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A cadeira de balanço Cunhã: projeto de cadeira de balanço. The rocking chair Cunhã : project of a rocking chair. 1 Introdução

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Academic year: 2021

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Resumo

O presente estudo apresenta o projeto da cadeira de balanço CUNHÃ, projeto de mobiliário desenvolvido durante o curso de PÓS – GRADUAÇÃO em DESIGN DE MÓVEIS na Universidade Norte do Paraná – UNOPAR – 1998. O conhecimento técnico de sua estrutura e funcionamento, a análise deste móvel como um signo e leituras sobre as interfaces criadas pela existência de uma cadeira de balanço na mobília residencial, formam o tripé por onde se ergue a proposta do projeto desta cadeira de balanço.

Palavras-chave: Cadeira de balanço. Movimento. Embalo. Signo. Mobiliário. Maria Tereza Carvalho Devides*

Ivens de Jesus Fontoura**

* Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). ** Universidade Tuiuti do Paraná (UTP).

Abstract

This study presents the rocking chair project “CUNHÔ, a furnishing project developed during the post graduation course in FURNITURE DESIGN, at Universidade Norte do Paraná – UNOPAR – in 1998. The technical knowledge about its structure and functioning, the analysis of this piece of furniture as a symbol, and readings about the interfaces created by the existence of a rocking chair in the residence furniture, constitute the tripartite background on which the proposal of this rocking chair project is based.

Key words: Rocking chair. Movement. Rocking. Sign. Furnishings.

A cadeira de balanço Cunhã: projeto de cadeira de balanço

The rocking chair “Cunhã”: project of a rocking chair

1 Introdução

O projeto da cadeira de balanço CUNHÃ tem como ponto de partida estudos apresentados pelo professor e designer Michel Arnoult, durante aulas ministradas no curso de Pós-Graduação em Design de Móveis na Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) – 1998.

Michel Arnoult desenvolveu, empiricamente, um esquema de estrutura e funcionamento para cadeira de balanço, utilizado em seus próprios projetos. Este esquema apresenta dimensões básicas para que a cadeira de balanço tenha um bom funcionamento. São dimensões básicas para o raio do arco de balanço, comprimento deste arco, alturas e inclinações do assento. Todo o projeto aqui desenvolvido tem como base essas dimensões.

Pelo fato de a cadeira de balanço ser um móvel no qual as características conceituais estão fortemente impressas na sua forma, a fase de pesquisa para o desenvolvimento que antecedeu o projeto tomou dois caminhos. O primeiro procurou aprofundar-se no que de mais significativo poderia haver na ação balançar. A cadeira de balanço foi analisada como um signo, que representa uma ação, a ação balançar, pois tudo que há no mundo é feito através de representações, de interpretações – interpretamos aquilo que observamos (TURIM, 1998). O segundo analisa a cadeira de balanço e suas relações com o usuário e também como parte

A casa, com sua alma perceptível, ainda que pareça autônoma e individual, é na realidade o resultado de uma sutil apropriação do espaço por seus ocupantes, que as impregnam com seu ser, com sua concepção de vida com seu modo de habitar. (SCHIMIDT, 1996).

2 Materiais e Métodos

Balançar é por definição um movimento oscilatório. É assunto integrante de quase todos os livros de psicologia que tratam do desenvolvimento da criança no seu primeiro ano de vida. Balançar é voltar ao movimento natural do corpo. O balanço está ligado à oscilação e ao deslocamento natural do corpo sobre seu eixo de gravidade. Balançar faz parte do biológico. Balança-se ou oscila-se, desde embriões no útero da mãe.

Quando se está sentado em uma cadeira balançando, reproduz-se a sensação de quando se está andando ou em movimento. Balançar remete à sensação de prazer constante que há em dominar o equilíbrio corporal e psíquico.

Nos livros de psicologia, embalar é um assunto abordado sob o ponto de vista das relações entre mãe e filho. O movimento de balanço é enfocado como fator importante para o desenvolvimento psicológico e para a construção das relações afetivas que a criança vai desenvolver com o mundo. São as relações de a-feto, relações após não sermos mais fetos.

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na velhice, quando se está retornando ao início e dispõe-se de mais tempo.

A cadeira de balanço é um símbolo, um signo que está encarregado de representar uma situação, sem sê-la (TURIM,1992), ou seja, está encarregada de reproduzir o deslocamento e a oscilação natural do corpo.

Por meio dela e do envolvimento cognitivo a que ela remete, tem-se a possibilidade de repensar as relações afetivas, os espaços físicos e o tempo dedicados à afetividade no mundo de hoje.

“A alternativa de ter ou não um determinado tipo de móvel vai da escolha que o usuário faz para sua vida íntima” (BONSIEPE, 1978). Um indivíduo leva durante a trajetória da vida, um equipamento básico, um “kit-vida”, composto por uma família e um mobiliário. Com este equipamento básico, ele se estrutura, se articula e interage com o mundo, durante toda a vida.

Balançar é sempre uma ação solitária, íntima e contemplativa. Outra identificação importante diz respeito aos espaços construídos. Os ambientes estão sendo minimizados e alguns espaços até extintos. Os projetos arquitetônicos, em função da minimização dos custos, têm eliminado justamente os espaços para contemplação e lazer, aglutinando várias atividades em poucos ambientes.

É praticamente inexistente material didático específico que aborde o tema cadeira de balanço. Em contrapartida, livros e revistas de arquitetura e design apresentam muitos ambientes nos quais ela faz parte da mobília residencial.

A grande maioria das cadeiras encontradas nas revistas especializadas tem um desenho tradicional, que remete ao passado. Isso se dá também porque sua utilização,como parte da mobília residencial, antigamente era muito mais freqüente. Observe-se que muitas vinham com os imigrantes europeus.

Mesmo encontrando um grande número de cadeiras antigas, é relevante também observar que designers e arquitetos de todas as épocas, muitos modernos inclusive, desenvolveram suas versões para um móvel de embalar.

Figura 1. Michel Arnoult – poltrona de balanço,

assento e encosto em madeira curvada, revestida de mogno, estrutura maciça, 1990.

Figura 2. Joaquim Tenreiro – Cadeira de balanço

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Figura 4. Oscar e Anna Maria Niemeyer –

espreguiçadeira de balanço, em madeira Palhinha com almofada em rolo revestida em couro – 1977.

Figura 5. Esquema de funcionamento de cadeira

de balanço, desenvolvido por Michel Arnoult. 4 Resultados

A análise de inúmeras cadeiras de balanço trouxe a constatação de que todas se desenvolvem por meio do seguinte modelo: um assento sobre dois arcos com curvaturas, que podem variar quanto ao tamanho, assim como no tipo de revestimento usado na confecção do assento, que pode ser de fibras naturais, couro, madeira, assentos estofados ou não.

Apesar de ser um modelo que funciona, a literatura e os questionamentos levantados durante o trabalho remeteram a outras formulações sobre este mobiliário, que devem ser traduzidos em sua solução formal.

A

B

A

B

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Figura 6. Geração de alternativas.

Figura 7. Geração de alternativas.

Figura 8. Geração de alternativas.

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Figura 10. Anteprojeto – vista superior.

Figura 11. Anteprojeto vista frontal – assento

estofado, apoiado sobre arco metálico. Este arco está fixado na ‘calota’ de madeira que faz o balanço.

Figura 12. Anteprojeto – vista lateral. Referências

BARDI, P.M. Mobiliário Brasileiro: premissas e realidade. São Paulo: Museu de Arte de São Paulo, 1971. BONSIEPE, Gui. Teoria e practica del diseño industrial: elementos para uma manualistica crítica. Barcelona: Gustavo Gili, 1978.

HATGE, Gerd. Muebles Modernos . Barcelona: Gustavo Gili, 1970.

KETTIGER, Ernest; VETTER, Franz. Muebles e

Interiores. Barcelona: Gustavo Gili, 1970.

SANTOS, Maria Cecília L. O Movél Moderno no Brasil. São Paulo: EDUSP, 1995.

EKAMBI-SCHMIDT, Jèzabelle. La Percepcion del

Habitat. 2.ed. Barcelona: Gustavo Gili, 1974.

SPITZ, René Arpad. O Primeiro Ano de Vida. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

TURIM, Roti Nielba. Elementos da Linguagem. Aulas Caderno RL2. Universidade de São Paulo. Escola de Engenharia de São Carlos. Departamento de Arquitetura e Planejamento. São Carlos/SP. Serviço Gráfico-EESC-USP – nº 2. Junho, 1992.

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Maria Tereza Carvalho Devides*

Arquiteta formada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Especialista em Design de Móveis (UNOPAR). Docente do curso de Desenho Industrial da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). e-mail: <maria.devides@unopar.br>

Ivens de Jesus Fontoura

Mestre em Design Industrial, pela UNAM-México. Mestre em Educação pela UFPR. Doutorando em Ciências da Educação pela Universidade de Santiago de Compostela, Espanha, Professor do Curso de Design Industrial da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). e-mail: <ivens.fontoura@utp.br>

* Endereço para correspondência:

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