<l-”><^-“-P>' (1 .1 .5)A
equação
diferencialtem
a seguinte solução geral:k,
=
be("""”)+
[c(6) / ¢]e“`9'“`“`”›' (1.1.6)onde
b éuma
constante e q› = (A-d)(9-1)/6 + p/6 - nSubstituindo-se 1.1.6
em
1.1.3 tem-se:i¡m._,,,{b+[z(e)/<p1e¬"'}=o (1.1.1)
Desde
que
a partirde
1.1.4 ‹p>0 osegundo
termoem
1.1.7 convergepara zero.
A
condiçãode
transversalidade, portanto, levaque
btambém
seiguale a zero, a partir
de
1.1.7.Da
equação
1.1.6 deriva-se: q=‹pk. (1.1.8)e portanto:
9›‹ = QC = (1-9)(A-d-D)
Como
y=Ak, g,= gi. = ge.Dessa
forma, omodelo não
apresentadinâmica transitória,
uma
vezque
os valores iniciais das variáveis k,c,y são,respectivamente, k(O), ‹pk(O) e Ak(O), e estas variáveis apresentam
uma
taxade
crescimento constante igual a (1-6)(A-d-p)Dessa
forma, a taxade
crescimento é determinada por parâmetrostecnológicos (A e d) e pelo padrão
de
preferências (9 e p).Uma
vezque
ataxa
de
crescimentode
ynão
está relacionadacom
o nívelde
k, omodelo
não
apresenta o resultado de convergência entre rendas.Nesse
sentido,situações iniciais diferentes
não
convergirão para osmesmos
níveisde
reda per capita,uma
vezque
suas taxasde
crescimento serão iguais.1.3 -
O
Modelo de
Lucas
A
formulaçãode
Lucas (1988) busca enfatizar a importância do capitalhumano
na geraçãodo
crescimento endógeno, partindoda
consideraçãode
uma
economia composta de
N
trabalhadorescom
nívelde
capitalhumano
h.Estes trabalhadores alocam parte (u)
de
seutempo
para atividadesprodutivas e o restante (1-u) para a
acumulação de
capitalhumano.
A
produçãode
bens é descrita pela seguinte equação: Y=AK.°[u.n,N.1"“ha.* (1..2.1)onde ha
é o nívelmédio de
capitalhumano
e haä se refere aos efeitose›‹temos
do
nível de capitalhumano
sobre a produtividade dos fatores.Verifica-se
que
a funçãode
produção exibe retornos constantes para osfatores
K
e
h (tomadosem
conjunto).Por sua vez a
acumulação de
capitalhumano
sedá de
forma linear,considerando
que
todos os trabalhadorestem
omesmo
nível de capitalhumano
h:h, = h,d[1 - u] (1.2.2)
onde
d representa a eficiência naacumulação de
capitalhumano, e
éa taxa
máxima de
crescimento destequando
todo o esforçodo
trabalhadorconcentra-se na
acumulação
deste tipode
capital (u=0).O
consumidor,ao
eleger suas escolhas ótimas,toma
o elementoha
são negligenciáveis.
Dessa
forma o problemade
controle ótimopode
serdefinido
da
seguinte forma:‹×› 1-0 -,,, 0
Maxgc
[ih 0]dt sa (1.2.3) iz z A1<fi[zzhN]*-flhzz- NC
h = hd[l - u]As
condiçõesde
1°ordem
sãodadas
por:c**=7i.< (1.2.4)
,ika - ,únAKfl(zz/z1\r)~fiNfz*-Y z Àhâh (1.2.5)
À..
=
pzik - z1,flA1<*““(zzNh)*-/'h' (1.2.6)1,;
z
p;i,, - ,ik<1- fl›AK”(u1v)*-fih-/H - ,1,,â(1 - zz) (1.2.7)sendo
ha igualado a h devido à ocorrênciado
market c/earing.Tendo
gy, gk e ge osmesmos
significados adotados anteriormente, esendo
a taxade
crescimento populacional igual a n e gh a taxade
crescimento
de
h, obtém-se a partirde
1.2.2, 1.2.4 e 1.2.6:pAK/“(u1z1\r)1-Bh* =
p+
agf (1.2.8) g.,=d(1-u) (1 .2.9)9v= 9›‹ = 9z=[(1-BW)/1-B1 9» (1-2-10)
Diferenciando-se 1.2.4 e 1.2.5 obtêm-se:
gl
=
‹fl-em
-cfl-
mi
+
fz ‹1.2-11›h
Por sua vez a partir
de
1.2.5 e 1.2.8 temos:Êizp-â
(1.2.12)Ã):
A
partirde
1.2.10,1.2.11 e 1.2.12temos
então:3,.
={(1-/Did-(p~
fl)`|}/I0(1-,6+r)-ri
(1-2-13)A
taxa de crescimento daeconomia no
steady state é obtida atravésde
1.2.10 e 1.2.13:9v= 9× = 9¢=(1-l3+Y){ld-(P-H)/[(9(1-B*”Y)-Y]} (1-2-14)
Pode-se inferir a partir de 1.2.14
que
omodelo de
Lucas não prevêuma
convergência entre rendas per capita,dado que
a taxade
crescimentonão
está relacionadacom
os níveis de Y, C,K
e H.Cabe
ressaltar que,embora
omodelo
apresente e›‹ternaIidades na funçãode
produção, a ocorrênciade
crescimentoendógeno não
deriva destacaracterística, e sim
da
especificaçãode
uma
tecnologia linear para aacumulação de
capital humanos.1.4 -
O
modelo de
Romer
1990
Romer
(1990) consideraem
seumodelo que o
crescimento éresultado da introdução
de
novas variedadesde
bens. Introduz aconcorrência imperfeita no setor
de
bens intermediários e representa asfirmas
engajadasem
atividadesde
pesquisa. Desta forma estas firmasseriam compensadas
por lucrosde
monopólio transitórios sobre suasinovações . Está
baseado
em
très premissas:1.A
mudança
tecnológica éo
motordo
crescimento econômico;2.A
mudança
tecnológica origina-sede
ações intencionaisdos
agentes econômicos respondendo a incentivos
de
mercado,ou
seja, amudança
tecnológica é endógena;3.0 desenvolvimento
de
uma
nova tecnologia é equivalente aintrodução
de
um
novo custo fixo;O
conhecimento é divididoem
dois componentes.O
primeiro é ocapital
humano,
consideradoum
bem
rival". Portantouma
pessoaque
investe
em
acumulação de
capitalhumano
recebe retomos crescentes.O
segundo
é a tecnologia,que
éum
bem
público.Nesse
caso, a característicanão
rival da tecnologia implica na existênciade
spi//-overs, talque
a3BARRO & SALA-I-MARTIN (1995:167) derivam as condições para um crescimento endógeno,
identificando a função de produção de capital humano no modelo de Lucas como fato gerador deste
tipo de crescimento.
4 Na
segunda seção do próximo capítulo faremos uma breve‹discussão sobre os aspectos de bens públicos do capital humano e tecnologia
descoberta
de
uma
nova tecnologianão
beneficiasomente
aquem
adescobriu (excludabilidade incompleta).
A
economia
tem très setores.Um
setorque
produz pesquisa ounovos
designs para
o
setorde
bens intermediários, intensivoem
capitalhumano
e
usando
o estoqueacumulado de
conhecimento. Outro setor produzbens
intermediários utilizando os designs
do
setorde
pesquisa e partedo
produtofinal
não
utilizado para o consumo.O
terceiro setor produz obem
finalutilizando trabalho, capital
humano
ebens
intermediários.O
capitalhumano
é considerado fixo e ofertado inelasticamente,embora
sua alocação para diferentes usos ainda seja determinado endogenamente.A
populaçãoé
fixa.Consideremos
S=
capitalhumano;
S°=totalde
capitalhumano
fixo;A=
tecnologia; S,= capital
humano
utilizado para a produçãodo
bem
final; SA=capital
humano
utilizado no setorde
pesquisas. Assim:SY+SA=S0
(1.3.1)A
tecnologia é criada a partirdo
capitalhumano
direcionado áspesquisas e da tecnologia já existente:
À
=
o:S,,A (1.3.2)onde c
é o parâmetrode
sucesso das pesquisas.Note
que
a taxade
crescimentoda
pesquisa é igual aoSA
, se estesparâmetros são positivos a tecnologia
pode
crescer permanentemente,sem
Romer
emprega
a teoriada
variedadedo
Produtode
Dixit e Stiglitz(1977).
Nesse
modelo, o crescimentode
A
é resultadoda
introduçãode
uma
variedade crescente
de
bens intermediários.Há
um
continuumde
bens intermediários,medidos no
intervalode
O aA
ecada
bem
é produzido porum
monopolista.O
valorde
equilíbriode
A
é determinado pela condiçãode
lucro zero (livre entrada na indústriade bens
intermediários).A
característica básica destemodelo
é a introdução da concorrênciaimperfeita no setor
de
bens intermediários.O
objetivo desta inclusãoé
ode
além
de
analisar o problemade
retornos crescentes , representar as firmascomo
engajadas no processode
pesquisa,sendo
compensadas
porganhos
de
monopóliono
casode
sucesso n inovação. Para asempresas
entraremna indústria
de
bens intermediários háum
custo submerso,compensado
pelos
ganhos de
monopólio.A
atividadede
pesquisa é intensivaem
capitalhumano
e tecnologia,sendo
que
capital fisico (K) e trabalhonão
qualificado (L)não
entramem
suadeterminação. .
A
funçãode
produção é determinadaem
vários passos.Em
primeirolugar, define-se a tecnologia (A)
como
um
conjunto finitode
designs (x1, x2,...) e se x¡=o para i>A, então
A
funcionacomo
um
indicede
tecnologiacorrente.
A
funçãode
produção dobem
final édo
tipo Coob-Douglas:Y
= S;'L§(x,*'“-Í' +x,*'“¬"...) (1.3.22)Consideremos
agora o indicede
designuma
variável continua.A
A
Y
z sy 1:5 I xy” 'fidz' (1.a.4)0
Uma
vezque
x¡ entra simetricamente no integrando,deduzimos
que há
um
nívelcomum
de
uso, x barra, para todo x¡. Assim:A A j' x(z')'"“'fidz' = _Í fl-“-“di 0 0 = fl-“'”Ídi
=
Aí"“'” (1.3.5) 0Temos
então nossa funçãode
produção simplificada:Y
= SÇLÊAIEI-“-5 (1.3.6)Para explicitar o setor
de bens
intermediários precisamosde algumas
outras suposições:
1.Bens
de
capital ebens de
consumo
sujeitos àmesma
funçãode
produçãodo
bem
final.2.Tomamos
y unidadesde
bensde
capital para produziruma
unidadede
design.Portanto a quantidade
de
capital utilizada é:K
=
yAf,assim -› Í =K/
7A (1.3.7)Substituindo 1.3.7
em
1.3.6 temos:Y
z
S; L{§A(1< / yA)"°"”: s›clzLgAa+fiKI~a-fl},a+fi-1
Por
SYA
e LOA, a tecnologiapode
ser vistacomo
aumentadora de
capitalhumano
e de
trabalho,mas
é independentede
K.Em
outras palavras,a tecnologia
é
Harrod-Neutra. Isso implica na consistênciada
funçãode
produção
com
um
estado estacionáriono
qual, tanto a tecnologia quantoo
produto, o capital e o
consumo
crescemsem
limites.O
investimento líquido é o produto finalnão
consumido, assim temos:K
z Y
-c
z yfirt* A“+fl(s,,-
S, )L§1<'-“-1*-
c
(1 .3.9)1.4.1 -
O
caminho
ótimo
eo estado
estacionárioNo
problemade
controle ótimotemos
como
variáveisde
estadoA
eK
eduas
variáveis controleC
e SA .Adotando
uma
funçãode
utilidadeinstantânea
com
elasticidade constante temos:U(C)
=
%,(0
<0<1)
(1.3.10)O
problemade
controle ótimoé
portanto:°° Cl-0 pl
~_
'd
1.3.11 Maxi: 1 _Ge
t ( ) 8.8.À
= o'SAAKzY-C
. onde -›Y
z y“*f“A'“”(s,, - s,)“LfiK1-H*= A
A(0)=A‹›, K(0)=K‹›1-0
C
HC=1T9+ÃA(oiS`AA)+ÂK(A-C)
(1.3.12)Onde
à A e ÀK representam os preço-sombrade
A
eK
respectivamente. Assim,
temos
as condiçõesde
primeira ordem:âl-1
-Ézcfl-ztxzozaxzct
(1.a.14)âH. _ ,i
A
í¢zz1,,õA-,1,¿zz‹s(,-s,,)1Azoz›A=Íi‹s0-s,,)
(1.3.1s)A
xa
Em
adição àsequações
paraA
ponto eK
ponto dadas, o princípiode
otimismo
máximo
requer as seguintesequações de movimento
para asvariáveis co-estado:
,ii z
-Êšf-+pz,
z
-,1Á‹,‹sA - ,1,,(a+fl›A-IA +p,iA (1.3.1s)~ ÔHC
-z
ÀK
=-í+,z,1,(
zz
,1,(<1-Oz-,sixA+p,1K
(1.a.17)Romer
se preocupacom
as propriedadesdo
equilíbrio balanceadodo
crescimento:
um
estado estacionáriocom
progresso Harrod-Neutro.As
perguntas relevantes a
serem
respondidas no entanto säo: qual a taxade
crescimento no estado estacionário?
Como
a taxade
crescimento é afetadapelas variações nos parâmetros?
A
definiçãodo
estado estacionário e a suposiçãode
um
progressotécnico Harrod-Neutro implica
que
as taxasde
crescimentode
Y, K,A
e
C
sejam iguais. Portanto
usando
1.3.2, temos:Para expressar a taxa
de
crescimentodo
produto per capitaem
termosapena
dos parâmetrose
usando
a condiçãode
primeiraordem
ÀK=C**,temos: .
_
H,
.Ê* z
9%,
cz-ag:-ões,
(1.3.1s)K
Se
retirarmos a expressão (kxponto/KK)da equação
1.3.17, entãopodemos
resolver 1.3.19 e encontrar SA.Portanto calcula-se
Mponto/ÀA
daequação
1.3.16 e considerandoMponto/KK
= KA/KA no estado estacionário . Dividindo-se ÃApontoem
1.3.16por ÃA, teremos:
%=
p-
‹f(%'Ês,,-fêz)
(1.3.20)Calculando 1.3.20 e 1.3.19 e resolvendo para SA, teremos SA
em
estado estacionário (valor constante):S
” :a(a+fl)S0-ap
zr(zz0+p)
Assim, a taxa
de
crescimentodo
produto per capita (com L constante)(1.3.21)
é definida por
Romer
como:Y
K_C_À_c(a+,B)So-ap
g:Y:1<`C'A`
(zzónfi) (1`3'22)A
equação
1.3.22 mostraque
capitalhumano,
S0, entracomo
fatorpositivo na determinação das taxas
de
crescimentodo
produto, assimcomo
oparâmetro
de
sucesso das pesquisas o. Tanto a taxade
desconto p quanto ocoeficiente
de
aversãoao
risco 6 entramcom
um
impacto negativo nestaavessa
ao
risco cresce mais.Como
a taxade
crescimentode
longo-prazonão depende do
nívelde
K,não
ocorre a convergência entre rendas percapita
como
resultadode
retornos decrescentes.1.5 -
Convergência
entreRendas
per
capita versus DifusãoTecnológica
A
literatura sobre convergência diferencia três conceitos, tanto pelolado empírico
como
teórico. Apresentaremos estes conceitos juntamentecom
o
de
convergênciade
tecnologia (ou difusão tecnológica).i)
Convergência
CondicionalUm
aspecto importantedo
modelo de Solow
é a implicação na convergênciada
relação entre capital físico/trabalho, ou seja,economias
similares, divergentes
apenas
em
seus estoquesde
capital inicial,tendem
aconvergir para
uma
'mesma
renda per capita (Barro, Sala-i-Martin 1995:26).Caso
aseconomias
divirjamem
seus parâmetros fundamentais (poupança ,crescimento demográfico, e taxa
de
depreciaçãodo
capital físico) a taxade
crescimento
do
produto é função da diferença entre os níveis realizadosde
produto e os níveis
do
steady state (daquiem
diante SS). Este conceito éconhecido
como
convergência condicional, apesar das taxasde
crescimentovariarem
com
a distânciado
pontode
SS,dado
um
conjuntode
parâmetrosfundamentais este ponto é único.
Portanto, países similares
em
todos os aspectos, exceto por suascondições iniciais
de
renda per capita, convergirão paraum mesmo
nivelde
curto-prazo,
mas
não tem
um
efeito duradouro. Esta hipótesede
convergência está intimamente ligada a suposiçãode
um
equilibriode
steady state único e globalmente estável.ii)
Convergência Absoluta
A
origemdo
debate está nesta hipótesede
convergência absoluta, aqual sugere
que
as rendas per capita dos paísesconvergem
entre siindependentemente
de
suas condições iniciais (níveisde
renda iniciais, nívelde
capital físico inicial, relação capital físicoltrabalho).Desde
que
o equilíbriode
longo-prazode
uma
economia depende de
características estruturais,5 aconvergência absoluta requer a igualdade destas características estruturais.
A
hipótesede
convergência absolutatem
sido refutadaem
recentestrabalhos empíricos
baseados
em
cross-sections entre países (Barro(1991))e na evolução
da
distribuiçãode
renda entre os países(Quah
(1996)).
A
fonteda
convergência condicional e absoluta é a suposiçãode
retornos marginais decrescentes dos fatores
de
produção. Enquanto aeconomia
cresce e a relação capital-trabalho aumenta, a produtividadedo
capital cai e
consequentemente poupança
eacumulação de
capitalcrescem
a taxas decrescentes.
A
suposiçãode homogeneidade
dos indivíduospermite
que
se caracterize apoupança
per capitacomo
um
fator constanteda
renda, tornando-auma
função côncavacom
relação ao nível de capital-trabalho.
5
por exemplo: tecnologia (A), preferencias(9, p), taxa de poupança, crescimento populacional,
iii)
Club
Convergence
Se
os sistemas dinâmicosfossem
caracterizados por equilíbriosmúltiplos e localmente estáveis,
uma
hipótesede
club convergence(convergência
em
clubes) seria mais plausívelque
ade
convergênciacondicional pura e simples.
Como
demonstrado por Galor (1996), aexistência
de
maisde
um
pontode
equilíbrio sustenta a hipótesede
convergënciaem
clubes , ou seja,uma
polarização entre as rendas per capita.A
determinaçãodo
pólo para o qual aeconomia
converge depende, alémde
seus parâmetros fundamentais,de
suas condições iniciais.Ou
seja,economias
similaresem
suas características estruturais convergirão paraum
mesmo
nível de steady state se suas rendas per capita iniciais foremsimilares
também.
Choques
transitórios neste cenáriopodem
afetar aperformance
econômica
definitivamente.A
inclusãodo
capitalhumano
nosmodelos
de
crescimentoNeoclássicos, de maneira a capturar elementos empiricamente significantes,
torna múltiplos os equilíbrios
de
steady state. Estas variáveisquebram
asuposição
de
homogeneidade
entre os indivíduos,dado que
a suaprodutividade (e consequentemente, sua renda) dependerá
também
de
seunível
de
capitalhumano.
Economias
idênticasem
suas características estruturaismas
diferentes
em
relação a níveisou
distribuiçãode
capitalhumano
tendem
agravitar
em
voltade
diferentes equilíbriosde
steady state.A
literatura mostraestes múltiplos equilíbrios na presença
de
retomos crescentes sociaisde
efeitos familiares e locais na formação
de
capitalhumano
(Galor&
Tsiddon(1994)).
Porém
permanece
esquecido nos trabalhos empíricos sobreconvergëncia° o papel da tecnologia. Esta entra
apenas
como
um
fatormultiplicativo indicando
uma
condição inicialou supõem-se que
todas aseconomias
acumulem
tecnologia auma
mesma
taxa. Nestemundo
baseado
no Capital, diferenças nas taxasde
crescimento são derivadas de diferençasna
acumulação de
capital físico ouhumano.
Este tipo de hipóteseé
adotadaem
Mankiw
et.al (1992)que
explica diferenças nos níveisde
renda e nastaxas
de
crescimentocom
um
modelo
tipoSolow
nos quais oavanço
tecnológico dos países tem taxas similares e exógenas. Barro e Sala-i-Martin
(1992), Barro et.al. (1995) e Loayza (1994)
tèm
estamesma
perspectiva.iv) Difusão Tecnológica
Existe
uma
diferença crucial entre o conceitode
convergência entrerendas per capita
e
ode
tendênciade
catching-up nos níveisde
produtividade
de
fatores.É
claroque
um
catch-up nos níveisde
produtividade dos fatores implica
em
uma
tendência à convergência nosníveis
de
renda,porém
tal tendênciapode
ser sub-avaliada ou exagerada sehá
um
crescimento na intensidadede
utilização dos fatores variandocom
arenda.
6 BERNARD
E JONES (1996) demonstram mais detalhadamente a importância da inclusão da
A
discussão? sobre a unicidade e a convergênciade
níveis de rendaper capita entre
economias
sugere aabordagem
para estadosde
um mesmo
país.
A
hipótese sobre osmesmos
parâmetros fundamentais é plausível,podendo
ser feita a análise sobre o papel das dotações iniciais de capitalhumano
na
determinaçãodo
pontode
SS
entornodo
qual aeconomia
gravitará. '
1.6 -
A
NTC
no
BrasilNo
Brasil destacam-se as seguintes contribuições àNTC
e àdiscussão sobre convergência entre rendas per capita: Barros (1993),
De
Castro (1993), Ferreira (1993), Azzoni (1994),
Cardoso
e Paulo (1994), Ellerye Ferreira (1994) e Ferreira e Issler (1994), Lledó e Cavalcante (1996),
Ferreira (1996), Monteiro e Vergolino (1996), Gonçalves et al. (1997a),
Bértola et al (1997) e
Andrade
(1997).Barros (1993),
usando
uma
variaçãodo segundo modelo
deRomer
(1990 a, 1990b), analisa a dinãmica
de
ajustamentoquando
são introduzidasmudanças
autônomas
nos salários reais. Nestemodelo o
incentivo àpesquisa é criado pela
queda da
produtividade marginaldo
capitalhumano
no setor
que
produz obem
final e, consequentemente, sua transferênciapara o setor
de
pesquisa é omecanismo que
acelera o desenvolvimentotecnológico. Isso ocorre
quando
háuma
mudança
autônoma
nos salários7
Para Galor (1996) a inclusão da difusão tecnológica ao modelo neoclássico leva a hipótese
reais.
Em
outras palavras,aumento
realde
saláriostem
um
efeitopermanente
e positivo no crescimentodo
produto per capita.De
Castro (1993), utilizandoum
modelo de
inspiração schumpeterianacom
a 'abordagemde
quality (quality-based), introduz resistência estocásticana
adoção de
inovaçõesque
geram
crescimento.Com
isso, é geradauma
fila
de
inovações já descobertas,mas
que esperam
paraserem
adotadas.Nesse modelo
o equilíbrio estocástico estacionário é obtidoquando
afila
de
inovações é estável.De
Castro mostraque no
equilíbrio estacionárioestocástico a resistência à introdução das inovações
sempre
reduziráa
taxade
crescimento médio,mas
poderá aumentar o bem-estar. Isso ocorrequando
o poderde
monopólioe
otamanho
das inovações são grandes.O
conflito entre o motivo
de
maximizar bem-estar social e os incentivos dosinovadores explicaria a diferença nas taxas
de
crescimento.Ferreira (1994) analisa, teórica e empiricamente, os efeitos
da
composição
dos gastos públicos e políticas fiscais e monetáriasdo
governonum
ambientede
crescimento endógeno.No
trabalho, mostraque
com
arealocação dos gastos
de
consumo
para investimento, o governo poderáaumentar o nível
de
equilíbriodo
capital, horas trabalhadas, produto eprodutividade
do
trabalho.Mantendo
constante a taxade
impostos,o
governo poderá reduzir seu déficit orçamentário porque a substituição
do
gasto público pelo investimento aumentaria a receita
de
impostos.Além
disso, o efeito
da
mudança
dos impostos dependeriada
elasticidadede
produto
em
relação aos gastos públicos..Azzoni (1994) e Ellery e Ferreira (1994) testam a hipótese
de
brasileiros.
Ambos
utilizandoo
modelo
desenvolvido por Barro e Sala-i-Martin (1992) indicam a existência
de
um
processode
convergência entre oPIB per capita dos estados brasileiros.
Cardoso
e Paulo (1994)desenvolvem
um
modelo de
crescimentoendógeno onde
os agentes escolhemcomo
alocar seutempo
entre aprodução e o desenvolvimento
de
tecnologia. Analisam o efeitoda
distribuiçãode
subsídios à pesquisa por partedo
governo, sobreo
processode
crescimentoeconômico
(supondo orçamento equilibrado).Mostram
aindaque
omecanismo de
financiamento socialmente ótimo para pesquisa écompatível
com
o equilíbrio orçamentáriodo
governo.Nesse
caso, aintervenção governamental é necessária para corrigir
uma
falhado
mercado,isto é, o
mecanismo de
incentivo corrigirá a imperfeiçãodo mercado
geradapelas e›‹ternaIidades, fazendo
com
que
aeconomia
alcance a trajetória ótimade
crescimento. 'Lledó
e
Cavalcante (1996) procuram verificar se diferenças nasdistribuições
de
renda e na política fiscal seriam fatores relevantes paraexplicar diferenças
em
taxasde
crescimentoda
renda per capita nos estadosbrasileiros. Utilizam-se
de
uma
análise cross-section para encontraruma
relação não-linear entre política fiscal e crescimento e
não
conseguem
encontrar relação significativa entre distribuição
de
renda e crescimento.Confirmam
ainda a hipótesede
convergência absoluta entre os estadosbrasileiros.
Monteiro e Vergolino (1996) testam a hipótese
de
convergêncianível das micro-regiões, observando
que
háuma
polarizaçãode
rendaem
direção aos centro urbanos.
Seu
resultado corroboracom
os conceitosde
convergência condicional e
em
clubes,dadas
ahomogeneidade da
região.Barros (1996) mostra a reversão
da
tendênciade
convergênciaocorrida na
economia
brasileira nadécada de
oitenta. Assinalao
ano
posterior
ao de
nossa análise (1986)como
o iníciode
um
períodode
divergência entre níveis
de
renda per capita estaduais. Analisando aparticipação da região Nordeste na
Renda
nacional cita a escassezde
recursos fiscais aplicados pelo governo Federal na região
como
fatordo
aumento
das disparidades entre rendas per capita.Gonçalves et al. (1997a) e
Andrade
(1997)demonstram
em um
modelo de
crescimentoendógeno
a importânciado
capitalhumano
na determinação das taxasde
crescimento utilizandouma
cross-section entre osestados para o período
de
1975 a 1990.Confirmam
a hipótesede
convergência absoluta entre rendas per capita apesar da baixa velocidade
desta. Tal resultado apresenta
um
viés de método, pois utiliza a variaçãomédia
no período perdendo assim informações sobremudanças
de
tendência.
1.7 -
Observações
O
desenvolvimentodo
instrumentalde
concorrência imperfeitapermitiu
um
melhor entendimento da introduçãoda
tecnoIogia(A.) para gerarcrescimento endógeno. .Considerar o progresso técnico
como
um
componente endógeno do
crescimentoeconômico
éuma
das principaisPorém,
como
consideram alguns autores (Abramovitz,1993
eSolow
1994) há
uma
lógicado avanço do
conhecimentoque pode
ser ortogonal álógica econômica.
Sugerem também, que
a produçãoda
nova tecnologiapode não
sersomente
uma
questãode
insumo e produto.No
contextoda
NTC
podemos
destacar ainda cinco limitaçõesou
problemas:
1.A
NTC
utiliza o novo produtocomo
metáfora universalde
inovação.A
redução dos custos decorreda
invençãode
novos bens intermediários.O
desenvolvimento
de
novos produtoscom
certeza éum
aspecto importantedo
progresso tecnológico,
mas
não
é o único enão
sabemos
seé
omelhor.(Solow, 1994)
2.A construção
do
Estado Estacionário.Em
todos os modelos seassegura a existência
de
um
estado estacionáriocom
crescimentobalanceado.
Esse
resultadonão
explica questões,como
por exemplo, aexistência
de
estágiosde
desenvolvimento no qual os recursos sãogradualmente realocados
da
agricultura para a indústria e depois paraserviços, todos
com
diferentes necessidadesde
fatores e dinâmicatecnológica (Aghion e Howitt, 1992a).
3.Assumem
que não
há limite para o crescimento.As
experiênciashistóricas
mostram
que
aseconomias
passam
longas fasesde
crescimento ede
declínioou que
as perspectivasde
crescimento são limitadas peladotação dos insumos existentes ou
que
a extraçãodo
produto é limitada peloconjunto
de
recursos e pelo estado das artes.conhecimento da função
que
descreve a tecnologia.Um
dos problemasque
podem
ocorreré que economias
de
escalatendem
a produzir efeitos limitesno qual o
caminho
Ótimoda
economia depende
crucialmente das condiçõesiniciais e dos
choques
ocorridos durante o processo (Azariadis e Drazen,1990).
5.Uma
implicação para o capitalhumano
não
capturada nosmodelos
daNTC
é ade
atratorde
capital físico,dadas
condiçõesde
infra-estrutura, o capital físico direcionar-se-ia para locaisonde
houvesse o capitalhumano
complementar.Caso não houvessem
condiçõesde
infra-estrutura, ocorreriao inverso: investimentos
em
capitalhumano
seriam feitosem
vão pois estecapital migraria atrás
de
capital físico complementar,como
sugerido porLucas (1990). Devido a esta migração
de
capitalhumano
não
podemos
negligenciar a relação existente entre renda-àcapital
humano.
Apesar
das limitações apresentadas aNTC
apresenta váriosavanços
teóricos
no
estudodo
crescimento.A
discussão sobre convergênciade
rendas per capita
pôde
finalmente ser trazida para ocampo
teórico,com
uma
teoriaonde
a convergênciaé
aceita maiscomo
exceçãoque
regra.A
inclusão
de
elementos empiricamente significantes aosmodelos
juntamentecom
o instrumental da concorrência imperfeita tornou possível a análisecAPiru|.o
||o
|v|ooELo
TEÓR|co
O
objetivo deste capítulo é a proposiçãode
um
modelo de
crescimento
no
qual o nívelde
capitalhumano
determina a capacidadede
uma
economia
de
criaruma
nova tecnologia ede
copiar a tecnologiade
uma
determinada
economia
líder°.Como
introduçãoao
modelo
teóricoapresentaremos
uma
breve discussão sobre as relações entre capitalhumano,
tecnologia e crescimento. Analisaremostambém
o equilíbriode
longo prazo e estudaremos o
caminho
de expansão
Ótimo para aseconomias.
. 2.1 -
Relações
entre capitalhumano,
tecnologiae
taxas'de
crescimento
A
discussão sobre os efeitosda
tecnologia ultrapassaem
muito oslimites
de
análiseda NTC.
Para essa, dois aspectos são cruciais do “bem”chamado
tecnologia, a sua excludabilidade parcial enão
rivalidade parcial.A
diferenciação entre as
duas
é importante pois anão
rivalidade está ligada àsnão
convexidades - aspecto chave nosmodelos de
crescimentoendógeno
-enquanto a
não
excludabilidadenão
está.O
fato danão
rivalidade criaruma
convexidade é aparenteda
segunda
definiçäode
um
bem
não
rival - unidades subsequentesde
um
bem
tem
um
custo unitáriomenor de
produçãoque o
primeiro. Para a análiseda
relação entre tecnologia e crescimento é mais relevante considerar a
definição
de
um
bem
puramentenão
rivalque pode
serusado
repetidamente- assim
com
novos designs mecânicos, processos químicos, fórmulasmetalúrgicas e outros avanços
da
ciência básica.A
premissa básicaé
apossibilidade de replicar qualquer seqüência
de
eventos a partirda
replicação das condições iniciais relevantes. Portanto é possível , se existem
insumos não-rivais
com
valor produtivo,que
o produto cresça maisque
proporcionalmente
ao
aumento
dos insumos rivais.Formalmente, se F(A,X) representa
um
processode
produçãoque
depende de
insumos rivais (X) e insumosnão
rivais(A), então peloargumento da
replicação F(A,ÃX)=ÀF(A, X).Se
A
é produtivo entãoF não
pode
seruma
função de produção côncava porque F(7\A, ÃX)>kF(A,X).Solow
(1956) trataA
como
sendo
um
insumo público providoexogenamente
(não rival enão
excluível).O
fator anão
recebepagamento
ecada
firma
individual é livre para explorar todo estoque de A.Estes modelos são condizentes
com
a premissade que
amudança
tecnológica é o motor
do
crescimento eque
a tecnologia éum
bem
não
rival.Mas
é inconsistentecom
a premissade que
amudança
tecnológica origina-se
em
grande parte pelas ações intencionais dos agenteseconômicos
respondendo
a incentivosde
mercado.Arrow (1962) assumiu