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A PESCA NA AMAZÔNIA: DA PRÉ-COLONIA AO MUNDO COLONIAL (SÉCULOS XVII AO XIX).

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Academic year: 2020

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A PESC A N A AM AZÔNI A: D A PRÉ -COLONI A AO MUNDO COLONI AL (SÉCULOS XVII AO XIX).

FISHING IN THE AMAZON: PRE-COLONIA OF THE WORLD COLONIAL (XVII THE CENTURIES XIX).

D a n t e R i b e ir o d a F o n s e c a R E S U M O : O o b j e t i v o d e s t e a r t ig o é a a p r e s e n t a ç ã o d e u m a a n á l is e s o b r e o d e s e n vo l v im e n t o d a s a t i v i d a d e s d e p e s c a n o c o n t e x t o d a s e c o n o m ia s d e s o c ie d a d e s a m a zô n ic a s t a n t o d o p e r í o d o p r é - c o l o n ia l q u a n t o d o p e r í o d o c o l o n i a l, d e s t a c a n d o - s e a im p o r t â n c i a d a s s u b - r e g i õ e s n o c o n t e x t o d a f o r m a ç ã o d e u m a e c o n o m ia c a p a z d e g e r a r r e c u r s o s e c o n d iç õ e s p a r a p r o m o v e r t a n t o o a b a s t e c im e n t o i n t e r n o q u a n t o p a r a a f o r m a ç ã o d e e x c e d e n t e s . N a s v á r ze a s d a s b a c i a s d o s r i o s S o l im õ e s e N e g r o , o n d e o s p o v o s p r é - c o l o m b i a n o s d a Am a zô n i a p r a t ic a r a m u m c o m é r c i o r ic o e d i ve r s if ic a d o , q u e o c o r r e u a i n t e n s i f i c a ç ã o d a p e s c a n o p e r í o d o c o lo n i a l. A l é m d a p e s c a c o n v e n c i o n a l, a p r á t ic a d e r e c o lh e r e p is a r o s o vo s d e t a r t a r u g a s p a r a a f a b r ic a ç ã o d e s e b o p r a f i n s d e c o m e r c i a li za ç ã o e a b a s t e c im e n t o i n t e r n o e o c o n s u m o d a c a r n e d o q u e l ô n i o , e m la r g a e s c a l a p e l a s s o c ie d a d e s l o c a is f o i u m a c a r a c t e r í s t ic a im p o r t a n t e d e s t e s p e r í o d o s .

P AL AV R AS - C H AV E S : pesca ama zônica , tartaru ga s, econom ia pré -co lonia l e colonia l.

1 INTRODUÇ ÃO

Em algumas várze as, plan ícies inund adas que margeia m rios da Amazônia , as cheias propiciam a con ce ntração de nutrientes minerais, além de ca rrea r a dubos natura is, re sultando em a lta piscosidade e tornando essas áre as particula rmente prop ícias à agricultura. Os po vos que hab ita vam a Amazônia no pe ríodo pré -colombian o conheciam a propensão dessas áreas p ara a a gricultura e a pesca, particula rmente nos rios de á guas brancas, quais se jam, o Ama zonas e seus afluentes da margem direita1. Esses moradores pré -co lombianos foram atra ídos pelas rique zas naturais da várzea desde cerca de dois mil anos atrás, ou seja, a mais de mil e quinhentos a nos antes da chegada do europeu na Amazôn ia2. Essa s área s eram então densamente po voa das ao tempo da conqu ista e, a in da, objeto de dispu ta entre os nativo s3.

H is t o r ia d o r ( U F R J ) , d o u t o r e m C iê n c ia s : D e s e n v o l v im e n t o So c i o a m b ie n t a l p e l o N ú c l e o d e A l t o s Es t u d o s Am a zô n ic o s d a U n i ve r s i d a d e F e d e r a l d o P a r á , p r o f e s s o r d o D e p a r t a m e n t o d e H is t ó r i a d a F u n d a ç ã o U n i ve r s i d a d e F e d e r a l d e R o n d ô n i a .

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Foi, principalmente , nas vá rzeas das bacias dos rios So limões e Negro, onde os p ovo s pré -co lombia nos da Amazôn ia praticaram um comércio rico e dive rsificado4, que ocorre rá a intensifica ção da pesca no período colon ia l, com a abso rção de parte das té cn icas ind ígenas pelo co lonizado r. Desse conhecimento resulta rá uma produç ão diversificada que, algumas ve zes, espanta va ao europeu pela sua qualidade, sendo apro veitada no co mércio co lonia l. Já nos referimos em outra ocasião5 aos produtos da a gricultu ra e do e xtra tivismo ve geta l ind ígena, focaremos ago ra nossa aten ção naque les p rodutos ind ígenas que foram apro ve itados pelos eu rope us no comércio do pescado.

O padre Cristóbal de Acuña, que acompanhou o capitão Pedro Teixe ira em sua viagem de reto rno d e Quito ao Pará e m 1639, relata que a vinte e o ito lé guas abaixo do rio Juruá en c o ntrou um po vo

ind ígena, por ele denominado Curu zira ris. Os Curu zira ris

manufaturavam, em grandes o larias, diversos utensílio s de barro, além de fabricarem fornos nos qua is prod uziam a farinha. Esses utensílio s, potes, vasilhas, ja rro s, algu idares e frigid eiras e ram destinados ao comércio com outros grupo s ind íge nas, realizado so b a forma do escambo, por gêne ros de d ifícil obten ção pelos morado res da várzea6.

Também o padre Maurício He riarte acompanhou a expedição de Pedro Teixe ira ao subir o rio Ama zo nas. Sobre essa viajem escre veu uma crônica, em 1662 quando residia no Grão -Pa rá. Rela ta nessa crônica que o rio Madeira, afluente da margem dire ita do rio Amazona s, fazia também parte desse circu ito comercia l com sua produção cerâmica de igaça bas de va riado s t a manhos que comercializa vam com outros ind ígenas trocando po r algod ão, fio, milho, ta baco e outros produtos da manufatura, agricu ltura ou do extrativismo indígena. Veremos adiante que os potes ce râm icos de ssa ampla região entre o s rios Made ira e Solimões s ervirão de depósitos para a indústria de mixiras7 e manteiga de tarta ruga no período co lonia l.

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No final do sé culo XVII, ainda re gistra va -se a e xistên cia de um circuito comercial entre os ind ígenas do Madeira, p ratica do pelos Iruris, que adqu iriam ferrament as aos indígenas que as comercializa vam com estran geiros (não portu gueses) no rio Ne gro. Ao que pa rece, o comércio dos Iruris era satisfatório, tanto em quantid ade quanto em qualidade, po is ch egaram mesmo a d espre za r a oferta d e utensílios de ferro feita p elos missioná rio s portugueses8.Os ind ígen as conheciam também, algumas técnica s de con servação de alimentos de origem ve geta l e animal. Essas técnicas foram utilizadas pelo s europeu s na Amazônia nos pe ríodos in icia is da co loniza ção. Ve jamos a técn ica de conserva ção de pe scado, cu ja adoçã o inicia l pelo europ eu prende -se a um fator econômico, o preço, e a d ificuldade em se obter o sal na Amazônia .

2 O REGIME D AS ÁGU AS E A ATIVID ADE PESQUEIR A N A

AM AZÔNI A.

V id a n o P a r á é v i d a d e d e s c a n s o C o m e r d e a r r e m e s s o E d o r m i r d e b a l a n ç o .

A tro va popular, re gistrada na memória do frei João de São José Queiro z9 reflete bem a visão das facilidades, apre sentada pelos primeiros ob serva dores da re gião, que oferecia a so bre vivência no antigo Grão -Pa rá. Apresenta va -se ao ignorante das coisas da re giã o uma elaborada paisa gem, onde a nature za p ródiga e farta, particula rmente so b o aspecto alimentar, dota va o hom em, abastecido por um e xtrativismo bem sucedido , de todos os re curso s pa ra a sobre vivência. De todas as atividade s praticada s pe los indígenas, pa ra pro ver-se dos meios de subsistência, espantava ao conqu istado r a pesca, pela quantidade do produto de cada incu rsão10.

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Na Ama zônia o te mpo está divid ido em duas estações: a chu vo sa e a seca. Essa sa zonalidade dete rmin a, em parte, a d inâ mica tempora l do extrativismo pe sque iro e ve geta l. As che ias oco rre m em períodos diferentes nos diversos tributá rio s do rio Ama zonas. Enquanto que no curso principal da bacia o n ível má ximo da cheia é atingido entre os meses de maio a junho, em a lguns t ributários do su l, como os rios Purus e Made ira, a inundação inicia p rimeiro, atingindo o ponto máximo da cheia entre os meses de março e abril, nos tributários do norte, como os rio s Ne gro e Branco, o n íve l má ximo de enche nte é atin gido entre junho e julh o11.

Referindo-se ao rio Solimões, Bates afirma que as estações no alto Amazona s apresentam diferenças em relação ao Pará ou no baixo Amazonas. Também nesse rio o an o é dividido em e stação se ca e chu vosa que re gu lam as principais a tividades dos habitantes, mas no alto Amazonas há a singu laridade de ocorre cheia e va zante duas ve zes por ano. A grande cheia oco rre entre fevere iro e junho, quando as tarta ru gas migra m dos rio s para a s lagoa s e vá rzeas12.

A partir de meados de ju lho começa a va zante que segue até meados de outubro, quanto maio r é a va zante do s rios maio r a possib ilidade de captura r as ta rtarugas; em setemb ro ocorre uma pequena cheia (rep iquete), como resu ltado da cheia em algum afluente a montante13. Esse repiquete é causado pelo de gelo a ndino14. Entre janeiro e fevereiro ocorre uma pequena seca. Esse perío do é chamado “ve rão do umari” porquê e ssa fruta está madura nessa época15. Na estação chu vo sa a precipitação plu via l inunda e ssas p lan ícies, enchendo grandes la gos que quan do drenados na estação seca , aprisionam em seus leitos uma infinidade de espécimes animais aquáticos úte is á a limentação.

Desde o período colonia l o lito ral amazônico forneceu farta alimentação ao colono, assim como vinha desde antes fornecendo ao ind ígena. Porém, muito mais que n o mar, espanta va àquele s que

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visita vam a re gião a fartura de peixes nos rios e la gos interio res. Mas essa imp ressão d e fartura possu ía uma exp licação: a maioria dos primeiros viajante s observa vam a região a partir dos rio s, ou sejam o primeiro contato era co m suas barrancas e áreas de vá rzea, riqu íssimas em vida animal mesmo durante a esta çã o seca. Essas áreas de vá rzea, contudo, ocupam uma parcela minú scula da re gião, talve z não mais qu e dois por cento do total16. De qua lqu er modo, foi a atividade pesqueira r esponsá vel po r boa parte do ab astecimento de alimentos na Ama zônia durante os sé culos inicia is de sua colonização.

3 OS INDÍGEN AS E AS TÉCNIC AS DE ESTOC AGEM E

CONSERV AÇ ÃO.

Descre vendo os co stumes dos Tupinambás do Rio de Ja neiro, no século XVI, Jean de Lé ry, participa nte da a ventu ra d e Ville ga gnon, afirma que conheciam a técnica de extração do sal marinho. Contudo, esses ind ígenas n ão utiliza vam o sal em grande quantidade, pois não tinham o hábito de utilizar a sa lga p ara conse rvar o s alimentos. Nem mesmo adiciona va m sal aos alimentos na hora de prep ará -los pa ra as refeições, antes, m istu ra vam o sal co m certos tipos de pimenta e essa mistura le va vam aos poucos à boca , junto com o alimento17. Plínio Airo sa, que comenta a edição de Jean de Le ry, na qua l tiramo s a informação, afirma que esse produto, chamado por Lery de ionquet, é denominado por outro participante da expedição de Ville ga gnon, o abade André Thevet, na Co smografia Unive rsa l18, de juncure19, aduzindo a informação de que o s nativos fa ziam comércio des se produto com as trib os do inte rio r.

Uma outra informação de Airosa, baseada na Cosmo grafia, sobre o conhecimento no Brasil das ca rnes salgadas, condu z -n os a supor que o processo de sa lga foi introdu zido pelos europeus. Não era costume ind ígena a conserva em sal e sim o moquém20. Segun do o próprio

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Thevet, os ind ígenas não gosta vam de alimentos salgados por acreditarem -no s maléficos à saúde21. Também Hans Staden, que foi prisioneiro dos tu pinambás no lito ral de São Paulo no século XVI, constatou que aqu eles i nd ígenas u tiliza vam pouco sal, h avendo mesmo algun s que conheceram o produto co merciando com os franceses22.

Fica claro que, e mbora os tup inambás conhecessem o modo de extra ir o sa l marinho, não o u tiliza vam para a conservação de alimentos, nem no lito ral n em no interior. A so luçã o gera l para a conserva ção de peixes e ca rnes, seja por que stão de paladar, se ja por medida sanitária o u pela falta do sal, era o moquém. Carva jal, que participou da expe dição de Orellana pelo rio Ama zonas em 1542, relata a maneira pela qual o indígena conserva va o pescado, ou seja, desidratado ao fogo, ou seco23.

Os ind ígenas na Amazônia, também utiliza vam muito po uco sal. O primeiro motivo é porque a re gião Amazôn ica, e xceto a costa evidentemente, é pobre em sal24. Nessa região então , nas suas áreas mais in teriore s, o sal utilizado pelo ind ígena e ra obtido pelos do is meios, que descre ve remos a se guir. O meio ma is comum era utiliza r como sucedâneo as cin zas e xtra ída s da queima de certos ve geta is. Porém, esse “sal” de origem vege tal, qu e resu lta va do processo, era em quantidade in suficiente para co nserva r os alimen tos. O hábito permaneceu, no p eríodo co lonia l, e nquanto hou ve a dificuldade de obter o p roduto. Ainda em 1865, o s moradore s do a lto rio Ne gro, principalmente o s indígenas, util iza va m-se desse pro cesso para e xtrair do caruru, que cre scia na ped ras das cachoeiras da quele rio, esse sa l ve geta l25. Esse sa l, produ zido a p artir do caru ru26,era chamado caru ru yu quira27, ou sal de caruru. U ma outra forma dos nativos amazônicos obte re m o sal e ra o co mércio. Há re gistros de que no período pré -colom biano, ha via o comércio desse produto, tra zido pe los grupos andinos, qu e tinham acesso a grandes depósito s de sal naque la re gião, pa ra permu ta pelo peixe seco28.

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Acuña, encontrou os tupinambás da ilha de Tupinambarana (atual município de Parintins, no Amazon as), na foz do rio Madeira, que relata ram ter adqu irido sa l com outro grupo. A origem desse sal não é clara , sabemos ap enas que e ra obtido pelos tup inambás do comércio com outros grupos, que tra ziam o produto para o resgate, e que pro vinha de te rra s pró ximas a e sses grupos . Vemos e ntão, que o sa l adquirido pelos indígenas da Ama zôn ia tanto poderia ter o rigem marinha (litora l do Pará) como mineral (o sa l dos An des); ou se ja, desde o período p ré -colombiano tanto poderia ser obtido atra vés do comércio re gional como pelo inte r -re gional.

De qua lquer modo, para muitos grupos (tupis, por e xemplo) send o o sal em quantida de conside rado maléfico à saúde, u sa vam então no mais das ve ze s, como recurso de conserva ç ão da carne, o moquém29, cuja té cnica de p rodução, a ssim como o piracu í, fo i adotada do s ind ígenas. O pe ixe conservado pelo método do moquém, era também objeto de comércio entre alguns grupos indígenas. Diogo Nunes, ao relata r, em co rresp ondência a D. Joã o III, rei de Portu gal, sua via gem do Peru ao Ama zo nas, no ano de 15 38, em ce rto momento descre ve a penetração da e xpedição na Pro víncia de Mach ifalo. Na memória, Nunes informa a quantidade e varied ade de pescado ali e xistente, que os ind ígenas seca vam pa ra condu zir ao sertão e rea liza r trocas com outros grupos30. Me smo a área and ina, como vimos, não e sta va iso lada desse comércio, e ssas cultu ras rica s em atividade a gríco la e xibiam, contra riamente, u ma notável pob re za em va riedade animal. Os rios daquela á rea, de corrente s velo ze s, n ão possuíam margens inundá veis e pouca quantidad e de peixes d ispo níve is. Assim, já n o período p ré -colombiano, e xped ições que desciam das encostas andin as, em direção às terras ba ixas da Amazôn ia31, para abastecer -se de pe ixe seco.

Conforme registro u Alexand re Rod rigues Fe rreira, mais de duzento s anos dep ois de Dio go Nune s, essa té cnica co ntinua va a se r utilizada no Amazona s, pa rticula rmente por a que les grupos cuja s

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aldeias fica vam mais distantes de águas piscosa s, co mo os Miranha. Esses grupos, já viviam na re gião no século XVII, em to rno da área do baixo Ca quetá, e eram conside rados pelos cronistas d a época como bons pescadores. No final do século XVIII, esta vam situados entre os rios Japu rá e Içá, região pobre em pe scado. De sciam entã o na va zante do rio, pa ra abaixo das ca choeiras, com o intu ito de ap rovisionar -se do peixe. Após a pescaria , seca vam o peixe pelo método do moquém, depois enfarda vam -no em cilind ros d e apro ximadamente três a rroba s (44,07 qu ilo s). Esses fardos cilínd rico s e ram transpo rtad os para a parte alta do rio, onde mora vam32. Ale xandre Rodrigue s Ferre ira, natura lista que via jou pela Amazônia entre os anos de 1783 e 1792, re gistrou entre esses ind ígenas o uso dessa técnica de conservação, a qua l atribu i o uso à ausência do sal em quantidade suficie nte, e não ao desconhecimento d o produto.

Se esse pe ixe sem sal, seco no m oquém, era suficiente para o consumo e mesmo para o comércio indígena não o foi, porém, pa ra o colonizador, que tentou sua utiliza ção . Embora fosse, por l argo tempo, recu rso predomina nte de conserva çã o do pescado. Co m algum tempo de estoca gem, o p roduto inicia va por criar bolo r e apod recer afetando a saúde de quem o consumia. É e vidente aqu i que os méto dos ind ígenas não satisfaziam, completamente, as necess idade s do comércio co lonial, pois o p roduto teria que se r conse rvado po r mais te mpo. O sal em escala suficiente p ara a con serva ção do pescado se rá, p ouco a pouco, de acordo com o avan ço da colon ização, o sucedâne o do moquém. Mesmo apresenta ndo essas dificu ld ades, as técn icas de captura e conserva ção do pescado mantém, até finais do século XIX, a caracte rística mesclada da cultu ra e uropéia e ind ígena , impre ssa pe la colonização portu guesa no Brasil33. A produção do pescado manteve, até o sé culo XIX, as formas de conservação utiliza das durante o período colon ial, o que ocasiona va e norme perda do produto. Assim é que, a inda em 1905 o pescado e ra comercia lizado seco , desid ratado,

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ou salgado e, em menores quantida des, fresco, na maior cidade da Amazônia , Belém.

Um outro método de conservação tra nsforma o peixe em farinha. Consiste o método em moquear o peixe, com escamas e espinhas, até resse cá-lo, tirando então as escama s e as esp inhas maiores após o que pulve rizam -no, peneiram -no e le vam -no ao forno. O resultado é a farinha de peixe (piracu í34). Comercia lizada até ho je nos mercados da re gião. Este méto do foi adotado pelo co lono portu guês, quando o processamento do pescado se da va em regiões distan tes dos centros consumidore s e n ão havia sal pa ra a conse rvação d o pro duto, ou porque o sal torn ava o p roduto muito dispend ioso. Ainda, influ ía na decisão de transformar o peixe em piracuí a qua lidade d o animal. Caso fosse muito pequ eno e com muitas espinhas não compensava sua conserva ção como peixe sa lgado (p iraém35), a solução era transformá -lo em piracu í. Essa farinha era misturada pe-lo co-lono com cebolas, aze ite ou manteiga, mas, caso não tivesse à mão esses produto s, utiliza va -se da go rdura de peixe e o vos.

Embora não se te nha notícia da utiliza ção da tarta ru ga como fonte de gordu ra pelos índios do litora l b rasile iro, sabe -se que utiliza vam e ap reciavam a go rdura an imal na alimentação , mesmo antes da chegada dos europeus. Jean d e Lery, ao descreve r um ritua l antropofágico dentre os Tupinambá do Rio de Janeiro, relata o qua nto a go rdura humana era apreciada, informando que ce rtas pa rtes do co rpo, quando colo cadas no moquém, passavam a soltar a go rdura que era recolh ida pela mulheres que e logia va m o petisco36. Carva jal, re latando a sua via gem ao rio Ama zonas, informou como os naturais daquela re gião soco rre ram aos conquistadore s com algodão, qu e embebido em determinada gordu ra de peixe, se rviu para calafetar o s b ergantins37.

Quanto às tarta ru gas, vários cron ista s constata ram o hábito dos nativos em e stoca r e engo rdar esse s anima is em cu rrais, para se rvir de alimentação às aldeias. Ainda recorrendo a Carva jal, podemos

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constatar que em vá ria s das alde ias visitadas pela e xpedição, ha via tanques (currais) cheios de ta rta ru gas. Esses animais esto cados nesses currais e ram ce vados com m a ndioca, pa ra se rvir à alimentação dos ind ígenas durante la rgo período38. Espanta va ao co nquistador, a quantidade e o tam anho das tartaru ga s, dispon íve is pa ra a alimentação em dilatados tre chos do Amazonas. Em um desses tre chos, apresentaram -se aos conqu ist adores indígena s qu e, segundo o cronista, se disse ram vassa los de Aparia, que os havia m enviado para abastecê-los de alimentos que tra zia m, aves e ta rta ru gas, a inda no dizer do cronista , tão grandes como os maiores pescados da Espanha39.

Em outro trecho do mesmo rio, na pro víncia denominada por Carva jal de Mach ifalo, o fenômeno se repete. Uma eno rme quantidade de comida, especialmente tarta ru gas estocadas em currais a quáticos, chegando os conquistadore s na quela ocasião a co lher mais dois mil indivíduo s. As i nformações de Carvajal não eram e xa geradas. Outros relato s confirmam -na. Altamirando, que relatou a via je m de Ursúa e Aguirre pelo rio Amazonas, obse rvou que alguns d esses cu rra is abriga vam mais de quatro mil ta rta ru gas, estocadas pa ra a alimentação no período das ch eias40. Tal prática p ré -colombiana seria padrão em muitas comunidad es colon iais da área da bacia dos rios Amazona s e Solimões até o fina l do sécu lo XIX.

A quantidade de o vo s nas p raias, no período da deso va, também espanta va ao conquistador, e se rviu de recurso para saciar a fome crônica, que freqüentemente assolava essa s e xped ições. Conforme relata Mon gu ia, em uma região despo voada em que nave ga vam os exp lorado res famintos, foram socorridos com peixe s e ovos de tartaru ga s que encontraram41. Ad mira va -se o europeu, com a capacidade do ind ígena em detecta r os ninhos de o vos de tarta ru gas ocultos na areia. No início do século XIX, via jante s como Spix e Martius, austría cos que estive ram na Amazônia entre 1817 e 1820,

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passando pela re gião entre Vila No va da Rainha (Parintin s/Tupinambarana) e Ba rce lo s, pasma vam -se p ela habilidade com que os nativo s perceb iam no solo o rastro da tartaru ga e encontra vam as cova s, onde depositavam esses anim ais de zenas de ovo s42. Algumas décadas depois, Agassiz, que viajou pel o Brasil, entre 1865 e 1866, observou, admirado, a mesma habilidade43. Alguns grupos ind ígenas con servavam esses o vo s utilizando -se d a técnica do moquém, cujo re sultado não parecia agrada r ao paladar europeu, segundo o qua l o sabor é oleoso e rep ugnante44.

Ao peixe e a carne de tarta ru ga conservada em go rdura denominava -se mixira. Essa forma de conserva ção consistia no co zimento da carne do animal que era frita na ban ha onde fica va depois con servada imersa , mantin ha -se po r bastan te tempo sem estra ga r, sendo t ambém as carnes resultante s desse processo de conserva ção basta nte apreciadas45. A mixira podia se r feita com a banha do peixe -bo i, da tartaru ga ou com a manteiga da tartaru ga e e ra conservada, tal co mo a manteiga, em potes de barro46.

4 A AD APT AÇ ÃO AO P AL AD AR REGION AL.

Os produto s de rivados da e xp lora çã o econômica do p eixe -bo i, têm a mesma utilidade daque les p ro duzidos pe las tartaruga s. A ca rne serve pa ra a a lime ntação, e a gordu ra serve tanto apara a alimentação, utilizada nas frituras ou no preparo da mix ira, quanto para a iluminação . A diferença é que a substância go rdurosa mais usada da tartaru ga é a man teiga, re sultante d o processamento de seus o vos. Quanto à dive rgên cia de opiniões ob servada em relaçã o ao paladar do peixe-bo i, esta oco rria também em re lação a manteiga d e tartaru ga, já os alimentos p ro duzidos a pa rtir dos o vos do traca já foram conside rados, po r Spix, sabo roso s47 .

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A mixira, que na língua gera l quer d ize r assado, é uma conserva de carne ou peixe que (como foi dito acima) depo is de cozida é frita e conservada em óleo animal. Além da banha de peixe -boi, também o óleo produ zido a partir dos o vos de tarta ru gas é utilizado para a produção de m ixira, assim como, a carne e os filho tes desse anima l

são, nesse meio colocadas em conserva s. Em 1873 o cônego

Bernard ino de Sou za re gistra va a p rodução de mixiras no Amazonas, afirmando ser a me lhor mixira a do pe ixe -boi e do tambaqui48.

É difícil conclu ir o quanto esses pro dutos da tradição culiná ria ind ígena a grada ra m aos paladare s e uropeus. As opin iõ es do s via jantes divergem sob re e sse tema. Contud o, devemos lembrar que seu s consumidore s era m, em sua maioria, nativos que aprecia vam esses sabores regionais. Segundo o cônego Francisco Be rna rdino de Sou za afirmou, em 1873, a manteiga de peixe -boi, e xtra ída do tecido adiposo do animal, possu ía a cor amarelo e scura e o che iro desagradá vel, e servia para se r misturada a argamassas na constru ção civil (como o óleo de ba leia ) e para iluminação49. O peixe -boi, depois de pescado, tinha sua gordu ra extra ída e conse rvad a, para com ela temperar e frita r os alimentos. O mesmo autor, apesa r de decla ra r o ch eiro da go rdura desagradá vel, acre scenta em se gu ida que o produto é utilizado também no fabrico das mixiras. Mas essa gordura à s ve zes e ra con side rada “e xce lente”, até pa ra o palada r de alguns europeus. Acu ña, afirma que a banha e xtra ída do peixe -boi, quan do temperada com sal é tão boa, mais saborosa e durá vel que a manteiga do leite da va ca50. Era obtida também a partir d as tripas do peixe -boi derretida s a qual, segundo Spix, p rodu zia um a go rdu ra sabo rosa51.Quanto a ca rne, Bates afirma que, d ificilmente, o s europeus ap recia riam a carne do pe ixe -bo i52, mas Casal, que é u m europeu, pro clama sua e xce lên cia e decla ra assemelhar -se á da vitela, lembrand o no paladar, a carne do nov ilho, conside rando -a ap etitosa53.

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Ale xandre Rodrigu es Ferreira decla ra ser a banha de tartaru ga a que produ z a melhor “manteiga”. A banha era pouco produzida e não era utilizada para a ilumina ção por ser menos liquida54. Certamente po r todas essas cara cterís ticas e por não possuir sa bor ou cheiro desagradá vel aos sentidos europeus, aliada a pouca capacidade de produção, e ssa ba nha atin gia um preço bem superio r ao da manteiga de tartaru ga, send o destinada às mesas mais nobre s do Grão -Pa rá. A manteiga, também u tilizada pelos índ ios do Orenoco e seus afluentes, feita com os ovos, servia como ingre diente para diferen tes alimentos. Aparentemente não se adaptava o paladar europeu ao seu sabor. Denis afirma manter sempre o produto o sabor do peixe, com o qual é difíc il se habitua r55; D’Orbign y56, vin cula seu sabor e pure za a p rontidão com que o produto é feito, lo go após a co leta dos o vo s, mas afirma manter o produto um sabor a tivo ao qua l somen te os índio s podem acostumar -se; da mesma forma Spix atribui ao prod uto um s abor oleoso57 e Kidder um sabor de óleo de peixe58. Essa manteiga era, sa lvo e xce ções, quando usada para alime ntação, um produto palatá vel apenas ao elemento nativo, a camada mais pobre da população, tapuios, ind ígenas amansados, mamelucos e mestiços.

Segundo Bates e Nery, a ca rne da tartaru ga é macia, saborosa e nutritiva, embora Bates afirme que cheiro enjoativo, e que o seu u so cotidiano o tenha feito ficar satu rado59 dessa carne. Quan do preparada como sarapatel, era cozida no próprio casco e com o estômago faziam-se lingü iça s re chea das com carne s e cozidas. Na sua go rdura frita va -faziam-se a carne. Sobre o s filhotes, re cém sa ídos da casca, afirma Bates serem também muito apreciados, não somente porque sua ca rn e é tenra, mas também porque co nservam ainda em suas ví scera s re sto s da gema60.

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Um produto tra zid o pelo europeu é aqui importante, a ponta de ferro para a s flechas, que foi adaptada à flecha com ponta móve l, apropriada para a pesca da tarta ruga, denominada sara raca61. As pontas de osso d as antigas flechas tinham maio r p ossib ilidade de partir, to rnando a pesca mais in ce rta. Embora a flecha não fosse utilizada na pesca comercia l, dado se r um método pouco produtivo, po r essa ra zão sua utilização te ve p ouco impacto no processo d e exp lora ção mercantil, mesmo assim as pontas de ferro para a s seta s eram cobiçadas p elos ind ígenas qu e, para adqu iri -las, procura vam o colonizador. Exem plo disso é o que ocorreu em 8 de julho de 1786, quando o escrivã o da Real Fa zen da da Quarta Partida, e m Ega, presenteou aos Mura, 16 sarara cas, além de outros utensílios como canivetes, pentes, nava lhas e e spelh os. Os uten sílios de ferro também eram obtidos, junto ao con quistador, pela permuta. Em 13 de ju lho de 1786, alguns Mura foram à vila de Ega e perm utaram 47 tartaru gas po r 14 sararaca s e 6 arpões de tartaru ga, além de tesouras e navalha s para barbea r. Na mesma vila, em 4 de setembro do mesmo ano, ind ígenas do mesm o grupo, le va ram 2 1 tarta ru gas, que p ermutaram por 48 sarara cas e 6 arpões de tarta ru gas , além de outras mercadoria s62. Esses p rodutos d a tecnolo gia eu ro péia eram altame nte apreciado s pelos ind ígenas e utilizados pe los eu ropeus como prese ntes para atra ir os grupos arredio s ou para o escambo. Dessa maneira , o indígena ia sendo “educado ” nos bon s e sólid os princíp ios da economia do escambo que tran sformaria Ega, po ucos anos depois, em um variado expo rtador de p rodutos e xtrativos ve geta is como o cacau, a salsapa rrilha, o urucu, o cara ju ru, o pixu rim, a ca stan ha; e animal, como o pira rucu seco e a manteiga de tarta ruga63.

Esses arpõe s tinh am também outra utilidade na captura das tartaru ga s. Se rvia m, quando munido s de va ras comp rid as, para sondar o fundo dos lagos e arpoar as ta rta ru gas na che ia, send o como a flecha também uma forma pouco produtiva de pesca64. Nesse s dois últimos

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casos, na pe sca com sarara ca e arpão, era necessário tapar o furo pro vocado no casco da tartaruga pela penetração do ferro para que o animal não morresse. Com algum tem po o casco recomp unha -se65.

Sobre a pe sca co m sara raca, W all ace afirma que de ssa maneira eram capturadas quase todas as tartaruga s vendidas n as cidades, o que podia se r con firmado pelo orifício e xistente em suas carapaças pro vocado pela sa rara ca66. Certamente, o fato oco rria no período de cheias, quando esse método de pescar era mais usad o. Do mesmo modo o método de pesca da tarta ruga com an zol, que somente era praticado nas partes de maior corre nteza do rio, era abandonado no período da va zante, em função da sua pouca produtividade. A pesca era mais p rodutiva no per íodo da va zante, particu larm ente durante o seu auge. Na va zante não se viam tantas tarta ru gas com o casco perfurado à venda nos mercados, pois nesse período o s métodos mais produtivo s e ram o da rede e da viração. Consistia o método da vira ção em vira r a ta rtaru ga, quando ainda e stavam na p raia pa ra a deso va, de peito para cima, de modo a impedir qu e elas fugissem67.

6 A COLONIZ AÇ ÃO E A MESCL A DE CULTUR AS.

Como outros produ tos do e xtrativismo na Amazôn ia, os produtos da atividade pesqueira, assim co mo sua co nserva ção, possu íam técnica s conhecid as pelo ind ígena que foram, ao contato com o colonizador, a ltera das e introdu zidas em outro meio, o do mercado colonia l. Conforme bem tradu z Djalma Batista, no proce sso de colonização da Amazônia o europeu utilizou -se largamente do conhecimento ind ígena, pa rticula rme nte nos dois p rim eiros sécu los. Sem utiliza r-se desse conhecimento, a tarefa d a conqu ista e colonização se ria extremamente dificulto sa68. Contudo, toda colonização é um processo de mão dupla, exigindo o contri buto dos povo s em contato . Os produto s europeus, pela facilidade com que

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auxilia vam as ta refas do ind ígena, do qual a go ra e xigia -se uma maior produção de exced ente, pela sua inserção em um mercado mais amplo e, conseqüenteme nte, a necessidad e do aumento de produtividade, também entraram no cotidiano nativo, mesclando -se aos mate ria is anterio rmente utilizados nas técn icas extrativistas.

As técnicas de pesca com o puçá69, o arpão, o anzol, o arco e flecha; de captura, como a viração d e tartaru gas e o cercament o das entradas dos igarapés; de constru ção de canoas; permanecerão, porém, utilizando -se de a lguns in strumentos e materia is antes desconhecido s pelo nativo . Esse nativo já conhecia o anzo l, fabricado com espinhas de peixe, o arpão feito com conchas70, a rede confeccionada com fibras nativa s. Ainda, constru ía canoas a pa rtir do tronco das árvores cortando -os e esca vando -os com ferramentas fabricadas a pa rtir de ossos e carapaças de ta rtaru gas71, além d a utilização do fogo. Constru ía também canoas com ca sca de árvore s, moldando-a ao fogo72, conforme é p ro va a icono grafia da época. Essa absorção, não se refere somente a técn ica de construção de embarcações, mas também as técnicas de na ve gação , e foi de tal magnitude que Sé rgio Bua rque de Holanda afirma qu ase nada ter o europeu acrescentado às técn ica s de nave gação ind ígen a, utilizadas n o interior du rante o período co lonia l. Nas monções d o Norte, por exemplo, o comércio do rio Made ira, que adqu iriu notá vel importância entre os anos d e 1755 e 1787, utiliza va grande s embarca ções, constru ída s a pa rtir de um tronco de madeira esca vad o, denominada ubás, que tinham capacidade de transportar até trê s mil a rrobas (44.070 quilos) de carga73.

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1 B a t is t a , 1 9 7 6 , p p . 5 8 - 9 . 2 X im e n e s , 1 9 9 6 , p . 1 6 . 3 N o t a d o a u t o r : s o b r e e s s e t e m a v i d e M e g g e r s ( 1 9 8 7 ) e P o r r o ( 1 9 9 6 ) . 4 “ Ex is t e p o r é m u m a r e g i ã o , n a Am a z ô n i a , q u e a o c o n t r á r i o d o l it o r a l b r a s il e ir o t i n h a u m c o m é r c io in d í g e n a r ic o e d i v e r s if ic a d o . N a ve r d a d e , a s p o u c a s r e f e r ê n c ia s h is t ó r ic a s a s o c i e d a d e s in d í g e n a s n o Br a s i l e m q u e o c o m é r c i o i n t e r t r i b a l c o n s t it u í a u m a a t i v id a d e e c o n ô m ic a s is t e m á t ic a e im p o r t a n t e p r o c e d e m d e s s a r e g iã o e , m a is e s p e c if ic a m e n t e , d a s b a c i a s d o S o l im õ e s e d o R i o N e g r o . ” ( P o r r o , 1 9 9 6 , p . 1 2 6 ) . 5 F o n s e c a , 2 0 0 4 . 6 “ N a s c h o ç a s o n d e m o r a m , t ê m b a r r o m u i t o b o m p a r a t o d a e s p é c i e d e va s i l h a s e , a p r o v e it a n d o - o , m o n t a m g r a n d e s o l a r i a s n a s q u a is f a b r ic a m p o t e s , p a n e la s e f o r n o s n o s q u a is c o zi n h a m s u a f a r i n h a , a s s im c o m o c a ç a r o l a s , j a r r o s , a l g u i d a r e s e a t é f r i g id e ir a s b e m m o d e l a d a s , s e n d o t u d o is s o d e s t in a d o a o c o m é r c i o c o m a s d e m a is n a ç õ e s ; e e s t a s , p r e m i d a s p e l a n e c e s s i d a d e d e t a is o b j e t o s , v ê m b u s c á - l o s e m g r a n d e q u a n t id a d e , d a n d o e m p a g a m e n t o c o is a s q u e e l e s n e c e s s it a m . ” ( Ac u ñ a , 1 9 9 4 , p p . 1 2 5 - 6 ) . 7 M ix yr a s , s e g u n d o Bu e n o ( 1 9 9 8 , p . 2 2 2 ) . s i g n if ic a a s s a d o o u c o i s a a s s a d a . I d e m e m G o n ç a l v e s D i a s ( 1 8 5 8 , p . 4 7 9 ) . S e g u n d o As s is ( 1 9 9 2 , p . 1 2 1 ) é : “ . . . c o n s e r va d e p e ix e - b o i , d e t a m b a q u i o u d e t a r t a r u g a n o v a e m a ze it e d o p r ó p r io a n im a l d e q u e é f a b r ic a d a . ” B o r za c o v ( 2 0 0 4 ) d e f in e m ix ir a c o m o : “ C a r n e d e p e ix e - b o i f r i t a d a n a s u a p r ó p r i a b a n h a e g u a r d a d a e m la t a s d e q u e r o s e n e p a r a c o n s u m o p o s t e r i o r . F a z - s e t a m b é m c o m c a r n e d e t a r t a r u g a . ” [ D o t u p i . ] N o Au r é l io e s t á g r a f a d o M ix ir a , a d o t a r e m o s e s s a g r a f i a p o r t a n t o . 8 B e t t e n d o r f f , 1 9 9 0 , p p . 3 5 5 - 7 . 9 Q u e ir o z, 1 8 4 7 e 1 8 6 9 . 10 L e it e , 1 9 9 3 , p . 1 8 9 . 11 J u n k , 1 9 8 4 , p . 2 1 5 . 12 B a t e s , 1 9 7 9 , p . 2 1 6 - 7 . 13 I d e m , p . 2 1 8 , Ag a s s i z , 1 9 7 5 , p . 1 5 5 , S p ix , 1 9 8 1 , p . 2 1 3 . 14 S o u za , 1 9 8 8 , p . 2 2 5 15 B a t e s , 1 9 7 9 , p . 2 1 8 . 16 W e in s t e in , 1 9 9 3 , p . 2 1 . 17 L e r y, 1 9 7 2 , p . 1 3 5 . 18 T h e ve t , An d r é ( C o s m o g r a p h e d u R o y) . L a C o s m o g r a p h i e U n i v e r s e l l e . P a r is , P ie r r e l' H u i l li e r e G u il l a u m e C h a u d i è r e , 1 5 7 5 , p . 9 4 9 . 19 N o t a d o a u t o r : p o d e m o s s u p o r , p o r a p r o x im a ç ã o f o n é t ic a q u e i o n q u e t e m a is p r o p r i a m e n t e j u n k u r e v e m d o t u p i yu q u i ir a ( s a l) d a í yu q u ir y ( s a lm o u r a ) e yu q u it a ia o u j u q u i t a i a o u j i q u it a i a ( m o l h o d e s a l e p im e n t a ) c o n f o r m e S i l ve ir a Bu e n o ( 1 9 9 8 , p . 4 1 2 ) . É i n t e r e s s a n t e o b s e r v a r a a d a p t a ç ã o d o t e m p e r o à s c o n d i ç õ e s r e g io n a is , n o G l o s s á r i o d o L i n g u a j a r Am a zô n ic o ( B o r za c o v, 2 0 0 4 ) e n c o n t r a - s e j e q u i t a i a o u j iq u it a i a c o m o m o l h o c o m b a s e n a p im e n t a m a la g u e t a s e c a o u t o r r a d a , a q u i n ã o h á m e n ç ã o d o s a l q u e é a b a s e d o m o l h o n o l it o r a l. 20 N o t a d o a u t o r : m o q u é m [ D o t u p i] . Au r é l i o : “ G r e lh a d e v a r a s p a r a a s s a r o u s e c a r a c a r n e o u o p e ix e ” . S i l ve ir a B u e n o ( 1 9 9 8 , p . 2 3 3 ) , g r a f a m o q u é m [ a d m it i n d o a

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v a r ia n t e m u q u e m ] , d e m o c a ~ e , f a ze r s e c o , a s s a r , a d e f i n iç ã o é a d o A u r é li o ; o m e sm o e m Bo r za c o v ( 2 0 0 0 , p . 1 2 8 ) , i n c l u s i v e a v a r i a ç ã o d a g r a f i a . M a n t e v e - s e n o p o r t u g u ê s d o Br a s i l , m a s c o n j u g a d a , e m J a c o b ( 1 9 8 5 , p . 1 0 9 ) , m o q u e a d o = a s s a d o a o m o q u é m o u m o q u e a r = a s s a r , d a m e s m a f o r m a e m As s is ( 1 9 9 2 , p . 1 0 9 ) . 21 T h e v e t , 1 9 7 8 , p . 1 0 5 . 22 S t a d e n , 1 9 9 8 , p . 1 4 5 . 23 C a r va j a l, 1 8 9 4 , p . 1 8 3 . 24 X im e n e s , 1 9 9 6 , p . 1 6 . 25 N o r i o N e g r o : “ N a s r o c h a s q u e c o n s t it u e m a s c a c h o e i r a s , c r e s c e u m a p la n t a d e f o l h a s c a r n u d a s e m u i s a l it r o s a , a q u e o s n a t u r a e s d ã o o n o m e d e c a r u r ú . ( . . . ) O s m o r a d o r e s vis i n h o s , p r i n c i p a lm e n t e o s i n d i o s , a p r o v e i t a m - s e d e ll a p a r a e x t r a h ir e m o s a l d e q u e f a ze m u s o . É p o r t a n t o o c a r u r ú u m in e s t im á v e l r e c u r s o p a r a o s p o v o s d o a l t o R i o - N e g r o . ” ( L a c e r d a , 1 8 6 5 , p . 3 8 ) . 26 N o t a d o a u t o r : s e g u n d o B o r za c o v ( 2 0 0 0 , p . 5 0 ) c h a m a - s e t a m b é m c a r u r u d a s c a c h o e ir a s e d i z “ N o r i o N e g r o , Am a zo n a s , é a p o d o s t o m á c e a M o u r e r a f l u v i a t i l is A u b l . As f o l h a s e r a í z e s r e d u zi d a s a c i n za s s u b s t it u e m o s a l d e c o zi n h a ( c l o r e t o d e s ó d i o ) e m b o r a t e n h a m c e r t a q u a n t i d a d e d e p o t á s s io . Se c a m p a r a is t o o ve g e t a l, q u e im a m - n o e a s c in z a s l a va d a s r a p i d a m e n t e e s e c a s a o s o l o s í n d i o s a p r o v e it a m c o m o t e m p e r o . C r e s c e e n t r e o s i n t e r s t í c i o s d a s p e d r a s d a s c a c h o e ir a s , c o m a s f o l h a s a f l u t u a r e m s o b r e a á g u a , f l o r e s r ó s e a s , a l e m b r a r c o m s e u a r o m a o d a s v i o l e t a s . C a r é , C a r ir ú , U a p é d e c a c h o e ir a . ” 27 N o t a d o A u t o r : s e g u n d o B u e n o ( 1 9 9 8 , p . 9 8 ) , c a r u r u yu q u ir a é “ C a r u r u c u j a s f o l h a s r e d u zi d a s a c in za s s e r v ia m d e s a l . A m a zo n a s . ” 28 X im e n e s , 1 9 9 6 , p . 1 6 e L o p e z, 1 9 9 1 . 29 Ac u ñ a , 1 9 9 4 , p . 7 9 . 30 P o r r o , 1 9 9 2 , p . 3 4 . 31 N o t a d o a u t o r : Sa i d Z e it u m L o p e z ( 1 9 9 1 ) , t a m b é m s u s t e n t a q u e h a v i a m e s t r a d a s d e c o m é r c i o , d e s t i n a d a s a o in t e r c â m b io d e p r o d u t o s e n t r e o a lt i p l a n o a n d i n o e a s c o m u n id a d e s a m a zô n i c a s , n o p e r í o d o p r é - c o l o n i a l. 32 F e r r e ir a , 1 9 7 4 , p p . 9 1 - 2 . 33 X im e n e s , 1 9 9 6 , p . 1 8 . 34 N o t a d o a u t o r : s e g u n d o Si l v e ir a Bu e n o ( 1 9 9 8 , p . 2 7 5 ) p ir a c u í ve m d e p ir a ( p e ix e ) e c u í ( f a r i n h a ) . 35 N o t a d o a u t o r : s e g u n d o G o n ç a l ve s D i a s D i a s ( 1 8 5 8 , p . 5 0 8 ) p ir a é m ve m d e p ir a ( p e ix e ) e m ( s e c o ) . 36 L e r y, 1 9 7 2 , p . 1 5 1 . N o t a d o a u t o r : n o r o d a p é P lí n io A yr o s a c o m e n t a q u e a p a la vr a c o m q u e e l o g i a v a m d e v e r s e r ik a t ú , o u s e j a , b o m , ú t i l. 37 C a r va j a l, 1 8 9 4 , p . 1 8 2 . 38 I d e m , p . 1 8 3 . 39 I b id e m , p . 2 0 . 40 Ex p e d iç ã o d e U r s u a e A g u ir r e a o r i o Am a zo n a s n a r r a d a p e lo C a p it ã o A lt a m ir a n d o . I n : P o r r o , 1 9 9 2 , p . 9 9 . 41 R e la ç ã o b r e ve d a j o r n a d a d o g o ve r n a d o r Pe d r o d e O r s u a . I n : P o r r o , 1 9 9 2 , p . 1 0 8 . 42 S p ix , 1 9 8 1 , p . 1 1 9 .

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43 A g a s s i z, 1 9 7 5 , p . 1 4 5 . 44 O v o s s e c o s n o m o q u é m : “ O o vo s e c a , p e r d e n d o d o is t e r ç o s d o s e u p e s o , e t o m a s a b o r o l e o s o e r e p u g n a n t e . ” ( Sp ix , 1 9 8 1 , p . 1 6 6 ) . 45 “ A m ix ir a é f e it a d o s e g u i n t e m o d o : r e t a l h a d a e m p o s t a s c o m p r i d a s a v e n t r e c h a é l e va d a a o f o g o p a r a u m a f e r vu r a , p e n d u r a m - s e a s p o s t a s p a r a e s c o r r e r a á g u a e , d e p o is d e r e p a r t i d a s e m p e d a ç o s p e q u e n o s , s ã o f r i g id a s e m m a n t e i g a d a b a n h a d o m e sm o p e ix e . C o m o s ã o c o n s e r v a d a s n o ó l e o e x t r a í d o d a s b a n h a s , a lé m d e t e r e m s i d o f r it a s , a g ü e n t a m b a s t a n t e t e m p o s e m e s t r a g a r e m . Po r is s o t o d o s p r e f e r e m s u a c o m p r a , n ã o s ó p o r q u e a g ü e n t a m m u it o , m a s p o r q u e s ã o g o s t o s a s d e c o m e r . ” ( F e r r e ir a , 1 9 7 2 , p . 2 0 0 ) . 46 I d e m , p . 2 7 . 47 S p ix , 1 9 8 1 , p . 1 1 9 . 48 S o u za , 1 9 8 8 , 2 9 . 49 ” É e x t r a h id a d o t e c i d o a d i p o s o d ’a q u e l l e p e ix e . É f ix a , d e c ô r a m a r e l l o e s c u r a e c h e ir o d e s a g r a d á v e l. S e r ve p a r a lu z e p a r a a r g a m a s s a s h yd r a u l ic a s . ” ( I d e m , 1 9 8 8 , p . 1 6 ) . 50 Ac u ñ a , 1 9 9 4 , p . 8 0 . 51 S p ix , 1 9 8 1 , p . 1 6 7 . 52 B a t e s , 1 9 7 9 , p p . 2 1 3 - 4 . 53 C a s a l , 1 9 7 6 , p . 3 1 5 . 54 F e r r e ir a , 1 9 7 2 , p . 2 7 . 55 D e n is , 1 9 8 0 , p . 3 2 1 . 56 D ’O r b ig n y, 1 9 7 6 , p . 6 0 . 57 S p ix , 1 9 8 1 , p . 1 6 4 . 58 K i d d e r , 1 9 8 0 , p . 1 9 8 . 59 B a t e s , 1 9 7 9 , p . 2 1 3 e N e r y, 1 9 7 9 , p . 7 1 . 60 B a t e s , 1 9 7 9 , p . 2 4 2 . 61 N o t a d o a u t o r : s e g u n d o B o r za c o v ( 2 0 0 0 , p . 1 7 3 ) s a r a r a c a v e m d o t u p i - g u a r a n i s a r a = d e s e n r o l a r e r a =f r e q ü e n t a t i v o , t r a t a - s e d a f l e c h a c o m a p o n t a m ó ve l . P o s s i v e lm e n t e o s e u r o p e u s d e r a m p a r a o s M u r a a p o n t a m ó ve l d e f e r r o , a q u e c h a m a r a m s a r a r a c a , c o m a q u a l o s M u r a f a b r ic a r a m a f l e c h a p r o p r i a m e n t e d it a . 62 F e r r e ir a , 1 9 7 4 , p p . 1 5 4 - 5 . 63 S p ix , 1 9 8 1 , p . 1 8 0 . 64 F e r r e ir a , 1 9 7 2 , p . 2 6 . 65 I d e m , p . 4 0 . 66 W a ll a c e , 1 9 7 9 , p p . 2 8 4 - 5 . 67 F e r r e ir a , 1 9 7 2 , p . 2 6 . 68 “ O s d i v e r s o s p o v o s q u e , n o s p r im e ir o s s é c u lo s , p r o c u r a r a m d o m i n a r a Am a zô n i a , n a d a t e r ia m c o n s e g u i d o s e m r e c o r r e r à a l i a n ç a d o í n d i o , q u e p o s s u í a a s a b e d o r ia d a t e r r a . Er a e l e q u e c o n h e c ia o n d e e s t a v a e c o m o c o n s e g u ir o a l im e n t o , m o vim e n t a va - s e e m u b á s p e l a s u p e r f í c ie d a s á g u a s ( e a á g u a é u m c om p o n e n t e

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p o n d e r á v e l d a n a t u r e z a ) ; c a ç a v a m e p e s c a v a m o s a l im e n t o s . . . . ” ( B a t is t a , 1 9 7 6 , p . 4 5 ) . 69 N o t a d o a u t o r : P u ç á o u p u s s á : “ D o t u p i p u ç á e p yç á – r e d e p a r a p e s c a r . ” ( B o r za c o v , 2 0 0 0 , p . 1 6 1 ) . Se g u n d o o A u r é l io g r a f a - s e p u ç á . 70 S o b r e a p e s c a d o p e ix e - b o i: “ . . . a g u a r d a m q u e m o s t r e a c a b e ç a , q u a n d o e n t ã o l h e c r a v a m s e u s a r p õ e s , f e i t o s d e c o n c h a s , e l h e s t ir a m a v id a . ” ( Ac u ñ a , 1 9 9 4 , p . 7 9 ) . 71 “ As f e r r a m e n t a s u s a d a s p e l o s n a t i v o s p a r a c o n s t r u ir s u a s c a n o a s , s u a s c a s a s e t u d o o m a is d e q u e p r e c is a m s ã o m a c h a d o s e e n x ó s . . . ” ( I d e m , 1 9 9 4 , p . 9 8 ) f e i t o s o s m a c h a d o s d a p l a c a d o p e it o d a t a r t a r u g a e o s e n x ó s d a q u e ix a d a d o p e ix e - b o i . ( I b i d e m , p p . 9 8 - 9 ) . 72 “ U m f a t o p o s i t i vo , e m t o d o c a s o , é q u e , r e c o r r e n d o a m a t é r i a p r i m a in d í g e n a , o s p r im e ir o s c o lo n o s e s e u s d e s c e n d e n t e s t a m b é m m a n t i v e r a m a t é c n ic a d e c o n s t r u ç ã o n a v a l d o s n a t u r a is d a t e r r a . ” ( H o l a n d a , 1 9 4 5 , p . 3 7 ) 73 I d e m , p . 4 0 . Fontes consultadas.

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Referências

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