Direito Constitucional
Aula 01
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Aula 01: O constitucionalismo
Objetivo: nesta aula, trataremos da introdução ao estudo do Direito Constitucional
aplicável na Gestão Pública. A reflexão crítica será de grande importância para o estudo, uma vez que o foco principal é o entendimento do instituto jurídico-político da
Constituição Federal na gestão pública.
Quando tratamos de constitucionalismo, estamos tratando da necessidade de limitação e controle dos abusos do poder do Estado e das autoridades constituídas, assim como à consagração dos princípios da igualdade e da legalidade como princípios do Estado.
Na Antiguidade, alguns ordenamentos eram morais e jurídicos com características constitucionais, o que se convencionou chamar de Constitucionalismo Antigo.
Com a evolução das relações do poder entre governantes e governados, o constitucionalismo moderno surge para consagrar a ideia de que são as leis e não as pessoas que devem determinar o ordenamento social e político de uma nação. Anunciava-se, assim, o nascimento do Estado Moderno, com a conversão do Estado Absoluto em Estado Constitucional, superando a máxima absolutista que confundia a figura do soberano com o próprio Estado1.
A história do constitucionalismo
O ordenamento jurídico regulador das relações sociais entre o povo e o governo remonta da Antiguidade. Na Idade Média, destacaram-se os documentos surgidos na Inglaterra, com conteúdo constitucional, resultado dos enfrentamentos da Realeza com o Parlamento, documentos estes que abriram caminho para o constitucionalismo moderno nos Estados Unidos e na França, materializando-se em documentos escritos e codificados, com a denominação de constituições.
A evolução do constitucionalismo pode ser dividida em duas fases, a antiga e a moderna, cujos marcos referenciais encontram-se ilustrados nos quadros a seguir:
Pré-constitucionalismo: o Estado absolutista
O período de pré-constitucionalismo, quando ainda não existe uma constituição escrita como documento para organizar o Estado, chega até o final do século XVIII. Nesse período histórico, a organização do Estado absolutista envolvia a vontade do governante com os hábitos, tradições, costumes e algumas leis esparsas.
Ainda na fase pré-constitucional, nos séculos XVII e XVIII, surgem os primeiros antecedentes imediatos das Constituições, trata-se de documentos escritos (atos, cartas, acordos e pactos firmados) voltados para assegurar direitos individuais e limitar os poderes dos governantes.
O constitucionalismo e o Estado liberal
No final do século XVIII surgem as primeiras Constituições escritas, a saber Constituição Americana de 1787-1789 e a Constituição Francesa de 1791. Ao longo do século XIX, as constituições consagraram os ideais do liberalismo de não intervenção estatal e reconhecimento de direitos individuais e políticos.
Eugène Delacroix – A Liberdade guiando seu povo
O liberalismo é um sistema político-econômico baseado na defesa da liberdade individual em todos os campos, contra as ingerências e atitudes coercitivas do poder estatal (http://nacaodemocratica.blogspot.com.br, acesso em 30 abril 2012).
O constitucionalismo e o Estado social 2
A primeira metade do século XX marca a fase social do Estado de Direito, surgem as constituições impregnadas pela nova concepção de ampla intervenção do Estado na vida social, em especial nas relações econômicas.
O Estado protege os indivíduos por meio da própria comunidade, gerenciada pelo Estado.
Neoconstitucionalismo
O neoconstitucionalismo sustenta a existência de um Estado Constitucional de Direito, onde a Constituição assume as condições de lei, imperatividade, supremacia e centralidade.
Saiba Mais
(1) Como exemplos de constitucionalismo antigo, têm-se o constitucionalismo hebreu
e grego, os quais unicamente almejavam à descentralização da vida política, uma vez que não existiam leis escritas que regulamentassem a ordem civil e nem as penalidades aplicáveis para quem as descumprisse. Esse constitucionalismo apenas objetivava limitar alguns órgãos do poder estatal como reconhecimento de certos direitos fundamentais, cuja garantia se cingia no esperado respeito espontâneo do governante, uma vez que inexistia sanção contra o príncipe que desrespeitasse os direitos de seus súditos.
Os primórdios do constitucionalismo surgiram entre os hebreus, a partir da lei do Senhor, em um estado teocrático governado pela casta sacerdotal, logo existia um limite no poder político.
Posteriormente, houve o movimento do constitucionalismo nas cidades gregas, onde os cidadãos eram eleitos para cargos públicos a partir de um regime de votação, o que era peculiar para a época. Entretanto, por mais primitiva que fosse essa votação, existia uma participação do povo na vida política, consolidando, assim, uma real democracia.
(2) Estado social: O estado do bem estar social é definido como a política de Estado
que protege os mais fracos. A ação estatal visa dar proteção aos membros da sociedade pela própria comunidade, gerenciada pelo Estado.
REFERÊNCIAS
BONAVIDES, P. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Malheiros, 2009.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional Administrativo. São Paulo: Atlas, 2002. TAVARES, A. R. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2009.
VIANA, Nildo. Breve história do neoliberalismo. Disponível em: <