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MÉTODO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE PLANEJAMENTO DE CURTO PRAZO: ESTUDO DE CASO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

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Academic year: 2021

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MÉTODO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE

PLANEJAMENTO DE CURTO PRAZO:

ESTUDO DE CASO NA CONSTRUÇÃO

CIVIL

ALMIR MARIANO DE SOUSA JUNIOR (UFERSA ) almir.mariano@ufersa.edu.br KARINE VANESCA DA CUNHA BEZERRA SILVA (UnP )

vanesca@unp.edu.br LIGIA LEITE PAIVA PAULA MARTINS (UnP )

ligialmartins@unp.edu.br Maria Rosangela de Oliveira (UnP )

mariarosangelaoliv@gmail.com ANTONIO CARLOS LEITE BARBOSA (UFERSA )

antonio.leite@ufersa.edu.br

Diante do contexto social e econômico contemporâneo, o planejamento e o controle da produção são processos fundamentais para que empresas consigam o êxito desejado. De tal modo, este trabalho tem como objetivo principal apresentar um método para a implementação do nível de planejamento de curto prazo para empresas de construção civil. Para tal, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de fundamental importância para dar embasamento teórico sobre o assunto aqui discutido. Posteriormente fez-se um estudo de caso de uma construtora de edifícios. A pesquisa é importante, pois, apresenta não só a teoria, mas um caso concreto de um método para implementar um planejamento a curto prazo na empresa para a qual foi desenvolvido o estudo. Por fim, o estudo de caso comprova que para reduzir a ocorrência de acontecimentos inesperados na obra é essencial a elaboração de um planejamento e controle adequados. Deste modo, garante-se um andamento continuo e satisfatório da obra.

Palavras-chaves: Planejamento, Controle, Produção, Construção Civil.

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2 1. Introdução

A indústria da construção civil vem passando por mudanças ao longo dos últimos anos. O aumento do nível de exigência dos consumidores, a reduzida disponibilidade de recursos financeiros, o aumento da competição empresarial, entre outros fatores, tem forçado a indústria da construção civil a buscar melhorias de seus sistemas gerenciais (COELHO 2003, apud ISATTO et al., 1999).

A atuação na área do planejamento e controle da produção é um fator preponderante para que seja alcançado êxito nos processos de produção e nos procedimentos administrativos e gerenciais. Muitas empresas têm consciência da importância do planejamento, mas poucas têm um sistema bem estruturado.

O ambiente da construção civil é incerto, logo os planos que apresentam um horizonte de longo prazo com alto nível de detalhamento, tendem a apresentar muitas falhas, o ideal seria que esse detalhamento fosse elaborado num momento mais próximo de sua execução.

O planejamento e controle possuem três tipos básicos o longo, o médio e o de curto prazo, esse último é semanal o que proporciona uma redução nas incertezas. Este trabalho relata a implementação do Planejamento de Curto Prazo, que é um planejamento semanal, em uma obra de construção civil a partir de um planejamento de longo prazo utilizado pela empresa pesquisada, objetivando um processo previsível visando à antecipação das ações futuras. A falta de planejamento pode se tornar um problema significativo no andamento da obra, impedindo que a mesma se desenvolva e que possa gerar resultados. Assim, o Planejamento e Controle da Produção (PCP) tornam-se essencial ao empreendimento para garantir o desenvolvimento contínuo da obra. O PCP é uma ferramenta que visa determinar antecipadamente quais os objetivos relacionados a produção serem atingidos e o que deve ser feito para atingi-los de maneira eficaz, cumprir os prazos pré-estabelecidos, medir o desempenho e compará-lo com o planejado, possibilitando a identificação dos erros ou desvios e corrigi-los.

A necessidade de um planejamento e controle adequado na construção civil dá-se devido à diversidade dos trabalhos realizados nas obras. Com a aplicação do sistema de planejamento possibilita-se a melhoria da utilização dos recursos, a eficiência e os resultados.

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3 Objetivando apresentar um método para a implementação do nível de planejamento de curto prazo para empresas de construção civil; Expor o sistema atual de planejamento e controle da produção da empresa estudo de caso; Apresentar um método que facilitem a implementação do planejamento de curto prazo em empresas de construção e Fazer uma analise dos resultados obtidos, expondo as dificuldades encontradas pela empresa para implantação do modelo.

2. O planejamento e controle da produção na construção civil

O planejamento de obra na construção civil faz-se necessário para minimizar a ocorrência de acontecimentos inesperados e auxiliar nas tomadas de decisões favoráveis a fim de aumentar as possibilidades de alcançar as metas inicialmente estabelecidas, executando-as com qualidade dentro do orçamento e do prazo contratual. Tem como principal objetivo conhecer a demanda por meio de previsões, definir o que, quanto e quando produzir, envolvendo uma série de decisões baseadas em previsões. (FERNANDES; GODINHO FILHO, 2010).

É importante mencionar que o planejamento pode ser definido como o processo de tomada de decisão realizado para antecipar uma desejada ação futura, utilizando meios eficazes para concretizá-la (LAUFER & TUCKER,1987 aput BERNARDES; REICHMANN; FOTMOSO, 1999). Em uma determinada circunstância para resolver uma situação-problema a equipe de gerenciamento da obra se deparam com a necessidade de tomadas de decisões que possui a missão de escolher o caminho mais adequado para dar continuidade à execução da obra. Segundo Laufer & Tucker (1987) aput (BERNARDES; REICHMANN; FOTMOSO, 1999, p. 2), o processo de planejamento da construção civil envolve cinco fases (figura 1):

Figura 01 – As cinco fases do ciclo de planejamento

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4 Na primeira fase, são tomadas decisões relativas ao horizonte e nível de detalhes do planejamento, frequência de replanejamento e grau de controle a ser efetuado.

Na segunda fase, ocorre à coleta das informações necessárias para se realizar o planejamento. Os documentos necessários para a obtenção de informações incluem, geralmente, contratos, plantas, especificações técnicas, condições do canteiro e ambientais, dentre outras.

As decisões são tomadas na terceira fase (preparação dos planos). Essas são baseadas na avaliação das informações coletadas na fase anterior. Geralmente, são utilizadas técnicas de planejamento e programação de recursos, como diagrama de Gantt, técnicas de rede, dentre outras.

A preparação dos planos é seguida pela quarta fase: a difusão da informação. Essa deve ser transmitida de acordo com as necessidades de seus usuários e o responsável pelo planejamento na empresa deve discernir quem deve recebê-las e qual seu formato necessário. Já na quinta fase, avaliação do processo de planejamento é para tornar possível tal avaliação, é necessária a utilização de indicadores de desempenho, não só da produção propriamente dita, mas também do próprio processo de planejamento.

Um problema sério é que a elaboração do planejamento é muitas vezes encarada como uma missão enfadonha que o setor técnico da empresa precisa cumprir. O produto final serve apenas para “fazer figura” ante o cliente. São planilhas, gráficos e cronogramas que prescindem de análise apurada e muitas vezes nem são aprovados por quem vai fazer a obra, ou sequer submetidos ao crivo da equipe de produção. Planejamento serve para ajudar, não para representar um ônus. (MATTOS, 2010, p. 23).

O planejamento serve de apoio à coordenação de todas as atividades executadas no decorrer da obra na construção civil. Para que a obra seja concluída com grande facilidade, deve-se existir um bom planejamento e controle, pois essa ferramenta é uma peça fundamental na Construção civil. Cada tipo de planejamento varia no propósito de acordo com, período de tempo e nível de detalhamento.

De acordo com TUBINO (2009) pode-se dividir o horizonte de planejamento de um sistema produtivo em três níveis: o longo, o médio e o curto prazo. Onde esses prazos estão relacionados às atividades estratégicas, táticas e operacionais das empresas.

Para o sucesso de um planejamento é indispensável à interligação dos diferentes níveis de planejamento; Oliveira (2008), define de forma resumida a relação dos tipos de planejamento

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5 aos níveis de decisão numa pirâmide organizacional, conforme mostrado na figura 01. O planejamento estratégico relaciona-se com o objetivo de longo prazo e com estratégias e ações para alcançá-los que afetam a empresa como um todo, enquanto o planejamento tático relaciona-se a objetivos de mais curto prazo e com estratégias e ações, geralmente afetam somente parte da empresa.

Figura 01 – Níveis de decisão e tipos de planejamento

Fonte: OLIVEIRA, 2008.

2.1 Planejamento à longo prazo

Esse nível de planejamento é de responsabilidade da alta gerência, e é também chamado de planejamento estratégico, ele se refere à determinação dos objetivos estratégico do empreendimento a partir do perfil do cliente. Nesse momento são definidos, entre outros, tempo para execução da obra, o tipo de empreendimento e sua viabilidade baseado em um estudo de mercado.

Segundo Formoso (2001) o planejamento de longo prazo tem como principal produto o plano mestre, nesse nível são definidos os ritmos das principais etapas da obra conjugado ao orçamento, definindo o fluxo de despesas que deve ser compatível com o estudo de viabilidade do empreendimento. Esse plano deve ser atualizado periodicamente em virtude de mudanças que surgirão no decorrer da obra.

Para desenvolver um planejamento de longo prazo de acordo com Bernardes (2001, p. 145), as atividades envolvidas estão representadas abaixo:

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6 Figura 02: Planejamento de Longo Prazo

Fonte: BERNARDES, 2001.

2.2 Planejamento à médio prazo

O planejamento de médio prazo, ou tático é desenvolvido pelos níveis organizacionais intermediários, possui objetivos predominantemente táticos, e obedecem as estratégias traçadas pelo planejamento de longo prazo. De acordo com Formoso (2001) esse nível tende a ser móvel, sendo por isso, denominado de planejamento olhado para frente ( look ahead

planning).

Segundo Oliveira (2008, p.19) “o planejamento tático é a metodologia administrativa que tem por finalidade otimizar determinada área de resultado e não da empresa como todo”. Ele enfatiza as atividades de várias divisões da organização, e é definido por um período de um ano. Nesse sentido Chiavenato, 2010, cita que o planejamento tático é utilizado para delinear o que as várias partes da empresa deve fazer para que ela obtenha sucesso no decorrer do período de seu exercício.

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7 Figura 03: Planejamento de Médio Prazo

Fonte: BERNARDES, 2001.

2.2 Planejamento à curto prazo

Esse nível está relacionado com a tomada de decisão à curto prazo e possui objetivos operacionais, tem como objetivo principal orientar a execução da obra e detalhar as atividades que serão realizadas junto com os responsáveis pelas equipes, normalmente é realizado em ciclos semanais. Em obras muito rápidas, e nas que existem um grau de incerteza muito alto, esse ciclo pode ser diário (FORMOSO 2001).

O planejamento de curto prazo é normalmente elaborado por níveis organizacionais inferiores, nessa situação têm-se os planos de ação ou planos operacionais, que focam as atividades do dia-a-dia da empresa, no planejamento operacional deve conter recursos previstos para seu desenvolvimento, procedimentos básicos a serem adotados, resultados esperados, prazos estabelecidos e responsáveis por sua implantação e execução (OLIVEIRA 2008).

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8

Fonte: BERNARDES, 2001

No planejamento de curto prazo pode-se realizar uma importante avaliação. De acordo com FORMOSO (2001) essa avaliação se refere ao cálculo do indicador PPC (Percentual Planejado Concluído), que é a relação entre o número total de tarefas concluídas na semana, em relação ao número total de tarefas programadas.

3. Percentual Planejado Concluído - PPC

O indicador Percentual Planejado Concluído – PPC, tem o objetivo de calcular o avanço da obra avaliando o comprometimento das equipes na execução da mesma. Consiste na relação das tarefas efetivamente realizadas em relação às tarefas programadas. (FORMOSO et al. 2001).

PPC = Quantidade de pacotes de trabalho executado Quantidade de pacotes de trabalho planejado

Para garantir a continuidade das tarefas deve-se ter o controle maior da mão de obra destinada diariamente aos serviços e registrar as causas pelas quais as tarefas executadas não seguiram o plano determinado.

4. A utilização do controle na construção Civil

O controle da obra é imprescindível quanto ao planejamento para que a qualquer momento possa fazer o comparativo do previsto com o realizado e corrigir a direção das atividades já determinadas se for necessário. O mesmo tem a função administrativa que trata de medir e corrigir o desempenho das atividades executadas para atingir os objetivos da empresa

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9 conforme planos delineados e desempenha um papel extremamente importante na identificação da necessidade de mudar o escopo do projeto. O planejamento e controle afetam absolutamente do início ao fim na execução da obra. (BERNARDES, 2001).

Realizar o controle contínuo das atividades executadas é assegurar que os resultados previstos estão sendo alcançados, ou seja, comparam o realizado pela produção com o previsto no planejamento, que nada mais é a 3º etapa do ciclo do PDCA (Planejar / Desempenhar / Checar / Agir). De acordo com Aldo Mattos (2010) o PDCA é o conjunto de ações ordenadas e interligadas entre si, dispostas graficamente em um círculo em que cada quadrante corresponde a uma fase do processo.

Figura 05: Planejamento e controle de obras.

Fonte: MATTOS, A. D., 2010.

O acompanhamento da obra é fundamental para detectar desvios ocorridos e estabelecer condições para sua correção já que o planejamento é um sistema imprevisível. De acordo com TUBINO (2009, p. 4) “quanto mais rapidamente os problemas forem identificados, mais efetivas serão as medidas corretivas visando ao cumprimento do programa de produção”. O Controle pode ser visto como um processo de monitoramento contínuo, envolvendo a análise das causas, seus efeitos sobre durações do projeto e se esses desvios estão dentro das margens estabelecidas” (BARCAUI et al. 2006, p. 104). Porem, segundo esse autor, um dos problemas mais comuns em todos os projetos é, justamente, a fase de controle, ou a ausência do mesmo.

Segundo Fernandes e Godinho Filho (2010), o Controle da Produção pode ser definido como a atividade gerencial responsável por regular (planejar, coordenar, dirigir e controlar) no curto prazo, o fluxo de materiais em um sistema de produção por meio de informações e decisões

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10 para execução. No controle podemos identificar problemas, erros e imperfeições que se converte em desvios do planejamento, com o destino de corrigi-los e de evitar retrabalhos nas obras.

Chiavenato (2010, p. 513) diz que o controle é a função administrativa que monitora e avalia as atividades e resultados alcançados para assegurar que o planejamento, organização e direção sejam bem-sucedidos. O controle, em geral, serve para fazer algo acontecer de maneira como foi planejado. Nesse sentido, ele consiste basicamente de um processo que guia a atividade exercida para fim previamente determinado. Sendo necessário que a equipe esteja comprometida com a importância do acompanhamento e controle das atividades em andamento.

De acordo com Oliveira (2008) os tipos de controle são consequência dos tipos de planejamento de uma empresa, onde subdivide o controle em três tipos: estratégico, tático e operacional.

Segundo Oliveira (2008), esse tipo de controle decorre do processo de planejamento estratégico e envolvem, primordialmente, as relações da empresa com o ambiente, ele controla o desempenho empresarial como um todo.

Chiavenato (2010) caracteriza o nível estratégico como o nível sendo direcionado ao longo prazo na preocupação com o futuro, focalizando o ambiente externo a fim de alcançar os resultados planejados.

De acordo com Oliveira (2008), no tipo tático os padrões de controle e avaliação são estabelecidos a partir de objetivos setoriais departamentais para avaliar os resultados de cada área e dos sistemas administrativos.

Segundo Chiavenato (2010) o controle tático está direcionado ao médio prazo abordando cada departamento ou unidade organizacional focalizando a articulação interna.

Oliveira (2008), ressalta que o controle é realizado pela execução das operações, ou seja, sobre a própria execução das tarefas do dia-a-dia da empresa.

Segundo Oliveira (2008), o controle operacional toma algumas decisões, tais como, revisão do quadro de pessoal, determinação do processo de controle de qualidade de produção. De acordo com Chiavenato (2010), este tipo de controle está direcionado ao curto prazo e aborda cada tarefa ou operação focalizando em cada processo.

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11 5. Estudo de Caso

A empresa objeto de estudo é uma construtora que atua no mercado há 24 anos, surgiu inicialmente em estrutura familiar e iniciou suas atividades com destaque para a realização de obras públicas e na década de 90 passou a realizar também incorporações. A construtora possui certificação nível A do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) e ISO 9001. Os certificados são válidos por um ano e a empresa possui o nível máximo de qualidade desde 2010. A obra em estudo é composta por duas torres com 18 pavimentos cada, com dois tipos de apartamento, constituído de 2 quartos com 61,31m² e outro de 3 quartos com 74, 60m², localizada no município de Mossoró-RN. A empresa conta com os planejamentos a longo e médio prazo, sendo o primeiro elaborado pela gerência e diretoria da empresa, e o segundo pelo engenheiro responsável pela obra.

No planejamento de longo prazo a empresa define os objetivos do empreendimento baseado em pesquisas elaborada pela mesma na cidade, a partir dessas pesquisas são definidos o tipo de empreendimento e o valor aproximado, além dos prazos da obra. Nesse nível é também elaborado o orçamento da obra e a seleção e aquisição dos recursos necessários para a construção da obra. A empresa estudada não utiliza nenhum pacote computacional para elaboração desse planejamento.

No planejamento de médio prazo utilizado pela empresa os serviços são detalhados e divididos em pacotes com previsões para inicio e termino baseado no que foi estabelecido no plano anterior, nesse nível a empresa não faz um planejamento muito detalhado, a programação das atividades é feita num momento mais próximo da execução e não é documentada.

O engenheiro responsável pela obra usa esse planejamento, e a experiência nos prazos estabelecidos pelos fornecedores, para programar a aquisição de material e monitorar a obra.

6. Modelo de Planejamento de Curto Prazo

Baseado em BERNARDES (2001), o modelo de planejamento implementado na obra em estudo é básico com poucas etapas como forma de evitar o desinteresse por parte dos funcionários envolvidos no processo e ao mesmo tempo possibilitar o entendimento do processo de planejamento de curto prazo.

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12 O engenheiro da obra deve se encarregar de preparar o plano de curto prazo. Contudo, para a identificação dos pacotes de trabalho que podem ser executados e incluídos neste plano, deve-se buscar o auxílio do mestre de obras. Nesdeve-se deve-sentido, o mestre pode verificar e registrar no plano o momento segundo o qual os pacotes estão sendo desenvolvido, bem como os problemas que estão impedindo a equipe de alcançar a meta fixada. (BENARDES, 2001, p. 136).

O quadro abaixo é a planilha implementada na obra no planejamento de curto prazo. Na primeira coluna tem-se a sequencia dos pacotes de trabalhos, na segunda é o nome do responsável pela equipe de trabalho para a execução de cada pacote, na terceira coluna é o tipo de serviço, e à descrição das atividades do pacote que serão executados é na quarta coluna. Nas demais temos as semanas onde serão marcados os dias de execução do determinado pacote de trabalho, em seguida a porcentagem de realização com o espaço na coluna vizinha para observar os motivos do não cumprimento das metas.

Quadro 01: Planilha de planejamento de curto prazo

Fonte: Planilha de planejamento de curto prazo, 2013

No fim do ciclo de curto prazo (semanal), de acordo com BERNARDES (2001) procede-se o acompanhamento do escopo realizado e registrando as circunstancias dos que não cumpriram o planejamento. Com a ajuda do indicado PPC calcula-se a razão dos pacotes de trabalhos completados pelos totais planejados.

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13 7. Método e Implantação do Modelo

O método desenvolvido para a implementação do modelo de Planejamento de Curto prazo foi aplicado em uma obra em andamento de uma construtora de médio porte localizada em Mossoró-RN. Sendo divido em 3 etapas, a intervenção na obra teve a duração de 4 semanas objetivando a implementação do planejamento de curto prazo, entre os dias 28 de Outubro e 22 de Novembro de 2013.

A primeira etapa do método desenvolvido iniciou por uma reunião previamente realizada com o engenheiro responsável geral da obra expondo os objetivos da inclusão do planejamento de curto prazo, posteriormente foi praticado um treinamento com toda equipe de gerenciamento da obra composta por um engenheiro, um mestre de obra encarregado pela alocação de pessoal aos serviços programados e pelo controle de qualidade e um técnico em edificações responsável pela aquisição dos materiais para o abastecimento da obra, visando capacitar os envolvidos para o desenvolvimento do projeto.

A terceira e ultima etapa envolve os estudos realizados na obra, as reuniões semanais para preenchimento e acompanhamento da planilha, e a coleta de dados. Foi desenvolvida uma planilha de fácil preenchimento para que não impactasse na rotina de trabalho da equipe do desenvolvimento do projeto.

O técnico de edificações juntamente com o mestre de obras ficou responsável pelo preenchimento da mesma e pelo acompanhamento das tarefas previamente planejadas. Na empresa tem instaurado o procedimento de fotografar todos os apartamentos de todos os andares dos prédios com a finalidade de acompanhar a evolução da obra, com essa prática ajudou a determinar todos os serviços necessários para se executar na obra nos próximos dias, até a conclusão do estudo.

8. Análise e resultados

Na primeira semana 12 pacotes de trabalhos planejados distribuídos para as equipes, tais como assentamento de revestimento cerâmico em diversos apartamentos do bloco A e bloco B, execução de mestras e regularização de piso de escadas, execução de acabamento em gesso nas escadas e hall. Conforme Tabela 01 – PPC primeira semana houveram 8 atividades

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14 concluídas 100% no prazo previsto, 1 atividade concluída 100% fora do prazo planejado e 3 atividades não concluídas em virtude de alguns problemas.

Tabela 01 – PPC primeira semana

PACOTE DE TRABALHO SITUAÇÃO (%) PROBLEMAS 1 40% Mudança de prioridade

2 80% Retrabalho na obra, devido a identificação de vazamento

3 100%

4 100%

5 100%

6 90% Retrabalho na obra, devido a identificação de piso fofo. 7 100% Não concluído no prazo previsto. Atraso de material pelo

fornecedor. 8 100% 9 100% 10 100% 11 100% 12 100% PPC sem (%) 75,00%

Fonte: Autoria Própria, 2013

Já na segunda semana foram planejadas 9 pacotes de trabalhos distribuídos entre as equipes. Houve atividades de assentamento de revestimento cerâmico, assentamento de piso tipo porcelanato, instalação de forro em gesso liso, execução de acabamento em gesso nas escadas, regularização de piso em patamar e escadas. Conforme Tabela 02 – PPC segunda semana houve 4 atividades concluídas 100% no prazo previsto, 2 atividades concluídas 100% fora do prazo planejado, 1 atividade não executada e 2 atividades não concluídas em virtude de alguns problemas.

Tabela 02 – PPC segunda semana

PACOTE DE TRABALHO

SITUAÇÃO (%)

PROBLEMAS

1 80% Atraso da tarefa antecedente

2 100%

3 0% Mão de obra doente

4 100%

5 80% Interferência do cliente (faltou material)

6 100% Não concluído no prazo previsto. Retrabalho na obra, devido a identificação de piso fofo.

7 100% Não concluído no prazo previsto. Atraso de material pelo fornecedor. 8 100% Não concluído no prazo previsto. Retrabalho na obra, devido a

identificação de piso fofo.

9 100%

PPC sem (%) 66,67%

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15 Na terceira semana foram programados 10 pacotes de trabalhos e distribuídas para as equipes. Ocorreram atividades de assentamento de revestimento cerâmico, instalação de forro em gesso liso, acabamento em gesso nas paredes no hall, execução de rejunte em revestimento cerâmico de fachada. De acordo com a Tabela 03 – PPC terceira semana houve 8 atividades concluídas 100% no prazo previsto, 1 atividade concluída 100% fora do prazo planejado, 1 atividade não executada e 1 atividade não concluída em virtude de alguns problemas.

Tabela 03 – PPC terceira semana

PACOTE DE TRABALHO SITUAÇÃO (%) PROBLEMAS 1 100%

2 80% Falta de material devido ao atraso do fornecedor 3 100% Não concluído no prazo previsto, devido à mão de obra lenta

4 100% 5 100% 6 100% 7 100% 8 100% 9 0% Mudança de prioridade 10 100% PPC sem (%) 80%

Fonte: Autoria Própria, 2013

9. Considerações finais

O gráfico 01 mostra os principais problemas encontrados na obra pelas quais não se cumpriam as metas pré-estabelecidas, resultado obtido no estudo de caso:

Gráfico 01 – Principais problemas para o não cumprimento das metas

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16 Entre as semanas apresentou uma variação dos índices de PPC coletados em estudo. A variação é devido ao efeito aprendizagem da equipe envolvida na elaboração do planejamento na tentativa de ajustar os pacotes de trabalhos com a capacidade das equipes de execução.

Gráfico 02 – PPC das semanas em estudo

Fonte: Autoria Própria, 2013

Dessa forma o planejamento implementado nos comprova um ambiente incerto na construção civil e que para reduzir a ocorrência dos acontecimentos inesperados na obra é fundamental a elaboração de um planejamento adequado, afim, de garantir o andamento contínuo da obra. REFERÊNCIAS

BARCAUI, A. B. et al. Gerenciamento do tempo em projetos. Rio de Janeiro, FGV, 2006.

BERNARDES, M. M. S. Desenvolvimento de um Modelo de Planejamento e Controle da Produção para

Empresas de Construção. Porto Alegre, PPGEC/UFRGS, 2001. Tese de doutorado.

CHIAVENATO, I. Administração nos novos tempos. 2 ed. Rio de Janeiro. Elsevier, 2010.

FERNANDES, F. C. F.; GODINHO FILHO, M. Planejamento e Controle da Produção. São Paulo. Atlas, 2010.

FORMOSO, C. T.; BERNARDES, M. M. S.; ALVES, T. C. L., OLIVEIRA, K. A. Planejamento e Controle

da Produção em Empresas de Construção. Porto Alegre. UFRGS, 2001.

FORMOSO, Carlos Torres et al. Modelos de Planejamento de Curto Prazo para Construção Civil. NORIE – Núcleo Orientado para a Inovação da Construção –Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1999.

OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 25 ed. São Paulo. Atlas, 2008.

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