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O pacto entre a escola e o judiciário contra o bullying / The pact between school and the judiciary against bullying

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 7763- 7767 jul. 2019 ISSN 2525-8761

O pacto entre a escola e o judiciário contra o bullying

The pact between school and the judiciary against bullying

DOI:10.34117/bjdv5n7-016

Recebimento dos originais:11/05/2019 Aceitação para publicação: 10/06/2019

Diego Alexandre Costa de Jesus

Bacharel em Direito e Pós-graduado em Docência e Gestão do Ensino Superior pela Faculdade Estácio de Sergipe, Especialista em Direito Constitucional pela Faculdade Damásio de Jesus e Membro do Grupo de Pesquisa: Direito, Arte e Literatura, pela

Universidade Federal de Sergipe

Instituição: Pesquisador pela Universidade Federal de Sergipe

Endereço: Av.Paulo Barreto de Menezes, número 118 – Bairro-Centro, Cidade –São Cristovão SE, Brasil

E-mail: diegoeu.jesus@gmail.com

RESUMO

No contexto das violências em que estamos imersos, do qual, por vezes, é difícil fugir, exsurgem várias violações a direitos alheios. E, qualquer desavença social dá ensejo a xingamentos, difamações ou quem sabe, num nível mais grave, de agressões físicas e/ou psicológicas. É nesta hora que fica evidente o que se convencionou chamar por ‘Bullying’- isto é- a chacota, mesmo que de brincadeira, que insiste em denegrir o outro, desmerecê-lo ou constrangê-lo a nada. E é impressionante como tal conduta é diariamente praticada dentro até dos espaços escolares. Lugar onde dever-se-ia tolerar a diferença e conviver, naturalmente, com o outro, em vez de aceitar o vilipêndio a direito alheio. Até porque, de acordo com a atualização recente de maio de 2018 na LDB (Lei n.9.394/1996- Lei de Diretrizes e Bases da Educação), em seu artigo 12, foram acrescentados dois incisos (IX e X), os quais trazem a competência para a Escola tratar, preventivamente, sobre o Bullying, coibindo-o, provando que a situação que se apresenta precisa de cuidados e urgente ação, porquanto possa causar maus maiores, como condutas criminosas daí decorrentes.

Palavras-Chave: Escola, Judiciário, Violência, Bullying. ABSTRACT

In the context of the violence in which we are immersed, from which it is sometimes difficult to escape, there are several violations of the rights of others. And, any social disagreement gives rise to curses, slander or who knows, on a more serious level, physical and / or psychological aggressions. It is at this hour that it becomes evident what is called "Bullying" - that is - the joke, even if jokingly, that insists on denigrating the other, demeaning it or embarrassing it to nothing. And it is striking how such conduct is daily practiced within even the school grounds. A place where one should tolerate difference and coexist, naturally, with the other, instead of accepting the vilification to the right of others. Moreover, according to the recent update of May 2018 in LDB (Law No. 9.394 / 1996 - Law on Guidelines and Bases

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 7763- 7767 jul. 2019 ISSN 2525-8761 of Education), in its article 12, two items (IX and X) were added, which the School's competence to deal with Bullying in a preventive manner, by restraining it, by proving that the situation presents itself in need of care and urgent action, as it may cause greater misconduct as criminal conduct resulting therefrom.

Key words: School, Judiciary, Violence, Bullying.

Fala-se, comumente, que a educação é um direito social e, sendo direito de todos e dever do Estado deve ser promovida, incentivada diariamente por seus profissionais.

Prova disso são as mudanças perpetradas pela lei, a fim de que a escola não só amplie o seu leque de responsabilidades, mas, contribua, socialmente com as demais instituições em prol da promoção da plena justiça e, por consequência, incentive o completo exercício da formação cidadã.

Ter-se-á como parâmetro a recente alteração da LDB (Lei n.9.394/1996- Lei de Diretrizes e Bases da Educação), mais especificamente em seu artigo 12 que recebeu 2 incisos (IX, X1) ampliando a competência da escola para tratar sobre Bullying, tema tão complexo e necessário, principalmente em momentos de crescente aumento dos ânimos no que pertine à violência. E, assim, é interessante buscar estratégias, preventivas, para coibi-lo, o que se dá por meio de parcerias/ cooperações, como esta entre o Judiciário e as comunidades escolares, públicas ou privadas.

Ademais, é oportuno trazer à baila a alteração de 14 de maio de 2018, insculpida através do artigo 12 da Lei n. 9.394/19962- Lei de Diretrizes e Bases da Educação que passa a viger da seguinte forma:

Artigo 12- Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:

IX-promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas;

X-estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas.

1 Altera o art. 12 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para incluir a promoção de medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência e a promoção da cultura de paz entre as incumbências dos estabelecimentos de ensino. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13663.htm>. Acesso em: 04 Jun/2019. 2 Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional- LDBN. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm >. Acesso em: 05 jun, 2019.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 7763- 7767 jul. 2019 ISSN 2525-8761 Destarte as escolas possuem, agora, mais uma competência quanto às suas funções, isto é, estão obrigadas, por lei, a combater, diretamente, qualquer tipo de violência em seus cômodos internos, no que se refere aos alunos e toda comunidade escolar, com vistas a evitar que ocorram, quer seja dentro ou mesmo fora dos ambientes escolares, mas, certamente, contribuir com o Judiciário em prol de práticas humanas mais sensatas, cordiais e dialogadas por todos, em vez de chacotas, piadas ou mesmo qualquer espécie de humilhação acerca do ser diferente.

Com este marco regulatório será de responsabilidade ampla da escola como um todo, quer seja pelos gestores, servidores, conselheiros, professores, alunos, cooperadores ou mesmo quem esteja visitando ou adentre em seus portões, prezar pela harmonia nas relações sociais estando proibido de agir de forma que viole, mesmo que de brincadeira, a integridade moral de cada indivíduo dela pertencente, ou mesmo de outrem. É inadmissível que haja qualquer intimidação, mesmo que sutil ou indireta, contra qualquer pessoa dentro do ambiente escolar.

Percebe-se que, com esta alteração, oportuna e necessária, para as escolas, lugar onde há o pleno desenvolvimento intelectual das crianças e adolescentes, de acordo com os ditames constitucionais e conforme lei federal, como o ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente3 quis, o legislador, contribuir ajudando o Judiciário a coibir os crimes e condutas que possam ensejar em violações de direitos como as atinentes aos tipos de violência, até porque é na rua que tudo começa e na escola que se manifesta, por vezes, os caráteres humanos. E, nada mais justo e consetâneo com esta ideia, de abolir o mal pela raiz, partindo-se do lócus, ou seja, do lugar onde mais se vê o aflorar das violências no contexto das relações sociais4.

Lugar onde se manifestam as condutas, disciplinadas ou desregradas e, ao mesmo tempo, único espaço que pode, cortar este mal, preventivamente, antes que se consume. Isto é, como é da escola o papel pela formação humana e é dela, também, o compromisso pela disciplina, e por formar homens e mulheres aptos para a vida, cidadãos, agora possui esta incumbência de primar pela boa relação humana, bom convívio entre todos que dela participem ou nela estejam.

3 Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm>. Acesso em: 01 jun, 2019.

4 SILVA, Ana Beatriz Barbosa. bullying, Cartilha 20105- Projeto Justiça nas escolas. 2ª Ed. CNJ-Conselho

Nacional de Justiça. Brasília-DF, 2015. Disponível em:

<http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/destaques/arquivo/2015/04/0d95535ddf206bc192c4e05356e35c83.pdf> Acesso em: 05 jun, 2019.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 7763- 7767 jul. 2019 ISSN 2525-8761 O que corrobora com a ideia, e porque não dizer, com o valor atribuído a educação pela própria Constituição Federal de 19885, que não só resguarda o direito a educação, mas também o assegura coloca-o como a base para o crescimento do país e do seres humanos em desenvolvimento que estão sob sua tutela: o aluno, ou dela façam parte: todos os demais.

Direitos Constitucionais, sobretudo, direitos da criança e do adolescente, conjuntamente, e, acima de tudo, direitos humanos que dizem respeito a todas as pessoas, detentoras deste direito a uma educação de qualidade, e não só, mas a uma escola que contribua para a sua qualificação profissional e curricular, e, sem dúvida, para a formação social-cidadã de cada um, começando por moldar as condutas em seu ambiente fazendo-os seres humanos dignos em si mesmos e mais dignos no trato de uns para com os outros, fraternos e solidários. Assim, foi o Judiciário que ganhou, neste primeiro momento, um poderoso auxílio, pois terá a escola rumo ao enfrentamento da violência e, possivelmente agindo contra os crimes. O que impactará, num futuro bem próximo, na diminuição de processos impetrados no Judiciário, porque o homem saberá ‘bem viver’ e não mais precisará do sistema jurídico para resolver violências proferidas, palavras que denigram a imagem de outrem, quer sejam atitudes impensadas, ou mesmo crimes praticados, ou seja, evitar-se-á agir de forma a estimular o bullying, ou crimes contra a honra, como injúria, calúnia ou difamação seguidos de atos violentos e demais ações estimuladas por meio da linguagem, inicialmente.

Portanto, a escola, hoje, ocupa um patamar ímpar contributivo, seja, pelo seu papel quanto à formação humana e cidadã dos seus alunos, ou mesmo, pela justaposição com a lei, visando promover a justiça social, através dos contratos sociais iniciados a partir desta alteração legal, a fim de incentivar a mudança de mentalidades acerca de questões humanas tão relevantes, as quais podem ensejar em condutas ofensivas à lei, crimes, ou não, se eficazmente prevenidas.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF, 05

out.1988. Disponível em:<

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm >. Acesso em: 05 jun,2019.

5 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 2 jun, 2019.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 7763- 7767 jul. 2019 ISSN 2525-8761 ________. Lei n.9.294/1996 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 05 jun, 2019.

________. Lei n.8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e outras providências. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm>. Acesso em: 05 jun,2019.

________. Lei n.13.663, de 14 de maio de 2018.

Altera o art. 12 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para incluir a promoção de medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência e a promoção da cultura de paz entre as incumbências dos estabelecimentos de ensino. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13663.htm>. Acesso em: 05 jun, 2019.

SILVA, Ana Beatriz Barbosa. bullying, Cartilha 20105- Projeto Justiça nas escolas. 2ª Ed. CNJ-Conselho Nacional de Justiça. Brasília-DF, 2015. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/destaques/arquivo/2015/04/0d95535ddf206bc192c4e0 5356e35c83.pdf> Acesso em: 05 Jun, 2019.

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