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TRABALHANDO NO ATELIÊ COM UMA DINÂMICA MUSICAL

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Academic year: 2021

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TRABALHANDO NO ATELIÊ COM UMA DINÂMICA MUSICAL

Lucila Pereira Morin (Apresentadora) Greice Peres Costa (Co-autora) Luana Lais Lafoucarde (Co-autora) Profª Drª Rosane Carneiro Sarturi (Orientadora) Subprojeto Pedagogia/UFSM/PIBID

INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda um relato de experiência baseado em uma dinâmica musical intitulada “qual é a música?”. A atividade foi desenvolvida com os alunos do 5º ano de uma escola estadual de ensino fundamental, com nove anos de duração, localizada na zona norte da cidade de Santa Maria/Rio Grande do Sul/Brasil.

O relato de experiência surgiu a partir das vivências que as autoras possuem decorrentes das atividades realizadas no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) da área do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no qual são bolsistas. O subprojeto proporciona a inserção das acadêmicas em espaços escolares, visando à interlocução entre a teoria e a prática.

A dinâmica que originou o relato foi realizada dentro das atividades do PIBID, mais especificamente, no ateliê. No ateliê as bolsitas assumem, por duas horas, as turmas oriundas dos alunos da sala multi, no turno regular das aulas destes. A escolha pelo tema se justifica pela necessidade que as bolsistas sentiram de envolver a turma, como um todo, na realização das atividades. A turma, no qual foi aplicada a dinâmica, era agitada, tendo alunos que se recusavam a participar de determinadas atividades que eram propostas. Partindo desse pressuposto, surgiu o seguinte problema de pesquisa: como envolver a turma do 5º ano de uma escola estadual de ensino fundamental localizada na cidade de Santa Maria/Rio Grande do Sul/Brasil na realização das atividades propostas nos ateliês ministrados pelas bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da Universidade Federal de Santa Maria?

O trabalho tem como objetivo apresentar as reflexões das experiências das acadêmicas/bolsistas inseridas na escola pelo subprojeto do Programa Institucional de

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Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) na dinâmica musical intitulada “qual é a música?” realizada no ateliê.

REFERENCIAL TEÓRICO

Para dar embasamento teórico ao nosso trabalho recorremos aos estudos de Gil (2010) e Triviños (1987) para falarmos sobre o estudo de caso, a observação participante e a opção pela abordagem qualitativa.

Utilizamos os estudos de Swanwick (2004) e Bréscia (2003) para falarmos sobre as contribuições da música no contexto escolar, no processo de ensino e aprendizagem. Os estudos de Ramos; Fernandes; Sarturi (2012) para falarmos acerca do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da área do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria.

METODOLOGIA

Para alcançar o objetivo proposto e responder ao problema de pesquisa, optamos por uma abordagem qualitativa do tipo estudo de casos múltiplos. Utilizamos como instrumento de coleta de dados a observação participante e as anotações que, posteriormente, compuseram o relatório diário do ateliê.

Segundo Gil (2010) “os estudos de casos múltiplos são aqueles em que o pesquisador estuda conjuntamente mais de um caso para investigar determinado fenômeno” (GIL, 2010, p. 118-119). Triviños (1987) diz que o estudo de caso “é uma categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa aprofundadamente” (TRIVIÑOS, 1987, p. 133). Partindo desses pressupostos pesquisamos a postura dos alunos da turma de 5º ano da escola em questão no decorrer da dinâmica para podermos perceber se haveria ou não uma mudança de comportamento da turma, como um todo, no final da atividade.

Para justificar a nossa opção pela observação participante recorremos aos estudos de Gil (2010) para dar embasamento teórico. “A observação participante consiste na participação real do pesquisador na vida da comunidade, da organização ou do grupo em que é realizada a pesquisa. O observador assume, até certo ponto, o papel de membro do grupo” (GIL, 2010, p. 121). Tendo em vista que estamos inseridas na escola como bolsistas do subprojeto do PIBID da área da Pedagogia da UFSM, e por

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estamos atuando de forma efetiva no papel de docentes nos ateliês, acabamos fazendo parte do grupo.

Sobre a pesquisa qualitativa Triviños nos diz que:

A pesquisa qualitativa não segue sequência tão rígida das etapas assinaladas para o desenvolvimento da pesquisa quantitativa. Pelo contrário. Por exemplo: a coleta e a análise dos dados não são divisões estanques. As informações que se recolhem, geralmente, são interpretadas e isto pode originar a exigência de novas buscas de dados (...). O denominado "relatório final" da pesquisa quantitativa naturalmente que existe na pesquisa qualitativa, mas ele se vai constituindo através do desenvolvimento de todo o estudo e não é exclusivamente resultado de uma análise última dos dados (TRIVIÑOS, 1987, p. 131).

Nosso relato caracteriza-se como uma abordagem qualitativa, pois não utilizamos elementos de quantidades para analisar os resultados no decorrer da atividade, mas focamos nosso olhar para as contribuições que a dinâmica proporcionou aos alunos do 5º ano, tendo em vista o trabalho em grupo.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A execução da atividade que originou o trabalho consiste em propor aos alunos que escrevessem palavras contidas em músicas conhecidas pelo grupo. Em continuidade foi solicitado a um representante de cada grupo que escolhesse uma palavra do conjunto anteriormente escrito e, após, junto ao grupo, descobrisse uma música em que ela estivesse inserida. Durante a execução da atividade surgiu um novo critério de apresentação. Os alunos além de cantar a música, fizeram coreografias. Um aspecto importante de ressaltar foi o envolvimento afetivo dos alunos durante a atividade em cada etapa de trabalho, demonstrando interesse e prazer na realização deste e o entrosamento dos grupos para a organização e seleção da música escolhida.

Com a dinâmica procuramos trabalhar com os três eixos articuladores do subprojeto, que são raciocínio lógico-matemático, lecto-escrita e organização e espaço-temporal. Aos professores cabe encontrar dinâmicas para desenvolver o processo de ensino-aprendizagem de forma prazerosa e significativa e, para isso, tem que conhecer e entender o processo de construção da lecto-escrita, pois “A lecto-escrita entende o processo de alfabetização como uma atividade complexa, que é construída passo a passo pela ação do aluno" (RAMOS; FERNANDES; SARTURI, 2012, p. 19).

O raciocínio lógico-matemático perpassa a questão do número e se abrange também aos processos de construção mental que são necessários para que o indivíduo possa resolver determinada situação problema. “As habilidades matemáticas são um

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exemplo de conhecimento lógico-matemático. As construções mentais que se dão através da abstração das relações com os objetos, que, por sua vez, se constroem a partir do meio social em que o sujeito está inserido” (RAMOS; FERNANDES; SARTURI, 2012, p. 58).

A orientação espacial é a capacidade de se localizar e se orientar dentro de um determinado espaço bem como localizar outra pessoa ou lugar. As noções temporais são abstratas e mais difíceis de ser internalizada pelas crianças, pois remetem a sua localização no tempo. Perguntas que estimulam o desenvolvimento dessas noções temporais mais frequentes são: “que dia do mês é hoje?”; “que dia da semana é hoje?”; “em qual mês estamos?”, etc.

Tendo em vista as considerações feitas acerca dos eixos que o subprojeto do PIBID da área da Pedagogia da UFSM trabalha, a atividade contemplou a lecto-escrita no momento em que os alunos foram escrever as palavras nos papéis. Inúmeras dúvidas surgiram, questionaram-se e nos questionaram sobre a forma correta de escrever determinadas palavras. Para solidificar e estimular o processo de aprendizagem foi disponibilizado dicionários para que os alunos procurassem as palavras geradoras de dúvidas. Contemplou também a localização espaço-temporal e o raciocínio lógico-matemático quando surgiu a questão das apresentações, explanações das músicas com coreografias, pois tiveram que se localizar dentro da sala de aula e calcular o espaço que tinham disponível.

CONCLUSÕES

No decorrer da atividade proposta foi possível perceber a alegria e disposição com que os alunos se propuseram a participar da atividade, podendo ser caracterizado como algo novo para nós bolsistas, tendo como base ateliês anteriores, no qual alguns alunos da turma se recusaram a participar de determinadas propostas. A aceitação dessa atividade foi muito boa e nos motivou a seguir utilizando a música como metodologia nos ateliês com essa turma de 5º ano.

É válido ressaltar que houve um crescimento enorme por parte dos alunos com a questão8 do trabalho em grupo. A turma se configurava como individualista e agitada. Não era possível desenvolver atividades que envolvessem a cooperação ou a movimentação dentro de sala de aula sem que houvesse brigas. Nesse quesito trabalhar

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com uma dinâmica que envolvesse música contribuiu muito para estimular o trabalho em grupo. Pois:

Os poderes da música estão calcados, sem dúvida, na sua abrangência. Ela é acessível a todos, independente de idade, religião, raça, sexo ou nível econômico. Está disponível a qualquer momento, sendo, inclusive, grátis. Pode ser produzida naturalmente com a voz, as mãos, os pés ou com a ajuda de um instrumento musical. Pode ser dada e recebida. É uma fonte de entretenimento e também um recurso de crescimento e desenvolvimento humano (BRÉSCIA, 2003, p. 38).

É interessante destacar que para cantar as músicas os alunos utilizaram outros recursos além da voz. Utilizaram as batidas dos lápis nas classes para fazer o ritmo da música, batidas de pés e palmas acompanhando a melodia. As partes que não sabiam ou não lembraram no momento cantarolaram. Ocorreu, por três vezes, que os grupos escreveram as mesmas palavras, mas, na hora de cantar, foi solicitado que pensassem em uma música diferente para que não houvesse repetições. Foi um desafio, mas os alunos aceitaram e acabaram encontrando outra música com a palavra sorteada.

Com essa dinâmica buscamos amenizar o individualismo que é muito marcante na turma, através de uma atividade lúdica que envolvesse música, pois é um recurso que incentiva as crianças/adolescentes participantes do subprojeto. Percebeu-se que é um ponto em comum dos alunos do 5º ano, bem como proporcionou um ambiente envolvendo os eixos que o subprojeto aborda, com o intuito de ampliar a organização mental auxiliando assim no desenvolvimento das atividades tanto escolares quanto cotidianas. Destaca-se que estas contribuições perpassam todas as áreas do conhecimento que podem ser trabalhadas de forma interdisciplinar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRÉSCIA, Vera Pessagno. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. São Paulo: Átomo, 2003.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010. RAMOS N.; FERNANDES N.; SARTURI R. C. (Org.). Iniciação à Docência no

curso de Pedagogia: em foco os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. São Leopoldo:

Oikos, 2012.

TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais. São Paulo: Atlas, 1987.

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