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MATO GROSSO DO SUL

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RESÍDUOS SÓLIDOS

PLANO ESTADUAL DE

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RESÍDUOS SÓLIDOS

PLANO ESTADUAL DE

POLO 08 - REGIÃO SUDOESTE

MATO GROSSO DO SUL

CONTRATO DE REPASSE Nº 764007/2011/MMA/CAIXA - SIAPF 0370.702-01 CONTRATO Nº 0002/2014-3126 PROCESSO Nº 23/000.097/2013

PROGRAMA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

(4)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

iv

©2014 Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução de dados e de

informações contidas nesta publicação, desde que não sejam usados para fins

comerciais e que a fonte seja citada. As imagens não podem ser reproduzidas sem

expressa autorização escrita dos detentores dos respectivos direitos autorais.

Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia

Plano Estadual de Resíduos Sólidos de Mato Grosso do Sul (PERS-MS)

(5)

COORDENADOR GERAL DO PERS-MS

Lorivaldo Antônio de Paula Administrador de Empresas

COMISSÃO DE EXECUÇÃO

(Resolução “P” da SEMAC nº 11 de 25 de

fevereiro de 2014)

Rodrigo Bortolotto de David Engenheiro Civil

Presidente da Comissão de Execução

Ilton Andrade Munhão Administrador de Empresas

João Mendes Silva Júnior Biólogo

EMPRESA CONTRATADA

DEMÉTER ENGENHARIA LTDA

CNPJ n°: 10.695.543/0001-24 Registro no CREA/MS: 7.564/D Cadastro do IBAMA n° 4397123

Endereço: Rua Cláudia, nº 239, Bairro Giocondo Orsi

Campo Grande/MS CEP: 79.022-070

Telefone/Fax: (67)3351-9100 E-mail: contato@dmtr.com.br

EQUIPE DE COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO

Fernanda Olivo

Engenheira Sanitarista e Ambiental, Bacharel em Direito e Especialista em Perícia, Auditoria e Gestão Ambiental

Lucas Meneghetti Carromeu

Engenheiro Sanitarista e Ambiental e Especialista em Perícia, Auditoria e Gestão Ambiental

Neif Salim Neto

Engenheiro Sanitarista e Ambiental e Mestre em Agroecossistemas

EQUIPE TÉCNICA

Aldo Licínio Cerqueira Administrador

Peter Batista Cheung Engenheiro Civil

Bernardo do Carmo Weiler Engenheiro Ambiental

Jorge Justi Júnior Engenheiro Ambiental

Leide Aparecida Alcova Argerim Assistente Social

Maria Augusta Graeff Cientista da Computação

Mário Cesar Junqueira Engenheiro Ambiental

Paulo Landgref Filho Biólogo

Vanessa Lopes Advogada

Vinícius Arantes de Souza

Engenheiro Sanitarista e Ambiental

Vinícius Carmo Weiler Engenheiro Ambiental

APOIO TÉCNICO

Matheus Barros Furlan

Estagiário em Engenharia Sanitária e Ambiental

Lucas Antunes Alvarenga

Estagiário em Engenharia Sanitária e Ambiental

Lucas Santi Zeni

Estagiário em Engenharia Sanitária e Ambiental

Plínio Serrou

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APRESENTAÇÃO

O presente trabalho contempla o diagnóstico do sistema público de gestão e

gerenciamento de resíduos sólidos urbanos dos municípios integrantes do Polo 08 – Região

Sudoeste (Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Caracol, Guia Lopes da Laguna, Jardim, Nioaque e

Porto Murtinho), abrangendo a sistematização de informações que subsidiarão a estruturação

do Plano Estadual de Resíduos Sólidos de Mato Grosso do Sul (PERS-MS), instrumento de gestão

que abordará todos os itens previstos no Art. 17 da Política Nacional de Resíduos Sólidos

(PNRS), instituída pela Lei Federal nº 12.305, de 02 de agosto de 2010.

Partindo desta premissa, esta etapa consiste na caracterização sintética das

atividades envolvidas na gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos gerados nos municípios

constituintes do Polo 08, incluída a identificação dos principais fluxos de resíduos no Estado,

de forma a subsidiar a avaliação do cenário atual da limpeza urbana e do manejo de resíduos

sólidos.

Conhecendo o cenário estrutural, operacional e gerencial do sistema público de

limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos dos municípios do Polo 08 no período estudado

como base referencial, serão feitas projeções de geração, bem como de demanda por

infraestrutura e serviços, embasando-se o planejamento estratégico do Estado, no qual

buscar-se-á a melhor alternativa técnica e financeira para os entes federados envolvidos.

A alternativa mais viável será exposta no Plano Estadual de Resíduos Sólidos de Mato

Grosso do Sul, instrumento que norteará a gestão dos resíduos sólidos gerados nos municípios

integrantes do presente Polo e no restante do Estado, que estão buscando atender ao

preconizado na Lei Federal nº 12.305/2010.

A elaboração do Plano em alusão tem como intuito propiciar uma melhor qualidade

de vida, saúde humana e ambiental à população do Estado de Mato Grosso do Sul, além de

torná-lo apto a receber recursos da União ou por ela controlados, destinados à gestão de

resíduos sólidos, uma vez que tal instrumento constitui uma condicionante para o acesso a tais

recursos.

Diante do exposto, o governo do Estado de Mato Grosso do Sul, via Secretaria de

Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (SEMAC), com o auxílio

e apoio financeiro do governo federal por meio do Ministério do Meio Ambiente e da Caixa

Econômica Federal, está desenvolvendo o Plano Estadual de Resíduos Sólidos de Mato Grosso

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRELPE Associação Brasileira de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

AGEPAN Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

AP Atividade Particular

APA Área de Preservação Ambiental

CEMPRE Compromisso Empresarial para Reciclagem CI Cooperação Informal

CIDEMA Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Integrado da Bacia dos Rios Miranda e APA

CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia DT Direto pelo Titular

FEAM Fundação Estadual de Meio Ambiente GT Galpão de Triagem

IBAM Instituto Brasileiro de Administração Municipal

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICLEI Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais ID Indireta via Delegação

IMASUL Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul

inpEV Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IPTU Imposto Predial Territorial Urbano MMA Ministério do Meio Ambiente MS Mato Grosso do Sul

MSL Minas Sem Lixões

NBR Norma Brasileira Regulamentadora NI Não Informado

PERS Política Estadual de Resíduos Sólidos PEV Ponto de Entrega Voluntária

PGRSS Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde PIB Produto de Interno Bruto

PIGIRS Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos PMSB Plano Municipal de Saneamento Básico

PNMC Política Nacional sobre Mudança do Clima PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

PRAD-RS Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas por Disposição Final de Resíduos Sólidos

RCC Resíduos de Construção Civil e Demolição RDC Resolução da Diretoria Colegiada

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DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

xii

RLRO Resíduos de Logística Reversa Obrigatória

(13)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Regiões de Planejamento (Polos) do Estado de Mato Grosso do Sul com destaque

ao Polo 08, região definida para estudo neste diagnóstico situacional. ... 18

Figura 2 – Municípios integrantes do Polo 08 – Região Sudoeste e distâncias intermunicipais. 19 Figura 3 – Situação da população e do PIB totaldos municípios do Polo 08. ... 21

Figura 4 – Síntese da gestão dos resíduos sólidos nos municípios do Polo 08. ... 23

Figura 5 – Possíveis formas de prestação dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. ... 24

Figura 6 – Situação da gestão dos resíduos sólidos urbanos no Polo 08. ... 28

Figura 7 – Síntese geral da situação da geração de Resíduos Sólidos Domiciliares, Comerciais e de Prestadores de Serviço (RSDC) dos municípios do Polo 08. ... 33

Figura 8 – Serviço de coleta convencional realizado em Jardim/MS. ... 36

Figura 9 – Situação da coleta convencional nos municípios do Polo 08. ... 38

Figura 10 – Formas de separação dos resíduos sólidos para coleta seletiva. ... 39

Figura 11 – Detalhamento dos recipientes para coleta seletiva de Bonito/MS... 40

Figura 12 – Veículo que realiza a coleta seletiva em Jardim/MS. ... 41

Figura 13 – Situação da coleta seletiva dos Resíduos Sólidos Domiciliares, Comerciais e de Prestadores de Serviços. ... 42

Figura 14 – Estrutura física da UTR localizada em Jardim/MS... 44

Figura 15 – Unidade de Compostagem desativada localizada no município de Bonito/MS. . 46

Figura 16 – Situação da triagem, reciclagem e compostagem dos RSDC. ... 47

Figura 17 – Principais fluxos dos materiais recicláveis do Polo 08 – Região Sudoeste... 48

Figura 18 – Localização dos aterros consorciados destinados a atender os municípios do Polo 08 – Região Sudoeste. ... 50

Figura 19 – Situação encontrada dos vazadouros a céu aberto (lixões) e aterro controlado nos municípios integrantes d8 Polo 08 – Região Sudoeste. ... 52

Figura 20 – Aspectos sanitários, estéticos e de segurança relacionadas à limpeza de logradouros públicos. ... 55

Figura 21 – Serviço de varrição em Guia Lopes da Laguna/MS. ... 55

Figura 22 – Situação dos Resíduos de Limpeza Pública (RLP) dos municípios do Polo 08. ... 57

Figura 23 – Situação dos Resíduos da Construção Civil e Demolição (RCC) dos municípios do Polo 08. ... 61

Figura 24 – Coleta de resíduos volumosos no município de Bonito/MS. ... 63

Figura 25 – Disposição final de resíduos volumosos no município de Bodoquena/MS. ... 64

Figura 26 – Situação dos Resíduos Volumosos (RV) dos municípios do Polo 08. ... 65

Figura 27 – Classificação dos RSS em grupos, A, B, C, D e E. ... 67

Figura 28 – Situação do tratamento, disposição final e fluxo dos resíduos de serviços de saúde (RSS). ... 70

Figura 29 – Resíduos com logística reversa obrigatória previstos na Política Nacional de Resíduos Sólidos. ... 71

Figura 30 – Fluxo do sistema de devolução de embalagens vazias. ... 72

(14)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

xiv

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Forma de prestação dos serviços de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos.

... 25

Quadro 2 – Cobrança pela prestação de serviço. ... 27

Quadro 3 – Quantidade de RSDC gerado nos municípios do Polo 08 – Região Sudoeste por dia e por ano. ... 32

Quadro 4 – Serviço de coleta nas propriedades rurais, distritos, aldeias indígenas ou outros núcleos habitacionais não localizados nas sedes urbanas. ... 36

Quadro 5 – Existência de triagem, característica das estruturas de triagem e estruturas presentes em cada uma para os municípios do Polo 08. ... 45

Quadro 6 – Caracterização sintética/simplificada das áreas de disposição final de resíduos sólidos dos municípios integrantes do Polo 08 - Região Sudoeste. ... 51

Quadro 7 – Geração estimada, percentual em relação ao Polo e locais de disposição final dos resíduos de varrição, capinação e roçada dos municípios do Polo 08. ... 56

Quadro 8 – Classificação dos RCC segundo a Resolução CONAMA nº 307/2002. ... 59

Quadro 9 – Geração estimada, percentual em relação ao Polo, formas de reaproveitamento e disposição dos resíduos de construção civil e demolição dos municípios do Polo 08. ... 60

Quadro 10 – Geração estimada, percentual em relação ao Polo e disposição final dos resíduos volumosos dos municípios do Polo 08. ... 64

Quadro 11 – Estimativa de geração de RSS dos municípios do Polo 08. ... 68

Quadro 12 – Formas de tratamento e disposição final dos RSS dos municípios integrantes do Polo 08 – Região Sudoeste. ... 69

Quadro 13 – Definição das responsabilidades para a implementação do sistema de logística. ... 71

Quadro 14 – Informações referentes ao gerenciamento dos resíduos pneumáticos nos municípios integrantes ao Polo 08. ... 73

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Composição gravimétrica dos municípios do Polo 08 – Região Sudoeste. ... 35

Tabela 2 – Estimativa da geração de resíduos recicláveis e passíveis de reciclagem para o Polo 08 – Região Sudoeste. ... 43

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Composição gravimétrica estimada dos resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil (2008). ... 34

Gráfico 2 – Composição gravimétrica estimada para o Polo 08 – Região Sudoeste. ... 35

Gráfico 3 – Quantidade de municípios que apresentam coleta seletiva no Brasil. ... 40

Gráfico 4 – Regionalização dos municípios com coleta seletiva no Brasil. ... 40

(15)

1

INTRODUÇÃO

O Polo 08 é constituído pelos municípios de Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Caracol,

Guia Lopes da Laguna, Jardim, Nioaque e Porto Murtinho, situados na Região Sudoeste do

Estado de Mato Grosso do Sul.

A construção do Diagnóstico Situacional do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de

Resíduos Sólidos dos municípios pertencentes ao Polo se embasou, nas informações e dados

obtidos através de vistoria técnica in loco, bem como em informações e dados provenientes

dos estudos que subsidiaram os Planos Municipais ou Intermunicipais de Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos, podendo estar inseridos em um Plano Municipal de Saneamento Básico

(PMSB), uma vez que estes são instrumentos de gestão que necessitam do diagnóstico da

situação da gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, conforme inciso I do Artigo 19 da

Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei Federal nº 12.305/2010). Deste modo, foram

consultados:

 Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Integrado das Bacia dos Rios Miranda e Apa – PIGIRS-CIDEMA (2013) que abrange os municípios de Anastácio, Bodoquena, Bonito, Caracol, Corguinho, Guia Lopes da Laguna, Maracaju, Miranda e Porto Murtinho, finalizado em 2013;

 Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB de Bela Vista, finalizado em 2013;

 Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB de Jardim, finalizado em 2014;

 Diagnostico Técnico-Participativo do Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB de Nioaque, entregue e validado em 2012.

Neste sentido, levantaram-se informações e dados relevantes e requeridas no Termo

de Referência (2013) elaborado pela Secretaria de Estado e Meio Ambiente, do

Planejamento, da Ciência e Tecnologia (SEMAC) e exigidos pelo inciso I do Art. 17 da Lei

Federal n° 12.305/2010, necessárias para elaborar o diagnóstico situacional da gestão dos

resíduos sólidos do Polo 08 do Estado de Mato Grosso do Sul, e que subsidiarão a elaboração

dos demais produtos que comporão o Plano Estadual de Resíduos Sólidos de Mato Grosso do

Sul (PERS-MS).

Destaca-se a importância do CIDEMA (2013) como fonte de informações para a

elaboração do diagnóstico do Plano Estadual de Resíduos Sólidos, uma vez que, tal

instrumento de planejamento abrange cinco municípios partícipes do Polo 08 (Bodoquena,

Bonito, Caracol, Guia Lopes da Laguna e Porto Murtinho), retratando a situação do sistema

de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e instruindo as municipalidades acerca das

oportunidades de gestão associada entre municípios, através de arranjos intermunicipais,

(16)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL CAP 1 – INTRODUÇÃO

16

Neste contexto, importante se faz observar a existência do Consórcio Intermunicipal

para Desenvolvimento Integrado das Bacias dos rios Miranda e Apa (CIDEMA), abrangendo

vinte municípios (Anastácio, Aquidauana, Antônio João, Bela Vista, Bonito, Camapuã,

Caracol, Corumbá, Corguinho, Guia Lopes da Laguna, Jaraguari, Jardim, Ladário, Miranda,

Maracaju, Nioaque, Porto Murtinho, Rio Negro, Rochedo e Sidrolândia). Observa-se diante do

exposto que todos os municípios do Polo 08 fazem parte do CIDEMA. Esta formação

consorciada pré-existente, facilita a formalização dos arranjos intermunicipais e a

concretização de ações conjuntas.

Considerando todo o exposto, o diagnóstico está organizado em capítulos,

abordando os seguintes temas: Área de Estudo, Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU),

Resíduos Sólidos Domiciliares, Comerciais e de Prestadores de Serviços (RSDC), Resíduos de

Limpeza Pública (RLP), Resíduos da Construção Civil e Demolição (RCC), Resíduos Volumosos

(RV), Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), Resíduos com Logística Reversa Obrigatória (RLRO)

e, por fim, a Identificação dos Passivos Ambientais e das Áreas que Demandam Atenção

Especial Devido ao Potencial Risco da Atividade (áreas degradadas pela incorreta disposição

(17)

2

ÁREA DE ESTUDO

Para a construção do PERS-MS foram definidos no Termo de Referência nove

agrupamentos de municípios, bem como as Cidades-Sede de cada regional, nas quais serão

realizados os eventos. Estes arranjos propostos foram embasados a partir do Estudo de

Dimensão Territorial do Estado de Mato Grosso do Sul: Regiões de Planejamento, elaborado

pela SEMAC (2011).

Deste modo, o estudo supracitado descreve que a regionalização do Estado de Mato

Grosso do Sul está alicerçada em nove Regiões de Planejamento (ver Figura 1), convergindo

para nove polos urbanos, regiões com dimensões diversificadas.

O Polo 08, denominado de Região Sudoeste, é formado pelos municípios de Bela Vista,

Bodoquena, Bonito, Caracol, Guia Lopes da Laguna, Jardim (Cidade Sede), Nioaque e Porto

(18)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL CAP 2 – ÁREA DE ESTUDO

18

Figura 1 – Regiões de Planejamento (Polos) do Estado de Mato Grosso do Sul com destaque ao Polo 08, região definida para estudo neste diagnóstico situacional.

Fonte: Elaborado pelos autores.

A Figura 2 representa a localização dos municípios integrantes do Polo 08, bem como

(19)
(20)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL CAP 2 – ÁREA DE ESTUDO

20

O Polo 08 – Região Sudoeste apresenta um total de 120.626 habitantes conforme

pesquisa populacional realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em

2010, sendo que 92.743 correspondem a população urbana, ou seja 76,88% da população

total (urbana e rural). Dentre os municípios pertencentes ao Polo 08 destaca-se Jardim com

22.741 habitantes da região urbana (24,52%), maior representatividade do referido Polo (ver

Figura 3).

Ademais, o Produto Interno Bruto (PIB) é um indicador para mensurar a atividade

econômica da região. Para isto, considera-se a soma monetária de todos os bens e serviços

finais produzidos em uma determinada região durante certo período, indicando a

capacidade da população de adquirir bens e produtos, o que se torna assim, um indicador

do padrão de vida da população, ainda que este não leve em consideração as

desigualdades econômicas, sociais, índice de desemprego, entre outros indicadores. Sendo

assim, o valor do PIB pode-se relacionar com a geração de resíduos sólidos, no qual o alto

valor do PIB, geralmente, está relacionado com a maior geração de resíduos sólidos.

Os municípios pertencentes ao Polo 08 apresentaram um PIB total de R$

1.500.064.635,00, representando aproximadamente 3,45% do PIB do Estado de Mato Grosso

do Sul (R$ 43.514.206.732,00). Destaca-se o município de Bela Vista com um Produto Interno

Bruto de R$ 256.123.162,00, ao contrário de Caracol que possui o menor PIB (R$ 79.759.628,00).

Partindo do exposto, a Figura 3 apresenta uma síntese de informações acerca da

(21)
(22)
(23)

3

GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU)

O conceito gestão de resíduos sólidos, bastante difundido nos últimos anos, abrange

um conjunto de atividades referentes à tomada de decisões estratégicas e à estruturação do

sistema de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos para tal finalidade. Desta forma,

entende-se por Gestão de Resíduos Sólidos o conjunto de instrumentos institucionais,

gerenciais, operacionais, legais e financeiros capazes de orientar e organizar o sistema.

Complementarmente, a gestão integrada de resíduos sólidos é definida na Lei Federal

nº 12.305/2010 como um conjunto de ações para solucionar o problema dos resíduos sólidos,

considerando as dimensões política, econômica, cultural e social, com a premissa do

desenvolvimento sustentável. De maneira mais simplificada, a gestão de Resíduos Sólidos

Urbanos compreende a tomada de decisões e organização, envolvendo políticas,

instituições, instrumentos e meios (LEITE,

2002).

Seguindo esta premissa este

capítulo apresenta um compilado geral de

informações da situação atual da gestão

dos resíduos sólidos urbanos dos municípios

pertencentes ao Polo 08 do Estado de Mato

Grosso do Sul (Figura 4), contemplando

dados sobre a forma de prestação dos

serviços de limpeza urbana e manejo dos

resíduos sólidos, existência de sistema de

regulação, aspectos financeiros, presença

de órgão colegiado para o controle social,

existência de planos municipais de gestão

integrada de resíduos sólidos ou

equivalentes e de consórcios públicos

constituídos.

A limpeza urbana e o manejo de

resíduos sólidos compõe um sistema de

serviços de titularidade dos municípios,

possuindo, portanto, caráter de interesse local, segundo previsto pela Constituição Federal de

1988. Embora a titularidade da prestação dos serviços seja de responsabilidade do município,

a execução e administração podem ser realizados opcionalmente de forma distinta, ou seja,

não necessariamente têm que ser prestados diretamente pela municipalidade. As formas de

prestação de tais serviços podem ser classificadas considerando o estabelecido na Lei Figura 4 – Síntese da gestão dos resíduos sólidos nos municípios do Polo 08.

(24)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

CAP 3 – GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU)

24

Federal nº 11.107/2007 e Decreto Federal nº 6.017/2007, em: direta pelo titular, indireta via

delegação e gestão associada (Figura 5). É importante salientar que pode ser utilizada a

combinação de duas ou mais formas de prestação dos serviços de limpeza urbana e manejo

dos resíduos sólidos.

Figura 5 – Possíveis formas de prestação dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Fonte: Adaptado do Ministério das Cidades (2011).

Neste sentido, no Polo 08, os serviços públicos de limpeza urbana e manejo dos resíduos

sólidos são prestados pela combinação de quatro formas, Direta pelo Titular (DT) de forma

centralizada, Indireta via Delegação (ID), este último através da concessão à empresas

privadas, bem como, devido à necessidade de expor particularidades observadas na prática

das atividades, são considerados os serviços de Cooperação Informal (CI) para atividades

executadas sem contrato de prestação de serviços junto à Prefeitura Municipal e Atividades

Particulares (AP) para serviços realizados por empresas contratadas pelos geradores de

resíduos e/ou empresas que fazem de tais materiais um negócio, tanto como produto para

comercialização quanto como matéria prima para beneficiamento.

Ademais, tais atividades particulares são aqui elencadas porque contribuem para a

manutenção do aspecto favorável da limpeza pública. Observa-se também que a forma de

prestação direta pelo titular é predominante na maioria dos serviços realizados, exceto o

serviço de coleta dos RSS que em geral é realizado por empresa privada via delegação

(Quadro 1). Com relação à disposição final, trata-se de um serviço operacionalizado pelas

municipalidades em todo o Polo.

Tipos de Prestação de Serviço

Direta pelo titular

Centralizada

Régie direta

(não tem segregação contábil)

Régie indireta (tem segregação contábil)

Descentralizada (outorga)

Autarquia Empresa pública Sociedade de Economia Mista

Indireta via delegação Concessão Permissão Autorização Empresas Privadas Empresas Estatais Gestão associada Contrato de Programa

(25)

Quadro 1 – Forma de prestação dos serviços de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos.

Categoria de

RSU Serviços

B ela V is ta B od oq uen a B onit o C a ra col Guia Lop es d a La g una Ja rd im N ioa q ue Port o M urt inho RSDC Coleta

Convencional DT DT ID DT DT ID ID ID Coleta Seletiva SI SI DT/CI SI SI DT/CI SI SI

Triagem CI SI CI SI AP CI SI SI

Compostagem SI SI SI SI SI SI SI SI

Reciclagem SI SI SI SI SI SI SI SI

Disposição Final DT DT DT/ID DT DT/ID DT/ID DT/ID DT/ID

RLP

Coleta DT DT DT/ID DT DT ID DT DT/ID

Compostagem SI SI SI SI SI SI SI SI

Disposição Final DT DT DT/ID DT DT DT/ID DT DT/ID

RCC

Coleta DT DT DT/AP DT DT ID AP DT

Triagem SI SI SI SI SI SI SI SI

Disposição Final DT/AP DT/AP DT/AP DT DT DT/ID/

AP DT/AP DT

RV

Coleta DT DT DT/AP DT DT ID AP DT

Compostagem SI SI SI SI SI SI SI SI

Disposição final DT/AP DT/AP DT/AP DT DT DT/ID/

AP DT/AP DT

RSS Coleta ID ID ID ID ID ID ID ID Disposição Final NI ID ID ID ID ID ID ID Fonte: A partir de informações do CIDEMA (2013), Bela Vista (2013), Jardim (2014) e Nioaque (2012).

Legenda: DT = Direta pelo Titular; ID = Indireta via Delegação; S/I = Serviço Inexistente; CI = Cooperação Informal; AP = Atividade Particular; NI = Não Informado.

O Decreto Federal n° 7.217/2010, que estabelece diretrizes nacionais para o

saneamento básico, define eu seu Art. 23, inciso III que o titular dos serviços de saneamento

básico formulará a respectiva política pública de saneamento básico, a qual inclui os serviços

de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, devendo, para tanto, definir o ente

responsável pela sua regulação e fiscalização.

Contudo, foi diagnosticado que não existe, em nenhum dos municípios do Polo 08,

ente com função de regulação dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos

de acordo com os princípios de independência decisória, incluindo autonomia administrativa

e financeira, bem como de tecnicidade.

Diante do exposto, destaca-se a importância das Prefeituras Municipais do Polo 08

definirem o ente responsável pela regulação desses serviços, bem como os procedimentos

de atuação, principalmente, quando a prestação for concedida. Assim o Art. 22 da Lei

(26)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

CAP 3 – GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU)

26

 Estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a satisfação dos usuários;

 Garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas;

 Prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência;

 Definir tarifas e outros preços públicos que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos, quanto a modicidade tarifária e de outros preços públicos, mediante mecanismos que induzam a eficiência e eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade.

Conforme apresentado no planejamento estratégico do PIGIRS-CIDEMA (2013) e do

PMSB de Jardim (2014), foi apontada a necessidade de instituição de um ente regulador para

os municípios incorporados no PIGIRS-CIDEMA e Jardim, sugerindo inclusive a formalização de

um contrato de convênio com a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de

Mato Grosso do Sul (AGEPAN) para que tal órgão exerça essa função.

No que concerne aos aspectos financeiros, o Art. 29 da Lei Federal nº 11.445/2007

estabelece que os serviços públicos de saneamento básico devem ter sua sustentabilidade

econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante a remuneração pela

cobrança dos serviços, ou seja, empregando-se quaisquer umas das formas de prestação das

atividades de gerenciamento dos RSU necessita-se de recursos financeiros, que podem ser

obtidos pela cobrança dos serviços prestados. No caso do sistema de limpeza urbana e

manejo de resíduos sólidos, a cobrança poderá ser realizada através de taxas ou tarifas e

outros preços públicos, em conformidade com o regime de prestação de serviços ou de suas

atividades.

Desta forma, apesar de haver prerrogativas legais para a implementação de

instrumentos de cobrança e de o PIGIRS-CIDEMA (que abrange a grande maioria dos

município do Polo 08) ter recomendado a instituição via dispositivo legal de taxa ou tarifa

específica, 62,5% dos municípios (Bela Vista, Bonito, Caracol, Guia Lopes da Laguna e Porto

Murtinho) pertencentes ao Polo 08 não fazem qualquer tipo de cobrança pelos serviços de

manejo de resíduos sólidos (Quadro 2).

Os municípios Bodoquena, Jardim e Nioaque realizam a cobrança através de taxas

vinculadas ao Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), o que segundo o Plano Nacional de

Resíduos Sólidos cria uma maior dificuldade ao gestor municipal em desenvolver uma política

de metas e técnicas de tratamento viáveis financeiramente, ou seja, quando a taxa é

recolhida através do IPTU, sem levar em consideração o volume de resíduo produzido pelas

famílias, existe uma simples repartição dos custos entre os agentes demandantes dos serviços,

tornando nulo o custo marginal de gestão e consequentemente, dispersando a

responsabilidade dos agentes econômicos em reduzir na fonte o volume de resíduo gerado,

(27)

comportamento (redução na fonte). O município de Jardim é o único integrante do Polo 08

que apresenta um taxa específica cobrada junto à conta de água.

Quadro 2 – Cobrança pela prestação de serviço.

Municípios Orçamento especifico(1) Formas de Cobrança

Bela Vista Não Não Possui

Bodoquena Não Taxa vinculada ao IPTU

Bonito Sim Não Possui

Caracol Não Não Possui

Guia Lopes da Laguna Não Não Possui

Jardim Sim Taxa vinculada ao IPTU

Nioaque Não Taxa vinculada ao IPTU

Porto Murtinho Não Não Possui Fonte: A partir de informações do CIDEMA (2013), Bela Vista (2013), Jardim (2014) e Nioaque (2012).

Nota (1): Considera-se orçamento específico a alocação exclusiva ou previsão, por parte do Poder Público, do

montante de recursos financeiros necessários para a gestão e gerenciamento dos serviços de manejo de resíduos sólidos e limpeza pública. Ademais, considera-se recursos especificados no Plano Plurianual como orçamento específico, uma vez que há previsão dos custos.

Ademais, a PNRS estabelece como um de seus instrumentos, os órgãos colegiados

municipais destinados ao controle social dos serviços de limpeza urbana e manejo dos

resíduos sólidos urbanos garantindo a sociedade informações e participação nos processos

de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas relacionadas aos resíduos

sólidos. Contudo, até o presente momento, os municípios integrantes do Polo 08 – Região

Sudoeste não apresentam tal instrumento para gestão dos RSDC.

Neste sentido, observa-se que o PIGIRS-CIDEMA contemplou o dever de se definir

órgão colegiado para o saneamento básico (envolvendo a vertente resíduos sólidos) a partir

de legislação específica. Tal instrumento de planejamento preconizou que tal ação deveria

ser realizada até 2014, aludindo inclusive o antigo prazo legal estipulado pelo Decreto Federal

n° 7.217/2010

Portanto, há uma demanda legal e urgente de se instituir esses órgãos colegiados,

uma vez que o Decreto Federal nº 8.211/2014 determina que a partir do exercício financeiro

de 2015, será vedado o acesso aos recursos federais destinados ao saneamento básico, aos

titulares destes serviços públicos que não instituírem o controle social por órgão colegiado por

meio de legislação específica.

Neste contexto ressalta-se que as Prefeituras Municipais poderão realizar alterações

nas estruturas funcionais de Conselhos já existentes, instituindo em suas legislações a

capacidade de realização de fiscalização e controle social dos serviços de limpeza urbana

e manejo de resíduos sólidos, bem como incorporando dentre os membros de tais Conselhos

(28)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

CAP 3 – GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU)

28

Diante do exposto, confeccionou-se a Figura 6, a qual apresenta, de forma visual, um

compilado geral das informações abordadas neste capítulo que trata das formas de gestão

dos resíduos sólidos urbanos dos municípios pertencentes à Região Sudoeste de Mato Grosso

do Sul (Polo 08). Destaca-se que não são apresentados os dados de órgão colegiado devido

à inexistência dos mesmos nos municípios em estudo.

Figura 6 – Situação da gestão dos resíduos sólidos urbanos no Polo 08.

(29)

Ainda no contexto de formas de gestão, importante se faz observar a existência do

Consórcio Intermunicipal para Desenvolvimento da Bacia dos Rios Miranda e Apa (CIDEMA)

abrangendo todos os municípios pertencentes ao Polo 08. Esta formação consorciada

pré-existente, facilita a formalização dos arranjos intermunicipais e a concretização de ações

(30)
(31)

4

RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES, COMERCIAIS E DE PRESTADORES DE

SERVIÇOS (RSDC)

Os Resíduos Sólidos Domiciliares, Comerciais e de Prestadores de Serviços (RSDC)

consistem nos resíduos provenientes das residências, estabelecimentos comerciais e de

prestação de serviços, sendo constituídos basicamente de papeis, plásticos, matéria

orgânica, metais diversos, vidros, dentre outros.

Nos subcapítulos a seguir são descritas as situações diagnosticadas com relação a

esta tipologia de resíduos sólidos para os municípios pertencentes ao Polo 08 – Região

Sudoeste do PERS-MS, contemplando geração, coleta, transporte, tratamento e disposição

final dos RSDC.

4.1 GERAÇÃO DE RSDC

A PNRS define resíduos sólidos como material, substância, objeto ou bem descartado

resultante de atividades humanas em sociedade, cuja destinação final se procede, se propõe

proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases

contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. A geração de resíduos

sólidos é o ato do gerador descartar este.

Conhecer a geração de RSDC de um município é de grande importância para a

concepção e eficiência do sistema de gerenciamento de resíduos sólidos, bem como para o

dimensionamento das infraestruturas que o compõe.

Neste sentido, a partir da população urbana, foi estimada uma geração diária de

72,17 toneladas de RSDC para o Polo 08. O município de Jardim/MS é responsável pela maior

geração diária de RSDC no Polo 08 com uma quantidade total diária de 22,05 toneladas, ou

seja, 30,55% do total de RSDC produzido no Polo 08. Diferentemente, Caracol/MS produz a

menor quantidade diária com 1,82 toneladas, ou seja, apenas 2,52% da quantidade total do

Polo (Quadro 3).

Ressalta-se que a geração de RSDC pode sofrer alterações de uma localidade para

outra, bem como variações durante o ano e com o passar dos anos. Isto se deve ao fato da

geração de RSDC ser influenciada por diversos fatores, dente eles: a quantidade

populacional, clima, o desenvolvimento industrial, condições socioeconômicas (renda per

capita), hábitos populacionais, fluxo turístico, entre outros, que implicam em uma

sazonalidade durante o ano.

Neste sentido, os municípios de Bodoquena, Bonito, Jardim e Porto Murtinho/MS

(32)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

CAP 4 – RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES, COMERCIAIS E DE PRESTADORES DE SERVIÇOS (RSDC)

32

Sudoeste por serem destinos turísticos consolidados que movimentam um considerável

número de turistas (população flutuante) em determinados período do ano, o qual influencia

diretamente na quantidade total de RSDC, necessitando que estudos específicos sejam

realizados para determinação do fluxo de turistas e a geração per capita dos mesmos para

cada município.

Quadro 3 – Quantidade de RSDC gerado nos municípios do Polo 08 – Região Sudoeste por dia e por ano.

Municípios

Quantidade de

RSDC Distribuição da Geração (t/dia) (t/ano)

Bela Vista 8,00 2.920,00

Bodoquena 5,17 1.887,05

Bonito 12,40 4.526,00

Caracol 1,82 664,30

Guia Lopes

da Laguna 8,95 3.266,75 Jardim 22,05 8.048,25

Nioaque 3,95 1.441,75

Porto

Murtinho 9,82 3.584,30 TOTAL 72,16 26.338,40

Fonte: A partir de informações do CIDEMA (2013), Bela Vista (2013), Jardim (2014) e Nioaque (2012).

A partir das estimativas de geração de RSDC e população dos municípios

pertencentes ao Polo 08, foi determinada a geração per capita para cada município, onde

obteve-se uma média de 0,78 kg/hab.dia para o Polo. Destaca-se Guia Lopes da Laguna/MS

apresentando a maior geração per capita (1,02 kg/hab.dia), contrariamente a Bela Vista/MS,

que registrou o menor índice (0,34 kg/hab.dia).

No intuito de sintetizar os resultados apresentados neste subcapítulo referente à

quantidade de RSDC gerada e as diferentes faixas de produção diária de resíduos, bem como

(33)

Figura 7 – Síntese geral da situação da geração de Resíduos Sólidos Domiciliares, Comerciais e de Prestadores de Serviço (RSDC) dos municípios do Polo 08.

Fonte: Elaborado pelos autores.

4.2 COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA

A composição gravimétrica ou composição física dos resíduos sólidos indica a

porcentagem que cada componente dos RSDC possui em relação ao peso total da amostra

(34)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

CAP 4 – RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES, COMERCIAIS E DE PRESTADORES DE SERVIÇOS (RSDC)

34

relacionado a resíduos sólidos, sendo utilizado dentre outros fins para o dimensionamento de

unidades de compostagem, triagem e de outras unidades componentes do sistema de

limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Tal caracterização possibilita também o estudo do comportamento físico dos

elementos que compõe os resíduos podendo-se, portanto compreender melhor a massa

como um todo. As características dos resíduos influenciam na umidade, no peso específico

seco, úmido e das partículas sólidas dos materiais, na compressibilidade e na resistência das

células nos aterros de lançamento final (FARIAS & BRITO, 2000).

Neste sentido, a composição gravimétrica do Brasil, de acordo com o Instituto de

Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA (2012), apresenta a matéria orgânica (51,41%) como o

material com maior representatividade dentre os resíduos segregados (metal,

papel/papelão/embalagens multicamadas, plásticos, vidro, matéria orgânica e outros),

diferente do vidro que possui a menor quantidade, representando 2,39% do total gerado no

país (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Composição gravimétrica estimada dos resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil (2008). Fonte: A partir dos dados do IPEA (2012).

Referente aos municípios componentes da Região Sudoeste (Polo 08), verifica-se que

a matéria orgânica (53,54%) seguida do plástico e papel/papelão que apresentam

respectivamente 15,57% e 9,84%, possuem maiores percentuais de geração dentre os resíduos

segregados (Gráfico 2).

Comparando os dados da composição gravimétrica brasileira com os dados do Polo

08 – Região Sudoeste, observa-se a semelhança entre os valores apresentados, sendo que

para ambos destaca-se a matéria orgânica como material com maior percentual. Para a

categoria outros, a diferença entre os valores, se apresenta mais elevada provavelmente por

estar inserido nesta divisão os rejeitos, o que não ocorre para a gravimetria do Polo 08. Metais

2,89%

Papel, Papelão e Embalagens Multicamadas 13,08% Plástico 13,54% Vidro 2,39% Matéria Orgânica 51,41% Outros 16,69%

(35)

Gráfico 2 – Composição gravimétrica estimada para o Polo 08 – Região Sudoeste. Fonte: A partir de informações do CIDEMA (2013), Bela Vista (2013), Jardim (2014) e Nioaque (2012).

A composição gravimétrica estimada do Polo 08 foi obtida através das gerações dos

RSDC dos seus municípios, nas quais em termos de quantidade gerada a matéria orgânica

possui maior representatividade, sendo superior a 50% nos municípios de Bodoquena, Caracol,

Guia Lopes da Laguna e Porto Murtinho/MS, ao contrário das tipologias de embalagens

multicamadas, vidros e metais, que representam as menores gerações (Tabela 1).

Tabela 1 – Composição gravimétrica dos municípios do Polo 08 – Região Sudoeste.

Fonte: A partir de informações do CIDEMA (2013), Bela Vista (2013), Jardim (2014) e Nioaque (2012).

Nota(¹): Embalagem conhecida nacionalmente como Tetra Pak, empresa pelo qual possui a patente da sua marca.

Nota(2): a composição gravimétrica para Bela Vista foi baseada no município de Jardim, pois foi verificado que estes

possuem características semelhantes, ou seja, compartilham dos mesmos hábitos e costumes, legislações, condições climáticas, variações da economia, poder aquisitivo e nível educacional.

Nota(3): a composição gravimétrica para “embalagens multicamadas não foi considerado para os municípios de

Jardim/MS e Nioaque/MS em seus respectivos PMSB, devido a pequenas quantidades, no entanto foram agrupados como outros.

4.3 COLETA E TRANSPORTE DOS RSDC

A coleta dos resíduos sólidos significa recolher os resíduos acondicionados por quem o

produz, através de transporte adequado, a uma possível estação de transferência, a um

eventual tratamento e a disposição final, assim evitando problemas de saúde que os resíduos

possam causar (IBAM, 2001).

Papel e Papelão 10,18% Embalagens Multicamadas 0,91% Plástico 15,27% Vidros 2,12% Metais 2,53% Matéria Orgânica 55,21% Outros 5,67% Rejeitos 8,11%

Composição gravimétrica estimada dos municípios do Polo 08 - Região Sudoeste (%)

Municípios Papel e

Papelão

Embalagens

Multicamadas(1) Plástico Vidros Metais

Matéria

Orgânica Rejeitos Outros

Bela Vista(2) 9,51% 0,00% 17,00% 3,80% 0,95% 49,35% 10,46% 8,92%

Bodoquena 10,90% 1,60% 16,35% 1,88% 0,85% 60,62% 3,29% 4,51%

Bonito 7,17% 1,26% 19,25% 3,77% 5,03% 48,55% 9,94% 5,03%

Caracol 18,89% 0,72% 14,17% 3,08% 1,23% 55,65% 3,39% 2,87%

Guia Lopes da

Laguna 8,88% 0,28% 13,22% 1,75% 1,26% 55,03% 11,12% 8,46%

Jardim(3) 9,51% 0,00% 17,00% 3,80% 0,95% 49,35% 10,46% 8,92%

Nioaque(3) 7,47% 0,00% 19,04% 4,61% 4,20% 41,97% 11,57% 11,14%

Porto Murtinho 6,06% 1,68% 13,62% 2,33% 3,54% 59,24% 9,98% 3,54%

(36)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

CAP 4 – RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES, COMERCIAIS E DE PRESTADORES DE SERVIÇOS (RSDC)

36

A coleta dos resíduos sólidos domiciliares, comerciais e de prestadores de serviços

pode ser realizada, basicamente, de duas maneiras: a coleta convencional ou regular e a

coleta seletiva. Desta forma os próximos itens visam apresentar o diagnóstico das formas de

coleta identificadas para os municípios de Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Caracol, Guia Lopes

da Laguna, Jardim, Nioaque e Porto Murtinho (Polo 08 – Região Sudoeste).

4.3.1 Coleta Convencional

A coleta convencional ou regular consiste na coleta dos resíduos sólidos gerados em

residências, estabelecimento comerciais, industriais, públicos e de prestação de serviços,

desde que em virtude de sua natureza, composição e volume sejam equiparados pelo Poder

Público como resíduos domiciliares, conforme Classe II A da NBR 10.004. Neste sentido, o

CIDEMA (2013) definiu a quantidade máxima de 200 l/dia ou 100 kg/dia por domicílio por

domicílio em todos os municípios por ele

abrangidos para serem considerados

pequenos geradores e, consequentemente

atendidos pela coleta convencional.

Desta forma, a coleta convencional

de RSDC é o principal serviço de limpeza

urbana executado nos municípios do Polo 08

- Região Sudoeste, atendendo com exceção

de Bela Vista/MS (70%), 100% dos munícipes

residentes da sede urbana (Figura 8). Quanto

ao atendimento nas propriedades rurais,

distritos, aldeias indígenas e outros núcleos

habitacionais não localizados nas áreas urbanas, o serviço é realizado nos municípios de

Bodoquena, Bonito, Caracol, Jardim e Porto Murtinho.

Considerando todo o exposto, elaborou-se o Quadro 4, alusivo ao atendimento às

demais áreas atendidas no Polo 08 - Região Sudoeste.

Quadro 4 – Serviço de coleta nas propriedades rurais, distritos, aldeias indígenas ou outros núcleos habitacionais não localizados nas sedes urbanas.

Municípios Propriedades

rurais Distritos

Aldeias

Indígenas Quilombola Outros Bela Vista(1) Não

informado Não informado Não informado Não informado Não informado

Bodoquena Possui Não possui Não possui Não possui Possui

Bonito Não possui Possui Não possui Não possui Possui

Caracol Não Possui Possui Não possui Não possui Não possui

Guia Lopes da

Laguna Não possui Não possui Não possui Não possui Não possui Jardim Não possui Possui Não possui Não possui Não possui

Figura 8 – Serviço de coleta convencional realizado em Jardim/MS.

(37)

Municípios Propriedades

rurais Distritos

Aldeias

Indígenas Quilombola Outros Nioaque Não

informado

Não

informado Possui Possui

Não informado

Porto Murtinho Não possui Possui Não possui Não possui Não possui Nota(1): Não foi informado no PMSB de Bela Vista o atendimento nas propriedades rurais, distritos, aldeias indígenas e

outros núcleos habitacionais não localizados nas áreas urbanas.

Referente à prestação do serviço de coleta de RSDC nos municípios do Polo 08, foi

diagnosticado que em Bonito, Jardim, Nioaque e Porto Murtinho, o serviço é de

responsabilidade de empresas terceirizadas. Já nos demais municípios a realização é de

incumbências das respectivas Prefeituras Municipais (Figura 9).

No que diz respeito à frequência de atendimento à população, o serviço é realizado

diariamente ou em dias alternados, de forma regular, exceto para o município de

Bodoquena/MS, onde não existe uma regularidade, ficando a critério dos funcionários os

bairros que serão coletados a cada dia. Ressalta-se que em todos os municípios há uma maior

frequência de atendimento na região central, onde ocorre uma demanda mais acentuada

pelo serviço, uma vez que, geralmente estão instalados os estabelecimentos comerciais e de

(38)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

CAP 4 – RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES, COMERCIAIS E DE PRESTADORES DE SERVIÇOS (RSDC)

38

(39)

4.3.2 Coleta Seletiva

Segundo a Lei Federal n° 12.305/2010 dentre os objetivos da Política Nacional de

Resíduos Sólidos incluem-se a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento

dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Desta forma, a coleta seletiva é considerada como uma das principais ferramentas

para redução do volume de resíduos a serem dispostos nos aterros sanitários, uma vez que, o

recolhimento diferenciado dos resíduos sólidos, previamente segregados nas fontes geradoras

e sua destinação correta para o reuso, reciclagem, compostagem, tratamento ou outras

alternativas que favorecem a longevidade do aterro sanitário, a economia de matéria prima,

bem como a geração de emprego e renda. Deste modo, a segregação dos resíduos pode

ser realizada basicamente em três formas: coleta Tríplice, Binária (mais usual) e em diversas

categorias (Figura 10).

Figura 10 – Formas de separação dos resíduos sólidos para coleta seletiva. Fonte: A partir de informações de Minas Sem Lixões – MSL (2013).

Dados da pesquisa realizada pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem –

CEMPRE (2012) apontam um crescimento no número de pessoas atendidas pela coleta

seletiva no Brasil, cerca 27 milhões de brasileiros e 766 municípios do País contam com esse

serviço, ou seja, 14% dos municípios do país apresentam a coleta seletiva estruturada,

nota-se que no período de 2010 a 2012 houve um crescimento acentuado, devido ao fato de que

em 2010 foi instituída a PNRS (Gráfico 3). Coleta tríplice

Separação da matéria orgânica, reciclável e

rejeito

Coleta binária

Separação de resíduos secos (reciclável) e resíduos úmidos (matéria

orgânica e rejeito)

Coleta em diversas categorias Separação de plástico,

(40)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

CAP 4 – RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES, COMERCIAIS E DE PRESTADORES DE SERVIÇOS (RSDC)

40

Gráfico 3 – Quantidade de municípios que apresentam coleta seletiva no Brasil. Fonte: CEMPRE (2012).

Apesar do incremento apontado, o

serviço ainda é incipiente nos municípios da

região Centro-Oeste, onde apenas dezoito o

realiza, ou seja, 2,35% em relação ao Brasil

(aproximadamente 3,86% em relação ao

Centro-Oeste), somente com índice de

atendimento maior que a região Norte,

conforme dados do CEMPRE (2012) (Gráfico

4).

O Polo 08 segue esta tendência do

cenário estadual, visto que apenas os

municípios de Jardim e Bonito/MS possuem o

serviço de coleta seletiva implantada, modalidade Porta a Porta e os resíduos do município

possuem uma segregação binaria entre úmidos e secos (Figura 11).

Figura 11 – Detalhamento dos recipientes para coleta seletiva de Bonito/MS. Fonte: CIDEMA (2013).

81 135 192 237 327 405 443 766 0 200 400 600 800

1994 1999 2002 2004 2006 2008 2010 2012

Municípios com Coleta Seletiva no Brasil

2,35% 9,92% 1,83%

52,35% 33,55%

Regionalização dos municípios com Coleta Seletiva no Brasil

Centro-Oeste (18) Nordeste (76) Norte (14) Sudeste (401) Sul (257)

Gráfico 4 – Regionalização dos municípios com coleta seletiva no Brasil.

(41)

Em Jardim/MS, o serviço está

em fase de implantação (maio/2014) e

irá abranger toda a sede urbana do

município com frequência semanal

(Figura 12). Já em Bonito/MS, o serviço

atende 50% da área urbana (Figura 13)

e cerca de 1.800 residências. O

material é coletado três vezes na

semana e destinado para a Unidade

de Triagem – UTR do município. Ainda,

conforme informações fornecidas

pelas prefeituras municipais de

Nioaque, Bodoquena e Porto Murtinho, existem Projetos de Coleta Seletiva em ambos os

município em elaboração que irá abranger toda a sede urbana do município.

Entretanto, aqueles municípios abrangidos no PIGIRS-CIDEMA, o município de Jardim

(via PMSB), possui no referido instrumento, a previsão de diretrizes e concepção de iniciativas

de segregação na fonte e orientativas para a coleta seletiva capazes de nortear ações

iniciais nos municípios abrangidos, determinando inclusive prazos, prioridades e

responsabilidades para elaboração de Projeto Executivo de Coleta Seletiva.

A partir do exposto, observa-se que somente o município de Nioaque não possui

planejamento e/ou ações específicas para a coleta seletiva, entretanto após o termino do

PMSB o município contará com diretrizes gerais para implantação de coleta seletiva.

É importante salientar que a implantação e os custos envolvidos na prestação de

serviço de coleta seletiva são alguns dos empecilhos para adoção em vários municípios do

país, uma vez que, a coleta convencional apresenta um valor 4,5 vezes menor que o valor da

coleta seletiva conforme CEMPRE (2012), cabe ressaltar que a implantação engloba aspectos

ambientais e sociais, de planejamento urbano e de cidadania.

Considerando todo o exposto, elaborou-se a Figura 13, que mapeia a situação da

coleta seletiva no Polo 08 – Região Sudoeste.

Figura 12 – Veículo que realiza a coleta seletiva em Jardim/MS.

(42)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

CAP 4 – RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES, COMERCIAIS E DE PRESTADORES DE SERVIÇOS (RSDC)

42

Figura 13 – Situação da coleta seletiva dos Resíduos Sólidos Domiciliares, Comerciais e de Prestadores de Serviços.

Fonte: Elaborado pelos autores.

4.4 TRIAGEM, COMPOSTAGEM E RECICLAGEM DOS RSDC

Define-se triagem, compostagem e reciclagem como formas de procedimentos

(43)

um sistema de segregação dos RSDC, seja pela iniciativa de cada cidadão, pela coleta

seletiva ou nas unidades de triagem de resíduos, traz benefícios ao meio ambiente, reduzindo

a carga de material disposto nos vazadouros a céu aberto e em aterros sanitários, além de

possibilitar a geração de renda às pessoas que dependem da segregação desses resíduos

para sobrevier, proporcionando uma melhor qualidade de vida.

Para que haja um tratamento eficiente são necessários estudos preliminares dos

municípios, determinando características que interferem na produção de resíduos. Uma das

principais características é a composição gravimétrica, que consiste nos quantitativos

percentuais dos componentes dos resíduos gerados para cada município.

A fim de destacar os possíveis dados quantitativos dos resíduos secos passíveis de

reciclagem gerados no Polo 08 foram utilizados os dados de composição gravimétrica para

diagnosticar o potencial de geração diária de resíduos recicláveis (ver subcapítulo 4.2). Neste

sentido destaca-se o município de Jardim/MS com 2.515,62 toneladas anuais de resíduos

potencialmente recicláveis. Já para o município de Bela Vista/MS, por não possuir dados

quantitativos de composição gravimétrica em seu PMSB, foram adotados os dados do

município de Jardim por apresentarem características semelhantes, além de estarem em

mesma região. Com isso a estimativa de materiais passíveis de reciclagem para Bela Vista foi

de 912,79 toneladas diárias (Tabela 2).

Tabela 2 – Estimativa da geração de resíduos recicláveis e passíveis de reciclagem para o Polo 08 – Região Sudoeste. Municípios Quantidade de RSDC (t/ano) Potencial da Geração de materiais recicláveis (t/ano) Percentual Estimado de recuperação dos

recicláveis (%)(1)

Estimativa da destinação de

materiais recicláveis à reciclagem (t/ano) Bela Vista 2.920,00 912,79 3,00% 27,38

Bodoquena 1.887,05 595,93 1,00% 5,96

Bonito 4.526,00 1.651,08 10,00% 165,11

Caracol 664,30 253,03 1,00% 2,53

Guia Lopes da Laguna 3.266,75 829,43 1,00% 8,29

Jardim 8.048,25 2.515,88 3,00% 75,48

Nioaque 1.441,75 509,23 3,00% 15,28

Porto Murtinho 3.584,30 976,00 1,50% 14,64

Total 26.338,40 8.243,37 - 314,67 Fonte: A partir de informações do CIDEMA (2013), Bela Vista (2013), Jardim (2014), Nioaque (2012) e IPEA (2008). Nota(1): Percentual estimando no CIDEMA (2013).

A partir das estimativas apresentadas, verifica-se que Bonito e Jardim/MS geram os

maiores quantitativos de materiais recicláveis que, se corretamente gerenciados, serão

encaminhados para reciclagem. Neste sentido, no que tange as unidades de triagem de

(44)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

CAP 4 – RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES, COMERCIAIS E DE PRESTADORES DE SERVIÇOS (RSDC)

44

funcionamento, com as respectivas associações e cooperativa de catadores

respectivamente responsáveis pela operação das atividades das UTRs implantadas.

Destaca-se que o município de Guia Lopes da Laguna apreDestaca-senta também uma UTR em

funcionamento, sendo administrada por uma empresa particular, entretanto devido à falta

de estrutura existente, apenas um funcionário trabalha conforme a demanda.

O municio de Bodoquena/MS não apresenta estrutura para triagem do resíduos,

entretanto conforme diagnóstico do PIGIRS-CIDEMA, existe um local da Prefeitura Municipal

para instalação de uma futura Usina de Triagem de Resíduos. A mesma encontra-se dentro

do perímetro urbano com apenas um galpão e cercamento.

Em Bonito os resíduos que chegam a UTR são oriundos da coleta seletiva municipal,

promovendo a socialização e melhores condições de trabalho aos catadores de materiais

recicláveis e através de catadores informais

que realizam a separação dos resíduos no

lixão municipal, posteriormente vendendo

para a cooperativa de catadores. Em

Jardim/MS (Figura 14) esta unidade está

inserida em uma área contigua ao atual

vazadouro a céu aberto (lixão), onde a

cooperativa de catadores realiza a

separação dos resíduos no próprio lixão,

utilizando a estrutura da UTR somente para o

enfardamento e o armazenamento dos

resíduos recicláveis, tal estrutura é

administrada por uma empresa terceirizada.

No município de Bela Vista/MS existe a estrutura para abrigar uma UTR localizada na

área do vazadouro a céu aberto (lixão) municipal, porém a estrutura encontra-se desativada

conforme seu PMSB, servindo somente como Galpão de Triagem para armazenamento do

material já prensado. Contudo, na maioria dos municípios do Polo 08 ocorre uma triagem

informal e reaproveitamento dos materiais recicláveis, realizado por catadores informais que

posteriormente realizam a comercialização deste material.

Neste sentido, um dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal

nº 12.305/2010) previsto em seu Art. 8º inciso IV é o incentivo para criação e desenvolvimento

de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e

recicláveis. Entretanto, apenas os municípios de Bonito e Jardim contam com tais

cooperativas/associações formalizadas.

Em Bonito/MS possui a Associação Recicla Bonito, a qual é responsável pela operação

da Unidade de Triagem do município em parceria com a Prefeitura Municipal em uma

cooperação informal. O município de Jardim /MS existe uma Cooperativa de Catadores, que Figura 14 – Estrutura física da UTR localizada em Jardim/MS.

(45)

realiza a triagem, entretanto conforme diagnóstico do PMSB muitos trabalhadores foram

embora, tornando escassa a mão de obra.

No intuito de identificar a existência de triagem, características das estruturas de

triagem dos municípios, tais como a presença de galpão, prensa, esteira, mesa separadora,

baias para acondicionamento e rampa para descarte de resíduos, foi elaborado o Quadro

5.

Quadro 5 – Existência de triagem, característica das estruturas de triagem e estruturas presentes em cada uma para os municípios do Polo 08.

Municípios Existência de Triagem

Característica da Estrutura de Triagem Estruturas Presentes G al o P rens a Es teir a M es a Baia s Ramp a

Bela Vista(1) Sim GT em operação

Bodoquena Sim GT – abandoando

Bonito Sim UTR – em operação

Caracol Sim Não Possui

Guia Lopes da Laguna Sim UTR – em operação

Jardim Sim UTR – em operação

Nioaque Sim Não Possui

Porto Murtinho Sim Não Possui

Fonte: a partir de informações de vistoria técnica in loco e respectivos Planos nos municípios do Polo 08 – Região Sudoeste.

Legenda

Estrutura em condições de uso

Estrutura em péssimas condições de uso UTR – Unidade de Triagem de Resíduos Sólidos GT – Galpão de Triagem

Nota(1): Não foi informado no PMSB de Bela Vista/MS as estruturas existentes e condições para triagem, sendo

utilizados apenas os registro fotográficos.

Quando à recuperação de materiais compostáveis é praticamente inexistente nos

municípios do Polo 08, apesar da grande maioria dos levantamentos gravimétricos realizados

apontarem para percentuais superiores a 50% da geração do total. Tais resíduos orgânicos

são passíveis de reaproveitamento seja por meio de processos de compostagem ou

utilizando-se biodigestor com reaproveitamento do biogás, seja por outras formas de

reutilização desta fração dos resíduos, assim atendendo ao Art. 4º inciso II da Política Nacional

sobre Mudança do Clima (PNMC), que visa à redução das emissões antrópicas de gases de

efeito estufa em relação às suas diferentes fontes. Atualmente esses resíduos são dispostos

diretamente nos locais de disposição final de RSDC, incorrendo na redução da vida útil destas

localidades.

Uma possibilidade para a recuperação destes materiais é através de Unidades de

Compostagem, neste sentido os municípios de Bonito (Figura 15 – Unidade de Compostagem

desativada localizada no município de Bonito/MS.) e de Jardim/MS, contam com

(46)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

CAP 4 – RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES, COMERCIAIS E DE PRESTADORES DE SERVIÇOS (RSDC)

46

Figura 15 – Unidade de Compostagem desativada localizada no município de Bonito/MS. Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2013.

A partir dos dados apresentados referentes as Unidades de Triagem e Unidades de

Compostagem fora elaborada a Figura 16, na qual são apresentadas ilustrativamente as

(47)

Figura 16 – Situação da triagem, reciclagem e compostagem dos RSDC. Fonte: Elaborado pelos autores.

Quanto à comercialização dos materiais segregados (Figura 17), a capital do Estado

de Mato Grosso do Sul configura-se como o principal destino para os materiais recicláveis

comercializados pelos municípios integrantes ao Polo 08 – Região Sudoeste recebendo cargas

(48)

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

CAP 4 – RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES, COMERCIAIS E DE PRESTADORES DE SERVIÇOS (RSDC)

48

recebe dos demais municípios integrantes do Polo 08, principalmente, os metais em geral e

ferro. Ademais, em menor quantidade, há comercialização de materiais recicláveis para os

municípios de Ponta Porã e Jardim.

Ressalta-se que nos municípios do Polo 08 as ações referentes ao manejo dos resíduos

recicláveis são apenas de triagem (segregação dos materiais) e enfardamento, portanto não

existem mecanismos de reciclagem propriamente ditos, pois segundo a Resolução CONAMA

n.º 307/2002 este processo consiste na transformação dos materiais recicláveis.

Referências

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