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Análise de ideias marxistas na obra de Paulo Freire

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Academic year: 2020

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Lorena Silva de Andrade Dias Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

lorena.andradedias@gmail.com

Gislaine Mendes Donel Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

lainedonel@gmail.com

Kariston Pereira Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

kariston.pereira@udesc.br

Tatiana Comiotto Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

comiotto.tatiana@gmail.com

Regina Helena Munhoz Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

rhmunhoz@gmail.com

Iandra Pavanati Instituto de Ensino Superior Santo Antônio (INESA)

iandrapavanati@hotmail.com

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

ANÁLISE DE IDEIAS MARXISTAS NA

OBRA DE PAULO FREIRE

RESUMO

Observando a emergência de uma controvérsia acerca da obra do teórico brasileiro Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997), vista por inúmeros educadores em todo o mundo como uma referência respeitável teórica e metodologicamente, mas também apontada por alguns setores da sociedade como tendenciosa e um perigo doutrinário à juventude, apresentam-se os resultados de um mapeamento sistemático realizado a partir de possíveis artigos científicos que versam sobre a presença da teoria marxista no trabalho de Paulo Freire. O objetivo consistiu em identificar quais são as influências de Karl Marx (1818-1883) nas concepções de Paulo Freire. Para a realização desse mapeamento, sete mecanismos de busca acadêmicos foram consultados, retornando um total de 71 artigos, dos quais, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, extraíram-se três artigos acadêmicos que compuseram esse estudo. Esta pesquisa mostrou que a relação entre Freire e Marx se dá por meio de uma prática reflexiva, a práxis, que busca, de forma simultânea, abordar a teoria e a prática em prol de uma transformação social. Além disso, a dialogicidade – essencial à pedagogia da libertação freiriana – possui forte influência do humanismo marxista.

Palavras-chave: Karl Marx. Paulo Freire. Mapeamento Sistemático. Praxis.

ANALYSIS OF MARXIST IDEAS IN THE WORK

OF PAULO FREIRE

ABSTRACT

Observing the emergence of a controversy about the work of Brazilian theorist Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997), seen by countless educators around the world as a respectable theoretical and methodological reference, but also pointed out by some sectors of society as biased and doctrinal danger to youth, the results of a systematic mapping are presented, based on possible scientific articles dealing with the presence of Marxist theory in Paulo Freire's work. The aim was to identify the influences of Karl Marx (1818-1883) on Paulo Freire's conceptions. In order to carry out this mapping, seven academic search engines were consulted, returning a total of 71 articles, of which, after applying the inclusion and exclusion criteria, three academic articles were extracted that composed this study. This research has shown that the relationship between Freire and Marx occurs through a reflexive practice, praxis, which seeks, simultaneously, to approach theory and practice in favor of a social transformation. Moreover, the dialogicity - essential to Freirian liberation pedagogy - is strongly influenced by Marxist humanism.

Keywords: Karl Marx. Paulo Freire. Systematic Mapping. Praxis. Submetido em: 07/12/2018

Aceito em: 07/02/2019 Ahead of print em: 04/03/2019 Publicado em: 25/04/2019

http://dx.doi.org/10.28998/2175-6600.2019v11n23p36-48 Vol. 11 | Nº. 23 | Jan./Abr. | 2019

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INTRODUÇÃO

Em 2012, a então presidente do Brasil, Dilma Rousseff, sancionou a Lei nº 12.612, que declara Paulo Freire o Patrono da Educação Brasileira (BRASIL, 2012). O termo “patrono” indica uma homenagem a determinada personalidade por seu trabalho e/ou serviço em prol da sociedade. No caso de Freire, essa honraria se dá em função do reconhecimento de seus esforços em favor de uma educação mais humanizada, desenvolvida, especialmente, para a alfabetização e ao alcance da população empobrecida. Além disso, essa lei afirma que “o país se identifica com o trabalho do educador” (SOARES, 2012, s. p.).

A pedagogia de Freire consiste, de acordo com Bessa (2008, p. 112), em um “conjunto de propostas pedagógicas conhecidas como progressistas, que surgiram em oposição à pedagogia liberal, tendo como seu principal objetivo interesses da maioria da população, partindo de uma análise crítica da sociedade capitalista”. Dessa forma, a proposta freiriana consiste na pedagogia da libertação – em oposição à pedagogia do oprimido –, em que educador e educando, juntos, constroem seu saber a partir da realidade vivida, de seu contexto social, questionando as práticas vigentes e se posicionando a fim de buscar a transformação necessária para o seu meio (MOREIRA, 2015).

Para isso, Freire critica a chamada educação bancária – “que anula o poder criador dos educandos ou o minimiza, estimulando sua ingenuidade e não sua criticidade, satisfazendo os interesses dos opressores” (MOREIRA, 2015, p. 150) – apresentando, como contraponto, uma educação dialógica, baseada na dialogicidade que se torna a “essência da educação como prática da liberdade” (MOREIRA, 2015, p. 151). Assim, na concepção freiriana, a libertação do oprimido ocorrerá compreendendo que

A sociedade é direito de todos e todos têm direito de exercer a plena cidadania, entendendo ainda que isso só se dará na medida em que todos os indivíduos sejam alfabetizados dentro do conceito de alfabetização cultural, que [...] significa aprender a escrever a sua vida como autor e como testemunho de sua história. Para ele (Paulo Freire), alfabetizar é conscientizar por meio de palavras oriundas do próprio universo vocabular. Segundo seu método, devemos, primeiramente, investigar o universo das palavras faladas no meio cultural do alfabetizando. Desse modo, o alfabetizando decodifica os símbolos e os comportamentos, que passam a ser expressos na forma escrita, construindo ativamente a sua cultura (BESSA, 2008, p. 113, grifo nosso). Assim, o processo de alfabetização (e de educação em outras áreas) se dá por meio das palavras e temas geradores, que formam o núcleo do método freiriano e que se divide em três etapas: “investigação (levantamento das palavras geradoras), tematização (descoberta de novos temas geradores relacionados com os originais [...]) e problematização (a conscientização como objetivo final do método [...]” (MOREIRA, 2015, p. 153). Destaca-se, que esse procedimento é realizado de forma dialogada entre professor e alunos, dentro do contexto social dos estudantes, pois na educação, conforme Freire (1983, p. 28), “não há seres educados e não educados. Estamos todos nos educando. Existem graus de educação, mas estes não são absolutos. O homem, por ser inacabado, incompleto, não sabe de maneira absoluta”.

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Nascido em 21 de setembro de 1921, Paulo Reglus Freire tornou-se reconhecido internacionalmente pelo conjunto da sua obra, recebendo o título de doutor honoris causa por mais de 30 universidades em todo o mundo e, entre diversas premiações, os prêmios Rei Balduíno para o Desenvolvimento, Unesco da Educação para a paz e Andrés Bello (BESSA, 2008). Além disso, Freire também ficou conhecido pelos seus livros sobre educação, pedagogia e seu método pedagógico, especialmente Pedagogia do Oprimido, Pedagogia da Esperança e Pedagogia da Autonomia (BESSA, 2008), entre outros.

Apesar dos esforços de Freire, que desenvolveu seu trabalho influenciado pelo existencialismo cristão, pela fenomenologia e pela visão filosófica marxista, esta última, foco deste artigo, buscando sempre uma educação de inclusão, que orientasse o sujeito ao desenvolvimento de um pensamento crítico e de uma percepção de agente participativo e transformador da sociedade, seu trabalho tem sofrido duras críticas nos dias atuais. A despeito de sua história, que incluiu o exílio por ser considerado subversivo pelo governo militar no período da ditadura brasileira (BESSA, 2008), hoje Freire tem sido alvo de ataques que apresentam a sua obra como “doutrinadora”, responsável por tornar a escola “uma máquina de formar alienados, aqueles que vão depois defender o PT e o PSOL, elogiar Cuba e cuspir na Veja” (CONSTANTINO, 2015, s. p.).

O principal ponto de oposição a Freire, realizado por movimentos como, por exemplo, a Escola sem Partido – fundado e coordenado pelo advogado Miguel Nagib em 2004 e que, em 2014, a pedido do deputado estadual Flávio Bolsonaro, na época pertencente ao PP-RJ, tornou-se um projeto de lei (CARLOTTI, 2016) –, consiste na alegação de que há uma transposição, realizada por meio de Freire, da teoria materialista histórico-dialética de Marx para a sala de aula, afirmando que “é a visão marxista que domina soberana em nossas escolas e que se revolta quando confrontada com posturas mais conservadoras” (RODRIGUES, 2015, s.p.).

Diante dessa questão, desenvolveu-se esse trabalho buscando compreender de que forma o trabalho do epistemólogo Karl Marx (1818 – 1883) influenciou no desenvolvimento da teoria freiriana. Para isso, um mapeamento sistemático foi realizado a fim de identificar e analisar os trabalhos científicos já realizados sob essa perspectiva.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi desenvolvido com o propósito de realizar um mapeamento da produção de artigos científicos que tratassem da perspectiva marxista na pedagogia freiriana. Dessa forma, identifica-se a natureza desse estudo como exploratória, pois, “envolve o levantamento bibliográfico e a identificação de estudos até então publicados na literatura de uma determinada área de conhecimento, tendo em vista

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proporcionar ao pesquisador maior familiaridade com o tema de pesquisa investigado” (ANNA, 2018, p. 72).

Assim, conforme apresentado por Klock (2018), para atender ao objetivo desse artigo, foram respeitadas três etapas para sua realização: planejamento, direcionamento e análise dos resultados. Inicialmente, apresentam-se as etapas de planejamento e condução para a execução do mapeamento sistemático. Já no próximo tópico, expõe-se a análise realizada sobre os artigos investigados que norteará, posteriormente, às considerações finais em que serão relatadas as percepções sobre o que foi estudado.

2.1 Planejamento

O objetivo deste trabalho consiste em identificar quais são as influências das ideias de Karl Marx na obra de Paulo Freire, isto é, como a perspectiva marxista interferiu no trabalho desse autor. Portanto, a fim de dar prosseguimento ao estudo, definiram-se as seguintes questões de pesquisa: 1) De que maneira os artigos abordam as ideias de Paulo Freire? 2) Quais as contribuições de Marx nas concepções de Freire? e, 3) De que forma os artigos estabelecem relações entre Marx e Freire na educação?

Assim, objetivando encontrar artigos que correspondessem ao tema pesquisado, definiram-se algumas strings de busca para essa pesquisa que, de acordo com Louzada et al. (2014, p. 2), consistem em parâmetros que “devem conter a ideia principal do que se deseja encontrar nos artigos”. Portanto, considerando o objetivo desse estudo, foram utilizadas para o mapeamento sistemático as seguintes strings:

Karl Marx, Paulo Freire e Educação.

Buscando determinar os critérios de seleção que, de acordo com Klock (2018, p. 5), são “utilizados para refinar os resultados da busca de forma coerente com o que se planeja responder”, o Quadro 1 apresenta os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos nessa proposta.

Quadro 1 – Critérios de Inclusão e Exclusão

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO i. O período de busca se deu em artigos publicados entre

2010 a 2018;

ii. Apenas publicações em português;

iii. Os artigos selecionados deveriam ter relação com as áreas de educação;

iv. O título deveria corresponder ao objetivo de pesquisa; v. A seleção dos artigos, após análise dos títulos, seria por meio da leitura de seu resumo, introdução e considerações finais.

i. Artigos fora do período de busca não foram considerados;

ii. Apenas artigos foram selecionados, excluindo, assim, dissertações, teses e outros trabalhos de diferentes naturezas (planos de aula, ementas, etc.)

iii. Foram rejeitados artigos que abordavam questões econômicas, biográficas, das áreas da saúde e biologia, e os que relatavam experiências em sala de aula. Fonte: os autores.

O período de realização deste mapeamento sistemático se deu entre os dias 10 a 14 de outubro de 2018.

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2.2 Condução

Para a execução desse mapeamento sistemático, dentro dos critérios estabelecidos na etapa de planejamento, adotaram-se sete mecanismos de busca acadêmicos (MBA) de diferentes bases. A Tabela 1 resume quais foram os MBA utilizados e os resultados por meio deles obtidos.

Tabela 1 – Resultados MBA

MBA RESULTADOS Scielo 5 Bvs-Psi - Scopus - IEEE Xplore - Periódicos CAPES 16 Web of Science - Google Scholar 50 TOTAL 71 Fonte: os autores.

Originalmente, a pesquisa realizada no Google Scholar retornou uma busca de 3470 trabalhos. O refinamento dos dados se deu por meio das strings de busca biológico, humanas1, economia, biografia e alfabetização, que contemplaram as áreas às quais não se objetivava esse estudo.

Destaca-se que, do total de 71 trabalhos obtidos após a aplicação das strings de buscas, muitos deles eram dissertações, teses, resenhas de livros, capítulos de livros, cadernos didáticos, entre outros, que não foram considerados para essa pesquisa. Assim, do total inicial encontrado, a seleção ficou reduzida a 19 artigos.

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ANÁLISE DOS RESULTADOS

Diante dos 19 artigos selecionados após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, determinados na fase de planejamento desse mapeamento sistemático, deu-se início à leitura de seus (i) resumo, (ii) introdução e (iii) considerações finais. Quando observado que (i) não atendia ao objetivo da pesquisa, as etapas (ii) e (iii) não foram executadas. O mesmo se deu quando, analisada a falta de relação da etapa (ii) com esse estudo, suspendeu-se a etapa (iii).

1 Como critério de exclusão, foram considerados os trabalhos que versavam sobre as práticas docentes nas áreas de ciências biológicas e humanas, dado seu caráter voltado para a ação em sala de aula e não de análise entre Marx e Freire – determinado como o objetivo desse mapeamento sistemático.

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Dessa forma, finalizadas as leituras que definiriam quais artigos comporiam essa pesquisa, construiu-se o Quadro 2 que apreconstruiu-senta os artigos construiu-selecionados – cujas referências encontram-construiu-se no fim desconstruiu-se artigo.

Quadro 2 – Artigos selecionados

ARTIGO AUTOR(ES) ANO TÍTULO

A1 Fernandes, Sabrina 2016 Pedagogia crítica como práxis marxista humanista: perspectivas sobre solidariedade, opressão e revolução.

A2 Freitas, Luciana Albernaz de Araújo Freitas, André Luis Castro 2013 Freire e Marx, os caminhos da dialética: ação e reflexão para transformação. A3 Zanella, José Luiz 2010 Considerações sobre a filosofia da educação de Paulo Freire e o marxismo. Fonte: os autores.

Após a leitura dos três artigos selecionados, deu-se início à identificação dos pontos-chaves que conduziram às respostas das questões de pesquisa desse trabalho. Apresentam-se, a seguir, as considerações e análises realizadas.

3.1 De que maneira os artigos abordam as ideais de Paulo Freire?

A partir dos três artigos analisados, percebeu-se que a principal abordagem feita pelos autores sobre Paulo Freire, concentrou-se na sua pedagogia da libertação, que busca a liberdade do indivíduo por meio de uma práxis que o leve a uma consciência crítica, percebendo sua participação e como potencial transformador da sociedade. Assim, de forma geral, os trabalhos abordam as ideias de Freire com base na relação dialética entre a realidade e o exercício da liberdade sobre ela, buscando conduzir o sujeito a uma consciência de si e, portanto, consciência do mundo.

Para Freitas e Freitas (2013), Freire propõe uma educação problematizadora – realizada em um processo de humanização, que vê o indivíduo como um agente –, que proporcione a ação na relação de troca entre professor e estudante, construindo o conhecimento por meio da dialogicidade e favorecendo uma atitude que gere transformação social, do meio em que vivem. Entende-se, portanto, que o ponto central do pensamento freiriano consiste na liberdade que, promovida no processo de ensino-aprendizagem, conduz à conscientização – que, por sua vez, levará à construção, com o educando, de uma consciência crítica e transformadora.

Com base na relação educador e educando, a pedagogia freiriana também é compreendida como uma luta contra as relações estabelecidas pelo capitalismo e pelas classes opressoras. Nessa luta, importa que o oprimido seja “preparado” para ser liberto, isto é, antes que o sujeito comece a agir de modo a transformar o status quo, primeiro é preciso “eliminar” o viés opressor que nele vive. Desse modo, o

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oprimido não se tornará opressor, após a sua libertação (FERNANDES, 2016). Assim, “a relação dialética entre oprimido e opressor é o que constitui as suas posições e os coloca em contradição. Libertação, portanto, consiste em superar a relação de opressão, a fim de eliminar essa contradição” (FERNANDES, 2016, p. 483).

Ainda, Zanella (2010) entende a existência da necessidade de uma práxis transformadora para enfrentar a consciência e prática opressoras no processo de conscientização, referindo-se a um movimento do objeto para o sujeito.

A aquisição da consciência crítica permite desafiar a reificação e substituí-la com a subjetivação do eu — a transformação dos seres humanos de objetos em sujeitos. Mais importante, a pessoa se torna um sujeito político dentro do qual a capacidade de contestação, o diálogo e a representação verdadeira da realidade podem ser alimentadas (FERNANDES, 2016, p. 485).

Dessa forma, a consciência crítica está vinculada à solidariedade, viabilizando “a possibilidade dos oprimidos estarem em solidariedade uns com os outros e, finalmente, com o opressor através de uma compreensão mais flexível do ‘nós’ da solidariedade” (FERNANDES, 2016, p. 486). Assim, essa solidariedade promove a inclusão e permite a extensão da solidariedade através do reconhecimento mútuo.

3.2 Quais as contribuições de Marx nas concepções de Freire?

Considerando Freitas e Freitas (2013, p. 2), é possível observar que “a pedagogia freiriana está apoiada na ideia de que o conhecimento é uma contingência particular da história e da política”. Abordando a contribuição da ideia proposta de Marx para o significado de dialética, apoiado em sua concepção materialista.

A formulação proposta (do objeto para o sujeito) constitui o método dialético de Marx, quando a análise passa a viabilizar uma visão de que o universo vai se revelando tal como é. O pensamento se movimenta por dentro das diferentes partes apreendendo suas interconexões (FREITAS; FREITAS, 2013, p. 6, grifo nosso).

Segundo Fernandes (2016), o humanismo de Marx e a pedagogia de Freire se complementam ao apontar que, apesar do alcance do capitalismo, seu domínio pode ser enfrentado por meio da ação do indivíduo sobre a sua história. Assim sendo, a pedagogia crítica, apresentada por Freire, é principalmente ligada à visão dialética da história, pois segundo Fernandes (2016, p. 490), “ela argumenta que a transformação pode acontecer por ação humana sob a forma de uma relação dialógica entre humanos e natureza e os seres humanos entre si em sua existência social”.

Na episteme freiriana, exercita-se o questionamento e a escolha, buscando ações a serem tomadas. Por meio dessas ações se oportuniza uma aprendizagem crítica, baseada nas reflexões a respeito

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da relação dialógica operada entre os seres humanos e o meio, consistindo o pensamento freiriano na busca pelo entendimento de como se estrutura o conhecer, objetivando a autonomia dos sujeitos.

As relações dialógicas, portanto, promovem o encontro dos homens que pronunciam o mundo, com o intuito de (re) criar a história, onde o foco permanente é a reflexão sobre a realidade a qual não é entendida como abstrata e estática, mas sim como uma realidade concreta e processual da qual o sujeito faz parte e intervém (FREITAS; FREITAS, 2013, p. 9).

Ainda de acordo com Freitas e Freitas (2013), a prática libertadora de Freire se aproxima da proposta marxista através da dialogicidade, analisando o processo histórico, segundo os referidos autores (idem, p. 10), “reafirmando a formulação de pensamentos idealizados, mas, considerando o conhecimento a um objetivo concreto”. Dessa forma, o processo teórico freiriano, (ibidem) “desloca-se do real ao abstrato e retorna ao real concebido pelo pensamento, caracterizando um movimento por entre abstrato e concreto onde se supera a abstração pela percepção crítica do concreto”. Esse processo acontece primeiro pelos movimentos de busca e delimitações temáticas, após a codificação da realidade em estudos, para assim ocorrer a decodificação junto com os sujeitos envolvidos.

Segundo Fernandes (2016), a práxis reflexiva em Freire, que relaciona teoria e prática a fim de mudar a realidade, “é fortemente baseada em Marx, uma vez que contesta a interpretação materialista trivial da práxis que vê o pensamento apenas como uma influência orientadora sobre a atividade material, prática, da humanidade” (FERNANDES, 2016, p. 492).

Assim, compreende-se que a relação entre o humanismo marxista e a pedagogia crítica freiriana se dá por meio da práxis, que também evita uma posição mítica que vê o potencial humano com excessivo otimismo. Portanto, somente através da transformação da consciência e da realidade, simultaneamente, é que ocorre o desenvolvimento da sociedade (FERNANDES, 2016).

3.3 De que forma os artigos estabelecem relações entre Marx e Freire na educação?

A relação entre Marx e Freire é encontrada na busca, por meio do diálogo, de uma educação que visa praticar a liberdade, em uma linha humanista que se propõe a expor os mitos vigentes no contexto social. Para isso, entende que a “conscientização proporciona um olhar mais crítico da realidade, desvelando-a no intuito de conhecê-la” (FREITAS; FREITAS, 2013, p. 9).

Promovendo uma conexão entre os pensamentos de Freire e Marx, a fim de realizar a aproximação do saber marxista com relação ao método dialógico freiriano, Freitas e Freitas (2013, p. 12) apresentam algumas conjecturas a cerca dessa relação tendo por “objetivo promover relações educativas dialógicas” baseadas nos estudos de ambas as teorias. São elas:

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1. A importância da formulação de pensamentos idealizados, mas, sobretudo, vinculando-se o conhecimento a um objetivo concreto;

2. Abstrato e concreto formam um único método de conhecimento, onde, como opostos, se dialetizam no ato de pensar;

3. Durante a relação dialógica sobre os conteúdos programáticos propriamente ditos é que acontece a investigação dos sujeitos em relação à realidade;

4. Os sujeitos se reconhecem na interação ao mesmo tempo em que passam a ser seu objeto de reflexão; e

5. A necessidade de conhecimento da realidade em que esse conhecer exige codificar as partes e decodificá-las na busca da retotalização2.

Na concepção de Fernandes (2016, p. 494), o entendimento da “práxis na pedagogia crítica como um veículo revolucionário político preenche o Humanismo Marxista em todos os níveis de análise”. A liberdade deve ser conquistada através da práxis em busca da humanidade e de sua subjetividade, abordando, assim, a solidariedade e promovendo também a libertação coletiva.

Sem a práxis, uma sociedade livre seria gradualmente devolvida a um estado desumanizador, uma vez que as potencialidades humanas são mais propensas a florescer quando as capacidades conscientes estão em linha com a atividade prática quando refletida na criatividade, raciocínio crítico, solidariedade e esforço produtivo (FERNANDES, 2016, p. 494-495).

Em contrapartida, Zanella (2010) estabelece as considerações sobre a filosofia da educação freiriana e o marxismo (Quadro 3). Assim, o autor busca esclarecer as influências de Marx sobre as teorias de Paulo Freire, mas destacando as diferenças presentes entre suas pedagogias (ZANELLA, 2010, p. 22).

Quadro 3 - Diferenças entre as pedagogias de Freire e Marx

DIFERENÇAS PEDAGOGIA DE PAULO FREIRE PEDAGOGIA MARXISTA

Conteúdo Extraídos das vivências dos educandos (contradições) tornando-se Temas Geradores. É o saber objetivo (leis do devir e das ciências) mais desenvolvido. Conhecimento dos clássicos. Método de ensino Diálogo e problematização para a construção dos saberes. Negação do ensino. Transmissão e assimilação ativa do saber objetivo mediante método de ensino dialético.

Professor Educador apenas coordena. Responsável aprofundamento teórico- metodológico com pelo ensino. Deve possuir domínio do saber objetivo para saber ensinar. Aluno Possui um saber que deve ser aperfeiçoado a partir de sua realidade. Possui um conhecimento de senso comum e bom senso que precisa ser superado pela aquisição do

saber objetivo.

2 De acordo com Bu (2016, p. 2), a retotalização é o propósito da interdisciplinaridade, isto é, “um saber marcado pela diversidade de saberes e pela diferenciação dos sentidos do ser, com um objetivo claro: atuar na busca de respostas às complexas problemáticas socioambientais geradas pelo próprio avanço da ciência disciplinar, sob a concretude de que o conhecimento disciplinar marcado pelo fracionamento do saber, pelo logocentrismo da ciência moderna, pela degradação ambiental, pelo transbordamento da economização, guiados pela racionalidade tecnológica e pelo livre mercado, já não são mais capazes por si só de fornecer tais respostas”

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Educação e

instrução A educação autêntica é aquela que se origina de práticas sociais informais. A educação formal é a forma principal de educação. Instrução é também educação (Gramsci).

Escola É “círculo de cultura”. “Muito mais gestora do conhecimento social do que lecionadora (...) mais formativa e menos informativa”

Instituição pública (estatal), obrigatória, universal, gratuita, laica e unitária. Defesa da escola pública como locus de transmissão/assimilação do saber objetivo.

Fonte: Zanella (2010, p. 22).

Assim, diante das diferenças entre as pedagogias freiriana e marxista, Zanella (2010, p. 22) afirma que o trabalho de Paulo Freire “constitui-se um avanço na medida em que consegue mostrar que a educação deve respeitar o aluno como sujeito que tem ansiedades, necessidades, percepções [...]”. Considera-se, contudo, que a afirmativa humanista marxista se encontra na prática freiriana, ao compreender o indivíduo como um todo – incluindo suas emoções e motivações.

Conforme Bessa (2008, p. 113), “Paulo Freire teve coragem de conscientizar e capacitar o ‘oprimido’ por meio da educação, dando a ele instrumentos fundamentais para sua luta contra a sociedade excludente: o conhecimento e a palavra”. Além da busca pela libertação, Marx e Freire concordam que uma ação de transformação deve ser realizada por meio de uma práxis – em que teoria e prática agem, simultaneamente, em favor da transformação da realidade vigente – desenvolvida de forma dialogada.

A partir do estudo dos artigos, percebe-se o foco dos autores sobre o ponto principal da pedagogia de Paulo Freire: a liberdade. Por meio dela, o indivíduo é capaz de compreender seu papel na sociedade, enxergar-se com um agente de mudanças e capaz de libertar até mesmo aquele que o oprime. De Marx, têm-se a crítica ao sistema que aliena a massa e da necessidade de uma ação – de uma prática educativa – que torne a todos cidadãos socialmente ativos. Na educação, por meio da relação educador e educando, estimula-se então um ensino dialogado, construído em parceria com os estudantes e em constante evolução.

Contudo, há diferenças entre as concepções marxista e freiriana, tanto na abordagem pedagógica quanto filosófica. Zanella (2010) procurou também analisar quais são essas distinções – assim como o fez com a visão pedagógica de ambos os autores. Os resultados são apresentados no Quadro 4.

Quadro 4 – Diferenças entre as filosofias de Freire e Marx (Continua)

DIFERENÇAS A FILOSOFIA DE PAULO FREIRE FILOSOFIA MARXISTA Relação entre o

pensamento e o ser

Idealismo: do pensamento para o ser. A realidade é uma extensão do pensamento. Defesa do a priori: Deus.

Realismo: do ser para o Pensamento. A realidade existe independentemente do pensamento. Materialismo: o a priori é a matéria.

Dialética Do sujeito, da consciência – diálogo (subjetiva). Da matéria e da produção – lei do devir (objetiva). Antropologia:

quem é o homem?

Ser inconcluso (existência) criado por Deus

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Ontologia: o que é a realidade?

É o fenômeno = aquilo que aparece à consciência. “A realidade é todos os fatos e dados e mais a PERCEPÇÃO que deles esteja tendo a população envolvida” (Freire). “Consciência e mundo se dão ao mesmo tempo. O fenômeno é, (...) e se desvela como é” (Sartre).

É uma totalidade estruturada dialeticamente que pode vir a ser racionalmente compreendida. A essência da realidade são as leis dialéticas e cientificas (coisa em si) contidas na própria realidade. A realidade é constituída de aparência (pseudoconcreta) e essência (coisa em si – leis dos fenômenos).

Epistemologia: como conhecer a realidade?

Consciência e objeto se definem na CORRELAÇÃO entre ambos: a consciência é sempre consciência de alguma coisa e o objeto é sempre objeto para a consciência. Conhecer a realidade é conhecer a essência da correlação. O fenômeno é INTUÍDO pela consciência. A verdade é construída pelo ato da consciência fundante de sentido. Em última instância, o critério da verdade é o sujeito (consciência). Método da redução – diálogo.

O conhecimento do concreto na sua essência somente pode ser feito pela pesquisa cientifica/filosófica. É pelo “método cientificamente exato” que se faz a análise, decomposição do todo na busca das conexões internas entre o geral e o particular (mediações) e depois se chega à síntese enquanto concreto pensado. “O concreto é concreto porque é a síntese de muitas determinações” (Marx). O sujeito reproduz no pensamento de forma ativa as leis do movimento da realidade. O critério da verdade é a realidade ou a prática social.

Práxis

“A práxis é reflexão e ação dos homens sobre o mundo para transformá-lo” (Freire). O diálogo reflexivo possibilita o conhecimento ou o desvelamento da realidade (fenômeno). A práxis transformadora se dá pela mediação do diálogo.

“Atividade material do homem que transforma o mundo natural e social para fazer dele um mundo humano” (Vázquez). “É a ação que, para se aprofundar de maneira mais consequente, precisa da reflexão, do autoquestionamento, da teoria: e é a teoria que remete à ação, que enfrenta o desafio de verificar os seus acertos e desacertos, cotejando-os com a prática”. (Konder). A práxis transformadora se dá pela luta de classes.

Prática/teoria

Concepção pragmática: embora a relação seja dialética, há a primazia da prática sobre a teoria. Acredita-se ser possível teorizar a prática pela reflexão. Prática dos sujeitos.

“A prática não fala por si mesma. (...) O critério de verdade está na prática, mas só se o descobre numa relação propriamente teórica com a prática mesma” (Marx). Prática social determinada, em última instância, pela produção.

Ciência Concepção fenomenológica: é “a ciência descritiva das essências da consciência e de seus atos” (Husserl).

Concepção do materialismo histórico dialético. Desvelar as leis do desenvolvimento dos fenômenos objetivos (Marx).

Fonte: Zanella (2010, p. 20).

Assim, por meio da análise realizada no Quadro 4, apesar da influência marxista na proposta freiriana, muitas são as diferenças entre os autores. Além disso, o próprio Freire afirmava não se definir como marxista – mesmo assumindo reconhecer a filosofia de Marx em sua prática (ZANELLA, 2010).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desse artigo foi analisar as influências da proposta marxista na obra de Paulo Freire. Para isso, deu-se o desenvolvimento de um mapeamento sistemático que possibilitou compreender de que maneira as concepções de Karl Marx influenciaram Freire em sua obra. Por meio deste estudo, notou-se que os artigos analisados buscaram não só a compreensão de Marx em Freire, mas o entendimento sobre a pedagogia freiriana como um todo e a afirmação de seu foco na libertação do sujeito e na busca pela redução de um contexto social e pensamento opressores.

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Sendo Paulo Freire o patrono da educação brasileira, compreende-se que seu trabalho é referência para as práticas educativas no país. Assim, “aplica-se” o que foi desenvolvido por Freire, não o que foi criado por aqueles que o influenciaram. As críticas que buscam “expurgar Paulo Freire da sala de aula” afirmam que o seu objetivo é afastar a “ameaça marxista” das escolas. Contudo, como observado ao longo deste trabalho, Marx e Freire percebem o processo de ensino-aprendizagem como o meio para a liberdade; ao contrário do que dizem seus críticos, os quais afirmam que tais concepções objetivariam a tomada do poder.

Em cima desta utopia marxista (a mudança social por meio da luta de classes), os professores tentam construir metodologias e conteúdos que possam contribuir para mudança (não transformação) da sociedade. Bem ao estilo de Marx, a realidade deixa de ser considerada como fruto de um processo histórico, mas encarada como produto da ação do homem, portanto o homem em luta é que muda a realidade. O indivíduo desenvolve as suas potencialidades com vistas à sociabilidade, ou seja, a formação do indivíduo é prevista como um “ajuste” ao interesse do grupo social. Não interessa a estes professores qualquer projeto de mudança da realidade local, o importante é o alinhamento com os grandes temas das lutas sociais. Seguindo este princípio, um clube de ciências, uma horta comunitária, uma equipe esportiva ou um projeto de leitura são desprezados em favor da discussão de “temas maiores e urgentes” como “racismo”, “inclusão”, “indianismo”, “luta campesina” e tantos outros que, embora importantes, se sobrepõem aos interesses locais. Concluindo, podemos dizer que o objetivo maior desta educação é a luta que leva ao poder e não à construção social (RODRIGUES, 2015, s. p., grifo nosso).

Por fim, identifica-se como uma dificuldade no desenvolvimento deste mapeamento – e, por consequência, sua reduzida abrangência para analisar o objetivo definido – o pouco material científico produzido acerca da relação entre Marx e Freire. Entende-se que, apesar das discussões a respeito das influências na obra freiriana, não há muitos artigos publicados recentemente apresentando estudos que procuram investigar as bases das concepções de Freire e de como isso é refletido no ambiente escolar.

REFERÊNCIAS

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Tabela 1 – Resultados MBA

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