HISTÓRIA DA TV E O ENSINO SOBRE A TV
Heber Ricardo da Silva &
Paulo Gustavo da Encarnação
UNESP/Assis
Orientador: Dr. Áureo Busetto
INTRODUÇÃO
Este painel é o resultado de reflexões sobre conteúdos comuns tratados nos seguintes projetos de
Iniciação Científica: As relações entre a mídia fonográfica e a televisiva: um projeto para o ensino e a
aprendizagem da História, de autoria de Paulo Gustavo da Encarnação, aluno regularmente matriculado
no terceiro ano do curso de graduação em História da FCL-UNESP/Assis, bolsista da Fundação para o
Desenvolvimento da UNESP (FUNDUNESP); e A notícia na mídia impressa e na televisiva: um projeto
para o ensino e a aprendizagem da História, de autoria de Heber Ricardo da Silva, aluno regularmente
matriculado no quarto ano do curso de graduação em História da FCL-UNESP/Assis, bolsista da
Fundação para o Desenvolvimento da UNESP (FUNDUNESP). Ambas pesquisas de iniciação científica
estão vinculadas ao projeto Da TV na escola e do ensino sobre a TV: um experimento
didático-pedagógico no ensino médio em escolas públicas, realizado pelo Núcleo de Estudos Históricos Sobre
Ocidental e EUA quanto no Brasil, e tem como objetivo principal enfatizar a necessidade da realização e
avanço de pesquisas historiográficas ocupadas com a análise da TV, as quais poderão contribuir,
decisivamente, com as atividades ocupadas com o uso consistente e crítico dos produtos televisivos no
processo de ensino e aprendizagem e, sobremaneira, as envolvidas com a elaboração e aplicação de
projetos didático-pedagógicos que contemplem o ensino sobre a TV. Para tanto, é crucial que os
pesquisadores e professores de História se ocupem em tratar, no traço histórico, a estrutura e dinâmica
da TV, os processos de produção, divulgação e recepção dos produtos televisivos, as relações entre a
TV e as demais formas de mídias (impressa, radiodifusora, fonográfica, cinematográfica e cibernética) e
os demais domínios sociais (político, econômico, educacional). Trata-se, portanto, da demanda por um
conhecimento histórico e por projetos de aplicação deste no processo de ensino e aprendizagem
voltados a uma sólida formação de cidadãos que, conhecedores da TV, sejam capaz de intervir de
maneira consciente nas atividades de produção do meio e na sua, mais que premente, democratização.
Dentro desta lógica, este painel apresenta uma síntese dos primeiros resultados de um levantamento de
obras historiográficas, das Ciências Sociais e da área de Comunicação ocupadas com a análise da TV
no exterior e no Brasil, bem como discorre sobre os principais reflexões ocupadas com o ensino sobre a
TV no processo de ensino e aprendizagem. Para tanto, este trabalho está organizado nos seguintes
tópicos: A História da TV no Ocidente; A televisão no Brasil; e, por fim, TV como objeto de ensino e
aprendizagem da História.
METODOLOGIA
A primeira fase de nossas pesquisas de Iniciação Científica, cujos resultados parciais são apresentados
neste painel, pautou-se por um minucioso levantamento de obras preocupados com a análise da
estrutura e dinâmica dos meios de comunicação de massa, sobremaneira a TV, e daquelas voltadas
para o ensino sobre a TV. Antes de nos ocuparmos mais detidamente com escritos teóricos sobre a TV,
centramos nossas análises nos trabalhos resultantes de pesquisas empíricas, sobremaneira naqueles
que julgamos mais próximos do objetivo da pesquisa que nossos projetos de Iniciação Científica estão
vinculados. As etapas seguintes da pesquisa englobarão a análise dos conteúdos de livros didáticos,
sobretudo de História, dedicados aos meios de comunicação de massa, notadamente a TV, buscando,
assim, identificar as lacunas, os equívocos e a reprodução de mitos sobre o meio mais constantes no
material didático amplamente utilizado pela escola. Serão realizadas, conjuntamente, experimentos
didático-pedagógicas com professores da área de História e seus alunos com vistas ao levantar dados,
que após cruzados e analisados, servirão para a elaboração de material didático e/ou paradidático
ocupado com propostas e alternativas pedagógicas relacionadas ao uso mais consistente e crítico dos
programas televisivos como recurso didático e ao ensino sobre a TV na escola pública. Material que
servirá tanto para o processo de ensino e aprendizagem da História como no desenvolvimento e avanço
do ensino sobre a TV..
PONTOS PARA DISCUSSÃO:
-TV: instrumento ou objeto de ensino?
-Qual a relação entre poder político e a programação televisiva?
-A relação da TV com os processos eleitorais.
-Qual o melhor modelo de TV: público ou privado?
-BBC: um exemplo de sucesso e qualidade.
-Ditadura Militar e suas relações com a TV brasileira.
ILUSTRAÇÕES:
CONCLUSÃO:
Assim, a história da TV pode ser utilizada tanto no ensino e aprendizagem de conteúdos da
História contemporânea, geral e nacional, como no ensino sobre a TV, nos moldes acima descritos. Por
fim, é necessário um empenho no tratamento da TV como objeto de pesquisas historiográficas e,
sobremaneira, na elaboração de projetos e materiais que possibilitem desde o uso consistente e crítico
dos produtos televisivos como recursos didáticos, passando pela inclusão da história da TV como
conteúdo de aprendizagem e até o ensino sobre a TV, ou seja, o processo de produção, divulgação e
recepção da programação televisiva.
BIBLIOGRAFIA
ADORNO, T, et. Alii.. “A indústria cultural”. in LIMA, L. C. (org.) Teoria das culturas de massa. Rio de Janeiro: Saga, 1969. AMORIM, E. R. de. História da TV Excelsior. SMC/CCSP – Divisão de Pesquisa, 1985.
________. TV Record São Paulo. São Paulo: SMC/CCSP – Divisão de Pesquisa, 1988.
ARAÚJO, J. Z. A negação do Brasil – o negro na telenovela brasileira. São Paulo: SENAC, 2000. ARBEX, J. O poder da TV. São Paulo: Scipione, 1994.
BABIN, P. e KOULOUMDJIAN, M.-F. Os novos modos de compreender: a geração do audiovisual e do computador. São Paulo: Paulinas, 1985.
BACCEGA, M. A. “Educação/comunicação: aproximações”. in: BUCCI, Eugênio (org.). A TV aos 50 – criticando a televisão
brasileira no seu cinqüentenário. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2000.
BARTHES, R. Mitologias. São Paulo: DIFEL, 1985.
arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1885.
BOURDIEU, P. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 1997. BUCCI, E. Brasil em tempo de TV. São Paulo: Boitempo, 1997.
________. (org.). A TV aos 50 – criticando a televisão brasileira no seu cinqüentenário. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2000.
COMPARATO, Doc. Roteiro. Arte e técnica para escrever para cinema e televisão. Rio de Janeiro: Nórdica, 1983. ________. Da criação ao roteiro. Rio de Janeiro: Rocco, 1985.
COHN, G. Comunicação e industria cultural. São Paulo: Edusp, 1971.
________. Sociologia da comunicação. Teoria e ideologia. São Paulo: Pioneira, 1973.
CURADO, O.. A notícia na TV – o dia-a-dia de quem faz telejornalismo. São Paulo: Alegro, 2002. FERNANDES, I. Memória da telenovela brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1987.
FERRÉS, J. Televisão e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
FILHO, D. O circo eletrônico – fazendo TV no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 2002. GILDER, G. A vida após a televisão. São Paulo: Ediouro, 1996.
GONTIJO, S. Jornalismo na TV. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1980.
HAMBURGUER, E. Política e intimidade nas novelas brasileiras. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 1996.
________. “Diluindo fronteiras: a televisão e as novelas no cotidiano”. in: SCHWARCZ, Lilia (org.) História da vida privada no
Brasil. Vol. 4. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
HERZ, D. A história secreta da Rede Globo. Porto Alegre: Tchê!, 1987. HOINEFF, N. TV em expansão. São Paulo: Brasiliense, 1991.
LEAL FILHO, L. A melhor televisão do mundo. São Paulo: Summus, 1997.
KEHL, M. R. et al. Um país no ar: história da televisão brasileira em três canais. São Paulo: Brasiliense, 1986. MACIEL, P. Jornalismo de televisão: novas práticas. Porto Alegre: Sagra, 1995.
MACHADO, A. A arte do vídeo. São Paulo: Brasiliense, 1988.
________. A televisão levada a sério. 2ª ed. São Paulo: SENAC, 2001. MARCONDES, C. Televisão. São Paulo: Scipione, 1994.
MCLUHAN, M. Os meios de comunicação como extensões dos homens. Sào Paulo: Cultrix, 1971.
MAGALDI, S. “A TV como objeto de estudo na Educação: idéias e práticas”. in FISCHER, Rosa Maria Bueno. Televisão &
Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
MATTELLART, A e MATTELART, M. O carnaval das imagens: a ficção brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1989. MATTOS, D. J. L. O espetáculo da cultura paulista. Teatro e TV em São Paulo, 1940-1950. São Paulo: Códex, 2002. MESQUITA, H. Tupi - A greve da fome. São Paulo: Cortez, 1982.
MICELI, S. A noite da madrinha. São Paulo: Perspectiva, 1972.
MIRA, M. C. Circo eletrônico. Silvio Santos e o SBT. São Paulo: Edições Loyola/Olho Dágua, 2000. MORIN, E. A cultura de massa no século XX. Rio de Janeiro: Forense, 1967.
MOTTER, M. L. “Telenovela – arte e cotidiano”. Comunicação & Educação, 13. São Paulo, 1998. NAPOLITANO, M. Como utilizar a televisão na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999.
NOVAES, A. A rede imaginária: televisão e democracia. São Paulo, Companhia das Letras, 1991.
OLIVEIRA, L. M. B. de. “Nossos comerciais, por favor!” A televisão brasileira e a ESG: o caso Flávio Cavalcanti. São Paulo: Beca, 2001.
ORTIZ, R. A moderna tradição brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1988.
________. et al. Telenovela – história e produção. São Paulo: Brasiliense, 1996. PALLOTTINI, R. Dramaturgia de televisão. São Paulo: Moderna, 1998.
PENTEADO, H. D. Televisão ou escola: conflito ou cooperação? São Paulo: Cortez, 1991. POPPER, K. e CONDRY, J. Televisão: um perigo para a democracia. Lisboa: Trajectos, 1995. RAMONET, I. A tirania da comunicação. Petrópolis: Vozes, 1999.
RIXA, R. X. Almanaque da TV – 50 anos de memória e informação. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.
SILVA, C. E. L. da. Muito além do Jardim Botânico. Um estudo sobre a audiência do Jornal Nacional da Globo entre trabalhadores. São Paulo: Summus, 1985.
SILVA, F. L. P. História do teleteatro paulista nas décadas de 50 e 60. São Paulo: SMC/CCSP – Divisão de Pesquisa, 1981 SODRÉ, M. O monopólio da fala: função e linguagem da televisão no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1984.
SOUSA, M. W. de. “Telenovela brasileira na Europa”. Comunicação e sociedade., 21. São Paulo, 1994. WOLTON, D. Elogio do grande público: uma teoria crítica da televisão. São Paulo: Ática, 1996.
