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Sé de Braga - “reflexões para a valorização da herança religiosa e patrimonial”

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Academic year: 2020

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(1)

I

ANEXO I

(2)

II

Normas para a fruição dos espaços da Sé de Braga

(proposta)

“ Património Cultural é um recurso simultaneamente material e espiritual. É testemunho do desenvolvimento histórico. Desempenha um papel importante na vida contemporânea e deve ser acessível, física, intelectual e emocionalmente do grande público. Os programas de protecção e de conservação dos elementos físicos, dos aspectos intangíveis e das expressões da cultura contemporâneas, tomadas no seu sentido mais lato, devem facilitar a apresentação e a compreensão do significado património, quer pelas comunidades de acolhimento, quer pelos visitantes, de um modo equitativo e adaptado aos meios de que dispõem.”

ICOMOS 1999

Este documento insere-se dentro da política de sinalização e conciliação das funções turística e religiosa, no contexto da Sé de Braga, e encerra as constantes defendidas no trabalho efectuado. Cumpre também as indicações e preceitos de entidades como o ICOMOS1 ou a Organização Mundial de Turismo, para além de respeitar a função original deste espaço e as especificidades do culto religioso. Imbuídos desta linha de pensamento, em seguida apresentam-se dezasapresentam-sete pontos para regulamentar a fruição turística e religiosa neste espaço.

Artigo 1º

A Sé de Braga é um imóvel de grande valor religioso, patrimonial e simbólico constituído por um conjunto de espaços que encerram características que são referências religiosas, históricas, culturais, etnográficas e cultuais, de valor incalculável, de toda uma região e nação. Em virtude desta realidade os fruidores do espaço, independentemente da sua motivação de visita devem respeitar as especificidades de cada um dos lugares e a Sé Primacial como um Monumento – Identidade de uma cidade, região e nação.

Artigo 2º

A Sé Catedral de Braga foi, ao longo dos tempos, um local de grande tradição religiosa e mentora de uma política litúrgica e devocional que emanou para toda a arquidiocese e nação marcando profundamente a base cultural portuguesa e desta região em particular. Em termos de manifestações religiosas regulares e populares esta região é das mais ricas da Europa. Devem, em virtude desta realidade, os fruidores deste espaço, em todas as situações, respeitar as práticas de natureza religiosa e etno-religiosa verificadas no monumento.

Artigo 3º

Durante as cerimónias de natureza religiosa devem os visitantes evitar os espaços onde as mesmas se desenrolam, excepto se desejarem integrar-se na assembleia. Nestes casos deve adoptar os comportamentos típicos da presença neste tipo de cerimónias. Na Igreja da Catedral devem os visitantes evitar a circulação na nave central durante a realização de Eucaristias, Casamentos ou outras cerimónias de cariz religioso e/ou celebrativo.

1

Carta do Turismo Cultural, de 1999 e Normas de Quito, de 1967, para a preservação e utilização de monumentos e sítios de valor histórico e cultural.

(3)

III

Artigo 4º

Nas áreas junto a altares/imagens alvo de grande culto, assim como nos locais onde se registe o recolhimento de fiéis, devem os visitantes evitar passar junto a esses lugares, falar alto, promover ajuntamentos ou apreciar artisticamente os altares. Devem também evitar qualquer tipo de filmagens, fotos ou outras dos espaços onde se verifique culto e/ou recolhimento, conforme normas impostas pela entidade usufrutuária da Catedral.

Artigo 5º

Durante a realização de cerimónias religiosas os visitantes deverão evitar a fruição dos espaços onde as mesmas se devolvam e optar por visitas aos demais lugares da Sé com a devida observância das constantes nos pontos anteriores deste documento.

Artigo 6º

Aos fiéis e paroquianos solicita-se que promovam as suas acções de culto o mais próximo possível dos horários estabelecidos para as cerimónias religiosas e eucarísticas. Devem evitar acções de culto e/ou recolhimento em alturas que se realizam no monumento actividades de animação cultural.

Artigo 7º

Solicita-se aos fiéis o bom senso e a tolerância para com os visitantes e a aceitação da função turístico-cultural.

Artigo 8º

Devem os fruidores da Sé Primacial de Braga respeitar a sinalização e indicações existentes na Catedral de forma a melhor fruir os espaços e promover a coabitação sustentada entre a função religiosa e turística.

Artigo 9º

Os visitantes, sem desrespeito pela liberdade conferida pela Carta dos Direitos Turísticos e Código do Turista definidos pela OMT, em 1983, devem seguir os percursos interpretativos e indicações sugeridas pelas entidades gestoras do espaço de forma a melhor interpretar a história e a vivência religiosa do monumento. Estes percursos e/ou sugestões de visita são também uma forma de evitar concentrações e conferir ao local linhas de leitura e de fruição.

Artigo 10º

Aos guias turísticos, ou outros, em monitorização de grupos na Sé, solicita-se a observação das normas de visita ao espaço. Devem evitar dissertações junto de locais (altares, imagens, etc) que condicionem acções de culto e/ou recolhimento. Pede-se uma rigorosa observância dos horários das cerimónias religiosas e dos demais pontos plasmados neste documento. Devem os profissionais do turismo respeitar e dar “voz” à função evangelizadora do património existente na Sé Primacial de Braga.

(4)

IV

Artigo 11º

Os Serviços da Catedral, agradecem a marcação antecipada de visitas, de forma a proporcionar uma melhor programação das actividades no monumento, assim como evitar horários coincidentes com o programa litúrgico e eucarístico e/ou concentrações excessivas de visitantes.

Artigo 12º

O património monumental, sacro e religioso existente neste espaço está organizado de forma a potenciar a interpretação do mesmo numa perspectiva evangelizadora decorrente do seu contexto histórico-religioso. Por isso os cenários de fruição deste conjunto monumental, deverão, em todos os casos, fazer valer esta condição.

Artigo 13º

Solicita-se à globalidade dos fruidores o uso do bom senso, em todas as suas atitudes, uma vez que este monumento possui um espírito religioso muito forte e um equilíbrio emocional frágil.

Artigo 14º

Procure sempre que tiver dúvidas os serviços de informação da Catedral, em vez de vaguear pelo monumento.

Artigo 15º

Durante a realização de cerimónias festivas, festas ou celebrações na Catedral que condicionem os circuitos normais de leitura do monumento, siga as indicações dos serviços da Catedral. Não force situações que podem por em causa o equilíbrio existente no monumento.

Artigo 16º

Os Horários das Cerimónias Religiosas e Eucarísticas, assim como de cerimónias com carácter esporádico, estão devidamente sinalizados pelos serviços da Catedral nos painéis informativos da catedral.

Artigo 17º

Respeite para ser respeitado! Tolere para ser tolerado! Compreenda para ser compreendido! Contemple para ser Contemplado! Ajude para ser ajudado !

Este é um Monumento Mensagem de uma nação e um espaço de diálogo entre os Homens e Deus. Respeite cada uma das faces do monumento e o simbolismo de natureza etno-religiosa e histórica a estas inerentes.

(5)

V

ANEXO II

(6)

VI

Fig. 1. Diocese de Braga nos séculos XI/XII (Real 1990)

(7)

VII

Fig. 3. Evolução das Obras da Catedral (Séculos XI-XIII) (Real 1990)

(8)

VIII

Fig 5. Esquema de Intercessão da cidade romana com a Cidade Medieval

(Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho 1997/98).

.

(9)

IX

Fig 7. Planta inicial adaptada com zoom sobre a capela de S. Nicolau, padroeiro dos

(10)

X

Fig. 08. Planta da Sé em 1922 com indicação dos locais alterados com as obras da

Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais nos anos 30 (Barreiros 1922).

Legenda:

(11)

XI

Fig. 8.1. Esquema com o novo ordenamento do Programa Devocional no período

pós-obras da D.G.E.M.N.

Legenda:

A) Passagem encerrada;

B) Altares removidos, nomeadamente no interior da Igreja e/ou deslocalizados para o claustro e Capela da Sr.ª da Piedade; C) Sagração do altar em Honra de S. Martinho em detrimento das Senhora das Angustias;

D) Fecho das Capela da Gloria, Reis e de S. Geraldo após a abertura do Museu Tesouro da Sé;

E) Colocação de altares na área do claustro e na Capela da Senhora da Piedade, alguns deles vindos dos altares da Igreja ou do Claustro de Stº Amaro;

F) Colocação do relicário numa única capela – Capela das Relíquias.

G) Destruição das Capelas do Claustro de Stº Amaro e deslocalização de alguns altares para o interior do claustro e Capela da Piedade.

(12)

XII

Fig. 9. Mapa da Pressão Turística no Espaço da Sé de Braga.

Legenda:

Verde: Áreas com relativa Pressão Turística; Vermelho: Espaços com grande pressão turística.

Amarelo: Local de fraca ou nenhuma visibilidade turística; Rosa: Área de Passagem com pressão turística assinalável;

Castanho: Área de Acesso ao Museu – Pressão Turística controlada; Azul: Áreas visitáveis somente no contexto de visita ao Museu; Violeta: Locais indisponíveis para visita – fruição exclusiva do clero.

(13)

XIII

Fig.10. Locais mais procurados para o culto religioso (pressão religiosa).

Legenda:

Vermelho: Espaços com grande procura para praticas cultuais e devocionais religiosas Pressão religiosa elevada; Amarelo: Espaços com procura para praticas cultuais e religiosas menor que os anteriores – Pressão Religiosa

(14)

XIV

Fig.11. Planta com os espaços com vestígios “mais velhos que a Sé” e contemporâneos

da última sagração da Catedral (possível linha de interpretação a potenciar na Catedral).

(15)

XV

Fig.12. Espaços da Sé que potenciam a ligação à forja e consolidação do Reino e da

Portugalidade no Mundo (possível linha de interpretação a potenciar na Catedral).

Legenda:

(16)

XVI

Fig.13. Locais da Sé com ligação à História do Cristianismo (Possível linha de

interpretação a potenciar na Catedral).

Legenda:

(17)

XVII

Fig.14. Locais da Sé com referências à historia eclesiástica da Diocese (Possível linha

(18)

XVIII

Fig.15. Esquema com os Circuitos de visita mais usuais nos espaços da Sé.

Legenda:

Verde: Percurso de entrada mais utilizado pelos visitantes;

Vermelho: Percurso mais utilizado para circular da área do transepto para a Galilé e/ou claustro;

Amarelo: Percurso mais frequente, quer para quem sai da Igreja da Catedral, quer para quem entra no templo pelo

lado da rua do Souto. O Percurso de visita dos que entram na catedral pelo Claustro de Stº Amaro, assume na Igreja os padrões referenciados no mapa a verde.

(19)

XIX

Fig. 16. Proposta de reorganização da Sé Catedral. Novos espaços de visita e circulação.

Legenda:

Verde e Sombreado: áreas que deviam ser abertas ao público para fruição turística e patrimonial sustentada, assim

como para culto, no caso das capelas;

(20)

XX

Fig. 17. Esquema com os Circuitos de visita mais frequentes e com os prováveis novos

circuitos decorrentes das alterações propostas na figura 16.

Verde: Percurso de entrada mais utilizado pelos visitantes;

Vermelho: Percurso mais utilizado para circular da área do transepto para a Galilé e/ou claustro;

Amarelo: Percurso mais frequente, quer para quem sai da Igreja da Catedral, quer para quem entra no templo pelo

lado da rua do Souto. O Percurso de visita dos que entram na catedral pelo Claustro de Stº Amaro, assume na Igreja os padrões referenciados no mapa a verde.

Preto: Formação de novos circuitos a partir da execução de algumas das propostas presentes no trabalho; Tracejado: Abertura da área sobranceira ao claustro, acesso ás torres, Cadeiral e acesso ao museu e/ou

(21)

XXI

ANEXO III

(22)

XXII

Fig. 18. Proposta de Logótipo e respectiva fundamentação.

(23)

XXIII

Memória descritiva do Logótipo.

A definição do logótipo obedeceu aos seguintes pressupostos:

a) Símbolos da Igreja (As torres das igrejas são indiscutivelmente um dos elementos

arquitectónicos que melhor identificam este tipo de imóveis e melhor relacionam o

património com uma cultura de base religiosa cristã, dai a opção pela torre);

b) Aspectos diferenciadores (o aparelho construtivo das torres da Sé de Braga para

além de ser identificativo do imóvel, possui pormenores artísticos que as diferenciam da

globalidade das torres das Catedrais europeias e das igrejas em geral. Este factor abonou

a tese que a torre seria um ícone importante para a definição da imagem corporativa da

Sé. Por outro lado é de simples compreensão e associação);

c) Inovação (Esta surge da forma como está desenhado o “s” que transmite uma

sensação de “onda e movimento”, transmitindo uma imagem de uma estrutura viva e

activa. Por outro lado, a escolha da cor “laranja” confere ao logótipo vida e acção, assim

como uma leitura muito simples e acessível. O jogo de cor entre o “s” e o “b” com as

arestas das cúpulas sineiras, que se encontram propositadamente sem os sinos, transmite

uma sensação de leveza, abertura e sentido de descoberta. Tenta transmitir a sensação

de um espaço aberto à descoberta de todos aqueles que o queiram fruir. Este jogo de cor

e linhas visa também transmitir algo de misterioso e místico que existe no imóvel. O

Cinza utilizado na generalidade do logótipo tenta transmitir a sensação de um espaço

puro, celestial e de recolhimento, mas vivo. A junção destes elementos visa dar uma

sensação de vida, tradição e movimento e de “mater”. Este último elemento corporizado

nos elementos de sobriedade que se elevam na parte superior do imóvel. O desenho do

logótipo, utiliza, também, a torre para dar a sensação da “mitra” que o arcebispo de

Braga utiliza, fazendo transparecer a ideia que esta é a casa dos prelados)

d) Simplicidade e descrição (Muito embora o logótipo tenha todo o contexto atrás

relatado, não é mais que o desenho de uma das torres, por isso é realista e simples mas

sedutor na mensagem. Transmite acima de tudo uma imagem de “episcopal”)

e) Aplicabilidade (Nos estudos que fizemos, como é visível nas figuras seguintes, este

elemento tem uma aplicabilidade institucional e comercial bastante apelativa e

funcional. Pode por isso ser um elemento catalizador de toda uma politica de

comunicação e merchandising. Por outro lado, a sua transformação em holograma está

bastante facilitada pela estrutura de cores e de linhas).

(24)

XXIV

Fig.19. Exemplo de aplicações do Logótipo em elementos que podem servir de base a uma politica de

(25)

XXV

Fig. 20. Exemplo da aplicabilidade do Logótipo em material de correspondência.

(26)

XXVI

Fig.21. Modelo de placas para colocação na Sé com indicações históricas de cada um dos locais considerados fundamentais para a leitura e percepção da evolução do monumento e da sua história. (Estas placas podem ser em metal e/ou acrílico e devem conter a planta da Sé com a

(27)

XXVII

Fig. 22. Locais onde propomos a colocação de material informativo e placas idênticas ás

referenciadas na figura 21.

Legenda:

Nota são locais documento: o Tumulo do Infante; a Porta do Sol; o Altar de S. Martinho de Dume e a Sacristia da

Igreja; a Capela-Mor, a Capela de S.Pedro de Rates, os vestígios arqueológicos do transepto; o Absidiolo Românico do Claustro de Stº Amaro; a Capela de S. Geraldo; a Capela da Gloria; o Claustro de Stº Amaro; a Capela dos Fundadores; a Capela da S. Piedade; a Capela das Relíquias; o Coro e o Órgão da Catedral. Todos estes locais devem estar referenciados com uma placa que lhes confira visibilidade e leitura.

Placas com descrição nos locais documento da Catedral.

Locais com placas com informação geral sobre o monumento nas entradas principais. Placas com o Regulamento proposto neste trabalho para informação dos visitantes (Colocação na entrada e na porta do claustro)

(28)

XXVIII

(29)

XXIX

Fig. 24. Exemplo de um desdobrável com o Programa da Semana Santa.

(30)

XXX

Fig. 26. Suportes Promocionais utilizados para promoção de Santiago na Feira Internacional de Madrid em 2004, sustentados na imagem da Catedral desde a fotografia ao logótipo.

(31)

XXXI

Fig. 28. Panorâmicas da Fachada da Abadia de St. Conques de Foy em França.

Fig. 29. Panorâmicas da cabeceira da Abadia de St. Conques de Foy em França.

(32)

XXXII

Fig. 31. Perspectiva das Imagens de S. Judas Tadeu e S. Bento onde se verifica um culto fervoroso bem visível nas imagens de cera, ramos de flores, papéis com dedicatórias junto às

imagens, placas em mármore, velas, entre outros.

Fig. 32. Aspecto da entrada da Sé em pleno período de Verão, onde é visível um grupo de turistas.

(33)

XXXIII

Fig.33. Área do terraço sobranceiro ao claustro.

Fig. 34. Aspecto desorganizado do claustro de Santo Amaro com peças arqueológicas amontoadas sem ordem e/ou discurso

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