• Nenhum resultado encontrado

1 INTRODUÇÃO. Malheiros, LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 16. Ed. Rev. Atual. Ampli. São Paulo: Saraiva

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "1 INTRODUÇÃO. Malheiros, LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 16. Ed. Rev. Atual. Ampli. São Paulo: Saraiva"

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

1 INTRODUÇÃO

Será feita, neste trabalho, uma revisão histórica da evolução constitucional do Estado brasileiro. Não temos como objetivo exaurir tal assunto, haja vista a grande massa de obras publicadas, em se tratando do assunto já citado. Este trabalho tem como principal objetivo a obtenção de nota parcial na segunda avaliação, da disciplina Direito Constitucional I, ministrada pela Profª Drª. Eva Franco. Os autores e suas respectivas obras consultadas são: José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional Positivo1; e Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado2. Outras consultas também foram feitas em alguns sítios da web, os quais serão referenciados no pós-textual. Será feita uma abordagem do contexto histórico de cada momento vivido pelos Poderes Constituintes, começando pelo Poder Constituinte do ano de 1824 e terminando, logicamente, com o Poder Constituinte do ano de 1988; será abordado também as principais mudanças jurídicas e políticas das Constituições brasileiras e uma “tentativa” de relacionar-se a Carta com o momento atual. Abaixo temos a relação das Constituições do Brasil

CONSTITUIÇÕES SURGIMENTO VIGÊNCIA EM ANOS

1824 25.03.1824 65 1891 24.02.1891 39 1934 16.07.1934 03 1937 10.11.1937 08 1946 18.09.1946 20 1967 24.01.1967 02 EC n. 1/19693 17.10.1969 18

1988 05.10.1988 Até o presente momento

1

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 35. Ed. Rev. Atual. São Paulo: Malheiros, 2012.

2 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 16. Ed. Rev. Atual. Ampli. São Paulo: Saraiva

2012

3

É importante resaltar que tanto José Afonso da Silva quanto Pedro Lenza, nas obras citadas, perfilham da mesma concepção de que esse momento histórico, por seu caráter teórico e técnico, não se tratou de emenda constitucional, mas sim de um novo Poder Constituinte.

(2)

2 CONSTITUIÇÃO DE 1824

Impossível falar da evolução histórica das Constituições do Brasil sem

adentrarmos na História da formação do povo brasileiro. Há momentos marcantes, registados nos anais da História do Brasil, que são catalisadores, para a criação de um Brasil livre, independente e democrático.

Portanto não devemos nos esquecer de que um dia o nosso tão querido Brasil foi colônia de Portugal. E enquanto isso, por ordem do rei de Portugal, a colônia foi dividida em Capitanias Hereditárias. Segundo José Afonso da Silva, “a primeira concessão se deu pela carta de doação expedida por D. João III, a 10 de março de 1534, em favor de Duarte Coelho, a quem coube a Capitania de Pernambuco”. Eram doze Capitanias. Essas capitanias não tinham quaisquer vínculos umas com as outras. O objetivo da criação das Capitanias Hereditárias era a colonização do Brasil. Os donatários, os titulares das Capitanias exerciam poderes quase que absolutos. Tinham poderes jurisdicionais civil e criminal, embora, na assertiva de José Afonso da Silva, “o fizessem por ouvidores de sua nomeação e juízes eleitos pelas vilas”.

Em 1549, temos a criação do sistema de governadores-gerais. Tomé de Souza foi o primeiro governador nomeado. Ele trouxe consigo um documento que tinha grande importância, para aquele momento histórico: o Regimento do Governador-Geral. José Afonso da Silva ao referir-se ao este documento, diz:

‘Os regimentos dos governadores-gerais têm, de fato, a maior importância para a história administrativa do país: antecipavam-se às cartas políticas, pelo menos nas delimitações das funções e no respeito exigido das leis, forais e privilégios, atenuando o arbítrio, fixando a ordem jurídica’. Foram eles, pois, cartas organizatórias do regime colonial, que conferiam ao governador-geral poderes atinentes ao ‘governo político’ e ao ‘governo militar’ da colônia. ‘Em torno desse órgão central agrupavam-se outros órgãos elementares e essenciais à administração: o ‘ouvidor-mor’, encarregado geral dos negócios da justiça; o ‘procurador da fazenda’, encarregado das questões e interesses do fisco real; o ‘capitão-mor da costa’, com a função da defesa do vasto litoral, infestados de flibusteiros’.

Institui-se a partir de então um sistema unitário coexistente com as Capitanias Hereditárias. Em 1572 esse sistema rompe-se, criando-se o sistema do duplo governo da colônia, mas é retomado cinco anos depois, ou seja,

(3)

volta-se ao sistema unitário. Em 1621, a colônia brasileira é dividida em dois Estados. Esses Estados são chamados de Estado do Brasil e de Estado do Maranhão. O primeiro compreendia todas as capitanias desde o Rio Grande do Norte até são Vicente, ao sul; o segundo compreendia as capitanias do Ceará até o extremo norte. Importante ressaltar-se que a partir de então, por motivos e interesses econômicos, sociais e geográficos, esses dois Estados fragmentam-se a cada dia que se passa. José Afonso da Silva diz que:

O governo geral dividi-se em governos regionais (Estado do Maranhão e Estado do Brasil), e estes, em várias capitanias gerais, subordinando capitanias secundárias, que, por sua vez, pouco a pouco, também se libertam das suas metrópoles, erigindo-se em capitanias autônomas. Cada capitania dividi-se em comarcas, em distrito e em termos.

O professor José Afonso da Silva nos diz em seu livro que na zona mineira “por influência da forma econômica, surgem autoridades especiais: ‘capitães-mores das minas’, ‘junta de arrecadação da fazenda real’, ‘intendências do ouro’ [...], condicionando uma organização administrativa peculiar”.

Após essas e outras mudanças chegamos, finalmente, ao ano de 1808. Essa data é um marco histórico, pois ela vem mudar todo o cenário político, econômico e social de a colônia. É bem verdade que apenas uma minoria dos habitantes da colônia será beneficiada.

1808 é ano em que a família real chega ao Brasil, instalando-se no Rio de Janeiro. Em 1815, com a Lei de 16 de novembro, o Brasil é elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves. Isso põe um ponto final ao Sistema colonial e o monopólio da Metrópole. Em 7 de setembro de 1822, temos a independência do Brasil, tão conhecida quanto à frase de D. Pedro I “independência ou morte”. Temos então o surgimento do Estado brasileiro, que se estendo até a Proclamação da República em 155 de novembro de 1889. Segundo Pedro Lenza, após a Independência do Brasil, D. Pedro de Alcântara “[...] convoca, em 1823, uma Assembleia Geral Constituinte e Legislativa, com ideais marcadamente liberais, que, contudo, vem a ser dissolvida, arbitrariamente, tendo em vista a existência de divergências com seus ideais e pretensões autoritários”. (destaque do autor).

(4)

Para substituir a Assembleia Constituinte foi criado o Conselho de Estado. O objetivo dele era tratar do ‘negócios de maior monta’ e elaborara um novo projeto em total consonância com a vontade da ‘Majestade Imperial’, segundo Pedro Lenza.

A Constituição de 1824 foi outorgada em 25 de março. Essa Constituição Política do Império do Brasil sofreu forte influência da Constituição Francesa de 1814. O autor supracitado nos diz que ela, a Constituição de 1824, foi marcada fortemente pelo “centralismo administrativo e político, tendo em vista a figura do Poder Moderador, constitucionalizado, e também por unitarismo e

absolutismo”. (destaque do autor).

Eis algumas características do Poder Constituinte de 1824, destacados por Pedro Lenza:

a) Governo: monárquico, hereditário, constitucional e representativo com nítida centralização político-administrativo;

b) Território: as capitanias hereditárias foram transformadas em províncias e eram subordinadas ao Poder Central e tinham um Presidente, que Ra nomeado pelo Imperador. Esse presidente poderia ser removido a qualquer tempo (ad nutum) em nome do “bom serviço do Estado”;

c) Dinastia imperante: a de D. Pedro I, conhecido como Imperador Perpétuo do Brasil. Também houve a dinastia de D. Pedro II;

d) Religião Oficial do Império: Católica Apostólica Romana. Qualquer outra forma de religião era somente permitida à forma de culto doméstico, não poderia manifestar-se por meio de templos;

e) Capital do Império brasileiro: a cidade do Rio de Janeiro;

f) Organização dos Poderes: seguiu a ideia de Benjamim Constant e não a de Montesquieu, ou seja, adotou a separação quadripartida dos Poderes: Legislativo, Executivo, Judiciário e estabeleceu o Poder Moderador;

g) Poder Legislativo: exercido pela Assembleia Geral, com sanção do Imperador e era composta por duas Câmaras: a dos Deputados e a dos Senadores. A Câmara dos deputados era eletiva e temporária; a

(5)

Câmara dos Senadores era vitalícia, sendo seus membros nomeados pelo Imperador dentre uma lista tríplice enviada pela Província;

h) Eleições para os legisladores: indireta;

i) Sufrágio: censitário, baseava-se em determinadas condições econômico-financeiras de seus titulares;

j) Poder Executivo: exercido pelo Imperador por intermédio de seus Ministros de Estado;

k) Poder Judiciário: era independente e composto por juízes e jurados. Aos juízes era a segurado a vitaliciedade, mas não a inamovibilidade, pois o Imperador poderia suspendê-los por queixas que lhe eram feitas;

l) Poder Moderador: estava concentrado nas mãos do Imperador, era um mecanismo que assegurava a estabilidade de seu trono. O Imperador, que exercia o Poder Moderador, controlava os outros três Poderes. No âmbito do Poder Legislativo, ele nomeava os Senadores, convocava a Assembleia, sancionava e vetava as proposições do Legislativo, dissolvia a Câmara dos Deputados. No âmbito do Poder Executivo, nomeava e demitia os Ministros de Estado. No âmbito do Judiciário, suspendia os Magistrados.

É sabido que houve várias tentativas de instalar-se Estado Federativo durante o Império. Entre essas tentativas encontram-se algumas insurreições populares como: Cabanagem no Pará, Farroupilha no Rio Grande do Sul, Sabinada na Bahia etc.

Outra característica concernente a Constituição de 1824, segundo Pedro, Lenza, era a semirrigidez.

Pedro Lenza chama-nos a atenção para o seguinte detalhe: embora o Poder Constituinte de 1824 contivesse um rol de Direitos Civis e Políticos, manteve a escravidão por “força do regime que se baseava na ‘monocultura latifundiária’, como mancha do regime até 13 de maio de 1888, data da sua abolição, quando da assinatura da Leia Áurea pela Princesa Isabel”.

(6)

3 CONSTITUIÇÃO DE 1891

A promulgação da Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891 foi no dia 24 de fevereiro de 1991. “O seu relator fora Rui Barbosa e sofreu forte influência da Constituição norte-americana de 1787, consagrando o sistema de governo presidencialista, a forma de Estado Federal, abandonando o unitarismo e a forma de governo republicana em substituição à monárquica”, segundo Pedro Lenza. Adotou-se a separação tripartida dos Poderes, ou seja, extingue-se o Poder Moderador.

O professor Lenza destaca varias características do Poder Constituinte de 1891. Eis algumas elencadas abaixo:

a) Forma de Governo e regime representativo: art. 1º A Nação brasileira adota como forma de Governo, sob o regime representativo, a República Federativa, proclamada a 15 de novembro de 1889, e constitui-se, por união perpétua e indissolúvel das suas antigas Províncias, em Estados Unidos do Brasil.;

b) Distrito Federal: transforma-se o Município Neutro (Rio de Janeiro) em Capital do Brasil;

c) Não há mais religião oficial. Não somente isso, mas foram retirados os efeitos civis do casamento religioso; os cemitérios passaram a ser administrados pela autoridade municipal; o ensino religioso foi proibido nas escolas públicas etc;

d) Organização dos Poderes: Art. 15 - São órgãos da soberania nacional o Poder Legislativo, o Executivo e o Judiciário, harmônicos e independentes entre si;

e) Poder Legislativo: exercido pelo Congresso Nacional, com sanção do Presidente da República, composto por duas Casas: Câmara dos Deputados e Senado Federal. Os Deputados eram eleitos por sufrágio direto e exerciam o mandato por 3 anos; os Senadores também eram eleitos por sufrágio direto, sendo 3 Senadores por Estado e 3 pelo Distrito Federal, o tempo de mandato era de 9 anos4;

4

Pedro Lenza nos diz que “O Poder Legislativo também foi estabelecido em âmbito estadual. Alguns Estados, curiosamente, possuíam duas casas, caracterizando-se, assim, a ideia de bicameralismo

estadual, como podia ser percebido em São Paulo e Pernambuco, que tinham além da Câmara dos

(7)

f) Poder Executivo: exercido pelo Presidente5 da República dos Estados Unidos do Brasil, chefe da Nação, leito juntamente com o seu Vice-Presidente, por sufrágio direto. Muito embora o primeiro Presidente, Marechal Deodoro da Fonseca, e seu Vice-Presidente Marechal Floriano Peixoto, tenham sido eleitos pelo voto direto; g) Poder Judiciário: órgão máximo do Judiciário. Passou a chamar-se

de Supremo Tribunal Federal era composto por 15 juízes. Houve expressa garantia da vitaliciedade para os Juízes Federais (art. 57) e para os membros do supremo Tribunal Militar (art. 77, § 1º). Para os Juízes Federais, houve expressa previsão da garantia da irredutibilidade de vencimentos (art. 57 § 1º);

h) Constituição rígida: Art. 90 - A Constituição poderá ser reformada, por iniciativa do Congresso Nacional ou das Assembleias dos Estados;

i) Declaração de direitos: entre várias conquistas deste Poder Constituinte, podemos citar, por exemplo, a abolição da pena de banimento e de morte, proteção à liberdade privada, política e civis e a previsão do remédio constitucional do habeas corpus.

5

Lenza destaca o seguinte: “alguns Estados designavam o seu Executivo local como ‘presidente’, enquanto outros, como ‘governador’. Assim era possível perceber a figura de ‘presidentes estaduais’ exercendo o Executivo local”. (p. 107)

(8)

4 CONSTITUIÇÃO DE 1934

Promulgada em 16 de julho de 1934, como consequência direta da

revolução de 1932 e, conforme Pedro Linha, abalou “os ideais do liberalismo econômico e da democracia liberal da Constituição de 1891”. Ele também afirma que a Carta de 1934 sofreu influência direta da Constituição de Weimar da Alemanha de 1919, influência do fascismo, inclusive. O Poder Constituinte de 1934 teve um período curtíssimo de vida, sedo abolido pelo golpe de 1937. Citamos algumas características da Constituição de 1934, segundo Pedro Lenza:

a) Forma de Governo e regime representativo: nos termo do art. 1º mantém-se como forma de Governo o regime representativo e a República federativa proclamada em 15 de novembro de 1889;

b) Capital da República: mantém-se o Rio de Janeiro como capital – Distrito Federal. O Distrito Federal é elevando-o à condição de supermunicípio, conforme o art. 1º da Lei n. 196, de 18 de janeiro de 1936;

c) Mantida a inexistência de religião oficial: embora o país continuasse leigo, laico e não confessional, passou a admitir o casamento religioso com efeito civil, desde que observada à lei. No art. 153 facultou-se o ensino religioso nas escolas públicas. Destaca-se a previsão de Deus no preâmbulo;

d) Organização dos Poderes: mantém-se a divisão tripartida dos Poderes; e) Poder Legislativo6: era exercido pela Câmara dos Deputados, o Senado

Federal era apenas um colaborador. Portanto, rompia-se com o princípio do bicameralismo rígido ou paritário. Estabelecia-se um bicameralismo desigual ou, conforme a doutrina, um unicameralismo imperfeito;

f) Poder executivo: exercido pelo Presidente da República e seu Vice-presidente, eleito por sufrágio universal, direto, secreto e maioria de votos para mandato de 4 anos, vedada a reeleição;

6

Segundo Pedro Lenza, “O mandato dos Deputados era de 4 anos, eleitos mediante sistema proporcional e sufrágio universal, igual e direto. O Senado Federal era composto de dois representantes de cada Estada e o do Distrito Federal, eleitos mediante sufrágio universal, igual e direto, por 8 anos”. (p. 112)

(9)

g) Poder Executivo: a Corte Suprema, os Juízes e Tribunais Federais, os Juízes e Tribunais militares, os Juízes e Tribunais eleitorais. Estabeleceu-se a garantia da vitaliciedade, da inamovibilidade, e da irredutibilidade dos vencimentos. A Corte Suprema teria a sua sede no Distrito Federal e jurisdição em todo o território nacional e compunha-se de 11 Ministros;

h) Constituição rígida: art. 178, caput e § 5º;

i) Declaração de direitos: art. 108 constitucionaliza o voto feminino, o voto secreto. E dentre as novidades dos remédios constitucionais têm-se o do mandado se segurança e o da ação popular.

(10)

5 CONSTITUIÇÃO DE 1937

Outorgada em 10 de novembro de 1937, influenciada por ideais autoritários e fascistas, instalando a ditadura militar. A Carta foi elaborada por Francisco Campos e foi apelidada de “polaca” devida à influência sofrida pela Constituição polonesa fascista de 1935. Algumas características elencadas por Pedro Lenza encontram-se logo abaixo:

a) Forma de governo: República, art. 1º;

b) Forma de Estado: Federal7, constituído pela união indissolúvel dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

c) Distrito Federal: capital do Brasil, tendo por sede a cidade do Rio de Janeiro;

d) Não há religião oficial: não consta a invocação da “proteção Deus” no preâmbulo;

e) Organização dos Poderes: foi mantida a tripartição dos Poderes;

f) Pode Legislativo8: exercido pelo Parlamento Nacional com a colaboração do Conselho de Economia Nacional e pelo Presidente da República. Portanto, o Senado Federal deixou de existir durante o Estado Novo;

g) Poder Executivo: exercido pelo Presidente da República, autoridade suprema do Estado, eleito por sufrágio indireto e tinha mandato de 6 anos;

h) Poder Judiciário: exercidos pelo supremo Tribunal Federal, pelos juízes e Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, pelos Juízes e Tribunais militares. A Justiça Eleitoral foi extinta, juntamente com os partidos políticos;

i) Declaração de direitos: houve um retrocesso nas garantias. Censura total;

7

Segundo Pedro Lenza, “Na prática, contudo, as autonomias estaduais foram reduzidas, e podemos dizer que o regime federativo foi simplesmente ‘nominal’, havendo constante, senão até permanente, assunção dos governos estaduais por interventores federais. Por sua vez, os vereadores e prefeitos eram nomeados pelos interventores de cada Estado”. (p.115)

8

Ainda nos dizeres de Lenza “os deputados eram leitos por sufrágio indireto para mandato de 4 anos. Já o Conselho Federal seria composto de representante dos Estados e 10 membros nomeados pelo Presidente da República. A duração era de 6 anos”. (p.115)

(11)

6 CONSTITUIÇÃO DE 1946

Promulgada em 18 de setembro de 1946. Tratava-se da redemocratização do País, repudiando-se o Estado Totalitário que vigia desde 1930. Ao ser elaborado, buscou-se “inspiração nas ideias liberais da Constituição de 1991 e nas ideias sociais da de 1934”, conforme Pedro Lenza.

As características elencada pelo mesmo autor são:

a) Forma de Governo republicano e Forma de Estado Federativa: mantêm-se o regime repremantêm-sentativo, a Federação e a República. Prestigia o municipalismo;

b) Capitão da União: o Distrito Federal continua como capital da União. No entanto, no dia 21 de abril de 1960, a capital da União foi transferida para Brasília;

c) Inexistência de religião oficial: o País continua laico, muito embora a expressão “Deus” conste no preâmbulo;

d) Organização dos Poderes: continua a teoria da tripartição;

Poder Legislativo9: exercido pelo Congresso Nacional, composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, volta-se a prática do bicameralismo igual;

e) Poder Executivo: exercido pelo Presidente da República, eleito de forma direta para mandato de 5 anos;

f) Poder Judiciário: foi retomada a situação de normalidade. Supremo Tribunal Federal, Tribunal Federal de Recursos, Juízes e Tribunais militares, Juízes e Tribunais eleitorais e Juízes e Tribunais do Trabalho; g) Declaração de direitos: o mandado de segurança e a ação popular foram

restabelecidos no texto constitucional.

9

“A Câmara dos Deputados compunha-se de representantes do povo, eleitos, segundo o sistema de representação proporcional, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Territórios, para mandato de 4 anos”.

O Senado Federal, por sua vez, compunha-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário e para mandato de 8 anos. “Cada Estado, bem assim o Distrito Federal, elegia 3 Senadores, renovando-se a representação de cada Estado e a do Distrito Federal de 4 em 4 anos, alternadamente por 1 e por 2/3.”, segundo Pedro Lenza, p. 119.

(12)

7 CONSTITUIÇÃO DE 196710

A Constituição 1967 de 24 de janeiro de 1967 foi Promulgada para alguns e outorgadas para outros11. De acordo com Pedro Lenza a Carta “concentrou, bruscamente, o poder no âmbito federal, esvaziando os Estados e Municípios e conferindo amplos poderes ao Presidente da República. Houve forte

preocupação com a segurança nacional”. As seguintes características foram destacadas pelo autor:

a) Forma de Governo: República;

b) Forma de Estado: na “prática” o que se percebeu foi um duro golpe no federalismo, mais se aproximando de um Estado unitário centralizado do que federativo;

c) Capital da União: continuou sendo o Distrito Federal – Brasília;

d) Inexistência de religião oficial: o Brasil continua um País laico, embora houvesse a menção a “Deus” no preâmbulo;

e) Organização dos Poderes: continuou adotando a teoria da tripartição dos Poderes;

f) Poder Legislativo:exercido pelo Congresso Nacional formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal;

g) Poder Executivo: exercido pelo Presidente da República, que legislava por decretos-lei, desde que não aumentasse as despesas nas seguintes matérias: segurança nacional e finanças públicas;

h) Poder Judiciário: era exercido pelo Supremo Tribunal Federal, pelos Tribunais Federais de Recursos e Juízes Federais, pelos Tribunais e Juízes Eleitorais, pelos tribunais e Juízes do Trabalho. Devida à razão do centralismo, o Judiciário teve sua competência diminuída;

i) Declaração de direitos: havia exagerada possibilidade de suspensão de direitos políticos por 10, nos termos do art. 151. A cria do AI-5 de 1968.

10

Após a derrubada de Jango por um movimento militara em 31 de março de 1964, instala-se um nova “ordem revolucionária” no País. O AI 2/65 estabeleceu as eleições diretas para Presidente e Vice-Presidente. Depois o AI 3 estabeleceu as eleições em âmbito estadual. O Congresso Nacional e fechado em 1966 e reaberto em 1967 nos termo do AI 4/66, para aprovar a Constituição de 1967.

11

Para Pedro Lenza a Carta de 1967 foi “Outorgada” (p.121), já para José Afonso da Silva ela foi “Promulgada” (p. 86).

(13)

8 CONSTITUIÇÃO DE 1969 – EC n. 1, de 17 outubro de 196912

Nas palavras de José Afonso da Silva,

a emenda só serviu como mecanismo de outorga, uma vez que verdadeiramente se promulgou texto integralmente reformulado, a começar pela denominação que se lhe deu: Constituição da

República Federativa do Brasil, enquanto a de 1967 se chamava

apenas Constituição do Brasil.

Foi ela quem convocou, com a EC-26 de 27 de novembro de 1985, a Assembleia Nacional Constituinte, para elaborar uma nova Constituição que a substituiria.

Eis alguns dados históricos importantes, segundo Pedro Lenza:

a) Pacote de Abril de 1977, dissolvendo o Congresso Nacional e editando 14 emendas e 6 decretos;

b) O pacote de Junho de 1978, destacando-se a revogação total do AI-5; c) Lei da Anistia (Lei n. 6.683 de 28.08.1979);

d) Reforma Partidária (Lei n. 6.767 de20.12.1979);

e) EC n. 15, de 21.11.1980 – eleições diretas em âmbito estadual; f) Diretas Já em 18.04.1983;

g) EC n. 26, de 27.11.1985, já comentada anteriormente.

(14)

9 CONSTITUIÇÃO DE 1988

Promulga em 5, de outubro de 1988 pela Assembleia Nacional Constituinte,

convocada pela EC n. 26, de 27 de novembro de 1985; sofreu forte influência da Constituição Portuguesa de 1976 e foi a que apresentou maior legitimidade popular. As principais características desse novo ordenamento jurídico, segundo Pedro Lenza, são:

a) Forma de Governo: República, confirmada pelo plebiscito do art. 2° do ADCT

b) Sistema de Governo: presidencialista, também confirmada pelo mesmo plebiscito;

c) Forma de Estado: Federação. Foi criado o Estado de Tocantins e os Territórios de Federais de Roraima e Amapá, que foram transformados em Estados federados; e o território Federal de Fernando de Noronha, que foi extinto e reincorporado ao Estado de Pernambuco;

d) Capital Federal: Brasília;

e) Inexistência de religião oficial: continua um País laico, muito embora a menção a “Deus” no preâmbulo;

f) Organização dos Poderes: foi retomado a teoria clássica da tripartição dos Poderes. Buscou-se um maior equilíbrio, especialmente pela técnica dos “freios e contrapesos”;

g) Poder Legislativo: bicameral, exercido pelo Congresso Nacional composto pela Câmara dos Deputados e Pelo Senado Federal;

h) Poder Executivo: exercido pelo Presidente da República.

i) Poder Judiciário: Supremo Tribunal Federal, Conselho Nacional de Justiça, Superior Tribunal de Justiça, os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais, Tribunais e Juízes do trabalho, Tribunais e Juízes Eleitorais, os Tribunais e Juízes Militares, os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios;

j) Constituição rígida: cláusulas pétreas;

(15)

REFERÊNCIA

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 16. Ed. Rev. Atual. Ampli. São Paulo: Saraiva 2012

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 35. Ed. Rev. Atual. São Paulo: Malheiros, 2012.

LEGISLAÇÃO. Disponível em: <http// www.planalto.gov.br>. Acesso em: 11 de out. 2012.

Referências

Documentos relacionados

Ao final do trabalho, além da elaboração dos projetos de leiaute para as fases levantadas, pôde-se perceber que o cronograma de obra fornecido pela empresa é de

Por isso, membros do GT e da área de educação do MPRJ fizeram 98 reuniões e, a partir da análise detalhada de leis e outras normas para a educação, como resoluções do

Classificá-lo como um indivíduo ético não é uma tarefa simples, já que a ética do delegado não é baseada em conceitos rígidos e definidos de certo e errado.. Uma sofisticada

The most used active targeting ligands in cancer therapy include, transferrin, folate, aptamers and monoclonal antibodies since this type of nanodelivery have performed

Este Capítulo é dedicado à apresentação dos resultados de simulações que foram realizadas para mostrar o desempenho da aplicação sobre o sistema de levitação magnética de um

Apresentação de simpósio da empresa em auditório do evento, incluindo equipamentos, audiovisuais, apoio à recepção dos participantes (a logística da recepção aos

Durante o perÍodo chuvoso todas as cultivares no apresentaram bons resultados em termos de pro- dutividade e produção por planta e, ao contrArio da cultura de me- lo, apresentaram

No outro processo de formação aqui sugerido foi discutido com os professores como se dá o desenvolvimento do conceito de número inteiro relativo, argumentando-se que o