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O ruído ambiental na Cidade de Águas Claras -DF : percepção e realidade

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(1)

I

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Stricto Sensu em Planejamento e Gestão Ambiental

O RUÍDO AMBIENTAL NA CIDADE DE ÁGUAS CLARAS

DF

PERCEPÇÃO E REALIDADE

Brasília - DF

2011

(2)

DALMO RODRIGUES DA SILVA

O RUÍDO AMBIENTAL NA CIDADE DE ÁGUAS CLARAS DF PERCEPÇÃO E REALIDADE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Sérgio Luiz Garavelli

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III

Dissertação de autoria de Dalmo Rodrigues da Silva, intitulada “ O RUÍDO AMBIENTAL NA CIDADE DE ÁGUAS CLARAS – DF PERCEPÇÃO E REALIDADE”, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília em 03 de março de 2011, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:

_________________________________________________ Prof. Dr. Sérgio Luiz Garavelli

(Orientador)

_________________________________________________ Prof. Dr.Armando de Mendonça Maroja

Curso de Ciências Naturais – Faculdade UnB Planaltina

__________________________________________________ Prof. Dr.Perseu Fernando dos Santos

Pós-Graduação em Planejamento e Gestão Ambiental - UCB

_________________________________________________ Prof. Dr.Marcelo Gonçalves Resende

Pós-Graduação em Planejamento e Gestão Ambiental - UCB

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À minha esposa Mári, pelo estímulo,

dedicação, companheirismo, incansáveis

incentivos, apoio incondicional; aos meus

filhos Leonardo e Rafael pela compreensão e

motivação permanente e aos meus pais

Pompeu (in memorian) e Antonia pela

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V

AGRADECIMENTOS

A DEUS, pela vida, pela saúde e por ter me disponibilizado esta oportunidade.

Ao Prof.Dr. Sérgio Luiz Garavelli, pela confiança, compreensão, respeito, dedicação, organização, paciência e aprendizado.

Aos professores do PPGPGA pelos ensinamentos e experiências compartilhadas. Ao Prof.Dr. Genebaldo Dias Freire, minha admiração pela compreensão e confiança. Ao Prof.Dr. Armando Mendonça Maroja, pela leitura e avaliação do trabalho.

À profª. Andréia Júlio, pelas contribuições e sugestões oferecidas.

Ao amigo Bruno Araújo Maciel (in memorian), pela grande parceria construída na realização das medições, diagramação de figuras e confecção dos mapas.

Ao amigo Cleber Alves, pela amizade leal, sincera e apoiadora e pelo auxílio no tratamento dos dados.

À Dra.Cristina Yuriko Yamamoto, pela disponibilidade, credibilidade, sugestões e revisões no trabalho.

Ao amigo Edson Benicio, pelo constante incentivo, auxílio na construção das matrizes de correlação e contribuições essenciais na elaboração do trabalho.

Ao amigo Márcio Maciel, pelo estímulo nos momentos difíceis.

Ao Curso de Física e Grupo de Pesquisa sobre Poluição Sonora e Qualidade de Vida da Universidade Católica de Brasília.

Aos alunos dos cursos de Física e Engenharia Ambiental da UCB, Bruno Solano, Claudio Morientes, Joelton, Mário Márcio e Ricardo Rodrigues, pelo auxílio na distribuição dos questionários

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RESUMO

SILVA, D.R. O ruído ambiental na cidade de Águas Claras – DF: Percepção e Realidade. 2011.120 f. Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental, Brasília-DF, 2011.

O ruído ambiental é atualmente considerado um dos males que afligem as populações dos centros urbanos. A saúde humana pode ser bastante afetada por seus efeitos psicológicos e fisiológicos que variam do estresse e perda do sono, a problemas hormonais e cardiorespiratórios. O presente estudo teve como objetivo analisar os níveis de pressão sonora e o incômodo causado à população de Águas Claras-DF. Realizaram-se em 25 locais da cidade, medições dos níveis de pressão sonora e foram aplicados em 286 domicílios selecionados aleatoriamente, questionários para investigação da percepção dos ruídos, seus tipos e o incômodo causado. Detectaram-se em 98% dos locais de medição, níveis de pressão sonora Leq superiores aos estabelecidos pelas normas regulamentadoras. Os níveis Leq apresentaram valores entre50 e 72 dB. Quanto à evolução do ruído, 48% dos respondentes declaram tê-lo percebido aumentar nos últimos 6 meses. As construções/obras foram consideradas por 80% dos respondentes, como a principal fonte de incômodo, sendo classificadas por 72%, como muito a extremamente ruidosas. Nas comparações por gênero, o feminino apresentou-se mais sensível e mais afetado pelos ruídos das construções/obras e do tráfego rodoviário. Com relação ao instrumento adotado para análise do incômodo, sua adaptação mostrou-se adequada, sendo este considerado confiável. Dessa forma, verifica-se que a cidade de Águas Claras, por estar exposta a elevados níveis de pressão sonora, experimenta um processo de degradação da sua qualidade sonora, com significativo potencial de incômodo à sua população. Destacam-se possibilidades de agravamento da situação, pela tendência de aumento do adensamento populacional e intensificação no fluxo de veículos.

(7)

VII

ABSTRACT

Environmental noise is currently considered one of the ills that afflict the populations of urban centers. Human health can be greatly affected by their psychological and physiological effects ranging from stress and loss of sleep, hormonal and cardiorespiratory problems. This study aimed to examine the levels of sound pressure and discomfort caused to the people of Aguas Claras-DF. Measurements of sound pressure levels were held in 25 locations around the city, and questionnaires were applied in 286 randomly selected households, to investigate the perception of noise, their types and noise nuisance caused. Sound pressure levels Leq were detected in 98% of places of measurement, and exceeded those established by regulatory standards. Levels Leq values were between 50.4 and 72.2 dB. The evolution of noise, 48% of respondents claim to have perceived it increase in the last 6 months. The buildings / works were considered for 80% of respondents as the main source of discomfort, with 72% classified as very to extremely noisy. Comparisons by gender, the female was more sensitive and more affected by noise from construction / works and road traffic. With respect to the instrument adopted for analysis of discomfort, their adaptation proved to be adequate, which is considered reliable. Thus, the town of Aguas Claras by being exposed to high sound pressure levels, experiences a process of degradation of sonic quality with potential for significant inconvenience to its population. Highlight the possibilities of escalation, caused by the trend of increasing population density and intensification in the traffic flow.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO ... 12

1.1 Justificativa ... 14

1.2 Objetivos ... 15

1.2.1Geral ... 15

1.2.2 Específicos ... 15

1.3 Hipóteses ... 16

1.4 Limitações ... 16

CAPÍTULO 2 CLASSIFICAÇÃO DO RUÍDO ... 17

CAPÍTULO 3 RUÍDO EM AMBIENTES URBANOS ... 20

3.1 O ruído e a qualidade de vida ... 24

CAPÍTULO 4 TÉCNICAS DE MEDIÇÃO E ESTIMAÇÃO DE RUÍDO ... 26

CAPÍTULO 5 A CIDADE DE ÁGUAS CLARAS ... 28

CAPÍTULO 6 MATERIAIS E MÉTODO ... 37

6.1 Instrumentos ... 37

6.2 Avaliação Qualititativa do Ruído ... 37

6.3 Avaliação Quantitativa do Ruído ... 38

CAPÍTULO 7 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 42

7.1 Avaliação Qualitativa ... 42

7.1.1 Instrumento ... 42

7.2 Avaliação Quantitativa ... 60

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IX

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Rua em “U” (adaptado de O ruído e a cidade, I.A. Portugal, 2004) ... 22

Figura 2 - Rua em “L” (adaptado de O ruído e a cidade, I.A. Portugal, 2004) ... 22

Figura 3 - Localização da cidade de Águas Claras – DF ... 29

Figura 4 - Projeto Original da cidade de Águas Claras ... 31

Figura 4 - Projeto Original da cidade de Águas Claras ... 31

Figura 5 - Imagem da cidade de Águas Claras ... 33

Figura 6 - Hierarquia viária da cidade de Águas Claras ... 35

Figura 7 - Fluxograma da avaliação quantitativa de ruído ... 39

Figura 8 - Descrição percentual do ruído no ambiente de trabalho ... 44

Figura 9 - Comparação percentual por gênero da identificação do ruído no lugar onde mora ... 49

Figura 10 - Evolução percentual do ruído nos últimos 6 meses ... 50

Figura 11 - Comparação percentual por gênero da evolução do ruído nos últimos 6 meses ... 50

Figura 12 - Comparativo percentual por gênero da frequência de percepção em casa dos ruídos de algumas fontes ... 52

Figura 13 - Comparação percentual por gênero do grau de perturbação dos ruídos produzidos pelo tráfego rodoviário e pelas construções e obras... 55

Figura 14 - Incômodo ou aborrecimento pelo ruído no lugar onde mora ... 56

Figura 15 - Percentual de sensibilidade pessoal ao ruído comparado a outras pessoas da família ... 56

Figura 16 - Comparação percentual por gênero da sensibilidade pessoal ao ruído em relação a outras pessoas da familia ... 57

Figura 17 - Espacialização dos pontos de medição e níveis de pressão sonora Leq . 65 Figura 18 - Ponto de Medição nº 13 (Praça Pardal) ... 66

Figura 19 - Níveis L90, Leq, L10 e Lmáx na Praça Pardal ... 66

Figura 20 - Ponto de Medição nº 25 (Parque Ecológico de Águas Claras) ... 68

Figura 21 - Níveis L90, Leq, L10 e Lmáx no Parque Águas Claras ... 68

Figura 22 - Níveis Lmin, L90, Leq, L10 e Lmáx em Águas Claras ... 70

(10)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nível de Critério de Avaliação (NCA) para ambientes externos, em dB(A) ... 40 Tabela 2 - Coeficientes Alfa de Conbrach das seções do questionário ... 43 Tabela 3 - Percentual do grau de importância de fatores para a qualidade de vida.. 45 Tabela 4 - Percentual do grau de satisfação com alguns fatores na cidade ... 46 Tabela 5 - Percepção percentual em relação a alguns aspectos na cidade ... 48 Tabela 6 - Frequência percentual de percepção em casa dos ruídos de algumas fontes ... 51 Tabela 7 - Classificação percentual quanto ao grau de ruído de algumas fontes ... 53 Tabela 8 - Representação percentual do grau de perturbação ou aborrecimento pelo ruído em casa nos últimos 6 meses , segundo as fontes ... 54 Tabela 9 - Representação percentual dos períodos em que entrevistado fica em casa ... 57 Tabela 10 - Percentual de atividades perturbadas na residência por ruído proveniente da fonte ... 58 Tabela 11 - Representação percentual dos efeitos na sua residência dos ruídos das fontes ... 59 Tabela 12 - Parâmetros Lmin, L90, Leq, L10 e Lmáx na cidade de Águas Claras ... 62

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XI

LISTA DE SIGLAS

ABNT –Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANSI –American National Standards Institute CONAMA –Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONTRAN –Conselho Nacional de trânsito

CTB –Código de Trânsito Brasileiro

dB(A) – Decibel

EEA European Environment Association

Eurocontrol –European Organization for the Safety of Air Navigation

Hz Hertz

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IEC International Electrotechnical Commission ISO International Standard Organization

NBR Normas Brasileiras

NCA - Níveis de Critério de Avaliação OMS Organização Mundial da Saúde

RA Região Administrativa

PDAD Pesquisa Distrital de Amostra por Domicílios

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

WHOQOL –World Health Organization Quality Of Life Assessment

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CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

Ao realizar releituras críticas de textos brasileiros sobre som e ruído, Paul (2010) observou que na área de acústica, existem inconsistências consideráveis quanto à definição e uso correto de alguns conceitos básicos. O autor define som, como um fenômeno físico caracterizado pelo movimento ondulatório das moléculas/átomos num meio. Afirma que os sons que provocam no ser humano, sob circunstâncias normais, um fenômeno psico-fisiológico definido como sensação auditiva, denominam-se sons audíveis.

Com respeito à definição de ruído, o mesmo autor menciona que ruído é um som composto por vibrações não-harmônicas, em comparação com o som musical; é entendido muitas vezes, como som indesejável ou desagradável e que este entendimento depende de uma variedade de fatores físicos e não-físicos.

Desde a Roma antiga, observa-se a existência de manifestações contrárias a sons indesejáveis, também se tem registros à época das primeiras normas para disciplinamento de algumas atividades ruidosas, como a proibição do trânsito de carruagens e do funcionamento de oficinas de ferreiros a partir de determinados horários (NAGEM, 2004).

Por serem espaços complexos e dinâmicos, as cidades apresentam uma série de atividades responsáveis pela produção de sons de diferentes naturezas. A partir da década de 1980, estudos realizados por pesquisadores em cidades européias identificaram que essas populações já eram afetadas por sons que lhes causavam desconforto (BORTOLI, 2002).

Em cidades de países em desenvolvimento, nas quais são encontrados altos níveis de pressão sonora, o problema da poluição sonora apresenta dimensões preocupantes. As principais cidades da América Latina são alguns desses exemplos, uma vez que possuem no tráfego de veículos automotores a maior parcela de contribuição ao ruído ambiental.

Estudando as paisagens sonoras das cidades, Schaffer (1991) observa que em níveis suficientemente elevados, os ruídos podem causar efeitos fisiológicos, psicológicos e mecânicos.

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níveis de pressão sonora excedendo 55 dB (A) no período diurno, e 20% exposta a níveis superiores a 65 dB (A). Considerando todas as fontes de ruído de transporte, estima-se que mais da metade da população viva em zonas nas quais o conforto acústico não é assegurado em suas residências. Durante o período noturno, mais de 30% da população é exposta a níveis superiores a 55 dB (A), provocando distúrbios no sono, portanto, o ruído ambiental é classificado como um dos problemas ambientais mais sérios a ser enfrentado (WHO, 1999). Especialmente, desde o congresso mundial sobre poluição sonora em 1989, na Suécia, o ruído passou a ser considerado uma questão de saúde pública.

Segundo Gerges (2000), o ruído é o maior problema na vida moderna, especialmente nas cidades, causado por estabelecimentos tais como (bares, boates, restaurantes, vizinhanças, aparelhos eletrodomésticos, tráfego de veículos automotores). Este ruído tem efeito deletério na saúde da comunidade incluindo perda auditiva, desconforto acústico, interferência na comunicação, distúrbios no sono, fadiga e incômodo. Tais efeitos podem causar problemas sociais, como baixa produtividade, baixa habilidade de aprendizagem, ausência no trabalho e escola, aumento do uso de drogas e acidentes. Além destes efeitos na saúde e sociais, existem outros relacionados com a desvalorização de imóveis localizados em áreas insalubres do ponto de vista do conforto acústico.

Souza (2004) avalia que a poluição sonora no Brasil tem aumentado nas grandes cidades, pela implantação de instalações ruidosas e crescimento do tráfego rodoviário. Observa que conhecidos por parte da população, os níveis de pressão sonora os quais está sendo submetida, bem como a sua resposta ao incômodo causado, é possível avaliar se a emissão sonora e a consequente exposição estão realmente evoluindo.

Ao estudar o ruído ambiental e os efeitos do ruído aeronáutico no entorno do Aeroporto Internacional de Brasília, Carvalho Jr. (2008) declara que a poluição sonora é grave em países em desenvolvimento, sendo causada principalmente pelo ruído de tráfego. Observa ainda que no Distrito Federal, apesar da reduzida disponibilidade de dados sobre a exposição sonora da população, levantamentos realizados nas regiões administrativas, indicam que essa, é exposta a níveis de pressão sonora elevados, o que acontece também em muitas cidades do Brasil.

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uma das principais causas da degradação da saúde do ser humano, mas por ser uma forma de poluição inodora e incolor não recebe da sociedade uma atenção especial. Porém, quando o excesso de ruído provoca incômodo é observado que as pessoas que se encontram nesses locais buscam melhorias quanto a essa questão. Investigando o ruído ambiental ocasionado pelo tráfego urbano na cidade de Águas Claras, os autores, utilizando um software de modelagem de ruído elaboraram por

meio da espacialização dos níveis de pressão sonora o mapa de ruídos simplificado para a cidade.

Analisando os trabalhos acadêmicos de Bortoli(2002), Nagem(2004) e Souza (2004), sobre ruído e poluição sonora, observou-se em suas metodologias a ausência de instrumentos adequados que possibilitem a avaliação subjetiva de percepção do incômodo. Vários autores apontam em seus estudos, para a importância da combinação de aspectos quantitativos e qualitativos nas avaliações de ruído.

1.1 Justificativa

Águas Claras é a vigésima região administrativa do Distrito Federal, com uma área total de 31,50 Km2 tendo sua construção iniciada na década de 1990.

De acordo com medições de níveis de pressão sonora realizadas no período de 2006 e 2007 pelo grupo de pesquisa sobre “Qualidade de vida e poluição sonora” da Universidade Católica de Brasília, detectou-se na Região Administrativa de Águas Claras – DF níveis considerados fora de conformidade pela legislação nacional.

Verificou-se que Águas Claras apesar de ser uma cidade planejada, apresenta problemas de lentidão no tráfego rodoviário, atribuídos às características de suas principais vias e ao grande fluxo de veículos que por elas já trafegam.

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Pelas razões expostas, observamos que a cidade de Águas Claras apesar de seu pouco tempo de existência já apresenta problemas ambientais significativos que contribuem para a degradação da qualidade de vida de sua população.

A melhor compreensão dos problemas identificados, bem como a possibilidade de contribuições para a solução dos mesmos nos levou a elegê-la como objeto de estudo.

Portanto, julgamos necessário se fazer a avaliação do ruído ambiental na cidade de Águas Claras a fim de subsidiar a elaboração de normas, ações técnicas e administrativas para o tratamento desta questão. Para esse subsídio pretendemos responder ao seguinte questionamento: Qual o grau de incômodo causado pelo ruído ambiental à população de Águas Claras?

1.2 Objetivos

1.2.1 Geral

Analisar os níveis de pressão sonora e o incômodo causado à população de Águas Claras.

1.2.2 Específicos

- Identificar os níveis de pressão sonora oriundos do tráfego rodoviário na cidade de Águas Claras – DF;

- Apresentar os níveis estatísticos Leq, L10, L90, Lmax e Lmin dos locais de medição;

- Analisar se os níveis de pressão sonora provenientes do tráfego rodoviário encontram-se em conformidade com o que preconiza a legislação;

- Verificar se os habitantes de Águas Claras sentem-se incomodados pelo ruído proveniente do tráfego rodoviário;

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1.3 Hipóteses

Configuram-se hipóteses deste trabalho:

- Que um maior fluxo de veículos contribui de forma significativa para aumento dos níveis de pressão sonora;

- Que os níveis de pressão sonora obtidos na análise quantitativa excedem os preconizados pela norma NBR 10151 Associação Brasileira de Normas Técnicas (2000);

- Que o parâmetro estatístico Leq obtido em todos os locais de medição, encontra-se em desconformidade com a lei Nº 4.092/2008 que dispõe sobre o controle da poluição sonora e os limites máximos de intensidade da emissão de sons e ruídos resultantes de atividades urbanas e rurais no Distrito Federal. Esta lei determina que os níveis máximos de pressão sonora permitidos em ambientes externos e internos e os métodos utilizados para sua medição e avaliação são os estabelecidos pelas NBR 10.151 e NBR 10.152 (ABNT, 2000);

- Que em regiões da cidade onde os níveis de pressão sonora excederem os limites da NBR 10151 (ABNT, 2000), o ruído do tráfego rodoviário é o principal responsável pelo incômodo;

- Que na análise qualitativa do incômodo, o ruído do tráfego rodoviário será destacado como um dos principais fatores.

1.4 Limitações

A realização do estudo limitou-se ao período das 7 às 18 horas em dias úteis de semana compreendidos de segunda-feira a sábado.

Destacam-se alguns fatores responsáveis pelas limitações: - equipe reduzida para a realização das medições de campo; - equipe reduzida para a aplicação dos questionários;

- disposição dos moradores para responder os questionários;

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CAPÍTULO 2 CLASSIFICAÇÃO DO RUÍDO

O ruído ambiental, também chamado de ruído comunitário, é definido como o ruído emitido de todas as fontes, exceto os ruídos de trabalho industrial. As principais fontes de ruído comunitário incluem: estradas e tráfego aéreo; indústrias, construções, obras públicas e os bairros (BERGLUND et al., 1999).

World Health Organization (WHO, 1999) identifica o ruído urbano ou ruído ambiental, como caracterizador da poluição sonora urbana, pois é composto de várias parcelas diversas de ruídos secundários, provenientes de diversas fontes como: estabelecimentos comerciais, industriais, de serviços, tráfego rodoviário, entre outros.

A publicação “Environmental noise Booklet”, elaborada pela empresa Brüel & Kjær (2000), estabelece a categoria de ruído de fundo (NAGEM, 2004):

- Ruído de fundo – terminologia utilizada para designar o nível sonoro medido quando a fonte específica não é audível, como por exemplo, o ruído observado em uma praça de alimentação de um shopping center.

Conforme o manual (BRÜEL e KJAER, 2000), o ruído ambiente é considerado uma composição dos sons indesejados de várias fontes próximas e afastadas, direcionadas a um certo ponto receptor. O ruído específico é uma componente do ruído ambiente que pode ser identificada e associada a uma determinada fonte.

A Norma ISO 1996: Acoustics – Description and measurement of environmental noise, Part 1: Basic quantities and procedures (1982), estabelece a

seguinte classificação para o ruído de acordo com a situação do ambiente acústico (NAGEM, 2004):

- Ruído ambiental – ruído de todas as fontes sonoras, situadas próximas ou afastadas (ruído de tráfego, pássaros, máquinas etc.).

- Ruído específico– é o ruído da fonte sob investigação. É um componente do ruído ambiental e pode ser identificado e associado a uma fonte específica.

Frequência e intensidade são características utilizadas para se classificar o ruído. A frequência medida em Hz (hertz) refere-se ao número de vibrações por segundo emitidas pela fonte sonora, atribuindo aos ruídos à seguinte classificação:

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- altas frequências(agudas) de 6.000 a 20.000 Hz.

Os sons abaixo de 20 Hz são denominados de infrasons e acima de 20.000 Hz, de ultrasons. Os sons de alta frequência são mais nocivos ao aparelho auditivo e os ruídos de baixa frequência, mesmo sendo suportáveis, produzem efeitos orgânicos mais acentuados (BISTAFA, 2006).

O ouvido humano não responde linearmente a manifestações acústicas, por esse motivo, grandezas acústicas são mais bem expressas logaritmicamente pela razão de um valor medido em relação a um valor de referência.

As amplitudes sonoras são expressas de forma relativa em escala logarítmica conhecida como escala decibel,representada abreviadamente por dB.

A segunda característica do ruído é a intensidade, medida em decibel (dB), considerando que os ruídos inferiores a 40 dB são apenas desagradáveis, enquanto os ruídos entre 40 - 90 dB são capazes de favorecer distúrbios nervosos, e, os superiores a 90 dB, agem de forma traumatizante (LACERDA, 1976 apud RIBAS, 2004).

Analogamente, a Norma – ISO (International Standard Organization)

2204/1973, acrescenta que os ruídos podem ser classificados segundo a variação de seu nível de intensidade com o tempo, como (FEIDMAN e GRIMES, 1985 apud

RUSSO, 1993):

- Contínuo estacionário: cujas variações de nível são desprezíveis (aproximadamente 3 dB), apresentando maior duração durante o período de observação;

- Intermitente: que apresenta uma variação contínua de um valor aplicável (aproximadamente 3 dB) no período de observação;

- Impacto ou impulso: seus picos de energia acústica de duração são inferiores a um segundo. Esta modalidade de ruído é caracterizada como um fenômeno acústico associado a explosões e é considerado um dos ruídos mais nocivos à audição.

Com relação às características geométricas, comparando as dimensões da fonte com às do receptor e a distância entre fonte e receptor, estas podem ser vistas como fontes pontuais, lineares ou de superfície (NIEMEYER e SLAMA, 1998 apud GUEDES, 2005).

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19

- direto, se o indivíduo afetado está próximo e em frente à fonte;

(20)

CAPÍTULO 3 RUÍDO EM AMBIENTES URBANOS

Em áreas urbanas, o aumento do crescimento demográfico, o adensamento populacional, as atividades humanas desenvolvidas, a necessidade de locomoção das populações e a urbanização destes espaços favorecem o agravamento da intensidade do ruído.

O ruído urbano, também denominado ruído ambiental, ruído residencial ou ruído doméstico, se define como o ruído emitido por todas as fontes com exceção das fontes industriais.

Abordando o problema do ruído urbano desde 1980, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu orientações relacionadas à saúde a fim de estimular o desenvolvimento de normas, como referências para a gestão do ruído. Tais orientações indicam medidas de mitigação de ruído, modelos de previsão e avaliação, controle do ruído na fonte, padrões de emissão para fontes existentes e previstas, avaliação da exposição e testes de conformidade.

De acordo com Shaffer (2001), a paisagem sonora de um ambiente é constituída por todos os sons que o compõem. Em seus estudos observou a modificação da paisagem sonora das cidades, pelo surgimento do ruído ambiental.

Segundo Zorzal (2004), a implantação de áreas comerciais em regiões estritamente residenciais tende a agravar a poluição ambiental urbana, acrescentando a ela o ruído ambiental proveniente dessas atividades.

Diversos são os fatores responsáveis pela geração do ruído ambiental, dentre eles podemos destacar os ruídos do tráfego rodoviário, ferroviário, aeroviário, da construção de obras, dos eventos comunitários e das atividades de lazer.

O ruído do tráfego rodoviário é constituído pelas emissões sonoras oriundas da utilização de meios de transporte como automóveis, ônibus, caminhões e motocicletas.

A necessidade contínua de transporte de pessoas, quanto de cargas através desses ambientes caracteriza o ruído do tráfego rodoviário como um dos principais contribuintes para a contaminação do ambiente acústico nas cidades.

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21

Um meio de transporte bastante utilizado nas cidades são as composições férreas (trens, metrôs, veículos sobre trilhos), as quais também contribuem na intensidade do ruído ambiental devido às características das vias que utilizam.

O ruído aeroviário tem sido um dos principais objetos de estudo em algumas cidades da Comunidade Européia, devido ao desconforto que causa às populações residentes nas vizinhanças dos aeroportos.

A expansão das cidades e a necessidade de implantação de infraestrutura e serviços implicam na realização de obras de construção civil, que por sua natureza, são emissoras de ruídos que contaminam o meio.

Outra fonte de ruído associado com atividades humanas são as aglomerações de pessoas em eventos públicos e atividades de lazer.

Andrade (2004) enumera os elementos: localização da malha urbana; divisão fundiária; distribuição espacial dos edifícios, viadutos, túneis; morfologia urbana; proporção entre áreas edificantes e não edificantes; tipologia dos edifícios quanto à densidade, escala volumétrica, dimensões, forma; materiais e técnicas construtivas além da legislação de uso e ocupação do solo; como contribuintes para a formação do tecido urbano.

Em grande parte dos centros urbanos, as vias de tráfego são circundadas lateralmente por edificações que utilizam como revestimento externo materiais com baixa capacidade de absorção de ruído.

Além desse fato, o posicionamento das edificações no terreno, o gabarito e o

layout das fachadas, comprometem a atenuação do ruído pela distância em áreas

livres.

Localidades com esta configuração, conhecida como rua em “U”, favorecem o surgimento dos cânions de ruído através da formação de sucessivas reflexões que

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Figura 1 - Rua em “U” (adaptado de O ruído e a cidade, I.A. Portugal, 2004)

A configuração urbana em que as edificações encontram-se implantadas em uma das laterais da via de tráfego, esparsamente e com diferentes quantidades de pavimentos denomina-se rua em “L” e desfavorece a intensificação dos níveis de ruído.

Figura 2 - Rua em “L” (adaptado de O ruído e a cidade, I.A. Portugal, 2004)

Também destaca Andrade (2004) que a composição e o fluxo do tráfego (largura, volume, tipo de tráfego, relação entre veículos leves e pesados, velocidade média dos veículos, estado de conservação, idade do veículo, comportamento do motorista na direção do veículo e o número total de veículos); o ambiente (inclinação das vias, tipo de escoamento, tipo de pavimento, efeito do clima); o layout do local, a

natureza do tecido urbano no seu entorno são fatores que afetam os níveis de ruído urbano.

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planejamento de construções nos centros urbanos, a promoção da re-qualificação da estrutura dos edifícios e a melhoria e controle das fontes de ruído salvaguardarão a qualidade do ambiente sonoro urbano. No caso da maioria dos centros urbanos brasileiros, alguns aspectos aumentam a poluição ambiental sonora proveniente do ruído da construção civil: a intensidade do tráfego, a malha urbana que não permite o escoamento do som, devido à proximidade das edificações, a existência de obras públicas e privadas constantes, com construções sem planejamento e a baixa qualidade do material empregado nas construções do tipo altamente propagador de ondas sonoras (material frio, cerâmica, esquadrias metálicas com vidros de pouca espessura, janelas sempre abertas devido ao clima quente).

Segundo Cremonesi (1988), o nível de ruído urbano pode variar em uma área, influenciado pelo posicionamento do local de observação, assim como, pode também variar em uma dada hora, de hora para hora, durante um dia, de dia para dia, durante uma semana, mensalmente, anualmente etc.. Fatores físicos, tais como a umidade e temperatura do ar, direção do vento podem também afetar os níveis de ruído em um determinado ponto. Também o ruído de tráfego urbano apresenta características próprias nos aspectos espaciais e temporais. Por esse motivo, é sempre dependente do comportamento, dos hábitos, da periodicidade e das atividades exercidas pela população nas cidades, ao longo de dia, da semana, do mês e até mesmo do ano influenciando diretamente no dimensionamento do volume de tráfego que ocorre nas vias urbanas.

Gerges (2000), ao analisar os procedimentos para controle do ruído urbano elenca a necessidade de se conhecer as fontes emissoras e destaca algumas formas de controle: a conformação do layout arquitetônico e urbanístico; o

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3.1 O ruído e a qualidade de vida

Desde meados dos anos 50, a partir dos avanços tecnológicos oriundos do pós-guerra as cidades passaram a experimentar o fenômeno da industrialização e processos de crescimento desordenado. Tais aspectos favoreceram o comprometimento das condições de vida de seus habitantes, levando-os a interessar-se por avaliar sua qualidade de vida (NUCCI, 2001).

O termo qualidade é de natureza subjetiva e, portanto, bastante influenciado por diversos aspectos, como os econômicos, psicológicos, culturais e sociais. Inicialmente utilizada na área da saúde, a expressão “qualidade de vida” assumiu a acepção de: “ percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações" World Health Organization Quality Of Life Assessment .(Fleck et al., 1998)

Dentre os diversos conceitos de qualidade de vida, destacam-se os que se atém à questão do suprimento das necessidades básicas como as fisiológicas, as de segurança, de pertinência, de estima e atualização.

A qualidade de vida também pode ser definida como o grau em que uma pessoa desfruta de possibilidades importantes para sua vida, resultantes das oportunidades e limitações que cada pessoa tem em sua vida e reflete a interação de fatores pessoais e ambientais.

Para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a qualidade de vida representa um processo abrangente de expressão do exercício do direito de escolhas individuais em diversas áreas: econômica, política, social ou cultural. Algumas destas escolhas são básicas para a vida humana. As opções por uma vida longa e saudável, por adquirir conhecimento ou por um padrão de vida decente, são consideradas básicas porque à medida que são alcançadas, abrem caminho para as demais.

Vários são os fatores que devem ser levados em conta na compreensão do conceito de qualidade de vida, dentre eles podemos destacar os fatores físicos, psicológicos, sociais e ambientais.

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25

ruído incompatíveis com a realização de certas atividades compromete a qualidade de vida das populações urbanas.

Em seus estudos Nahas (2000), destaca alguns aspectos determinantes da qualidade de vida como: a saúde, a proteção física, a satisfação sensorial, o conforto, liberdade espacial e de expressão, o silêncio, os equipamentos coletivos, a privacidade, a segurança (física, moral, econômica)e o papel social dos indivíduos.

Avaliando a qualidade ambiental Nucci (2001) considera diversos atributos ambientais urbanos e os relaciona com a qualidade de vida, alguns destes atributos destacam-se como: presença de espaços livres, existência de áreas verdes, verticalização nas edificações, adensamento populacional, ruído e diferentes modalidades de poluição.

O aumento da poluição acústica está atrelado diretamente ao alto índice de crescimento demográfico, consequência do processo de urbanização, o qual gera mais fontes deste tipo de poluição, como o aumento das atividades de construção civil, aumento da demanda de veículos, ruas com tráfego mais intenso, e congestionamentos, afetando diretamente a qualidade ambiental (BUCCHERI FILHO, 2006).

Observa-se que a noção de bem estar dos indivíduos está relacionada com a qualidade do meio físico e social em que vivem. Avaliar a qualidade de vida em seus aspectos objetivos tem sido alvo de diversas pesquisas e vários desses estudos propõem a sua mensuração através da criação de índices de qualidade de vida (ALVES, 2003).

A análise das metodologias de avaliação da qualidade de vida identifica em algumas delas a ênfase na posse de bens e na satisfação das necessidades básicas, caracterizando assim, dificuldades na opção pela metodologia mais adequada a ser utilizada (KEINERT, 2002).

Indicadores da qualidade de vida urbana são elementos fundamentais na orientação dos gestores públicos para a adoção de políticas de melhoria de vida nos centros urbanos (NAHAS, 2000).

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CAPÍTULO 4 TÉCNICAS DE MEDIÇÃO E ESTIMAÇÃO DE RUÍDO

De acordo com Gerges (2000), os níveis de pressão sonora por sofrerem alterações de intensidade e freqüência, devem ser analisados repetidamente durante um período bem definido de tempo e podem ser descritos através de distribuição estatística temporal Lx.

O nível estatístico L10 indica o valor em dB (A) excedido em 10% do tempo de medição, é utilizado para analisar os sons mais ruidosos e aplica-se a verificações de níveis de ruído de tráfego.

O nível L90 indica o valor em dB (A) que é excedido em 90% do tempo de medição, identifica os níveis de ruído nos períodos menos ruidosos e caracteriza o ruído de fundo nos períodos de medição.

O nível mínimo Lmín, refere-se à menor energia sonora em dB (A) registrada no ambiente.

O nível máximo Lmáx, refere-se à maior energia sonora em dB (A) registrada durante as medições.

O parâmetro Leq, nível equivalente de pressão sonora, equivale em termos de energia acústica aos níveis variáveis durante o período de medição e representa o mesmo potencial de lesão auditiva do nível variável considerado.

O nível equivalente de pressão sonora Leq, é definido pela equação:

equação (1)

sendo que o Leq representa o nível equivalente de pressão sonora, t o intervalo de tempo da medição, p(t) a pressão sonora instantânea e p(0) a pressão sonora de referência ( 2 x 10-5 N / m2).

Segundo estudos do DENATRAN (2004), o nível L10 favorece a melhor avaliação da poluição sonora causada pelo ruído de tráfego e a indicação mais precisa do incômodo.

As medições de níveis de pressão sonora em ambientes externos e vias urbanas são regulamentadas pela NBR 10151(ABNT, 2000). Esta norma determina que os medidores devem apresentar características especificadas pela norma IEC 60651 – Sound level meters, como escala de compensação A e reposta de leitura

                               

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27

rápida. Devem estar calibrados segundo as recomendações do fabricante e serem operados com dispositivo de proteção contra o vento.

Os medidores deverão ser posicionados a 1,2 metros acima do solo e, no mínimo, a 1,5 metros de superfícies refletoras como muros, paredes e edificações.

Caso o equipamento possua determinação automática de Leq, os intervalos de medição sejam de um período mínimo de 5 minutos.

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CAPÍTULO 5 A CIDADE DE ÁGUAS CLARAS

A partir da construção de Brasília, o Distrito Federal experimentou um significativo crescimento populacional, fato este, que levou os governos locais nas últimas décadas a implementar políticas públicas para a criação de novos núcleos urbanos a fim de minimizar o déficit habitacional crescente da população.

Segundo a Pesquisa Distrital de Amostras por Domicílio - PDAD (CODEPLAN, 2004), à época o Distrito Federal apresentava uma população de 2.096.534 habitantes.

A dinâmica urbana de ocupação permitiu que ao longo dos anos fossem criados no Distrito Federal 29 núcleos urbanos denominados regiões administrativas. No intuito de continuar atendendo à crescente demanda da população por habitação no Distrito Federal, em 1991 por Decreto Distrital aprova-se o projeto urbanístico de Águas Claras e define a poligonal do Bairro Águas Claras com área de 31,50 km2, iniciando-se a sua construção.

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29

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É circundada por vias de trânsito rápido como a Estrada Parque Núcleo Bandeirante – EPNB. Apresenta algumas regiões consideravelmente próximas da Estrada Parque Taguatinga – EPTG.

De acordo com RA XX (2007), a cidade possui área de 8,08 km², densidade demográfica de 13.614 habitantes por km² e em janeiro de 2009 apresentava uma população de 110.000 habitantes. Quanto às demais características geográficas e ambientais, Águas Claras possui altitude com cotas em torno de 1.015 a 1.249 m acima do nível do mar; clima tropical de altitude com período mais chuvoso nos meses de novembro a janeiro e período seco nos meses de junho a agosto; temperatura média em torno de 20 ºC; umidade relativa do ar variável de 35 a 80%; relevode plano a suave com transição de uma área de chapada, para uma área de dissecação intermediária e hidrograficamente abriga as nascentes do córrego Águas Claras tributário dos córregos Vicente Pires e Riacho Fundo, ambos integrantes do sistema hidrográfico que forma o Lago Paranoá.

O projeto urbanístico da cidade de Águas Claras foi concebido pelo arquiteto e urbanista Paulo Zimbres e previa a construção de 740 projeções residenciais em terrenos (Figura 4).

Tal projeto apresenta como eixo norteador a linha de metrô ao longo da qual foram dispostas as principais atividades urbanas de comércio, serviços e equipamentos públicos tais como: escolas, postos de saúde e hospitais.

A partir do eixo estruturador projetou-se na malha urbana, área central composta por parques, comércio e serviços; centros secundários constituídos por residências; áreas de uso misto integradas por residências e comércio local; quadras residenciais; áreas de comércio, serviços de abastecimento e áreas para centros comerciais e empresariais (ZIMBRES e REIS, 1992).

De acordo com o autor do projeto, a cidade pretendia comportar ao longo da década seguinte uma população aproximada de 130.0000 habitantes em projeções que poderiam ser administradas como condomínios.

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Figura 4 - Projeto Original da cidade de Águas Claras Fonte: (Zimbres e Reis, 1982)OU 1992 ?

Figura 5 - Projeto Original da cidade de Águas Claras Fonte: (Zimbres e Reis, 1992)

Administração Regional de Águas Claras Governo do Distrito Federal

Secretaria de Obras GDF / TERRACAP

PROJETO ÁGUAS CLARAS

Endereçamento

Escala 1: 100.000

N

PRAÇAS AVENIDAS

PARQUES

HOSPITAIS E POSTOS DE SAUDE ESTAÇÕES DE METRÔ

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Segundo a PDAD (2004), a cidade possuía uma população de 43.623 habitantes e em pouco mais de uma década de existência, já comportava aproximadamente um terço do número de habitantes previsto em sua criação.

A oferta de imóveis em Águas Claras fez com que empresas locais e nacionais muito investissem na cidade, fato este comprovado no ano de 2006, pela existência de 206 prédios construídos e habitados, 230 em construção e aproximadamente 350 projeções a serem construídas, razão pela qual a cidade foi classificada como um dos maiores canteiros de obra do país.

Administração Regional de Águas Claras declarou que, de um total de 1.031 terrenos constantes do projeto original, em julho de 2007, a cidade era constituída de 389 edifícios habitados, 118 edifícios em construção e 524 terrenos ainda desocupados.

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33

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Figura 7 - Hierarquia viária da cidade de Águas Claras

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De acordo com Maciel (2007), como Águas Claras é uma cidade ainda em construção, já apresenta problemas comuns a grandes centros urbanos, como por exemplo, o grande fluxo de veículos em suas avenidas, adensamento populacional, impermeabilização do solo, problemas de drenagem das águas pluviais, falta de áreas de lazer, dentre outros. Avenidas estreitas e ladeadas por edifícios residenciais tendem a potencializar os sérios efeitos da poluição sonora. O excesso de ruído provoca uma série de problemas de saúde que só serão percebidos depois de um longo tempo de exposição. Estresse, problemas psicológicos, cardíacos e hormonais são exemplos do efeito da exposição do ser humano à poluição sonora. Identifica-se na cidade a intensificação do ruído ambiental oriundo de atividades da construção civil, do tráfego rodoviário e metroviário.

Destaca-se que no mês de janeiro de 2009 implantou-se na cidade o binário com fluxo de sentido único nas principais avenidas da cidade e nas marginais à linha do metrô, tal medida deverá disciplinar e melhorar a fluidez do tráfego de veículos (RA XX).

Verificou-se que Águas Claras apresenta problemas no tráfego rodoviário, atribuídos às características de suas principais vias e ao grande fluxo de veículos que por elas trafegam.

No que se refere ao uso e ocupação do solo, observou-se em relação ao projeto original da cidade, a mudança de destinação de algumas áreas, a alteração do gabarito das edificações de 12 andares para até 28 andares, tais fatos contribuem para um maior adensamento populacional na cidade, que poderá ao longo do tempo comprometer a qualidade de vida da população residente.

Pelas razões expostas, observamos que a cidade de Águas Claras apesar de seu pouco tempo de existência, já apresenta problemas ambientais significativos que contribuem para a degradação da qualidade de vida de sua população.

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37

CAPÍTULO 6 MATERIAIS E MÉTODO

6.1 Instrumentos

Para a avaliação qualitativa do ruído em Águas Claras, adotou-se um questionário construído através da tradução e adaptação do instrumental aplicado pela Eurocontrol.

A pesquisa foi realizada utilizando-se como referência questionários do Eurocontrol (European Organisation for the Safety of Air Navigation), adotados pela

Comunidade Européia em estudos de verificação do incômodo causado pela operação de aeronaves em aeródromos.

Para a avaliação quantitativa do ruído ambiental optou-se pela realização de medições dos níveis de pressão sonora do tráfego rodoviário na cidade.

6.2 Avaliação Qualititativa do Ruído

Segundo a OMS (1999), incômodo pode ser definido como um sentimento de desprazer associado a qualquer agente ou condição, conhecido ou acreditado por um indivíduo ou grupo, para afetá-los adversamente. Pesquisas na área da percepção auditiva têm tentado evidenciar o grau de incômodo percebido pela população e os níveis de exposição ao tipo de ruído. Fortes reações de incômodo são observadas, quando o ruído é acompanhado de vibrações e contém componentes de baixa freqüência, ou quando o ruído contém impulsos, como o barulho de um tiro ou de uma freada de carro.

Para conhecer a percepção dos moradores sobre o incômodo causado pelo ruído ambiental e investigar aspectos relativos à qualidade de vida da população da cidade, realizou-se uma avaliação subjetiva, com recorrente aplicação de questionário.

As questões se referem à percepção da qualidade ambiental urbana, à exposição ao ruído ambiental, à sensibilidade e ao incômodo causado pelo ruído.

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O instrumental é constituído de 20 questões fechadas com perguntas sobre aspectos relativos à infraestrutura, serviços de saúde, recreação, lazer, estabelecimentos comerciais, bancários, áreas verdes, bem como, à qualidade do meio físico e social, (anexo 1) .

Também investigou a existência de ruídos, os tipos de ruídos e a incomodidade causada.

Os questionários foram aplicados em 286 domicílios selecionados aleatoriamente nas quadras residenciais da cidade e foram respondidos pelos próprios habitantes.

A organização, tabulação e análise dos resultados obtidos com os questionários foram realizadas pelo software SPSS versão 13 e suas respectivas

ferramentas.

6.3 Avaliação Quantitativa do Ruído

Os equipamentos utilizados para a obtenção dos níveis de ruído foram os medidores do nível de pressão sonora Marca Minipa, Modelo MSL-1352C, acoplados a um tripé, aferidos com calibrador acústico padrão (94 dB, onda senoidal de 1 kHz) ,atendendo aos padrões da International Electrotechnical Commission(IEC) e do American National Standards Institute (ANSI).

A avaliação quantitativa do ruído do tráfego rodoviário em Águas Claras realizou-se através de medições dos níveis de pressão sonora em locais ao longo da malha urbana da cidade.

Tal procedimento levou em consideração o projeto original da cidade que é dividido em 38 regiões, tomando como referência esta divisão, foram selecionadas 13 regiões para a realização das medições.

Na escolha das regiões levou-se em consideração a densidade de ocupação humana, a existência de áreas não construídas, áreas em construção e a presença de infraestrutura urbana.

Para cada uma das regiões selecionadas foram definidos de forma aleatória dois locais para a realização das medições dos níveis de intensidade sonora, totalizando 26 pontos de medição.

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As medições foram realizadas no período de fevereiro a novembro de 2007. Os dias e horários das medições compreenderam o período de segunda-feira a sábado de 07h00min às 20h00min.

Em cada local, dentro do período estabelecido, as medições ocorreram em dias e horários distintos, em condições de céu claro, tempo bom, ventos de baixa intensidade e umidade relativa e pressão atmosférica estáveis. A Figura 7 apresenta um fluxograma com os procedimentos adotados nas medições.

Figura 8 - Fluxograma da avaliação quantitativa de ruído

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específico. Determina que o aparelho medidor deve ser mantido a uma altura aproximada de 1,2 m do solo e a 2 m de distância de quaisquer superfícies refletoras. A Tabela 1 apresenta os níveis de Critério de Avaliação (NCA) de ruído para Ambientes Externos, em dB(A) nos períodos diurno e noturno.

Tabela 1 - Nível de Critério de Avaliação (NCA) para ambientes externos, em dB(A)

TIPOS DE ÁREAS DIURNO NOTURNO

Áreas de sítios e fazendas 40 35

Área estritamente residencial urbana, de hospitais ou de escolas 50 45 Área mista, predominantemente residencial 55 50 Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55

Área mista, com vocação recreacional 65 55

Área predominantemente industrial 70 60

No Distrito Federal a lei Nº 4.092 / 2008 dispõe sobre o controle da poluição sonora e os limites máximos de intensidade da emissão de sons e ruídos resultantes de atividades urbanas e rurais. Esta lei determina que os níveis máximos de pressão sonora permitidos em ambientes externos e internos e os métodos utilizados para sua medição e avaliação são os estabelecidos pelas NBR’s 10.151 e 10.152 (ABNT).

Também o Distrito Federal possui o decreto N° 23.926 / 2003 que dispõe sobre a utilização de carros de som, onde estabelece que os níveis sonoros emitidos pelos veículos, deverão observar a legislação pertinente.

Concomitante à realização das medições, durante um intervalo de tempo de 15 minutos no decorrer de cada uma delas, efetuou-se a contagem do fluxo de veículos pesados (caminhões e ônibus), veículos intermediários (vans, microônibus, caminhonetes), veículos leves (automóveis de passeio) e motocicletas.

A finalidade dessa prática foi relacionar o fluxo de veículos em determinados horários e regiões da cidade com o aumento nos níveis de pressão sonora.

Os dados obtidos com as medições foram organizados em planilha eletrônica e analisados estatisticamente por software específico (POLSON), desenvolvido pelo

departamento de Física da Universidade Católica de Brasília.

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41

As diversas atividades que dão origem ao ruído impossibilitam sua qualificação de forma instantânea, pois suas causas variam ao longo do tempo de modo significativo.

A análise do ruído ao longo tempo mostra-se bastante importante e é utilizada para a caracterização sonora de uma determinada zona urbana bem como, na avaliação do grau de incomodidade produzido.

Os parâmetros LN representam os níveis sonoros, em dB (A), que são excedidos em N% do tempo de medição, sendo os principais mais utilizados:

- L1: para caracterizar os níveis máximos ocorridos - L99: para caracterizar os níveis mínimos ocorridos

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CAPÍTULO 7 RESULTADOS E DISCUSSÕES

7.1 Avaliação Qualitativa

7.1.1 Instrumento

O questionário adotado foi organizado em quatro seções, a primeira seção refere-se aos dados sobre o respondente e sua família, a segunda trata de aspectos sobre a cidade e grau de satisfação com esses aspectos, a terceira avalia afirmativas sobre a qualidade de vida na cidade e a quarta analisa a incomodidade provocada pelo ruído.

A estimativa da confiabilidade de um questionário pode ser realizada analisando-se a sua consistência interna. A confiabilidade reflete o quanto os valores observados estão relacionados aos valores verdadeiros.

A consistência interna representa o grau de uniformidade ou de coerência existente entre as respostas, esta pode ser verificada pela proporção da variabilidade obtida.

Como ferramenta para estimação da confiabilidade do questionário, utilizou-se o teste do coeficiente Alpha de Cronbach.

Na interpretação do coeficiente, observa-se que valores próximos a 1 indicam mais eficazes serem as variáveis, apresentando uma boa consistência interna . Para uma pesquisa exploratória, aceitam-se valores acima de 0,6.

Uma alta consistência interna favorece a identificação de relacionamentos entre variáveis, enquanto que a baixa confiabilidade leva a um grau de incerteza nas conclusões, ou seja, apenas as grandes diferenças de opiniões são detectadas.

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43

Tabela 2 - Coeficientes Alfa de Cronbach das seções do questionário

Na Tabela 2, observa-se que as seções 2 e 4 apresentaram valores considerados de boa consistência interna, o que indica serem adequadas ao instrumento.

As seções 1 e 3 revelaram coeficientes inferiores aos aceitos como consistentes, indicando baixa confiabilidade, significativo grau de incerteza nas respostas, sugerindo uma reavaliação na fundamentação teórica para a sua construção.

A seção 1 aborda aspectos referentes ao endereço, gênero, faixa etária, tempo de residência em Águas Claras, número de pessoas que habitam em casa e descrição do ruído no ambiente de trabalho.

A seção 3 apresenta pequena quantidade de perguntas a respeito de afirmativas sobre a qualidade de vida, equipamentos e serviços públicos e da existência de tráfego rodoviário e ruído.

Na avaliação qualitativa dos resultados, a amostra foi segmentada por regiões segundo a localização dos endereços dos respondentes. Obteve-se um percentual de 55 % para respondentes na região norte e 45 % na região sul da cidade.

Classificou-se a amostra quanto ao gênero, sendo 42 % dos respondentes do sexo masculino e 58 % do sexo feminino.

Organizou-se a amostra quanto às faixas etárias e observou-se que os respondentes possuem idades entre 16 a 74 anos, onde se destaca que 67% têm faixa etária de 25 a 44 anos e a idade média dos respondentes foi de 39 anos.

A Figura 8 descreve os resultados da indagação sobre a descrição do ruído no ambiente de trabalho, observou-se que 54% o classificam como moderadamente a muito ruidoso. Este resultado sugere avaliações da exposição dos indivíduos por períodos mais prolongados, no seu local de trabalho, residência, quanto na realização de outras atividades.

Seção Alfa de Cronbach

1 0, 455

2 0, 917

3 0, 525

(44)

Figura 9 - Descrição percentual do ruído no ambiente de trabalho

Perguntou-se sobre o número de pessoas que habitam a residência, identificando-se que em 81%, residem de 2 a 4 pessoas, observou-se o percentual de 17% para residências com mais de 4 pessoas.

Questionou-se sobre as razões que levaram o morador a residir em Águas Claras, verificou-se que 67% declararam a qualidade de vida, 64% a disponibilidade de imóveis e 61% a qualidade da cidade.

Com respeito à satisfação das expectativas dos moradores em relação a alguns aspectos para a qualidade de vida na cidade, observa-se por percentuais entre 20 e 80%, considerável grau de insatisfação.

Solicitou-se identificar quais fatores são importantes para a qualidade de vida do habitante, dados explicitados na Tabela 3.

Declarou-se por 92% dos respondentes, a sensação de segurança pessoal como sendo muito a extremamente importante para a qualidade de vida. Essa informação evidencia características da cidade, como a existência de conjuntos de condomínios fechados com estrutura para serviços, lazer e recreação.

Os quesitos qualidade do ar na cidade, limpeza e condição de pavimentação das vias, quantidade de vias de acesso à cidade, acesso a espaços verdes e disponibilidade de áreas de lazer, foram considerados muito ou extremamente importantes por aproximadamente 85% dos respondentes.

Cabe destacar o item ruído do tráfego rodoviário observado na sua residência, este foi declarado como muito ou extremamente importante por 73% dos respondentes.

9

22

32 20

18

0 10 20 30 40 50

Extremamente ruidoso Muito ruidoso Moderadamente ruidoso Ligeiramente ruidoso Não ruidoso

(45)

45

Tabela 3 - Percentual do grau de importância de fatores para a qualidade de vida

Grau de importância dos fatores para a sua qualidade de vida

Não importante

(%)

Ligeiramente Importante

(%)

Moderadamente Importante

(%)

Importante (%)

Extremamente Importante

(%)

Limpeza das ruas 2 3 9 36 50

Qualidade das escolas locais 6 4 15 31 44

Quantidade de vias de acesso à cidade 3 2 10 31 54

Ruído do tráfego rodoviário observado na sua residência 8 5 14 35 38

Qualidade do ar na cidade 2 4 7 34 53

Condição de pavimentação das vias 1 3 10 32 54

Disponibilidade de áreas de lazer 3 4 11 36 47

Disponibilidade de comércio 4 4 18 35 40

Sensação de segurança pessoal 7 1 6 21 71

Acesso a transporte público 5 8 14 29 45

Disponibilidade de empregos na cidade 17 9 23 25 26

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Perguntou-se sobre o grau de satisfação com alguns fatores na cidade, a Tabela 4 apresenta as informações.

Tabela 4 - Percentual do grau de satisfação com alguns fatores na cidade

Grau de satisfação com alguns fatores na cidade 1 (%) 2 (%) 3 (%) 4 (%) 5 (%)

Limpeza das ruas 2 16 10 43 29

Qualidade das escolas locais 11 33 29 17 10

Quantidade de vias de acesso à cidade 5 15 12 35 33 Ruído do tráfego rodoviário observado na sua residência 10 24 16 30 21

Qualidade do ar na cidade 8 32 15 32 14

Condição de pavimentação das vias 2 10 8 32 47

Disponibilidade de áreas de lazer 10 31 16 28 16

Disponibilidade de comércio 5 31 23 28 13

Sensação de segurança pessoal 7 38 12 30 14

Acesso a transporte público 6 22 20 29 24

Disponibilidade de empregos na cidade 3 12 49 21 15

Acesso a espaços verdes 15 42 12 21 11

1 – Muito Satisfeito; 2 – Satisfeito; 3 – Indiferente; 4 – Descontente; 5 – Muito Descontente

Apresentada uma lista de 12 quesitos, observou-se que o item acesso a espaços verdes apresentou o maior grau de satisfação com 57%, destaca-se com 12% o menor grau de satisfação para a condição de pavimentação das vias. O ruído do tráfego rodoviário percebido na residência ocupou a sétima posição com 34%, na avaliação do grau de satisfação com alguns fatores na cidade.

Observa-se que de todos os respondentes, 72% declararam-se descontentes a muito descontentes com a limpeza das ruas, 27% com a qualidade das escolas locais, 68% a quantidade de vias de acesso à cidade, 46% com a qualidade do ar na cidade, 79% com as condições de pavimentação na cidade, 44% com a disponibilidade de áreas de lazer, 41% com a disponibilidade de áreas de comercio, 44% com a sensação de segurança pessoal e 53% com o acesso a transporte público.

Com relação aos fatores, disponibilidade de empregos na cidade e acesso à espaços verdes obteve-se percentuais de descontentamento entre 36 e 32%.

(47)

47

Um dado relevante refere-se aos 51% dos respondentes que se declararam descontentes ou muito descontentes com o ruído do tráfego rodoviário observado na sua residência.

O ruído do tráfego rodoviário superou os quesitos: qualidade das escolas locais, qualidade do ar na cidade, disponibilidade de áreas de lazer, disponibilidade de comércio, sensação de segurança pessoal, disponibilidade de empregos na cidade e acesso a espaços verdes, nos graus de satisfação descontente ou muito descontente em percentuais de aproximadamente 20%.

Da lista de quesitos apresentados, apenas a limpeza das ruas,quantidade de vias de acesso à cidade e as condições de pavimentação das vias superaram a insatisfação com o ruído do tráfego rodoviário observado na sua residência.

A Tabela 5 apresenta os resultados percentuais das várias modalidades de respostas quanto à percepção dos respondentes em relação a alguns aspectos na região onde mora.

Arguidos sobre sua percepção em relação a alguns aspectos, 67% dos respondentes identificaram a existência de tráfego rodoviário intenso ou muito intenso na cidade. Observou-se ainda que 53% dos respondentes identificaram o ruído do tráfego rodoviário que chega à sua residência como moderadamente a muito ruidoso.

Com relação à qualidade do ar na cidade, o percentual de 39% dos respondentes a classificou como ruim ou muito ruim.

Quanto às condições gerais das estradas locais e pavimentos, 76% dos respondentes as identificaram como ruins ou muito ruins.

Em relação ao ruído oriundo do tráfego aéreo, 32% o classificaram como moderadamente ou muito ruidoso.

Estabelecendo-se uma comparação entre as tabelas 3 e 4 ,que tratam do grau de importância de fatores para a qualidade de vida e da satisfação com esses fatores na cidade, observou-se que 45% dos respondentes estão satisfeitos com a sensação de segurança pessoal, declarada como fator mais importante para a qualidade de vida por 92 %.

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48

Sua percepção sobre a criminalidade na região

Aumento muito Significativo Aumento Significativo Moderadamente Significativo Ligeiramente Significativo Não importante

11 16 39 22 11

As escolas locais atendem às necessidades da comunidade

Atendem

Significativamente Atendem bem

Atendem Medianamente

Atendem muito pouco

Não atendem

9 30 28 15 18

A região possui tráfego rodoviário Muito Intenso Intenso Moderadamente Intenso Pouco Intenso Não existe

34 33 21 11 3

A limpeza das ruas

Muito sujas Sujas Nem limpas e nem sujas Limpas Muito Limpas

30 42 22 6 0

Ruído do tráfego rodoviário que chega à sua residência

Extremamente

Ruidoso Muito Ruidoso Moderadamente Ruidoso

Ligeiramente Ruidoso

Não existe ruído

12 17 36 25 10

Qualidade do ar na cidade Muito ruim Ruim Nem boa nem ruim Boa Muito boa

11 28 22 32 8

Condições gerais das estradas locais e pavimentos

Muito ruim Ruim Nem boas e nem ruins Boas Muito boas

40 36 15 9 0

Ruído oriundo do tráfego aéreo

Extremamente

Ruidoso Muito Ruidoso Moderadamente Ruidoso

Ligeiramente

Ruidoso Não existe ruído

(49)

49

Estabeleceu-se uma comparação quanto ao gênero na identificação do ruído no lugar onde mora. A Figura 9 mostra que o feminino declarou nos graus moderadamente a muito ruidoso, conseguir identificar mais o ruído.

As diferenças superiores de aproximadamente 10% para o gênero feminino equivalem às constatações de alguns autores que declararam em estudos de avaliação de percepção que as mulheres identificarem mais, o ruído no lugar onde mora.

Figura 10 - Comparação percentual por gênero da identificação do ruído no lugar onde mora

Perguntou-se sobre a evolução do ruído nos últimos 6 meses, a Figura 10 apresenta os resultados.

Observou-se um equilíbrio nas respostas, onde 48% dos respondentes consideraram que no lugar onde mora o ruído tem ficado aproximadamente o mesmo.

Um dado bastante significativo merece destaque no que se refere à evolução do ruído, evidenciou-se o percentual de 48% dos respondentes identificando tê-lo percebido aumentar nos últimos 6 meses.

10 17 44 17 13 11 35 37 13 4

0 20 40 60

(50)

Figura 11 - Evolução percentual do ruído nos últimos 6 meses

A Figura 11 destaca a comparação quanto ao gênero, da evolução do ruído nos últimos 6 meses.Observa-se que o feminino com 51% se destaca em relação aos 44% do masculino.

Complementando os resultados dessa comparação com os obtidos na identificação do ruído no lugar onde mora, também se observa uma diferença superior para o gênero feminino de aproximadamente 10% ,o que mostra que as mulheres tanto identificam mais o ruído, quanto percebem o seu aumento mais que os homens.

Figura 12 - Comparação percentual por gênero da evolução do ruído nos últimos 6 meses

Os moradores foram questionados quanto à frequência com que notam em casa os ruídos provenientes de algumas fontes a Tabela 6 indica os resultados.

4

48 48

0 10 20 30 40 50

Diminuído Ficado aproximadamente o

mesmo

Aumentado

4

45 51

4

52 44

0 20 40 60

Diminuído Ficado aproximadamente

o mesmo Aumentado

sexo masculino

sexo feminino

%

Referências

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