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ARQUEOLOGIA DAS ESTRUTURAS SUBTERRÂNEAS DO SUL DO BRASIL. Jairo Henrique Rogge 1 Marcus Vinícius Beber 2

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ARQUEOLOGIA DAS ESTRUTURAS SUBTERRÂNEAS DO SUL DO BRASIL

Jairo Henrique Rogge1 Marcus Vinícius Beber2

RESUMO

Sítios arqueológicos com estruturas subterrâneas têm sido estudados desde meados da década de 1960, no planalto sul-brasileiro. Ao longo desse tempo, as pesquisas tiveram avanços graduais, mas que se intensificaram especialmente a partir dos últimos dez anos. Ocorrem de forma mais densa nas áreas altas do nordeste do Rio Grande do Sul e sudeste de Santa Catarina, tornando-se mais raras à medida que avançam em direção ao planalto do Paraná e sudeste do Estado de São Paulo. Estão comumente agrupadas, com diferentes tamanhos e profundidades, muitas vezes associadas a outros tipos de estruturas e/ou sítios, tais como montículos, estruturas anelares, grutas com sepultamentos e sítios superficiais a céu aberto. Neste artigo, será apresentado um panorama geral da história da pesquisa sobre essas estruturas, bem como novos conhecimentos aportados a partir dos últimos anos, em particular de estudos realizados em uma área do planalto catarinense.

Palavras-chave: Estruturas subterrâneas. Planalto Sul-brasileiro. Jê Meridional.

ABSTRACT

Archaeological sites with pit houses have been studied since the mid 1960’s, in Southern Brazilian highlands. Since then, the research has experienced gradual advances, intensified in the last ten years. These structures occur in a more dense way in the northeastern Rio Grande do Sul and southeastern Santa Catarina, becoming more rare in Paraná and southeastern São Paulo. They are found usually in clusters, with different sizes and depths, many times associated to other types of structures and/or sites, like mounds, ring like structures (circular enclosures), burial rock shelters and superficial sites. In this paper, it will be presented a general overview of the research history about this kind of structures, as well as new data derived from studies done in the last years, in particular those carried out in an area of Santa Catarina highlands.

Keywords: Pit Houses. South Brazilian Highlands. Jê Meridional.

1 Instituto Anchietano de Pesquisas, bolsista de produtividade do CNPQ. Rua Brasil, 725, São Leopoldo, RS, CEP 93010-039. E-mail: rogge@unisinos.br.

2 Instituto Anchietano de Pesquisas. Rua Brasil, 725, São Leopoldo, RS, CEP 93010-039. E-mail: beber@unisinos.br.

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147 Introdução

Quando falamos em estruturas subterrâneas, é preciso lembrar que esse termo nos remete imediatamente às chamadas “casas subterrâneas”, como se tornaram conhecidas as estruturas escavadas no solo e que possuem uma distribuição ampla no sul do Brasil, desde o planalto sul-rio-grandense e catarinense, onde são mais abundantes, passando pelas áreas altas do Paraná e sudeste de São Paulo, se tornando mais raras ou mesmo desaparecendo nestas regiões mais setentrionais.

Embora o termo pressuponha uma função específica a essas estruturas escavadas, se reconhece que talvez nem todas possam ser realmente áreas habitacionais, já tendo sido propostas diferentes funções para algumas delas, dependendo de seu contexto, sua forma e tamanho3. No entanto, praticamente todas as estruturas subterrâneas escavadas até o momento indicam seu uso como habitação ou como parte integrante de uma habitação.

Da mesma forma, é importante salientar que essas estruturas apresentam uma grande variação em termos de tamanho, indo de 4 m até 20 m de diâmetro e profundidades igualmente variáveis, de 1m a 7 m. Raramente ocorrem de forma isolada, mas geralmente em conjuntos, às vezes bastante grandes, como no caso de um sítio no município catarinense de São José do Cerrito, que será visto mais adiante.

Tais conjuntos normalmente representam diferentes assentamentos ao longo do tempo, ou seja, suas estruturas não foram todas ocupadas simultaneamente, mas antes, representam diferentes episódios de construção e ocupação do espaço, sendo que algumas delas podem apresentar sucessivas reocupações.

Além disso, os sítios arqueológicos compostos por estruturas subterrâneas podem também estar associados a outras diferentes estruturas produzidas, ou não, pela movimentação de terra, no próprio assentamento, em suas proximidades ou mesmo a maiores distâncias, tais como montículos (alguns formados simplesmente pelo rejeito da escavação das estruturas, outros para fins funerários), estruturas anelares (que também, em alguns casos, possuem evidências de sepultamentos, em geral, cremados), sítios superficiais a céu aberto e grutas e fendas basálticas utilizadas para sepultamentos.

3 REIS, J.A. dos, Arqueologia dos Buracos de Bugre: uma pré-história do Planalto Meridional, 2002; BEBER, M.V, O sistema de assentamento dos grupos ceramistas do Planalto Sul-brasileiro: o caso da Tradição Taquara/Itararé, 2005.

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Estes sítios, mencionados acima, tem sido associados, mais recentemente, a grupos Jê, cuja origem parece estar no planalto central do Brasil, que teriam se expandido em diferentes fluxos para o sul, desde cerca de 3.000 anos atrás segundo dados linguísticos, posteriormente diferenciando-se em famílias e dialetos, entre eles o Xokléng e o Kaingáng, representantes atuais do que tem sido denominado ‘Jê Meridional’4

. Pesquisas arqueológicas realizadas nos últimos anos tem, em certa medida, corroborado essa hipótese, bem como sugerem que suas primeiras ocupações poderiam ter se dado sem a ocorrência das estruturas subterrâneas e da cerâmica5. Essa ocupação Jê não é exclusiva do planalto, mas também ocorre, de forma significativa, na sua encosta e também no litoral atlântico adjascente.

Nesse artigo, trataremos exclusivamente das pesquisas realizadas nas áreas de ocorrência de estruturas subterrâneas que, como já foi mencionado, abrange boa parte do planalto sul-brasileiro (Figura 1). Na sequência, enfocaremos um caso específico onde sítios arqueológicos com essas estruturas foram pesquisados recentemente, em uma área do planalto catarinense.

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WIESEMANN, U, Os dialetos da língua Kaingang e Xokleng, 1978; URBAN, G, A história da cultura brasileira segundo as línguas indígenas, 1992; NOELLI, F.S, Repensando os rótulos e a história dos Jê no Sul do Brasil a partir de uma interpretação interdisciplinar, 2000.

5 SCHMITZ, P.I, A ocupação indígena do Oeste Catarinense, 2011; ______ & ROGGE, J.H, 107 ‘casas subterrâneas’ no povoamento inicial do Jê Meridional em Santa Catarina, 2011.

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Figura 1: Área aproximada de distribuição de sítios com estruturas subterrâneas no sul do Brasil.

As pesquisas arqueológicas em estruturas subterrâneas no Sul do Brasil

As primeiras informações sobre estruturas subterrâneas no sul do Brasil chegam através da escavação de uma delas por Chmyz6, no planalto do Rio Grande do Sul, embora o elemento que será considerado identificador de uma grande tradição arqueológica relacionada a essas estruturas, a cerâmica, já tenha sido registrado anteriormente7.

Durante a segunda metade da década de 1960, e primeiros anos da década de 1970, crescem os estudos sobre sítios arqueológicos relacionados a essas estruturas, tanto a partir de pesquisas realizadas especialmente por arqueólogos ligados ao PRONAPA, como também por outros não filiados ao programa.

Além dos sítios com estruturas subterrâneas, localizados no planalto, tais pesquisas identificam outros tipos de sítios, com cerâmica semelhante, ou pelo menos parecida, em diferentes contextos geográficos, como a encosta do Planalto e o Litoral

6 CHMYZ, I, Prospecções arqueológicas no vale do rio das Antas, RGS-BR, 1965.

7 MENGHIN, O.F, El poblamiento prehistórico de Misiones, 1957; SCHMITZ, Pedro I, Paradeiros guaranis em Osório (Rio Grande do Sul), 1958.

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Atlântico, resultando na criação de tradições cerâmicas regionais, a Taquara para o RS e a Itararé para SC e PR. Na região do planalto, pesquisas importantes realizadas nesse momento são feitas, por exemplo, por La Salvia8, Schmitz9 e Miller10 no Rio Grande do Sul, Piazza11 e Rohr12 em Santa Catarina, Chmyz13 e Blasi14 no Paraná.

A partir da segunda metade da década de 1970 e ao longo da década de 1980, as pesquisas em estruturas subterrâneas foram mais reduzidas, mas não suprimidas. Começa a ficar mais clara a diversidade de assentamentos relacionados a elas, como sítios superficiais a céu aberto e estruturas mais complexas, tais como as anelares e os montículos, através de estudos feitos por Mentz Ribeiro15, Mentz Ribeiro e Ribeiro16, Kern et al17 e Mentz Ribeiro et al18 no Rio Grande do Sul.

Em Santa Catarina, as pesquisas arqueológicas dedicam-se prioritariamente aos sítios cerâmicos litorâneos19 e, em certa medida, à região oeste e o alto rio Uruguai20, onde a ocorrência de estruturas subterrâneas é muito rara. No planalto catarinense, por sua vez, temos um trabalho seminal desenvolvido por Reis21 que, através de um levantamento exaustivo de sítios, identifica muitas estruturas subterrâneas (além de montículos e estruturas anelares), principalmente na região dos Campos de Lages. Nesse trabalho, pela primeira vez, se discute de forma aprofundada questões fundamentais como a função dessas estruturas bem como a organização interna dos conjuntos por elas formados e a articulação com as estruturas anelares e montículos.

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LA SALVIA, F, Síntese das pesquisas arqueológicas no planalto rio-grandense – casas subterrâneas, 1968.

9 SCHMITZ, Pedro I, Algumas datas de carbono 14 de casas subterrâneas no planalto do Rio Grande do Sul, 1969.

10 MILLER, E. T, Pesquisas Arqueológicas efetuadas no planalto meridional, Rio Grande do Sul (Rios Uruguai, Pelotas e Das Antas), 1971.

11 PIAZZA, W.F, As grutas de São Joaquim e Urubici, 1966; ______, Notícia arqueológica do vale do Uruguai, 1969a; ______, A área Arqueológica dos “Campos de Lages”, 1969b.

12 ROHR, J. A, Os sítios arqueológicos do planalto catarinense, Brasil, 1971. 13

CHMYZ, I, Considerações sobre duas novas tradições ceramistas arqueológicas no estado do Paraná, 1968.

14 BLASI, O, Os indícios arqueológicos do Barracão e Dionísio Cerqueira – Paraná – Brasil, 1972. 15MENTZ RIBEIRO, P.A, Casas subterrâneas no Planalto Meridional, Município de Santa Cruz do Sul,

Rio Grande do Sul, Brasil, 1980.

16 MENTZ RIBEIRO, P. A. e RIBEIRO, C.T, Levantamentos arqueológicos no município de Esmeralda, RS, Brasil, 1985.

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KERN, A. A., SOUZA, J.O.C., SEFFNER, F, Arqueologia de salvamento e ocupação pré-histórica do vale do Rio Pelotas (Municípios de Bom Jesus e Vacaria, RS). 1ª parte: Arqueologia de campo, 1989a; ______, Arqueologia de salvamento e ocupação pré-histórica do vale do Rio Pelotas (Municípios de Bom Jesus e Vacaria, RS). 2ª parte: Arqueologia de laboratório, 1989b.

18 MENTZ RIBEIRO, P.A. (coord.), Escavações arqueológicas no município de Bom Jesus, 1994. 19

SCHMITZ, P. I. (coord.), A ocupação pré-histórica do litoral meridional do Brasil, 2006.

20 CARBONERA, M. & SCHMITZ, P.I. (orgs.), Antes do Oeste Catarinense. Arqueologia dos povos indígenas, 2011.

21 REIS, M.J, A problemática arqueológica das estruturas subterrâneas no planalto Catarinense, [1980] 2007.

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No Paraná Chmyz22, entre outros trabalhos, realiza pesquisas em áreas afetadas por grandes obras de engenharia, como Itaipu, onde identifica muitos sítios com cerâmica Itararé, predominantemente em assentamentos superficiais a céu aberto, mas também encontrando algumas estruturas subterrâneas.

No Estado de São Paulo, Prous23 menciona estruturas subterrâneas na região sul, no município de Itararé, descrevendo suas formas e tamanhos, bem como a cerâmica associada. Ao fim da década de 1980, é produzida a primeira síntese mais completa sobre a arqueologia do planalto sul-brasileiro24.

Entre o final da década de 1990 até o presente momento, as pesquisas arqueológicas em estruturas subterrâneas ganharam uma maior intensidade, principalmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, mas também com importantes avanços no Paraná e São Paulo.

No Rio Grande do Sul, principalmente dois grandes programas de pesquisa foram implementados no planalto, abrangendo uma vasta área entre as partes altas dos rios Caí e Antas, nos municípios de Caxias do Sul, São Marcos e Vacaria25 e, mais ao norte, em direção ao rio Pelotas, especialmente nos municípios de Bom Jesus e Pinhal da Serra26. Essas pesquisas retomaram e aprofundaram questões relacionadas à forma e função das estruturas subterrâneas, análises mais detalhadas sobre a cultura material associada bem como suas articulações com sítios superficiais a céu aberto, grutas com sepultamentos e estruturas anelares, resultando em modelos locais de sistemas de assentamentos.

Em Santa Catarina, a pesquisa no planalto tem crescido de forma vertiginosa, através de trabalhos realizados tanto no âmbito da arqueologia empresarial como acadêmica. Grandes projetos de salvamento, especialmente aqueles relacionados à UHEs (Foz do Chapecó, Campos Novos, Quebra-Queixo, Barra Grande entre outras) trazem à luz uma quantidade significativa de dados relacionados ao contexto das

22 CHMYZ, I, Pesquisas arqueológicas na área brasileira de Itaipu, 1987. 23

PROUS, A, Première information sur les maisons souterraines de l’état de São Paulo, 1979. 24 SCHMITZ, P. I, As Tradições ceramistas do planalto sul-brasileiro, 1988.

25 SCHMITZ, P.I.; ROGGE, J.H.; ROSA, A. O.; BEBER, M. V.; MAUHS, J. & ARNT, F. V, O Projeto Vacaria: Casas subterrâneas no Planalto Rio-grandense, 2002; CORTELETTI, R, Patrimônio arqueológico de Caxias do Sul, 2008; ROGGE, J.H. & SCHMITZ, P.I, Pesquisas arqueológicas em São Marcos, RS, 2009.

26 COPÉ, S.; SALDANHA, J D. M.; CABRAL, M. P, Contribuições para a pré-história do planalto: estudo da variabilidade de sítios arqueológicos de Pinhal da Serra, RS, 2002; SALDANHA, J. D. de M, Paisagens, lugares e cultura material: uma arqueologia das terras altas do sul do Brasil, 2005; COPÉ, S. M, Les grands constructeurs précoloniaux du plateau du Sud du Brésil: études de paysages archéologiques à Bom Jesus, Rio Grande do Sul, Brésil., 2006; SOUZA, J.G. de; COPÉ, S.M. Novas perspectivas sobre a arquitetura ritual no planalto meridional brasileiro: pesquisas recentes em Pinhal da Serra, RS. Revista de Arqueologia, 2010.

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estruturas subterrâneas27. Pesquisas no âmbito acadêmico também estão sendo desenvolvidas no planalto catarinense, tanto em sua porção oeste28 como no centro-leste, a exemplo de Corteletti (com. pes., 2012) na região de Urubici e do Instituto Anchietano de Pesquisas, nos municípios de Taió29 e São José do Cerrito (ver mais adiante, neste artigo). Além disso, pesquisas mais amplas envolvendo questões paleoambientais e de complexidade social também estão sendo desenvolvidas no planalto catarinense, integrando-os a um contexto mais amplo de ocorrência de estruturas subterrâneas e anelares30.

No Paraná, principalmente os trabalho em arqueologia empresarial tem fornecido dados sobre novas áreas com a presença de estruturas subterrâneas, tais como Chmyz et

al31, Blasi et al32 e Parellada33. Uma síntese das pesquisas no Estado é feita por Noelli et

al34.

No Estado de São Paulo, as pesquisas se intensificaram nos anos 2000, principalmente na região sul e particularmente nas áreas do alto rio Paranapanema35 e

27 CALDARELLI, S.B. & HERBERTS, A.L, Estruturas habitacionais na bacia do Rio Chapecó, extremo oeste catarinense, 2002; HERBERTS, A.L. & MÜLLER, L.M, Os sítios funerários do ‘projeto de arqueologia compensatória UHE Barra Grande – SC’, 2007; DE MASI, M.A.N. (Org.), Xokleng 2860 a.C. As terras altas do Sul do Brasil, 2006; ______, Centros cerimoniais do Planalto Meridional: uma análise intrasítio, 2009; MÜLLER, L.M, Sobre ´indios e ossos’. Estudo de três sítios de estruturas anelares construídos para enterramento por populações que habitavam o vale do rio Pelotas no período pré-contato, 2008; entre outros.

28 CARBONERA, M. & SCHMITZ, P.I. (orgs.), op. cit., 2011. 29

SCHMITZ, P.I.; ARNT, F.V.; BEBER, M.V.; ROSA, A.O.; ROGGE, J.H, Taió, no Vale do Rio Itajaí, SC. O encontro de antigos caçadores com as casas subterrâneas, 2009.

30 IRIARTE, J. & BEHLING, H, The expansion of Araucaria forest in the southern Brazilian highlands during the last 4000 years and its implication for the development of the Taquara/Itararé Tradition, 2007; ______; GILLAM, J.C. & MAROZZI, O, Monumental burials and memorial feasting: an example from the southern Brazilian Highlands, 2008; ______; COPÉ, S. M.; LOCKHART, J.; FRADLEY, C. G. M.; MAROZZI, O.; SOUZA, J. G, El desarollo de los paisajes Jê Meridionales, 2011.

31 CHMYZ, I.; BORA, E.; CECCON, R.S.; SGANZERLA, M.E. & VOLCOV, J.E, A arqueologia da área do aterro sanitário da região metropolitana de Curitiba, em Mandirituba, Paraná, 2003; ______, A arqueologia da área da LT 750kV Ivaiporã-Itaberá III, Paraná-São Paulo, 2008; ______, A arqueologia da área da Mina Dois Irmãos, em São Mateus do Sul – Paraná, 2009.

32 BLASI, O., CAVALHEIRO, A. C. M., PONTES FILHO, A, Resgate arqueológico, barragem e reservatório – Bacia do Rio Iraí, PR, 2001.

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PARELLADA, C.I, Estudo arqueológico no alto vale do Rio Ribeira: área do gasoduto Bolívia-Brasil, trecho X, Paraná, 2005.

34 NOELLI, F.S.; OLIVEIRA, J.A. de; PANEK Jr, C.A. & MOTA, L.T, Primeiro Balanço da Pesquisa Arqueológica em Sítios Jê do Sul no Estado do Paraná, 2003.

35 ARAUJO, A.G.M, Teoria e método em arqueologia regional: um estudo de caso no Alto Paranapanema, Estado de São Paulo, 2001. ______, A Tradição cerâmica Itararé-Taquara: características, área de ocorrência e algumas hipóteses sobre a expansão dos grupos Jê no Sudeste do Brasil, 2007; KAMASE, L. M, Casas subterrâneas e feições doliniformes: um estudo de caso na bacia do Alto Taquari (SP), 2004.

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Ribeira de Iguape36, tanto com estudos em sítios superficiais a céu aberto, que são mais comuns, como também em estruturas subterrâneas, menos recorrentes.

A primeira década do século XXI ainda viu surgirem, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, eventos científicos especialmente voltados para a apresentação e debate dos estudos realizados sobre estruturas subterrâneas, em particular, e a ocupação Jê Meridional, em um sentido mais amplo37, bem como novas sínteses sobre as pesquisas arqueológicas no sul do Brasil38, indicadores do crescimento e da grande importância que essa temática alcançou nos últimos anos.

A seguir, faremos uma breve síntese das pesquisas que estão sendo realizadas pelo IAP no planalto catarinense e que tem produzido muitas informações sobre a organização interna dos sítios com estruturas subterrâneas bem como uma cada vez mais sólida cronologia dessas estruturas e suas ocupações.

A pesquisa arqueológica em estruturas subterrâneas em Santa Catarina: São José do Cerrito

O município de São José do Cerrito está localizado no planalto catarinense, na região conhecida como Campos de Lages, compreendendo um mosaico ambiental que envolve, principalmente, áreas mais altas e aplanadas, com campos de altitude (Estepe Gramíneo-Lenhosa e Estepe Parque) e áreas um pouco mais dissecadas, relacionadas a drenagens de pequeno a médio porte que correm em direção à drenagem principal, o rio Canoas, na parte norte do município, com cobertura de Floresta Ombrófila Mista, com ocorrência de Araucaria angustifólia.

A área que compreende o município foi palco de intenso levantamento arqueológico no final da década de 1970, por Reis39, que localizou várias dezenas de sítios com estruturas subterrâneas, montículos e estruturas anelares. Desde 2008, a equipe do Instituto Anchietano de Pesquisas tem feito estudos na região, revisitando os sítios localizados por M. J. Reis e estudando, de forma mais aprofundada, alguns deles.

36 DE BLASIS, P, Bairro da Serra em três tempos. Arqueologia, uso do espaço regional e continuidade cultural no Médio Vale do Ribeira, 1996; AFONSO, M. C. & MORAIS, J.L, Estudo de uma ‘casa subterrânea’ na bacia do rio Ribeira de Iguape, São Paulo, 2002.

37 SCHMITZ, P. I. (Ed.), Casas subterrâneas nas terras altas do sul do Brasil, 2002; MILDER, S. E. S. (Org.), Casas Subterrâneas, 2005; DE MASI, M.A.N. (Org.), op. cit., 2006.

38MENTZ RIBEIRO, P.A, A tradição Taquara e as casas subterrâneas no sul do Brasil, 1999/2000; REIS, J.A. dos, op. cit., 2002; BEBER, M.V, op. cit., 2005; COPÉ, S. M, op. cit., 2006; ARAUJO, A.G.M, A Tradição cerâmica Itararé-Taquara: características, área de ocorrência e algumas hipóteses sobre a expansão dos grupos Jê no Sudeste do Brasil, 2007.

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Dois exemplos serão mencionados aqui, cuja pesquisa tem fornecido novas e interessantes informações sobre a dinâmica de construção e ocupação desses assentamentos e suas estruturas (Figura 2).

Figura 2: Localidades pesquisadas pelo IAP no município de São José do Cerrito, SC.

O primeiro deles está na localidade de Boa Parada, onde existe um complexo de 5 sítios com presença de estruturas subterrâneas (25), estruturas anelares (3) e montículos (3). Datações radiocarbônicas realizadas em 5 estruturas subterrâneas e em uma das estruturas anelares, mostraram ocupações entre 830 a 370 anos A.P. Abaixo do aterro nivelador de uma estrutura geminada, portanto antes da construção da mesma, foi encontrada uma fogueira cuja data alcançou 2.600 anos A.P40.

Estudos locacionais utilizando ferramentas de geoprocessamento estão indicando uma área em que as diferentes estruturas possuíam algum tipo de integração, ao longo do período de ocupação dos assentamentos, tendo como área central o local onde estão agrupadas as três estruturas anelares, em terreno mais alto. Também o complexo, como um todo, parece estar estrategicamente situado em uma área com abundantes recursos locais41. A data mais antiga, de cerca de 2.600 anos A. P. não pode ser diretamente associada à ocupação dos sítios com estruturas, que conformam o complexo, estes muito mais recentes e com presença de bastante cerâmica. No entanto, fica clara uma

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SCHMITZ, P.I.; ARNT, F.V.; BEBER, M. V.; ROSA, A. O.; FARIAS, D. S, Casas Subterrâneas no Planalto de Santa Catarina – São José do Cerrito, 2010.

41 NOVASCO, R. V.; SCHMITZ, P. I. Arqueologia no Planalto: o uso do SIG na aplicação de análises espaciais dos sítios arqueológicos da localidade de Boa Parada, município de São José do Cerrito, SC, 2011.

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ocupação pré-cerâmica nessa área do planalto que, talvez, poderia estar insinuando um momento cultural diferente de uma mesma população.

O segundo exemplo, tomado a partir dos estudos pioneiros de M. J. Reis está situado na localidade de Rincão dos Albinos, no norte do município, próximo à costa do rio Canoas, no topo de uma elevação basáltica, com cerca de 960 m de altitude, em uma pequena área relativamente aplanada, com cobertura de Floresta Ombrófila Mista, nascentes e pequenos banhados de altura. Foram localizadas 107 estruturas subterrâneas, além de 10 montículos, formando um único assentamento separado em dois conjuntos distantes entre si não mais que 100 m. Em um dos conjuntos, formado por 39 estruturas subterrâneas (Figura 3), foram escavadas 4, além de 16 sondagens externas de 1x1 m, fornecendo datas que vão de 1.400 a 470 anos A.P. Algumas das estruturas subterrâneas foram reocupadas, enquanto outras, foram escavadas parcialmente sobre o aterro nivelador de estruturas anteriores. O material lítico associado é pouco abundante, resumindo-se a núcleos e lascas de basalto, calcedônia e quartzo hialino, com poucos instrumentos formais, entre eles fragmentos de mãos de pilão e lâminas de machado polidas. Ocorrem em maior quantidade blocos e seixos, utilizados brutos, em fogueiras. A cerâmica, que é semelhante à da tradição Itararé, é praticamente inexistente, com exceção de alguns poucos fragmentos em duas sondagens externas às estruturas.

Figura 3: Conjunto de 39 estruturas subterrâneas (SC-CL-70), na localidade de Rincão dos Albinos, município de São José do Cerrito, SC.

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No segundo conjunto, com 68 estruturas subterrâneas e 10 montículos, foram escavadas 6 estruturas e foram feitas 5 sondagens externas de 1x1 m, com uma ocupação datada entre 1.330 até 370 anos A. P., praticamente dentro do mesmo intervalo temporal do conjunto anterior. Também ocorrem, em muitas estruturas, reocupações. Algumas delas formam agrupamentos compactos, em áreas mais altas e secas. O material lítico é relativamente semelhante, quantitativa e qualitativamente, ao que ocorre no outro conjunto. Muito pouca cerâmica foi encontrada, ocorrendo somente na parte mais alta da sequência temporal de ocupação.

Os dois conjuntos estão separados por uma área rebaixada, formando um pequeno vale que drena a água de banhados situados em cotas um pouco mais altas e que possui mais energia em períodos de maior pluviosidade. Especialmente nesses períodos, no conjunto maior de estruturas (68) o lençol freático torna-se alto, o que faz com que muitas delas concentrem-se nos poucos pontos mais altos e planos do terreno, enquanto que estruturas escavadas em pontos um pouco mais baixos, mais próximos à drenagem, encham de água.

A localização desse sítio também reflete uma complexa estratégia de captação ótima de recursos pelos grupos humanos que o ocuparam, com abundantes ofertas em termos de alimentos, água e matéria prima lítica. Os dois conjuntos que formam o sítio mostram uma intensa movimentação de terra, resultado de diferentes momentos de construção de estruturas e de inúmeras reocupações do assentamento, ao longo de um tempo considerável, indicando que aquele local deveria ter grande importância econômica e/ou simbólica42.

Considerações Finais

A pesquisa arqueológica em sítios relacionados ao Jê Meridional tem mostrado um desenvolvimento contínuo ao longo do tempo, mas recebeu um maior e importante aporte nos últimos dez anos, com trabalhos sendo desenvolvidos em todos os estados do Sul e em São Paulo. Nesse mesmo movimento, também uma de suas principais manifestações, as estruturas subterrâneas, tem recebido grande atenção e novas informações têm surgido.

Grande parte dos assentamentos, de um modo geral aqueles mais antigos, indicam diferentes momentos de ocupação, com construção de novas estruturas subterrâneas e

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reocupações de outras, quase sempre em episódios relativamente breves, indicando que esses locais possuem elementos importantes de atração (econômicos e/ou simbólicos) e que se inserem em uma rede territorial dentro da qual um grupo circula e mantém seu território. Dentro dessas redes, outros tipos de estruturas, tais como os montículos e grutas funerárias, bem como assentamentos a céu aberto, possuem fundamental importância.

Ao contrário do que se pensava, nem sempre as estruturas subterrâneas estão diretamente associadas à presença de cerâmica, mas aquelas a podem preceder em alguns séculos. Enquanto as estruturas aparecem, principalmente a partir do século VI de nossa era, a cerâmica, ainda muito simples, começa a aparecer em torno do século IX, tanto no planalto como no litoral e se torna mais comum a partir do início do segundo milênio. Nessa época, no planalto, aumenta o número de sítios com estruturas subterrâneas, muitas vezes apresentando uma ocupação mais densa e permanente, parecendo indicar um aumento da estabilidade dos grupos e, talvez, uma maior complexidade social e política, fenômeno que pode estar relacionado ao momento principal de expansão da Araucaria angustifolia. Provavelmente não por acaso, nesse momento começam a aparecer estruturas anelares, muitas vezes tornando-se o centro em torno do qual os assentamentos se aglutinam.

As pesquisas arqueológicas sobre as estruturas subterrâneas em particular e sobre o Jê Meridional em um sentido mais amplo apresentaram considerável avanço desde seu início, ha quase 50 anos atrás. Contudo, muito ainda falta para compreender e, embora continuem com fôlego sempre renovado, ainda deverão seguir por muito tempo, pois a história pretérita dessas populações tem se mostrado muito mais complexa do que se supunha.

REFERÊNCIAS

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ARAUJO, A.G.M. Teoria e método em arqueologia regional: um estudo de caso no

Alto Paranapanema, Estado de São Paulo. Tese (Doutorado) – Museu de Arqueologia e

Etnologia, USP, São Paulo, 2001.

ARAUJO, A.G.M. A Tradição cerâmica Itararé-Taquara: características, área de ocorrência e algumas hipóteses sobre a expansão dos grupos Jê no Sudeste do Brasil.

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