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Manual da espécie Monticola saxatilis O MELRO-DAS-ROCHAS

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Academic year: 2021

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Manual da espécie Monticola saxatilis

O MELRO-DAS-ROCHAS

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1. Estatuto de conservação: Categoria (LVVP, 2006): “Em Perigo” (EN). Tipo de ocorrência: Migradora Reprodutora;

Visita-nos a cada primavera e verão, para se reproduzir, vindo da África tropical, sendo por isso classificada como espécie migradora estival. Instrumentos legais de proteção: Anexo II da Convenção de Berna (Convenção sobre a Vida Selvagem e os Habitats Naturais) e Anexo II da Convenção de Bona (Convenção sobre a Conservação de Espécies Migradoras da Fauna Selvagem).

> É uma espécie que tem vindo a sofrer um decréscimo generalizado em toda a Europa; >Em Portugal é uma espécie considerada “Em Perigo”, por apresentar uma população reduzida que provavelmente se encontra em declínio continuado e com todos os indivíduos concentrados numa única subpopulação.

Classificação

1

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Classificação científica Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Aves Ordem: Passeriformes Família: Turdidae Género: Monticola Espécie: M. saxatilis Nomenclatura binomial:

Monticola saxatilis

,

Linnaeus, 1766

Nome Comum:

Melro-das-rochas

2

Taxonomia

O melro-das-rochas (Monticola saxatilis) é uma das dezanove espécies da família dos Turdídeos (grupo dos tordos) que ocorrem em Portugal e uma das mais atraentes. É uma ave de pequenas dimensões que apresenta dimorfismo sexual. O macho adulto (a) tem cabeça e dorso azuis, ventre e cauda alaranjados e uma mancha branca característica no dorso. A fêmea (b) é menos contrastada e apresenta malhas na plumagem, tendo também a cauda alaranjada.

Chega ao nosso país no mês de abril, para iniciar o seu período de reprodução em maio. A fêmea constrói o ninho com

ervas, raízes, musgos e caules, forrando o interior com ervas finas e raízes. A incubação de 4 a 5 ovos, por vezes 6 ovos, lisos e brilhantes marcados por pontos vermelhos-acastanhados durante 15 dias têm início no mês de junho. As crias eclodem ainda sem se encontrarem completamente desenvolvidas, até ao final do mês de junho. O casal produz apenas uma ninhada, que se mantêm cerca de 15 dias no ninho. Todos os exemplares desta espécie iniciam a sua viagem até ao continente Africano em finais de agosto.

Biologia

e Ecologia da Espécie

3

4 5 6 a b a - macho | b- fêmea Invernada

(África) Chegada (abril) Época de reprodução (Portugal) Migração Invernada (África) jan/fev/mar Abril mai jun jul ago set out/nov/dez

Parada

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A distribuição desta espécie estende--se por grande parte das regiões mais meridionais do Paleárctico.

Na Europa, esta espécie encontra-se sobretudo nas regiões mediterrânicas, embora o limite norte da sua distribuição chegue à Europa Central (montes Cárpatos e região das Balcãs). Em Portugal, nos finais do século XIX e início do século XX, a ocorrência da espécie abarcava também a região sul a baixas altitudes. Atualmente apresenta uma distribuição muito localizada, nidificando apenas nas zonas altas do norte e do centro de Portugal, como nas serras da Peneda-Gerês, da Estrela, de Montesinho, da Nogueira, do Marão e do Alvão.

No Concelho de Vila Real, o melro-das- -rochas ocorre nas zonas mais altas das serras do Marão e Alvão (acima dos 800m de altitude), onde encontra um mosaico de habitats favoráveis constituído por vegetação rupícola (giestais e urzais em associação com afloramentos rochosos) e pastagens dispersas.

Reproduz-se em solo rochoso acidentado ou falésias. Nidifica em cavidades rasas ou em buracos sob rochas.

O melro-das-rochas é uma ave insectívora com uma dieta muito variada.

Têm preferência por libelinhas, gafanhotos, larvas, moscas, vespas, abelhas, formigas, carochas, aranhas, lagartas e até caracóis. Por vezes também consome lagartixas e pequenas rãs. Geralmente pousa de forma bem visível em sítios altos, como no topo de grandes rochas ou terminações de ramos. 7

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Solitário, esquivo, misterioso – assim se pode definir o melro-das-rochas, uma ave que, mercê dos seus hábitos e do seu habitat, tende a escapar aos olhares indiscretos de quem “invade” os seus domínios.

Ocorre sobretudo em zonas rochosas, onde a presença humana é baixa e os acessos são reduzidos ou inexistentes. A observação de um melro-das-rochas cantando no alto de um rochedo, mesmo que por mero acaso, resulta numa experiência gratificante e rara. Contrariamente a muitas outras espécies de aves, o melro-das rochas não é uma espécie que um observador de aves possa ter a expectativa de encontrar em qualquer ocasião. Quem pretende observar esta espécie deverá percorrer e desfrutar dos sinuosos caminhos da serra, perscrutando com perseverança

os limites dos rochedos e cristas, em busca de um dos passeriformes mais característicos das serras do norte e centro de Portugal.

Valerá certamente a pena! As causas do decréscimo generalizado

desta espécie na Europa são mal compreendidas.

Em Portugal a alteração dos habitats de nidificação, decorrente da mudança dos usos tradicionais do solo de montanha, é provavelmente um dos fatores de ameaça mais importantes, nomeadamente ao nível da redução do pastoreio e do avanço dos povoamentos monoespecíficos de pinheiros e eucaliptos que foram surgindo nas nossas serras. Os fatores de ameaça que atuam fora do nosso território são também relevantes e têm consequências diretas no estado das populações que ocorrem em Portugal, dado o cariz migratório desta ave. É urgente conhecer melhor esta

espécie em Portugal, sendo essencial implementar programas de recenseamento e monitorização, assim como desenvolver estudos sobre a seleção do habitat e identificação dos principais fatores de ameaça. Por exemplo, futuros programas de florestação ou de construção de infraestruturas devem ter em consideração as áreas de nidificação desta espécie no âmbito dos respetivos estudos de impacte ambiental. Embora uma parte importante da população nacional nidifique no interior de áreas protegidas, a maior parte destas áreas carece ainda de planos de gestão e de ordenamento, cientificamente sustentados, que tenham em linha de conta as necessidades desta

e de outras espécies ameaçadas.

Boas Práticas Gerais,

Curiosidades e outras

observações sobre a espécie.

5

Fatores de Ameaça

e Medidas

de Conservação

4

8 11 9 10

Incêndios florestais, florestação de pinheiro e instalação de parques eólicos nas zonas de cumeada.

(6)

Ficha técnica Título: Manual da espécie Monticola saxatilis – O Melro-das-rochas Autoria

Julieta Rodrigues Martins | APCV - Associação Parques Com Vida Vitório Martins | ICNB - Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade Rita Bastos, Paulo Travassos, Paulo Barros e João Alexandre Cabral | Laboratório de Ecologia Aplicada. - Centro de Investigação e Tecnologias Agro-ambientais e Biológicas - - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Colaboração

Associação Parques Com Vida | Ílidio Mesquita, Sónia Almeida, Margarida Gomes, Luísa Pires e Celeste Gonçalves Município de Vila Real, Departamento de Planeamento e Desenvolvimento Sustentável - Divisão de

Planeamento e Ambiente | Carlos Lima, Cláudia Guedes e Sofia Neto

Paginação e design: www.hldesign.pt

> Cabral MJ (coord), Almeida J, Almeida PR, Dellinger T, Ferrand de Almeida N, Oliveira ME, Palmeirim JM, Queiroz AL, Rogado L & Santos-Reis M (eds). (2006). Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.2ª ed. Instituto da conservação da Natureza/Assírio & Alvim. Lisboa. 660pp.

> Equipa Atlas (2008). Atlas das aves Nidificantes de Portugal (1999-2005). Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Parque Natural da Madeira e Secretaria Regional do Ambiente e do Mar. Assírio & Alvim. Lisboa. 590pp.

> Fuente, F. Cadernos de Campo. Pássaros de Montanha. Ditorial Marín, S. A. Lisboa. 47 pp.

> Harrison, C., 1991. Guía de Campo de los Nidos, Huevos y Polluelos de las Aves de España y de Europa. Ediciones Omega. Barcelona. 482 pp.

> IUCN Red List, 2009. www.iucnredlist.org acedido em 14-06-2010

> http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007/O+ICNB/ Gloss%C3%A1rio/ - Cento e Picos Termos sobre Conservação da Natureza. (consultado em Novembro de 2011)

Fontes das Fotografias:

1Bruno Maia 2, 7, 9 e 12 Diogo Carvalho 3 e 11 Wikipedia 4, 5, 6 e 8 Paulo Barros 10LEA

Bibliografia

e sites

pesquisados

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Manuais de acordo com o Acordo Ortográfico. Reservados todos os direitos.

Nos termos do Código dos Direitos de Autor, é expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra por qualquer meio, incluindo a fotocópia e o tratamento informático, sem a autorização expressa dos titulares dos direitos.

O Programa de Preservação da Biodiversidade em Vila Real (PPBVR) pretende contribuir para travar a perda da biodiversidade no território de Vila Real, promovendo ao mesmo tempo o seu valor intrínseco, sobretudo a sua mais-valia patrimonial.

O Projeto “Proteger é Conhecer”, dedicado ao tema biodiversidade, cuja área de intervenção é o Parque Natural do Alvão foi candidatado ao Eixo III (Valorização e Qualificação Ambiental) do Programa ON.2 – O Novo Norte (Programa Operacional Regional do Norte 2007/2013), conforme a definição do Aviso de Abertura de Concurso GAEPC/01/2008, de 5 de dezembro de 2008.

GLOSSÀRIO

1. Área Protegida (AP): Áreas bem delimitadas e com um

estatuto legal de proteção que permite gerir a manutenção dos valores naturais e culturais e promover a valorização da paisagem. O Parque Natural do Alvão é uma AP!

2. Convenção: Acordo internacional que rege princípios a

serem seguidos pelos países signatários.

3. Estatuto de Conservação – estatutos baseados nas

categorias da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), que procuram refletir os diferentes graus de preocupação relativamente à conservação das espécies em território nacional:

Extinta – espécie da qual não se conhecem nenhum

exemplar vivo em toda a sua área de distribuição histórica.

Regionalmente extinta – quando o último indivíduo de

uma espécie, que se poderia reproduzir num determinado território da sua área de distribuição morreu ou desapareceu.

Extinta na Natureza – espécie que apenas existe em

cultivo, cativeiro ou como uma população naturalizada fora da sua área de distribuição natural.

Criticamente em Perigo (CR) - espécie que enfrenta um

risco de extinção na natureza extremamente elevado;

Em Perigo (EN) - espécie que enfrenta um risco de

extinção natureza muito elevado;

Vulnerável (VU) - espécie que enfrenta um risco de

extinção na natureza elevado;

Quase Ameaçado (NT) - espécie que apesar de não

se incluir em nenhuma das três categorias de ameaça

anteriores, é provável que num futuro próximo lhe seja atribuída uma categoria de ameaça.

Pouco Preocupante (LC) - espécie que após ter sido

avaliada pelos diferentes critérios não se inclui em nenhuma das categorias anteriores.

Informações Insuficiente (DD) - nesta categoria

incluem--se as espécies sobre as quais não existe informação adequada para efetuar uma correta avaliação do seu estatuto de ameaça.

Não Aplicável (NA) – os critérios considerados não se

aplicam à espécie.

4. Fatores de ameaça: Quando existe algo que ameaça

os seres vivos e os ecossistemas. Alguns dos fatores de ameaça à biodiversidade são o excesso de caça e pesca, a introdução de espécies exóticas invasoras, a caça ilegal ou furtiva, a alteração do uso da terra (ex. substituição de vegetação natural por agricultura intensiva), a destruição dos habitats através da desflorestação, dos fogos, da construção e da poluição.

5. Rede Natura 2000: É uma rede ecológica europeia

de espaços, criada com base em dois instrumentos da legislação comunitária (Diretiva Habitats para a criação das Zonas Especiais de Conservação (ZEC’s) e a Diretiva Aves para a criação das Zonas de Proteção Especial (ZPE’s) com o objetivo de manter a biodiversidade na União Europeia protegendo os ecossistemas, os habitats e as espécies selvagens que estão ameaçados ou que são característicos de determinadas regiões.

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www

.hldesign.pt

Os manuais das espécies surgem no âmbito do Plano de Preservação de Biodiversidade de Vila Real - Projeto “Proteger é Conhecer” com o objetivo de desenvolver uma estratégia de sensibilização da sociedade civil para a questão da preservação da biodiversidade, para além de promover o conhecimento sobre a elevada riqueza biológica de Vila Real, integrado na Rede Natura 2000 (Sítio Alvão/Marão) procurando desta forma contribuir para uma consciencialização dos valores da fauna e flora do município, chamando a atenção sobretudo para as espécies em risco de extinção. Foi instituída a figura de “Patrono”, que consiste no apoio, por parte dos agentes económicos, na preservação das espécies em risco. Cada agente económico pertencente à Associação Parques Com Vida e já cumpridor de requisitos territoriais, de qualidade, sociais e ambientais, é “patrono” de uma espécie listada como ameaçada, potencialmente ameaçada ou em risco.

Melro-das-rochas

Em Perigo (EN) Habitat:

Zonas rochosas, acima dos 800m, com matos relativamente esparsos e por vezes pastagens.

Patrono da espécie Monticola saxatilis (Melro-das-rochas)

Hotel Miraneve

Hotel mais antigo de Vila Real, fundado em 1970, continuando a ser uma referência na cidade e constituindo-se mesmo como uma “sala de visitas” da mesma.

Rua D. Pedro de Castro 5000-166 Vila Real Telefone: 259323153 Fax: 259323028 E- Mail: hotel.miraneve@clix.pt Site: www.miraneve.pt

Referências

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