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NOMENCLATURA BOTÂNICA

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Academic year: 2021

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NOMENCLATURA BOTÂNICA

A Nomenclatura Botânica refere-se à aplicação correta dos nomes científicos das plantas, e para garantir certa estabilidade e universalidade aos nomes dados aos diferentes táxons é criado, em 1867, o CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA BOTÂNICA que contempla princípios, regras e recomendações no que tange a aplicação de nomes.

Código é um sistema de regras e recomendações que regulam a nomenclatura de

organismos vivos e fósseis, publicado em edições atualizadas. Atualmente existem 5 códigos: 1. Código Internacional de Nomenclatura Botânica (ICBN)

2. Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN) 3. Código Internacional de Nomenclatura de Bactérias (ICB)

4. Código Internacional de Classificação e Nomenclatura de Vírus (ICVCN) 5. Código Internacional de Nomenclatura para Plantas Cultivadas (ICNCP)

IMPORTANTE: Todos os códigos apresentam regras independentes entre si.

Por que padronizar a nomenclatura?

Por que não usar nomes vernaculares (língua nativa?)

Nomes em línguas nativas não são universais (significado apenas naquela língua nativa). Além disso, eles não indicam a categoria taxonômica (dificuldade de reconhecimento das categorias pela escrita).

O mesmo nome vernacular poderia ser usado para mais de uma espécie diferente e para regularizar e fazer consistente o uso de nomes vernaculares, haveria a necessidade de criar e aplicar regras em cada língua.

Por que usar o Latim para os nomes científicos?

Embora o latim seja hoje uma língua morta, com poucos falantes fluentes e sem que ninguém o tenha por língua materna, ainda é empregado pela Igreja Católica (língua oficial do Vaticano). Exerceu enorme influência sobre diversas línguas vivas, ao servir de fonte vocabular para a ciência, o mundo acadêmico e o direito. O latim vulgar, um dialeto do latim, é o ancestral das línguas neolatinas (italiano, francês, espanhol, português, romeno, catalão, romanche e outros idiomas e dialetos regionais da área); muitas palavras adaptadas do latim foram adotadas por outras línguas modernas, como o inglês.

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O latim foi a língua escolástica universal da cultura ocidental desde o tempo do Império Romano até pelo menos o século 18.

Curiosidades: alguns filmes, como A Paixão de Cristo, apresentam diálogos em latim e

muitas organizações ainda hoje ostentam lemas em latim, como o estado brasileiro de Minas Gerais (libertas quæ sera tamen).

Além de ser uma língua neutra, praticamente toda a literatura botânica (até século 19) está escrita em latim.

A Nomenclatura Botânica se faz presente na prática da SISTEMÁTICA (ramo da ciência que estuda a diversidade das plantas, através da sua organização em grupos, com base em suas relações evolutivas (morfologia, biologia floral, química, dados moleculares), agrupando semelhante com semelhante) e principalmente, na TAXONOMIA (parte da sistemática que estuda as leis de classificação. É o estudo dos táxons, estudo da nomenclatura, descrição, identificação e classificação dos organismos. Envolve dar nomes científicos aos grupos de organismos).

Duas práticas muito comuns dos botânicos são:

1. IDENTIFICAÇÃO = determinação: processo para se conseguir a denominação de uma planta (dar nome encaixando-a numa classificação pré-existente).

2. CLASSIFICAÇÃO= ordenação das plantas de maneira hierárquica. O produto final é o arranjo destas plantas em um sistema de classificação.

“Não se pode entender taxonomia sem classificação, pois identificar e classificar são termos inseparáveis, porque ninguém consegue identificar sem situar o organismo numa série hierárquica de níveis taxonômicos.” (ICBN)

CÓDIGO DE NOMENCLATURA BOTÂNICA

A primeira edição foi o Código de Paris (1867) e desde então, o Código vem sendo atualizado a cada seis anos durante os Congressos Internacionais de Botânica.

PRINCÍPIOS DO CÓGIDO DE NOMENCLATURA:

I. A nomenclatura botânica é independente da nomenclatura zoológica e bacteriológica.

II. A aplicação de nomes para grupos taxonômicos é feita através de “tipos nomenclaturais”- é o elemento ao qual o nome de um táxon está permanentemente ligado, podendo ser um espécime ou uma ilustração.

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___________________________________________________________________________________________________________ IV. Cada grupo taxonômico pode ter somente um nome correto, o mais antigo publicado de acordo co as regras, exceto em casos específicos.

V. Nomes científicos de grupos taxonômicos são tratados em latim, sem considerar sua derivação. VI. As regras de nomenclatura são retroativas, a menos que sejam expressamente limitadas.

Ex. descrição original em latim – após 1/1/1935

 Grupos taxonômicos de qualquer nível deverão ser referidos como táxons (singular: táxon);

 Cada planta individual é tratada como pertencente a um número indefinido de táxons de níveis consecutivamente subordinados, dentre os quais o nível de espécie é o nível básico;

Muitas são as regras do Código de Nomenclatura Botânica, mas as mais importantes são:

1. As principais categorias taxonômicas de acordo com o Código são:

REINO DIVISÃO CLASSE SUBCLASSE ORDEM SUBORDEM FAMÍLIA SUBFAMÍLIA TRIBO SUBTRIBO GÊNERO SUBGÊNERO SEÇÃO SÉRIE ESPÉCIE SUBESPÉCIE VARIEDADE FORMA

2. Pela terminações das palavras podemos identificar as categorias taxonômicas.

DIVISÃO: phyta CLASSE: opsida ORDEM: ales FAMÍLIA: aceae SUBFAMÍLIA: oideae TRIBO: eae GÊNERO

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Exemplo:

DIVISÃO: Magnoliophyta ou Angiospermae CLASSE: Magnoliopsida ou Dicotyledonae ORDEM: Rosales

FAMÍLIA: Rosaceae

SUBFAMÍLIA: Rosoideae TRIBO: Roseae

GÊNERO: Rosa ESPÉCIE: Rosa gallica L.

3. O nome de uma planta é uma combinação de dois nomes diferentes (BINÔMIOS).

Rosa gallica L.

autor da espécie

gênero epíteto específico

Este binômio é o NOME DA ESPÉCIE e deve sempre estar em destaque, ou em itálico ou sublinhado. Rosa gallica ou Rosa gallica.

Categorias abaixo de gênero devem ser obrigatoriamente, colocadas em destaque.

No binômio, apenas a primeira letra do gênero é escrita em maiúsculo, o restante sempre em minúsculo.

4. Citação do nome do autor da espécie.

É obrigatória a citação do nome do autor da categoria de espécie para baixo. O nome do autor pode ser escrito por extenso ou abreviado, mas isso cabe ao próprio autor da espécie e devemos respeitar o modo de citação do nome. A abreviação dos nomes não é obrigatória, mas sua citação é !!

O nome do autor não é italizado, nem sublinhado, pois são nomes que não são escritos em latim.

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Exemplos:

Polygala riograndensis Lüdtke & Miotto P. paniculata L. (abreviação de Linnaeus)

P. adenophylla A. St.-Hil. & Moq. (Auguste Saint Hilaire & Christian Horace Bénédict Alfred Moquin-Tandon)

5. Principio da prioridade

Para cada táxon abaixo de família o nome correto é o mais antigo, desde que tenha sido validamente publicado.

Exemplo:

Polytropia Presl (1831) qual é o nome válido? Rhynchosia Loureiro (1790)

Aquele que tiver sido publicado primeiro !

Rhynchosia Loureiro (1790) sinonímia: Polytropia Presl (1831)

Eriosema lagoense M.Mich. (1875)

E. campestre Benth. (1859) qual é o nome válido? E. yerbalium Chod. & Hassl. (1904)

Eriosema campestre Benth. (1859) Sinonímias: E. lagoense M.Mich. (1875)

E. yerbalium Chod. & Hassl. (1904)

6. Cultivares (Código Internacional de nomenclatura de plantas cultivadas)

O nome de cada cultivar é colocado entre aspas simples sendo escritas com iniciais maiúsculas ou escrever cv. (cultivated variety) antes da cultivar.

O nome da cultivar é dado no idioma do autor, não sendo necessária a tradução.

Exemplos.: Sinningia speciosa ‘Macrophylla’ ou Sinningia speciosa cv. Macrophylla Panicum maximum ‘Gatton’ ou Desmodium uncinatum cv. Silver-leaf

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7. Híbridos

O sinal “X” precede o epíteto específico de uma planta híbrida, quando se sabe o nome da mãe e do pai, ambos devem ser colocados.

Exemplos: Agrostis L. X Polypogon Desf. (fórmula híbrica)

Agrostis stolonifera L. X Polypogn monspeliensis (L.) Des

9. Variedade (var. ou v.) – a abreviação nunca é escrita em itálico.

Exemplos: Chamaecrista nictitans (L.) Moench var. patellaria Kartesz & Gandhi Chamaecrista nictitans (L.) Moench var. nictitans

10. Nomes conservados = nomina conservanda

São nomes largamente utilizados que acabaram sendo conservados mesmo não seguindo as regras de terminação dos táxons.

Exemplos: COMPOSITAE = ASTERACEAE CRUCIFERAE = BRASSICACEAE GUTIFFERAE = HYPERICACEAE GRAMINAE = POACEAE LEGUMINOSAE = FABACEAE LABIATAE = LAMIACEAE PALMAE = ARECACEAE UMBELLIFERAE = APIACEAE

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ABREVIAÇÕES

cf. = conferatum - quando a identificação não é totalmente segura, indicando que é

necessária uma confirmação. Exemplo: Paspalum cf. pumilum L.

aff. = affinis - quando só é possível afimar que a espécie em questão é muito afim, muito

semelhante de outra, sem ter certeza de que espécie se trata. Exemplo: Paspalum aff. notatum L.

sp. = species - quando não determinamos a espécie, somente o gênero.

Exemplo: Paspalum sp.

spp. = várias espécies - quando queremos expressar que determinado gênero tem mais de

uma espécie.

Exemplo: Paspalum spp.

subsp. ou ssp. = subespécie – categoria infra-específica

Exemplo: Paspalum notatum L. subsp. alba Lüdtke

sect. = seção – não precisa itálico.

Exemplo: Paspalum sect. Notatum

subg. = subgênero

Referências

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