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Sensibilização da Comunidade para a Riqueza Patrimonial do Estuário do Tejo através da Fotografia

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Academic year: 2021

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Editor: Instituto Politécnico de Santarém Coordenação: Gabinete coordenador do projecto

Ano 5; N.º 217; Periodicidade média semanal; ISSN:2182-5297; [N.43]

FOLHA INFORMATIVA Nº50-2012

Sensibilização da Comunidade para a Riqueza Patrimonial do

Estuário do Tejo através da Fotografia

André FERNANDES e Mário PINTO Associação Naval Sarilhense

Rua de S. Domingos – Alto do Moinho, 2860-633 Sarilhos Pequenos E-mail: ansarilhense@gmail.com

Com o intuito de promover a sensibilização da comunidade para a riqueza patrimonial do Estuário do Tejo, na sua dupla vertente cultural e natural, a Associação Naval Sarilhense (ANS) decidiu promover o Concurso de Fotografia “Olhares sobre o Património Ribeirinho”. Uma iniciativa que deverá ter uma periodicidade anual, sendo cada uma das suas edições dedicada a um tema específico relacionado com o património ribeirinho do Estuário do Tejo.

A primeira edição do Concurso, que teve lugar em 2011, foi dedicada às “Embarcações Tradicionais do Estuário do Tejo”. O mote para este tema brotou do reconhecimento do património marítimo-fluvial do Estuário do Tejo, nas dimensões material e imaterial, como uma marca indelével da relação histórica das povoações ribeirinhas com o Tejo.

Neste contexto, e na dimensão material, foi considerado que as embarcações tradicionais do Estuário do Tejo que hoje persistem (Catraios, Canoas, Varinos, Botes-de-Fragata e Fragatas) se apresentam como relevantes elementos patrimoniais simbolicamente representativos de uma cultura ribeirinha e da identidade local dos territórios ribeirinhos, propondo-se então a sua constituição como Tema do 1.º Concurso de Fotografia “Olhares sobre o Património Ribeirinho”.

Os participantes foram desafiados a captar a beleza dos traços destas embarcações, a imponência do seu velame, a leveza das suas formas, o contraste das cores garridas, a

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delicadeza e minucia dos motivos florais, a presença dos elementos mitológicos e religiosos, a vivência a bordo…

Por sua vez, a segunda edição do Concurso de Fotografia teve como tema “As Paisagens Ribeirinhas do Estuário do Tejo”. De facto, a localização privilegiada e as boas condições naturais propiciadas por este estuário cedo se traduziram na ocupação humana das suas margens, que remonta há vários milénios. Desde então, as paisagens ribeirinhas do Tejo têm vindo a ser moldadas e transformadas pelo engenho humano, ao compasso dos grandes ciclos económicos.

A multiplicidade de usos e funções do Estuário do Tejo e suas margens constitui, assim, uma marca indelével das paisagens ribeirinhas, onde o passado e o presente se tocam e misturam: as actividades agrícolas e piscatórias, as salinas, os estaleiros tradicionais, os usos industriais (desde os espaços outrora ocupados pela indústria corticeira e química aos espaços portuários em plena actividade), as infra-estruturas de transporte, as actividades de recreio e lazer, os núcleos urbanos ribeirinhos consolidados, os espaços naturais povoados de vida (os sapais, os mouchões, os caniçais, as salinas…). Todos formam uma paisagem multifacetada, tendo sido a captura da sua diversidade e especificidade o desafio lançado aos fotógrafos e amantes do património ribeirinho.

Esta segunda edição do concurso contou com 28 participantes que submeteram 49 fotografias. A fauna, as paisagens naturais e urbanas, as infra-estruturas de transporte, as embarcações tradicionais e as infra-estruturas de apoio náutico, o património edificado e as actividades industriais foram alguns dos temas registados pelos participantes.

Em relação aos locais onde foram obtidas as fotografias, destaca-se claramente o município da Moita, com 19 fotografias (38,8%), seguindo-se Lisboa e Alcochete, ambos com 11 fotografias (22,4%). Para além destes, também nos municípios do Barreiro, Almada, Seixal e Salvaterra de Magos – na margem Sul do Estuário do Tejo –, e no município de Vila Franca de Xira – na margem Norte – foram captados registos submetidos a Concurso.

No que diz respeito aos resultados do Concurso, deliberou o Júri premiar as seguintes fotografias: 1.º "Regresso a Casa", da autoria de Filipa Scarpa; 2.º "Sons do Rio", da autoria de António Pereira; 3.º "Serenidade do Tempo...", da autoria de João Ramos.

Tendo em conta a qualidade, riqueza e diversidade dos trabalhos submetidos a concurso, apresenta-se seguidamente uma selecção dos mesmos. A totalidade das fotografias pode ser visualizada num vídeo produzido por ocasião da Cerimónia de Entrega dos Prémios e

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Certificados de Participação no Concurso, o qual se encontra disponível na Página do Facebook da ANS ( www.facebook.com/ansarilhense ).

Memória Descritiva: Na margem esquerda do rio Tejo, em Salvaterra de Magos, a cultura Avieira ainda resiste. Local de pesca artesanal, sobretudo da enguia, é também convidativo a passeios e em especial

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Memória Descritiva: Se escreveres a um amigo diz-lhe que vives junto a um rio, a este rio, na floreira desta janela, onde os tambores da água soam ao entardecer e ao olhar de uma gaivota os dedos se

cansam a pouco e pouco…

Memória Descritiva: A vida é abraçada pelo Tejo de forma intemporal. Aqui, o termo biodiversidade ganha um novo significado, uma nova dimensão. Saber preservar e requalificar, é o melhor testemunho que podemos deixar às gerações vindouras, reforçando desta forma a aliança entre o Homem e a Natureza.

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Memória Descritiva: Vista da Zona Ribeirinha de Alcochete.

Memória Descritiva: “A minha vida é um barco abandonado. / Infiel, no ermo porto, ao seu destino. / Porque não ergue ferro e segue o atino. / De navegar, casado com o seu fado? / Ah? Falta que o lance ao mar, / e alado torne seu vulto em velas;” (…) “O vento embala-te sem te mover, / e é para além do

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Memória Descritiva: Duas crianças olham o rio sobre um pontão improvisado. Observei-os no seu interesse genuíno pelo ambiente que os rodeava e registei esta foto. Ao fundo, lado a lado, as paisagens

urbana e agrícola, que marcam, de forma indelével, a paisagem ribeirinha do Estuário do Tejo.

Memória Descritiva: Neste rio de emoções eu quero navegar. Navegar sem medo do mistério. Neste bater constante possas levar o meu amor pelas ondas. Sejas calmo como agitado deixa-me a emoção de

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Memória descritiva: Um caminho junto a uma margem, que me atraiu quando o vi da primeira vez. Uma casa bonita, um pontão, lodo, água e a ponte ao longe: elementos que me ajudam a sentir o cheiro do

nosso rio.

Memória Descritiva: O Tejo tem acompanhado a evolução dos tempos, novas maquinarias, actividades náuticas, espaços de lazer. No entanto, já a chegar ao mar, a paisagem ribeirinha expõe orgulhosa a sua

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Memória Descritiva: A Ponte 25 de Abril, em todo o seu esplendor, irrompendo pelo Tejo com destino à Outra Banda…

Memória Descritiva: Os sapais, zonas onde existem sapos, mentira, os sapos não se dão bem com águas salgadas, são locais de eleição para as aves aquáticas se alimentarem e até nidificarem.

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Memória Descritiva: Foto obtida na salina de São Lourenço, ainda em laboração e que é uma memória viva das indústrias outrora existentes nas zonas ribeirinhas do rio Tejo.

Memória Descritiva: Uma cidade dentro da cidade onde a arquitectura mais arrojada contrasta com o bucólico característico do Estuário do Tejo.

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Memória Descritiva: Junto à nova ponte, onde nasceu uma nova cidade dentro da cidade, o estuário do Tejo apresenta uma abundante riqueza natural, que lhe confere um potencial ambiental, paisagístico,

económico e de lazer. Junto às margens estamos num território de contemplação e serenidade.

Memória Descritiva: Pormenor paisagístico do Estuário que retracta duas das muitas actividades económicas que se desenvolvem/desenvolveram na zona. A pesca, simbolizada pela embarcação, e a moagem, actividade que em tempos floresceu, testemunhada pelo moinho de vento, parte do conjunto

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Memória Descritiva: A actividade pesqueira nas múltiplas zonas ribeirinhas ao longo do Tejo foi muito provavelmente a primeira actividade económica a tirar partido do potencial que o Tejo oferece. Do passado subsistem os reflexos das antigas infra-estruturas de apoio à actividade pesqueira, neste caso

reflectida nas águas rosáceas das Salinas de Alcochete.

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Memória Descritiva: A Quinta do Esteiro Furado, ou Casa dos Ingleses, como é vulgarmente conhecida, situa-se em Sarilhos Pequenos, Moita. É um complexo antigo com casa e capela e praia privativa, que pertenceu a uma família inglesa. É uma casa agrícola, ao fundo dum pequeno esteiro, o Esteiro Furado. Na sua grandiosidade, ainda hoje podemos ver o que resta do palácio, as ruínas das levadas de água, do

moinho de maré e do porto privado onde os produtos eram embarcados para Lisboa.

Memória Descritiva: A canoa "Nina" inclina-se sob o efeito da maré-baixa. A pequena enseada da Associação Naval Sarilhense é o porto de abrigo de muitas embarcações tradicionais do estuário do Tejo.

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Memória Descritiva: Ainda há estaleiros navais na margem Sul do Tejo. Em Sarilhos Pequenos o Mestre Jaime Costa repara, restauro e constrói embarcações tradicionais em madeira, tradicionais do Tejo e não

só. Já não como na época das Fragatas e Varinos, que dava gosto ver a azáfama que a dinâmica do estaleiro imprimia à terra e ao rio. Nesta foto pode ver-se o Varino “Sou do Tejo” em trabalhos de reparação e o Bote “Gaivotas” numa lenta agonia sobre balões de oxigénio, esperando a maré que o

levará ao cemitério, para nosso descontentamento, sinais do tempo.

Memória Descritiva: Discretos no Tejo, os Moinhos de vento de Alburrica têm vista privilegiada para Lisboa. No entanto são conhecidos na sua esmagadora maioria por Barreirenses uma vez que são raros

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Memória Descritiva: O pórtico da Lisnave constitui-se como o elemento mais icónico do período industrial que marcou as paisagens ribeirinhas do Tejo no século XX. A função perdeu-se, a imponência

mantém-se…

Memória Descritiva: Esta bela e grandiosa quinta está rodeada de esteiros, sapais, salinas, viveiros, canais e um porto fluvial. Tem uma vista deslumbrante sobre o Tejo, tendo Lisboa e o Montijo como pano de fundo. Trata-se de uma grande Quinta Agrícola que durante séculos forneceu produtos de

agro-pecuária, hortícolas, vinícolas, frutícolas e lenha a Lisboa. Contribuiu para a elevação da Moita a vila em 1691 por D. Pedro II. A quinta é um pequeno santuário da vida selvagem, sendo ZPE do Estuário do Tejo.

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Memória Descritiva: Abicada à praia para morrer, assim encontramos várias embarcações tradicionais no Estaleiro Naval de Sarilhos Pequenos. A perda de funcionalidade e a escassez de recursos para recuperar e manter estas embarcações vai determinando o desaparecimento deste valioso património,

de que o varino captado é apenas um lamentável exemplo...

Memória Descritiva: Uma vista fascinante da parte final e mais estreita do estuário do Tejo, o designado gargalo do Tejo, onde conseguimos apreciar dois ícones importantíssimos da paisagem do rio mais

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Memória Descritiva: Concentração dos Tall Ships no Terminal de Cruzeiros de Santa Apolónia.

Agradecimento

Os autores do presente artigo agradecem a autorização concedida pelos autores das fotografias para que as mesmas fossem aqui publicadas.

Referências

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