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Um estudo acerca das atividades cantadas nas aulas de um professor de música da Educação Infantil. Comunicação

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Um estudo acerca das atividades cantadas nas aulas de um professor de música

da Educação Infantil

Comunicação

Marisleusa de Souza Egg UDESC souzaegg@gmail.com

Resumo: Este artigo trata de uma síntese da dissertação de mestrado que teve como objetivo geral observar e analisar como o professor desenvolveu as atividades cantadas na sala de aula e conhecer suas reflexões acerca de sua formação docente. O estudo foi realizado com um professor de música atuante em um Centro de Educação Infantil (CEI) durante um semestre com crianças de 4 a 5 anos de idade. A pesquisa é de cunho qualitativo utilizando a abordagem do tipo etnográfico. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada, observação participante com registro em vídeo e diário de campo. Os resultados mostraram que as atividades cantadas estiveram no centro dos conteúdos musicais desenvolvidos nas aulas. Concluiu-se que a formação vocal do professor de música que atua na educação infantil é necessária e, consequentemente, reflete no aprendizado e no desenvolvimento músico vocal das crianças.

Palavras-chave: Canto; Educação Infantil; Formação Vocal Docente.

Introdução

A educação musical teve a prática vocal entendida como prioridade por vários pedagogos, como Dalcroze (MARIANI, 2011), Kodály (SILVA, 2011) e Willems (PAREJO, 2011), que lhe deram atenção especial desde o início do século XX. Educadores mais contemporâneos como Martenot (FIALHO; ARALDI, 2011) e Ward também incentivam particularmente a educação vocal da criança. Jos Wuytack, em seu sistema de ensino, sugere a “utilização da voz e do próprio corpo como principais ferramentas de trabalho” e diz que a criança deve ser “constantemente convidada a criar e improvisar por meio de sua voz, do seu corpo e dos instrumentos” (PALHEIROS; BOURSCHEIDT, 2011, p. 308-309). Para Meyer-Denkmann, “a voz é o mais elementar e o mais importante instrumento, pois possui uma gama de possibilidades de exploração” (SOUZA, 2011, p. 234). Tais educadores sugeriram o uso da voz como possibilidade

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no desenvolvimento musical infantil. No Brasil, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) da Educação Infantil (BRASIL, 1998) estimulam o uso da voz com o objetivo nítido na musicalização infantil.

A presença do canto no ambiente escolar tem sido apontada em vários trabalhos da área de educação musical como uma das principais atividades das aulas, conforme o levantamento realizado nas Revistas da ABEM por Mateiro, Vechi e Egg (2014) e na produção acadêmica (MATEIRO, EGG, VECHI, 2013). A utilização da voz cantada no aprendizado musical durante a infância é importante porque, segundo Brito (2010), “cantando coletivamente, aprendemos a ouvir a nós mesmos, ao outro e ao grupo como um todo” (p. 93). Diversos aspectos musicais relevantes podem ser desenvolvidos através do canto: respiração, afinação, percepção auditiva, percepção rítmica, expressão corporal, entre outros. Na Educação Infantil, um olhar atencioso ao desenvolvimento da voz torna-se necessário, pois é um trabalho delicado que envolve a intervenção do professor. Isso levou à questão da pesquisa: como o professor desenvolve as atividades cantadas na Educação Infantil e como reflete sobre sua formação? A escolha por esse campo de estudo veio da conciliação entre minha formação em Licenciatura em Música e Bacharel em Canto, o tempo exercido em sala de aula como professora de música, e, o interesse em ver outro professor abordar as práticas vocais direcionadas com as atividades cantadas num contexto escolar.

Metodologia

A pesquisa teve cunho qualitativo, realizada com uma abordagem de tipo etnográfico: observação participante e entrevistas. As técnicas adotadas para a coleta dos dados incluíram entrevistas com o professor e a coordenadora do projeto, e observações das aulas com registros em diário de campo e filmagens. A organização e a análise dos dados foram efetuadas conforme os procedimentos apresentados e, ainda, uma reflexão e uma discussão do material recolhido com base nos autores selecionados.

As observações aconteceram num Centro Educacional Infantil que atende 15 turmas no período vespertino e matutino. Frequentei o CEI durante um semestre, observando

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semanalmente as aulas de música em diversas turmas com crianças na idade de 2 a 5 anos. A turma selecionada para registro das aulas em vídeo foi do Pré II A, com 17 alunos de 4 e 5 anos (12 meninos e 5 meninas). Foram 12 aulas observadas que após serem transcritas, foram enviadas aos participantes para conferência.

Antes de entrar no CEI, enviei todos os documentos exigidos pelo comitê de ética a todos envolvidos na pesquisa, que concordaram e assinaram os mesmos. Ao término do trabalho retornei apresentando o resultado final aos participantes.

O professor: sua história, contextos de formação e atuação

O professor entrevistado para a pesquisa relatou suas vivências, práticas musicais e formação acadêmica em sua caminhada pessoal e profissional. Iniciou o seu aprendizado ao órgão eletrônico aos sete anos de idade. As memórias musicais da infância também estiveram relacionadas ao período em que frequentava a comunidade Luterana. Contou que sempre gostou de cantar e que cedo o convidaram para o coral da instituição religiosa, onde atuou por vários anos. Seu aprendizado ao violão foi autodidata, no tempo que ainda estava no colégio. Mais tarde, ingressou numa banda de rock, da qual participou como tecladista e vocalista por sete anos.

Suas primeiras experiências como professor foram ministrando aulas particulares de violão, de teclado e canto. Trabalhou numa creche particular com aulas de música, e nesse tempo teve seus primeiros contatos com crianças pequenas. Enquanto cursava a Licenciatura em Música, assumiu turmas num dos Centros de Educação Infantil do município, participando do Projeto de Musicalização coordenado pela Secretaria Municipal de Educação. O professor trabalhou no projeto por cinco anos consecutivos, mas se afastou por três anos para trabalhar em outras áreas de sua formação. Após esse tempo concluiu a Licenciatura em Música e decidiu retomar as aulas no projeto.

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Somando-se o tempo no coral da universidade, no coro da comunidade religiosa quando criança, e na banda de rock, fica evidente o cantar como uma das principais atividades presentes em sua vivência musical. Durante sua graduação, o participante destacou três professores que foram seus modelos no ensino do canto: o regente do coral da universidade, que também era o professor da disciplina de Canto Coral, a professora de Metodologia do Ensino de Música e a professora da disciplina de Educação Vocal.

Acerca da formação docente consultei os trabalhos de Specht (2007) e Carnassale (1995), que declaram a necessidade de uma formação pedagógico vocal para os professores ao trabalharem com a voz infantil e a importância de refletirem sobre as questões técnicas e cuidados com a voz. O tipo de preparação vocal que o professor necessita para lidar com os aprendizes nas aulas de música, principalmente na educação infantil, difere em vários aspectos do trabalho com coro infantil. No coral infantil, o objetivo é centrado no aprendizado, aperfeiçoamento e treino da voz, aprofundando questões como a afinação, respiração, vocalizes, repertório com vários graus de complexidade, performance e apresentações culturais. As aulas de música na escola regular geralmente não contemplam todos esses objetivos, e têm outros propósitos e conteúdos a serem desenvolvidos – torna-se necessário compreender e refletir sobre o ensino da voz cantada durante as aulas. Segundo o depoimento do professor da pesquisa, na graduação em Licenciatura em Música não foram ofertadas disciplinas que tratassem especificamente da Educação Infantil e a maioria delas estava voltada para lidar com alunos mais velhos ou com alunos que têm aulas de instrumento e participam de coral.

O professor em ação

As atividades cantadas foram utilizadas com frequência: o próprio professor afirmou utilizar o canto em 80% a 90% das aulas. As canções estiveram presentes em diferentes momentos, com objetivos distintos. O professor utilizou canções para iniciar, para ensinar conteúdos musicais e para finalizar a aula.

O repertório pode ser considerado a viga mestra das aulas de musicalização na educação infantil. Geralmente os conteúdos e atividades desenvolvidas giram em torno das

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canções. A canção é um gênero musical rico que une música e poesia, ressalta Brito (2010). Algumas particularidades, devem ser consideradas durante a escolha do repertório, favorecendo a adequação da melodia, do ritmo, da letra, da tonalidade, da extensão vocal e tessitura durante o aprendizado das canções. Além disso, um repertório bem selecionado deve privilegiar cada faixa etária, o que possibilitará benefícios ao desenvolvimento da voz infantil. Ao cantar, as crianças imitam o que ouvem, desenvolvendo sua expressão musical.

Além de conhecer e adquirir um repertório abrangente, cantando pode-se estimular a percepção e a consciência musical e, ao mesmo tempo, a criatividade, a capacidade de transformar, inventar, improvisar e organizar, conforme explica Brito (2010, p. 116). Cantar mecanicamente, em todo tempo e a toda hora não significa fazer música, nem desenvolve processos na área do conhecimento, mas cantando com orientação e estímulos, pode-se desenvolver o aparelho fonador, a expressão musical, a escuta, a criação e a interpretação.

O processo de imitação foi evidente durante as aulas: as crianças imitavam as ações do professor, tanto nas coreografias apresentadas a elas quanto no aprendizado das canções. Heloísa Valente confirma em seu estudo o que observei nas aulas:

Aprendemos a cantar imitando. Ouvindo e vendo: o ato de cantar, atividade espontânea e natural, é, longe do que possa aparentar à primeira vista, bastante complexo. Envolve uma percepção e coordenação simultânea de postura, gesto, respiração, escuta e emissão. (VALENTE, 1999, p. 126).

Na sala de aula, é necessário que o professor tenha a clara compreensão da função da voz, para saber usá-la de modo que não traga problemas vocais para as crianças. A orientação e os estímulos ao canto, à escuta e à interpretação devem ser assistidos por um professor ou outra pessoa que tenha conhecimentos e habilidades para tal atividade, afirma Giga (2004). Por isso, durante o ensino do canto no ambiente escolar “deve-se priorizar a simplicidade, ser direto e natural” (Rodrigues; Fernandes; Nogueira, 2000, p. 40).

Cuidados com a voz durante as atividades cantadas

Cuidar e preparar a voz das crianças antes de cantar é um grande recurso que o professor tem para obter um som melhor e com mais qualidade. É uma oportunidade que

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proporciona às crianças o entendimento de algumas propriedades do som que o próprio corpo pode gerar e sua voz pode produzir, bem como trabalhar a percepção auditiva e musical as quais podem ser cuidadosamente desenvolvidas. Parafraseando Campos (1997), preparação vocal também é música. Segundo Pereira (2009), o corpo é o lugar onde está inserida a voz, sendo assim, a postura corporal deve ser observada com atenção pelo professor. Durante as atividades em que as crianças estão sentadas, deve-se verificar como se acomodam, cuidar das costas para que sentem de maneira confortável, principalmente se estiverem sentados no chão, pois a crianças tendem a se deitar.

A execução e a capacidade respiratória de uma criança não são iguais às de um adulto. Esta diferença fisiológica deve ser respeitada durante a escolha do repertório, ao observar frases não muito longas ou que necessitam ser sustentadas (PEREIRA, 2009). Para esta autora as crianças que têm orientação vocal, seja na sala de aula ou num coral por apenas um ano, já demonstram grandes diferenças: apresentam vantagens na utilização correta da emissão vocal. Uma dessas vantagens é a compreensão e a prática da respiração durante o treino vocal antes e durante o canto. A autora considera que uma respiração correta é determinante para a afinação infantil. Uma outra observação importante é apontada por Campos (1997), quando diz que na fala e no canto usamos a respiração buco nasal, ou seja, a boca e o nariz. A autora indica que o ideal é utilizar a respiração pelo nariz e, nos casos em que for necessário, respirar rápido pela boca. Acrescenta que a respiração só pela boca atrapalha a concentração e o raciocínio, prejudicando a audição das crianças. Valente (1999) ressalta a ideia de que o princípio do canto é a respiração e reforça ser necessário aprender a controlar a entrada e a saída do ar. Afirma que “a voz é o resultado do equilíbrio entre a força do ar que sai dos pulmões e a força muscular da laringe. Se houver desequilíbrio entre esse jogo de forças, a voz estará sujeita a problemas patológicos” (p. 128). Segundo Campos, os “exercícios carregados de ludicidade facilitam o trabalho e conquistam a vontade da criança em relação à atividade” (CAMPOS, 1997, p. 46). Bons hábitos respiratórios precisam ser desenvolvidos para que as crianças alcancem qualidade sonora durante o canto.

O professor participante, realizou um trabalho vocal num ambiente descontraído e motivador. Ele ressaltou na entrevista que muito do que aprendeu cantando no coral durante os

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anos de formação universitária utilizou com as turmas da Educação Infantil, adaptando com caraterísticas lúdicas. No início da aula o professor dizia: “O que a gente tem que fazer antes de cantar”? Outras vezes perguntava: “O que a gente faz para cuidar da nossa voz”? Algumas crianças apressadamente respondiam: “Cuidar da nossa voz”. Ao utilizar a imagem de comer chocolate ou uma fruta, os alunos eram incentivados a exagerar na mastigação e no movimento das bochechas com um sonoro “Huumm”. Reproduziam sons ascendentes ou descendentes, graves ou agudos, longos ou curtos e som contínuo. Pereira (2009) declara que esse movimentar enquanto se mastiga favorece a flexibilização da articulação da mandíbula. As consoantes “Zzzz…” representaram o som da abelha, ao reproduzirem sons ascendentes, descendentes, circular, longo e curto. Conforme ressalta Pereira (2009), o exercício utilizando a consoante fricativa Z tem por objetivo ajustar a pressão subglótica na abertura das pregas vocais eliminando o ar do som produzido.

As consoantes “Brrrrr…” foram utilizadas na representação do som quando o professor simulava que estava passeando de carro com as crianças. Assim ia reproduzindo glissandos, sons ascendentes e descendentes, graves, agudos, longos, curtos e som contínuo. Pereira (2009) indica que a vibração de lábios ou língua com consoantes é um bom exercício para se iniciar um aquecimento vocal, por não estar associado a nenhuma vogal específica. Quase sempre, no penúltimo aquecimento vocal, o professor utilizava estalos de língua para imitar o galopar do cavalo. As crianças reproduziam com sons curtos e rápidos. O exercício vocal notadamente preferido da turma era imitar o barulho da pipoca estourando, com os lábios comprimidos começando lento com sons curtos e suaves, e aceleravam até ficar forte e rápido. Os exercícios com estalos de língua têm o objetivo de trabalhar a musculatura envolvida nesses movimentos, ou seja, língua e lábios, conscientizando a criança de que existe o mecanismo leve e pesado para produção do som (PEREIRA, 2010).

Na fase em que as crianças se encontram na educação infantil, o “ideal é oferecer exercícios vocais, relaxamentos corporais e canções, como grandes brincadeiras. Brincar e improvisar com a voz, explorar timbres diferentes” (RODRIGUES; FERNANDES; NOGUEIRA, 2000, p. 41). Essas atividades, além de promover prazer para os pequenos, permitem que eles percebam que as possibilidades dos sons vocais são ilimitadas.

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O desenvolvimento musical infantil acontece gradualmente, e as crianças de 3 a 4 anos apresentam nessa época uma entonação incerta entre a fala e o canto (TAFFURI, 2003). Pude notar que o aprendizado das canções pelas crianças foi assimilado por meio da imitação. Elas demonstraram facilidade com o pulso e o ritmo. Pesquisas dos últimos vinte anos apontadas por Sloboda (2008) afirmam que o ritmo é um princípio organizador tão importante quanto a tonalidade, e que esses dois sistemas atuam mutuamente. Quanto à questão da afinação, Brito (2010) reforça que alguns detalhes devem ser cuidadosamente observados pelo professor de música durante a escolha do repertório: a tonalidade, a extensão e a escuta durante o aprendizado. Sobreira (2002) também adverte quanto a esse assunto. Uma criança muito tímida pode não conseguir cantar afinado, por apresentar vergonha diante dos amigos. Nesse caso, cabe ao professor encorajar a criança demonstrando-lhe confiança. Outro fator apontado por Sobreira é a extensão vocal, que pode contribuir muito para a criança cantar de modo afinado. O uso inadequado da extensão trará prejuízo ao aprendizado. A indicação feita pela autora é escolher canções que estejam situadas entre o Dó3 e o Lá3. Isto é, a canção pode ter algumas notas mais agudas ou mais graves, mas se a grande maioria das notas da melodia estiver nessa região, as crianças terão mais chances de afinar em grupo. A autora ainda alerta que abaixo da nota Dó3 as crianças produzem pouca sonoridade, e que o Ré 4 já é considerada uma nota proibida para elas – além do limite agudo. Ela aconselha evitar canções que insistem em regiões nesses extremos.

Conforme esclarece Pereira (2009), a extensão vocal “compreende todas as frequências de que essa voz é capaz, sendo a tessitura a região confortável” (p. 37). Portanto, é à tessitura que se deve dar maior atenção durante a escolha das canções. A tessitura determina o que é próprio para cada faixa etária. Com o amadurecimento vocal e com o crescimento da laringe infantil a extensão vocal tende a aumentar tanto para o grave como para o agudo, principalmente se a voz receber treinos como por exemplo ao cantar num coral.

Importante o professor considerar que, ao falar e cantar com as crianças e para as crianças, ele atua como modelo e responsável pelo desenvolvimento vocal. Assim, ele deve apresentar bons hábitos, como não gritar e não forçar a voz. Além disso, é aconselhável

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procurar se informar sobre a voz infantil e sobre o canto na faixa etária que trabalha, estar inteirado sobre as atuais pesquisas que envolvam essa temática.

Conclusões

O professor participante, demonstrou clara percepção do valor e da função das atividades cantadas na educação musical das crianças. Essa característica foi importante de ser notada, pois o uso de canções sem objetivos musicais é um fenômeno muito comum em situações presenciadas em ambientes escolares, não só na Educação Infantil. Dentre outros resultados, observei que as experiências musicais do professor foram percebidas em suas práticas. Como ele mesmo afirmou, muitos dos conteúdos técnicos que aplicou à voz e desenvolveu com as crianças não foram aprendidos numa disciplina específica sobre voz infantil durante o curso de Licenciatura em Música. Seu aprendizado, em grande parte, se deu cantando desde criança no coral da instituição religiosa que participou e, depois, cantando no coral da universidade. Essas experiências foram de extrema importância para o seu desenvolvimento quanto às habilidades vocais e afinidades com o canto.

A proposta do ensino de canto para a educação infantil é um desafio para qualquer professor. Penso que o canto é um recurso transformador, capaz de agregar o aprendizado técnico e os diversos elementos musicais. Portanto, a formação do professor, a compreensão e o discernimento beneficiados com o canto e a música estão profundamente relacionados ao processo de ensino e aprendizagem. Uma das estratégias para revelar a expressividade das crianças acontece pelo estímulo musical, ao vivenciar e experimentar, encorajando a criatividade e a escuta atenta – principalmente através do canto. Reconheço o quão é importante, para a aprendizagem da criança, o incentivo à investigação e ao conhecimento do próprio corpo. O canto é parte dessa caminhada prazerosa e extraordinária no aprendizado da música.

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Referências

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