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A educação brasileira na década de 1940 / Brazilian education in the 1940s

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761

A educação brasileira na década de 1940

Brazilian education in the 1940s

DOI:10.34117/bjdv6n6-254

Recebimento dos originais:10/05/2020 Aceitação para publicação:10/06/2020

Bruna Alice Taveira de Lima

Formação acadêmica mais alta: Doutora em Educação Instituição: IFPB/UFRN

Endereço: Av. Mar de Behring, 437, Intermares, Cabedelo-PB, 58102-141 E-mail: brunaalicetl@gmail.com

Maize Sousa Virgolino de Araújo

Formação acadêmica mais alta: Doutora em Educação Instituição: IFPB/UFRN

Endereço: Rua Doutor Francisco Lianza, 218 Jardim Treze de Maio, CEP: 58025-480- João Pessoa- Paraíba.

E-mail: maizesousavirgolino@gmail.com

Rômulo Alexandre Silva

Formação acadêmica mais alta: Doutor em Educação Instituição: IFPB/UFRN

Endereço: Rua Francisco Ernesto do Rêgo, 2573, Cruzeiro, Campina Grande-PB, 58415-620 E-mail: sromuloalexandre@gmail.com

Vera Regina Silva Wanderley

Formação acadêmica mais alta: Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente/Doutoranda em Educação

Instituição: IFPB/ UFRN

Endereço: Rua João do O da Silva, 41, Aeroclube, João Pessoa-PB, 58036-245 E-mail: wanderley.vera@gmail.com

RESUMO

O presente artigo buscou retratar o contexto histórico da década de 1940, apresentando ainda como a ducação esteve inserida e se desenvolveu naquele período. Esse momento foi marcado por fortes turbulências políticas, econômicas e sociais, resultantes de um processo de desarticulação da economia mundial, que culminou com a II Guerra Mundial. Assim como no cenário mundial, essa fase teve grande repercussão no contexto político e socioeconômico brasileiro. Em virtude dos bloqueios militares, como ações estratégicas da guerra, as importações feitas anteriormente pelo Brasil foram paralisadas. Esse quadro impulsionou a industrialização e o comércio agrícola nacionais a cresceram e indústrias se consolidaram. Nesse ínterim, a educação foi um artefato político importante, pois o processo de industrialização brasileira demandou mais mão-de-obra qualificada no intuito de devolver às empresas operários habilitados para as atividades fabris. A Reforma Capanema foi o grande agente motriz para as reestruturação educacionais brasileiras na época e tornou-se responsável

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 também pela expansão e consolidação da educação técnica-profissionalizante. No mesmo contexto, nasce o Sistema S, no qual o SENAI ganha espaço ao responsabilizar-se por profissionalizar operários de estabelecimentos privados que possuíssem mais de 500 empregados. Ademais, destacou-se no período o problema do alto índice de analfabetismo, que foi determinante na tomada de decisões na educação nacional com ênfase na redução desse indicativo. Identificamos que a própria disputa interna pelo poder, como ocorreu entre o Ministério da Saúde e Educação e o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, fragilizaram o Estado e criaram espaços para a ação de outros órgãos com interesses estritamente mercadológicos, desvirtuando o verdadeiro propósito da educação. Esse quadro se apresenta, ainda hoje, no cenário brasileiro e mundial, de forma muito contundente.

Palavras-chave: Educação profissional, Industrialização, legislação educacional.

ABSTRACT

The present article sought to portray the historical context of the 1940s, also showing how the education was inserted and developed in that period. This moment was marked by strong political, economic and social turbulence, resulting from a process of disarticulation of the world economy, which culminated in World War II. As in the world scenario, this phase had great repercussions in the Brazilian political and socioeconomic context. Due to military blockades, such as strategic war actions, imports previously made by Brazil were paralyzed. This scenario drove national industrialization and agricultural trade to grow and industries consolidated. In the meantime, education was an important political artifact, since the Brazilian industrialization process demanded more qualified labor in order to give back to workers companies qualified for manufacturing activities. The Capanema Reformation was the major driving force for Brazilian educational restructuring at the time and also became responsible for the expansion and consolidation of technical and professional education. In the same context, the S System was born, in which SENAI gains space by taking responsibility for professionalizing workers in private establishments with more than 500 employees. In addition, the problem of high illiteracy was highlighted in the period, which was decisive in decision-making in national education with an emphasis on reducing this indicator. We identified that the internal dispute for power, as occurred between the Ministry of Health and Education and the Ministry of Labor, Industry and Commerce, weakened the State and created spaces for the action of other bodies with strictly market interests, distorting the true purpose of the education. This picture is still present today in the Brazilian and worldwide scenario, in a very striking way.

Keywords: Professional education, Industrialization, educational legislation.

1 INTRODUÇÃO

Alemanha; Benito Mussolini, na Itália, liderando o Partido Fascista; e Hirohito, Imperador do Japão. Esses três países formaram então o grupo do Eixo, que ao efetuarem diversas invasões a países vizinhos, visando a conquista territorial e de recursos, iniciaram a II Guerra Mundial em 1939, na qual o Brasil, pressionado pelos americanos e após ter perdido

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 alguns navios comerciais afundados pelos alemães, entrou em 1942 junto aos aliados (bloco de países comandados pelos Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética).

A década de 1940 foi um período de fortes turbulências políticas, econômicas e sociais resultantes de um processo de desarticulação da economia mundial, que culminou com a II Guerra Mundial.) Com a cisão entre os Estados Unidos e União Soviética, ao final do conflito, se inicia o período da Guerra Fria, onde a disputa buscava a expansão, de um lado, do capitalismo americano e, de outro, do socialismo soviético. Em meio à guerra, vários países, inclusive o Brasil, participaram da Conferência de Bretton Woods nos Estados Unidos, em 1944, cujo objetivo era encontrar meios para estabilizar a caótica situação econômica mundial. Assim, a solução encontrada foi a criação de um sistema monetário que definisse as regras para o restabelecimento financeiro mundial, tendo como foco principal a expansão do modelo capitalista e liberal americano, e tendo como moeda base o dólar. Desse sistema faziam parte o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o BIRD (Banco Mundial ou Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento), ambos criados na conferência de Bretton Woods (BARRETO, 2009).

Com o fim da guerra, surge, em 1945, a ONU (Organização das Nações Unidas), que teve como objetivo principal a busca pela paz e o desenvolvimento mundial com a intermediação de conflitos e aplicação de sanções econômicas ou intervenção militar em alguns países pobres e subdesenvolvidos. Os Estados Unidos apresentaram o Plano Marshall em 1947 com o objetivo de oferecer financiamento aos países europeus para sua reconstrução após a 2ª Guerra. Nesse contexto, também foi promulgada, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e, em 1949, constituída a OTAN (Organização do Atlântico Norte).

Com a criação da ONU, Aranha (2006, p. 242) identifica avanços na área da educação, que, entre “seus diversos órgãos especializados, destacamos a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), por ter um dos seus focos na educação”. Esse organismo teve como sua principal contribuição a melhoria dos indicadores de qualidade de vida de parte da população mundial e o aumento da oferta da educação em países mais necessitados, através de diversos programas de acesso e melhoria da Educação e ações compartilhadas com ONGs (Organizações Não-Governamentais). No Brasil, a UNESCO incentivou a criação de programas nacionais para educação de adultos analfabetos (VENTURA, 2007) e teve Anísio Teixeira como conselheiro de educação superior durante todo o ano de 1946.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 Brito (2017) apresenta um quadro do ‘desenvolvimento da sociedade capitalista’ e expansão do imperialismo econômico, que acabaram proporcionando ambientes para o surgimento de projetos nacionalistas em vários países, entre esses, o Brasil. As dificuldades advindas das I e II Guerras Mundiais, levaram os estados nacionais a repensarem seu posicionamento no mercado mundial, alertando para a necessidade de tomada de medidas como a proteção dos mercados internos e exportação de produtos nacionais, acirrando a competitividade entre os países. Nesse contexto, a industrialização, associada ao incentivo governamental do mercado interno, bem como a criação de medidas protecionistas desses mercados, tornam-se fatores fundamentais na configuração de um novo quadro político e econômico mundial.

Na América Latina, surgem governos ditatoriais respaldados por militares e políticos populistas que pregam a permanência no poder como forma de preservação dos interesses nacionais e de desenvolvimento econômico. Contudo fica evidente que também havia o interesse de uma elite, interessada na continuidade das relações de poder e em seus consequentes benefícios, razão pela qual contribuíram para a manutenção do estado ditatorial de governos civis ou militares (com influências do socialismo alemão, do fascismo italiano e do capitalismo norte-americano).

Especificamente em relação à América do Sul, se desenrolava uma disputa entre Argentina e o Brasil. Aquela nação tinha o apoio da Alemanha e visava seu fortalecimento político e armamentista na região. Por sua vez, o governo brasileiro, com receio de perdas políticas na região, adota, como estratégia para enfrentar essa situação, a ampliação da produção na área da siderurgia (base da indústria armamentista) e o fortalecimento da economia interna de forma “independente [...] sem ingerência estrangeira no seu desenvolvimento” (BRITO, 2017, p. 6).

Brito (2017, p. 4) também coloca que “o fator fundamental nesse período passou a ser a intervenção do Estado, quer para regulamentar, como para direcionar, planejar ou atuar diretamente em certos setores de base da vida econômica”, estabelecendo políticas públicas “de apoio e incentivo ao desenvolvimento”.

2 O BRASIL NO CONTEXTO DA GUERRA FRIA

Assim como no cenário mundial, essa fase representou um período de forte turbulência política e social no país, influenciada, principalmente pelos Estados Unidos e pela disseminação de uma onda anticomunista decorrente da Guerra Fria. Um dos resultantes dessa

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 conjuntura nacional e internacional foi a criação, e posterior extinção, de diversos partidos e alianças políticas.

Ao longo da década de 1940, o Brasil teve três presidentes. Getúlio Vargas governou o país pela primeira vez em 1930 e deveria concluir o mandato em 1938. Depois de um golpe militar arquitetado por uma ação com justificativa anticomunista, Vargas se manteve no poder até 1945 e estabeleceu intensa repressão política com um regime de ditadura civil conhecido por Estado Novo.

Naquele período, e sob a condução de Luiz Carlos Prestes, o Partido Comunista do Brasil (PCB) cresceu e após a II Guerra Mundial o PCB assumiu um posicionamento mais moderado e conciliador. Desse modo, começaram a surgir propostas de articulação e colaboração de classes entre a burguesia nacional e o proletariado. Como efeito disso e com o regime ditatorial do Estado Novo enfraquecido desde 1943, Getúlio Vargas aproximou-se da classe trabalhadora e iniciou um processo de redemocratização. Em contrapartida, crescem manifestações contra seu governo, o que apoiou esse processo de liberalização do regime (abrandou a censura, concedeu anistia, permitiu a criação de partidos políticos e agendou para dezembro daquele ano eleições para a presidência da República, Congresso Nacional e alguns governos estaduais) e se fez com que ele prometesse não se candidatar nas próximas eleições para presidente.

Ao se aproximar do PCB e das massas populares, Vargas deixou de ser confiável aos grupos dominantes, que, através das Forças Armadas, o destituíram em 1945. Com a saída de Vargas, ascendeu ao poder o presidente do Supremo Tribunal Federal, José Linhares (1945-1946) de forma interina e com o objetivo de organizar eleições diretas para presidente. Após o pleito de 1946, com a participação do voto feminino1 e com o apoio do próprio Getúlio

Vargas, o militar de alta patente e ministro de guerra durante o Estado Novo, Marechal Eurico Gaspar Dutra, foi eleito pelo Partido Social Democrático (PSD), sigla partidária criada em 1945, e governou o país até 1951. Getúlio também se candidata pelo PSD, mas para uma vaga ao senado, obtém êxito no pleito, mas conversa com o esquerdista Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), no intuito de respaldar sua candidatura à presidência em 1950.

Após o fim da guerra, as importações feitas pelo Brasil diminuíram, a industrialização e o comércio agrícola cresceram e indústrias como a Fábrica Nacional de Motores e a Companhia Siderúrgica Nacional se consolidaram. As áreas de transporte, energia e

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 infraestrutura portuária, energética e rodoviária também são beneficiadas. É possível afirmar, então, que, apesar de uma conjuntura política pouco democrática, o governo federal cresceu economicamente durante a era Vargas e empresas estratégicas para o desenvolvimento do país se tornaram estatais, a exemplo da Companhia Siderúrgica Nacional, em 1941, e da Vale do Rio Doce, em 1942. Essa estatização contribuiu para o desenvolvimento de uma indústria nacionalista, culminando na expansão dos sistemas ferroviário, hidroelétrico e industrial.

Ademais, podemos pontuar, de acordo com Oliveira (2007) e Saviani (2007), as seguintes conquistas no cenário social, trabalhista e das intercorrências políticas durante a década de 40:

● Em 1940, são instituídos o salário mínimo e o imposto sindical; ● Em 1941, é criada a Justiça do Trabalho;

● Em 1942, é criado o Serviço Nacional de Aprendizagem dos Industriários (SENAI); ● Em 1943, é promulgada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que fortaleceu

a imagem de Vargas como “protetor da classe trabalhadora”;

● Em 1946, são criados o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), o Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Social do Comércio (SESC).

Em 1947, é finalizada a transição do Estado Novo para o estado democrático, quando é realizada eleição para governadores, deputados estaduais, prefeitos e vereadores. Também neste mesmo ano, o PCB tem seu registro cassado como efeito da Guerra Fria e do anticomunismo estimulado pela subserviência do Brasil aos Estados Unidos e, consequentemente, em oposição à União Soviética. Punições também foram impetradas no âmbito da Câmara dos Deputados e do Senado aos políticos eleitos;

Ainda em 1947, foi criado o Partido Socialista Brasileiro (PSB). Em 1949, foi criada a Escola Superior de Guerra (ESG) brasileira e suplantada por uma missão militar vinda dos Estados Unidos, uma das égides para a instauração do regime militar em 1964.

3 IMPACTOS DA REFORMA CAPANEMA NO CENÁRIO EDUCACIONAL

Francisco Campos foi um importante personagem na construção histórica da educação no Brasil e assumiu vários cargos políticos eletivos. Ele foi mentor intelectual de Gustavo Capanema que o deixou em seu lugar na Secretaria do Interior de Minas Gerais, quando passou a integrar o Governo Federal como Ministro da Justiça. Campos foi precursor de reformas no

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 Código Penal e no Código de Processo Penal em 1940 e 1941, respectivamente, além de ter promovido outras medidas repressivas e restritivas aos direitos dos cidadãos durante o Estado Novo. Essas medidas, aliadas às Reformas Capanema, protagonizaram a reorganização do escopo educacional brasileiro. As reformas educacionais promovidas por Campos e Capanema foram, em muito, articuladas com a Igreja Católica, que representava a ala mais conservadora da sociedade e, dava sua “bênção” política ao governo Vargas em troca da inclusão de suas pautas nas reformas e de sua influência na escolha de nomes para cargos públicos, inclusive no magistério (SAVIANI, 2007).

Campos e Capanema tinham em comum, além da formação em direito e do posicionamento político em nível nacional, um alinhamento inspirado no fascismo italiano. Os dois e o então presidente Vargas comungavam da mesma visão da liderança da Igreja Católica:

o primado da autoridade; a concepção verticalizada de sociedade em que cabia a uma elite moralizante conduzir o povo dócil; a rejeição da democracia liberal, diagnosticada como enferma; a aliança entre a conservação tradicionalista dos católicos e a modernização conservadora dos governantes; a tutela do povo; o centralismo e intervencionismo das autoridades eclesiásticas e estatais; o anticomunismo exacerbado; a defesa da ordem e da segurança; defesa do corporativismo como antídoto ao bolchevismo (SAVIANI, 2007, p. 265)

Com a Constituinte de 1937 e com o Congresso Nacional fechado, o então ministro Gustavo Capanema2 decreta, de forma autoritária, um conjunto de seis Leis Orgânicas de Ensino. Ghiraldelli Júnior identifica que elas:

[...] de certo modo, moldaram muito mais o ensino posterior ao “Estado Novo” do que propriamente o período de vigência da ditadura. Tal ordenamento legal constituiu-se em uma série de decretos-leis que começaram a ser emitidos durante o Estado Novo” e se complementaram após o seu término. [...] chamadas de “Reforma Capanema” consubstanciaram-se em seis decretos-leis que ordenaram o ensino primário, secundário. industrial, comercial, normal e agrícola. (2009, p. 80)

2 Comandou o Ministério da Educação e Saúde Pública de 1934 à 1945, em 1946 foi eleito democraticamente

como deputado e continuou agindo para que suas propostas sobre educação tivessem continuidade. (GHIRALDELLI JUNIOR, 2009, p. 80)

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 De acordo com Saviani (2007, p. 192-193), durante a década de 1930, o Brasil passou por um período em que foi criado um “Estado de Compromisso” entre as forças do movimento renovador, encabeçada por uma elite ligada à expansão industrial e às forças ligadas a Igreja Católica (tradicional). Tal “Estado de Compromisso” teve impactos diretos na área educacional com uma política de formação educacional voltada para atender as necessidades de desenvolvimento do país nas áreas industrial, comercial e agrícola. Essa pactuação levou, na década de 1940, à criação de um conjunto de decretos-leis que ficaram conhecidas como Reformas Capanema:

● Decreto-lei n. 4.073, de 30 de janeiro de 1942, que organizou o ensino industrial; ● Decreto-lei n.4.244 de 9 de abril de 1942, que organizou o ensino secundário em dois

ciclos: o ginasial, com quatro anos, e o colegial, com três anos;

● Decreto-lei n.6.141, de 28 de dezembro de 1943, que reformou o ensino comercial; ● Decreto-lei n. 8.529, de 02 de janeiro de 1946, que organizou o ensino primário; ● Decreto-lei n. 8.530, de 02 de janeiro de 1946, que estabeleceu o ensino normal; ● Decreto-lei n. 9.613, de 20 de agosto de 1946, que instituiu o ensino agrícola.

Piletti e Piletti (2014) defendem que este conjunto de decretos-leis, tinha o objetivo de regulamentar e organizar o ensino básico em três grandes eixos: ensino secundário, ensino técnico-profissional e o ensino primário e normal. A Reforma Capanema apontava para uma nova configuração do sistema educacional brasileiro e foi muito bem esquematizada por Ghiradelli Jr (ver

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Quadro I - Quadro do Sistema de Educação da Reforma Capanema

Fonte: Adaptado de Ghiradelli Jr., 2009

É importante observar que a estrutura do ensino público contemplava tanto a formação clássica, com a preparação para o ensino superior, quanto a formação da classe trabalhadora. O problema é que esse novo modelo educacional limitava bastante o acesso dos filhos dos trabalhadores das classes sociais mais baixas ao ensino superior, uma vez que já direcionava os jovens para formações específicas. Por exemplo, um jovem que tivesse concluído um curso de contabilidade na Escola Técnica de Comércio, só poderia ingressar no ensino superior em Administração ou, caso preferisse cursar outro curso superior, teria que voltar e fazer os ensinos ginasial e clássico.

4 O ENSINO SECUNDÁRIO NO BRASIL

O Decreto-lei n.4.244 de 9 de abril de 1942 organizou toda a estrutura curricular do ensino secundário em dois ciclos: o primeiro, de quatro anos (ginásio), onde o estudo das Humanidades era introduzido por meio de um conjunto de disciplinas que incluíam o Português, Latim, Francês, História Geral e do Brasil, etc, ao lado das matérias científicas — Ciências Naturais e Matemática; e o segundo ciclo, de três anos (colégio), dividido em duas áreas — clássico (intelectual) e científico (ciências). As áreas do segundo ciclo possuíam um currículo que, unificado a princípio, diferenciava-se na inclusão do Latim e, opcionalmente, do Grego, no caso do curso clássico, e do Desenho, no caso do curso científico. Para ambos, a disciplina de Educação Física era obrigatória até os 21 anos. Tinha outras peculiaridades como a Educação Militar para os homens, a prática do canto orfeônico e Educação Moral e

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 Cívica como obrigatórias, e a disciplina de economia doméstica para as mulheres (GHIRADELLI JR, 2009).

As avaliações eram organizadas em três ordens: de admissão, de suficiência e de licença. O ensino secundário poderia ser oferecido pelos poderes públicos, e pela iniciativa particular e os estabelecimentos de ensino podiam ser organizados como: os Federais, os Equiparados (mantidos pelos Estados ou pelo Distrito Federal, mas autorizados pelo Governo Federal) e os Reconhecidos (reconhecidos e mantidos pelos Municípios ou por pessoa natural ou pessoa jurídica de direito privado, autorizados pelo Governo Federal) (BRASIL, 1942).

5 O ENSINO TÉCNICO-PROFISSIONALIZANTE COMERCIAL E INDUSTRIAL

A sistematização do ensino no Brasil, proposto no período do Estado Novo, apresentava dois direcionamentos formativos, com objetivos bem distintos. O ensino secundário, de caráter propedêutico e voltado aos filhos da classe média urbana, que seriam instruídos para ocupar funções “técnico-burocráticas” ou seguir para cursos de nível superior. O ensino profissionalizante, voltado para a instrução dos trabalhadores, compreendia os ensinos industrial, comercial ou agrícola, sendo considerado, portanto, um “curso de segunda categoria” (PILETTI E PILETTI, 2014, p.188). Particularmente, esse segundo tipo, foi impulsionado a partir do projeto de desenvolvimento nacional, que teve como base a industrialização brasileira. Assim, a qualificação de mão-de-obra para atender a demanda do mercado, passaria necessariamente pela criação de uma política educacional voltada para a formação profissionalizante em cujo processo de construção estavam envolvidos o Ministério da Educação e Saúde (MES) e o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC). O primeiro conduzido por Gustavo Capanema e o segundo por Waldemar Falcão, atores do palco de um conflito de interesses, onde os industriais apoiaram as propostas apresentadas pelo MTIC (BEZERRA, 1999). Vieira (2005, p.8), ao fazer referência aos discursos de Vargas, coloca que a “ênfase no ensino técnico-profissional é comum nos seus discursos, como primeiro dever do Estado e destinado às classes menos favorecidas.

Uma série de reuniões foram realizadas pela Comissão Interministerial (MES e MTIC), no ano de 1939, objetivando discutir a temática, e realizar uma análise da situação do operariado no que se referia às condições de trabalho e sua formação. No entendimento de Roberto Simonsen, na época presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), era necessário investir na formação intelectual, moral e cívica dos operários e capacitar os filhos destes como aprendizes. Que, conforme Bezerra (1999, p.5), era “um preparo moral,

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 uma disciplinarização social que despolitize as relações entre capital e trabalho, disseminando uma relação conciliadora entre operário e patrão”. Vale salientar que o conflito de interesses anteriormente mencionado fica evidenciado com a não compactuação de Gustavo Capanema (Ministro da Educação e Saúde) com os objetivos de formação técnica-profissional voltada apenas para o trabalho, onde não se considerava a formação humanista e cidadã do trabalhador. A exigência da profissionalização como pré-requisito para o exercício das atividades, já estavam na agenda do MES:

As diretrizes gerais do MES propunham a criação de escolas profissionalizantes de nível médio, normal (para a formação de mestres e professores) e ainda a criação da Universidade do Trabalho. Previa a regulamentação das profissões e a exigência de diploma para o exercício do trabalho profissional em todos os níveis, de forma que a profissionalização se tornasse obrigatória. (BEZERRA, 1999, p.6)

Tendo recebido duas propostas para o ensino profissionalizante, uma do MEC e outra do MTIC, o presidente Getúlio Vargas acabaria por promulgar, em 1940, “o decreto 6.029, regulamentando a instalação e funcionamento dos cursos profissionais nos estabelecimentos com mais de 500 empregados” (BEZERRA, 1999, p.7). Dessa forma, o Estado transferia para o setor privado o ônus da educação profissionalizante de seus operários. Os cursos nomeados como Extraordinários e Avulsos faziam parte da formação complementar e “permitiriam a continuidade, aperfeiçoamento e especialização do aluno” (BRITO, 2017, p.15). Estes, ficaram sob a responsabilidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), criado em 1942.

Embora os industriais aceitassem o novo encargo, o presidente Vargas criava, em 1941, uma nova Comissão para tratar do assunto, formada agora por representantes da indústria e do governo. Nesse período, o ensino profissional passou a ser de nível médio e, em 1942, os Liceus Industriais foram transformados em Escolas Técnicas Industriais (Decreto-Lei 4127 de 25 de fevereiro de 1942). Como resultado dos trabalhos dessa Comissão, nesse mesmo ano foram instituídos dois decretos: o de criação do Serviço Nacional de Formação de Industriários (SENAI) e a Lei Orgânica do Ensino Industrial através do Decreto-lei n. 4.073, de 30 de janeiro de 1942. Assim, nessa década, se consolidou no Brasil a educação corporativa, a partir do SENAI — órgão público, mas sob a administração da iniciativa privada, particularmente, da indústria (WEINSTEIN, 2000 apud BEZERRA, 1999).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 Brito (2017) apresenta que, de acordo com a Lei nº 4.073/42, os cursos ordinários do ensino industrial estavam organizados em dois ciclos e nas seguintes modalidades (ver Quadro II):

Quadro II - Organização do ensino industrial conforme a Lei nº 4.073/42

Fonte: Elaborado pelos autores com base na pesquisa realizada, 2017

Ao fazer referência às finalidades do ensino técnico-profissionalizante, Piletti e Piletti (2014, p. 188), apresentam como um aspecto diferencial da formação industrial “divulgar conhecimentos de habilidades técnicas” e questionam a não especificação dessas habilidades nos ensinos comercial e agrícola. Sobre os aspectos comuns desse ensino, o autor elenca as finalidades de:

1.Formar profissionais aptos ao exercício das atividades específicas do setor. 2. Dar aos trabalhadores jovens e adultos não diplomados uma qualificação profissional que lhes aumente a eficiência e a produtividade. 3. Aperfeiçoar os conhecimentos e habilidades técnicas de trabalhadores diplomados ou habilitados. (PILETTI, 2014, p. 188)

O “Sistema S” começou a ser instituído em 1942, tendo sido fomentado pela indústria, comércio e governo federal. Na ocasião, os Ministérios do Trabalho e da Educação se uniram na criação da Lei Orgânica do Ensino Industrial e, através do Decreto-Lei nº 4.048 daquele

CURSOS ORDINÁRIOS OU DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL CICLO 1

Escolas Industriais

Modalidades Duração

1. Ensino industrial básico 04 anos 2. Ensino de mestria 02 anos 3. Ensino artesanal 01 ou 02 anos

4. Ensino de aprendizagem 01, 02, 03 ou 04 anos

CICLO 2 Escolas Técnicas

Industriais

Modalidades grau médio Duração

1. Ensino técnico industrial 03 a 04 anos 2. Ensino pedagógico 01 anos

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 ano, foi criado o SENAI. Dirigido pela Confederação Nacional da Indústria que, de forma direta, assumiu a responsabilidade pelos cursos de continuidade, aperfeiçoamento e aprendizagem na área industrial, e a responsabilidade de organizar e administrar escolas de aprendizagem industrial em todo o país. Parte do custeio para atividades e infraestrutura oferecidas pelo SENAI até os dias atuais é oriunda de uma contribuição mensal descontada dos próprios industriários (BRASIL, 1942).

Consequentemente, foram sendo criados outros organismos para compor o “Sistema S” e atender às demandas de aperfeiçoamento educacional e bem estar social dos trabalhadores e do público em geral. Em 1946, foram criados: o SENAC, pelo Decreto-Lei nº 8.621, o SESI, pelo Decreto-Lei nº 9.403, e o SESC, pelo Decreto-Lei nº 9.853. Do decorrer dos anos seguintes, o “Sistema S” continuou sendo ampliado e agregando diversos outros órgãos.

Seguindo a premissa do SENAI, o SENAC é dirigido pela Confederação Nacional do Comércio, também responsável por organizar e administrar escolas de aprendizagem em todo o país, mas no setor comercial. Seus custos são, em parte, mantidos pela arrecadação de uma contribuição mensal oriunda dos estabelecimentos comerciais (BRASIL, 1946a). Por sua vez, SESI e SESC são dirigidos respectivamente pela Confederação da Indústria e Confederação do Comércio e, seguindo princípios de coletividade, receberam a atribuição de fazer o planejamento e execução de atividades que promovam o bem estar social e a melhoria do padrão de vida dos funcionários e suas famílias. (BRASIL, 1946b; 1946c).

Com relação ao ensino técnico agrícola, fica evidente a falta de prioridade por parte do governo, tanto que o decreto-lei que regulamenta só foi aprovado em 1946, evidenciando esse distanciamento. Observando que se tias politicas fossem efetividas, muitos descentes de escravos e indíos.

Outro fator limitante da falta de prioridade por esta modalidade de ensino, é como ofertar num país continental, ainda com tantas dificuldades de deslocamento, infraestrutura e para regiões mais distantes dos grandes centros

6 O ENSINO PRIMÁRIO E O ENSINO NORMAL

Estas duas modalidades de ensino foram regulamentadas por duas leis orgânicas promulgadas em 02 de janeiro de 1946. Com relação ao Ensino Primário, Piletti e Piletti (2014, p. 189) afirmam que Decreto-Lei Nº. 8.529, também denominado de Lei Orgânica do Ensino Primário, se tratava “da primeira legislação nacional após a lei de 15 de outubro de 1827”, e visava regulamentar o ensino das classes populares. Para alcançar esse objetivo seria

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 necessário organizar o Ensino Primário para as pessoas em idade escolar e a grande parcela de jovens e adultos que ou não sabiam sequer ler e escrever ou que possuíam baixo índice de escolarização.

O ensino, que anteriormente se limitava na habilitação para leitura e escrita, passou a ter como objetivo maior a formação integral (intelectual, moral, física e religiosa) e, voltada para a aplicação do conhecimento no cotidiano. Porém, a trajetória a se percorrer e as formas de ingresso para se chegar ao nível superior, tornavam essa realidade extremamente difícil para esse grupo da sociedade. Era preciso concluir o Ensino Primário Complementar para chegar ao Ensino Secundário Ginasial, em seguida migrar para algum curso de formação técnica-profissional e por fim fazer algum curso superior. No entanto, seguindo esse caminho, o curso superior seria exclusivamente técnico, o que já apresentava os indícios de uma estratégia de formação para o mercado (BALÃO, 2011).

Com relação ao Ensino Normal, ficava evidente a necessidade de formar rapidamente professores capazes de atuar nas séries iniciais para atender ao ensino primário. Inicialmente, os professores eram pessoas que lecionavam sem qualquer formação profissional, preparo ou capacitação para o exercício dessa atividade. A solução para reduzir os indicadores de analfabetismo no país e preparar professores primário no país foi oferecer a formação Normal, que ocorria em dois ciclos em nível de ensino básico (ginasial e colegial) e permitia o acesso ao ensino superior apenas para a Faculdade de Filosofia (GHIARADELLI JR, 2009). O aumento no número de professores, tinha como consequência o aumento da oferta de vagas no ensino primário, contribuindo para elevar o nível de escolarização dos brasileiros.

7 EDUCAÇÃO BRASILEIRA DURANTE OS ANOS DE 1940

No cenário educacional brasileiro, em 1940, cerca de 38% da população era alfabetizada, quando comparado com o ano de 1920, havia cerca de 24% da população alfabetizada, indicando que os desafios para um país continental como o Brasil seriam imensos. Por outro lado, alguns meios de comunicação de massa, como o rádio e os jornais impressos começaram a se espalhar pelo país e assumiram um papel importante na transmissão de informação da classe trabalhadora.

Esse período foi marcado por propostas de educação para a classe trabalhadora, como as campanhas de alfabetização e as lutas em prol da educação, iniciadas em anos anteriores. Nessa mesma década, começam a se espalhar em todo o mundo políticas públicas para educação de adultos no intuito de formar mão de obra qualificada a ser direcionada ao

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 fortalecimento do capitalismo industrial, bem como para, de certa forma, combater o comunismo (VENTURA, 2001).

De acordo com a tabela 1, entre as décadas de 20 e 40, podemos identificar um crescimento interessante nos indicadores de escolarização, tanto em números absolutos quanto em números proporcionais. Com o objetivo de preparar a classe trabalhadora para atuar em setores da indústria e comércio, como identificado pelos decretos-leis que regulamentaram o ensino profissionalizante no país e a criação do chamado “Sistema S”.

Tabela 1 - Evolução do Crescimento Populacional e da Escolarização (população de 5 a 19 anos)

Ano População Matrícula

no ensino primário Matrícula no ensino médio Total de matrícula Taxa de escolarização Crescime nto populacio nal Cresciment o da matrícula 1920(*) 12.703.077 1.033.421 109.281 1.142.281 8,99 100 100 1940 15.530.819 3.068.269 260.202 3.328.471 21,43 122,26 291,28

Fontes: Fundação IBGE, Séries Estatísticas Retrospectivas, 1970; INEP/MEC: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, n. 101. Nota (*): Dados estimados.

Com uma política mais populista de estado e o fantasma do analfabetismo limitando o crescimento industrial e, por sua vez, econômico do país, na década de 1940, começaram a ampliar as ações de alfabetização de jovens e adultos, iniciadas em décadas anteriores de forma superficial e que se funcionaram de 1940 até 1963 com o nome de Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA). Esse foi o pontapé inicial para políticas populares de estado, que ganharam maior destaque na década de 1960. A princípio, a “educação popular” era entendida como o processo de levar instrução a toda a população, através de escolas primárias, no intuito de acabar com o analfabetismo (SAVIANI, 2007).

Na Constituição de 1934, já havia alguns elementos oriundos do movimento dos pioneiros da Educação Nova. Contudo, a nova Carta Constitucional ratificou e acrescentou outros elementos. A Constituição de 1946 legislava, entre outras coisas, sobre as diretrizes e bases da educação nacional. Estabelecia, também, a educação como direito de todos, sendo o ensino primário obrigatório e gratuito, mas o posterior ao primário seria gratuito apenas para os que comprovassem insuficiência de recursos. As empresas industriais, comerciais e agrícolas com mais de 100 funcionários passaram a ser obrigadas a ofertar ensino primário

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 gratuito aos servidores e seus filhos. Garantia, também, assistência educacional para assegurar a eficiência escolar de alunos necessitados (BRASIL, 1946).

Apesar de haver divulgação desde a década anterior, a partir de 1940 os cursos por correspondência ganharam força. Esses cursos atendiam a um público majoritariamente composto por profissionais com baixa qualificação de cidades do interior do país (90% de homens entre 25 e 28 anos, 65% já empregados e com situação financeira estabilizada). As reservas de vagas eram feitas via cupons de revistas e o número de cartas indicavam o alcance e sucesso do programa. Nesse ínterim, destacaram-se o Instituto Monitor (1939) e o Instituto Universal Brasileiro (1941).

No ano de 1944, o Instituto Nacional de Educação Pedagógica (Inep), começa a publicar a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos3, contribuindo como uma importante fonte de preservação da história da educação em nosso país até hoje (GADOTTI, 2006, p. 232).

Em 1947, Anísio Teixeira precisou escolher entre assumir a Secretaria de Educação da Bahia ou explorar jazidas de manganês no Amapá. Entre a educação e acumular riquezas, ele optou pela primeira opção. Como uma das principais iniciativas práticas, Anísio Teixeira propôs a criação de um Conselho Estadual de Educação e Cultura, a ser incluído na redação da Constituição baiana, para que este possa julgar e decidir “sobre infrações cometidas em desrespeito às normas em vigor” (SAVIANI, 2007, p. 227).

Em 1947, após forte empenho do arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Leme, junto ao papa e ao Governo Federal, a Universidade Católica, composta pelas Faculdades Católicas de Direito e de Filosofia e pela Escola de Serviço Social, recebeu o título de Pontifícia (PUC-RJ). Na mesma década, foram fundadas a PUC-SP e a PUC-RS (SAVIANI, 2007).

Em articulação com o contexto de desenvolvimento e modernização capitalista do Brasil nos anos 1930 e 1940, foram delineadas algumas das influências pedagógicas e seus efeitos para a educação. Quanto às tendências pedagógicas definidas e concretizadas nas escolas brasileiras, elas se deram tanto por orientações oficiais como pelas práticas concretizadas em sala de aula pelos professores.

8 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NO PERÍODO

A década de 1940 no Brasil envolveu o movimento de duas tendências em destaque: a Pedagogia Tradicional, fortemente instituída nesse período, e a Pedagoga Renovada, requerida

3 Está revista representa uma importante fonte de informação sobre a educação brasileira, suas informações estão

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 pelo movimento da escola nova em 1930. Pode-se compreender a explanação feita por José Carlos Libâneo (1989, p. 20-21) quando este afirma que “é necessário esclarecer que as tendências não aparecem em sua forma pura, nem sempre são mutuamente exclusivas, nem conseguem captar toda a riqueza da prática concreta”. Tal destaque contorna muito bem as linhas que vão caracterizar a prática educacional da década de 1940 no Brasil.

As duas tendências pedagógicas supramencionadas aparecem de forma mesclada nesse período estudado, embora não com as mesmas forças e características enquanto prática escolar. A primeira, a Pedagogia Tradicional, caracteriza-se por acentuar um ensino humanístico e de cultura geral no qual o aluno deve atingir, pelo próprio esforço, sua plena realização como pessoa. Nela, os conteúdos de ensino estão referenciados nos conhecimentos acumulados pelas gerações adultas e repassados como verdades aos alunos, tendo na relação professor aluno predominância da autoridade do professor, por meio de aulas expositivas, receptivas e mecânicas. Ainda, as avaliações de aprendizagem são realizadas por meio de provas escritas, interrogatórios e exercícios orais, avaliados como ‘resultado negativo’, com notas baixas, punição e apelos aos pais, ou como ‘resultado positivo’, com ótimas notas e uma boa classificação (LIBÂNEO, 1989).

Para a segunda tendência, a Pedagogia Renovada “a educação é um processo interno, não externo; ela parte das necessidades e interesses individuais necessários para a adaptação ao meio” (LIBÂNEO, 1993, p. 22). Assim, de acordo com o autor esta tendência “propõe um ensino que valorize a autoeducação - o aluno como sujeito do conhecimento; a experiência direta sobre o meio pela atividade; um ensino centrado no aluno e no grupo” (1993, p. 22). Nessa tendência, o professor assume o papel de mediador, de ‘facilitador’, e toda intervenção do professor é vista como ameaça inibidora da aprendizagem. O aluno, por vivenciar experiências significativas, tem a capacidade de autodesenvolvimento. Nos processos de construção do conhecimento são reforçadas as relações de comunicação, tornando secundária a transmissão dos conteúdos. Valorizam-se as tentativas experimentais, a pesquisa, o estudo do meio social e natural e a descoberta (LIBÂNEO, 1989).

Essas duas tendências, quanto aos critérios e condicionantes sociopolíticos da escola, estão classificadas como Pedagogia Liberal. De acordo com Libâneo,

A pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Para isso, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos valores e às

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normas vigentes na sociedade de classes, através do desenvolvimento da cultura individual [...] Historicamente, a educação liberal iniciou-se com a pedagogia tradicional e, por razões de recomposição da hegemonia da burguesia, evoluiu para a pedagogia renovada (também denominada escola nova ou ativa), o que não significou a substituição de uma pela outra, pois ambas conviveram e convivem na prática escolar. (1989, p. 21- 22).

Considerando esse contexto, é possível perceber que a ênfase dessas duas tendências se dá muito fortemente no aspecto cultural, mascarando a divisão de classes sociais, pregando a igualdade de oportunidades.

Destarte, o movimento da educação no Brasil, desde as primeiras décadas do século XX, foi sendo organizado em pautas de discussão que envolvia o questionamento ao modelo tradicional de educação, tendo grande influência da Escola Nova e seus defensores, resultando na efetivação de ambas as tendências. De acordo com Andreotti (2006), todo esse movimento esteve articulado aos processos de modelos de industrialização que resultaram em demandas por educação. Esse período foi marcado por mudanças nas relações entre Estado e sociedade, fortalecendo a criação de um Estado forte, que predominou até meados dos anos 1940.

Tendo como base Saviani (1985), nesse contexto de mudanças, a Pedagogia Tradicional prevaleceu na maioria das práticas escolares. Em uma análise que fez sobre a propagação da pedagogia da nova escola, ele destaca que,

[...] a “Escola Nova” organizou-se basicamente na forma de escolas experimentais ou como núcleos raros, muito bem equipados e circunscritos a pequenos grupos de elite. No entanto, o ideário escolanovista, tendo sido amplamente difundido, penetrou nas cabeças dos educadores acabando por gerar consequências também nas amplas redes escolares oficiais organizadas na forma tradicional. Cumpre assinalar que tais consequências foram mais negativas que positivas uma vez que, provocando o afrouxamento da disciplina e a despreocupação com a transmissão de conhecimentos, acabou por rebaixar o nível do ensino destinado às camadas populares as quais muito frequentemente têm na escola o único meio de acesso ao conhecimento. Em contrapartida, a “Escola Nova” aprimorou a qualidade do ensino destinado às elites. (SAVIANI, 1985, p. 14).

Nas referências de discussão elencadas, pode-se inferir que aconteceram os primeiros questionamentos quanto aos métodos de ensino da Pedagogia Tradicional nas décadas de 1930 e 1940. Isso resultou na proposição de ideias não hegemônicas, como a da Pedagogia

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 Renovada. E que embora não tenha sido desenvolvida em todas as escolas, a Pedagogia Renovada deixou sua marca enquanto contribuição até hoje nas práticas escolares, especialmente quanto aos métodos de ensino.

A década de 1940 foi marcante no cenário político. Enquanto o mundo findava um período de destruição com a Segunda Guerra Mundial, iniciava-se um outro momento de reconstrução econômica e social, tido como mais apaziguador e tolerante devido os estragos provocados pela beligerância de países dominantes. No Brasil, esse cenário internacional reverberava. Num contexto nacional onde faltava democracia e sobravam estratégias políticas, como reflexo do sentimento anticomunista internacional provocado pela Guerra Fria, Vargas manteve-se no poder através desse discurso e, paradoxalmente, foi destituído por aproximar-se desaproximar-se grupo.

Ademais, ganhavam força o processo de industrialização, a educação profissionalizante e implantavam-se reformas educacionais de maneira verticalizada e articulada às necessidades de um mercado de trabalho cada vez mais industrializado, embora ainda fossem também discutidas propostas contra hegemônicas de uma educação ampliada e popular, prevalecendo nesse período os modelos liberais.

9 CONSIDERAÇÕES

A partir do processo de industrialização brasileira surgiu, no país, a necessidade de mão-de-obra qualificada para atender a demanda por operários habilitados para as atividades fabris. Para isso, foram criados mecanismos para essa capacitação, posteriormente institucionalizados a partir de uma reestruturação do modelo de ensino vigente no país. O “Estado de Compromisso” estabelecido na década de 1930 entre o Estado e a elite brasileira, representada pela indústria e igreja, culminou com a criação, na década de 1940, de um conjunto de leis e decretos. Esse conjunto era parte do que se denominou Reforma Capanema, cuja aplicabilidade foi mais concreta no período pós Estado Novo e, através da qual se estabeleceu uma nova configuração do ensino brasileiro. Assim, o ensino básico foi dividido em: ensino secundário (ginasial e colegial) de caráter propedêutico voltado para os filhos da classe média e, os ensinos técnico-profissional (industrial, comercial e agrícola), primário e normal que objetivavam a instrução dos trabalhadores, ou melhor, a promoção de suas habilidades técnicas. Nessa reorganização se fazia notória a distinção entre os níveis de educação oferecidos e seus respectivos públicos, deixou claro o seu uso como meio de condução da formação população de baixa renda corroborando com a visão capitalista do mercado. Assim,

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.36391-36413 jun. 2020. ISSN 2525-8761 a indústria, juntamente com o comércio, organismos nacionais e internacionais, se responsabilizaram por mobilizar financiamentos e ofertar cursos e programas em todo o Brasil visando profissionalizar pessoas que já atuavam nesses setores ou que tivessem interesse de atuar. As intervenções, diretas ou indiretas, de forças hegemônicas nacionais e internacionais na educação, ciência e cultura feitas por organismos como o Banco Mundial, a ONU (através da Unesco) e das entidades privadas ligadas ao “Sistema S” (SENAI, SENAC, SESC E SESI), definitivamente influenciaram as políticas educacionais dos países em desenvolvimento, como o Brasil, com foco nos interesses do mercado e da economia capitalista. A própria disputa interna pelo poder, como ocorreu entre o Ministério da Saúde e Educação e o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, fragilizaram o Estado e criaram espaços para a ação de outros órgãos com interesses estritamente mercadológicos, desvirtuando o verdadeiro propósito da educação. Esse quadro se apresenta, ainda hoje, no cenário brasileiro e mundial, de forma muito contundente.

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Tabela 1 - Evolução do Crescimento Populacional e da Escolarização (população de 5 a 19 anos)  Ano  População  Matrícula

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