• Nenhum resultado encontrado

Uso culinário de óleos e gorduras fontes de ácidos graxos saturados e perfil lipídico: revisão sistemática / Cooking use of oils and fats sources of saturated fatty acids and lipid profile: systematic review

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2020

Share "Uso culinário de óleos e gorduras fontes de ácidos graxos saturados e perfil lipídico: revisão sistemática / Cooking use of oils and fats sources of saturated fatty acids and lipid profile: systematic review"

Copied!
26
0
0

Texto

(1)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761

Uso culinário de óleos e gorduras fontes de ácidos graxos saturados e

perfil lipídico: revisão sistemática

Cooking use of oils and fats sources of saturated fatty acids and lipid

profile: systematic review

DOI:10.34117/bjdv5n10-074

Recebimento dos originais: 10/09/2019 Aceitação para publicação: 07/10/2019

Camila Kümmel Duarte

Doutora em Endocrinologia pela Universidade Federal Rio Grande do Sul Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais

Endereço: Av. Professor Alfredo Balena, 190 - Santa Efigênia, CEP 30130-100, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

E-mail: camila.kummel@gmail.com

Marcela Pacífico Mendes Queiroz

Nutricionista pela Universidade Federal de Minas Gerais Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais

Endereço: Av. Professor Alfredo Balena, 190 - Santa Efigênia, CEP 30130-100, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

E-mail: marcela-pacifico@hotmail.com

Rachel Linces Starling Lopes

Nutricionista pela Universidade Federal de Minas Gerais Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais

Endereço: Av. Professor Alfredo Balena, 190 - Santa Efigênia, CEP 30130-100, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

E-mail: linces_rachel@hotmail.com

Márcio Leandro Ribeiro de Souza

Doutor em Saúde do Adulto pela Universidade Federal de Minas Gerais Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais

Endereço: Av. Professor Alfredo Balena, 190 - Santa Efigênia, CEP 30130-100, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

E-mail: marcionutricionista@yahoo.com.br

RESUMO

Introdução e Objetivos: Tendo em vista a busca crescente da população por uma alimentação

mais saudável, a presente revisão sistemática visa analisar estudos que avaliaram os efeitos do uso culinário do óleo de coco, óleo de palma, manteiga ghee e banha de porco sobre o perfil lipídico de adultos.

Métodos: A busca pelos artigos foi realizada nas seguintes bases de dados: Medline (PubMed),

Embase e Scientific Eletronic Library Online (SciELO). Foram considerados elegíveis estudos observacionais e de intervenção que responderam ao objetivo. Dois autores selecionaram e extraíram os dados dos estudos de modo independente.

(2)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761 Resultados: Um total de 763 citações foram encontradas pela busca sistemática. Destas, 34

estudos foram selecionados para a revisão sistemática. Estudos sugerem que a ghee pode melhorar o perfil lipídico, reduzindo CT, LDL-c e TG e elevando HDL-c. O óleo de coco parece elevar HDL-c, em contrapartida, também eleva LDL-c quando comparado a outras fontes de ácidos graxos (AG) saturados. Diferentes resultados foram observados com o consumo de óleo de palma, a depender do comparador. A banha de porco parece ser prejudicial ao perfil lipídico, por elevar LDL-c e TG, e reduzir HDL-c nas comparações com outras fontes de AG saturados e fontes de AG insaturados, respectivamente.

Conclusões: Os estudos mostram que os efeitos de óleos e gorduras fontes de gorduras

saturadas no perfil lipídico ainda são muito controversos, sendo necessário, ao analisá-las, levar em conta quais frações lipídicas alteradas, a quantidade de gordura a ser consumida e hábitos de vida saudáveis.

Palavras-chave: óleo de coco; banha; ghee; óleo de palma; perfil lipídico; revisão sistemática. ABSTRACT

Background and Objectives: The population is increasing search for healthier diets and healthier choices to use in culinary preparations. Thus, this systematic review aimed to analyze studies evaluating the effects of cooking use of coconut oil, palm oil, ghee butter and lard on lipid profile in adults.

Methods: Papers were searched in the following databases: Medline (PubMed), Embase and Scientific Electronic Library Online (SciELO). Observational and intervention studies that met the objective were considered eligible. Two authors independently selected and extracted study data.

Results: A total of 763 citations were found by systematic search. Of these, 34 studies were selected for the systematic review. Studies suggest that ghee can improve lipid profile by reducing TC, LDL-c and TG and raising HDL-c. Coconut oil appears to raise HDL-c, in contrast, it also raises LDL-c when compared to other sources of saturated fatty acids (FA). Different results were observed with palm oil consumption, depending on the comparator. Lard seems to be detrimental to the lipid profile by elevating LDL-c and TG, and reducing HDL-c compared to other sources of saturated FA and unsaturated FA, respectively.

Conclusions: Studies show that the effects of oils and fats sources of saturated fats on the lipid profile are still very controversial. It is necessary, when analyzing them, to take into account which altered lipid fractions, the amount of fat to be consumed and the dietary and life habits. Keywords: coconut oil; lard; ghee; palm oil; lipid profile; systematic review.

1. INTRODUÇÃO

A dislipidemia é caracterizada por alterações dos níveis séricos de lipídeos, tendo, como consequência, o acarretamento de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, como aterosclerose, infarto agudo do miocárdio, doença isquêmica do coração e acidente vascular cerebral (AVC)1. Assim, é essencial o estudo de fatores que aumentem ou reduzam o risco de alterações lipídicas.

As diretrizes atuais para tratamento de dislipidemias recomendam moderar o consumo de gorduras saturadas, dando preferência para o consumo de gorduras insaturadas e exclusão das

(3)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761

gorduras trans2. Apesar das gorduras saturadas apresentarem funções biologicamente importantes, estudos comprovam que o consumo excessivo está relacionado a efeitos deletérios, tanto sob o ponto de vista metabólico3 quanto cardiovascular4,5, pelo fato de provocar elevação nos níveis de colesterol plasmático6 e por sua ação pró-inflamatória no organismo7. Ao mesmo tempo, diversos estudos comprovam os benefícios trazidos pela substituição da gordura saturada pela insaturada. Uma metanálise8 de ensaios clínicos randomizados publicada em 2015, com aproximadamente 59 mil indivíduos, reafirmou que a substituição parcial de ácidos graxos saturados (AGS) por ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs), por mais de dois anos, reduziu em 17% o risco de eventos cardiovasculares. Um importante estudo epidemiológico9 avaliou as dietas das populações de 20 países e mostrou que, naqueles com alto consumo de óleos tropicais, como óleo de palma e óleo de coco, a mortalidade por doença coronariana foi associada não apenas à alta ingestão de AGS como também ao baixo consumo de PUFAs da série ômega 69.

Recentemente, a agência Euromonitor International indicou que 79% das pessoas substituem alimentos “convencionais” por versões consideradas mais nutritivas10. Tal procura por alimentos mais nutritivos e naturais em detrimentos dos tradicionais e refinados, englobou as gorduras saturadas em fontes alimentares menos processadas. O “óleo de palma” ou azeite de dendê apresenta cerca de 80% da produção destinada à indústria alimentícia, servindo de matéria prima para produtos ultraprocessados11. Devido à alta concentração de AGS e proporção de ácido mono e poli-insaturados, o óleo de palma apresenta uma boa estabilidade térmica sendo utilizado para culinária. O “óleo de coco” é composto basicamente pelos ácidos graxos saturados de cadeia média (AGSCM), que correspondem a 60% de sua composição12 e vem se destacando no mercado como um possível coadjuvante no tratamento da obesidade.

Outra gordura que tem ganhado espaço no meio culinário é a “banha de porco”. Estudos comprovam que a banha apresenta teor de PUFAs maior que o de saturados, tendo sido detectados os seguintes ácidos graxos em maior proporção: palmítico, esteárico, palmitoleico, oleico e linoleico13. Outra gordura com consumo ascendente é a “ghee”, também conhecida como manteiga clarificada ou manteiga ghee. Tem sido muito utilizada há milhares de anos na fitoterapia, estética, culinária e pela cultura indiana e medicina Ayurvédica. A ghee é um óleo puro, sem toxinas, sal e lactose, extraída da manteiga14.

Dado esse contexto, o presente trabalho foi desenvolvido por meio de uma revisão sistemática da literatura, tendo por objetivo investigar os efeitos do uso culinário desses quatro tipos de gorduras não convencionais no perfil de lipídeos séricos, elucidando seus possíveis malefícios e benefícios para a saúde cardiovascular.

(4)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761 2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 REGISTRO E PROTOCOLO

O protocolo desta revisão foi registrado na base International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) sob o número CRD42018103786.

2.2 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE

Foram considerados elegíveis estudos observacionais e de intervenção que avaliaram o efeito da ingestão de diferentes óleos e gorduras (óleo de coco, óleo de palma, manteiga ghee e/ou banha de porco) no perfil lipídico sérico de adultos, incluindo colesterol total (CT), triglicérides (TG), lipoproteína de alta densidade (HDL-c), lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) e lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL-c). Os estudos selecionados atenderam aos critérios de elegibilidade, incluindo avaliar o uso culinário dos óleos e gorduras que estivessem disponíveis para compra em unidades comerciais e, por isso, foram excluídos aqueles que ofereceram os óleos modificados ou em forma de suplemento, cápsulas ou fórmulas. Não foram aplicados limites da data, idioma, local de coleta das informações, condições específicas de saúde ou status de publicação. Foram excluídos: cartas, editoriais, artigos de revisão da literatura, revisão sistemática ou metanálise, assim como trabalhos com crianças ou adolescentes.

2.3 ESTRATÉGIA DE BUSCA

A busca pelos artigos foi realizada em maio de 2018 nas seguintes bases de dados: Medline (PubMed), Embase e Scientific Eletronic Library Online (SciELO). A estratégia de busca para o Medline (via PubMed) está presente no Apêndice 1 e foi adaptada para as outras bases de dados. Adicionalmente, foram examinadas as listas de referências bibliográficas dos estudos relevantes a fim de identificar aqueles potencialmente elegíveis.

2.4 SELEÇÃO DOS ESTUDOS E EXTRAÇÃO DOS DADOS

De acordo com os critérios de elegibilidade, os autores RL e MP selecionaram os estudos de modo independente em duas etapas: inicialmente avaliando o título e o resumo e, posteriormente, realizando a leitura do texto completo. Discordâncias foram resolvidas por um terceiro autor (CKD). Para a extração dos dados, elaborou-se uma planilha eletrônica na qual foram registradas informações sobre: autores, data do estudo, delineamento, população estudada, faixa etária, tipo e tamanho da amostra, uso de hipolipemiantes, tipo e quantidade

(5)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761

ofertada de gordura estudada, tempo de seguimento do estudo, resultados obtidos e conclusão. O processo de extração de dados foi realizado por dois autores de forma independente.

3. RESULTADOS

Um total de 763 citações foram encontradas pela busca sistemática. Destas, 34 estudos foram selecionados para a revisão sistemática (Figura 1). Vinte e nove (85,3%) estudos eram Ensaios Clínicos Randomizados (ECR), dois eram Ensaios Clínicos Não-Randomizados (ECNR) e os outros três eram Estudos Observacionais. Dentre os ECR, três analisaram efeitos do consumo de óleos sobre os lipídeos séricos no período pós-prandial.

Ao todo, 13 estudos (38,2%) utilizaram como intervenção apenas o óleo de coco (extra virgem ou não), 10 (29,4%) usaram o óleo de palma (refinado branqueado e desodorizado ou não, ou oleína de palma ou oleína de palma vermelha), quatro (11,8%) realizaram intervenções apenas com a ghee e dois estudos (5,9%) avaliaram intervenções com banha de porco. Outros cinco estudos (14,7%) avaliaram o efeito no perfil lipídico de mais de uma dessas gorduras simultaneamente, sendo considerados estudos mistos, conforme as tabelas 1, 2, 3, 4 e 5.

A quantidade de óleo ou gordura ofertada apresentou grande variação entre os estudos, desde 30 até 500 mL. Em alguns trabalhos, ainda, a quantidade de gordura oferecida teve como base o valor energético total da dieta, variando de 10 até 75% do valor calórico diário.

3.1 ÓLEO DE PALMA

Ao todo, 15 estudos avaliaram intervenções com óleos de palma comparados a outros óleos fonte de gorduras saturadas e/ou insaturadas (como óleos de soja, girassol, milho, cártamo, amendoim, gergelim, mostarda, de farelo de arroz e o azeite de oliva), sendo que, em cinco estudos, o óleo de palma foi comparado simultaneamente a outros óleos e gorduras de interesse nesta revisão.

Nestes estudos, a maior parte dos indivíduos não possuía doenças de base que pudessem alterar os lipídeos séricos e, em apenas um estudo15, os sujeitos estudados faziam uso de

medicamentos hipolipemiantes. Em comparação às gorduras insaturadas, o óleo de palma parece ter um efeito neutro em relação ao perfil lipídico16–18, ou de aumento de LDL-c e CT15,19– 21.

Em estudo que comparou simultaneamente óleos de palma e óleo de coco, foi demonstrado que a substituição de óleo de coco por oleína de palma na dieta reduz CT, LDL-c, HDL-c e relação LDL-c/HDL-c, e não altera os TG22 ou reduz apenas em homens23. Algumas evidências

(6)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761

sugerem que o consumo de óleos de palma aumenta TG pós-prandial24 e reduz CT, LDL-c,

relação CT/HDL-c e CT/LDL-C, quando comparado à banha de porco25.

3.2 ÓLEO DE COCO

No total, 16 estudos avaliaram intervenções com óleo de coco comparado a outros óleos fonte de gorduras saturadas e/ou insaturadas, como manteiga, óleo de soja, de cártamo, de canola, de girassol, de amendoim, de gergelim, de mostarda, de milho e azeite de oliva. Em geral, as intervenções mostraram que a inclusão de óleo de coco na dieta parece aumentar as concentrações séricas de CT e HDL-c. Porém, nos estudos em que os indivíduos estudados apresentavam doença de base26–32 e faziam uso de estatinas26–30, os efeitos de aumento no CT e

no LDL-c não foram observados, uma vez que as estatinas apresentam como efeito a redução desses parâmetros. Feranil e colaboradores33 evidenciaram que, em mulheres filipinas na

pré-menopausa, o consumo de óleo de coco aumenta os valores de CT devido ao aumento no HDL-c, entretanto, nenhum efeito foi observado sobre LDL-c e TG.

Em três desses artigos22,23,34, o óleo de coco foi comparado a outros óleos e gorduras de

interesse nesta revisão. Em estudos que compararam o óleo de coco ao óleo de palma ou oleína de palma, o óleo de coco manteve ou aumentou os níveis de HDL-c e aumentou também os níveis de CT, TG e LDL-c.

3.3 MANTEIGA GHEE

Ao todo, cinco estudos analisaram intervenções com a manteiga ghee comparada a outros óleos. Os estudos35,36 que compararam ghee com óleos hidrogenados e não hidrogenados,

mostraram que a ghee provocou redução dos TG. Em relação ao óleo de mostarda, a ghee demonstrou aumento nos níveis séricos de HDL-c e redução de TG, CT, LDL-c, VLDL-c e das relações CT/HDL-c e LDL-c/HDL-c ou não teve resultados estatisticamente significativos37,38.

Outro estudo34 comparou a manteiga ghee junto ao óleo de coco e de palma a outros óleos

(óleo de soja, gergelim, mostarda e girassol) e foi demonstrado que todos exibiram atividades hipolipidêmicas, mas entre eles não houve diferenças significativas no perfil lipídico. Todos os sujeitos estudados eram livres de doenças de base que pudessem provocar alterações no perfil lipídico e sem uso de medicamentos hipolipemiantes.

3.4 BANHA DE PORCO

No total, quatro estudos avaliaram o efeito de intervenções com banha de porco no perfil lipídico. Em três estudos25,39,40, os indivíduos portavam algum tipo de doença de base que

(7)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761

poderia alterar o perfil lipídico, mas nenhum dos sujeitos fazia uso de medicamentos hipolipemiantes.

Em comparação às gorduras insaturadas, os artigos identificados observaram que a banha de porco eleva LDL-c em indivíduos saudáveis e com hiperlipoproteinemia tipo ll, em relação ao óleo de cártamo39 e provoca aumento nos níveis pós-prandiais de TG, CT e LDL-c, enquanto

diminui os de HDL-c, em relação ao óleo de peixe40.

Em comparação aos óleos de interesse na revisão, dois estudos compararam a banha de porco a óleos de palma e demonstraram diminuição de TG pós-prandial24 (Teng et al. 2011) e

aumento de CT e LDL-c25.

4. DISCUSSÃO

Os resultados encontrados por esta revisão sistemática indicaram que as diferentes fontes de AGS exercem um papel diferente sobre o perfil lipídico. Os poucos estudos encontrados sobre a ghee sugerem efeito benéfico sobre o perfil lipídico, reduzindo CT, LDL-c e TG e elevando HDL-c, nas comparações com outros óleos e gorduras saturados e insaturados. O óleo de coco parece ter o benefício de elevar HDL-c, em contrapartida, também eleva LDL quando comparado a outras fontes de AGS. Diferentes resultados foram observados com o consumo de óleo de palma a depender do comparador. Dentre as fontes de AGS, o óleo de palma parece trazer benefícios para o controle de CT e LDL-c. A escassa literatura encontrada sugere efeito deletério ao perfil lipídico com o consumo de banha de porco, por elevar LDL-c e TG, e reduzir HDL-c nas comparações com fontes de AGS e fontes de AG insaturado, respectivamente.

Nesta revisão observamos que o aumento do CT pode acontecer com o consumo, principalmente de óleo de coco e banha de porco. O aumento das concentrações séricas de CT foi demonstrado em estudo41 que comparou a ingestão de óleo de coco ao azeite de oliva e em

outro estudo42 que o comparou ao óleo de cártamo, ambos fonte de gorduras insaturadas. O óleo

de coco por conter mais AGS tem o maior impacto sobre o aumento do CT e, dessa forma, pode oferecer risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares43. Entretanto, a composição

dos óleos fontes de AGS são diferentes e assim encontramos diferentes resultados na literatura. Em dois estudos22,23, a ingestão de óleo de coco aumentou CT quando comparado à oleína de

palma e em um estudo23 houve aumento de LDL-c. O óleo de palma é composto por 50% de

gordura saturada44 e os principais AGS presentes são o ácido palmítico e o ácido esteárico45. Já

o óleo de coco é composto por elevado teor de AGS (cerca de 92%)46, sendo os principais

(8)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761

ser o fator diferencial para o melhor efeito da oleína de palma, principalmente pela presença de ácido oleico47.

O óleo de coco parece ter benefícios em vários aspectos da saúde, porém, para a dislipidemia, seu maior benefício é o aumento de HDL. Por ser uma importante fonte natural de ácido láurico, AGS de cadeia média, resulta em perfil lipídico mais favorável do que uma gordura sólida rica em ácidos graxos trans48,49. Em relação às demais frações de AGS,

especialmente ácido mirístico e palmítico, o ácido láurico apresenta maior poder em elevar HDL-c, porém também eleva LDL-c50. Evidências indicam que concentrações normais de

HDL-c estão associadas a um menor risco de infarto não letal51, enquanto as baixas

concentrações são fortes preditores de infarto52. Em relação ao percentual de ácido láurico, o

óleo de coco apresenta aproximadamente 50%46, enquanto o óleo de palma possui menos de

0,4%45. Já a manteiga ghee contém aproximadamente 2,95%53 e a banha de porco possui apenas

0,19%13.

Os AGS da dieta associam-se a elevação dos TG séricos, via lipogênese hepática com aumento de VLDL-c54. A presente revisão confirma que a banha de porco causa elevação nos

níveis de TG quando comparada às fontes de gordura insaturadas, como óleos de peixe, de cártamo, de soja, de amendoim e azeite de oliva. A hipertrigliceridemia é fator de risco independente para doenças cardiovasculares, em especial a Doença Arterial Coronariana55.

Paralelamente, existem dúvidas se a diminuição dos TG reduz também o risco cardiovascular. Embora os TG sejam comumente dosados em jejum, estudos mostraram que valores dosados em período pós-prandial estão associados ao maior risco de eventos cardiovasculares, incluindo AVC isquêmico56–58.

As evidências apresentadas nesta revisão mostram que a banha de porco não só aumenta CT, LDL-c, como também o TG e reduz o HDL-c. Isso pode ser explicado pelos principais AGS que a compõem: 28% de ácido palmítico e 12% de ácido esteárico59–61, ambos ácidos

graxos de cadeia longa. Ao contrário dos ácidos graxos de cadeia média, os ácidos graxos de cadeia longa participam do ciclo de biossíntese de colesterol62. Estudos metabólicos e

epidemiológicos demonstraram que o ácido palmítico (principal componente do óleo de palma) eleva a concentração plasmática de CT e de LDL-c, quando comparado à gordura poli-insaturada6,63–65, o que é confirmado através de quatro estudos analisados na presente

revisão15,19–21.

Por outro lado, a banha de porco é composta em grande parte pelo ácido oléico que está associado a redução dos níveis de colesterol LDL-c e pelo AGS esteárico, que seria neutro sobre

(9)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761

os níveis de CT no sangue. Apesar desse perfil de AG, a banha de porco é rica em AG trans e induzem aumento na razão LDL-c/HDL-c66.

Apesar da ghee ser uma fonte de gordura saturada em 65% dos seus lipídios, outros 32% de sua composição são de ácidos graxos monoinsaturados (MUFAs)67 e cerca de 3 a 6% de

PUFAs68 e essa quantidade considerável de MUFAs, principalmente de ácido oleico, presente

na ghee pode neutralizar os possíveis efeitos adversos dos AGS69, aumentando o HDL-c70,71.

Nesta revisão observamos que a manteiga ghee não levou a piora do perfil lipídico, podendo até elevar HDL-c, quando comparada a outras fontes de gorduras. Além disso, o ácido oleico presente nesta gordura é capaz de proteger as partículas de LDL-c da oxidação e prevenir a aterosclerose72,73. Em sua composição também está presente o ácido butírico, ácido graxo de

cadeia curta (AGCC). Os AGCC são absorvidos pela circulação portal do intestino sem ressíntese de TG, ou seja, atuam como fonte imediata de energia, sem a formação de tecido adiposo74,75. O efeito hipocolesterolêmico da ghee também pode ser devido ao aumento da

excreção de constituintes biliares, uma vez que o colesterol e seus metabólitos são excretados principalmente na bile76.

Apesar disso, até o momento são escassas as publicações que analisam ghee e banha de porco sob o perfil lipídico e não estão totalmente elucidados os seus efeitos, existindo controvérsias e dificultando comparações entre essas gorduras. Portanto, mais estudos de intervenção são necessários.

Em alguns estudos o uso de estatinas pelos sujeitos estudados pode ter mascarado, ou influenciado os resultados dos efeitos dos óleos ingeridos sobre o perfil lipídico. É sabido que a ação das estatinas é capaz de influenciar o conjunto das lipoproteínas circulantes no sangue, que interagem com o receptor de LDL (como as LDL-c, VLDL-c e os remanescentes de quilomícrons). As estatinas reduzem os TG tanto quanto reduzem o LDL-c e podem provocar leve aumento nos níveis de HDL-c77. Os estudos de Clifton e colaboradores78 e de Cobb e

colaboradores79 relatam que os efeitos redutores de colesterol da lovastatina e sinvastatina

foram ligeiramente maiores em pacientes após uma dieta hiperlipídica em comparação com uma dieta com baixo teor de gordura, o que também poderia ser explicado pelo aumento da biodisponibilidade desses agentes.

Além disso, é válido ressaltar que fatores ambientais como o nível de atividade física dos indivíduos, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, entre outros, também podem influenciar nos níveis de lipoproteínas do sangue e, portanto, são aspectos que também devem ser considerados nas populações estudadas.

(10)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761

Este estudo apresenta algumas limitações, dentre as quais citamos a heterogeneidade clínica da população estudada, como estado nutricional, tipo de alimentação (vegetarianismo, por exemplo), climatério, presença de doenças de base, diferenças de cultura e hábitos alimentares, além de tempo de seguimento de cada intervenção e comparadores distintos. Entretanto, não foram definidos limites de data ou delineamento para a busca a fim de encontrar o maior número de estudos abordando a temática e assim poder comparar os trabalhos mais semelhantes. Alguns estudos apresentam amostras pequenas, com características específicas ou apenas de um sexo e, por isso, é preciso cautela ao extrapolar e generalizar os resultados para uma população maior. Além disso, determinados estudos não tinham intervenções controladas e analisaram pacientes sem dieta controlada, o que pode gerar mudanças induzidas pela dieta nos níveis de colesterol sanguíneo, que não foram detectadas pelos recordatórios alimentares.

Mesmo com essas limitações, a presente revisão sistemática da literatura apresenta pontos fortes, como a realização de metodologia criteriosa e sensível, segundo as diretrizes estabelecidas pelo PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) e pela COCHRANE Library; a busca feita aos pares, com resolução de discordância por terceiro autor; abrangente na literatura, incluindo três diferentes bases de dados eletrônicas (PubMed, Scielo e Embase) e seleção de grande número de estudos, sendo estes realizados em humanos e em sua maioria ECR. Além disso, 50% dos estudos elegíveis analisaram intervenções por períodos de 12 semanas ou mais, tempo mínimo necessário para que ocorram alterações no perfil lipídico80.

5. CONCLUSÕES

Diante dos achados da presente revisão sistemática, pode-se concluir que os efeitos do uso culinário dos óleos estudados no perfil lipídico de adultos ainda são muito controversos e não estão esclarecidos. Por isso, são necessários estudos clínicos randomizados maiores e com melhor qualidade metodológica, que avaliem a médio e a longo prazo os potenciais efeitos no perfil lipídico da introdução desses óleos na dieta em humanos e que levem em conta quais frações lipídicas estão alteradas, a quantidade de gordura a ser consumida e se estão acompanhados ou não de hábitos de vida saudáveis.

5.1 DECLARATIONS OF INTEREST: none

5.2 FUNDING SOURCE: This research did not receive any specific grant from funding agencies in the public, commercial, or not-for-profit sectors.

(11)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761 REFERÊNCIAS

Yusuf S, Hawken S, Ounpuu S, Dans T, Avezum A, Lanas F et al. Effect of potentially modifiable risk factors associated with myocardial infarction in 52 countries (the INTERHEART study): case-control study. Lancet. 2014;364(9438):937-52. doi: 10.1016/S0140-6736(04)17018-9

European Association for Cardiovascular Prevention & Rehabilitation, Reiner Z, Catapano AL, De Backer G, Graham I, Taskinen MR et al. ESC/EAS Guidelines for the management of dyslipidaemias: the Task Force for the management of dyslipidaemias of the European Society of Cardiology (ESC) and the European Atherosclerosis Society (EAS). Eur Heart J. 2011;32(14):1769-818. doi: 10.1093/eurheartj/ehr158

Haag M, Dippenaar NG. Dietary fats, fatty acids and insulin resistance: short review of a multifaceted connection. Med Sci Monit. 2005;11(12):RA359-367.

Tanasescu M, Cho E, Manson JE, Hu FB. Dietary fat and cholesterol and the risk of cardiovascular disease among women with type 2 diabetes. Am J Clin Nutr. 2004;79(6): 999-1005. doi: 10.1093/ajcn/79.6.999

Astrup A, Dyeberg J, Elwood P, Hermansen K, Hu FB, Jakobsen UM et al. The role of reducing intakes of saturated fat in the prevention of cardiovascular disease: where does the evidence stand in 2010? Am J Clin Nutr. 2011;93(4):684-8. doi: 10.3945/ajcn.110.004622

Nicolosi RJ, Stucchi AF, Kowala MC, Hennessy LK, Hegsted DM, Schaefer EJ. Effect of dietary fat saturation and cholesterol on LDL composition and metabolism. In vivo studies of receptor and nonreceptor-mediated catabolism of LDL in cebus monkeys. Arteriosclerosis.

1990;10(1):119-28.

de Lima-Salgado TM, Alba-Loureiro TC, do Nascimento CS, Nunes MT, Curi R.

Molecular mechanisms by which saturated fatty acids modulate TNF-α expression in mouse macrophage lineage. Cell Biochem Biophys. 2011;59(2):89-97. doi: 10.1007/s12013-010-9117-9

Hooper L, Martin N, Abdelhamid A, Davey Smith G. Reduction in saturated fat intake for cardiovascular disease. Cochrane Database Syst Rev. 2015;(6):CD011737. doi: 10.1002/14651858.CD011737

Food and Agriculture Organization, World Health Organization. Ann Nutr Metab. 2009;91:502-9.

Relatório Tendências Mundiais de Alimentação e Bebidas 2018. Available at <https://downloads.mintel.com/private/9pRqD/files/650337/> [accessed 15 maio 2018].

(12)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761

Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma (ABRAPALMA). Óleo da palma no dia a dia (2011). Available at <http://www.abrapalma.org/pt/a-palma-no-brasil-e-no-mundo/> [accessed 22 maio 2018].

Bhatnagar AS, Prasanth Kumar PK, Hemavathy J, Gopala Krishna AG. Fatty acid composition, oxidative stability, and radical scavenging activity of vegetable oil blends with coconut oil. Journal of the American Oil Chemists’ Society. 2009;86(10):991-999. doi: 10.1007/s11746-009-1435-y

Fonseca H, Gutierrez LE. Composição em ácidos graxos de óleos vegetais e gorduras animais. An. Esc. Super. Agric. Luiz de Queiroz. 1974;31:485-90.

Sharma H, Zhang X, Dwivedi C. The effect of ghee (clarified butter) on serum lipid levels and microsomal lipid peroxidation. Ayu. 2010;31(2):134-40. Doi: 10.4103/0974-8520.72361 Scholtz SC, Pieters M, Oosthuizen W, Jerling JC, Bosman MJ, Vorster HH. The effect of red palm olein and refined palm olein on lipids and haemostatic factors in hyperfibrinogenaemic subjects. Thromb Res. 2004;113(1):13-25. Doi: 10.1016/j.thromres.2004.02.004

Bosch V, Aular A, Medina J, Ortiz N, Apitz R. Modificaciones de las lipoproteínas del plasma después del uso dietético de la oleína de palma en adultos sanos. ALAN. 2002;52(2):145-50. Mattson FH, Grundy SM. Comparison of effects of dietary saturated, monounsaturated, and polyunsaturated fatty acids on plasma lipids and lipoproteins in man. J Lipid Res.

1985;26(2):194-202.

Sun G, Xia H, Yang Y, Ma S, Zhou H, Shu G et al. Effects of palm olein and olive oil on serum lipids in a Chinese population: a randomized, double-blind, cross-over trial. Asia Pac J Clin

Nutr. 2018;27(3):572-80. Doi: 10.6133/apjcn.032017.12

Cuesta C, Rodenas S, Merinero MC, Rodriguez-Gil S, Sanchez-Muniz FJ. Lipoprotein profiles and serum peroxide levels of aged women consuming palmolein or oleic acid-rich sunflower oil diets. Eur J Clin Nutr. 1998;52(9):675-83. Doi: 10.1038/sj.ejcn.1600624

Utarwuthipong T, Komindr S, Pakpeankitvatana V, Songchitsomboon S, Thongmuang N. Small dense low-density lipoprotein concentration and oxidative susceptibility changes after consumption of soybean oil, rice bran oil, palm oil and mixed rice bran/palm oil in hypercholesterolaemic women. J Int Med Res. 2009;37(1):96-104. Doi: 10.1177/147323000903700111

Vega-Lopez S, Ausman LM, Jalbert SM, Erkkila AT, Lichtenstein AH. Palm and partially hydrogenated soybean oils adversely alter lipoprotein profiles compared with soybean and canola oils in moderately hyperlipidemic subjects. Am J Clin Nutr. 2006;84(1): 54-62. Doi: 10.1093/ajcn/84.1.54

(13)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761

Ng TK, Hassan K, Lim JB, Lye MS, Ishak R. Nonhypercholesterolemic effects of a palm-oil diet in Malaysian volunteers. Am J Clin Nutr. 1991;53(4 Suppl):1015S-1020S. Doi: 10.1093/jn/127.3.509S

Ng TK, Hayes KC, DeWitt GF, Jegathesan M, Satgunasingam N, Ong AS et al. Dietary palmitic and oleic acids exert similar effects on serum cholesterol and lipoprotein profiles in normocholesterolemic men and women. J Am Coll Nutr. 1992;11(4):383-90. Doi: 10.1080/07315724.1992.10718241

Teng KT, Nagapan G, Cheng HM, Nesaretnam K. Palm olein and olive oil cause a higher increase in postprandial lipemia compared with lard but had no effect on plasma glucose, insulin and adipocytokines. Lipids. 2011;46(4):381-8. Doi: 10.1007/s11745-010-3516-y

Zhang J, Ping W, Chunrong W, Shou CX, Keyou G. Nonhypercholesterolemic effects of a palm oil diet in Chinese adults. J Nutr. 1997;127(3):509S-513S. Doi: 10.1093/jn/127.3.509S

Cardoso DA, Moreira ASB, Oliveira GMM, Luiz RR, Rosa G. El aceite de coco virgen extra rico en acidos grasos incrementa el colesterol hdl y disminuye la circunferencia de la cintura y la massa corporal em pacientes con enfermedades de la arteria coronaria. Nutr Hosp. 2015;32(5):2144-52.

McKenney JM, Proctor JD, Wright JT, Kolinski RJ, Elswick RK Jr, Coaker JS. The effect of supplemental dietary fat on plasma cholesterol levels in lovastatin-treated hypercholesterolemic patients. Pharmacotherapy. 1995;15(5):565-72. Doi: 10.1002/j.1875-9114.1995.tb02864.x Palazhy S, Kamath P, Vasudevan DM. Dietary fats and oxidative stress: a cross-sectional study among coronary artery disease subjects consuming coconut oil/sunflower oil. Indian J Clin

Biochem. 2018;33(1):69-74. Doi: 10.1007/s12291-017-0639-4

Pietraszek A, Hermansen K, Pedersen SB, Langdahl BL, Holst JJ, Gregersen S. Effects of a meal rich in medium-chain saturated fat on postprandial lipemia in relatives of type 2 diabetics. Nutrition. 2013;29(7-8):1000-1006. Doi: 10.1016/j.nut.2013.01.018

Vijayakumar M, Vasudevan DM, Sundaram KR, Krishnan S, Vaidyanathan K, Nandakumar S et al. A randomized study of coconut oil versus sunflower oil on cardiovascular risk factors in patients with stable coronary heart disease. Indian Heart J. 2016;68(4):498-506.

Cox C, Mann J, Sutherland W, Chisholm A, Skeaff M. Effects of coconut oil, butter and safflower oil on lipids and lipoproteins in persons with moderately elevated cholesterol levels. J Lipid Res. 1995;36(8):1787-95. Doi: 10.1016/0021-9150(94)93598-X

Sabitha P, Vaidyanathan K, Vasudevan DM, Kamath P. Comparison of lipid profile and antioxidant enzymes among south Indian men consuming coconut oil and sunflower oil. Indian

(14)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761

Feranil AB, Duazo PL, Kuzawa CW, Adair LS. Coconut oil is associated with a beneficial lipid profile in pre-menopausal women in the Philippines. Asia Pac J Clin Nutr. 2011;20(2):190-195. Dineshkumar B, Mukherjee S, Pradhan R, Mitra A, Chakraborty C. Effects of edible oils in type 2 diabetes mellitus. Journal of Clinical and Diagnostic Research. 2009;3(2):1389-94. Mohammadifard N, Nazem M, Naderi GA, Saghafian F, Sajjadi F, Maghroom M et al. Effect of hydrogenated, liquid and ghee oils on serum lipids profile. ARYA Atheroscler. 2010;6(1):16-22.

Mohammadifard N, Hosseini M, Sajjadi F, Maghroun M, Boshtam M, Nouri F. Comparison of effects of soft margarine, blended, ghee, and unhydrogenated oil with hydrogenated oil on serum lipids: A randomized clinical trail. ARYA Atheroscler. 2013;9(6):363-71.

Shankar SR, Bijlani RL, Baveja T, Jauhar N, Vashisht S, Mahapatra SC et al. Effect of partial replacement of visible fat by ghee (clarified butter) on serum lipid profile. Indian J Physiol Pharmacol. 2002;46(3):355-60.

Sharma HB, Vyas S, Kumar J, Manna S. Beneficial effect of ghee consumption over mustard oil on lipid profile: a study in North Indian adult population. J Complement Integr Med.

2018;15(3). DOI: 10.1515/jcim-2017-0101

Turner JD, Le NA, Brown WV. Effect of changing dietary fat saturation on low-density lipoprotein metabolism in man. Am J Physiol. 1981;241(1):E57-63. DOI: 10.1152/ajpendo.1981.241.1.E57

Zhu AS, Zhao JZ, Wang SZ, Ma LD, Xia L, Nilsson-Ehle P et al. Different postprandial metabolic patterns after the consumption of fish oil and lard in healthy Chinese individuals. Nutrition Clinique et Métabolisme. 2017;31(2):134-9. DOI: 10.1016/j.nupar.2016.12.002

Voon PT, Ng TK, Lee VK, Nesaretnam K. Diets high in palmitic acid (16:0), lauric and myristic acids (12:0 + 14:0), or oleic acid (18:1) do not alter postprandial or fasting plasma homocysteine and inflammatory markers in healthy Malaysian adults. Am J Clin Nutr. 2011;94(6):1451-7. DOI: 10.3945/ajcn.111.020107

Reiser R, Probstfield JL, Silvers A, Scott LW, Shorney ML, Wood RD et al. Plasma lipid and lipoprotein response of humans to beef fat, coconut oil and safflower oil. Am J Clin Nutr. 1985;42(2):190-7. DOI: 10.1093/ajcn/42.2.190

Lockyer S, Stanner S. Coconut oil – a nutty idea? Nutr. Bull. 2016;41(1):42-54. DOI: 10.1111/nbu.12188

List GR. Decreasing trans and saturated fatty acid content in food oils. Food Technology. 2004;58(1):2-8.

(15)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761

Firestone D. Physical and chemical characteristics of oils, fats, and waxes. 3rd ed. Aocs Press,

2013. 304 pages.

Public Health England. McCance and Widdowson’s The Composition of Foods Integrated

Dataset 2019 User guide. 2019. Available at

<https://assets.publishing.service.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_dat a/file/788485/McCance_Widdowson_Comp_Foods_Integrated_Dataset_User_Guide_2019__ 1_.pdf?_ga=2.214618900.2077169967.1566617719-1643120840.1566617719> [accessed 23 agosto 2019].

Montoya C, Cochard B, Flori A, Cros D, Lopes R, Cuellar T et al. Genetic architecture of palm oil fatty acid composition in cultivated oil palm (Elaeis guineensis Jacq.) compared to its wild relative E. oleifera (H.B.K) Cortés. PLoS One. 2014;9(5):e95412. DOI: 10.1371/journal.pone.0095412

Mensink RP, Zock PL, Kester AD, Katan MB. Effects of dietary fatty acids and carbohydrates on the ratio of serum total to HDL cholesterol and on serum lipids and apolipoproteins: a meta-analysis of 60 controlled trials. Am J Clin Nutr. 2003;77(5):1146-55, 2003. DOI: 10.1093/ajcn/77.5.1146

de Roos N, Schouten E, Katan M. Consumption of a solid fat rich in lauric acid results in a more favorable serum lipid profile in healthy men and women than consumption of a solid fat rich in trans-fatty acids. J Nutr. 2001;131(2):242-5. DOI: 10.1093/jn/131.2.242

Turpeinen O, Karvonen MJ, Pekkarinen M, Miettinen M, Elosuo R, Paavilainen E. Dietary prevention of coronary heart disease: the Finnish Mental Hospital Study. Int J Epidemiol. 1979;8(2):99-118. DOI: 10.1093/ije/8.2.99

Meisinger C, Loewel H, Mraz W, Koenig W. Prognostic value of apolipoprotein B and A-I in the prediction of myocardial infarction in middle-aged men and women: results from the MONICA/KORA Augsburg cohort study. Eur Heart J. 2005;26(3):271-278. DOI: 10.1093/eurheartj/ehi003

Bolibar I, von Eckardstein A, Assmann G, Thompson S, ECAT Angina Pectoris Study Group. European Concerted Action on Thrombosis and Disabilities. Short-term prognostic value of lipid measurements in patients with angina pectoris. Thromb Haemost. 2000;84(6):955-960. Al-Khalifah A, Al-Kahtani H. Composition of ghee (Samn Barri's) from cow's and sheep's milk. Food Chemistry. 1993;46(4):373-5. DOI: 10.1016/0308-8146(93)90007-3

Lottenberg AM, Afonso Mda S, Lavrador MS, Machado RM, Nakandakare ER. The role of dietary fatty acids in the pathology of metabolic syndrome. J Nutr Biochem. 2012;23(9):1027-40. DOI: 10.1016/j.jnutbio.2012.03.004

(16)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761

Thompson WG, Gau GT. Hypertriglyceridemia and its pharmacologic treatment among US adults – invited commentary. Arch Intern Med. 2009;169(6):578-9. DOI: 10.1001/archinternmed.2008.594

Bansal S, Buring JE, Rifai N, Mora S, Sacks FM, Ridker PM. Fasting compared with nonfasting triglycerides and risk of cardiovascular events in women. JAMA. 2007;298(3):309-16.

Nordestgaard BG, Benn M, Schnohr P, Tybjaerg-Hansen A. Nonfasting triglycerides and risk of myocardial infarction, ischemic heart disease, and death in men and women. JAMA. 2007;298(3):299-308. DOI: 10.1001/jama.298.3.309

Freiberg JJ, Tybjaerg-Hansen A, Jensen JS, Nordestgaard BG. Nonfasting triglycerides and risk of ischemic stroke in the general population. JAMA. 2008;300(18):2142-52. DOI: 10.1001/jama.2008.621

Hartman L, Esteves W. Tecnologia de óleos e gorduras vegetais. Série Tecnologia Agroindustrial, São Paulo, 1980. 169 pages.

Solomons TWG, Fryhle CB. Química Orgânica. Tradução: R.M. Matos e D.S. Raslan. 8a ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005.

Vieira EC, Gazzinelli G, Maresguia M. Bioquímica celular e biologia molecular. 2a ed. São Paulo: Atheneu, 1999.

Liau KM, Lee YY, Chen CK, Rasool AH. An open-label pilot study to assess the efficacy and safety of virgin coconut oil in reducing visceral adiposity. ISRN Pharmacol. 2011;2011:949686. DOI: 10.5402/2011/949686

Bonanome A, Grundy SM. Effect of dietary stearic acid on plasma cholesterol and lipoprotein levels. N Engl J Med. 1988;318(19):1244-8. DOI: 10.1056/NEJM198805123181905

Grundy SM, Vega GL. Plasma cholesterol responsiveness to saturated fatty acids. Am J Clin

Nutr. 1988;47(5):822-4. DOI: 10.1093/ajcn/47.5.822

Bennett AJ, Billett MA, Salter AM, Mangiapane EH, Bruce JS, Anderton KL et al. Modulation of hepatic apolipoprotein B, 3-hydroxy-3-methylglutaryl-CoA reductase and low-density lipoprotein receptor mRNA and plasma lipoprotein concentrations by defined dietary fats. Comparison of trimyristin, tripalmitin, tristearin and triolein. Biochem J. 1995;311(Pt 1):167-73. DOI: 10.1042/bj3110167

Brouwer IA, Wanders AJ, Katan MB. Effect of animal and industrial trans fatty acids on HDL and LDL cholesterol levels in humans – a quantitative review. PLoS One. 2010; 5(3):e9434. DOI: 10.1371/journal.pone.0009434

Ghafoorunissa. Dietary lipids and heart disease – the Indian context. Natl Med J India. 1994;7(6):270-6.

(17)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761

Joshi KS. Docosahexaenoic acid content is significantly higher in ghrita prepared by traditional Ayurvedic method. J Ayurveda Integr Med. 2014;5(2):85-8.

Cottrell RC. Introduction: nutritional aspects of palm oil. Am J Clin Nutr. 1991;53(4

Suppl):989S-1009S. DOI: 10.1093/ajcn/53.4.989Sb

Gupta R, Prakash H. Association of dietary ghee intake with coronary heart disease and risk factor prevalence in rural males. J Indian Med Assoc. 1997;95(3):67-9.

Yu S, Derr J, Etherton TD, Kris-Etherton PM. Plasma cholesterol-predictive equations demonstrate that stearic acid is neutral and monounsaturated fatty acids are hypocholesterolemic. Am J Clin Nutr. 1995;6(5):1129-39. DOI: 10.1093/ajcn/61.5.1129 Noseda G. Fette und Öle (unter anderem Omega 3, Omega 6). Therapeutische Umschau.

2005;62(9):625-8.

Parthasarathy S, Khoo JC, Miller E, Barnett J, Witztum JL, Steinberg D. Low density lipoprotein rich in oleic acid is protected against oxidative modification: implications for dietary prevention of atherosclerosis. Proc Natl Acad Sci USA. 1990;87(10):3894-8. DOI: 10.1073/pnas.87.10.3894

German JB, Dillard CJ. Saturated fats: what dietary intake? Am J Clin Nutr. 2004;80(3):550-9. DOI: 10.1093/ajcn/80.3.550

Molketin J. Occurrence and biochemical characteristics of natural bioactive substances in bovine milk lipids. Br J Nutr. 2000;84(Suppl 1):S47-53.

Kumar MV, Sambaiah K, Lokesh BR. Hypocholesterolemic effect of anhydrous milk fat ghee is mediated by increasing the secretion of biliary lipids. J Nutr Biochem. 2000;11(2):69-75. Doi: 10.1016/S0955-2863(99)00072-8

Faludi AA, Izar MCO, Saraiva JFK, Chacra APM, Bianco HT, Neto AA et al. Atualização da diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose. Arq Bras Cardiol. 2017;109(2 Supl 1):1-76. DOI: 10.5935/abc.20170121

Clifton PM, Wight MB, Nestel PJ. Is fat restriction needed with HMGCoA reductase inhibitor treatment? Atherosclerosis. 1992;93(1-2):59-70. Doi: 10.1016/0021-9150(92)90200-Z

Cobb MM, Teitelbaum HS, Breslow JL. Lovastatin is equally effective in reducing low density lipoprotein cholesterol levels on high or low fat diets. JAMA. 1991;265(8):997-1001. DOI: 10.1001/jama.265.8.997

Haffner SM, American Diabetes Association. Dyslipidemia management in adults with diabetes. Diabetes Care. 2004;27(Suppl 1):S68-71. DOI: 10.2337/diacare.27.2007.S68

(18)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761

Ladeia AM, Costa-Matos E, Barata-Passos R, Costa Guimaraes A. A palm oil-rich diet may reduce serum lipids in healthy young individuals. Nutrition. 2008;24(1):11-5. DOI: 10.1016/j.nut.2007.08.013

Edionwe AO, Kies C. Comparison of palm and mixtures of refined palm and soybean oils on serum lipids and fecal fat and fatty acid excretions of adult humans. Plant Foods Hum Nutr. 2001;56(2):157-65. DOI: 10.1023/A:1011136724577

Zhang J, Wang C, Dai J, Chen X, Ge K. Palm oil diet may benefit mildly hypercholesterrolaemic Chinese adults. Asia Pac J Clin Nutr. 1997;6(1):22-5.

Khaw KT, Sharp SJ, Finikarides L, Afzal I, Lentjes M, Luben R et al. Randomised trial of coconut oil, olive oil or butter on blood lipids and other cardiovascular risk factors in healthy men and women. BMJ Open. 2018;8(3):e020167. DOI: 10.1136/bmjopen-2017-020167 Icayan EE, Lagua RT, Martires F, Batungbacal R, Pamintuan CL. Effects of feeding different levels of coconut oil on the serum lipids of normal medical students. J Philipp Med Assoc.

1967;43(4):296-302.

Mendis S; Kumarasunderam R. The effect of daily consumption of coconut fat and soya-bean fat on plasma lipids and lipoproteins of young normolipidaemic men. Br J Nutr. 1990;63(3):547-52. DOI: 10.1079/BJN19900141

Assuncao ML, Ferreira HS, dos Santos AF, Cabral CR Jr, Florencio TM. Effects of dietary coconut oil on the biochemical and anthropometric profiles of women presenting abdominal obesity. Lipids. 2009;44(7):593-601. DOI: 10.1007/s11745-009-3306-6

APÊNDICE 1

A estratégia de busca do PubMed está disponível abaixo:

((("Dyslipidemias"[MeSH] OR "Dyslipidemias" OR “Dyslipidemia" OR “Dyslipoproteinemias" OR “Dyslipoproteinemia" OR “serum cholesterol” OR “lipid profile” OR “serum lipids”))) AND (((((("Coconut Oil"[MeSH] OR "Coconut Oil" OR “Oil, Coconut” OR “coconut fat”))) OR (("Palm Oil"[MeSH] OR "Palm Oil" OR “Oil, Palm” OR “Palmolein”))) OR (("Ghee"[MeSH] OR "Ghee" OR “Ghees" OR “Anhydrous Butterfat" OR “Anhydrous Butterfats" OR “Butterfat, Anhydrous" OR “Butterfats, Anhydrous" OR “Butter Oil" OR “Butter Oils" OR “Oil, Butter" OR “Oils, Butter" OR “Clarified Butter" OR “Butter, Clarified" OR “Butters, Clarified" OR “Clarified Butters”))) OR (("lard" [Supplementary Concept] OR "lard" OR “Pork lard”))).

(19)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18100-18125, out. 2019. ISSN 2525-8761 ANEXOS

Figura 1

Figura 1: Fluxograma de seleção dos estudos (maio, 2018)

Inc lusão Ele gibi li da de S eleç ão Ide nti fic aç

ão Embase (91) Scielo (16) PubMed (656)

763 Citações

identificadas

729 estudos para avaliação por títulos e resumos

34 Duplicatas excluídas

645 resumos excluídos 73 trabalhos para leitura

completa

39 artigos excluídos:

- 3 realizados com crianças; - 16 com intervenção/gordura diferente ou modificada;

- 2 com gênero textual diferente; - 1 in vitro; - 1 artigo de revisão; - 16 com objetivo/análise diferente; 34 Estudos incluídos na revisão sistemática

(20)
(21)
(22)
(23)
(24)
(25)
(26)

Referências

Documentos relacionados

FIGURA 8.42: Variação do Teor de Umidade Gravimétrico da Camada de Lama Vermelha OP Não Neutralizada Durante Ensaio.

The main objectives of this data analysis are divided into two classes: i) General Statistics: give an overview of structured information on Wikipedia as a whole, showing raw numbers

No primeiro, destacam-se as percepções que as cuidadoras possuem sobre o hospital psiquiátrico e os cuidados com seus familiares durante o internamento; no segundo, evidencia-se

Figura 2.1 - Configuração do arco em paredes sobre apoios discretos Figura 2.2 - Edificação em alvenaria estrutural sobre pilotis em concreto armado Figura 2.3 - Tensões verticais

29 Table 3 – Ability of the Berg Balance Scale (BBS), Balance Evaluation Systems Test (BESTest), Mini-BESTest and Brief-BESTest 586. to identify fall

In this study, particularly focused on the small-bodied cladoceran Ceriodaphnia pulchella, we intend to provide additional information on the dynamics of cladocerans in lake Vela

A OMS considera a violência conjugal contra a mulher um grave problema de saúde pública, pelas consequências prejudiciais na saúde das vítimas, na família e ao

Taking into account the theoretical framework we have presented as relevant for understanding the organization, expression and social impact of these civic movements, grounded on