REVISTA
«VOZ DOS PROFESSORES»
E REFORÇO DA AÇÃO SINDICAL
Editorial
Este é o primeiro número da Revista a «Voz dos Professores». Trata-se de uma publicação, no formato digital (PDF), que periodicamente vai ser editada pelo Sindicato Nacional de Professores, conforme as necessidades de cada momento. Além de servir para reforçar o elo da ligação entre a classe docente e o SINDEP, visa sobretudo informar da ação sindical e das reivindicações importantes dos docentes no dia-a-dia. O SINDEP espera contar com a colaboração de todos, divulgando a Revista «Voz dos Professores» entre colegas e através das redes sociais.
SINDICATO NACIONAL DOS PROFESSORES
SINDEP
EXIGE AUMENTO SALARIAL PARA
PROFESSORES
O SINDICATO NACIONAL DOS PROFESSORES defende, ainda neste ano lectivo, um aumento salarial para os professores, devendo a verba para o efeito constar do Orçamento Geral do Estado para 2020. Esta exigência parte de Nicolau Furtado, líder do SINDEP, que é a maior organizacão sindical representativa dos docentes cabo-verdeanos.
Falta de manuais e
falhas na colocação de
professores
O SINDEP denuncia que, tal como aconteceu em 2018, neste novo ano lectivo 2019/20 persistem falhas na colocação de professores e falta de manuais para os vários níveis de ensino.
SINDEP denuncia
perseguição e intimidação a professores
Está a ser preocupante, neste momento, a onda de perseguição e intimidação a professores com o abuso de poder por parte dos dirigentes do Ministério da Educação (ME). A denuncia parte do lider do SINDEP, para quem é urgente travar esta situação, que se regista em vários estabelecimentos de ensino de Cabo Verde.
Pag: 02
O Sindicato Nacional dos Professores defende, ainda neste ano lectivo, um aumento salarial para os professores, devendo a verba para o efeito constar do Orçamento Geral do Estado para 2020. Esta exigência parte de Nicolau Furtado, líder do SINDEP, que é a maior organizacão sindical representativa dos docentes cabo-verdeanos.
O sindicalista fundamenta que desde 2011 não tem havido nenhum aumento ou reajuste salarial. « Mas mesmo assim, nesse lápso de tempo, houve reajustamento salarial na ordem de 2,2% no quadro comum da Administração Publica e 20% na polícia nacional». Nicolau Furtado critica que esta medida representa uma clara discriminacão e injustiça em relação aos demais trabalhadores da Função Pública, com destaque para a classe docente.
Furtado fundamenta que o aumento salarial solicitado visa repor a perda do poder de compra dos funcionários públicos, que já atingiu um valor expressivo. « A inflação actual é de 1.3%, acrescidos das inflações desde de 2016 que deve rondar num total de 3.3 % . Isto está causando permanentemente a perda do poder de
compra dos professores. Basta irmos ao mercado para vermos nas compras de produtos de que o salário é já insuficiente para suprir as necessidades básicas». O líder do SINDEP faz questão de realçar que o Governo permanentemente anda a fazer propaganda sobre a diminuição das taxas de imposto, o que é uma farsa. «Ademais, através do Vice-Primeiro-Ministro, vem anunciando que há dinheiro que não acaba, admitindo incluisive existir créditos a funcionários. Por isso, exigimos o aumento salarial para os professores, devendo a verba para o efeito constar do Orçamento Geral do Estado para 2020», exige Nicolau Furtado, avisando que a classe docente está a ser consultada para se adotar outras formas de luta para fazer valer estas e outras reivindicações laborais.
SINDEP
EXIGE AUMENTO
SALARIAL PARA
PROFESSORES
Ambiente Laboral
Governo bloqueia
estatuto do pessoal docente e
prejudica carreira dos professores
O Sindicato Nacional dos Professores denuncia que o Governo não está a cumprir o Estatuto de Carreira do Pessoal Docente - ECPD. Um fato que, segundo o líder Nicolau Furtado, está a prejudicar muitos docentes na evolução na carreira.
«O incumprimento do Estatuto da Carreira do Pessoal Docente está a prejudicar grandemente todos os professores caboverdeanos. Em primeiro lugar, o Ministério da Educação não tem reclassificado, desde o mês de Agosto de 2015 à presente data, os professores que fizeram a sua formação de licenciatura, sobretudo os do IUE-Instituto Universitario da Educação, uma
instituição que foi criada oficialmente para o efeito», enumerou.
Para o SINDEP, apesar desta situação, o Ministério da Educação anuncia que está a trabalhar para uma educação e ensino de qualidade. Mas salienta para que isso aconteça é necessário que os professores estejam motivados, o que passa, necessa-riamente, pela reclassificação à luz do arti-go 6º, ponto 2, do Estatuto da Carreira do Pessoal Docente, que diz o seguinte: “Os professores do Ensino Básico e Secundá-rio assistentes transitam, automaticamen-te, para os cargos do professor do ensino básico ou secundário, à medida que adqui-rirem habilitações que conferem grau míni-mo de licenciatura”.
Referindo-se ao processo de nomeação, artigo 19º no ponto 2 preconiza: “A nomeação é provisória durante o periodo de estágio probatório». Na secção II –
Artigo 22º, duração do estágio probatório estabelece no ponto 1. “Os candidatos aprovados em concurso, para as funções docentes em regime de carreira, são sujeitos, a estágio probatório, nos estabelecimentos de ensino indicados pelo serviço promotor do concurso com a duração de um ano» Depois, conforme o ponto 3 do referido artigo, é dispensado de estágio probatório o candidato aprovado em concurso que já se encontre a exercer funções docentes, em regime de contrato a termo há pelo menos 1 (um) ano, com avaliação anual mínima de bom. A nomeação definitiva tem lugar após aprovação em estágio probatório e produz efeitos com a tomada de posse do docente. Segundo ainda a mesma fonte, nos cargos e níveis dos professores do Ensino Básico e Secundário, os artigos 33º e 34º do Estatuto de Carreira do Pessoal Docente estabelece, no seu ponto 2, que o nível da Educação dos professores do Ensino Básico e Secundário assistentes integram níveis I, II e III, tendo, no seu ponto 3 fixado, o modo da transição na carreira. “Para efeito de desenvolvimento, no cargo referido no número anterior e passagem de um nível para outro, o docente deve reunir cumulativamente os seguintes requisitos: a) Avaliação de desempenho mínimo de Bom; b) Tempo de serviço mínimo de 3 anos no nível em que se encontra». O ponto
4 do referido artigo do ECPD contempla, por seu turno, que o professor do Ensino Básico e Secundário assistente nível III, com pelo menos 3 anos efectivos de serviço e avaliação mínima de Bom, transita para o cargo de professor do Ensino Básico ou Secundário nível I, respetivamente.
Ambiente Laboral
Há ainda os professores do Ensino Básico e Secundário Assistentes que, conforme o ponto 5 do citado artigo do ECPD, transitam, automaticamente, para o cargo de Professor de Ensino Básico e Secundário nivel I, à medida que adquirirem formação que confere, pelo menos, o grau de licenciatura.
Subsídios pela não Redução da Carga Horária
O líder do SINDEP também referiu à redução da componente lectiva, que está prevista no artigo 50º, ponto 5, do ECPD. « Após 15, 20, 25 e 30 anos de serviço, são atribuídos subsídios
por não redução da carga horaria, aos docentes que lecionam na educação pré-escolar ou no primeiro ciclo do ensino básico, nos montantes de dez mil escudos (10.000$00), quinze mil escudos (15.000$00), vinte mil escudos (20.000$00) e vinte e cinco mil escudos (25 000$00), respetivamente, correspondentes às reduções de 2, 4, 6 e 8 tempos letivos, atualizáveis e não indexados ao salário».
Segundo a mesma fonte, a partir do grau de licenciatura, que é o nivel I, é obrigatória a previsão de verba no Orçamento Geral do Estado para efeitos da evolução na carreira.
Falta de
manuais
e falhas na
colocação de
professores
O SINDEP denuncia que, tal como aconteceu em 2018, neste novo ano lectivo 2019/20 persistem falhas na colocação de professores e falta de manuais para os vários níveis de ensino.
«Não há razão para justificar a falta de professores no sistema educativo caboverdeano, uma vez que existem docentes aprovados em concurso, mas que ainda faltam ser selecionados, ou seja, estão à espera da colocação e os alunos continuam sem aulas», crítica Nicolau Furtado. O líder do SINDEP denuncia ainda a falta de manuais para vários níveis de ensino, que estão a afetar fortemente os alunos no seu estudo. « Há, por outro lado, falta de manuais de todos os níveis de ensino a nível nacional, mas houve o tempo suficiente para o Ministério da Educação preparar o novo ano lectivo», contesta Nicolau Furtado, lembrando que havia acontecido a mesma situação nos anos anteriores. « E deve-se apreender com os erros», alertou aquele responsável sindical.
SINDEP denuncia perseguição e
intimidação a professores
Está a ser preocupante, neste momento, a onda de perseguição e intimidação a professores com o abuso de poder por parte dos dirigentes do Ministério da Educação (ME). A denuncia parte do lider do SINDEP, para quem é urgente travar esta situação, que se regista em vários estabelecimentos de ensino de Cabo Verde.
«Há muitos Delegados e Directores de Agrupamento a perseguirem, intimidarem e abusarem dos professores, atribuindo-lhes um horário com vários níveis e mistos, colocando-os em duas ou três escolas distantes uma das outras e o Ministério não toma nenhuma medida», exemplica Nicolau Furtado.
Para este dirigente sindical, «com essa desorganização e ditadura no sistema educativo cabo-verdiano», não há condições objectivas para que o país possa conseguir uma educação e um ensino de qualidade, como o Ministério de Educação vem propalando.
Nicolau Furtado
Apela ao Governo, através da titular da pasta da Educação, Maritza Rosabal, uma nova atitude de diálogo, estabele-cendo processos negociais a desenvol-ver no respeito pela representatividade das organizações sindicais, a publicação e o pagamento de todas as pendências, sobretudo dos aposentados, o cumpri-mento integral do Estatuto da Carreira do Pessoal Docente, o reajuste salarial, a nomeação de todos os professores ne-cessários ao sistema educativo, coloca-ção no mercado dos manuais de todos os níveis para facilitar o ensino e apren-dizagem e tomar medidas no sentido de acabar com essa onda de perseguição e intimidação a professores que se vem re-gistando em vários estabelecimentos de ensino em Cabo Verde.
Hoje mais de que nunca os professores devem refletir e unir-se em torno do SINDEP para uma frente cada vez mais ampla e comum na defesa intransigente dos direitos e interesses à medida dos enormes desafios existentes.
Para isso torna necessária a adesão de todos os professores que primam pela unidade e solidariedade em prol da Classe Docente.
O sindicalista aconselha, no entanto, a todos os docentes a cumprirem com responsabi-lidade as suas funções, ao mesmo tempo que alerta aos delegados sindicais para es-tarem atentos às reivindicações dos profes-sores nos seus locais de trabalho.
O SINDEP como é seu hábito mantem-se firme na defesa das posições que apresenta, mas disponível para a negociação e para encontrar soluções que sirvam a educação e o ensino, conferindo-lhe a qualidade em que o país necessita, bem como a estabelização, valorização e dignificação da profissão docente.