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Seminário Controlo de espécies não-indígenas invasoras. Ponte de Lima 25 de Março de Caderno de Resumos

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Academic year: 2021

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Prof.ª Doutora Hélia Marchante | Escola Superior Agrária de Coimbra Nota Curricular

Hélia Marchante, licenciada em Biologia, Mestre em Ecologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra (FCTUC), encontra-se a concluir o doutoramento em Ecologia, na área das Invasões Biológicas, pela FCTUC & Universidade de Cape Town (África do Sul). É docente na Escola Superior Agrária de Coimbra desde 1997, investigadora integrada do CEF (Centro de Ecologia Funcional) e colaboradora do CERNAS. Realiza investigação científica na área das invasões biológicas. É autora de cerca de 25 publicações de carácter científico, técnico e de divulgação. Participou em mais de 40 encontros científicos. Tem-se também dedicado a actividades de divulgação científica, formação profissional e consultoria.

Resumo da comunicação

Invasoras lenhosas na Área de Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e São Pedro de Arcos: ponto da situação e possibilidades de controlo.

As espécies invasoras são consideradas como uma das piores ameaças à biodiversidade a nível global; a Área de Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e São Pedro de Arcos (APPLBSPA) não é excepção incluindo nos seus limites várias espécies vegetais (e animais) invasoras. Neste contexto, o projecto “Promoção da Biodiversidade na Área Protegida de Ponte de Lima” (ON.2 Eixo Prioritário II), em curso na APPLBSPA, inclui uma tarefa cujos objectivos passam pela 1) identificação das principais espécies vegetais invasoras e caracterização das áreas ocupadas e 2) proposta de um plano de gestão do problema, incluindo a aplicação de metodologias de controlo.

Na APPLBSPA estão presentes, com alguma representatividade, seis espécies lenhosas exóticas consideradas invasoras segundo a legislação nacional (Dec. Lei n.º 565/99 de 21 de Dezembro): Acacia melanoxylon, Acacia dealbata, Acacia longifolia, Hakea sericea, Ailanthus altissima e Robinia pseudoacacia. De entre estas, a espécie com maior dispersão é A. melanoxylon estando as outras limitadas a focos muito limitados de invasão. Em termos de gestão das espécies presentes, a prioridade deverá ser a erradicação, da área da APPLBSPA, das espécies com distribuição mais reduzida e só posteriormente se deverá proceder ao controlo de A. melanoxylon. As metodologias a aplicar devem ser específicas para cada espécie e deve ser assegurada à partida a capacidade para realização de controlo de continuidade a médio prazo.

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Prof. Doutor Jorge Paiva | Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra Nota Curricular

Jorge Américo Rodrigues de Paiva, nascido em Angola, licenciado em Ciências Biológicas e doutorado em Recursos Naturais e Meio Ambiente, aposentado, tendo sido investigador principal no Departamento de Botânica da Universidade de Coimbra, onde leccionou algumas disciplinas, tendo também leccionado, como professor convidado, na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, na Universidade de Aveiro, da Madeira, Vasco da Gama de Coimbra, de Vigo (Espanha) e no Instituto Superior de Tecnologia de Viseu. A sua actividade científica e em defesa do Meio Ambiente foi já distinguida com vários prémios. Publicou trabalhos sobre fitotaxonomia, palinologia, biodiversidade e ambiente. Apresentou variadas comunicações e proferiu diversas conferências em reuniões científicas, congressos, simpósios ou acções pedagógicas.

Resumo da comunicação

A fitodiversidade nativa e as invasoras.

Contam-se e aprendem-se muitas histórias durante a nossa vida. Na infância são histórias muito variadas para entretenimento ou para uma melhor integração das crianças no meio em que vivem. Nos estabelecimentos de ensino aprende-se a história do nosso país, a história universal, um pouco de história da literatura, da poesia, das ciências, das religiões, etc., mas nada sobre a história da nossa floresta.

Durante as grandes mudanças climáticas pleistocénicas, com avanços e recuos dos gelos continentais (glaciações), o nosso território esteve coberto de florestas diferentes das actuais. Portugal, antes das glaciações, tinha, pelo menos as montanhas, cobertas de florestas sempre-verdes (laurisilva) e durante a última glaciação teve uma cobertura florestal semelhante à actual taiga, que foram naturalmente substituídas por florestas mistas (fagosilva) de árvores sempre-verdes e caducifólias, transformando o país praticamente num imenso carvalhal caducifólio (alvarinho, e negral) a norte do Tejo e perenifólio (azinheira e sobreiro) para sul. Por destruição dessas florestas as nossas montanhas passaram a estar predominantemente cobertas por matos de urzes, giestas, tojos, torgas e carqueja. Principalmente, a partir do século XIX, foram artificialmente rearborizadas com pinheiro-bravo, o que as transformou em imensos pinhais. Tivemos, assim, a maior área contínua de pinhal da Europa. Este tipo de floresta de produção mono-específico (apenas uma espécie arbórea; o pinheiro-bravo) é de muito menor Biodiversidade do que a fagosilva. Durante a segunda metade do século passado (XX) houve um enorme aumente deste tipo de floresta mono-específica, mas com eucalipto. Os eucaliptais são ecossistemas antrópicos de muito menor Biodiversidade do que os pinhais. Além disso, a introdução de plantas alelopáticas e heliófitas, como, por exemplo as acácias, levou a que os nichos ecológicos desarborizados fossem ocupados por essas plantas mono-especificamente. Aliás, as plantas invasoras não são um problema apenas em Portugal. Por exemplo, o nosso pinheiro-bravo é um invasor na Austrália e a nossa giesta (Spartium junceum) é invasora no Perú. Estas formações, devido à alelopatia dessas plantas, são também de baixíssima Biodiversidade

Com os incêndios e pela acção do homem, parte das nossas montanhas e algumas zonas ribatejanas e alentejanas estão já transformadas em formações plenas de invasoras como imensos eucaliptais (Portugal tem, actualmente, a maior área de eucaliptal da Europa), pinhais e acaciais, estando já algumas montanhas transformadas em zonas desérticas, plenas de

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Prof. Doutor António José Bento Gonçalves; Dr.ª Flora Ferreira Leite | Universidade do Minho; Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT)

Nota curricular do primeiro autor

António José Bento Gonçalves é licenciado em Geografia pela Universidade de Coimbra, tendo igualmente ai realizado o Mestrado em Geografia, na especialidade de Geografia Física. Doutorou-se em Geografia, área de conhecimento de Geografia Física e Estudos Ambientais, na Universidade do Minho, na qual é Professor no Departamento de Geografia do Instituto de Ciências Sociais. É membro efectivo do CEGOT (Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território) e membro Associado do Centro de Investigação em Ciências Sociais (CICS), sendo ainda parceiro científico do GRAM (GrupRecerca Ambiental Mediterrània) do Departament de Geografia Física, Facultat de Geografia i Història da Universitat de Barcelona e membro da RISCOS (Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança). Ao longo de mais de 20 anos de actividade profissional tem desenvolvido trabalhos na área dos Incêndios Florestais, Geomorfologia, Geografia das Florestas, Ordenamento do Território e Estudos Ambientais.

Resumo da comunicação

Incêndios florestais e biodiversidade – o caso da serra da Cabreira.

Os actuais espaços florestais portugueses resultam de uma longa e continuada dialéctica entre o Homem e a Natureza. Em Portugal, especialmente nos espaços montanhosas, é possível isolar “ciclos florestais”.

A serra da Cabreira, com o seu Perímetro Florestal, configura-se como uma área representativa do fenómeno da “construção” e “desconstrução” do património florestal português no séc. XX em espaços montanhosos.

Até meados dos anos 60 do século passado, no âmbito do Plano de Povoamento Florestal, muito embora se tenha privilegiado a utilização do Pinus pinaster, muitas foram as espécies utilizadas na arborização da serra da Cabreira (Pinus sylvestris, Quercus robur, Betula alba, Sorbus aucupária, Chamaecyparis lawsoniana, Cupressus macorcarpa, Ilex aquifolium, Picea sitchensis, Taxodium distichum, Fagus sylvatica, Picea excelsa, Quercus rubra, Acer pseudoplatanus, Castanea sativa, Juglan regia, Corilus avelana, Robinas, Acer negundo, Larix europeia, Platanus, Arbutus unedo, Castanea crenata), algumas delas não-indígenas.

No entanto, muito embora o fogo seja um elemento desde sempre presente nos ecossistemas mediterrâneos, as mudanças socio-económicas verificadas em Portugal na segunda metade do séc. XX, com importantes reflexos no mundo rural, vieram aumentar o risco de incêndio, fazendo aumentar, quer o número de ocorrências, quer as áreas ardidas anualmente.

Neste novo contexto, muitos dos povoamentos edificados durante décadas, foram rapidamente substituídos por novos povoamentos de Eucalyptus globulus.

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Eng.º Hélder Viana | Instituto Politécnico de Viseu – Escola Superior Agrária Prof. Doutor José Aranha| Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Nota curricular do primeiro autor

Licenciado em Engenharia Florestal

Mestre em Engenharia dos Recursos Florestais, com o tema de dissertação: “Aplicação de Tecnologias de Detecção Remota e Sistemas de Informação Geográfica na Identificação de Áreas Ocupadas com Acacia dealbata Link.”

Docente na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu.

Resumo da comunicação

A invasão de habitats naturais pela Acacia dealbata.

As regiões naturais têm sofrido, ao longo dos anos, significativas alterações que se observam pela modificação da composição e dinâmicas da paisagem. Estas alterações, causadas por factores naturais ou de origem antropogénica, induzem transformações no tipo de coberto vegetal bem como nos indicadores da paisagem e potenciam significativas alterações no equilíbrio dos ecossistemas. Uma das alterações mais relevantes que se tem observado, um pouco por todo o País, é a disseminação e expansão de espécies exóticas, e em particular, a invasora lenhosa Acacia dealbata Link (mimosa). Identificar as áreas ocupadas por essa espécie é essencial para se poder quantificar a verdadeira dimensão do problema. Desta forma, apresenta-se um estudo de avaliação da evolução da cobertura e ocupação do solo, na Mata Nacional do Gerês, localizada no Parque Nacional do Gerês, entre o período de 1995 e 2009. O mapeamento das classes do solo foi feito com recurso a classificação de imagens Landsat TM, Ortofotomapas e levantamentos de campo por Sistema de Posicionamento Global (GPS) nos períodos considerados. A análise da evolução temporal dos padrões espaciais, a quantificação da estrutura da paisagem e o cálculo das métricas da paisagem foram obtidas com base em rotinas SIG, como o Land Change Modeller (LCM) e o Patch Analyst. Os resultados mostram que as modificações estruturais mais significativas se registaram nas classes de pinheiro bravo (Pinus pinaster); carvalho alvarinho (Quercus robur); mimosa (Acacia dealbata) e nas áreas de matos. A mimosa foi a que apresentou um comportamento invasor muito superior, tendo aumentado a sua área em mais de 60% relativamente à ocupação em 1995. Os indicadores da paisagem mostraram um aumento da estratificação uma diminuição da áreas médias das parcelas. Apesar das modificações espaciais observadas, os índices de biodiversidade calculados são muito semelhantes nestas duas datas.

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Dr.ª Lucília Guedes | FAPAS – Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens Nota curricular

Lucília Maria Fernandes Antunes dos Santos Guedes, nascida em Lisboa, a um de Janeiro de 1954, licenciou-se em Biologia, Ramo Educacional em 1978 pela U. Porto. Fez pós-graduação em Gestão Ambiental em 21 de Julho de 2001, e o Curso de Gestão de Projectos de Educação Ambiental, em 1998, realizado pelo Instituto de Promoção Ambiental, em colaboração com a ordem dos Biólogos/Norte.

Docente requisitada ao Abrigo do Protocolo entre o Ministério da Educação e Ministério do Ambiente, a partir de 1998, na coordenação de Projectos de Educação Ambiental, articulados entre a ONGA, a APA /ex-IA), as Autarquias e as escolas. Possui o estatuto de formadora atribuído pelo Conselho Científico Pedagógico da Formação Contínua, tendo ministrado várias acções de Formação Contínua de Professores.

Co-autora de obras de divulgação, entre as quais: Santos, P. e L. Guedes, 1999. Trilhas de interpretação da Natureza. Edição Fapas: 20p.; Guedes, L. e P. Santos, 2001. A Escola ajuda a fauna autóctone. Edição Fapas: 28p.; Guedes, L. e P. Santos, 2002. Viver a Natureza em Ambiente urbano. Edição Fapas: 24p.; Guedes, L. e P. Santos, 2003. As Crianças e a Natureza. Edição FAPAS:8p.; Guedes, L. e P. Santos, 2004. Vamos cuidar da atmosfera. Edição Fapas: 44p.; Guedes, L. e P. Santos, 2007. Protege a fauna e a flora dunares: um instrumento de divulgação de espécies de fauna e flora dunares. Edição Fapas; Guedes, L. e P. Santos, 2008. Guia das boas práticas do litoral: um instrumento de apoio à descoberta da fauna e flora dos sistemas dunares. Edição Fapas: 24p.

Resumo da comunicação

Plantas invasoras de Portugal. Gestão do problema: a experiência do FAPAS.

Muitas das plantas que vemos actualmente em Portugal são plantas exóticas, trazidas pelo Homem pelas mais diversas razões, de todas as partes do Mundo. Muitas destas espécies mantêm-se apenas nos locais onde são plantadas ou coexistem com as espécies nativas de forma equilibrada. No entanto, outras reproduzem-se em grande quantidade e dispersam-se, sem intervenção directa do Homem, ocupando áreas extensas – estas são denominadas plantas invasoras. Frequentemente, as espécies invasoras são consideradas uma das principais ameaças à biodiversidade.

Em Portugal, ao longo dos dois últimos séculos, e especialmente nas últimas décadas, o número de plantas exóticas, considerando espécies casuais, naturalizadas e invasoras, tem aumentado muito, ascendendo actualmente a cerca de 550 espécies, o que corresponde a aproximadamente 17% da flora nativa. Cerca de 8% dessas espécies são consideradas invasoras. Em 1999, a legislação portuguesa reconheceu a gravidade deste problema através do Decreto-Lei n.º 565/99, o qual regula a introdução na natureza de espécies exóticas. Este Decreto-Lei lista as espécies exóticas introduzidas em Portugal, assinala entre essas as que são consideradas invasoras, proibindo a sua utilização, e limita a introdução de novas espécies, a menos que se realize um estudo de avaliação de impacte da espécie que prove a sua inocuidade.

Paralelamente à aplicação de metodologias de controlo de espécies invasoras, é importante o investimento na Educação Ambiental para a Sustentabilidade (papel essencial na prevenção) de uma forma controlada por parte de escolas e da população em geral.

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Elizabete Marchante; Hélia Marchante; Helena Freitas | Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra

Nota curricular do primeiro autor

Dedica-se à investigação e à divulgação científica sobre invasões biológicas, nomeadamente plantas invasoras.

Doutorada em Biologia, especialidade de Ecologia, Mestre em Ecologia, Licenciada em Biologia, pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

Investigadora do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, encontrando-se a fazer o pós-doutoramento neste Centro de I&D e na Universidade de Bristol, Reino Unido.

Participou em 15 projectos de investigação; é autora ou co-autora de 14 artigos em revistas científicas, 39 comunicações em encontros científicos e 8 livros/capítulos de livros e artigos de divulgação científica. Proferiu 22 palestras de divulgação sobre plantas invasoras. Colaborou ou organizou 16 cursos e formações sobre plantas invasoras.

Resumo da Comunicação

Impactes e recuperação ecológica em sistemas dunares invadidos por Acacia longifolia.

Uma das piores plantas invasoras nos ecossistemas dunares portugueses é Acacia longifolia. Esta espécie foi plantada no início do séc. XX para fixar as dunas, tendo posteriormente invadido extensas áreas para além daquelas onde foi plantada. Na Reserva Natural das Dunas de São Jacinto foram instaladas parcelas experimentais para avaliar: 1) impactes da invasão por A. longifolia e 2) potencial de recuperação do sistema após remoção da invasora. Áreas invadidas há mais de 20 anos, áreas invadidas há menos de 10 anos e áreas não invadidas foram comparadas. Em cada área invadida, instalaram-se 3 tratamentos: 1) remoção de A. longifolia, 2) remoção de A. longifolia e camada de folhada, e 3) manutenção de A. longifolia. As áreas foram monitorizadas durante 5 anos a nível da vegetação e do solo. Os resultados mostraram que a invasão por A. longifolia promoveu alterações significativas a nível da vegetação e do solo. Após o controlo de A. longifolia o sistema nativo recuperou, mas lentamente, não tendo sido ainda atingidas condições semelhantes às áreas não invadidas. Em geral, as propriedades do solo recuperaram mais lentamente do que a vegetação, tanto à presença como à remoção da invasora. Os resultados serão discutidos tendo

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Dr.º Manuel Miranda Fernandes | QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza Nota curricular

Licenciado em Engenharia Florestal pela UTAD e docente no Ensino Superior de 1995 a 2006. Monitorizou em 2003 os habitats invadidos por Acacia dealbata no Parque Nacional da Peneda Gerês (Projecto Life-Natureza) e defendeu em 2008 a dissertação de Mestrado Recuperação Ecológica de Áreas Invadidas por Acacia dealbata Link no Vale do Rio Gerês: um Trabalho de Sísifo? Como consultor técnico, tem colaborado com a FEUP em projectos reabilitação fluvial e é actualmente doutorando em Geografia na Universidade do Porto. É associado da Quercus desde 1987 e actualmente membro da Direcção Nacional.

Resumo da Comunicação

Controlar, recuperar ou aproveitar? Três “short stories” sobre Acacia dealbata na região mediterrânica. A recuperação ecológica de habitats invadidos por Acacia dealbata pode ser facilitada por técnicas de engenharia natural, que promovam a regeneração de comunidades vegetais autóctones e a manipulação do regime de perturbações. Este desígnio aparentemente simples parece, no entanto, difícil de alcançar, exigindo uma visão abrangente da complexidade do fenómeno invasor, capacidade técnica e financeira, e a realização de operações de manutenção durante um longo período de tempo. A interrupção de um processo de recuperação numa área invadida por A. dealbata pode ter como consequência o súbito regresso ao estado inicial de invasão, com total desperdício dos recursos investidos.

A recuperação de habitats invadidos tem sido realizada em Portugal e noutros países do sudoeste europeu em áreas confinadas, como as Áreas Protegidas. Porém, se atendermos à escala do fenómeno invasor, qual a probabilidade de sucesso de um programa de recuperação ecológica?

Procuramos explorar esta questão através de três casos: o do Parque Nacional da Peneda Gerês, através do Programa Life Natureza; o do Projecto Cabeço Santo, promovido pela Quercus numa área do Município de Águeda; e o caso de Mandelieu-La Napoule, no sul de França, onde A. dealbata é simultaneamente invasora e alvo de interesse económico e turístico. A partir destes casos, discute-se a possibilidade de uma nova abordagem do fenómeno invasor representado por esta espécie, propondo a sua domesticação como um “recurso de risco” e uma visão mais inclusiva da sua presença.

Referências

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