DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA
ESPECIALIZAÇÃO EM ODONTOLOGIA DO TRABALHO ROBERTO GÓSS
6iT.4.*IECA SETOPIAI
ARTIGO
UMA ABORDAGEM SOBRE A ODONTOLOGIA DO TRABALHO
ORIENTADORA: Profa Ana Paula Fernandes Soares, Dra
COORDENADOR DO CURSO: Prof° Gilsée Ivan Regis Filho, Dr
L.-U I 1K 1.4'SC 306 E-OTR
Autor: G6ss,
RobertoUFSC Titulo: Uma
abordagem sobre
aodontologi
111
1114116151063111111124)11611111
306Ex.! UFSC BSCCSO CCSO
Ex.1 BSCCSO
RESUMO
Roberto Goss'
0 presente artigo trata do envolvimento de diversos setores sociais no pais com os serviços de Odontologia, onde se colocam em evidência aspectos como a
especialidade da Odontologia do Trabalho e o seu alcance no momento na
sociedade trabalhista brasileira e o que tem se tem feito para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros, os programas em saúde pública também são comentados neste artigo, no que se referem aos aspectos da Odontologia, estes programas demasiadamente excluem a população mais carente de seu atendimento, isto acontece devido ao discernimento da política estar voltado ás elites, Brasil (1997), cita que os modelos ainda estão atrelados ao que o imperialismo implantou no Brasil há séculos. Continua o artigo com colocações sobre o trabalho na saúde
bucal considerada como competência do SUS2 e também com as formas de
financiamento para se manter os programas de saúde bucal, uma contradição efêmera e decadente que não permitiu nem a organização da atenção em saúde bucal proposta pela Câmara dos Deputados Federais. 0 brasileiro não tem noção de sua participação na cidadania e não consegue assim participar de decisões que são
muito importantes. Para o SUS não existe uma forma de controle social no que se refere A saúde da população, havendo uma luta em organizações que quase não chegam 6 discussão do fato. Trata ainda o artigo sobre o campo de atuação da odontologia do trabalho, considerando-se que a saúde bucal é um dos fatores que mais pesam na contratação e ainda não deve ser fator de exclusão, conforme Mazzilli (2003), portanto, o preparo do profissional deve estar, neste caso, voltado ao setor ocupacional, para isso, a participação efetiva dos consultórios odontológicos em exames admissionais deve ser uma das prerrogativas no que se refere á saúde bucal, no entanto, é um aspecto que ainda não pode ser considerada de efeito positivo no que se refere à participação de profissionais da Odontologia no setor público e privado.
Palavras-chave: Trabalhadores. Tratamento. Saúde bucal.
' Cirurgião Dentista
Assessor do Depto de Odontologia do Município de Lages
Coordenador do Depto de Próteses Odontológicas do Município de Lages
Roberto Goss3
ABSTRACT
The present article is about the involvement of several social sections in the country with the services of Odontology, where are placed in evidence aspects as the specialty of the Work's Odontology and its reach in the moment in the brazilian working society, it's reaches and what has had done for the improvement of the quality of the brazilian's life, the programs in public health are also commented in this article, in what they refer to the aspects of the Odontology, these programs in hole excludes the most lacking population of their attendance, this happens due to the discernment of the politics to be returned to the elites, Brazil (1997), mentions that the models are still harnessed that the imperialism implanted in Brazil in centuries ago. The article continues with placements on the work in the buccal health considered as competence of SUS and also with the financing forms to stay the programs of buccal health, an ephemeral and decadent contradiction that didn't allow nor the organization of the attention in buccal health proposed by the Camera of the Federal Deputies. The brazilian workers don't have notion of their participation in the citizenship and they don't know how to get like this to participate in decisions that healthy is very important. For SUS4 a form of social control doesn't exist in what it refers to the health of the population, having a fight in organizations that hardly arrives to the discussion of the fact, and still treats the article on the field of performance of the work's odontology, being considered that the buccal health is one of the factors that more it weighs in the recruiting and it should not still be exclusion factor, according to Mazzilli (2003), therefore, the preparing of the professional it should be, in this case, returned to the occupational section, for that, the effective participation of the odontologic clinics in entrance exams should be one of the prerogatives in what it refers to the buccal health, however, it is an aspect that cannot still be considered of positive effect in what it refers to the professionals' of the Odontology participation in the public and private section.
Key-words: Workers. Treatment. Buccal health.
3 Cirurgião Dentista
Assessor do Depto de Odontologia do Município de Lages
INTRODUÇÃO
0 presente artigo esta voltado para demonstrar a importância no
atendimento da saúde bucal através de empresas, órgãos públicos e associações,
onde o paciente poderá ter acesso a determinados serviços que não lhe são
fornecidos pelo já existente atendimento na rede pública e também, corno explicativo
para o entendimento de determinadas diretrizes e normas que estão sendo
implantadas no serviço de saúde no Estado de Santa Catarina.
Hoje, a Odontologia não pode mais estar afastada dos métodos de
atendimento das outras especialidades da saúde, há alguns anos não havia nenhum
tipo de atendimento público gratuito ou conveniado oferecido pelos consultórios
dentários, se o paciente não tivesse condições financeiras não poderia se submeter
a nenhum tipo de tratamento odontológico. No entanto, o que acontece hoje, diante
de algumas facilidades, não esta definido ainda um padrão de atendimento que
venha a satisfazer profissionais e pacientes, é necessário que se faça um estudo
mais aprofundado para que este tipo de serviço oferecido a população não fracasse
já no seu inicio.
De maneira geral, a presença de um profissional em Odontologia está sendo
entendida no meio empresarial como uma necessidade da qual não se poderá abrir
mão em um futuro bem próximo, pois além das exigências legais, o desenvolvimento
de qualquer trabalho em uma empresa sempre estará ligado a saúde do empregado,
que, quando está em dia, lhe fornece mais tranqüilidade para atender as suas
funções. Em geral, as empresas sempre tiveram a presença de um médico em
determinados horários para atendimento aos funcionários, mas o atendimento
maioria das empresas, sempre foi fora e por conta do empregado. Não se pode
entender que quando a empresa oferece este tipo de serviço gratuito ao empregado,
esteja onerando seus custos, muito pelo contrário, estará, de certa forma, cuidando
de seu patrimônio através do bom tratamento oferecido ao seu plantel de
ARTIGO
- Odontologia do trabalho
Trata-se a odontologia do trabalho de uma especialidade que tem como
objetivo a busca permanente da compatibilidade entre a atividade laboral e a
preservação da saúde bucal do trabalhador.
Quando o trabalhador adquire uma doença bucal, provavelmente terá
problemas e sofrerão, a empresa e ele, de absenteísmo parcial ou total, estas
doenças podem ter vários tipos de agentes agressores, tais como ação mecânica,
térmica e química. A ação mecânica é proveniente do hábito que alguns
trabalhadores têm de segurar na boca ferramentas, pregos e outros materiais, a
ação térmica ocorre com pessoas que trabalham na degustação de alimentos, onde
ocorrem lesões da mucosa da bochecha ou do palato e a ação química é produzida
pela perda ou traumatismo do esmalte, provocando o desgaste da dentina por
produtos químicos. Quem pode tratar e amenizar os problemas de saúde bucal dos
trabalhadores é o profissional em odontologia, e logicamente a presença deste
profissional na empresa reduzirá os gastos com substituições e dispensas de
empregados.
A saúde publica brasileira sempre andou um tanto quanto atrapalhada em
aplicar subsídios para alcançar seus objetivos, deste parecer também não fogem os
trabalhadores da rede privada, por isso, principalmente no que se trata da saúde
atendimento a contento, restando apenas os tratamentos particulares que têm um
custo elevado para a população brasileira.
No que se tem agora, que são as políticas de saúde bucal do SUS que
buscam favorecer a transformação da prática odontológica no meio público e
privado, por meio da incorporação de pessoal auxiliar, novas tecnologias e ações
coletivas de saúde, visando alterar suas características epidemiológicas e obter
impacto na cobertura da população e na construção da cidadania, vê-se um
horizonte que não está tão distante assim para uma melhora, mas ainda se tem
muito que investir nesta área da saúde.
Para atingir essas metas, é imprescindível criar e incentivar práticas
comunitárias que possibilitem o crescimento da consciência sanitária e a mobilização
da sociedade civil em torno das questões de saúde e também incrementar ações no
que tange ao segmento privado. Apesar de as conquistas do movimento sanitário
brasileiro terem sido consolidadas parcialmente na atual Constituição, na prática,
essas conquistas não têm sido concretizadas em melhoria da qualidade de vida da
população brasileira.
Um dos desafios que se coloca para a prática profissional da Odontologia (produção de conhecimento, produção de serviços e desenvolvimento de recursos humanos) está baseado no estabelecimento de uma atuação responsável na luta pela conquista dos objetivos que incluem a liberdade, os direitos e deveres individuais e coletivos, tendo em vista alcançar a máxima plenitude de qualidade de vida. (BRASIL, 1993, p. 44)
Nas últimas décadas foi grande o desenvolvimento de produção,
distribuição e consumo de uma quantidade enorme de bens e serviços relativos
problemática da saúde bucal. Narvai (1994), admite que, aproximadamente, 3,4
formação e remuneração de recursos humanos odontológicos e o faturamento da
indústria de materiais, de equipamentos e de produtos de higiene bucal. Ao analisar
as propostas e as ações relativas à prática odontológica no Brasil no período de
1952-1992, Narvai observou que estas se caracterizavam por uma odontologia de
mercado, sob a influência politico-ideológica do projeto de sociedade neoliberal,
apoiada na assistência odontológica individual, realizada no restrito ambiente clinico
cirúrgico.
Essa concepção explanada por Narvai (1994) exerce forte influência no
desenvolvimento da ciência e da tecnologia em saúde bucal, mas não responde, de
modo significativo, aos problemas de saúde bucal da população, porque se trata de
uma prática de custo alto e de baixa cobertura, com enfoque, essencialmente,
curativo. Como observa Garrafa (1993, p. 54): "[...] trata-se de uma odontologia
tecnicamente elogiável (pelo nível de qualidade e sofisticação inegavelmente
alcançado nas diversas especialidades), cientificamente discutível (uma vez que não
tem demonstrado competência em expandir esta qualidade para a maioria da
população) e socialmente caótica (pela inexistência de impacto social ante as
iniciativas e programas públicos e coletivos implementados)".
Dentro desse modelo, também Pinto (1992) observa que aproximadamente
2/3 dos trabalhadores não têm no Brasil condições reais de serem atendidos em
clinicas privadas, nas quais se concentram 3/4 do tempo de trabalho ofertado pelos
cirurgiões-dentistas.
Muitas propostas e ações na saúde pública e privada foram e vêm sendo
implementadas no Brasil com o propósito de impedir o predomínio dessa visão na
organização da assistência odontológica e do sistema de atenção à saúde bucal.
saúde-doença bucal, considerando as políticas econômicas e sociais, especialmente
as de saúde e educação, e manifestam explicita vinculação a projetos sociais em
que a saúde tem relevância pública, com prioridade pelo Estado e pela sociedade.
Referindo-se a esse movimento.
Botazzo (1994), comenta que a saúde bucal coletiva deve direcionar-se
para o social como o lugar de produção das doenças bucais e ai organizar
tecnologias que visem não a "cura" do paciente naquela relação individual-biológica,
mas sim a diminuição e o controle sobre os processos mórbidos tomados em sua
dimensão coletiva.
Propostas com o foco no coletivo público e privado ainda representam um
desafio ao campo da Odontologia, tanto pelo fato de a formação na área dirigir-se
para o individual, quanto pelo fato de apenas uma pequena parte do investimento
feito em ciência e tecnologia dirigir-se aos problemas de saúde bucal com relevância
para a saúde pública.
A educação em saúde, como prática social voltada para o coletivo,
representa uma importante possibilidade de ampliar a atuação das práticas de
promoção da saúde bucal no espaço público.
- Programas em saúde pública.
Conhecido pela exuberância dos contrastes naturais entre as diferentes
regiões o Brasil é também marcado pela profundidade dos contrastes sociais e a
exclusão de parcela expressiva da população do acesso aos mais elementares
direitos sociais. Entre eles o direito à saúde. Ao longo dos anos desde o
foram se consolidando no pais diferenças que, aprofundando-se, atingiram níveis de
iniqüidades que o pais não aceita mais e quer superar.
Lutamos para deixar no passado a segregação do período da escravidão. E enfrentamos a resistência de segmentos que insistem em manter parte da Nação no período colonial. Diariamente lutamos por trabalho, educação, habitação, transporte e tantos direitos insistentemente negados. Lutamos por justiça. (BRASIL, 1997, p. 44)
Na área da saúde a construção do Sistema Único de Saúde é um exemplo
dessa luta. No dia-a-dia das cidades e na zona rural, muitas imagens expressam o
quanto desigualdades sociais humilham, degradam e fazem sofrer milhões de
pessoas. São imagens cruéis, expressão e símbolo da chaga da exclusão social.
Muitas dessas imagens são do corpo humano, dentre elas imagens de bocas e
dentes.
As condições da saúde bucal e o estado dos dentes são, sem dúvida, um
dos mais significativos sinais de exclusão social, seja pelos problemas de saúde
localizados na boca, seja pelas imensas dificuldades encontradas para conseguir
acesso aos serviços assistenciais. Dentes e gengivas registram o impacto das
precárias condições de vida de milhões de pessoas em todo o pais. A escolaridade
deficiente, a baixa renda, a falta de trabalho, enfim, a má qualidade de vida produz
efeitos devastadores sobre gengivas, dentes e outras estruturas da boca. Atingidas
fortemente, dão origem a dores, infecções, sofrimentos físicos e psicológicos.
das três esferas de governo. Como, alias, determina corn toda clareza a Constituição da Republica. (BRASIL, 1997. p. 47)
Identificar os principais problemas do pais na area da saúde bucal, buscar
meios e recursos e definir estratégias para superá-los, eis o desafio colocado aos
participantes da Ill Conferencia Nacional de Saúde Bucal, nas diferentes etapas
desse amplo processo de discussões.
0 Documento Base que a Comissão Organizadora está oferecendo ao
debate dos delegados tem o único propósito de se constituir num ponto de partida.
Foi elaborado tomando como base as proposições da I e ll CNSB e, ainda,
contribuições de membros do Conselho Nacional de Saúde a partir de consultas aos
seus respectivos segmentos. Exatamente por isso, espera-se que seja objeto do
mais amplo e democrático debate, devendo os delegados vê-lo e utilizá-lo dessa
forma. Espera-se que o texto seja mesmo transformado, em decorrência do
aprofundamento do debate sobre as teses aqui apenas esboçadas. 0 ordenamento
das propostas em cada item não corresponde a qualquer forma de hierarquização
ou prioridade, resultando de simples junção do material recebido pela Comissão
Organizadora.
Desse esforço de construção coletiva de novos rumos para a política
nacional de saúde bucal se produzirão os instrumentos e será possível acumular
forças para assegurar acesso a ago- es e serviços de saúde bucal corn qualidade,
contribuindo dessa forma para, efetivamente, superarmos todas as formas de
- 0 trabalho na saúde bucal.
A gestão do trabalho e da educação para o trabalho na saúde é uma
competência constitucional e legal dos gestores do SUS. Cabe ao Ministério da
Saúde, levando em conta os princípios e diretrizes da Norma Operacional Básica
sobre Recursos Humanos do Sistema Único de Saúde (NOB-RH/SUS), propor,
acompanhar e executar as políticas de gestão do trabalho e de regulação
profissional, de negociação do trabalho em saúde junto com os segmentos do
governo e dos trabalhadores, e o incentivo à estruturação de uma política de gestão
do trabalho nas esferas estadual e municipal, envolvendo os setores público e
privado que compõem o SUS.
Nos últimos dez anos, foi incentivado o estabelecimento de relações precárias de trabalho, que burlam o valor social do servidor público como agente do Estado democrático para a proteção social da população, assim como os direitos conquistados pelos trabalhadores na Constituição de 1988, alguns retirados na reforma administrativa (Emenda Constitucional 19). 0 avanço na descentralização do SUS trouxe a necessidade de formar milhares de profissionais para dar conta dos múltiplos aspectos da gestão. (BASTOS, 2002, p. 71)
A expansão das equipes de Saúde da Família deixou evidente as limitações
do perfil atual de formação, como um ponto de estrangulamento na implementação
do SUS.
Os componentes técnicos da educação na graduação e pós-graduação em
saúde geralmente não estão voltados para as necessidades de saúde da população
nem para o emprego ou criação de tecnologias assistenciais inovadoras — como as
requeridas no âmbito da saúde da família — e o SUS acaba tendo que suprir as
deficiências desses processos de formação por meio de capacitações e outras
A constituição dos Pólos de Educação Permanente em Saúde, fruto da articulação interinstitucional, é urn passo significativo no sentido de propor e formular uma política de educação permanente em saúde levando em conta a relação entre educação e trabalho, a mudança na formação e a produção de conhecimento e a recomposição das práticas da atenção, gestão, ensino e controle social no setor da saúde. (BASTOS, 2002, p. 87)
Por conseguinte, viabilizar essa política implica um firme compromisso
financeiro das três esferas de governo (União, Estados e Municípios) para ampliar os
gastos públicos em saúde.
Neste sentido Bastos (2002, p. 90), propõe:
1. Definir uma política de financiamento para a gestão do trabalho em Saúde
Bucal, que amplie os recursos das três esferas de governo, buscando a
valorização dos trabalhadores das áreas assistencial e gerencial.
2. Garantir que as instâncias gestoras do trabalho e da educação na saúde no
âmbito do SUS promovam as condições necessárias para a efetivação da
NOB/RH/SUS com cronograma de implantação ainda em 2004, por meio de
ampla discussão com os trabalhadores e aprovação nos respectivos
conselhos.
3. Garantir a instituição das mesas permanentes de negociação do SUS, com
participação dos Cirurgiões-Dentistas, vinculadas aos Conselhos de Saúde
das três esferas de governo, definindo-as como fórum privilegiado de
discussão das questões relativas a gestão do trabalho e da educação na
saúde em todas as instâncias de gestão do SUS.
4. Implementar uma política de humanização das condições de trabalho e na
atenção ao usuário, envolvendo profissionais de Saúde Bucal, usuários e
gestores, valorizando o respeito à cidadania, respeitando as especificidades
5. Constituir comissões paritarias (governo e trabalhadores) e garantir recursos
financeiros, nas três esferas de governo, para a elaboração, implantação ou
reestruturação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), com ênfase
na humanização dos serviços de saúde, qualidade de vida no trabalho e
caráter multiprofissional do trabalho na saúde, com destaque para os
seguintes aspectos: a) consideração do currículo e do tempo de serviço; b)
política salarial que recomponha as perdas sofridas em decorrência dos
pianos de política econômica implementados pelos governos anteriores; c)
isonomia salarial, por nível de escolaridade; d) carga horária de 20 horas
semanais; e) estimulo ao tempo integral e dedicação exclusiva; f) incentivo
aos profissionais de Saúde Bucal que trabalham em locais de difícil acesso; g)
ingresso na carreira somente por concurso público; h) possibilidades de
desenvolvimento profissional permanente, inclusive com acesso a cursos de
pós-graduação lato e stricto sensu.
6. Criar a carreira do Cirurgião-Dentista do Trabalho no serviço público no
âmbito federal, estadual e municipal.
7. Implementar uma política de desprecarização do trabalho em Saúde Bucal no
âmbito do SUS, para valorizar o funcionário concursado, pondo o fim a
terceirização, aos contratos temporários e a contratação através de cargos
em comissão que não oferecem garantias ao profissional geram insegurança
profissional no trabalhador, e contribuem para dificultar as políticas de
humanização nos serviços.
8. Garantir os direitos trabalhistas para as equipes de Saúde Bucal da saúde da
9. Reafirmar o concurso público como o único meio de seleção e contratação de
trabalhadores em Saúde Bucal para o Programa Saúde da Família — PSF,
com jornada de trabalho de 40 horas semanais e isonomia salarial, conforme
preconiza a NOB/RH.
10. Apoiar a aprovação do projeto de lei n° PLC 24/98 que trata do Piso Salarial
dos Médicos e Cirurgiões-Dentistas.
11. lncentivar a interiorização dos profissionais de Saúde Bucal promovendo
melhor remuneração.
12.Garantir a regulamentação e implementação, em todas as esferas de
governo, do artigo da Constituição Federal que trata das aposentadorias
especiais para os trabalhadores do serviço público que atuam em áreas e
atividades periculosas, insalubres e penosas.
13. Lutar contra a aprovação do PL n°25 de 2002 que regula o ato médico. Este
PL viola direitos, invade competências de outros profissionais de saúde, e se
constitui em proposta estreita e antagônica á construção do Sistema Único de
Saúde.
14.Garantir que os órgãos de saúde das três esferas de governo contratem
profissionais de Saúde Bucal mediante concurso público, para lotação nas
unidades do SUS, de modo a melhorar a qualificação das equipes
multiprofissionais e ampliar o acesso da população aos serviços
odontológicos.
15. Prover com cirurgiões-dentistas, de preferência com formação em Saúde
Pública ou equivalente, os cargos de gerência na área de saúde bucal.
16. Integrar a atenção odontológica aos programas de saúde do trabalhador e
assegurando aos trabalhadores a pesquisa do nexo causal entre o processo
de trabalho e o aparecimento de doenças bucais, estabelecendo-se a
referência para sua solução nas diferentes instâncias do SUS.
17. Reformular a Norma Regulamentadora NR7, acrescentando-se a
obrigatoriedade do exame odontológico, que deverá ser realizado por um
cirurgião-dentista.
18. Garantir que as Secretarias de Saúde assumam a saúde ocupacional dos
seus profissionais, incluindo-os nos programas de saúde do trabalhador e não
tratando como mera questão administrativa, viabilizando o trabalho em
condições ergonômicas corretas, proporcionando adequado ambiente de
trabalho, inclusive estimulando, entre outras ações, a constituição da CIPA.
19. Lutar pela regulamentação das profissões de Técnico em Higiene Dental e
Auxiliar de Consultório Dentário no Congresso Nacional.
20. Incluir as funções de Técnico em Higiene Dental, Técnico em Prótese
Dentária, Auxiliar de Prótese Dentária e Auxiliar de Consultório Dentário nos
quadros de carreira do SUS, regularizando a situação desses profissionais,
com contratação no serviço público somente por meio de concurso público.
21. Implementar políticas de suprimento de instrumentos e material de consumo e
de conservação, manutenção e reposição dos equipamentos odontológicos,
de modo a garantir condições adequadas de trabalho. É indispensável, neste
aspecto, observar estritamente as normas e padrões estabelecidos pelo
- Financiamento e organização da atenção em saúde bucal.
A contradição entre o modelo econômico brasileiro e a proposta de
construção do SUS refletiu-se, nos últimos anos, na dificuldade de se obter formas
estáveis e montantes suficientes para o financiamento do sistema público de saúde.
Os princípios e as diretrizes de universalidade, equidade, qualidade e
resolutividade dos serviços, integralidade e humanização da atenção s6 podem ser
viabilizados com a construção de um modelo de financiamento que atinja ao setor
público e privado, flexível para oferecer agilidade no uso dos recursos, com sistemas
de informação orientados para a sua transparência, expresso em leis e atos
normativos que garantam o compromisso dos gestores, com a manutenção de
fontes estáveis e possibilitando o controle social sobre todas as etapas do processo
de planejamento, execução, acompanhamento e avaliação.
A instituição do Piso de Atenção Básica permitiu o repasse fundo a fundo de recursos destinados às ações e serviços básicos, com critérios assentados em bases populacionais, introduzindo um importante elemento de redução de desigualdades na distribuição dos recursos federais tornando possível aos gestores iniciar um processo de reorganização da rede de serviços. Nos últimos anos algumas conquistas importantes foram alcançadas, como resultado das intensas mobilizações e forte pressão política exercida sobre a União e o Congresso Nacional. (BASTOS, 2002, p. 81)
Em 2000, a conquista da aprovação da Emenda Constitucional (EC) 29,
ainda que não tenha representado a forma ideal desejada pelo setor, criou
horizontes mais favoráveis quanto aos montantes destinados à saúde e colocou
desafios para o controle social quanto ao melhor e mais adequado destino dos
As principais restrições à EC29 estão associadas ao fato de não vir
acompanhada de uma regulamentação imediata que garanta um significativo
aumento dos recursos na área da saúde, principalmente pelas indefinições sobre o
que será admitido como gastos em ações e serviços de saúde.
A desvinculação de receitas também tem sido uma temática permanente do
debate nacional atual, e em particular da pauta de governadores com o Governo
Federal, tornando-se um problema para a estruturação do SUS. Todavia, a
vinculação traz maior segurança em relação ao volume de recursos para o setor e
compromete as três esferas de governo no financiamento da saúde. É necessário
garantir formas efetivas de que os recursos adicionais ajudem a constituir a garantia
do acesso, da qualidade e da humanização da atenção e a busca da equidade.
- Organização da Atenção em Saúde Bucal.
A intensa luta por preservar o Sistema Único de Saúde das investidas das
reformas neoliberais não foi suficiente, até o momento, diante das fortes restrições
financeiras decorrentes do aprofundamento da dependência, para mudar
substancialmente o modelo de atenção á saúde, de modo a viabilizar a
concretização dos princípios e as diretrizes de universalidade, integralidade,
equidade e descentralização, com controle social. 0 movimento da Reforma
Sanitária deu importante sustentação e fez avançar o SUS porem não conseguiu
realizar as radicais mudanças necessárias no "modo de se fazer saúde". Este é o
maior desafio no presente momento: implementar o direito à saúde no cotidiano dos
A conquista da equidade é o objetivo estratégico principal, que perpassa todos os outros desafios, e envolve o diagnóstico das desigualdades no âmbito de microterritórios, a discriminação positiva com aporte de recursos e ações diferenciadas, a intersetorialidade das ações de promoção e proteção da saúde, a humanização do atendimento e a elevação da qualidade da atenção à saúde. (BASTOS, 2002, p. 83)
Os pressupostos da organização dos serviços devem ser o estabelecimento
de processos e práticas que garantam a universalidade do acesso e do acolhimento
aos usuários, a responsabilização com geração de vinculo entre profissionais e
população, a integralidade na atenção, considerando as diversidades raciais, étnicas
e culturais, o aumento da resolutividade, e a democratização com ampla participação
de trabalhadores e usuários na gestão. Além disso, deve-se observar a estratégia da
hierarquização e regionalização conformando redes de serviços, a descentralização
e a melhoria da gestão pública com adequação ás realidades locais.
0 modelo de atenção para o SUS deve buscar respostas para enfrentar as
atuais necessidades de saúde, levando também em consideração os problemas
futuros agravados pela continua transição demográfica e epidemiológica, e pelas
evidências que apontam para uma sociedade mais violenta, com mais idosos e
menos jovens. É importante considerar também os desafios para a saúde
relacionados ao risco do consumo de produtos, a exposição á insegurança alimentar
e nutricional, a fatores ambientais de risco e, particularmente, às condições
inadequadas de habitação e saneamento básico.
Para a organização de modelos de atenção capazes de responder à essa
complexidade é necessária a articulação entre as três esferas do governo na
estruturação e implementação de uma rede de serviços de saúde que inclua a
promoção e a proteção da saúde, as atividades de controle de risco e de regulação
monitoramento das práticas, resultando em indicadores que traduzam a realidade da
saúde.
Na Odontologia a viabilização de uma nova prática em saúde bucal para a dignificação da vida e a conquista da cidadania, depende do desenvolvimento de um modelo de atenção em Saúde Bucal orientado pelos princípios da universalidade do acesso, da integralidade, da equidade e caracterizado pela resolutividade das ações que realiza. (BASTOS, 2002, p. 86)
Buscar a reversão do atual modelo (cirúrgico, restaurador, ineficiente
monopolizador, de tecnologia densa, de alto custo e elitista) em favor de um modelo
de atenção integral em saúde bucal que leve em conta as necessidades de cada
comunidade, de acordo com seu perfil epidemiológico; reorganizar a estrutura de
funcionamento, os métodos e os processos com os quais se construiu a atenção em
saúde bucal da população brasileira, redefinindo o papel da União, dos Estados e
dos Municípios no processo da atenção.
- Educação e Construção da Cidadania.
No Brasil, os contextos politico, econômico e social impõem
transformações, com vistas à construção de um modelo de Estado que reduza o
enorme déficit institucional, tendo no cidadão o foco da ação pública.
Em saúde, a incapacidade do Estado se manifesta tanto no acesso ao atendimento dado pelo SUS, quanto na qualidade desse atendimento, o que exige um novo perfil de atuação na formulação e
implementação das políticas públicas que assegurem os direitos civis
0 conceito de saúde é histórico, sujeito à influência do contexto e á
compreensão da sociedade, e hoje se pode entendê-lo como qualidade de vida,
sendo também um direito fundamental de todo ser humano. E essa concepção deve
pautar, de forma definitiva, a construção do SUS no Brasil, que traz como uma das
diretrizes fundamentais a garantia da participação popular na definição das políticas
de saúde e na fiscalização de sua implementação, por isso, o SUS pressupõe a
garantia da promoção, proteção, recuperação e reabilitação do indivíduo, cuja
implementação está normatizada na Lei Orgânica da Saúde, que efetiva a sua
doutrina constitucional, embora a grande maioria da população não reconheça a
"saúde como direito de todos e dever do Estado", bem como o controle social como
uma estratégia na conquista de uma melhor qualidade de vida.
Neste sentido, a necessidade de mudança faz da educação, instrumento
formador da consciência do sujeito socialmente responsável, e elemento
fundamental no contexto da atenção à saúde.
No contexto do SUS, a educação é construída pelo sujeito na sua relação
com os outros e com o mundo. É um instrumento de transformação social quando
proporciona a formação do homem, o agente de mudança, critico, criativo, reflexivo,
capaz de assumir no conjunto das lutas sociais a sua condição de agente ativo de
transformação da sociedade e de si próprio, na conquista de direitos e justiça social
e na adoção de novas práticas de interlocução, participação e articulação das ações
para além dos espaços institucionais.
modificar o atual modelo assistencial apenas curativo, além de mutilador, de alto custo, baixa cobertura e impacto epidemiológico, com exclusão de uma parcela significativa da população. (AYRES, 2001, p.23)
Deve-se, portanto, afirmar categoricamente a saúde como direito humano
fundamental para todos, qualificar os processos de educação como meio de
fortalecimento do controle social do SUS, lutar pela adoção de políticas públicas
capazes de diminuir as desigualdades sociais e econômicas do pais na
implementação da justiça social, dentre outras ações, com o propósito de
transformar a realidade, as relações, a estrutura, a sociedade.
As políticas públicas para a construção da cidadania, com inclusão social,
seja no plano individual ou coletivo, necessitam de ações de diversos setores,
implementadas de forma integrada pelas três esferas de governo e pelo conjunto da
sociedade.
A articulação entre os diversos ministérios é o caminho para a consolidação
da Reforma Sanitária, partindo da compreensão generalizada dos problemas, com
seus determinantes e condicionantes interligados e interdependentes, reafirmando
saúde como ausência de doença com qualidade de vida e a necessidade da ruptura
do próprio modelo do conhecimento e de formação dos profissionais.
uma interface com os Ministérios do Trabalho e Emprego e da Previdência e Assistência Social, dentre outras. (AYRES, 2001, p. 28)
As desigualdades sociais, independentes do indicador socioeconômico
usado (renda, classe social, escolaridade ou ocupação, dentre outros), somadas ao
processo de exclusão social exercem efeitos nefastos observados na saúde em
geral (mortalidade, incapacidade, morbidade e/ou utilização de serviços de saúde) e
por conseqüência na saúde bucal, sendo que indivíduos com baixa renda possuem
mais problemas de saúde bucal e usam menos os serviços odontologicos.
Quando comparados a indivíduos com maior renda, observando-se também
que as melhorias ou benefícios trazidos pelos programas de saúde bucal são mais
eficazes quanto mais desenvolvida é a região, significando que o enfrentamento do
binômio saúde-doença esta também na dependência de fatores sociais e, portanto,
algumas medidas devem ser postas em pratica corno, por exemplo, a
democratização do acesso aos serviços e a eliminação de algumas barreiras sociais,
econômicas e sobretudo políticas.
Os programas de saúde devem considerar os aspectos relativos ao
conhecimento e as práticas em saúde bucal, para viabilizar o processo de
capacitação da população e promover a responsabilização coletiva da promoção da
saúde em todos os níveis da sociedade.
- Informação e Comunicação.
A construção de uma política de informação e comunicação para a melhoria
da saúde, além de produzir informações para os cidadãos, esferas de gestão, pratica
formulação, acompanhamento e avaliação da política de saúde e nela incluída a
saúde bucal.
Comunicar é por em comum, entrar em relação, é um campo de troca que
permite ensinar e aprender, dialogar, tornar transparente e em saúde, deve
assegurar a capacidade de gerar e trocar conhecimento que fundamente a saúde,
tendo a comunicação como processo democrático que envolve informação,
interlocução e outros processos culturais como o da educação, da popularização da
ciência e o da promoção á saúde.
Informação é conhecimento, participação, instrução, direção. Transformar
informações em conhecimentos novos e com estes conduzir o SUS em sintonia com
as necessidades de saúde bucal da população, é um desafio. As informações em
saúde devem estar voltadas para a cidadania, ou seja, devem ser compreensíveis e
estarem disponíveis para contribuir para a construção da população de maneira a
comunicar dados epidemiológicos, financiamento, a situação dos serviços, recursos
humanos, experiências bem sucedidas, programas, os direitos dos usuários,
competências dos conselhos etc. A informação deve ser um bem público. A
informação em saúde deve dar subsídios para a elaboração de uma política de
saúde resultando em um planejamento, programação e orçamentos compatíveis
com a resolução dos reais problemas que afligem a população.
Promover a eqüidade na atenção à saúde, reduzir as desigualdades
regionais, ampliar a oferta de ações de saúde garantindo a universalidade do acesso
aos mais afetados pelas desigualdades sociais, de gênero, raga, etnias e geração e
populações itinerantes e vulneráveis são os desafios postos para que o direito deixe
de ser mais que declaração e passe a integrar o cotidiano da vida dos brasileiros.
- Controle social, gestão participativa e saúde bucal.
0 Sistema Único de Saúde, balizado nos princípios da universalidade, da
integralidade e da eqüidade das ações e serviços de saúde tem corno diretrizes
enunciadas no texto constitucional, a sua organização de forma descentralizada e
com a participação da comunidade.
0 Controle Social 6, portanto, uma conquista da sociedade consagrada na
Constituição Brasileira, e nornnatizado pela Lei 8142/90. A participação do cidadão
pode se dar por meio de organizações representativas com a função de formulação
das políticas públicas e no controle da execução das ações dos administradores
públicos, especialmente nas chamadas políticas sociais.
A participação popular, como exercício do poder politico, é efetivada através das conferências de saúde e dos órgãos colegiados decisórios, como os conselhos de saúde ou somando-se a isto a atuação no âmbito judicial, como o Ministério Público com as ações civis públicas ou de improbidade administrativa, ampliando o processo de democratização do Sistema. Outra parte aliada do controle social é a informação veiculada através dos diferentes meios de comunicação. (COLLARES, 2002, p. 87)
Os Conselhos de Saúde, expressos nas três esferas de governo e
exercendo as mesmas funções em cada uma delas, têm caráter deliberativo e
política de saúde na instância correspondente (federal, estadual ou municipal). Tern
como função, também, observar os aspectos econômicos e financeiros na execução
das ações de saúde sendo, portanto, integrante da estrutura básica dos organismos
de governo e uma inovação no padrão de deliberação e resolução de conflitos.
Os Conselhos de Saúde são órgãos colegiados, de caráter permanente, e
embora em principio, todos sejamos potencialmente usuários do sistema de saúde,
a referida lei caracteriza os segmentos da sociedade que compõem esse colegiado
em: usuários, profissionais de saúde, governo e prestadores de serviço, respeitando
o principio da paridade entre eles. É por meio dessa participação que no Estado
Democrático de Direito, a sociedade pode em relação aos agentes politicos, exercer
o seu poder politico, ou seja, o direito de formular políticas de saúde, aprovando ou
rejeitando, explicando, denunciando, opinando na tomada de decisão, como ator do
processo na busca da prevalência dos interesses sociais e controlando,
posteriormente, os atos praticados pelos administradores.
0 principio da participação da comunidade, no entanto, se completa a partir do embasamento legal, com as Conferências de Saúde , estas corno espaço de controle social com o papel de formular as diretrizes da política de saúde nas esferas federal. estadual e municipal. Para isso, é importante que sejam precedidas pelas conferências municipais e estaduais e estas devem propiciar que a sociedade diga como está vendo a política de saúde e quais são os grandes desafios. As Conferências Nacionais de Saúde, apesar de criadas por lei em 1937, tiveram sua primeira edição so em 1941 e acompanhando as transformações políticas do pais, mudaram muito ao longo de seus 60 anos, tornando-se hoje um dos mais importantes foros nacionais de discussão sobre os rumos da saúde. (COLLAREES, 2002, p. 90)
Os participantes, da 11° Conferência Nacional de Saúde, em dezembro de
2000, entenderam, que dentro das políticas especificas a assistência a saúde bucal,
é insuficiente e restrita a poucos procedimentos, ofertados a determinados grupos, o
odontologico para pacientes especiais e da política de fluoretação das águas de
abastecimento e dentifrícios, tendo também aprovado a realização de urna
conferência nacional especifica de saúde bucal.
Essa citação é oportuna, tanto pela natureza deste evento quanto pelo
momento politico que nos vivemos, o que chama a responsabilidade social que cada
um de nós tem de analisar os avanços alcançados nestes dois anos. Dentre estes
avanços destaca-se a inclusão da odontologia no PSF, o fortalecimento da atenção
básica, o SB Brasil (SB-2000), saúde bucal para comunidades indígenas etc No
entanto, ainda é necessário buscar a materialização das deliberações registradas
tanto na Legislação Constitucional como nas leis complementares, medidas
provisórias e nos diferentes instrumentos legais pertinentes a saúde, quanto nas
deliberações das Conferências Nacionais de Saúde Bucal e em outros documentos
aprovados pelo controle social.
No caso especifico da programação em saúde bucal, no Brasil, pode-se
perceber a existência de diversas formulações, algumas voltadas a ações coletivas.
outras mais centradas no atendimento clinico individual e muitas focadas na
assistência a criança. Cyrino (1994), aponta que muitas vezes essas programações
em saúde bucal estão descoladas ou desarticuladas de uma programação maior
voltada á população-alvo, com ações educativas e preventivas.
Vem sendo observada, já há algum tempo, uma enorme lacuna na política
de saúde ocupacional dos trabalhadores brasileiros.
Embora não existam ainda levantamentos sobre o tema. é de se imaginar que tal valor represente um prejuízo bastante alto, tanto do ponto de vista financeiro como humano. Por isso, é fundamental que os programas de saúde ocupacional incluam a odontologia, e para que essa iniciativa obtenha sucesso é importante a participação do cirurgião-dentista nesse processo. (AYRES, 2002, p. 98)
Não se pode falar em atenção integral à saúde dos trabalhadores sem
inserir as ações de saúde bucal, que devem ser conduzidas tão somente por
cirurgiões-dentistas devidamente capacitados e preparados para isso. Esta é a
proposição INC- 2804/2004 que tramita no Congresso Nacional.
As empresas terão que manter serviços especializados em segurança em Odontologia do trabalho. Outra ação nossa no Congresso foi a apresentação do Projeto de Lei n° 3520 de 2004 que altera o artigo 162, secção Ill, e o artigo 168, secção V. ambos do capitulo V do titulo II "Consolidação das leis do trabalho", relativo a segurança e medicina do trabalho, que se encontra em tramitação na comissão de Seguridade Social e Família. A ementa diz que as empresas terão que manter serviços especializados não s6 em segurança em Medicina do trabalho como também em Odontologia do trabalho. Tais atividades de prevenção e serviços odontológicos serão norrnatizados pelo Ministério do Trabalho. (AYRES, 2002, p. 104)
Este é um fato irreversível que acontecerá de uma forma ou de outra,
porque se trata de uma necessidade social, que é boa não só para a sociedade
como também torna mais eficientes e precisas as normas regulamentadoras do
Ministério do Trabalho.
Segundo Basini (2005), o Ministério da Saúde, em reunião realizada no dia
18 de novembro de 2004, juntamente com a Associação de Medicina do Trabalho e
com a Associação Brasileira de Odontologia, representada pelos três estados do sul
do pais, chegou-se a conclusão de que o tratamento a saúde do trabalhador na
Segurança do Trabalho em Medicina do Trabalho.
2. Reformulação e Uniformização dos Princípios que norteiarn essas
áreas.
3. Definição pelo Governo de uma Política Nacional das Condições e
Meio Ambiente de Trabalho.
4. Valorização da Importância dos SEESMT nas empresas.
5. Reformulação dos Cursos nas diversas áreas.
6. A importância da Fiscalização do projeto SEESMT.
7. Reestruturação e Interação dos profissionais nas ações junto ao
M.T.E.
Na primeira fase de implantação, o tema da saúde no trabalho foi matéria
de uma Comissão Técnica do Subgrupo de Trabalho Relações Trabalhistas,
Emprego e Seguridade Social - SGT 11 do qual participavam representações de
empresários e trabalhadores, sob a coordenação de representantes
governamentais, os únicos com poder de decisão. A Comissão realizou quatro
reuniões quadrinacionais num espaço de dois anos. Neste período foram debatidos
os seguintes temas: descrição pelas delegações dos países, da situação
atualmente reinante na área de Segurança e Saúde no Trabalho e acordado a
realização de um estudo comparado da legislação de SST entre os países do
Mercosul envolvidos, priorizando os seguintes temas:
• Programas de SST.
• Edifícios e Locais de Trabalho.
• Equipamentos e Proteção.
• Atividades e organização dos Serviços de SST.
• Instalações.
• Setores de Alto Risco e Area Rural.
• Proteção Especial (Mulher, Menor e Deficientes).
Segundo Basini (2004), na primeira reunião, a representação dos
trabalhadores, através da CUT 5/Brasil, apresentou uma proposta de "Diretiva
Marco" sobre SST aos países membros do MCS. A proposta foi encaminhada para
o Plenário do SG11, mas não foi aprovada pelos Coordenadores Governamentais.
Segundo Basini (2004), as primeiras decisões foram:
• Os !Daises realizariam um estudo para detectar as assimetrias
existentes entre os diferentes ramos de atividade, tendo em vista que
com maior intercâmbio comercial e de serviços, tenderia a crescer a
circulação de mão-de-obra; o estudo daria base para o tratamento
dessas assimetrias e a formulação de propostas, priorizando sempre
as atividades de maior risco;
• Estudo dos níveis de aplicação das normas de SST vigentes em cada
pais, devendo cada bancada levantar quais as dificuldades
encontradas na aplicação;
• Estudo individualizado dos ramos de atividade com maior intercâmbio
de mão de obra, nos países do GMS, para efeito de prioridade no
tratamento das assimetrias encontradas nas legislações de SST, na
seguinte ordem: Indústria Metalmecânica (incluindo o setor
automotivo e de Autopeças; Indústria da Construção Civil (incluindo o
setor Madereiro); Setor de transporte (incluindo o setor Portuário);
Setor Rural (incluindo o setor Lácteo); Setor Petroquímico; Setor de
Serviços (incluindo o setor Bancário, de Alimentação e Turismo);
Justificativa das decisões da CUT.
A promoção da saúde em geral e da integridade física e mental dos
trabalhadores deve constituir-se no objeto central dos esforços comuns dos países
do Mercosul.
Basini (2004), ainda cita as ações propostas no encontro:
- Continuação dos estudos comparativos das normas de saúde,
segurança e meio ambiente de trabalho em vigor nos países do bloco;
- definição dos parâmetros relativos à segurança, saúde e meio ambiente
de trabalho e ao manejo dos fatores que afetam o meio ambiente externo;
- proposição de diretivas comuns de saúde, segurança e meio ambiente
de trabalho, assim como dos serviços preventivos essenciais à saúde
física e mental dos trabalhadores;
- estabelecimento de mecanismos permanentes de intercâmbio de
informações e de cooperação entre os países do Bloco em matéria de
saúde e segurança no trabalho, envolvendo a realização de workshops,
distribuição desigual de profissionais pelo território brasileiro e, em contra partida
tem-se buscado maneiras resolutivas para solucionar e ou reduzir estes problemas,
através de estratégias ministeriais como a inserção do "Saúde Bucal" na Estratégia
de Saúde da Família, de acordo da Portaria de 25 de outubro de 2001, que visam
acesso A população, um tratamento eqüitativo e de qualidade em todo Estado de
Santa Catarina.
Devido ao aumento dos conhecimentos científicos, dos avanços tecnológicos das possibilidades de comunicação, e ainda, devido organização da sociedade civil, que começa a reconhecer seu direito
saúde bucal, a Odontologia no Brasil vem passando por um processo de reestruturação, diante do desafio de ampliar a sua cobertura, através do aumento da produtividade e da qualidade dos serviços. (BASINI, 2004, p. 119)
Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS, a proporção de um
Cirurgião Dentista para dois mil habitantes é uma relação boa, considerando-se
adequada de modo geral, a relação de 1:1000. Inúmeros estudos têm demonstrado
que, a partir desse limite a expansão da oferta de serviços deve ser feita com o
incremento da inclusão de pessoal auxiliar, que após o treinamento adequado e sob
supervisão realiza funções técnicas com consistência e alta qualidade.
Atualmente o processo de transformação da Saúde no Brasil, exige cada
vez mais dos profissionais uma visão integral do paciente e buscam a otimização do
atendimento com a ajuda de profissionais de nível técnico e de Areas
Foi em nível municipal onde o espirito transformador, o comprometimento de vários dirigentes propiciaram os principais avanços na concretização do SUS - ENATESPO 2002. Entretanto apesar de todos os esforços, a universalização da inclusão da Saúde Bucal na Estratégia de Saúde da Família - ESF tem sido uma importante estratégia ministerial para reverter este quadro, atuando mais próxima da realidade, identificando fatores de risco, priorizando demandas assistenciais e preventivas, levando ações de saúde bucal diretamente às comunidades. (ARANTES, 2004, p. 129)
0 Ministério da Saúde - MS estabelece que poderão ser implantadas nos
municípios, quantas equipes de Saúde Bucal forem necessárias a critério do gestor
municipal, desde que não ultrapasse os números de equipes de saúde da família e
considerem a lógica de organização da atenção básica. Foram classificadas em
duas modalidades:
- Modalidade 1: Equipe composta de um cirurgião dentista e um
Auxiliar de consultório dentário.
- Modalidade 2: Equipe composta de um cirurgião dentista, um
Auxiliar de consultório dentário e um técnico de higiene dental
(THD).
No novo perfil que a laboralidade vem assumindo, o foco central
transfere-se de conteúdos para competências, obtransfere-servando como desafio, a produtividade e
competitividade como condições de sobrevivência, inclusive das profissões de
saúde. A laboralidade, entendida como componente da dimensão produtiva da vida
social (cidadania), é objetivo primordial da Educação Profissional.
De acordo com o levantamento de 2003 realizado pelo Conselho Federal de
Odontologia — CFO, a totalização a nível nacional de Cirurgiões-Dentistas é de
173.637 profissionais, Técnicos de Higiene Dental — THD 4.793 e Auxiliar de
Os desafios enfrentados pelo sistema de saúde no Brasil não são privilégios
apenas da Saúde Bucal, mas também de outras areas de saúde, por isso o Governo
Federal tomou a decisão de criar escolas técnicas de Saúde.
0 objetivo da criação de uma escola técnica é qualificar o Auxiliar de
Consultório Dentário e habilitar o Técnico em Higiene Dental, priorizando o
desenvolvimento da sua capacidade de aprendizagem, a constituição de práticas
técnicas criticas, éticas, humanisticas, melhorando a qualidade do cuidado a saúde
dentro dos princípios da divisão responsável de tarefas, especialmente nos serviços
de saúde bucal da rede do SUS.
Esta escola deve ainda, oportunizar ao aluno conhecer e aplicar as
normas do exercício profissional e princípios éticos, para atuar em equipe
odontológica, capacitar o aluno para educação e prevenção em saúde bucal e no
levantamento epidemiológico junto ao público alvo; habilitar o aluno para. sob
supervisão do cirurgião dentista, exercer atividades odontológicas de orientação ou
intervenção junto aos pacientes no âmbito da sua atuação.
- 0 campo de atuação da odontologia do trabalho.
Afirma Mazzilli (2003), que a ampliação e difusão do conhecimento sobre as
condições de trabalho e suas conseqüências para a saúde dos trabalhadores devem
ser estimuladas e apoiadas pelas agencias de fomento, bem como promovidas pelo
Sistema de Saúde, Universidades e institutos de pesquisa, em colaboração com
"Uma especialidade profissional 6, na verdade, uma decorrência dos
constantes aprofundamentos de uma área de estudo. Sua maior valia é a de
disponibilizar seus avanços para a sociedade". (MAZZILLI, 2003, p. 97)
0 preparo do profissional em odontologia está voltado para o setor
ocupacional neste estudo, o que significa que a sua atividade está inserida no
aspecto laboral decorrente da condição bucal ou dos procedimentos executados.
Comenta Mazzilli (2003), que na prática profissional diária do
cirurgião-dentista é muito comum ser ele solicitado a atestar fatos de sua atividade, a pedido
do paciente, para finalidades trabalhistas. Estes atestados na sua grande maioria
têm a finalidade de justificar o absenteísmo.
Tudo que é solicitado pelo paciente ao dentista na área ocupacional ou
laboral é considerado caso de trabalho, e estes profissionais têm que estar a par das
diretrizes que regem as atividades odontológicas em uma empresa.
- A participação efetiva dos consultórios odontológicos em exames
admissionais.
As empresas estão designadas a exigir o exame bucal para admissão de
novos funcionários, mas esta operação não pode ser seletiva, pois o direito de
trabalho é para todos. Conferir a saúde bucal do trabalhador é um ato positivamente
aceito por ambas as partes, mas devem as empresas direcionar este tipo de exame
sempre no objetivo de buscar uma solução para o indivíduo.
Entende-se que ao realizar-se a avaliação laborativa, o profissional
designado para tal deve considerar a compatibilidade morfopsicofisiológica do
candidato, cuidando para que não descure os aspectos que venham a envolver a
segurança e higiene do trabalho.
Se o candidato pode ser aproveitado em mais de uma função, afirma
Mazzilli (2003), que o exame admissional deve indicar sua melhor colocação de
acordo com as suas condições. Deve-se ter critérios a serem seguidos e obedecidos
na realização do exame bucal, para se permitir um parecer conclusivo, seguro e
correto quanto a compatibilidade entre a atividade laboral especifica e a saúde do
indivíduo relacionados com o bem-estar, a segurança e a higiene do trabalho.
- A promoção da saúde bucal.
Para Mazzilli (2003), a melhor compreensão da etiologia e da patologia
bucal permite a Odontologia contemporânea não apenas desenvolver um elevado
padrão de atenção clinica.
Os profissionais da area devem ter em mente que o indivíduo necessitado
de tratamento bucal esta à mercê de um inicio de doenças provocadas pela sua
deficiência na saúde bucal, colocando em risco a própria vida, por isso, o
desenvolvimento do conhecimento cientifico nesta area torna-se um requisito de
primeira necessidade.
profissional somente para a intervenção clinica assistencial ou para o tratamento, depois de instalada a doença. Assim nasce a filosofia da disciplina de promoção de saúde. (MAZZILLI, 2003, p. 81)
Muitas das iniciativas promotoras de saúde bucal já implementadas
demonstraram que o uso isolados de processos educativos não têm sido eficientes,
até porque o indivíduo não modifica seu comportamento apenas a vista da
informação dos potenciais riscos a sua saúde, complementa Mazzilli.
Pouca gente sabe que para alguns profissionais a saúde bucal representa
um diferencial no ambiente de trabalho. Uma goticula de saliva, por exemplo, pode
ser o suficiente para eletrocutar um funcionário que trabalhe com fios de alta tensão.
É por isso que muitas empresas valorizam o serviço do cirurgião-dentista
ocupacional, fortalecendo a nova especialidade, embora a legislação ainda não a
torne obrigatórias nos ambientes de trabalho.
Devido a variedade de doenças do trabalho que trazem conseqüências
bucais, o Conselho Federal de Odontologia (CFO), aprovou em setembro de 2001 a
nova especialidade Odontologia do Trabalho que hoje já conta com 97 profissionais
aprovados em concurso, defesa de memorial e comprovação de cargo no
magistério.
A area de atuação da especialidade vai da realização de exames odontológicos para fins trabalhistas até o planejamento de programas de educação sobre acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, a identificação e a vigilância dos fatores ambientais que constituem riscos a saúde bucal no trabalho e o assessoramento técnico em segurança, ergonomia e higiene do trabalho. (CFO, 2004)
A resolução CFO n° 22 de 2001, artigo 30 realça o compromisso com "a
busca da compatibilidade entre a atividade laboral e a preservação da saúde bucal
do trabalhador". Desde então, a Associação Brasileira de Odontologia do Trabalho
A atuação do especialista em Odontologia do Trabalho não está restrita ao
consultório dentário, logo o profissional deve ser mais flexível. "Temos que ter uma
visão holistica, não nos restringindo só ao paciente. São muitos fatores envolvidos,
como as condições de trabalho e a relação com a empresa". (OKANO, 2005 —
www.odontologia.com.br).
A aprovação da especialidade é o cumprimento, pela Odontologia, de mais
um papel social. "São muitas as doenças ocupacionais que põem em risco a saúde
bucal e pedem que se aborde o ambiente de trabalho com diagnóstico e redução de
riscos". (PEREIRA, 2005 — www.odontologia.com.br ).
A Odontologia do Trabalho influi no desenvolvimento social e econômico do
pais. Com mais qualidade de vida, ela eleva a capacidade de produção e geração
de riqueza. 0 alto indice de doenças bucais na população ativa traz conseqüências
econômicas diretas na estabilidade do setor industrial e de serviços.
As empresas que admitem trabalhadores estão obrigadas a implantar o
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional — PCMSO — que contém os
exames para fins trabalhistas. Porém, esse programa limita os exames as avaliações
médicas, uma vez que o cirurgião-dentista não esta inserido na NR-4. Esta norma
trata basicamente dos componentes da equipe multidisciplinar responsável pela
segurança e saúde de funcionários, também estabelece quais as empresas
obrigadas a apresentação de uma equipe de acordo com o risco.
0 profissional pode atuar, por exemplo, planejando o PCMSO dentro do
setor privado. Através dos exames, o CD/gestor criaria uma demanda pelo
tratamento da saúde bucal fora da empresa. Segundo Mazzilli (2003). a
especialidade melhora a qualidade de vida do funcionário ao mesmo tempo em que
observar, na Odontologia do Trabalho, uma lacuna entre as práticas da saúde bucal
e o campo da saúde do trabalhador.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
0 que se pôde concluir após este estudo bibliográfico e de observações in
/oco sobre a situação da saúde bucal dos brasileiros, é que muitas decisões já
foram tomadas e na realidade pouco chegou até os consultórios de odontologia nos
setores de assistência pública (SUS).
A Odontologia brasileira em termos técnicos e de conhecimento cientifico é
uma das melhores do mundo, segundo a OMS 6 (2003), mas infelizmente não produz
o necessário para que a população tenha um atendimento condizente com as
necessidades sociais de cada indivíduo. 0 SUS prevê a indução de muitas formas
de atendimento ao público, mas a manutenção deste serviço é muito cara e o pais
não tem condições de "bancar" os profissionais, material e mão-de-obra de terceiros
para atendimento.
Pôde-se observar que os programas sociais não possuem uma gestão
definitiva e nem programa administrativo que permita o andamento dos trabalhos no
atendimento, mas mesmo assim, movimentos são feitos para que determinados
programas de assistência bucal não pereçam.
No que se refere à assistência odontológica em empresas particulares, ainda
há que se conscientizar empresários para que entendam que a saúde bucal de seus
funcionários é primordial, a produção de uma empresa pode ser minimizada pela
falta de assistência neste sentido. Os programas de assistência em Odontologia
laboral estão tendo uma aterição especial das associações e dos sindicatos de
várias categorias, o que positivamente beneficia a todos, tanto empregado como
empregadores. 0 campo de atuação da Medicina do Trabalho agora se alarga com
os serviços de Odontologia, dando ao profissional desta área uma responsabilidade
na continuidade da área labored.
0 governo federal está agindo em todos os sentidos para que a Odontologia
laboral seja uma realidade, e ainda está evidenciando a saúde bucal de várias
maneiras, uma delas, como foi possível observar, é a participação de entidades
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PEREIRA, G. — Disponível em www.odontologia.com.br — acesso em 25 abr de 2005 — 15:33.