RELATÓRIO FINAL
E
STÁGIO
P
ROFISSIONALIZANTE
SAULO MIGUEL ESTEVES SARAIVA | Nº 2009309 | ANO LECTIVO 2014/2015
Í
NDICE
Introdução ... 1
Estágio Clínico Profissionalizante
Cirurgia ... 2
Medicina ... 2
Saúde Mental ... 3
Medicina Geral e Familiar ... 4
Pediatria ... 4
Ginecologia e Obstetrícia ... 5
Estágio Opcional
–
Cirurgia Plástica e Reconstrutiva ... 5
Actividades Extracurriculares... 6
Reflexão Crítica ... 7
I
NTRODUÇÃOO Mestrado Integrado em Medicina (MIM) tem por objectivo a formação de jovens médicos,
conferindo-lhes uma formação clínica vasta e sólida, que os habilite a exercer com excelência a
sua profissão. O Estágio Profissionalizante (EP) é parte fundamental desta formação, sendo
realizado no 6º Ano do MIM pela NMS|FCM. Decorreu entre 15 de Setembro de 2014 e 22 de Maio
de 2015, sendo complementado pelo Estágio Opcional (EO) que se realizou entre os dias 25 de
Maio e 05 de Junho de 2015.
São vários os objectivos traçados à partida para este derradeiro ano cujo destaque considero
pertinente: a consolidação dos conhecimentos teóricos previamente adquiridos assim como a
aquisição de novas competências específicas às demais especialidades; o desenvolvimento da
capacidade de comunicação; o aprimoramento das capacidades de raciocínio e decisão clínica e
terapêutica e a capacidade de integração em equipas de trabalho.
Serve o presente relatório para reunir de forma concisa e prática todos os elementos considerados
representativos do Estágio Profissionalizante (EP) com vista à sua avaliação final. O relatório
encontra-se estruturado em cinco partes: Introdução, onde apresento os objectivos da elaboração
deste relatório; seguida da descrição sumária das actividades realizadas no âmbito dos diferentes
estágios parcelares no Estágio Clínico Profissionalizante; a enumeração das Actividades
Extracurriculares realizadas durante o ano lectivo; a Reflexão Crítica referente ao respectivo EP
E
STÁGIOC
LÍNICOP
ROFISSIONALIZANTECIRURGIA
O estágio parcelar de Cirurgia, regido pelo Prof. Doutor Rui Maio, decorreu de 15 de Setembro a 7
de Novembro de 2014, num total de 8 semanas, e teve lugar no Serviço de Cirurgia Geral do
Hospital das Forças Armadas (HFAR), sob a tutela do Dr. Pedro Campos e Dr. Bruno Ferreira. Este
estágio teve como objectivos o reconhecimento das principais patologias cirúrgicas, a sua clínica e
orientação terapêutica, bem como a aquisição de competências básicas cirúrgicas através da
observação e participação em procedimentos cirúrgicos.
Durante o estágio pude passar pelo internamento, bloco operatório, consultas externas, pequena
cirurgia, reuniões de serviço, de decisão terapêutica e sessões clínicas, assim como pelos serviços
de urgência (SU) do HFAR, Hospital de São Francisco Xavier e HPP Cascais. Destaco as várias
oportunidades que nos foram dadas de poder participar enquanto 2º e 1º ajudantes nos mais
diversos procedimentos cirúrgicos.
No final do estágio apresentei no congresso realizado no Hospital de Loures a comunicação oral
intitulada ‘Incidentaloma supra-renal de 10cm: o tamanho importa?’ sob a forma de case report,
realizado conjuntamente com as colegas Sarah do Amaral e Vitória Pires.
MEDICINA
O estágio parcelar de Medicina, regido pelo Prof. Doutor Fernando Nolasco, decorreu de 10 de
Novembro de 2014 a 16 de Janeiro de 2015, num total de 8 semanas, e teve também lugar no
HFAR, tendo seguido um esquema de rotação por diferentes serviços com diferentes tutores:
Serviço de Medicina Interna (4 semanas) – Dr. Alípio Araújo; Serviço de Cardiologia (1 semana) –
Dra. Conceição Silveira; Serviço de Pneumologia (1 semana) – Dra. Manuela Tatá; Unidade de
de todo o estágio) – Dra. Ruth Correia. Este estágio teve como objectivos o reconhecimento das
principais patologias médicas com a particularidade de as poder observar também do ponto de vista
de outras especialidades, e também a aquisição de capacidades de reconhecimento de situações
urgentes e emergentes, bem como a correcta actuação perante as mesmas em contexto de serviço
de urgência.
Na enfermaria de Medicina foi-me atribuída uma ala, onde pude seguir diariamente e de forma
tutorada os doentes ali internados. Acompanhei e participei também em actividades de prestação
de cuidados de enfermagem assim como na articulação da equipa de Medicina Interna com outras
especialidades médicas e cirúrgicas. Da mesma forma, o estágio no SU permitiu que pudesse
adquirir um certo grau confiança, ao ser-nos atribuída a tarefa de observar em balcão, doentes
triados com pulseiras verdes e amarelas, de forma parcialmente autónoma.
Este estágio foi concluído com a apresentação de um case report intitulado ‘Um Caso Clínico de
Perda Ponderal’ sobre um doente com tirotoxicose de tipo II induzida por amiodarona, realizado
conjuntamente com as colegas Sarah do Amaral e Vitória Pires.
SAÚDE MENTAL
O estágio parcelar de Saúde Mental, regido pelo Prof. Doutor Miguel Xavier, decorreu de 26 de
Janeiro a 20 de Fevereiro de 2015, num total de 4 semanas, e teve lugar no Hospital de Dia do
Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, sob a tutela do Dr. Rui Durval. Os objectivos do estágio
prendem-se com o desenvolvimento das capacidades de diagnóstico diferencial das principais
psicopatologias e sua actuação terapêutica, assim como o desenvolvimento de algumas técnicas
particulares, como a entrevista clínica.
Durante o estágio tive não só a oportunidade de acompanhar o meu tutor nas suas actividades
pude estagiar no Serviço de Estabilização e Triagem de Agudos (SETA) onde assisti a diversas
triagens e reuniões de decisão terapêutica relativas a doentes agudos.
MEDICINA GERAL E FAMILIAR
O estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar, regido pela Prof. Doutora Isabel Santos, decorreu
de 23 de Fevereiro a 20 de Março de 2015, num total de 4 semanas, e teve lugar na Unidade de
Saúde Familiar da Venda Nova, sob a tutela da Dra. Teresa Alves. Este estágio teve como
objectivos proporcionar um contacto com a realidade dos cuidados de saúde primários e o seu
vasto campo de acção, compreender os padrões de doença mais frequentes neste contexto, e
também permitir ao aluno ganhar autonomia e confiança na abordagem ao doente em contexto de
consulta.
Graças à disponibilidade da tutora, foi-me dada a liberdade de poder rodar pelas várias estações
de trabalho existentes e as diferentes tipologias de consultas – de Seguimento (DM, HTA,
dislipidémias), Saúde Materna, Planeamento Familiar, Saúde Infantil e Consultas de Doença Aguda
– e realizar alguns procedimentos práticos assim como efectuar algumas consultas acompanhado.
No final do estágio, foi discutido o Diário do Exercício Orientado com um júri seleccionado, onde
foram abordados vários temas relacionados com a minha experiência ao longo deste estágio.
PEDIATRIA
O estágio parcelar de Pediatria, regido pelo Prof. Doutor Luís Varandas, decorreu de 23 de Março
a 24 de Abril de 2015, num total de 4 semanas, e teve lugar na Unidade de Infecciologia Pediátrica
do Hospital Dona Estefânia, sob a tutela da Dra. Flora Candeias. Teve como objectivos permitir um
contacto com a patologia pediátrica mais frequente tanto em contexto de internamento como em
Fui rapidamente integrado nas rotinas da equipa que me acolheu, tendo cumprido um papel activo
no desempenho das tarefas clínicas diárias. Frequentei também semanalmente as Consultas de
Imunodeficiências, o SU e também as sessões clínicas organizadas pela Pediatria Médica.
No final do estágio foi organizada uma sessão de apresentação de vários temas pertinentes
decorrentes da nossa passagem pela especialidade, onde apresentei juntamente com as colegas
Sarah do Amaral e Vitória Pires o case report intitulado ‘Um Exantema Súbito Revelador’, onde a
abordagem e investigação de um Exantema Súbito permitiu o diagnóstico incidental de Esclerose
Tuberosa.
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
O estágio parcelar de Ginecologia & Obstetrícia, regido pela Prof. Doutora Teresa Ventura,
decorreu de 27 de Abril a 22 de Maio de 2015, num total de 4 semanas, e teve lugar no Serviço de
Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo, sob a tutela da Dra. Amália Martins. Este
estágio teve como objectivo adquirir competências no reconhecimento e abordagem das patologias
ginecológicas mais comuns, assim como de outras situações obstétricas.
Nas duas semanas dedicadas à Obstetrícia frequentei as consultas e a enfermaria, enquanto nas
restantes semanas passei pelas consultas de ginecologia, senologia e uroginecologia, assisti à
realização de exames ginecológicos e pude participar em diversas cirurgias de patologia da mama.
Paralelamente frequentei uma vez por semana o SU onde se encontrava o Bloco de Partos.
No último dia, apresentei com a colega Vitória Pires uma comunicação oral sob a forma de journal
clubsobre o artigo ‘Breast Cancer Screening: An Evidence-Based Update’ recentemente publicado.
ESTÁGIO OPCIONAL
–
CIRURGIA PLÁSTICA E RECONSTRUTIVADado o meu gosto particular pela área cirúrgica e dada a ausência de contacto prévio com a
estágio decorreu de 25 de Maio a 5 de Junho de 2015, e teve lugar no Serviço de CPR do HSJ,
sob a tutela do Dr. Videira e Castro. Ao longo das duas semanas participei rotativamente nas várias
actividades do serviço, a destacar: Consulta de Obesidade, Consulta de Cirurgia da Mão, Bloco
Operatório, Pequena Cirurgia e Unidade de Queimados. Frequentei também as diversas reuniões
de serviço e sessões clínicas e destaco ainda a oportunidade concedida de poder participar
enquanto 2º e 1º ajudante em diversos procedimentos cirúrgicos.
A
CTIVIDADESE
XTRACURRICULARESAo longo deste ano, assim como o tinha feito regularmente ao longo do curso, procurei
complementar a minha formação com a participação em diversas actividades extracurriculares:
Curso de Técnica Cirúrgica Básica no HFF (09/14); 3º Curso de Abordagem ao Doente Urgente:
Introdução à Abordagem do Trauma no HBA (12/14); I Jornadas de Psiquiatria do CHPL (02/15);
EndoHFAR 2015 (03/15); Curso de Formação Profissional - Cirurgia Vaginal no HBA (05/15) e 7as
Jornadas de Pediatria do Hospital da Luz (05/15).
Considero também relevante enumerar algumas outras actividades que realizei ao longo do curso:
Vogal Suplente na AEFCML no mandato de 2009/2010; Vogal na AEFCML no mandato de
2010/2011; Estágio CEMEF’s em Cirurgia Geral no IPO Lisboa em Agosto 2013; Professional
Exchange IFMSA em Cirurgia Geral no AKH Wien em Viena, Áustria, em Agosto de 2014.
Destaco por fim, a minha participação semanal voluntária na equipa de Cirurgia Geral do SU do
R
EFLEXÃOC
RÍTICAA existência de um último ano de carácter profissionalizante é fundamental na estrutura do curso.
A realização de diversos estágios em especialidades nucleares permite integrar os conhecimentos
teóricos prévios numa prática clínica tutorada, conferindo já ao aluno algum grau de autonomia e
responsabilidade. De uma forma geral, a maioria dos estágios parcelares fez por cumprir esta
premissa, tendo a componente prática assumido lugar de destaque com um rácio tutor-aluno
sempre equilibrado. Fui bem recebido na grande maioria dos serviços, o que facilitou a minha
integração nas várias equipas de trabalho e me permitiu observar, praticar e expor as minhas
dúvidas.
Quero aqui salientar que os estágios realizados no HFAR (Cirurgia e Medicina) foram sem dúvida
determinantes na minha formação. São várias as variáveis que condicionaram o sucesso de ambos
os estágios, desde logo a ausência de Internos, o que automaticamente nos transferia um papel
mais activo e central nas equipas, logo com maiores responsabilidades, assim como pelo facto de
este ser um hospital pequeno, onde tínhamos um contacto facilitado com as diferentes
especialidades e restantes profissionais. Já o estágio em Saúde Mental, embora não tenha tido
uma vertente prática tão forte, permitiu-me ter contacto com um hospital orientado para a prestação
de cuidados especializados de psiquiatria e saúde mental. A rotação pelos seus diversos serviços
e valências foi a grande mais-valia. Em Medicina Geral e Familiar, acabei por realizar o meu
primeiro estágio propriamente dito num serviço extra-hospitalar cuja organização e dinâmica são
distintas. As consultas que nele realizei de forma tutorada, permitiram-me ganhar confiança nas
minhas competências de julgamento clínico e tomada de decisão, tendo sido fundamental todo o
suporte dado pela tutora e o seu interno. Em Pediatria, tive a oportunidade de voltar a estagiar num
serviço que já conhecia, onde o aluno tem um papel importante e activo nas actividades clínicas.
frequentes que por este serviço passam. Já Ginecologia e Obstetrícia foi de entre todos os estágios,
aquele cujo balanço final não poderá ser tão positivo, dadas terem sido várias as falhas na sua
organização que foram construtiva e oportunamente apontadas. Contudo, considero que os
principais objectivos do estágio não deixaram de ser cumpridos. Por fim, para a minha escolha da
Cirurgia Plástica e Reconstrutiva enquanto estágio opcional, pesou o facto de a ver como um
pertinente complemento formativo para qualquer especialidade cirúrgica. A receptividade do serviço
e a excelente capacidade organizacional proporcionaram um estágio bastante prático e
diversificado, ainda que condensado em apenas duas semanas.
Fugindo um pouco ao âmbito do EP, mas tendo por base os documentos da leitura recomendada,
convém notar de que há dois outcomes formativos que creio pecarem por defeito em termos
curriculares. Em primeiro lugar considero que existe ainda uma grande barreira no que toca ao
acesso à investigação. A parca divulgação e o desconhecimento por parte dos alunos, leva a que
o contacto com a investigação seja apenas residual durante o curso, a despeito da sua importância
basilar e transversal a qualquer Ciência. Outro aspecto menos positivo, que também é destacado
enquanto outcome é a ausência de formação e certificação em Suporte Básico de Vida ao longo
do curso, algo que foi já rectificado com a mais recente reforma curricular, mas que no entanto ficou
sem solução para os que agora terminam o curso.
Por todos os motivos anteriormente referidos, posso concluir que o carácter profissionalizante se
fez cumprir e foi determinante na execução dos objectivos gerais e específicos deste final de ciclo,