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Relato de caso soropositivo

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Academic year: 2021

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Relato de caso

LNS, 34 anos, masculino, natural de Cruz das Almas, BA, casado e soropositivo. Foi encaminhado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, por causa do desconforto respiratório progressivo nas últimas duas semanas, diarréia crônica e perda de consciência devido à desidratação e desequilíbrio eletrolítico. A

contagem de células T CD4 + foi de 7 células / µL, e a carga viral foi de 200.000 cópias de RNA viral / mL de plasma. A biópsia de íleo mostrou infecção por citomegalovírus, tratada com sucesso com Biovir e Efavirenz, duas vezes ao dia por seis dias, enquanto a contagem de células T CD4 + foi de 90 células / µl. Ele recebeu alta do hospital e retornou um ano depois com diarréia crônica e perda de peso. Oito análises de parasitas em amostras de fezes foram realizadas por sedimentação e concentração de flotação, todas com resultados negativos.

A biópsia do íleo foi realizada com detecção de microsporídios. O tratamento com 400 mg de albendazol (um frasco a cada dois dias durante seis semanas) não demonstrou melhora. A contagem de células T CD4 + foi de 65 células / µl.

Um mês depois, amostras de fezes foram processadas por métodos de concentração para a identificação de helmintos e protozoários e corados por Gram - cromótropo. O parasita foi detectado por microscopia de luz em 10 amostras de fezes

coradas com Gram - chromotropo . Esporos de 1 a 1,5 µm, corados em violeta ao vinho, com uma linha distinta diagonal ou equatorial que representa o tubo polar foram encontrados. O paciente foi tratado com sucesso com 400 mg de

albendazol, associado a 1 g de ciprofloxacina e vancomicina, duas vezes ao dia por seis dias, recebendo alta hospitalar. A contagem de células T CD4 + foi de 123 células / µl.

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Microsporidíase

Lívia Oliveira Rosa - 1801013

Isabella Teixeira - 1801012

Gustavo Medeiros - 1801015

Lucas L. de Mattos - 1801030

Thamires Clair R. P. da Silva - 1801025

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Agente etiológico

● A doença é causada por fungos unicelulares que conseguem sobreviver no meio intracelular e no

ambiente. São parasitas intracelulares

● O estágio infeccioso é o esporo e em todas as espécies que infectam mamíferos ele são pequenos

de forma oval ou piriforme.

● Morfologia:

Os microsporídios são eucariotos primitivos com núcleos bem definidos e membrana plasmática. Todos têm um tubo polar, um túbulo ou um filamento em espiral, um vacúolo posterior (pensado para funcionar como golgi) e um exósporo protetor feito de proteínas e quitina.

A quitina é responsável pela alta resistência ambiental dos esporos.

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● Eles não possuem mitocôndria

● Sua classificação feita a partir da morfologia e tamanho nos diferentes estágios do ciclo de vida, na configuração nuclear e no número de espirais do túbulo polar

● As principais espécies com registro de infecção humana são: Enterocytozoon bieneusi

(intestino delgado, bexiga, fígado e pulmão),

Encephalitozoon intestinalis (disseminado), Encephalitozoon hellem (disseminado), Nosema connori (disseminado), Nosema ocularum (cómea), Pleistophora sp.

(músculo-esquelético), Trachipleistophora hominis (músculo esquelético e tecido nasal), Vittaforma cornea (córnea).

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Hospedeiros

● Os hospedeiros são animais vertebrados ou invertebrados

○ ex.: humanos, ratos, camarões, peixes, insetos

● Os hospedeiros mais comuns são artrópodes.

○ A taxa de mortalidade em algumas espécies de abelhas pode chegar a 94% podendo matar

uma população infectada em 8 dias.

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Epidemiologia

● Os microsporídios são extremamente difundidos, assim, infectam quase todos os organismos vivos da Terra. ● São oportunistas, isto é, afetam principalmente imunossuprimidos, especialmente aqueles com a redução de células TCD4.

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Ciclo de vida

● Varia de acordo com a espécie

● Contêm três fases:

1) Infectiva: nos mamíferos

geralmente ocorre a infecção pela ingestão ou inalação dos esporos. No hospedeiro, o esporo projeta o filamento polar que penetra na membrana da célula e inocula o

esporoplasma diretamente no

citoplasma

2) Proliferativa vegetativa: o

esporoplasma se desenvolve em

merontes inicia a multiplicação

intracelular que pode ocorrer no interior de vacúolo parasitário ou no citoplasma da célula.

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Ciclo de vida

● 3) Esporogônica: Os merontes se tornam esporontes,

que se dividem e se desenvolvem em esporoblastos, os

quais maturam formando os esporos no interior das

células infectadas. As células se rompem, liberando os

esporos e estágios imaturos que infectam as células

adjacentes ou são eliminados juntamente com a urina ou

fezes. A resposta inflamatória é desencadeada com esse

rompimento.

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Modo de transmissão

● A forma de transmissão mais comum envolve: inalação, ingestão ou

contração de esporos (como por exemplo oculares ou sexualmente

transmissíveis).

● Esporos também podem ser transmitidos através da ingestão de água ou

alimentos contaminados

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Aspectos clínicos

● As manifestações dependem da espécie do agente etiológico causador de

microsporídiase e de seu local de infecção.

● Sinais intra-intestinais: diarreia crônica, náusea, má absorção e perda de peso

significativa.

● Sinais extra-intestinais: ceratoconjuntivite, infecção no trato respiratório, hepatite,

peritonite, sinusite, nefrite, prostatite e encefalite.

● Indivíduos sadios podem ser infectados, porém a doença geralmente é assintomática.

● Quando a infecção se dá no trato respiratório, o quadro pode evoluir para uma

traqueobronquite necrotizante.

● Infecção ocular causando ceratoconjuntivite tem sido descrito em pacientes

imunocompetentes não usuários de lentes de contato

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Diagnóstico

● Depende da demonstração morfológica do parasita por

microscopia óptica (MO) ou eletrônica (ME). O MO utiliza o

corante Gram-Chromotrope 2R.

● Pode-se utilizar amostras fecais recém-coletadas ou fixadas

em formalina. Essa investigação, entretanto, não permite a

diferenciação em nível de espécie.

● A ME e a PCR podem ser utilizadas para identificar espécies,

mas são técnicas dispendiosas e demoradas.

● Biópsia de tecido afetado ou amostras de urinas, fezes e

muco - imagem

● Testes sorológicos não têm sido utilizados pela dificuldade de

produzir antígenos e por apresentarem baixa especificidade e

sensibilidade

Acessado em

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42301997000300014 em 25/02/2019.

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Tratamento

● Ainda não existe uma droga específica para esse tipo de parasita, já que a

droga e sua forma de administração varia conforme a espécie e o tecido

atingido.

● Para as opções terapêuticas temos principalmente duas drogas para

tratamentos em humanos e animais:

albendazol: inibe a polimerização em microtúbulos

fumagillina: redução dos achados clínicos com recorrência dos sintomas

após a interrupção do tratamento

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Profilaxia

● A melhoria da regulação das fontes de água, bem como o

monitoramento dos excrementos no solo e na água, são

importantes para diminuir a transmissão de doenças transmitidas

pela água.

● O procedimento rigoroso de regulação e melhoria de higiene na

produção ou indústria de cadeia alimentar, incluindo criação,

processamento, armazenamento e embalagem para controlar a

contaminação de alimentos e disseminação de patógenos, é

crucial.

● Melhora da higiene pessoal da população

● Lavar bem os alimentos e consumir apenas água filtrada ou

fervida

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Aspectos relevantes

● O primeiro relato de caso foi em 1959 no Japão. Depois disso apenas dez casos não associados ao

HIV foram descritos.

● Atualmente, pelo menos 14 espécies em 8 gêneros são conhecidas por infectar seres humanos

● No Brasil foram relatados, até hoje, 48 casos de microsporidiose, sendo a grande maioria de microsporidiose intestinal e no estado do RJ. Todos os afetados eram portadores de HIV.

Os microsporídios são patógenos bem adaptados e importantes parasitas agrícolas que infectam

abelhas, bichos da seda e outros insetos.

O filo Microspora, do qual pertencem os microsporídeos, era considerado do reino Protista, mas estudos recentes mostram que filo se assemelha mais reino Fungi.

● A disseminação da AIDS em todo o mundo aumenta a necessidade de entender e gerenciar os

microsporídios para o futuro próximo. À medida que mais pesquisas são feitas sobre essa classe de organismos, descobrimos que sua prevalência aumenta em pacientes humanos. Esta é de fato uma doença infecciosa emergente.

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Perguntas

● Por que no caso relatado é importante considerar microsporidíase?

○ Pelo fato do paciente ser HIV+ os sintomas dessas e outras doenças são mais graves, sendo

assim, é importante considerar diversos casos de infecções por protozoários como

microsporidiase e criptosporidiase. Assim, essas parasitoses podem ser tratadas antes que sejam agravadas

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perguntas

Por que essa é uma doença de difícil detecção?

○ O organismo precisa ser visualizado usando técnicas especiais que envolvem instalações

laboratoriais especiais e pessoal treinado para caracterizar a infecção. A detecção de

Microsporidia baseia-se no exame de fezes por observação microscópica. Os microsporídios

podem ser corados com coloração de Gram, corante de carbol-fucsina e com colorações de prata.

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perguntas

● Por que não fizeram ELISA ou outros testes sorológicos no relato de

caso? Outros exames seriam indicados?

○ A grande maioria dos casos de microsporidiose ocorre em pessoas HIV+. Sendo assim,

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Referências

● FOCACCIA, Roberto; VERONESI, Ricardo - Tratado de Infectologia - Volume 2 – 5ª edição, Editora

Atheneu, São Paulo, 2015.

● Gonçalves, E. M. N., Uemura, I. H., Orban, M., Castilho, V. L. P., Corbett, C. E. P. Microsporidíase em Hospital Universitário no Brasil. Relato de caso. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo vol.48 no.6 São Paulo Nov./Dec. 2006

● P. Brasil, D. Bonfim de Lima, H. Moura. Microsporidiose humana na síndrome de imunodeficiência

adquirida.Rev. Assoc. Med. Bras. vol.43 n.3 São Paulo Julho/Setembro. 1997

● Microsporidiose. msdmanuals; [acesso em 19 fev 2019]. Disponivel em:

https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-intestinais/microsporidiose

● Parasites and Pestilence: Infectious Public Health Challenges. Web.stenford; [acesso em 19 fev 2019]. Disponivel em:

https://web.stanford.edu/group/parasites/ParaSites2006/Microsporidiosis/microsporidia1.html

● microsporidium. ncbi; [acesso em 19 fev 2019]. Disponivel em:

Referências

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