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Poluição do ar nas áreas metropolitanas de São Paulo - situação até março de 1983

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Nelson Nefussi, engenheiro químico e A /p /ç n n AJ e f i i c c i

sanitarista; mestre em ciência em higiene e poluição do ar (Universidade de Pittsburgh), ex- diretor da Cetesb. Atualmente é consultor da OPS/OMS, consultor da FIESP/CIESP, membro da União dos Defensores da Terra —

OIKOS e diretor da Nefussi e Consultores de Meio Ambiente S/C Ltda.

Poluição do ar nas áreas

metropolitanas de São Paulo —

situação até março de 1983

Introdução

Nas áreas metropolitanas, tendo em vista, prin­ cipalmente, o rápido crescimento urbano e industrial, freqüentemente, de uma forma espacial desordena­ da, com conseqüente apresentação de altas densi­ dades populacionais e de atividades econômicas, são gerados problemas de ordem social, especial­ mente sanitários, cujo equacionamento e solução são extremamente complexos, representando ver­ dadeiros desafios à administração pública. Depen­ dendo da característica de cada país, esta citada complexidade pode ser agravada por diversos fato­ res, entre os quais, por serem importantes no Bra­ sil, em especial no Estado de São Paulo, cumpre destacar:

• fator econômico financeiro: falta de recursos (receitas públicas) suficientes para atendera solução dos problemas (despesas públicas) existentes. Ca­ be neste caso uma crítica à política tributária vigen­ te, que não vislumbra a existência de um tributo emi­ nentemente metropolitano, que leve em conta a ca­ racterística majestosa dos problemas metropolita­ nos, que crescem em progressão assustadora, bem como não redistribui os tributos arrecadados aos es­ tados e municípios, de uma forma condizente com a realidade de seus problemas;

• fator político-administrativo: falta de coorde­ nação e entrosamento dos governos municipais que compõem uma área metropolitana. Cabe neste ca­ so uma crítica à Lei Orgânica dos M unicípios, que es­ tabelece uma saudável diretriz de autonomia muni­ cipal, mas não coibe seu uso excessivo, principal­ mente quando interesses locais sobrepõem-se aos interesses regionais.

No Brasil, procurando superar alguns desses fatores agravantes, o governo federal, através da Lei Complementar n.° 14, de 8 de junho de 1973, não só estabeleceu as regiões metropolitanas, como tam­ bém procurou incentivar os municípios pertencen­ tes a essas regiões, através de facilidades em finan­ ciamentos, a cooperarem no planejamento integra­ do e na execução de serviços comuns, reputados de interesse metropolitano, entre os quais, incluem-se: saneamento básico, notadamente abastecimento de água e rede de esgotos e serviço de limpeza públi­ ca; e aproveitamento dos recursos hídricos e controle de poluição ambiental, na forma que dispuser a lei federal.

Acertadamente, a Lei Complementar nP 14 in­ dica o controle da poluição ambiental e, portanto, o controle da poluição do ar, como um serviço comum aos municípios que integram uma região metropo­ litana. Em base a esta lei, e a outras que se seguiram

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em nível estadual, relacionadas com o problema am­ biental, no Estado de São Paulo, a Região Metropo­ litana de São Paulo - RMSP, desde 1973, vem sen­ do tratada, especialmente, no que diz respeito à po­ luição do ar, como uma verdadeira bacia aérea, de­ finida legalmente como Região de Controle de Qua­ lidade de Ar-1 — RCRA-1.

/A

Região Metropolitana de

São Paulo — RMSP

Características gerais

A RMSP é composta por37 municípios, e ne­ la estavam concentrados, em 1980, 12.578.145 ha­ bitantes, cerca de 50% da população do Estado, e 11% da nacional. Nesta área de 7.951 Km2, inferior a 3,5% da área do Estado e a 0,1% do país, concentram-se 31 % das inversões de capital, 36% e 41 % do emprego e da renda industriais nacionais, respectivamente. A renda anual, por habitante, na RMSP, anda ao redor de USS 3,4 mil, e seu produto interno bruto gira em torno de USS 42,5 bilhões anuais.

Cerca de 70% da população está concentra­ da no Município de São Paulo, 20% nos municípios de Osasco, Guarulhos e municípios da Região Su­ deste (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), restando aos demais 27 municí- piosapenas 10% dos habitantes da RMSP. Estequa- dro de concentração pode também ser sentido nas

receitas públicas e no número de empregados, on­ de 95% das mesmas são absorvidas e 95% dos mesmos estão concentrados, respectivamente pe­ los dez municípios citados. Durante a década de 70 a taxa de crescimento habitacional na RMSP foi em torno de 4,5% ao ano, enquanto que a do Estado foi de 2,9% e a do Brasil de 2,5%.

Comparativamente, as características topográ­ ficas e meteorológicas da RMSP são favoráveis pa­ ra a dispersão dos poluentes atmosféricos. Cumpre ressaltar que durante os meses de inverno, devido a ocorrência de um elevado grau de calmarias e a pre­ sença de vários tipos de inversões térmicas, as con­ dições dédispersão são pioradas. A precipitação plu- viométrica ocorre com maior freqüência nos meses de verão e os ventos predominantes têm direção su- sudeste: das áreas mais industrializadas para as áreas mais povoadas.

Fontes de poluição do ar

Na figura 1 estão apresentadas as principais fontes de poluição do ar na RMSP e os principais po­ luentes emitidos.

Recursos institucionais e

legais disponíveis

Desde 1975, por delegação do governo do Es­ tado de São Paulo, o controle da poluição do ar no Estado vem sendo desenvolvido de uma forma con­ centrada pela Companhia de Tecnologia de Sanea-Figura 1 — Inventário das emissões de poluição do ar da RMSP — Cetesb

Dezembro 1978

Poluentes Material Parti-

culado (MP) X

O

CO CO NOx HC

Fontes Ton/dia % Ton/dia % Ton/dia % Ton/dia % Ton/dia %

Processos e ope­ rações industriais 399 72,28 18 2,63 86 1,63 - - 127 15,28 Queima de com­ bustível em fontes estacionárias 28 5,07 541 79,09 19 0,36 62 14,76 9 1,08 Veículos a diesel 13 2,36 82 11,99 195 3,70 158 37,62 33 3,97 Veículos à gasolina 29 5,25 42 6,14 4.846 92,02 193 45,95 596 71,72 Queima de resíduo sólido 32 5,80 1 0,15 120 2,28 7 1,67 39 4,69 Outras’ 51 9,24 - - - 27 3,25 Total 552 100 684 100 5.266 100 420 100 831 100

* Comercialização de produtos voláteis; poeiras fugitivas (tráfego em ruas sem asfalto, construção civil e obras de pavimentação).

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mento Ambiental — Cetesb, empresa de economia mista, vinculada à Secretaria de Obras e do Meio Ambiente — SOMA, e que tem como acionista ma­ joritário o governo do Estado de São Paulo. Na área de avaliação e controle da poluição do ar na RMSP, a Cetesb dispunha, em março de 1983, de 260 fun­ cionários, dos quais 70% profissionais de nível uni­ versitário. Em 1982, o custo direto das ações desta área atingiu CrS 1,3 bilhão. A Companhia dispunha de laboratórios e equipamentos suficientes para o desenvolvimento de seu programa de controle da poluição do ar, destacando-se o Sistema Telemétri- code Monitoramento do Arda RMSP (25 estações), dois laboratórios volantes, um laboratório para me­ dição de emissões de veículos,.inclusive de veícu­ los à álcool, um laboratório de engenharia do ar, as equipes de amostragem de chaminés, e os labora­ tórios de análises químicas do ar.

A ação de controle da poluição ambiental no Estado e, portanto, na RMSP, está baseada na Lei n.° 997, de 31 de maio de 1976, alterada nos seus arti­ gos 7.° e 8.° pela Lei n.° 1.874, de 8 de dezembro de 1978. Essas leis estão regulamentadas pelo Decre­ to n.° 8.468, de 8 de setembro de 1976, alterado e acrescido pelos decretos n° 10.299, de 29 de agos­ to de 1977; n.° 10.755, de 22 de novembro de 1977; n° 11.720, de 16 de junho de 1978; n.° 12.045, de 8 de agosto de 1978; n.° 15.425, de 23 de julho de 1980; e n.° 16.266, de 2 de dezembro de 1980.

Existem em âmbito estadual três outras leis es­ pecíficas para a RMSP e que complementam a le­ gislação referida anteriormente, principalmente no que diz respeito à proteção ambiental através da de­ finição do uso do solo. Tratam-se das leis n° 898, de 18 de dezembro de 1975 e n ° 1.172, de 17 de novem­ bro de 1976, regulamentadas pelo Decreto n.° 9.714, de 19 de abril de 1977, e que visam a proteção dos mananciais de água da RMSP, e da Lei n° 1.817, de 27 de outubro de 1978, regulamentada pelo Decre­ to n.° 13.095, de 5 de janeiro de 1979, que estabele­ ce os objetivos e as diretrizes para o desenvolvimento metropolitano e disciplina o zoneamento industrial na RMSP.

A legislação mencionada é bastante rigorosa, abrangente e de aplicação relativamente simples, es­ tando adequada para a solução do problema atual de poluição ambiental no Estado de São Paulo.

Em geral, exceto no que diz respeito à aplica­ ção da penalidade de interdição, essa legislação é apoiada pela Legislação Federal existente, em espe­ cial a Lei n.° 6.939, de 31 de agosto de 1981, e seu regulamento decretado em 3 de junho de 1983. Es­ ta lei federal centraliza erradamente o poder de sus­ pensão de uma atividade poluidora, por mais de trin­ ta dias, qualquer que seja o tipo, estabelecendo co­

m o co m p e tê n cia exclusiva do p re sid e n te da República.

O Plano de Controle de Poluição do A r

na RMSP

Objetivos

O objetivo básico do Plano de Controle de Po­ luição do Ar era proporcionar à população do Esta­ do de São Paulo uma qualidade de ar que, pelo me­ nos, não oferecesse risco à sua saúde. Esta qualida­ de do ar,.está definida, atualmente, em função dos poluentes mais importantes, através de padrões de qualidade do ar estabelecidos na legislação estadual e que constam da figura 2.

Dois outros objetivos complementares, que in­ dependem dos padrões de qualidade do ar, foram fixados e estão previstos na legislação vigente: a im­ plantação de um plano de ação de emergência, vi­ sando proteger a população de determinadas áreas contra episódios agudos de poluição do ar; e a im­ plantação de um sistema operativo de atendimen­ to imediato de reclamações da população de deter­ minadas áreas contra a poluição do ar provocada por fontes estacionadas mal-localizadas.

No caso do plano de ação de emergência, fo­ ram estabelecidas em lei as chamadas concentra­ ções de emergência, acima das quais a saúde públi­ ca estará sob perigo eminente (estado de calamida­ de pública). Foram estabelecidas concentrações de emergência para os mesmos poluentes para os quais foram estabelecidos padrões de qualidade do ar. Na figura 3 estão apresentadas as concentrações de atenção, alerta e emergência, ressaltando que ao ser atingido um determinado nível de atenção, alerta ou emergência, para o que é necessário, não só que uma das concentrações da figura 3 seja ultrapassa­ da, mas, também que, concomitantemente, as con­ dições meteorológicas sejam desfavoráveis para a dispersão dos poluentes nas 24 horas subseqüen­ tes, são impostas uma série de restrições sobre as atividades poluidoras na área atingida. Em 1976, qua­ renta grandes indústrias dos municípios de Santo André e São Caetano tiveram suas operações e pro­ cessos poluidores paralizados por 18 horas, quando ocorreu na região o nível de alerta pelo produto (dió­ xido de enxofre x partículas em suspensão).

Diretrizes

As ações que foram desenvolvidas visando atingir os objetivos descritos seguiram as seguintes diretrizes:

• as ações de controle deviam ser amplamen­ te divulgadas, através de programas e campanhas

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Figura 2 - Padrões de qualidade do ar estabelecidos para o Estado de São Paulo (Decreto n ° 8.468, de 8 de setembro de 1976) Poluentes Padrões de qualidade do ar Concentração (íig/m3 * Tempo de amostragem Método de amostragem e análise Partículas em suspensão 80 Média geométrica

anual Média de amostrador

de grandes volumes ou equivalente 2 4 0 " Média de 24 horas consecutivas Dióxido de enxofre 80 Média aritmética anual Método de paràrosalina ou equivalente 365 " Média de 24 horas consecutivas Monóxido de carbono 1 0 .0 0 0 " Máxima média de

8 horas consecutivas Método de absorção de radiação infravermelho não-dispersivo ou equivalente 4 0 .0 0 0 ” Máxima média de 1 hora Oxidantes fotoquímicos 1 6 0 " Máxima média de 1 hora Método de luminescência química ou equivalente * concentração em microgramas por metro cúbico (/ig/m3)

* * concentrações que não podem ser ultrapassadas mais de uma vez por ano.

Figura 3 — Concentrações dos níveis de atenção,

alerta e emergência do Plano de Ação de Emergência para Episódios Críti­ cos de Poluição do Ar.

(Decreto n° 8.468, de 8 de setembro de 1976).

Poluentes

Níveis

Atenção Alerta Emergência

Dióxido de enxofre (S 0 2l

Imédia de 24 horas) 80 (»g/m3 1.600 iig lm 3 2.100 /.g /m 3 Material particulado IMP)

(média de 24 horas) 375 n g /m 3 625 fig /m 3 875 jig /m 3 Produto (MP.SO)2

Im édia de 24 horas) 65x1o3 261x1o3 393X103

M onóxido de carbono ICO)

(média de 8 horas) 15 ppm 30 ppm 45 ppm

Oxidantes fotoquím icos (expresso em 03) (média de 1 hora)

200 jig /m 3 800 *ig/m 3 1.200 n g /m 3

educativas, ou mesmo através dos órgãos de impren­ sa, procurando criar uma consciência adequada jun­ to à população sobre o problema de poluição do ar, suas causas, seus efeitos e as medidas que estão sendo adotadas pelo governo e pelos responsáveis pelas atividades poluidoras;

• nos casos de poluição do ar em que houves­ se manifestação da população, a mesma deveria ser convidada a participar do processo de equaciona- mento e solução do problema, auxiliando inclusive o organismo de controle na detecção de agentes po- luidores incomodativos;

• as atividades que visavam o controle da po­ luição do ar deveriam ser desencadeadas com apoio na mais desenvolvida tecnologia,

• as ações que visavam o controle das fontes de poluição do ar não deveriam ser meramente coer­ citivas, mas deveriam ser acompanhadas de todo apoio tecnológico do órgão de controle, que deve­ riam, inclusive, catalizar eficientes meios de financia­ mento para os sistemas de controle de poluição do ar;

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• a iniciativa privada deveria ser estimulada no desenvolvimento de projetos, fabricação e instala­ ção de sistemas de controle de poluição do ar;

• nas regiões ou áreas consideradas como sa­ turadas (regiões ou áreas críticas) em termos de po­ luição do ar dever-se-ia: desincentivara implantação de indústrias e outras atividades com maior poten­ cial de ação poluidora; disciplinar a ampliação de es­ tabelecimentos industriais e outras atividades exis­ tentes, de forma que sua expansão não aumente a poluição do ar e incentivar a transferência, para fora das cidades, de fábricas e atividades altamente po- luidoras, já em funcionamento;

• sempre que não fosse possível o correlacio- namento entre as emissões de uma ou mais fontes de poluição do ar e a qualidade do ar resultante, o controle das emissões deveria ser baseado no crité­ rio da "m elhor tecnologia prática disponível" para cada caso;

• exceto nos casos de perigo eminente à saú­ de pública, os prazos a serem estabelecidos para a solução dos problemas de poluição do ar, deveriam ser os mais curtos, tecnicamente exequíveis, e de­ veriam levar em consideração: prazo para apresen­ tação de planos, projetos e cronogramas, prazo pa­ ra construção ou fabricação de equipamentos polui- dores, se for o caso, prazo para instalação do siste­ ma, prazo para teste ou avaliação do sistema.

Estratégias

Considerações gerais

A legislação estadual de meio ambiente divi­ diu o território do Estado de São Paulo em onze re­ giões de controle de qualidade do ar — RCQA (ba­ cias aéreas), que atualmente coincidem com as on­ ze regiões adm inistrativas do Estado, sendo a RCQA1, a Região da Grande São Paulo. A legislação permite que estas regiões sejam subdivididas em sub-regiões, de acordo principalmente com parâme­ tros topográficos e meteorológicos. Também no de­ creto de regulamentação da Lei Estadual n.° 997, de 31 de maio de 1976, está definido o conceito de sa­ turação: considera-se uma região ou sub-região sa­ turada, em termos de poluição do ar, quando qual­ quer um dos padrões de qualidade do ar estiver ne­ la ultrapassado, ou seja, quando a concentração afe­ rida em qualquer das estações medidoras ou esta­ ções de amostragem, nela localizadas, exceder, pe­ lo menos, uma das concentrações especificadas co­ mo padrões de qualidade do ar.

Para efeito de aplicação das estratégias de con­ trole, a Região da Grande São PaulcVRCQA-l foi con­ siderada prioritária, em 1977, em função dos dados disponíveis de qualidade do ar; das estimativas de

emissão e de alguns outros indicadores, como nú­ mero de veículos automotores em circulação; do nú­ mero de reclamações da população; da densidade industrial e tendências de industrialização e urbani­ zação. Também em função dos dados de qualidade do ar a RCQA-1 foi considerada saturada.

Tendo em vista a saturação da Região da Gran­ de São Paulo, a partir de 1977 iniciou-se um rigoro­ so programa preventivo da poluição do ar, utilizando- se como instrumento o sistema de licenciamento previsto na legislação. De outubro de 1976 até ou­ tubro de 1982, a Cetesb emitiu 18.466 licenças de instalação, com ou sem exigências técnicas de con­ trole, tendo negado cerca de 5% deste número, e emitiu 14.542 licenças de funcionamento, tendo si­ do desfavorável em 10% dos casos solicitados. As principais razões de pareceres negativos ou desfa­ voráveis foram: localização incompatível com o uso definido ou "existente" do solo; tipos de indústrias sem vocação metropolitana; tipo de indústrias que mesmo providas com a melhor tecnologia de con­ trole continuavam a oferecer risco à saúde, seguran­ ça e bem-estar da população, etc.

Estratégia básica

Na figura 4 está apresentado o esquema da es­ tratégia básica que foi adotada para controle da po­ luição do ar no Estado de São Paulo até março de 1983. Fundamentalmente, procura-se, em função dos dados de qualidade do ar existentes, do inven­ tário das fontes existentes de poluição do ar e do crescimento que se estima ocorrer nas emissões pe­ la instalação de novas fontes de poluição do ar, ten­ do em vista os padrões de qualidade de ar estabele­ cidos, determinara redução necessária — RN, nas emissões existentes e nas futuras emissões dentro de um certo período de tempo. Obtendo-se a redu­ ção necessária, verifica-se se esta redução é possí­ vel, em função principalmente da melhor tecnolo­ gia disponível, e determina-se a redução obtível — RO, quer ROe para as fontes existentes, como ROn para as fontes novas. Comparando-se a RN com a RO obtém-se a redução de projeto, que conduz ao estabelecimento de: padrões de emissão que, se­ gundo a legislação vigente: "com o tais entendidas a intensidade, a concentração e as quantidades má­ ximas de toda e qualquer forma de matéria ou ener­ gia, cujo lançamento ou liberação, nas águas, no ar ou no solo seja perm itido"; padrões de condiciona­ mento e projeto que, segundo a legislação vigente: "com o tais entendidas as características e as con­ dições de lançamento, ou liberação, de toda e qual­ quer forma de matéria ou energia, nas águas, no ar ou no solo, bem como as características de localiza­ ção e de utilização das fontes de poluição.

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Figura 4 - Esquema de estratégia básica de controle de poluição do ar. (Cetesb/ Diretoria de Tecnologia do Ar e de Ação Metropolitana (março 1975 - março 1983).

Cumpre ressaltar que uma série de padrões de emissão e de condicionamento e projeto foram es­ tabelecidos sem levar em conta a estratégia básica mencionada, mas sim fatores de performance de equipamentos, melhor prática e, mesmo, evitar emis­ sões desnecessárias. Como exemplo, pode-se citar os padrões de emissão estabelecidos para fumaça proveniente de fontes estacionárias de combustão e por veículos a óleo diesel (Escada de Ringelmann); proibição de queima de lixo ao ar livre; tipo de com­ bustível a ser utilizado em áreas residenciais ou co­ merciais; utilização de sistemas de ventilação local exaustora abu chaminés para o lançamento de emis­ sões poluidoras; padrões e normas de controles pa­ ra emissões odoríferas.

Controle de monóxido de carbono e

oxidantes fotoquímicos

Em base aos dados do inventário apresentado na figura 1, o controle de monóxido de carbono so­ mente será eficaz se atingir os veículos à gasolina (92% das emissões), e o controle dos oxidantes fo­ toquímicos, que são resultados de reações fotoquí- micas na atmosfera entre componentes do ar atmos­ férico, óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos, tam­ bém requer uma ação sobre os veículos à gasolina.

Os dados de qualidade do ar existentes mos­ tram que desde 1976 as concentrações de monóxi­ do de carbono ultrapassam o padrão de qualidade do ar durante mais do que 50% dos dias do ano. A figura 5 apresenta dados de concentrações de mo­ nóxido de carbono das estações do Sistema Telemé- trico de Monitoramento da Cetesb, que começaram a funcionar em 1981 e estavam em plena operação até março de 1983.

Em 1977, a Cetesb realizou uma avaliação do grau de exposição de amostras populacionais de São Paulo ao monóxido de carbono e na figura 6 po­ de ser observado os resultados principais, onde uma porcentagem significativa de policiais não-fumantes que trabalham no centro da cidade de São Paulo apresentam índices de carboxihemoglobina acima do aceitável (até 2% de saturação).

Visando iniciar o controle de monóxido de car­ bono na RMSP, a Cetesb desencadeou uma série de estudos, alguns dos quais em conjunto com a pró­ pria indústria automobilística, tendo em 1977 soli­ citado aos órgãos competentes federais a distribui­ ção permanente para os veículos à gasolina de uma mistura carburante gasolina/álcool etílico (inicialmen­ te em torno de 12%). Atendida a sugestão, já em 1977 ocorreu uma queda média de cerca de 23% na

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Figura 5 — Número de vezes que foram ultrapassa­

dos os padrões de CO, e concentrações de monóxido de carbono, em ppm, en­ contradas nas estações do Sistema Te- lemétrico de Monitoramento da Cetesb

00

ano de 1981 na Região Metropolita­

na de São Paulo e no M u n ic íp io de Cubatão. Estação Ultrapassagens 1 hora 8 horas PQAR Nfvel de atenção M , m2 M , m2 1h 8h Parque D Pedro 1 17 4 43,2 29,8 20,1 17,1 Mooca - 10 - 26,5 23,0 15,0 14,9 Congonhas - 65 9 28,9 28,0 22,8 21,2 Cerqueira César - 52 7 28,6 26,0 17,8 17,4 Cubatão - 4 3 24,7 23,1 23,2 21,8 Juquitiba - - - 10,6 9,8 2,4 2,3 Praça do Correio 7 274 98 42,5 39,0 26,7 26,6 Legenda

PQAR - Padrão de Qualidade do Ar PQAR 1 hora - 35ppm

PQAR 8 horas - 9ppm Atenção - 15ppm (8hl M , — 1? m áxim o M 2 — 2? m áxim o

concentração de monóxido de carbono na atmos­ fera da R MSP. A adição de álcool etílico na gasolina reduziu também, a partir de 1977, a quantidade adi­ cionada de chumbo tetraetila, portanto, reduziu a emissão de compostos de chumbo na atmosfera, uma vez que o álco o l tem p ro p rie d a d e s antidetonantes.

Também foi definido, através dos estudos de­ senvolvidos, que a estratégia de controle a ser ado­ tada deveria ser dirigida aos veículos novos (ainda não-comercializados) e para os veículos em circula­ ção não seriam feitas exigências de controle. Esta de­ cisão foi tomada em função da baixa eficiência es­ perada para um programa de controle baseado em regulagem obrigatória anual e do alto custo envol­ vido para adoção desta medida.

Para veículos novos, com a implantação do La­ boratório de Testes de Veículos, no início de 1981, foi desenvolvido um programa de determinação das emissões de veículos nacionais e para o combustí­ vel nacional. Estes testes estão baseados no Ciclo CVS (Constant Volume Sampler). Em janeiro de 1983, a Cetesb elaborou um relatório (PJ. 3.1) — De­ senvolvimento de Padrões de Emissão para Veícu­ los Leves do Ciclo Otto/Primeira Fase, no qual foram apresentados os fatores de emissão obtidos para ga­ solina com 20% de álcool etílico, em veículos/mo­ delos 1981, quais sejam: monóxido de carbono (CO) Figura 6 - Avaliação do grau de exposição de amostras populacionais de São Paulo do monóxido de carbo­

no (1977)

Frequência percentual acumulada dos valores de COHb (% de saturação) em fumantes e não-tumantes

Legenda

a - grupo controle dos não-fumantes d - policiais não-fumantes

b - grupo controle dos fumantes e - empregados de transporte coletivo fumantes c - empregados de transporte coletivo não-fumantes f - policiais fumantes

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- 36,8g/Km; hidrocarbonetos(HC) - 3,3g/Km;óxi- dos de nitrogênio (NOx) — 1,4g/km.

Para veículos a álcool foram obtidos os seguin­ tes valores: CO — 18,5g/km; HC — 0,9g/km; NOx

1,2g/km.

Por estes dados pode ser observado que os veí­ culos a álcool emitem cerca de 50% a menos de CO quando comparados com veículos à gasolina com 20% de álcool; o mesmo ocorre com a emissão de HC e com a de NOx, cerca de 73% e 14% a menos, respectivamente.

Com relação aos oxidantes fotoquímicos, que basicamente causam irritação à vista, danos à vege­ tação e aos produtos de borracha, pode-se observar na figura 7 um quadro que apresenta dados de oxi­ dantes fotoquímicos (expressos em ozone), medidos na RMSP, em 1981.

Figura 7 — Número de vezes que foram ultrapassa­

dos os padrões de oxidantes fotoquími­ cos e concentrações dos mesmos em ppb nas estações do Sistema Telemétri- co de Monitoramento da Cetesb no ano de 1981 na RMSP e Cubatão

Ultrapassagens

Estação Dias Vezes

PQAR Nível de atenção PQAR M , M j % R, %r2 Parque D Pedro* 24 8 47 150 140 41 14 Mooca* 41 19 93 226 207 60 42 Congonhas* 8 4 11 164 146 44 18 lap a * 24 11 46 323 176 53 32 Cubatão 24 3 40 233 133 38 10 Ju qu itib a* 8 0 11 101 94 13

-* estações localizadas no M unicípio de São Paulo Legenda

PQAR - Padrão de Qualidade do A r PQAR - 82ppb - 160 /ig / m 3 Atenção - 102ppb - 2 0 0 /* g /m 3

% R, - Redução em relação ao PQAR (82ppb)

% R2 - Redução em relação ao padrão am ericano (120ppb) M , — 1? m áxim o

M 2 - 2? m áxim o

A Cetesb constatou também que os veículos a etanol emitem significativamente mais aldeídos que o veículo à gasolina, sendo o aumento médio de 441 %. Este aumento é preocupante uma vez que não se tem a caracterização definitiva sobre a quan­

tidade e qualidade dos aldeídos presentes. É conve­ niente que se observe que as emissões de aldeídos estão presentes também nos veículos à gasolina, além de existir a emissão de compostos de chum­ bo, substância altamente tóxica, os quais não estão presentes nas emissões do veículo a etanol. A Ce­ tesb, durante o período de julho de 1980 a junho de 1981, determinou concentração de aldeídos na Pra­ ça do Correio, no Parque D. Pedro, na Mooca e no Ae­ roporto de Congonhas, tendo-se encontrado valo­ res máximos (expressos como formaldeído) de até 159 ppb no Aeroporto de Congonhas. Na Praça do Correio, onde foram encontradas as maiores concen­ trações médias de 36 a 58 ppb, verificou-se que es­ tes concentrações correlacionam-se significativa­ mente com as de monóxido de carbono, ficando su­ gerida a prevalência de aldeídos primários (deriva­ dos diretamente das fontes) e não aldeídos secun­ dários (formados na atmosfera por reações fotoquí- micas). Estudos de correlação sugeriram que isto também ocorre no Aeroporto de Congonhas.

O equacionamento e a solução do problema de oxidantes fotoquímicos e aldeídos estão intima­ mente ligados com os do monóxido de carbono, e o relatório (P.J. 3.1), elaborado pela Cetesb em janei­ ro de 1983, sugeriu padrões de emissão para veícu­ los a alcool e à gasolina com 20% de álcool, que es­ tão apresentados na figura 8.

Figura 8 - Padrões de emissão para veículos a al­

cool e à gasolina com 20% de álcool

Padrão de emissão

g/km Poluente

Datas de atendim ento

Janeiro 1985 Janeiro 1987 Janeiro 1990 CO 15,0 10,0 5,0 HC 1,5 1,0 a definir N 0 X 1,4 1,0 a definir

Aldeídos - a definir a definir

Controle de dióxido de enxofre

Em base aos dados do inventário apresentados na figura 1, a queima de combustível em fontes mó­ veis e estacionárias é a grande atividade poluidora doar na Região da Grande São Paulo. O controle de dióxido de enxofre somente será eficaz com a ado­ ção de combustíveis com baixo teor de enxofre, ou utilização de alternativa energética não-poluidora co­ mo gás combustível e energia elétrica.

A Cetesb vem determinando sistematicamen­ te as concentrações de dióxido de enxofre (SO2) na RMSP, desde 1973, através de quatorze estações de

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amostragem do tipo OPS/OMS, cuja maioria deixou de operarem dezembro de 1981, com a entrada em funcionamento da Rede Telemétrica de Monitora­ mento. Através desses dados pode ser constatado que em todos os locais, com excessão da estação localizada no Bairro de Pinheiros no Município de São Paulo, está ultrapassado o padrão anual de qua­ lidade de ar (80mg/m3), para dióxido de enxofre. Na Região de Capuava, entre os municípios de Mauá e Santo André, ocorreram concentrações diárias nos anos de 1974,1976 e mais recentemente 1979, em torno de 1.300mg/m3, ou seja, ultrapassando em mais de três vezes o padrão diário de qualidade do ar (365mg/m3).

Na figura 9 está apresentado um quadro con­ tendo o produto das concentrações de material par- ticulado e dióxido de enxofre, em termos do núme­ ro de vezes que foi ultrapassado o nível de atenção do Plano de Ação de Emergência. Este produto é um parâmetro que procura levar em consideração o efei­ to sinergético que ocorre em termos de saúde, quan­ do os dois poluentes se apresentam simultaneamen­ te no ar atmosférico. Através deste quadro pode-se verificar que predominam as ultrapassagens no Bair­ ro de Tatuapé, no Município de São Paulo, onde tam­ bém as concentrações de material particulado são elevadas.

Figura 9 — Número de vezes que o produto das

concentrações de material particulado e dióxido de enxofre ultrapassaram o ní­ vel de atenção no Plano de Ação de Emergência (1976-1981)

A análise e interpretação dos dados de dióxi­ do de enxofre obtidos pela Cetesb, de 1973 a 1981, levaram às seguintes sugestões:

• nos bairros do Município de São Paulo, co­ mo Campos Elíseos e Cerqueira César, onde as prin­ cipais fontes de dióxido de enxofre eram os veícu­ los a diesel, a tendência do problema era crescente desde 1973, acompanhando de certa forma o cres­ cimento do número de veículos a diesel, principal­ m ente ônibus, para ate n d im e n to à população crescente;

• nos bairros de São Paulo, como Tatuapé e Vi­ la Anastácia, onde as fontes de poluição do ar por dióxido de enxofre eram os veículos a diesel e a quei­ ma de combustível pelas indústrias, a tendência do problema é estacionária desde 1973. Nestes bairros, praticamente, está estagnado o crescimento indus­ trial, e os dados sugerem inclusive uma possível re­ dução desta atividade, que compensaria o cresci­ mento dos veículos a diesel;

• em determinados municípios da RMSP, cu­ jo processo de industrialização é mais recente, co­ mo Osasco e Guarulhos, quando comparado com municípios do ABC, a tendência era estacionária, po­ rém a partir de 1979/1980 começou a ser crescente em termos de dióxido de enxofre;

• nos municípios do ABC, como Santo André e São Caetano do Sul, e na área de Capuava, áreas tradicionalmente industriais, a tendência é decres­ cente. Cabe diferenciar que na área de Capuava a ten­ dência decrescente torna-se estável a partir de 1976, enquanto que nos outros dois locais torna-se visível a partir de 1979, sugerindo esta queda um correla- cionamento com a queda da produção industrial nos últimos anos.

Todos esses dados mostraram que existia um problema grave de dióxido de enxofre na RM SP, es­ pecialmente na chamada "área urbanizada conurba- da" desta região, e que o principal fator de poluição, como já indicado, é a queima de óleo combustível, especialmente o BPF, que contém mais de 5% de enxofre na composição, contrastando com o BTE que contém em torno de 1 %. Portanto, uma das so­ luções imediatas para a solução do problema, seria a utilização de óleo BTE, porém a sua disponibilida­ de está intimamente relacionada com o mercado mundial de petróleo de baixo teor de enxofre, e com a situação do balanço de pagamentos do país. A mé­ dio prazo a dessulfurização dos derivados de petró­ leo nas refinarias da Petrobrás, seria uma alternati­ va interessante no contexto saúde-economia.

A Cetesb gestionou junto aos órgãos federais competentes, desde 1976, para que fosse

distribuí-Anos Estações 1976 1977 1978 1979 1980 1981 Aclimação 13 8 9 21 9 7 Campos Elíseos 11 9 6 43 13 25 Cerqueira César 1 1 Moema 2 7 1 Praça da República 7 3 2 16 1 7 Tatuapé 18 22 17 28 17 19 Vila Anastácio 2 2 1 3 3 1 Capuava Residencial 2 Capuava Industrial 4 1 4 4 4 Guarulhos 1 2 9 4 2 Osasco 1

São Caetano do Sul 8 1 1 7 4 3

Santo André 16 2 4 2

Pinheiros 1 2

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do cada vez mais na RMSP, óleo BTE. Estas gestões conduziram a duas medidas concretas:

• distribuição constante, durante todo o ano, de óleo BTE (cerca de 40% mais caro) para os gran­ des consumidores industriais, localizados na área de Capuava. As reduções de dióxido de enxofre na at­ mosfera daquela área atingiram valores de 30% de­ pois da adoção da medida a partir de julho de 1976; • distribuição durante os quatro meses de in­ verno, nos quais as condições de dispersão dos po­ luentes são as mais desfavoráveis, de maiores quan­ tidades de óleo BTE. Normalmente na R MSP são dis­ tribuídas, aproximadamente, de forma constante, 50.000t/m de óleo BTE de um total de 300.000t/m de óleo combustível. Durante o inverno de 1976 foram distribuídos cerca de 80.000t/m e de 1977 em dian­ te cerca de 110.000t/m. Até 1981, as indústrias con­ sumiam este óleo em forma de colaboração; a par­ tir de 1982 o consumo foi imposto a cerca de oiten­ ta grandes consumidores que, inclusive, por decisão do Conselho Nacional do Petróleo — CNP, estavam proibidos de receber outro tipo de óleo, que não o BTE.

Através destas medidas houve uma redução das altas concentrações, minimizando riscos de efei­ tos agudos à saúde da população nos meses de in­ verno. Na figura 10, estão apresentadas as concen­ trações médias anuais de dióxido de enxofre e ma­ terial particulado, encontradas na estação de amos­ tragem localizada na área de Capuava.

Tendo em vista a aplicação da estratégia bási­ ca, em janeiro de 1982, a Cetesb, após tentar sem sucesso, junto aos órgãos governamentais federais competentes, a substituição do óleo BPF por BTE de­ sencadeou o Programa de Controle de Poluição do Ar por Dióxido de Enxofre na RMSP, que tem como objetivo específico, reduzir até dezembro de 1985 a emissão de 80% deste poluente, proveniente da queima de óleo combustível BPF em várias ativida­ des, principalmente industrial. O programa engloba 2.142 empresas que emitiam (1981) 587t/dia de dió­ xido de enxofre na atmosfera. As empresas foram au­ tuadas para, no prazo de noventa dias, apresentar plano de controle, que visassem a redução de 80% das emissões, tendo sido estabelecido como padrão de emissão, 20kg de dióxido de enxofre por tonela­ da de óleo consumido, tomando-se como base a co­ ta de óleo aprovada em 1981 pelo CNP. Numa primei­ ra fase (até julho/1982) foram autuadas 189 empre­ sas (curva A) que emitiam 80% do total emitido; nu­ ma segunda fase (até dezembro/1982) foram autua­ das 264 empresas (cota superior a 500t/ano) das 428 (curva B) que emitiam 15% do total; as restantes 164 das 428, e as 1.525 empresas que emitiam os res­ tantes 5% do total (curva C) foram deixadas para uma terceira fase (julho/1983 a julhc/1984). A expec­ tativa da Cetesb, era de que 50% das empresas das curvas A e B solucionassem o problema através do uso de energia elétrica (mais de duzentas empresas até março de 1983 já tinham apresentado um plano ou solucionado o problema), e as demais utilizassem outra forma de energia efciu equipamento de controle de d ió x id o de enxofre (lavagem alcalina ou equivalente).

Figura 10 - Concentrações médias anuais - Região de Capuava Industrial

MP

so,

(/tg/m3)

/K

300' 2 0 0 -100' 80 (/»g/m3)

/ \

300 PQAR 200 100. .PQAR 73 74 75 76 77 78 79 80 81 Anos 73 74 75 76 77 78 79 80 81 Anos

(11)

Paralelamente, a Cetesb vinha proibindo, atra­ vés de seu sistema de licenciamento, a instalação de uma nova fonte ou a ampliação de uma fonte exis­ tente, que venha a emitir significativamente dióxido de enxofre na bacia aérea da Grande São Paulo. Es­ tavam sendo permitidas a instalação ou ampliação de fontes que consomem até 500t/ano de óleo com­ bustível BPF, ou equivalente em poluição por dióxi­ do de enxofre, nos municípios não-críticosda RMSP (todos com excessão de São Paulo, Osasco, Guaru- Ihos, Taboão da Serra, Santo André, São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo, Diadema, Mauá, Ri­ beirão Pires e Rio Grande da Serra); estava liberado também a circulação de novos veículos a diesel. Va­ le a pena ressaltar que o CNP não estava emitindo nenhuma ordem para novas cotas ou aumento de co­ ta de óleo combustível para qualquer tipo de empre­ sa, inclusive que utilizassem ônibus ou caminhões a diesel, sem o parecer favorável da Cetesb.

Controle do material particulado

Desde 1973, a Cetesb vem avaliando sistema­ ticamente as concentrações de material particulado (M P) na R M SP, através das estações de amostragem do tipo OPS/OMS. Através desses dados pode ser verificado que o padrão de qualidade do ar anual res­ pectivo, está ultrapassado em algumas áreas da RMSP, especialmente nos bairros do Tatuapé, Cam­ pos Elíseos e Praça da República no Município de São Paulo, e na área central do Município de Guaru- Ihos. Estes mesmos dados mostram que as concen­ trações máximas diárias ocorridas em 1976 nas áreas centrais dos municípios de Santo André e São Cae­ tano do Sul, ultrapassaram em quase três vezes o pa­ drão diário de qualidade do ar (240mg/m3) para ma­ terial particulado, e que este padrão é ultrapassado em todas as estações de amostragem da RMSP com excessão de Capuava residencial.

Na figura 11 está apresentado um conjunto de gráficos que espelha um trabalho realizado pela Ce­ tesb, em 1976, Avaliação de Efeitos da Poluição do Ar sobre a Saúde, através do Estudo da Mortalida­ de Diária da Grande São Paulo — 1973. Através deste conjunto de gráficos pode-se observar que no ano de 1973 na RMSP está sugerido que pelo menos uma das elevações acentuadas de mortalidade, com pico máximo no dia 10 de agosto está relacionada com a deterioração da qualidade do ar por dióxido de enxofre e material particulado. Neste episódio o aumento da mortalidade fez-se essencialmente às custas de pessoas idosas e portadoras de doenças do aparelho respiratório e do aparelho circulatório.

Na figura 12 também está apresentado um conjunto de gráficos que espelha um outro trabalho realizado pela Cetesb, em 1976, Avaliação de Efeitos

Agudos da Poluição do Ar sobre a Saúde, através do Estudo da Morbidade Diária em São Caetano do Sul - junhc/1976 (estudo preliminar); através dos quais pode-se observar que no dia 23 de junho de 1976, quando ocorreu estado de alerta por produto no mu­ nicípio de São Caetano do Sul, houve um sensível aumento na procura de atendimento nos serviços médicos locais. Neste dia ocorreu a maior concen­ tração diária de material particulado na RMSP, até março de 1983, de 660mg/m3 na estação de São Caetano do Sul.

Todos esses dados mostraram que existia um problema-grave de material particulado na RMSP, e que o principal fator de poluição, conforme pode ser constatado na figura 1, é a atividade industrial, quer pelos processos e operações industriais, quer pela queima de óleo combustível.

Para o controle desse poluente, tendo em vis­ ta a estratégia básica mencionada anteriormente, a Cetesb, em 1979, aplicou um modelo matemático para a RMSP, que assume uma distribuição linear ho­ mogênea de redução das fontes emissoras e uma correlação linear entre a emissão e a concentração no ar atmosférico. O modelo utilizado está baseado na filosofia do modelo proporcional (ROLLBACK), que pode ser assim expressado:

Cmax X F1 - P

R = ---X 100, onde Cmax X F1 — B

R = porcentagem de redução necessária nas emissões do poluente numa determina­ da região,

Cmax = a mais alta concentração do poluen­ te da região,

F1 = fator de crescimento das emissões do poluente (novas fontes),

P = padrão de qualidade do ar do poluente, B = concentração irredutível do poluente na região (background).

A aplicação do modelo levou à seguinte con­ clusão, que foi-utilizada para a elaboração dos pa­ drões de emissão para os produtos e operações in­ dustriais que emitiam material particulado: os pro­ cessos e operações industriais localizados na RMSP deverão reduzirem 78,5% suas emissões de mate­ rial particulado, a fim de que as concentrações des­ te poluente caiam abaixo do padrão de qualidade do ar, e que somente após dez anos, com um cresci­ mento de 5% ao ano das emissões dos novos pro­ cessos e operações industriais, o padrão de qualida­ de do ar seja novamente ultrapassado.

Em base a esta redução necessária, e conside­ rando a tecnologia de controle disponível para os di­ versos tipos de processos e operações industriais,

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Figura 11 - Gráficos do trabalho da Cetesb/1976: avaliação de efeitos da poluição do ar sobre a saúde, atra­ vés do estudo da mortalidade diária da Grande São Paulo -1973

Gráfico 1: D istribuição das con­ centrações médias diárias de d ió ­ xid o de enxofre e de material par- ticulado, no período de 25 de ju ­ lho a 8 de agosto de 1973. (F on­ te: Susan/Cetesb)

G ráfico 2: D istribuição dos óbitos diários na Grande São Paulo, no período de 25 de ju lh o a 8 de agosto de 1973. (Fonte: Tabula­ ção direta de mapas fornecidos pelo DEE)

G ráfico 3: Núm ero diário de ó b i­ tos de pessoas com 65 e mais anos de idade, ocorridos na Gran­ de São Paulo, no período de 25 de ju lh o a 8 de agosto de 1973. + 2 DP + 1 DP média • 1 DP •2 DP

G ráfico 4: Número diário de ó b i­ tos por doenças do aparelho c ir­ culatório, ocorridos na Grande São Paulo, no período de 25 de ju lh o a 8 de agosto de 1973.

+ 2 DP

♦ 1 DP

média

• 1 DP

G ráfico 5: Núm ero diário de ó b i­ tos por doenças do aparelho res­ p ira tório, ocorridos na Grande São Paulo, no período de 25 de ju lh o a 8 de agosto de 1973.

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• entrada no nfvel de atenção

Figura 12 - Distribuição do número de atendimentos médicos, de material particulado (MP), dióxido de enxofre (S02) e do produto (MP x S 0 2), dia a dia (junho de 1973)

a Cetesb determinou os padrões de emissão para material particulado, para a RMSP,já estabelecidos na legislação estadual.

A Cetesb iniciou em março de 1980, de uma forma sistemática, o Programa de Controle de Ma­ terial Particulado na RMSP, visando atingir a redu­

ção anteriormente apontada. O último inventário, re­ formulado pela Cetesb, das fontes industriais de ma­ terial particulado foi apresentado em março de 1981. Através deste, 1.050 indústrias emitiam 396t/dia de material particulado na atmosfera. Destas, 74 emi­ tiam 90% do total (curva A), 88 emitiam 7,5% (cur­ va B) e as restantes, 888, emitiam 2,5% do total (cur­ va C). Na figura 13 estão apresentadas as indústrias das curvas A e B por tipo de atividade, predominan­ do as de extração e tratamento de minerais, as de p ro d u to s de m inerais não-m e tá lico s e as metalúrgicas.

Em outubro de 1982, as 162 indústrias estavam emitindo 233t/dia de material particulado. Compa­ rando as emissões em novembro de 1978 constan­ te na figura 1,399t/dia, podemos afirmar que houve uma redução de 166tAJia durante este período, o que representou cerca de 40%. Até dezembro de 1983, espera-se uma redução de aproximadamente mais 148t/dia, atingindo um total de 314t/dia no período novembro 1978/dezembro 1983 e o atingimento da meta prevista.

Contudo, comparando-se a emissão potencial das 162 fontes, que é de 1.525ttiia, a redução até no­ vembro de 1978 foi de 1.292t/dia, ou 85%. Este é o resultado do trabalho que vinha sendo desenvolvi­ do pelo governo do Estado de São Paulo desde 1972, através de seus organismos, inicialmente a Superin­ tendência de Saneamento Ambiental — Susam, e a seguir, a partir de abril/1975, a Cetesb.

O crescimento de 5% ao ano previsto nas emissões de material particulado na R M SP está sen­ do controlado, utilizando-se o sistema de licencia­ mento como ferramenta básica. Estava sendo exigi­ do das novas instalações e ampliações das indústrias existentes a utilização de sistemas de controle de po­ luição do ar, baseados na melhor tecnologia prática disponível. Determinados processos altamente po- luidores da atmosfera em termos de material parti­ culado foram também proibidos de se instalar ou, se já existentes, ampliarem-se na RMSP. A Lei Estadual n.° 1.817,de 27 deoutubrode 1978, proibe, entre ou­ tros, os seguintes tipos de indústrias: fundições de metais ferrosos ou não-ferrosos; refinarias de petró­ leo; beneficiamento e preparação de minerais não- metálicos; etc. A indústria de cimento sofre também sérias restrições para instalar-se ou ampliar-se na RMSP.

Para assegurar o sucesso deste plano, o gover­ no do Estado de São Paulo, com o apoio do Banco Mundial, colocou à disposição das indústrias polui- doras um programa de assistência financeira deno­ minado Procop. Este programa, que previa a aplica­ ção de USS 187 milhões em controle de poluição am­ biental, dos quais USS 104 milhões em controle de

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Figura 13 — Indústrias que emitem material particulado na RMSP constantes das curvas A e B, por código

de atividades

Código de atividade Faixa A Faixa B Total

00 - Extração e tratamento de minerais 21 4 25

10 - Indústria de produtos de minerais não-metálicos 34 22 56

11 - Metalúrgica 8 33 41

13 - Indústria de mineral elétrico e de comunicação - 2 2

14 - Indústria de material de transporte 2 - 2

17 - Indústria de papel e papelão 1 - 1

18 - Indústria de borracha - 1 1

20 - Indústria química 4 15 19

22 - Indústria de perfumaria, sabões e velas 1 1 2

26 - Indústria de produtos alimentares - 10 10

31 - Indústria de utilidade pública 3 - 3

Total 74 88 162

material particulado, estava constituído por uma li­ nha de financiamento subsidiada, e com prazos de carência (três a cinco anos) e amortização (dez a quin­ ze anos) bastante aceitáveis no mercado financeiro.

Poluição localizada

O modelo proporcional, utilizado na determi­ nação dos padrões de emissão, não leva em consi­ deração a distribuição espacial das fontes de polui­ ção do ar da região considerada. Este modelo visa a atmosfera da bacia aérea como um todo, no senti­ do de se obter nela níveis de poluentes compatíveis com os padrões de qualidade do ar. Desta forma, é necessário considerar-se na estratégia de controle, um mecanismo que leve em consideração a locali­ zação da fonte de poluição, com relação aos recep­ tores mais atingidos, ou seja, que leve em conside­ ração casos de poluição do ar localizados.

Também em relação a poluentes para os quais não foram estabelecidos padrões de emissão ou mesmo de qualidade de ar, ocorrem casos de polui­ ção localizada, especialmente odores, para os quais a estratégia de controle deve prever uma ação visan­ do proteger a saúde e o bem-estar dos receptores atingidos.

Numa região como a da Grande São Paulo, que

teve um rápido e desordenado crescimento, o núme­ ro de casos de poluição do ar localizada é muito gran­ de. O principal indicador que identifica estes casos é a reclamação da população atingida. Em base a es­ te fato a Cetesb montou em 1975 um sistema de re­ cebimento de reclamações, dando atendimento aos casos, considerando a procedência de reclamações, e sua prioridade dentro do total de reclamações recebidas.

A figura 14 apresenta o movimento de recla­ mações da população nos últimos anos, sendo que desde 1976 a 1982 a Cetesb entrevistou mais de oi­ tenta mil pessoas da comunidade.

Nos casos de poluição localizada, as exigên­ cias de controle da Cetesb estão baseadas na me­ lhor tecnologia prática disponível, mesmo para aque­ las fontes para as quais, foram estabelecidas padrões de emissão. Esta ação está prevista na legislação existente, que ainda prevê que a Cetesb poderá exi­ gir a relocação da fonte no caso em que previamen­ te se sabe que a adoção de sistemas de controle não trará solução do problema de poluição localizada.

Na figura 15 estão apresentados alguns indi­ cadores da ação corretiva da Cetesb sobre as fon­ tes estacionárias e fontes móveis (óleo diesel) na RMSP.

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Figura 14 - Movimento de reclamações de poluição do ar da Região da Grande São Paulo <1975 - 1982) Ano Reclamações 1975* 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982** Total Recebidas 1.804 3.458 2.256 3.678 4.292 5.294 5.269 4.686 30.737 Novas 1.095 1.321 467 362 522 464 439 358 5.028 Repetitivas 709 2.137 1.789 3.316 3.770 4.830 4.830 4.328 25.709

’ reclamações de outubro a dezembro

reclamações de janeiro a outubro

Figura 15 — Controle corretivo da poluição na Região Metropolitana de São Paulo Quadro I - Indicadores de ações de controle corretivo de fontes estacionárias.

Ano Indicadores 1977 1978 1979 1980 1981 1982* Total Levantamentos industriais 366 366 489 732 511 248 2.712 Inspeções técnicas 3.965 5.010 5.075 2.679 3.790 3.467 23.986 Atendimentos de emergência - 79 130 189 67 39 504

Constatações de fumaça preta 887 447 412 364 433 298 2.841

Autos de advertência (AIIPAS) 1.893 1.538 1.154 973 979 788 7.325

Autos de multa (AIIPMS) 542 496 338 456 400 422 2.654

Valor das multas (CrS x 106) 2.3 4,2 3,0 17,5 70,1 70,8 167,9

" período de janeiro a outubro

Quadro II — Indicadores da fiscalização de veículos a diese!.

Ano Indicadores

1977 1978 1979 1980 1981 1982* Total

Constatações com autuações 472 1.195 1.517 1.277 1.200 865 6.526

Autos de advertência (AIIPAS) 218 855 1.167 1.035 1.162 861 5.298

Autos de multa (AIIPMS) 1.601 247 258 250 22 3 2.381

Valor das multas (CrS x 106) 2,1 0,4 1,2 1,7 0,5 0,1

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Conclusões

É sério o problema de poluição do ar na Região Metropolitana de São Paulo — RMSP, onde as con­ centrações, na atmosfera dos poluentes dióxido de enxofre, material particulado, monóxido de carbono e oxidantes fotoquímicos, estão acima dos respec­ tivos padrões de qualidade do ar, tornando-a uma re­ gião saturada em termos de poluição do ar, confor­ me estabelecido em legislação estadual.

As ações de controle de poluição do ar, que vem sendo desenvolvidas pelo governo do Estado de São Paulo, já há quase dez anos, lograram dimi­ nuir o risco de episódios agudos de poluição do ar durante o período de inverno, bem como evitar o agravamento do problema de poluição do ar por ma­ terial particulado, apesar de que em algumas áreas, não-industriais da região, este apresente uma ten­ dência crescente.

As ações de controle de poluição do ar, preven­ tivas e corretivas, que estavam sendo desenvolvidas pelo governo do Estado de São Paulo para o contro­ le de material particulado por fontes estacionárias, bem como, mais recentemente, para controle de dió­ xido de enxofre por fontes que queimam óleo com­ bustível devem ter continuidade, tendo em vista pro­ teção à saúde da população.

Tendo em vista o agravamento do problema de poluição do ar por dióxido de enxofre na RMSP, in­ dependente do programa de controle deste poluente referido na conclusão anterior deverá ser mantida a utilização de óleo de baixo teor de enxofre durante o período de inverno para os grandes consumidores desta região, bem como desencadear imediatamen­ te um programa que restrinja a circulação de veícu­ los a diesel no chamado "Grande Centro'' de São Paulo, utilizando, por exemplo, no caso de transpor­ tes coletivos, os ônibus elétricos. Esta medida pro­ porcionaria, também, como benefício, a redução de material particulado no ar de áreas urbanas não- industrializadas.

Devem ser rapidamente ultimados os estudos visando obtenção das reduções necessárias nas emissões de monóxido de carbono, hidrocarbone- tos e óxidos de nitrogênio nos veículos novos movi­ dos à gasolina ou à mistura gasolina/álcool etílico (r 20%), a fim de que o governo do Estado de São Paulo possa gestionar junto ao governo federal, es­ pecialmente junto à Secretaria Especial do Meio Am ­ biente - SEM A e ao Conselho Nacional do Trânsi­ to — Contran, o estabelecimento de padrões de emissão que, segundo a legislação federal, é de com­ petência exclusiva do Conselho Nacional do Meio Ambiente — Conama.

Devem ser acelerados os estudos visando a obtenção de dados de emissão de veículos novos movidos a álcool etílico, especialmente no que diz respeito à emissão de aldeídos, bem como os estu­ dos de aldeídos na atmosfera da RMSP, visando le­ vantar os verdadeiros riscos causados pela maior em issão (-450% a mais) desse p oluen te na atmosfera.

Deve ser mantida a estratégia de não estabe­ lecer exigências de controle para veículos em circu­ lação, tendo em vista o alto custo envolvido e o du­ vidoso benefício advindo.

Devem ser incentivadas as medidas de contro­ le de poluição do ar que visem a adequada localiza­ ção e distribuição das fontes estacionárias no espa­ ço da RMSP, bem como aquelas que se compatibi­ lizem com a Política Energética Nacional.

Devem ser desincentivadas aquelas alternati­ vas de controle que vinculam tecnologia alienígena ao equacionamento e solução dos problemas, e que não tenham o devido respaldo popular.

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