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SEVERINO BENONE PAES BARBOSA Prof. Adjunto do Depto. de Zootecnia Zodecnia da UFRPE.

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SEVERINO BENONE PAES BARBOSA

Prof. Adjunto do Depto. de Zodecnia da UFRPE.

MAUROROBERTOMARTINHO

Prof. Tlular do Depto. de Bkkgb da UFV.

Analizaram-se dados de 72 amoshas de m areal d h i i durante o mês de junho de 1986, em

uma coméia orfanada com cerca de 25.000 abelhas africanizadas, no apiário da Universiidade Federal de V i . A produçáo média -justada de geléia real por cúpula foi de 257,72 rng I 115,04. O ensaio experimental constou de seis tratamentos, de acordo com o tempo de coleta da geléia real (24, 32, 48, 64, 72 e 80 h), ap6s transferencia da larva. A análise de variância mostrou diferença significatii entre tratamentos (P<O,Ol) e para desdobramento pdmornial linear e quadrátii (P<O,Ol). Maiores produções de geiéia real foram obtidas entre 48 e 64 h após a transferhncia da larva, com pico maxirno de prod- (356,56 mg) em tomo de 57 h. Os coefiientes de regressão linear e quadrático foram 0,03212730891 e -0,0002813935, respectiimente.

Palavras chaves: abelhas Apis meiiifera, geléia real, larva de abelha.

A geléia real é um produto da secreção das glandulas hipofaringeanas e mandibulares situadas na cabeça de abelhas operárias Apis mellifera, secretada geralmente de cinco a quartoze dias de idade, quando dispõem de pólen, Bgua e mel, em condições ambientes favoráveis. É um alimento destinado as crias na fase da larva, durante os três primeiros dias. Após essa fase, apenas as futuras rainhas continuam

recebendo geléia real, e a rica composição desta, faz com que as rainhas sejam morfolbgica e fisiologicamente diferenciadas, para cumprir a missão de perpetuaçaio da espécie.

Vários sao os relatos que constatam a eficácia da utilização da

Cad. Omega Univ. Fed. Rural PE. SBr. Zoot., Recife. n. 2, p. 73-80, 1994

SEVERINO BENONE PAES BARBOSA Prof Adjunto do Depto. de Zootecnia da UFRPE. MAURO ROBERTO MARTINHO Prof. Titular do Depto. de Biologia da UFV.

Anaiizaram-se aaaos de 72 amostras de geléia real colhidas durante o mês de junho de 1986, em uma coméia orfanada com cerca de 25.000 abelhas afrícanizadas, no apiárío da Universidade Federal de Viçosa. A produção média não-ajustada de geleia real por cúpula foi de 257,72 mg ± 115,04. O ensaiu experimental constou de seis tratamentos, de acordo com o tempo de coleta da geleia real (24, 32, 48, 64, 72 e 80 h), após transferência da larva. A análise de variância mostrou diferença significativa entre tratamentos (P<0,Ü1) e para desdobramento polinomial linear e quadrático (P<0,01). Maiores produções de geieia real foram obtidas entre 48 e 64 h após a transferência da larva, com pico máximo de produção (356,56 mg) em tomo de 57 h. Os coeficientes de regressão linear e quadrático foram 0,03212730891 e -0,0002813935, respectivamente

Palavras chav s abelhas Apis mellifera, geléia real, larva de abe ha INTRODUÇÃO

A geléia real é um produto da secreção das glândulas hipofaríngeanas e mandibulares situadas na cabeça de abelhas operárias l\pis mellifera, secretada geralmente de cinco a quartoze dias de idade, quando dispõem de pólen, água e mel, em condições ambientes favoráveis. E um alimento destinado às crias na fase da larva, durante os três primeiros dias. Após essa fase, apenas as futuras rainhas continuam recebendo geléia real, e a rica composição desta, faz com que as rainhas sejam morfológica e fisiologicamente diferenciadas, para cumprir a missão de perpetuação da espécie.

Vários são os relatos que constatam a eficácia da utilização da

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geléia real, principalmente como agente terapêutica Comejo et al. (1970), trabalhando com coelhos arterosclerosados experimentalmente, observaram marcada diminuição nos níveis de colesterol, lipideos totais e mortalidade nos animais que receberam geléia real em suas dietas. Em estudo anátomo-patológico, Carli et al. (1971) constataram uma proteçáo do fígado de infiltraçbes de gordura, em coelhos que receberam 15 mg de geléia real, por via intramuscular, alimentados com uma dieta hiperlipêmica.

Outros trabalhos' evidenciam a eficiência da geléia real sobre o desempenho produtivo dos animais. Salama, Mogawer e El-Tohamy (1977) administraram doses de 10, 20 e 40 mg de geléia real fresca ou comercial, a ratos pesando inicialmente de 35 a 409, durante quatro semanas. Os autores observaram maior aumento de peso e maturidade sexual antecipada nos animais que receberam geléia real e esses desempenhos estavam relacionados à dosagem administrada. No Japao, Csuka, Baungartner e Dubay (1978), trabalhando com codorniz recebendo 0.2 g de geléia real liofilizada, durante oito semanas, observaram resultados semelhantes quanto ao desempenho reprodutivo dos animais, porém não observaram diferenças estatísticas no peso corporal e peso dos ovos em relação aos animais controle. Respostas similares foram encontradas por Radu-Tudorache et a1.(1978) com relação ao desempenho produtivo, que observaram maiores ganhos de peso (11 a 13%) em bezerros que receberam 0,01 e 0,02 g de geleia real nos primeiros dias de vida. Os autores relatam que os bezerros em teste apresentaram maior resistência a infecções e menor taxa de mortalidade.

Em humanos, Takahashi, Matsuo e Ohkido (1983) relatqm o sucesso da utilização tópica da geléia real em dennatiies; em cbntrapartida, salientam o desenvolvimento de processos alérgicos apresentado por algumas pessoas.

No que diz respeito

a

produção de geléia real, poucos trabalhos têm sido efetivados no sentido de se estabelecer n o n a s práticas que venham aumentar sua produtividade. Lercker et al. (1982) encontraram diferenças quantitativas na composição química da geléia real, principalmente no conteúdo de Bcidos graxos livres, coletada nos meses de primavera e verão, de mesmos produtores, em cinco áreas do Norte da Itália. Resultados semelhantes foram observados por Thrasyvoulou (1982), com relação a presença de enzimas.

Trabalhando com duas colméias órfas, Comejo et al. (1970) obtiveram a cada três dias, em cinco coletas sucessivas, uma produçilo

Cad. bmaga Univ. Fed. Rural PE. Sér. Zoot., Recife. n. 2. p. M80,1994

geléia real, principalmente como agente terapêutico. Comejo et al. (1970), trabalhando com coelhos arterosclerosados experimentalmente, observaram marcada diminuição nos níveis de coiesterol, lipideos totais e mortalidade nos animais que receberam geléia real em suas dietas. Em estudo anátomo-patológico, Carii et al. (1971) constataram uma proteção do fígado de infiltrações de gordura, em coelhos que receberam 15 mg de geléia real, por via intramuscular, alimentados com uma dieta hiperlípêmica.

Outros trabalhos evidenciam a eficiência da geléia real sobre o desempenho produtivo dos animais. Salama, Mogawer e El-Tohamy (1977) administraram doses de 10, 20 e 40 mg de geléia real fresca ou comercial, a ratos pesando inicialmente de 35 a 40g, durante quatro semanas. Os autores observaram maior aumento de peso e maturidade sexual antecipada nos animais que receberam geléia real e esses desempenhos estavam relacionados à dosagem administrada. No Japão, Csuka, Baungartner e Dubay (1978), trabalhando com codomiz recebendo 0,2 g de geléia real liofilizada, durante oito semanas, observaram resultados semelhantes quanto ao desempenho reprodutivo dos animais, porém não observaram diferenças estatísticas no peso corporal e peso dos ovos em relação aos animais controle. Respostas similares foram encontradas por Radu-Tudorache et al.(1978) com relação ao desempenho produtivo, que observaram maiores ganhos de peso (11 a 13%) em bezerros que receberam 0,01 e 0,02 g de geléia real nos primeiros dias de vida. Os autores relatam que os bezerros em teste apresentaram maior resistência a infecções e menor taxa de mortalidade.

Em humanos, Takahashi, Matsuo e Ohkido (1983) relatam o sucesso da utilização tópica da geléia real em dermatites; em còntrapartida, salientam o desenvolvimento de processos alérgicos apresentado por algumas pessoas.

No que diz respeito à produção de geléia real, poucos trabalhos têm sido efetivados no sentido de se estabelecer normas práticas que venham aumentar sua produtividade. Lercker et al. (1982) encontraram diferenças quantitativas na composição química da geléia real, principalmente no conteúdo de ácidos graxos livres, coletada nos meses de primavera e verão, de mesmos produtores, em cinco áreas do Norte da Itá ia. Resultados semelhantes foram observados por Thrasyvoulou (1982), com relação a presença de enzimas.

Trabalhando com duas colméías órfãs, Comejo et al. (1970) obtiveram a cada três dias, em cinco coletas sucessivas, uma produção

(3)

média de 280 mg de geléia real por cúpula. Wiese (1980) cita que para produção comercial de geleia real, uma familia populosa de abelhas, orfanada, tem condições de fornecer até 40 realeiras enxertadas com geléia real a cada três dias. Também Jean-Prost (1985) relata que é possível obter-se uma produçiio de 200 a 250 mg de geléia real, coletando- se a cada três dias, durante três meses. Ainda esse mesmo autor comenta que na regi80 parisiense, as abelhas mestiças caucasianas e negras produzem o dobro de geléia real do que a raça local. Zhang (1981) recomenda que para maior produção de geléia real em Apis cerana deve- se utillizar larvas de 48 h de idade e coletar a geléia de 36 a 48 h após ter ocomdo a transferência da larva.

No Brasil, a produção de geleia real 6 uma prática quase que totalmente desconhecida e muito pouco se sabe sobre

essa

atividede apícola. Santos e Message (1980), trabalhando com abelhas africanizadas, obtiveram produções médias de geléia real, coletada três dias após transferência das larvas, que n8o diferiram estatisticamente entre colbnias recria (335,65 f 81,99) e mini-recrias (315,15 mg f 98.12). Os autores comentam que maiores produções de geléia real foram obtidas quando a alimentação artificial das abelhas foi melhorada.

Em vdrios países, a produção, comercialização e utilização de geléia real'já faz presente no dia a dia, como é o caso do JapBo, que em 1982 teve uma produção interna de 17,5 ton. e importou cerca de 122.5 ton., principalmente da China e Taiwan (Yoshida e Matsuka, 1983).

O presente experimento teve como objetivo avaliar o momento de maior produção de geléia real em abelhas Apis mellifera, após ter ocorrido a transferência da larva, e observar o desenvolvimento da larva nos vários momentos de coleta da geléia.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no apiário da Universidade Federal de Viçosa-MG, durante o mês de Junho de 1986.

De acordo com os dados meteorol6gicos observados durante o m&s de junho, no 5O Distrito de Meteorologia

-

Estação Climatológica Principal de Viçosa

-

houve uma similaridade climática entre os dias em que ocorreu

Cad. bmega Univ. Fed. Rural PE. Ser. Zoot., Recife, n. 2, p. 7380,1994

média de 280 mg de geléia real por cúpula. Wíese (1980) cita que para produção comercial de geléia real, uma família populosa de abelhas orfanada, tem condições de fornecer até 40 realeiras enxertadas com geléia real a cada tr4s dias. Também Jean-Prost (1985) relata que é possível obter-se uma produção de 200 a 250 mg de geléia real, coletando- se a cada três dias, durante três meses. Ainda esse mesmo autor comenta que na região parisiense, as abelhas mestiças caucasianas e negras produzem o dobro de geléia real do que a raça local. Zhang (1981) recomenda que para maior produção de geléia real em Apis cerana deve- se utillizar larvas de 48 h de idade e coletar a geléia de 36 a < I h após ter ocorrido a transferência da larva.

No Brasil, a produção de geléia real é uma prática quase que totalmente desconhecida e muito pouco se sabe sobre essa atividade apícola. Santos e Message (1980), trabalhando com abelhas afrícanizadas, obtiveram produções médias de geléia real, coletada três dias após transferência das larvas, que não diferiram estatisticamente entre colônias recria (335,65 ± 81,99) e mini-recrías (315,15 mg ± 98,12). Os autores comentam que maiores produções de geléia real foram obtidas quando a alimentação artificial das abelhas foi melhorada.

Em vários países, a produção, comercialização e utilização de geléia real já faz presente no dia a dia, como é o caso do Japão, que em 1982 teve uma produção interna de 17,5 ton. e importou cerca de 122,5 ton., principalmente da China e Taiwan (Yoshida e Matsuka, 1983).

O presente experimento teve como objetivo avaliar o momento de maior produção de geléia real em abelhas Apis mellífera, após ter ocorrido a transferência da larva, e observar o desenvolvimento da larva nos vários momentos de coleta da geléia.

MATERIAL E MÉTODOS Descrição dos dados

O experimento foi realizado no apiário da Universidade Federal de Víçosa-MG, durante o mês de Junho de 1986.

De acordo com os dados meteorológicos observados durante o mês de junho, no 5° Distrito de Meteorologia - Estação Climatológica Principal de Viçosa - houve uma similaridade climática entre os dias em que ocorreu

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o experimento (Temperatura média do ar

=

15,7@C; umidade relativa média do ar

=

81%; precipitação total

=

8,7 mm).

O ensaio foi conduzido em um enxame orfanado, com cerca de 25.000 abelhas africanizadas, alojado em uma colméia tipo Langstroth.

O delineamento experimental constou dos seguintes tratamentos: T I

-

Coleta de geléla real, 24 h após transferência da larva;

T2

-

Coleta de geléia real, 32 h após transferência da larva; T3

-

Coleta de geléia real, 48 h após transferência da larva; T4

-

Coleta de geleia real, 64 h após transferência da larva; T5

-

Coleta de geléia real, 72 h após transferhcia da larva; T6

-

Coleta de geléia real, 80 h após transferencia da larva.

As coletas ocorreram em horários alternados (09:OO e 17:OOh) e sempre que se fazia a coleta, nova transferencia de larvas era processada. Estabeleceu-se um número de 20 cúpulas, por transferhncia de larvas, distribuídas em um Único quadro, sendo oito alocadas em uma cepa e doze em outra. Houve diferentes taxas de aceitação das cúpulas reais.

As larvas utilizadas nas transferhncias tinham, em média, 36 h de idade.

Toda vez que se fazia a coleta de geléia real observava-se o comportamento do enxame para ver se nao havia nenhuma anormalidade. Por duas vezes, foi necessária a introdução de quadros com crias nascentes, a fim de se manter, aproximadamente, o mesmo numero de abelhas nutnzes e nivel de produção da colméia.

Durante toda a fase experimental o enxame recebeu alimentação artificial, atraves de um alimentador tipo Boardman,

B

base de uma mistura de açúcar e água, em partes aproximadamente iguais.

Pesagem da geleia real

Foi utilizada uma balança analitica marca METLER H80.

Logo após

A

retirada do quadro porta-cúpula, processava-se a coleta e pesagem da geléia real, de acordo com o seguinte procedimento:

a) pesagem da cúpula total (CT

=

cúpula real

+

geléia + larva); b) retirava-se a geléia e a Iawa e pesava-se apenas 'a cúpula (C);

Cad. ômega Univ. Fed. í$mal PE. Ser. Zoot., Recife, n. 2, p. 7380, 1994

o experimento (Temperatura média do ar = iS.yC; umidade relativa média do ar = 81%; precipitação total = 8,7 mm).

O ensaio foi conduzido em um enxame orfanado, com cerca de 25.000 abelhas afrícanizadas, alojado em uma colméia tipo Langstroth.

O delineamento experimental constou dos seguintes tratamentos: T1 - Coleta de geléia real, 24 h após transferência da larva;

T2 - Coleta de geléia real, 32 h após transferência da larva; T3 - Coleta de geléia real, 8 h após transferência da larva; T4 - Coleta de geléia real, 64 h após transferência da larva; T5 - Coleta de geléia real, 72 h após transferência da larva; T6 - Coleta de geléia real, 80 h após transferência da larva.

As coletas ocorreram em horários alternados (09:00 e 17:00h) e sempre que se fazia a coleta, nova transferência de larvas era processada.

Estabeleceu-se um número de 20 cúpulas, por transferência de larvas, distribuídas em um único quadro, sendo oito alocadas em uma cepa e doze em outra. Houve diferentes taxas de aceitação das cúpulas reais.

As larvas utilizadas nas transferências tinham, em média, 36 h de idade.

Toda vez que se fazia a coleta de geléia real observava-se o comportamento do enxame para ver se não havia nenhuma anormalidade. Por duas vezes, foi necessária a introdução de quadros com crias nascentes, a fim de se manter, aproximadamente, o mesmo número de abelhas nutrízes e nível de produção da colméia.

Durante toda a fase experimental o enxame recebeu alimentação artificial, através de um alimentador tipo Boardman, à base de uma mistura de açúcar e água, em partes aproximadamente iguais.

Pesagem da geléia real

Foi utilizada uma balança analítica marca METLER H80.

Logo após à retirada do quadro porta-cúpula, processava-se a coleta e pesagem da geléia real, de acordo com o seguinte procedimento:

a) pesagem da cúpula total (CT = cúpula real + geléia + larva); b) retirava-se a geléia e a larva e pesava-se apenas ã cúpula (C);

(5)

c) pesagem apenas da larva (L);

d) o peso da cúpula total menos os pesos da cúpulh e da larva obtinha-se a quantidade de geleia real produzida:

G R = C T - (C+ L)

Analise estatistica

Os dados foram analisados no Núcleo de Processamento de Dados da Universidade Federal de Viçosa, atraves de anhlise de vari0ncia. com desdobramento polinomial, de acordo com o seguinte modelo estatístico:

. .

yii

=

p

+

Ti + eij

em que:

Y

ii

=

variável dependente (produçi40 de geleia real e peso da larva);

p

=

efeito médio geral;

-

Ti

=

efeito de tratamento (momento de coleta da geleia real após transferdncia da larva);

eii

=

erro experimental.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A produção média ajustada de 72 amostras de geléia real foi 234,54 mg e erro-padao da media 5,Q.

O resumo da análise de variancia da produção de geleia real, de acordo

com

os tratamentos utilizados, encontra-se no Quadro 1.

No Quadro 2 encontram-se as médias estimadas da produção de geléia real, em mg, de acordo com momento da coleta, após a transferência da larva.

Na Figura 1 são apresentadas as curvas referentes

B

produção de geléia real e ao peso da larva, de acordo com as respectivas equações de regressa0 obtidas. Observa-se na Figura O1 que as maiores produções de geleia real ocorreram em tomo de 48 a 64h,

Cad. bmega Univ. Fed. Rural PE. Sér. Zoot., Recife, n. 2, p. XMO, 1994 c) pesagem apenas da lan/a (L);

d) o peso da cúpula total menos os pesos da cúpula e da larva obtinha-se a quantidade de geléia real produzida:

GR = CT - (C + L)

Análise estatística

Os dados foram analisados no Núcleo de Processamento de Dados da Universidade Federal de Viçosa, através de análise de variáncia, com desdobramento polinomial, de ^cordo com o seguinte modelo estatístico:

Y jj = + Tj + ey em que;

Yy = variável dependente (produção de geléia real e peso da larva); n = efeito médio geral;

T j = efeito de tratamento (momento de coleta da geléia real após transferência da larva);

e jj = erro experimental.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A produção média ajustada de 72 amostras de geléia real foi 234,54 mg e erro-padrão da média 5,9.

O resumo da análise de variáncia da produção de geléia real, de acordo com os tratamentos utilizados, encontra-se no Quadro 1.

No Quadro 2 encontram-se as médias estimadas da produção de geléia real, em mg, de acordo com momento da coleta, após a transferência da larva.

Na Figura 1 são apresentadas as curvas referentes à produção de geléia real e ao peso da larva, de acordo com as respectivas equações de regressão obtidas. Observa-se na Figura 01 que as maiores produções de geléia real ocorreram em tomo de 48 a C h,

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QUADRO 1

-

Resumo da análise de vafiância da produçáo de geiéia real. em mg.

F.V. G.L. Soma de Quadraâo Quadrado Médio

Tratamentos 5 0,789998 0,158000 '

Resíduo 66 0,149714 0,149714

QUADRO 2

-

Pmduçúes médias &hadas de gekh real, em mg, de acordo com o momento de

cokta.

- - -- - - - - - -- - - -- - - -- - - -

Trat. (h) No obs. Medirwewtknadrw E w m

24 9 74,81 15.88

com pico miximo em 57,09 h, após ter sido efetuada a transferência das larvas. Zhang (1981) observou maiores produções de geliéia real 35 a 48 h após a larva ter sido transferida, em Apis cerana. De modo geral, a coleta de geléia real, em Apis mellifera, tem ocomdo 72 h, ou tr&s dias, após

a

transferdncia da larva (Comejo, Bartolomé e Itzcovich, 1970; Wiese, 1980; Santos e Message, 4980 e Jean-Prost. 1985).

Cad. Omega Univ. Fed. Rural PE. SQ. Zoot., Recife, n. 2, p. 73-80, 1994 QUADRO 1 - Resumo da análise de variância oa produção c. gc im. real, em mg.

Soma de Quadrado Quadrado Médio

Tratamentos 5 0,789998 0,158000**

Linear 1 0,174452 0,174452**

Quadrático 1 0,533840 0,533840 **

Resíduo 66 0,149714 0,149714

(*•) P<0.01 CV = 20,3% R2 = 89,70%

QUADRO 2 - Produções médias estimadas de geléla real, em mg, de acordo com o momento de coleta.

T aí. (h) N*obs. Médias estimadas Erro-padrâo

24 9 74,81 15,88 32 7 159,90 18,00 48 16 292,67 11,90 64 19 378,57 10,90 t2 8 325,76 16,84 80 13 175,52 13,21 Geral 72 234,54 5,99

com pico máximo em 57,09 h, após ter sido efetuada a transferência das larvas. Zhang (1981) observou maiores produções de geléia real 35 a ,8 h após a larva ter sido transferida, em Apis cerana. De modo geral, a coleta de geléia real, em Apis mellifera, tem ocorrido 72 h, ou três dias, após a transferência da larva (Comejo, Bartolomé e Itzcovich, 1970; Wíese, 1980; Santos e Message, 1980 e Jean-Prost, 1985).

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Com relaçao ao peso da larva, observa-se na Figura 1 que, após ter ocorrido a transferência, a larva perdeu peso, como consequência, provavelmente, do "stress" ocasionado pelo manuseio da larva e, também, pela alteração na sua alimentação (água + geléia real). Aproximadamente, 30. h apbs a transferéncia, a larva começou a ganhar peso, em uma resposta quase linear, concorrendo efetivamente, na disponibilidade de geléia para coleta.

Com os resultados aqui obtidos, conclui-se que, em enxames órfãos, utilizando-se larvas de aproximadamente 36 h de idade, maiores produções de geléia real poderão ser obtidas em coletas de 48 a 64 h, após a transferência da larva.

São necessários novos estudos a fim de que

se

possa confirmar os resultados obtidos e, então, se elaborar práticas de manejo apicola que possam contribuir, efetivamente, com o bem-estar do homem e da abelha. ABSTRACT

The data were anaiysed frorn 72 samples of royal jelly cdlected during june of 1986. This work was carried out in a orphaned beehive with 25,000 african-type bees in the apiary at the U n h r e r s i Federal de V i , Minas Gerais. The average production per adjusted for cupule was 257,72 mg I

1 15.04. The experiment had six trewatments according to the time of c d l e c t i i (24, 32, 48, 64, 72, and 80 h afler larva1 remove). The analysis of variance showed signifdant diwence among treatments (P<0.01) and to polinomyal linear and quadratic breakdorm. The best production of royal jelly were obtained in 48 to 64 h period afler larva1 remove. The best production was 356,56 mg at 57 h. The linear and quadratic regression coeficient were: 0,0321 2730891 and

-

0.000281 3935, respectivelly.

Key words: Apis mcllifera bees, larva1 bees, royal jelly.

BIBLIOGRAFIA

1 CARLI, H. de; CORNEJO, L. G.; THEA, P. et al. Estudio anatomo patoiágico de Ia a c c h de Ia jalea real y Ia medula óssea horn6loga sobre Ia arterosclerosis, CiCncia e Akjas, v. 1, n. 1, p. 9-1 7, 1971 apud Apicuitural Abstracts, Cardiff, v. 26, n. 1, p. 43,1975.

2 CORNEJO, L. G.; BARTOLOME, R. ; ITZCOVICH, 8. Costo de producth de j a h real, em Argentina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE APICULTURA, i., 1970, Florianãpdis. Anais ... Florian6polis : 1970. p. 210-6.

Cad. ômega Univ. Fed. Rural PE. SBr. Zoot., Recife, n. 2, p:73-ü0, 1994

Com relação ao peso da larva, observa-se na Figura 1 que, apOs ter ocorrido a transferência, a larva perdeu peso, como conseqüência, provavelmente, do "stress" ocasionado pelo manuseio da larva e, também, pela alteração na sua alimentação (água + geléia real). Aproximadamente, 30. h após a transferência, a larva começou a ganhar peso, em uma resposta quase linear, concorrendo efetivamente, na disponibilidade de geléia para coleta.

CONCLUSÃO

Com os resultados aqui obtidos, conclui-se que, em enxames órfãos, utilizando-se larvas de aproximadamente 36 h de idade, maiores produções de geléia real poderão ser obtidas em coletas de 48 a 64 h, após a transferência da larva.

São necessários novos estudos a fim de que se possa confirmar os resultados obtidos e, então, se elaborar práticas de manejo apícola que possam contribuir, efetivamente, com o bem-estar do homem e da abelha. ABSTRACT

The data were analysed from 72 samples ot royal jelly collected duríng june trf 1986. This work was carried out ín a orphaned beehive with 25,000 arrican-type bees in the apiary at the Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais The average production per adjusted for cupule was 257,72 mg ± 115,04 The expenment had six trewatments according to lhe time of coHection (24, 32, 48, 64, 72, and 80 h afler larval remove). The analysis of variance showed sígnificatant difference among treatments (P<0101) and to polinomyal linear and quadratic breakdown. The best production of royal jelly were obtained in 48 to 64 h penod afler larval remove. The best production was 356,56 mg at 57 h. The linear and quadratic regression coeficient were: },03212730891 and - 0,0002813935, respectivelly.

Key words: Apis mellifera bees, larval bees, royat jelly BIBLIOGRAFIA

1 CARLI, H. de; CORNEJO, L. G., THEA, P. et al. Estúdio anátomo patológico de Ia accion de Ia jalea real y Ia medula óssea homóloga sobre Ia arterosclerosis, Ciência c Abejas, v. 1, n. 1, p. 9-17,1971 apud Apicuttural Abstracts, Cardiff, v. 26, n. 1, p. 43,1975.

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