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Jesus, Carlos A. Martins de Associação Portuguesa de Estudos Clássicos; Instituto de Estudos Clássicos. URI:

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Academic year: 2021

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As Bacantes de Eurípides pela Companhia de Teatro de Braga

Autor(es):

Jesus, Carlos A. Martins de

Publicado por:

Associação Portuguesa de Estudos Clássicos; Instituto de Estudos

Clássicos

URL

persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/30456

DOI:

DOI:http://dx.doi.org/10.14195/0872-2110_51_4

Accessed :

16-May-2021 01:47:22

digitalis.uc.pt impactum.uc.pt

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O Museu de Catalayud, reaberto em 2007, depois de sofrer obras de ampliação das suas instalações, e que acolhe, entre as suas exposições permanentes, o espólio arqueológico recolhido nas escavações da cidade romana de Bilbilis (de onde era natural o poeta Marcial e onde se destacam os frescos, encontrados em várias habitações e nas termas, moedas, jóias e inscrições), oferece, assim, aos seus visitantes, uma experiência museológica ímpar. Assiste-se a uma exposição de cinema dentro do cinema, que em simultâneo narra a história de muitos dos objectos arqueológicos expostos2.

NÍDIA CATORZE SANTOS

A

S

B

ACANTES DE

E

URÍPIDES PELA

C

OMPANHIA DE

T

EATRO DE

B

RAGA

A 13 de Janeiro do corrente ano, no Theatro Circo, em Braga, estreou o exercício teatral sobre As Bacantes de Eurípides que, para a Companhia de Teatro de Braga (CTB), dirigiu o encenador Rui Madeira. A peça, em cena nesse espaço até 23 de Janeiro, iniciou em seguida uma digressão que a fez passar por Coimbra – onde esteve, no Teatro da Cerca de S. Bernardo, nos passados dias 7 e 8 de Março – e que a levou mesmo a terras brasileiras, a 21 de Abril. Anunciada, na folha de sala, como “um espectáculo em progressão” e como resultado do “entendimento que [o grupo vem fazendo] sobre a

leitura dos clássicos e da relação dessa leitura com o trabalho dos actores,

numa perspectiva do seu próprio crescimento artístico”, a peça enforma de faltas que consideramos graves e que não se coadunam, estamos em crer, com a liberdade (quase ilimitada) de um encenador de teatro que escolhe trabalhar um texto clássico.

Embora susceptíveis de constranger um espectador mais canónico e tradicional de teatro clássico, são ainda assim legítimas e coerentes algumas opções cénicas, que se resumem numa intenção de adaptação do drama euripidiano a um espectáculo chocante, que roça o fetichista. Refiro-me, entre outros aspectos, à transformação do palácio de Penteu num aglomerado de grades de cerveja Sagres – patrocinador mais do que assumido do _________________

2 Gostaríamos de expressar o nosso agradecimento à produtora Lavirian por

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espectáculo –, opção justificada quando Diónisos, o deus que vai destruir toda a família real, surge em cena armado de um martelo pneumático ou, mais adiante, no momento em que a revelação ocorre, quando essas mesmas grades são deitadas ao chão pelo mesmo deus. Ou ainda à transformação do coro de seguidoras de Diónisos num grupo de boémias embriagadas e tomadas por um frenesim de música de discoteca, meio ébrio, meio sexual, onde pesam uma fraca coordenação e, regra geral, graves problemas de dicção. Igualmente bem conseguidas – sempre no contexto de um espectáculo que pretende o choque – são as figuras de Diónisos, Penteu e Agave. Os primeiros, actores experimentados, unidos no Português do Brasil que falam, levam toda a peça em constante e violento conflito, sendo este corporizado, em termos concretos, no momento em que ambos executam passos de capoeira, quando está em discussão a culpa ou inocência do rei.

Imagem colhida em http://www.theatrocirco.com/agenda/evento.php?id=361 (18 de Maio de 2009, 18.00 horas)

Agave, seguramente a personagem mais bem conseguida de toda a peça, por toda a violência gráfica que caracteriza a sua actuação, aproxima-se talvez mais de uma personagem senequiana do que euripidiana. A loucura que a toma antes de perceber a verdade – fazendo-a tremer e alucinar de uma maneira que roça o doentio –, bem assim a forma quase visceral como toca os

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membros por ela mesma despedaçados do filho, no final, só não resultaram em plenos porque, atrás de si, estava já cerca de uma hora de espectáculo onde a incoerência e o non sense tinham sido as iguarias principais.

Imagem colhida em http://companhiadeteatrodebraga.blogspot.com/2008/11/as-bacantes_19.html (18 de Maio de 2009, 18.00 horas)

Cabem, no saco desses ingredientes menos felizes, sobretudo as figuras de Tirésias e Cadmo, os dois anciãos que, depois do Prólogo e da primeira ode coral, surgem em cena envergando o tirso coroado de hera e os principais adereços do traje feminino, para ir ao Citéron prestar culto a Diónisos. Na adaptação de Rui Madeira, estas figuras são verdadeiros transformistas, orgulhosos das meias de renda, das longas cabeleiras de cores vivas, dos tops e dos sapatos de salto alto (ainda para mais de cristal) que usam, segurando nas mãos um bastão onde floresce não folhagem de hera – ele mesmo um símbolo suficiente da fertilidade que o deus promete – mas um falo. Mais grave do que a caracterização que apresentámos, na adaptação da CTB, é a satisfação que as duas personagens, dois anciãos, revelam por assim se mostrarem. Uma satisfação de que, mais tarde, irá participar o próprio Penteu, como se qualquer destas três figuras com gosto se adornasse à maneira das mulheres. É que, com efeito, Penteu sente vergonha de seguir a

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proposta transformista de Diónisos (v. 828) e só adiante, quando já tomado pelo delírio que o deus lhe inspira, se pavoneia da figura que ostenta (vv. 918 sqq.).

Prova a encenação de Rui Madeira, no essencial, duas coisas: a grande versatilidade do teatro clássico, que tanto tem que dizer e a tantas leituras e adaptações pode prestar-se, mas também os perigos de um entendimento desvirtuado do original. Dito de outro modo, enforma este espectáculo, para sermos sucintos, de um grande problema – a total eliminação do trágico. Numa peça onde reis, anciãos e adivinhos se comprazem no travestismo, a revelação final de Agave, por poderosa e intensa que tenha sido, não consegue provocar a sympatheia nos espectadores. Uma peça de excessos, toda ela excessiva, mas sobretudo essencialmente incoerente – essa a apreciação que fazemos das Bacantes da CTB.

Ficha técnica

Encenação: Rui Madeira;

Actores: Carlos Feio, Jaime Soares, Rogério Boane, Solange Sá, Teresa Chaves;

Actores estagiários no âmbito da Cena Lusófona: Allex Miranda, Mabelle Magalhães, Thamara Thaís;

Actores estagiários no âmbito da oficina “Bacantes: uma orgia do Poder”: Aleixo Morgado, Ana Cristina Oliveira, Ana Lestra Gonçalves, André Silva, Ângela Leão, Armanda Barbosa, Carina Luz, Cristina Silva, Marisa Queirós, Raquel Ferreira, Sofia Miranda;

Dramaturgia: Rui Madeira; Cenografia: Samuel Hof; Figurinos: Sílvia Alves;

Desenho de luz: Fred Rompante; Grafismo: Carlos Sampaio; Criação Vídeo: Pedro Pinto.

Referências

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