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A importância da interação social entre professor e aluno no processo ensino e aprendizagem

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Academic year: 2017

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Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação

A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO SOCIAL ENTRE

PROFESSOR E ALUNO NO PROCESSO ENSINO E

APRENDIZAGEM

Brasília - DF

2013

(2)

A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO SOCIAL ENTRE PROFESSOR E ALUNO NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do grau de mestre Educação.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Síveres

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12,5 cm

7,5 cm 7,5cm

Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB 06/05/2013 S729i Souza, Iêda Cristina Amorim Raiol de

A importância da interação social entre professor e aluno no processo ensino e aprendizagem. / Iêda Cristina Amorim Raiol de Souza – 2013.

81f.: 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2013. Orientação: Prof. Dr. Luiz Siveres.

1. Interação social. 2. Professores e alunos. 3. Educação. 4. Formação de professores. Siveres, Luiz, orient. II. Título.

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Dissertação de autoria de Iêda Cristina Amorim Raiol de Souza, intitulada “A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO SOCIAL ENTRE PROFESSOR E ALUNO NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM”, apresentada como requisito parcial para

obtenção do grau de Mestre em Educação da Universidade Católica de Brasília, em 26/03/2013, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:

________________________________________ Prof. Dr. Luiz Síveres

Orientador

Universidade Católica de Brasília

________________________________________ Profª Dr.ª Sandra Francesca Conte de Almeida

Universidade Católica de Brasília

________________________________________ Profª Dr.ª Joelina Maria da Silva Santos

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão

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A Deus pela força suprema que me faz superar os obstáculos e me ama incondicionalmente com amor terno e fiel.

A minha mãe, Adalgisa Raiol, que não está mais entre nós. Deus a tirou do nosso convívio (1982), no momento mais crítico de minha caminhada e a meu Pai Raimundo Raiol dedico a eles este trabalho pelo incentivo e apoio que sempre dispuseram ao longo de minha trajetória.

Ao meu querido esposo Professor Agenor Saraiva de Souza, que há 33 anos me acompanha neste propósito, oportunizando-me o caminho da educação.

Aos meus filhos Agenor Saraiva de Souza Junior, Adalagisa Christina Raiol de Souza, André Roberto Raiol de Souza, Hernani de Souza e Yulie de Souza pela compreensão ao serem privados de minha presença e atenção, mas nunca do meu amor.

Aos meus irmãos, meus maiores incentivadores Paulo Roberto Amorim Raiol, Matias Cezar Amorim Raiol, Fernando Augusto Amorim Raiol e Jackson Luis Amorim Raiol, Marcus Oliveira Raiol e Izabelle Christine Oliveira Raiol.

Ao meu orientador Professor Dr. Luiz Síveres, por ter me orientado com paciência e dedicação, despertando ainda mais o meu senso de investigação.

A Professora Dra. Joelina Santos por estar sempre disposta a partilhar incansavelmente seus conhecimentos e coorientando essa pesquisa de forma competente e carinhosa.

A Professora Dra. Sandra Francesca Conte de Almeida pela valiosa contribuição na qualificação desse projeto tornando-o mais científico e confiável.

As minhas queridas amigas Antônia Bogea, Denise Santana, Vânia Mondego e Cibele Galvão por contribuir na construção dessa pesquisa.

Ao corpo docente do programa de Mestrado em Educação da UCB- Brasília, por partilharem comigo saberes e experiências.

Um agradecimento especial aos meus queridos alunos da turma PROEJA – Artesanato do IFMA por acreditar neste estudo.

Aos colegas professores do Campus Centro Histórico por me receberem sempre com carinho e sobretudo, aos que tiveram participação direta nessa pesquisa.

E a todos aqueles que com suas manifestações de carinho, incentivo e respeito ajudaram-me o alcance deste objetivo.

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Vai aqui este pedido aos professores, pedido de alguém que sofre ao ver o rosto aflito das crianças: lembrem-se de que vocês são pastores da alegria, e que a sua responsabilidade primeira é definida por um rosto que lhes faz um pedido: Por favor, me ajude a ser feliz.

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SOUZA, Ieda. A importância da interação social entre professor e aluno no processo ensino e aprendizagem. 2012. 80f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Curso de Pós-Graduação em Educação, Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília.

O projeto de pesquisa caracterizado como estudo de caso, teve por objetivo investigar a interação social entre professor e aluno e sua importância no ensino aprendizagem, levando em consideração as dimensões da afetividade e diálogo como aspectos relevantes e que perpassam na construção da interação em sala de aula. O trabalho tem por base a turma de artesanato do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica, na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) no Campus Centro Histórico (IFMA). Com o propósito de buscar as dinâmicas interacionais, o entendimento de como a interação foi construída e as implicações destas no ensino e aprendizagem, fez-se um levantamento histórico do programa e seus objetivos, visando auxiliar e contribuir para a compreensão da pesquisa. Participaram desse estudo de caso sete professores em atuação no PROEJA e sete alunos do programa, que responderam a um questionário como coleta de dados, contendo questões abertas e fechadas relativas às concepções sobre interações e as dinâmicas que podem promover a interação entre professor e aluno e ainda, fez-se observações em sala de aula para confrontar os resultados e atingir uma investigação mais fidedigna. Os dados obtidos nessa pesquisa contribuíram para verificar a necessidade de uma atmosfera inter-relacional para contribuir e fluir o ensino e a aprendizagem em sala de aula, a necessidade de melhorar a formação dos professores na modalidade (PROEJA). Neste estudo, destacou-se a afetividade e o diálogo como caminho para mediar a interação entre professor e aluno, e ainda, na organização e gestão do trabalho pedagógico.

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The research project featured as a case study, aimed at investigating social interaction between teacher and student and their importance in teaching learning process, taking into consideration the dimensions of affection and dialogue as relevant aspects that underlie the construction and interaction in the classroom. The work is based on the class of handicrafts of the National Integration of Professional Education in Basic Education in Terms of Youth and Adults (PROEJA) Campus Centro Histórico (IFMA) (Historic Center). In order to seek the interactional dynamics, understanding how the interaction was constructed and the implications of these for teaching and learning, was made a historical survey of the program and its objectives, to assist and contribute to the understanding of the research. Participated in this case study on performance in seven teachers and seven students PROEJA program, who answered a questionnaire as data collection, containing open and closed questions concerning conceptions of interactions and dynamics that can promote interaction between teacher and student and still, it was made observations in the classroom to compare the results and achieve a more reliable research. The data obtained in this study contributed to verify the need for an inter-relational atmosphere and contribute to flow into teaching and learning in the classroom, the need to improve teacher training in the modality (PROEJA). In this study, they emphasized the affection and dialogue as a way to mediate the interaction between teacher and student, and yet, in the organization and management of pedagogical work.

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1 INTRODUÇÃO ... 11

2 PROBLEMA ... 13

3 JUSTIFICATIVA ... 16

4 OBJETIVOS ... 20

4.1 GERAL ... 20

4.2 ESPECÍFICOS ... 20

5 REVISÃO DE LITERATURA... 21

5.1 UM ENFOQUE CONCEITUAL DA INTERAÇÃO SOCIAL ... 22

5.2 PROCESSO DE SIGNIFICAÇÃO NA INTERAÇÃO PROFESSOR E ALUNO ... 29

5.3 INTERAÇÃO FUNDAMENTAL ENTRE PROFESSOR E ALUNO E SUAS IMPLICAÇÕES NO ENSINO E NA APRENDIZAGEM ... 30

5.4 AFETIVIDADE: MOLA PROPULSORA DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E DA APRENDIZAGEM ... 35

5.5 DIÁLOGO COMO POSSIBILIDADE DE INTERAÇÃO ... . 40 6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 44

6.1 NATUREZA DO ESTUDO ... 44

6.2 LOCUS DE INVESTIGAÇÃO ... 46

6.3 PARTICIPANTES ... 47

6.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ... 48

6.5 PROCEDIMENTOS ... 48

6.6 ANÁLISE DOS DADOS ... 49

6.6.1 Da análise ... 51

6.6.2 Análise de observação ... 58

6.6.3 Da análise à proposição ... 61

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 66

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APÊNDICE B – Roteiro de questionário do professor ... 75

APÊNDICE C – Roteiro de questionário do aluno ... 77

APÊNDICE D – Roteiro de Observação em sala de aula ... 78

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1 INTRODUÇÃO

A educação para o século XXI tem evidenciado inúmeros desafios. Nesse contexto, a educação profissional requerida como possibilidade de inserção ao mercado de trabalho também demanda inúmeras problemáticas a exemplo àquelas quando derivam da interação professor e aluno.

Atualmente, vários autores têm analisado o embate travado sobre o Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) no que concerne à tentativa deste se constituir numa proposta educativa e inclusiva, aberta às diferenças, à igualdade de oportunidades e à formação integral de profissionais competentes na vida e para a vida.

Contudo, a garantia desses princípios orientadores tem enfrentado o dilema inerente aos fundamentos didáticos pedagógicos que sustentam a consolidação destes no processo educativo, derivados da delicada interação que os professores enfrentam por não estarem preparados para lidar com a diversidade e com o descompasso entre o nível de competência trazido pelos alunos e as requeridas pela escola, as quais têm contribuído para elevar as tensões e conflitos, principalmente àquelas relacionadas aos índices de evasão escolar Ministério de Educação e Cultura / Instituto Nacional da Educação e Cultura (MEC/PROEJA, 2012) e as fragilidades do ensino e da aprendizagem.

Fernandez (1991) ao explicar sobre o porquê de o aluno não aprender, afirma que o problema não é unicausal, visto que nesse contexto situam-se as interações sociais que são estabelecidas entre alunos e professores do (PROEJA), que, às vezes, os professores não se apresentam como potencializadores do processo de construção do conhecimento do aluno sujeito de aprendizagem, mas como inibidor desse processo.

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Nesse sentido, procurou-se compreender os significados dessa interação na percepção e concepção dos professores e alunos, a fim de contribuir para a consolidação do processo de ensino e aprendizagem. Ainda se teve a intenção de identificar os fatores que tem estimulado a convivência afetiva e dialógica para favorecer a aprendizagem dos alunos e a qualidade da educação profissional, assim como as possíveis influências das interações na aprendizagem dos alunos no curso.

Partindo-se dessa busca, torna-se pertinente investigar, primeiramente, como os alunos percebem os professores na interação estabelecida com os mesmos, em seguida compreender como ocorre a construção da interação professor e aluno e o sentido da significação da mesma na percepção dos alunos e professores, por fim, investiga-se quais serão as dimensões pertinentes nesse processo interativo que colaboram nessa construção. Para isso, buscou-se identificar, além dos significados das interações, o perfil dos alunos e dos professores, a condição sócia econômica, bem como as características de vida social, familiar e escolar.

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2 PROBLEMA

As transformações ocorridas no mundo, especialmente as mudanças sociais, trouxeram novas exigências na formação educacional, ampliando o espaço de educação formal. Resultado disso é o número elevado de pessoas jovens e adultas, que estavam fora da Educação Básica e voltaram aos bancos escolares e, consequentemente, inserem-se em um dos programas existentes na área de Educação de Jovens e Adultos. É nesse contexto que o curso de Artesanato (PROEJA) do (IFMA), aparece como uma alternativa para os Maranhenses que retornam à escola com a finalidade de garantir uma formação profissional que permita compreender o mundo e nele atuar na busca de melhoria das próprias condições de vida.

No Brasil, a expansão dos Institutos Federais (IF), teve um crescimento substancial e isto se deve à necessidade de qualificar a mão de obra por vários fatores como econômico e político, entre outros.

Com base nesse pressuposto, pode-se afirmar que nos últimos anos no Brasil houve um crescimento acentuado de unidades, Entre 2003 a 2010 ampliou para 141 e atualmente perfazendo um total de 354 unidades com 400 mil vagas e até o final de 2014, serão 562 unidades com 600 mil vagas, melhorando assim o nível de empregabilidade no País. (BRASIL, 2009).

O Estado do Maranhão obteve um grande número de unidades nesse plano de expansão do Governo Federal. O que torna ainda mais necessário e importante este estudo para contribuir na melhoria do ensino e aprendizagem e resultar na qualidade educacional e permanência do aluno no programa, evitando assim uma evasão acentuada.

O Maranhão conta com um total de dezoito (18) campi e com mais oito (08) campi aprovados para o ano de 2012, demonstrando que o Estado obteve um avanço na educação Profissional. (MEC/PROEJA, 2012).

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minimizado, além de servir como norte para novas pesquisas. Já que esta evasão pode estar diretamente associada com a falta de interação estabelecida entre alunos e professores.

Notadamente, as causas e consequências dessa realidade podem estar relacionadas a muitos fatores como político, econômico, social, cultural, e também aos fatores internos do IFMA: estrutura curricular, questões didático-pedagógicas, falta de qualificação profissional, dificuldade de aprendizagem por parte dos alunos, a falta de interação professor e aluno, entre outros. Também, a escola é exigente em termos de conhecimentos, saberes, códigos linguísticos, práticas, ações, comportamentos e perfil esperado de alunos, que não correspondem com a realidade do perfil da maioria dos alunos matriculados no (PROEJA), que apresentam dificuldades de diferentes dimensões, o que de acordo com Echeita (2006, p. 02):

[...] tornou-se tão cotidiano e normal que existam alunos que sofrem e têm dificuldades (assim como milhares morram diariamente em algum lugar do mundo, ou que existam ricos e pobres) que já nem vemos de verdade, nem sentimos e muito menos questionamos porque acontece.

Na verdade, a perpetuação das diferenças entre os alunos, seja pela segregação ou pelas dificuldades de integração sócioeducacional, evidenciados no modelo avaliativo utilizado e outros fatores é evidente no contexto escolar e, nesse sentido, as instituições escolares não buscam repensar a questão da causa da evasão, por assim entenderem que isso é resultante de causas internas do aluno ou externas à própria instituição escolar.

Alguns estudiosos, como Gadotti (2000), destacam a evasão escolar como uma das “vilãs”. Porém, o problema da exclusão no sistema de ensino resulta, não somente, como afirma Pereira (2006, p. 19) da “[...] inexistência de política de acesso e permanência, podendo ainda indicar a quase inexistente articulação entre o que a escola se propõe a fazer e as especificidades do grupo de alunos que atende”.

Para Luck (1998), um grande desafio que se apresenta para a escola nos dias atuais, é a garantia da permanência das pessoas jovens e adultas no sistema formal de educação e a conclusão da educação básica.

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equivocada o aluno que se diferencia em seus saberes e em sua forma de aprender.

A explicação para esse problema está no fato de a escola não ter modificado a forma de se trabalhar com os alunos, como postula Dayrell (2007), porque ainda está voltado para os alunos da elite, o que tem sido um obstáculo na tentativa de estabelecer um diálogo com esse novo público, pois os alunos não conseguem se reconhecer nesse espaço e acabam se sentindo excluídos da mesma.

A reflexão dessas afirmativas nos conduz a análise de que um dos problemas reside no fato de a significação das interações sociais entre professores e alunos não se constituírem num potencializador ao ensino, à aprendizagem e ao incentivo à permanência desses alunos na escola.

Estudos realizados por Tacca e Branco (2008), ao averiguar a relação existente entre os processos de significação que emergem das interações sociais como potencializadores ou inibidores de aprendizagem significativos, no contexto educativo das séries iniciais do Ensino Básico, constataram como as percepções e concepções que orientam os espaços educativos podem ter um impacto considerável sobre os alunos e seus processos de significação de si, do conhecimento e do mundo.

Diante do exposto, a relevância do presente estudo propõe investigar se há possíveis interações e a consolidação da aprendizagem dos alunos do Curso de Artesanato do (PROEJA) do IFMA.

Com base nessa intenção de compreender como ocorrem tais interações, qual a importância da afetividade e do diálogo nessa interação e sua contribuição para construção do conhecimento, é que se definiu como questões norteadoras do referido estudo, três interrogantes:

Até que ponto a relevância da interação professor e aluno interfere no processo de significação da aprendizagem dos alunos?

Que processos interativos vêm sendo desenvolvidos no contexto da sala de aula para promover a aprendizagem e quais os fatores que, na dinâmica das interações sociais, comprometem a aprendizagem?

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3 JUSTIFICATIVA

Com o fim de justificar a escolha da problemática em questão, farei um breve comentário de aspectos referentes à minha trajetória de vida pessoal, acadêmica e profissional, enfatizando o porquê da escolha da interação professor e aluno como tema desta dissertação.

Sou natural de Belém do Pará, nascida na década de 60. Concluí meus estudos do Ensino Médio em uma escola pública chamada Instituto de Educação do Pará (IEP), onde no 3º ano já iniciei a docência, atuando sempre de maneira alegre e prazerosa. No curso de magistério, as metodologias e didáticas de ensino de cada professor causavam-me curiosidade, o que me fez continuar na área de magistério.

Contudo, ao ingressar na Universidade da Amazônia (UNAMA) em 1998, no curso de Licenciatura em Letras e, posteriormente, como professora do IFMA no ano de 2003, pude ampliar meus conhecimentos na área da educação, conhecendo mais ainda a complexidade do ensinar. Em virtude disso, tive oportunidade de ter uma visão maior de minha prática pedagógica, constatando o quanto o desempenho do professor em sala de aula é importante para a aprendizagem do aluno.

Mas adiante, no ingresso ao Mestrado, encontrei um mundo mágico dos múltiplos conhecimentos, principalmente, com a identificação pessoal com a disciplina Filosofia e Ética da Educação, que me proporcionou uma visão mais crítica e investigativa, principalmente, no que se refere à reflexão dos processos interativos desencadeados pelos professores na sala de aula. No convívio com os colegas e com os Professores da Universidade Católica de Brasília (UCB). Verifiquei, ainda de forma mais abrangente, que a prática educativa tem ligação direta com as relações sociais e, consequentemente, pode potencializar ou diminuir o interesse do aluno pelo estudo.

Corroborando com esse entendimento, o desempenho da função de conselheira das turmas de Artesanato do (PROEJA) fez com que vivenciasse mais de perto o quanto os alunos se sentem preocupados com os professores que não sabem lidar com o capital cultural que eles trazem para a escola e com a diversidade desse público (faixa etária, níveis de maturidade intelectual, ocupações diversas), assim como a dificuldade que esses alunos enfrentam na aprendizagem de conteúdos que exigem níveis de complexidade diferentes, a capacidade de relacionar o pensar e o fazer e a sua interação com os professores.

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Artesanato integrado ao ensino médio (PROEJA) para em seguida, encontrar subsídios que pudessem ajudar na solução do problema.

Em vista do exposto, é que busquei analisar a importância da interação entre professor e aluno para o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem, assim como a análise de como as interações sociais imbricadas na dinâmica interacional professor e aluno tem se constituído numa possibilidade de o aluno emergir como sujeito no processo ensino-aprendizagem.

Assim, essa problemática foi gestada, objetivando-se investigar as interações professor e aluno e a sua influência no processo ensino e aprendizagem por acreditar-se que as interações humanas, por serem muito complexas, são fundamentais na realização comportamental e profissional de um indivíduo. Portanto, aprofundar o estudo sobre a importância da interação professor e aluno, porque envolve tanto os interesses quanto as intenções dos sujeitos no processo de construção de sua aprendizagem, visto que a educação é uma das formas mais importantes para o desenvolvimento comportamental e os valores humanos.

Nesse entendimento é que se inicia o debate, retomando as bases sobre o qual o (PROEJA) está pautado e respaldado. Considerando que o programa foi criado com a finalidade de contribuir para a melhoria da educação brasileira, uma vez que os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) divulgados, em 2003, ressalta que 68 milhões de Jovens e Adultos trabalhadores brasileiros com 15 anos e mais não concluíram o ensino fundamental e, apenas, 06 milhões (8,8%) estão matriculados em Educação de Jovens e Adultos (EJA) (BRASIL, 2012). A partir desses dados e tendo em vista a urgência de ações para ampliação das vagas no sistema público de ensino ao sujeito jovem e adulto, o Governo Federal instituiu, em 2005, no âmbito federal o primeiro Decreto do (PROEJA) nº 5.478, de 24 de junho de 2005, em seguida substituído pelo Decreto nº 5.840, de 13 de julho de 2006, que introduz novas diretrizes que ampliam a abrangência do primeiro com a inclusão da oferta de cursos (PROEJA) para o público do ensino fundamental da EJA.

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de inclusão e retornam para resgatar o que ficou perdido.

O aluno do (PROEJA) não só precisa de conteúdo sistemático, como também de motivação para não abandonar seus objetivos e sua dignidade como cidadão e, principalmente, porque o programa emerge como uma possibilidade de acesso e inclusão de jovens e adultos trabalhadores com histórico de descontinuidade escolar, bem como de exercício do direito à educação por esses alunos (BRASIL, 2007).

Incluir, portanto, requer que se repense a finalidade e a metodologia do programa que versa sobre a integração do saber e do fazer, já que este é a base da competência na educação profissional. Porém, ainda mais atual é o saber conviver, para além do reconhecimento de si mesmo e para poder contribuir com a sua própria formação e da sociedade como um todo.

Para garantir a práxis do professor, segundo Delors (1996) é importante na ação pedagógica comprometer-se com o desenvolvimento de quatro habilidades de aprendizagens fundamentais para o indivíduo. Essas habilidades são reconhecidas como os pilares que sustentam o conhecimento: Aprender a conhecer no sentido de abrir a porta para o conhecimento, indicar o interesse, e libertar-se da ignorância; aprender a fazer e executar sem medo de correr riscos de errar com o propósito de acertar; aprender a conviver e enfrentar os desafios que a convivência trás em seu bojo, agir com respeito e fraternidade com todos para buscar entendimento e interação; e, finalmente, aprender a ser, que representa o ser cidadão em sua total dignidade.

A interação entre esses saberes, habilidades devem compor o fazer pedagógico para que a formação do aluno seja como um todo, pois não basta apenas inseri-lo no mercado de trabalho, mas desenvolvê-lo para vida com competências para administrar conflitos, conviver com a coletividade, ser ético, enfim ser responsável pelo crescimento individual e coletivo.

Logo, com esta pesquisa busca-se melhorar o programa devido ao ambiente de efervescência cultural que há no Maranhão, tendo o Centro Histórico (CH), centro da cidade de São Luís - MA, como principal local de produção e venda de artesanato local. Percebe-se a grande carência e necessidade de artesãos com escolaridade e formação especializada.

O artesanato é uma fonte de cultura popular inesgotável. Rico repertório material e iconográfico resultante de conhecimentos passados por várias gerações que vem com inúmeras influências advindas das variadas colonizações e miscigenações.

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mercado globalizado cresce a necessidade desses produtos alcançarem melhor padrão tornando-se desta forma competitivos.

Pretende-se desenvolver profissionais competentes com capacidade de criar produtos diferenciados, gerenciar produção e venda de artesanato, com custos e benefícios baixos e com identidade própria resultante do resgate de raízes culturais do Estado do Maranhão. Para tal, é necessária a formação de um bom profissional, tanto na teoria quanto na prática. Sendo assim, a qualificação profissional de técnicos de nível médio para atuarem no Estado do Maranhão ou até mesmo além dos limites dessa região.

A oferta de qualificação profissional poderá contribuir para a redução da exploração da mão de obra do artesão, assim como, poderá contribuir para o interesse pela formalização do processo de produção, divulgação e comercialização do artesanato local como resultante dos conhecimentos técnicos, estéticos, culturais e tecnológicos adquiridos.

Além disso, tem-se a consciência de que a transferência cultural advém do ofício de uma geração à outra e a possibilidade de capacitação desses profissionais e até mesmo de novos profissionais interessadas no aperfeiçoamento ou na manutenção do artesanato da terra viabilizarão mercado de trabalho e contribuirá para melhoria do desenvolvimento regional.

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4 OBJETIVOS

4.1 GERAL

Investigar a importância da interação social entre professor e aluno e como as mesmas impactam no processo de ensino e aprendizagem.

4.2 ESPECÍFICOS

a) Identificar as dinâmicas das interações estabelecidas entre professor e aluno no contexto educacional;

b) Discorrer sobre as implicâncias das dinâmicas estabelecidas entre professor e aluno no processo ensino e aprendizagem;

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5 REVISÃO DE LITERATURA

A questão da interação professor e aluno é um tema que vem sendo abordado por vários estudiosos, principalmente, porque, em uma sociedade altamente competitiva, entende-se que o processo educativo precisa entende-ser compreendido como um sistema dinâmico que exige intencionalidade e um determinado aprofundamento em relação ao processo de ensino para produzir aprendizagem.

Nessa intenção, pretende-se mostrar que uma educação opressora, alienante, descontextualizada e que esteja vinculada ao modelo tradicional de ensino, sob a dominância da relação verticalizada do professor e das aulas expositivas tradicionais apenas corrobora para a ineficácia do ensino.

Desse modo, uma educação submetida ao dinamismo de uma sociedade globalizada e comprometida com a formação de um profissional competente e atuante, precisa estar centrada em uma nova metodologia de comunicação com uma necessária habilidade e estratégias de comunicação ativas, interação um a um, que não produza marcas de fracassos, medos, insegurança, passividade e acriticidade, mas, que exige uma nova conduta docente, uma nova dinâmica relacional, alicerçada no diálogo, na valorização da heterogeneidade e na afetividade como estratégia de construção do espaço escolar e de desenvolvimento da aprendizagem autônoma dos alunos.

Não obstante, no cerne deste estudo, defende-se uma interação autêntica entre professor e aluno, a partir de uma cultura organizacional estruturada em princípios democráticos, uma prática pedagógica dinâmica, criativa, emancipadora, participativa, coletiva, provocadora e facilitadora da aprendizagem, por acreditar que sendo assim o aluno estará motivado para aprender, para expor suas dificuldades e explorar suas potencialidades, superar seus limites, para conviver, aprender a pensar e a fazer a partir de sua própria lógica, assim como para adquirir a competência profissional almejada no contexto atual.

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5.1 UM ENFOQUE CONCEITUAL NA INTERAÇÃO SOCIAL

Os estudos sobre o desenvolvimento do ser humano são ainda enigmáticos e complexos. Existem várias pesquisas com a finalidade de entender as teorias sobre as interações sociais. Entretanto, nesse estudo, tem-se a pretensão de investigar a importância da interação entre professor e aluno e suas influências no ensino e aprendizagem. A gênese desse trabalho também visualiza os fatores socioculturais e os cognitivos e a relação entre mente, sociedade e o processo comunicativo apenas para contextualização da pesquisa.

O processo comunicativo entre os seres humanos principalmente o diálogo tem a função de mediar essas interações, sendo vital para a compreensão e trocas de representações novas que com as representações e percepções já existentes se transformam em outro significado.

O interacionismo simbólico de Mead (1934) contribuiu no sentido de orientar os estudos para a cognição social. Para esse pesquisador a sociedade se constituiria em detrimento da permissão do indivíduo a conviver com o outro nas instituições levando-se em consideração os costumes, os atos sociais que seriam determinados por estas (instituições). Preocupado com a construção da identidade social, Mead (1934), ainda tentou compreender a individuação. Para ele só poderia existir o Eu se existir um que corresponda a Nós. Então, são as interações do ser humano por meio das relações sociais e a função que desenvolvemos na sociedade que irão formar a pessoa. Baseado nesse pensamento existe a interdependência entre a mente, o desenvolvimento e a dimensão sociocultural que são construídos por meio das interações sociais.

O ser humano em um ambiente social se apropria da cultura e dos conteúdos e em seguida recria e reinterpreta para formar novos conceitos. Nesse fim, a evolução da interação se dá por meio de cultura para se projetar as mudanças fundamentais no ser humano. Vygotsky (1989), afirma que a cultura é um processo dinâmico, onde seus membros atuam e transformam informações, conceitos e significados por meio das relações interpessoais.

Nesse sentido, pode se afirmar que o sujeito é ativo dentro do processo social e vai adquirindo concepções e percepções que são internalizadas e que confrontadas com outras representações preexistentes o tornará capaz de resignificar e construir outra informação e então, a partir daí, poder exercer sua vontade e controle.

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desenvolvimento interacional se dá entre homem, mundo e os elementos que midiatizados pelo outro o tornará desenvolvido.

No que se referem ao aprendizado ainda as interações despertam funções que estavam predispostas a serem desenvolvidas e consolidadas. Isso se leva a inferir que no espaço educativo e interativo é o lugar onde se pode planejar ações que partilhada e vivenciadas com o grupo possibilitará o desenvolvimento real do aluno.

Os processos de interação entre professor e aluno é uma contribuição vital no ensino e aprendizagem porque se entende que natureza social edifica a mente do ser humano conduzindo a uma reflexão maior. É importante então a reflexão que se vem propondo neste trabalho que busca o estudo das interações sociais no âmbito do desenvolvimento humano e em particular, no processo de ensino a aprendizagem.

Vale reafirmar a importância que o outro tem nos processos interativos porque estes servem de base e fonte no processo cognitivo. A proposição de uma reflexão minuciosa entre interação social e desenvolvimento individual no ensino e aprendizagem é importante para se investigar os grupos sociais e educativos. Bem como as suas influencias na compreensão humana. E ainda desenvolver políticas publica que incluam estudos pertinentes a interação social como instrumento no processo de desenvolvimento do indivíduo e principalmente no ensino do PROEJA.

Os aprendizados de formas comportamentais, sociais e culturais se dão por meio dos signos corroborando com o desenvolvimento. Porém, Vygotsky (1989), revela que a aprendizagem e o desenvolvimento não acontecem de forma de igual medida. Logo, a função das interações na origem do conhecimento é relevante oportunizando a matéria prima para o desenvolvimento.

É importante enfatizar que os estudos sobre as interações sociais também evidenciam dificuldades que devem ser sistematizada e estudada nas abordagens teóricas e metodológicas. Por isso os conflitos advindos dessas interações devem ser conduzidos pelo professor de forma tranquila por assim entender que o mesmo faz parte do desenvolvimento em construção.

As interações sociais recomeçam a ser tema de estudos mais evidenciados nos anos 70, quando propostas teóricas aparecem questionando a sua função enquanto processo e sua natureza relevantemente no contexto famíliar e escolar, e ainda a influência dialética dos seres nesses processos interativos.

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nos grupos, levando-se em consideração que a interação social é muito importante para compreensão das atitudes, seja individual ou coletiva e que ainda podem ser melhoradas à medida que se desenvolvem as competências relacionais do ser humano.

Em se tratando de definir interação, Park e Burgess (2012), foram os pioneiros em usar a definição nas relações sociais. Partindo-se desse pressuposto, define-se como interação social o processo em que as pessoas se relacionam entre si em uma determinada situação ou contexto com influência recíproca e com a utilização do diálogo como forma dessa convivência.

Todavia, a interação social é definida em várias ciências como na Física, onde se pode definir como qualquer processo em que o resultado do estado de suas partículas tem influencia da ação de outra partícula. Já na sociologia é o conjunto das relações ou ações entre os indivíduos que fazem parte de um determinado grupo ou entre os grupos de uma mesma sociedade.

Na psicologia é o fato que permite a um número de pessoas constituir um grupo, e que a conduta de cada indivíduo é um estímulo para o outro. Todas essas concepções são importantes, possibilitando enfatizar que a interação social é relevante porque provoca modificação e transformação na conduta, ou seja, no comportamento dos indivíduos, que participam dessa relação. Logo, o contato e a comunicação, que é estabelecida entre eles, faz com que o individuo tenha como resultado um comportamento adequado ao grupo.

A partir dessas considerações, pode-se afirmar que as interações são indispensáveis para o ser humano, pois os seres se socializam por meio desses contatos e podem dar-se entre pessoa e pessoa, pessoa e grupo e ainda entres os grupos.

Consequentemente, existem formas diferenciadas de interação que são comprendidas como relação social. Um professor ministrando aula para seus alunos, é um tipo de relação, bem como outros tipos exemplificando, relação pedagógica, relação política, relação religiosa, relação cultural e relação família. Para exclarecer essa temática, faz-se uma breve exposição a cerca das relações sociais para que possamos fazer um cotejo entre a relação e a interação social para o melhor entender do objeto desse estudo.

As relações sociais têm como conceito o relacionamento entre pessoas dentro de um grupo social que compõe o suporte para a estrutura social. É também o objeto de estudo das Ciências Sociais. Essa definição requer um breve histórico de alguns pensadores importantes para o pensamento social.

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devem ser estudados e analisados como coisas. Na sua concepção, a sociedade estava fora e dentro do homem concomitantemente; as pessoas sofrem influências e se educam através de valores aos quais pertencem, pois, em uma sociedade, cada ser exerce uma função, ou seja, têm direitos e deveres, chegando assim a uma solidariedade social e, consequentemente, o grande avanço social.

Outra contribuição é de Weber (1979) que conceituou a relação social afirmando que a mesma é orientada pela conduta de outros que se relacionam mutuamente dentro de um conteúdo específico e do sentido próprio das ações em sua teoria da ação social. Que segundo ele só há ação social quando a pessoa busca a comunicação e interação com os demais. Weber determina quatro tipos de ações sociais e diz que delas somos orientados. Weber busca compreender as ações sociais em função de estas serem importantes e determinantes na construção da sociedade.

Ainda Weber (1979) diferencia a ação social de relações sociais, em que esta se direciona por um teor de sentido compartilhado reciprocamente. Já aquela, se orienta pelo comportamento do outro. Portanto, para Weber, relação social seria a conduta de vários indivíduos, reciprocamente orientados e dotados de sentido partilhado pelos diversos agentes de determinada sociedade.

As relações sociais são constituídas de várias ações sociais que são motivadas por um conjunto de significados em comum. Então, podemos afirmar que a relação social tem um sentido compartilhado em suas ações. O objetivo de Weber é estudar o significado que o ser individualmente atribui à sua conduta e compreender a estrutura inteligível de cada um e não a análise das instituições sociais.

As relações segundo a sociologia e a antropologia seguem os seguintes passos: primeiro temos as relações mais básicas, isto é, físicas, que se parecem com o comportamento animal; em seguida, temos as ações com significado e um objetivo e depois o comportamento social, ou seja, a ação social já exige uma resposta do outro. E por fim, o contato social, quando constitui a interação propriamente dita e, assim, as relações sociais.

Corroborando com essa ideia, o social não é produzido por seres separados. Porém, podemos perceber que o indivíduo também pode construir sua subjetividade e suas formas fundamentais, como, por exemplo, os seus limites. O ser humano não deve ser reduzido como a um ser de comportamento simples e mecânico. Ele é concomitantemente guiado pelo sistema social e pelas necessidades de ordem biológica.

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filósofo, historiador, teórico político e jornalista. Seu pensamento influenciou várias áreas tais como a Filosofia, Geografia, História, Direito, Sociologia, Literatura, Pedagogia, Ciência Política, Antropologia, Biologia, Psicologia, Economia, Teologia, Comunicação, Administração, Design, Arquitetura, entre outras e suas contribuições perpassam pela afirmativa que não se pode pensar a relação indivíduo e sociedade sem pensar em condições materiais, pois, para ele estas condicionam as relações. O que o torna diferente dos pensamentos de Durkheim e Weber.

Para Marx (1994), as relações sociais, que são estabelecidas pelos indivíduos são o que compõem a sua existência social e estas são decorrentes de forças produtivas, ou seja, as forças produtivas são inerentes às relações sociais. O ser humano muda suas relações sociais ao adquirir suas forças produtivas novas e que são necessárias e independem da vontade do ser.

Também, considera que o trabalho para o indivíduo é ontológico, isto é, inerente à existência humana, necessário e não opcional. As relações sociais ocorrem em vários meios. No meio familiar, educacional, social, institucional, profissional e podem sofrer mudanças e levar a resultados de harmonia, avanço, e progressos ou nas estagnações, agressão ou alienamento.

Contudo, existem inúmeros fatores que podem levar a uma mudança social. Alguns deles são os próprios sujeitos, época, circunstâncias, cultura, espaços, local, desenvolvimento tecnológico e a educação.

Neste sentido, a escola é um espaço social com grande número de pessoas que oportuniza as relações e pode gerar muitos conflitos comuns, mas que pode, também, ensinar os valores de amizade, respeito, harmonia, amor ao próximo, solidariedade, bondade e a tolerância com o seu semelhante.

Na visão de Marx (1994), combater a alienação e a desumanização era, para ele, a função social da educação, sendo então necessário aprender competências que são indispensáveis para a compreensão do mundo físico e social, pois entendia que a educação deveria ser ao mesmo tempo intelectual, física e técnica pela sua concepção, unilateral. Também, alertava para o risco de a escola ensinar conteúdos sujeitos a interpretações ideológicas de partidos ou classe e contrapõe a tendência profissionalizante, que levava as escolas industriais a ensinar apenas o estritamente necessário para o exercício de determinada função.

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classes, definida pelas relações com os processos econômicos e produtivos, a crença no desenvolvimento da sociedade além da fase capitalista através de uma revolução do proletariado (GHIRALDELLI JÚNIOR, 2003).

Conforme Araújo (1985, p. 34) deve-se:

Diferenciar conceitualmente interação de relação. A interação caracteriza-se por

um episodio onde “A” emite um comportamento “X” para “B” e “B” emite um comportamento “Y” para “A”, acontecendo, portanto no mínimo entre duas pessoas (diade) e envolvendo um significado. “A relação caracteriza-se por sequências de interações que ocorrem num período relativamente extenso de tempo e que possui algumas propriedades específicas (como intimidade, compromisso e outras).

Segundo Araújo (1995), na investigação cientifica há regras envolvendo os conceitos, os aspectos e objetivos a cerca da interação e relação a serem investigados. Como por exemplo, nas relações investigam-se os aspectos comportamentais, afetivos e cognitivos. E no estudo da relação social se consegue compreender as interações (principio da reciprocidade e complementaridade) e das relações (percepções individuais advindas do passado que influenciam nas interações que estão por vir).

Na interação social é necessário observar que há influência recíproca entre os participantes. Pode-se afirmar ainda, que há interação mesmo quando apenas um dos componentes sofre influência na convivencia. Ou seja, quando existe um contato por meio de algo como o livro ou mesmo a televisão e nesse tipo de interação verifica-se que somente um recebe influência do outro, mas configura-se interação.

A interação social respalda-se no princípio da reciprocidade da ação e isto significa dizer que os atos dos indivíduos não são independentes e devem obedecer à ética e à moral. Os indivíduos são inerentes a um grupo, mas deve ser condicionado ao comportamento do outro. Portanto, são relacionais e possuem alto senso de observação o que o faz buscar respostas para os problemas relacionais.

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Para Turner (2012), a interação é importante porque os indivíduos tem como pressuposto um conjunto de conhecimento comum emitido por eles mesmos e que serve de orientação para o aceite do papel que cada um tem dentro da relação.

Deve-se priorizar a interação social no espaço escolar pela grande contribuição que tem no desenvolvimento do aluno. Portanto, acredita-se na influência direta no ensino e aprendizagem para externar as distorções existentes no sistema educacional, e ainda melhorar a qualidade nas relações.

Com o apoio também da teoria Sociointeracionista defendida por Vygotsky (1997), que tem como um de seus pressupostos básicos a ideia de que o ser humano constitui-se enquanto indivíduo na interação com o outro social. Aponta ainda que todos os indivíduos tenham potencialidades, que precisam ser desenvolvidas e ajudadas em contato com o outro, pois, a interação é importante e essencial para o desenvolvimento e para aprendizagem.

Faz-se um cotejo entre interação social e relação social afirmando-se que a interação é mutuamente aceita e orientada pelos indivíduos. Enquanto que a relação é todo contato que temos com a coletividade. E ainda, por meio da interação social se constitui as relações sociais que se pode dizer: relação cultural, econômica, religiosa, política, pedagógica, família, esportiva e educacional.

Araújo (1985) menciona que para se analisar as interações deve-se considerar os conteúdos, ou seja, os integrantes, a ligação, objetivos, necessidades e percepções que são convencionados elo integrantes da interação. Ainda deve-se levar em consideração a qualidade que são os resultados, a intensidade do comportamento na interação e a comunicação verbal e não verbal utilizada nessa convivência. E finalizando analisar os padrões e com que frequência eles ocorrem. Ademais, compreender como são preservadas as transformações tanto interna e externa nesse processo.

A pesquisa repousa na interação entre professor e aluno e sua importância no processo ensino e aprendizagem. Quando se entende que o ensino e a aprendizagem devem ocorrer de forma dinâmica e ativa, em que o aluno em contato com o outro constrói, organiza e transforma seus conhecimentos. Nesse âmbito, o professor exerce um papel mediador e responsável pelo planejamento, encadeamento e intervenção deste aprendizado.

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A relação de poder que causa desequilíbrio que influencia indubitavelmente na aprendizagem e abala a relação de confiança que deveria ser estabelecida, confiança essa no sentido de acreditar que os resultados serão eficazes e contribuíram para o desenvolvimento e conhecimento do aluno, resultado este que não dependem somente do aluno, mas também do professor e do contexto em que a convivência é mediada. Por conseguinte, a interação entre professor e aluno é fundamental para realização e êxito do trabalho.

Os professores devem promover condições para fomentar as interações e para tanto é importante que criem oportunidades para que os alunos desenvolvam habilidades sociais e aprendam modelos de interações positivas, evitando assim, rejeições. As interações positivas e qualitativamente melhores em sala contribuem na aprendizagem e as interações negativas podem apenas influenciar no sentido de “domestificar” o aluno criando uma representação apenas autoritária.

Com esse aporte concernente as interações sociais que geram relações educacionais pretendem iluminar a pesquisa para que a proposição da investigação sobre a importância da interação entre o professor e aluno seja pertinente e relevante no que tange ao ensino e aprendizagem.

Enfim, a interação entre professor e aluno e a criação de uma atmosfera positiva, contribui para que o aluno goste, aceite e se interesse mais pela partilha de conhecimento e dessa maneira a aprendizagem terá um resultado mais eficaz, posto que, nesse modelo o professor viabilizará o vínculo que pode ser favorável ou desfavorável ao ensino e a aprendizagem a partir da interação que constrói com seus alunos.

5.2 PROCESSO DE SIGNIFICAÇÃO NA INTERAÇÃO PROFESSOR E ALUNO

Averiguar o valor das interações sociais no processo de construção do conhecimento implica primeiro saber o que se entende sobre o processo de significação na prática interativa e comunicativa que se desenvolve no processo pedagógico na sala de aula. Tacca e Branco, (2008), definem o processo de significação como um processo abrangente, que traz em seu bojo, motivações, referências, significados e sentidos no contexto interativo entre pessoas ou entre professor e aluno, nos diferentes lugares e situações de ensino e aprendizagem. O processo de significação é um processo dos sujeitos implicados nas situações interativas, vistos como sujeitos concretos, situados num momento ontogenético, cultural e histórico, num tempo determinado.

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assim como a história das interações entre professores e alunos e entre alunos e alunos, pois este conhecimento subsidiará o professor, não somente compreender melhor o comportamento dos alunos, a forma em que se relacionam, as interações que estabelecem suas atitudes, seus valores perante o professor e seus pares, como também para extrair dele aqueles aspectos que contribuam para melhorar a dinâmica interacional entre ambos e valorizar as habilidades sociais que ele possui com vista a desenvolver o potencial acadêmico e social, pois o êxito começa nas interações positivas entre professor e aluno.

Também, nesse processo interativo, é importante que se tenha a compreensão do significado da dinâmica interacional e da sua influência na vida do indivíduo, já que, como diz Sanchidrián (2008), a motivação e a aprendizagem estão articuladas entre si, de modo que as mensagens reveladas na ação docente serão determinantes para configurar a própria autoestima do aluno, o valor concedido ao esforço para aprender e os seus interesses no que esta aprendendo. Nesse sentido, é importante valorizar que explicação ou atribuição dá aos alunos seus êxitos ou fracassos na realização das tarefas, assim como as expectativas que eles têm sobre si e de que forma o professor pode contribuir para valorar seu esforço pessoal, quais são seus interesses e preferências.

Desta forma, é imprescindível investigar sobre a dinâmica interacional e os benefícios que dela os professores podem obter nas interações com os alunos e suas influências no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem.

A influência da reciprocidade nos indivíduos por meio da interação é visível. E principalmente, no crescimento cognitivo do aluno. Uma vez que o aluno modifica seu desempenho à medida que o professor também muda a sua forma de atuar em sala. Nesse viés, pretende-se com esse estudo desvelar caminhos pertinentes por meio de dinâmicas interacionais para melhorar o desempenho do professor e do aluno no processo ensino e aprendizagem.

5.3 INTERAÇÃO FUNDAMENTAL ENTRE PROFESSOR E ALUNO E SUAS IMPLICAÇÕES NO ENSINO OU NA APRENDIZAGEM

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interna de funcionamento da cultura organizacional.

Na concepção de Libâneo (2004), esse termo, denominado de cultura da escola, refere-se ao conjunto de fatores sociais, culturais, psicológicos que determinam os modos de agir da organização com um todo e ainda o comportamento das pessoas em particular, projetando-se assim em todas as situações do contexto escolar: nos diversos tipos de reuniões, nas normas disciplinares, nas interações professores com os alunos na aula, nas interações estabelecidas com os pais, na metodologia utilizada na gestão das aulas, ou até mesmo nas formas de tratamento com todos no espaço educativo.

Remete ainda ao modo de fazer as coisas e o agir de cada elemento, os quais definem a própria identidade de uma instituição ou de um fazer de um grupo, que intencionalmente definem seu modo de regulação e funcionamento, por ser essencialmente dinâmica. Assim, compreende-se a organização como uma unidade social constituída por um grupo de pessoas, as interações entre as pessoas e com o contexto social mais amplo que ganham maior importância, implicando então os aspectos culturais, no sentido que se aponta e remete-se às seguintes questões: “Qual é o significado disso para o sistema de organização e gestão da escola? Como a cultura da escola influi nos estilos de organização e gestão” (LIBÂNEO, 2004, p.107-108).

Nesse sentido, se a instituição tiver claramente definido que caminhos pretende alcançar, precisa organizar-se e planejar-se para alcançar seus objetivos e modificar sua forma de atuar. É preciso considerar que mesmo a cultura organizacional das instituições educativas seja algo complexo, envolvendo disputas, interesses distintos, relações de poder, há formas de se organizar e gerir esses conflitos em prol de uma dinâmica interacional harmoniosa, participativa, mais efetiva e potencializadora de aprendizagem.

Corroborando com esse pensamento, recorre-se a Heredero e Martín Bris (2009), pois estes afirmam que os elementos que integram o sistema relacional numa instituição educativa são: participação, comunicação, mediação de conflito, entre outros, que contribuem para favorecer um clima harmonioso de convivência e de aprendizagem. Contudo, sabe-se que entre professores e alunos se produzem inúmeras interações que marcam a própria instituição, devido estas estarem pautadas em valores impregnados na própria concepção da escola e de educação.

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multiplicidade de críticas e perspectivas em torno desse assunto por vários estudiosos, os quais defendem a perspectiva da dinâmica interacional como comunidade de aprendizagem crítica e participativa, caracterizada pelo diálogo, pela liberdade de pensamento e expressão e pelo fomento da diversidade, materializada numa prática pedagógica transformadora e no espaço de interação como espaço de conhecimento.

Dentro deste rol, cita-se Freire (1992), Gadotti (2007), e Libâneo (2004) entre outros que servirão como suporte teórico para tecer considerações sobre o assunto.

As produções de Freire (1992, 1996, 1997, 2003 e 2005), apresentam claramente o papel da educação na dinâmica interacional de opressão e de transformação do ser humano enquanto sujeito político e crítico. Nesse pensamento, fez severas críticas ao modelo educacional sedimentado na hegemonia e na concepção bancária, quando ressaltou que “[...] a consciência bancária pensa que quanto mais se dá mais se sabe. Mas a experiência revela que com este mesmo sistema só se formam indivíduos medíocres, porque não há estímulo para a criação” (FREIRE, 2003, p. 21). Modelo este, que, tampouco, propõe o desvelamento do mundo de opressão que gera dependência emocional para o comprometimento, na práxis, com a transformação e libertação.

Os argumentos de Freire se opõem ao modelo de educação tradicional que trata da interação professor e aluno como algo irrelevante, pois nessa interação, não interessa ao professor a experiência de vida do seu aluno, o seu estado emocional, já que o objetivo precípuo dessa convivência é a transmissão de conteúdos, ou seja, o cerne é a supervalorização da dimensão cognitiva.

Nesse sentido, recomenda-se uma pedagogia humanizadora e libertadora e, desse modo, o educador deve compreender que os processos educativos se estabelecem numa ação cultural tanto para humanização quanto para opressão e, ao mesmo tempo, de alienação como para compreensão da relação histórica, política e cultural presente na ação pedagógica.

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Em seguida, Freire (1992), indica que essa relação é um ato de criação, recriação e decisão, ao dizer que na interação do homem com o mundo e com os demais, este se sente estimulado a responder aos desafios surgidos, alterando-os e criando-os, não de forma passiva, nem permitindo a imobilidade das sociedades e das culturas, a não ser em termos de relativa preponderância.

Freire (1997) ainda questiona a forma como os discursos são produzidos no contexto educativo, o qual denominou de arrogância elitista, o que faz com que o aluno não se perceba como sujeito que aprende e, ao mesmo tempo, que ensina ao seu professor e que não pode romper com a cultura do silêncio porque acredita que somente a fala do professor é que tem significado e conhecimento. Denota, principalmente, esse pensamento quando cita um trecho do diálogo produzido em um círculo de conversa com um grupo de camponeses (FREIRE 1997, p. 46): “Desculpe, senhor, disse um deles, que estivéssemos falando. O senhor é que podia falar, porque o senhor é o que sabe. Nós, não”.

A superação desse pensamento segundo ele tende a desaparecer quando o professor que introjeta a ideologia dominante abandonar o discurso tradicional para assumir o papel de interlocutor do pensamento do aluno, um problematizador que sempre estará atento à atitude de questionamento e a fazer de sua aula um debate de ideias, de ruptura da autoridade contra a liberdade¸ permitindo que o aluno compreenda que é na dúvida, na reflexão e no diálogo que o conhecimento é construído.

Estimular a pergunta, a reflexão crítica à própria pergunta, o que se aprende com esta ou aquela pergunta, em lugar da passividade diante das explicações discursivas do professor ou da resposta a perguntas que não foram feitas. (FREIRE, 1996, p. 96).

É importante, que ambos, professor e aluno, saibam que a postura deles é dialógica, aberta, indagadora e que se assumam epistemologicamente curiosos, rompendo assim com o modelo de convivência apassivada enquanto fala ou enquanto ouve.

Outro ponto apresentado por Freire (1992) é quando ele fala da educação e do fazer pedagógico como ato político que visualiza o ser humano integral, inconcluso, ser de escolhas e decisões, em busca de sua libertação. Nessa visão, a interação professor e aluno implicam politicidade e pensamento reflexivo do aluno frente ao mundo.

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sujeitos coletivos capazes de criar e apropriar-se do projeto e planejamento da escola. Nessa conexão, o professor da educação profissional deve assegurar ao aluno o direito de se expressar e, a ele próprio, o direito de assumir-se como mediador entre o aluno e o objeto deste processo de apropriação do conhecimento, tendo em vista que o tratamento deste aluno adulto não pode ser igual ao de uma criança, pois ele quer ver a aplicação imediata do que está aprendendo. Ele tem seus receios, insegurança, vergonha de falar de si, dos seus fracassos escolares ou de sua moradia, porque tudo isto lhe traz tensão, angústia, complexo de inferioridade e, portanto, esse adulto precisa ser estimulado a elevar sua autoestima. Nas palavras desses autores Gadotti e Romão (2007, p. 39), “É preciso que tudo isso seja verbalizado e analisado, pois, o primeiro direito do alfabetizando é o direito de se expressar”.

Outros elementos presentes na discussão de Gadotti e Romão (2007), e que se considera fundamental na educação profissional, referem-se à participação ativa do aluno como sujeito do processo ensino e aprendizagem, a autonomia que se lhe deve proporcionar e o valor do diálogo como cerne de crescimento das interações, por entender-se como um subsídio ao processo de complementaridade dos sujeitos, que na sua convivência, são vistos no mesmo plano.

Segundo Martín Bris e Martínez (2008, p.174) “[...] só existirá essa participação quando se partir da convivência como objetivo fundamental de todo o processo educacional”. Isto implica dizer, que a convivência, pressupõe atitudes, comportamentos e consenso por parte de todos os setores da comunidade escolar e se constitui em um fator de qualidade que deve ser construído de forma intencional e sistemática por todos os membros da comunidade educativa, já que aprender a conviver é fundamental para a instituição escolar.

Dessa forma, fundamentada numa visão de uma educação libertadora, participativa e para a cidadania democrática, a participação assume uma parte central nesse processo, por se constituir numa forma de estimular a aprendizagem e exercitar a democracia, visto que “o clima que se gera em uma organização é mais positivo que o daquele que se produz em uma instituição de caráter autoritário” (MARTÍN BRIS; MARTÍNEZ, 2008, p. 174).

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Um inegável fator para a transformação da sociedade e que não se pode excluir da cognoscibilidade é a afetividade que é um componente relevante para a subjetividade do individuo, sendo assim, os fenômenos afetivos que são as experiências vividas podem ser potencializados para as interações educacionais.

5.4 AFETIVIDADE: MOLA PROPULSORA DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E DA APRENDIZAGEM

Pode-se afirmar que o ser humano é um ser afetivo e cognitivo, e necessita desses fatores para se desenvolver. Pesquisas recentes em Neurociência, Psicologia e Ciências Cognitivas têm provado que afetividade está agregada a cognição, assumindo relevante função no que cerne a educação. Como por exemplo, a memorização, criatividade e decisão. Logo, é nas interações educacionais que se pode também ampliar conhecimento.

Segundo Wallon (2007), as relações afetivas que são estabelecidas no meio familiar e no contexto educacional, são determinantes na construção da identidade e do caráter. Então, para se constituir a consciência são necessárias às interferências do meio social no meio orgânico.

Nesse viés, a afetividade, a cultura e linguagem proporcionam ao pensamento os instrumentos fundamentais para a evolução do ser humano e isso é possível por meio do diálogo nas interações sociais.

As interações sociais se iniciam desde o nascimento, e se transformam no decorrer da vida, de acordo com as estruturas dos contextos, orientados pelos valores que os constituem, tais como éticos, morais, estéticos, econômicos e políticos.

Nessa visãoVygotsky (1994), confirma que o ser humano é essencialmente social e é por meio da interação com o próximo que incorpora e internaliza a aprendizagem e consequentemente concebe a construção do conhecimento.

À vista disso, entende-se nesse estudo que a afetividade é a mola que promove e impulsiona a aquisição do conhecimento. Além de tornar a convivência mais harmônica entre os pares produzindo autoestima no sujeito envolvido no processo educacional e ainda favorece para o reconhecimento da importância do professor e do aluno na escola.

Abordar a questão da afetividade no processo de construção do conhecimento e da aprendizagem apesar de representar um desafio a ser desvelado neste presente estudo implica em revisar alguns conceitos fundamentais defendidos por estudiosos no assunto.

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afetividade, refere-se “[...] a capacidade, a disposição do ser humano de ser afetado pelo mundo externo\interno, por sensações ligadas a tonalidades agradáveis ou desagradáveis”. É considerado também sentimento único que traz no seu núcleo um outro, também complexo e profundo. Todavia, ao explicar a relação vincular entre a afetividade e o processo ensino-aprendizagem Almeida, (1993, p. 31), destaca que “[...] a afetividade e o desejo pouco têm sido teorizados na sua vinculação com o processo de aprendizagem”, porque tanto a pedagogia tradicional, quanto algumas teorias psicológicas, alicerçadas numa visão racionalista e dualista do homem, consideram a aprendizagem como um processo exclusivamente consciente e produto da inteligência e descartam o valor implícito nos fatores interacional e afetivos implicados no ato de ensinar e aprender.

Contrapondo essa visão, pretende-se buscar subsídios teóricos que explicitam a relação ensino-aprendizagem como uma ação consciente e inconsciente do ser aprendente e ensinante e “[...] a afetividade como elemento inseparável e irredutível das estruturas da inteligência”. (ALMEIDA, 1993, p. 31).

Essa afirmação de Almeida (1993) vai ao encontro com o entendimento da própria autora e de vários estudiosos renomados como Piaget (1996), Rogers (1987), Vygotsky (1997), Wallon (1978) e Freire (1992), já que compreendemos o afeto como um princípio norteador do desenvolvimento intelectual do ser humano e, ainda, consiste numa força motriz que mobiliza o processo de construção do conhecimento e atua no sentido da singularizarão e significação do conhecimento.

Ao explicar as considerações sobre o tema desenvolvimento afetivos e a importância atribuída à afetividade para o desenvolvimento psicológico no âmbito da epistemologia genética, Piaget (1969), buscou explicitar a relação entre inteligência e o afeto, ao afirmar que a afetividade motiva a inteligência e desencadeia a autoestima, podendo tanto estimular quanto diminuir o interesse e a necessidade do aluno porque mantém uma relação intrínseca com a motivação e o desejo do aluno em aprender. Essa opinião é corroborada por Masseto (1996), quando ressaltou que o sucesso (ou não) da aprendizagem está fundamentado essencialmente na forte relação afetiva existente entre alunos e professores, alunos e alunos e professores e professores.

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Piaget (1962) descreve que o desenvolvimento das funções da inteligência não acontece de forma compartimentalizada, mas, em um processo indissociável e complementar e, portanto, o indivíduo só age quando experimenta uma necessidade ou um desequilíbrio, mesmo que momentâneo, entre o meio e o organismo e, essa ação surge na tentativa de levar o organismo a reestabelecer o equilíbrio, ativando, simultaneamente, o funcionamento dos aspectos afetivos e cognitivos.

E ainda, a inteligência e a afetividade são indissociáveis, porque podem envolver duas significações bastante diferentes, ou seja, tanto a afetividade pode intervir nas operações da inteligência, que ela as estimulou ou as perturba, podendo ser a causa de aceleração ou de atraso no desenvolvimento intelectual, como pode provocar mudanças nas estruturas da inteligência enquanto tais, assim como pode ser vista como um elemento intervém nas estruturas da inteligência, por ser fonte de conhecimento e de operações cognitivas originais.

Corroborando com esse pensamento, Almeida (1993) afirma que é importante no processo de ensino e aprendizagem, levar em consideração a afetividade do aluno como uma dimensão importante e que não se deve subestimar ou superestimar a afetividade do aluno e ignorar o desenvolvimento natural e psíquico do ser humano. Portanto, as ações e reações do indivíduo são orientadas tanto pelo lógico e emocional.

Rogers (1987) defende essa relação quando reconheceu que não existe aprendizagem sem vínculo afetivo entre o professor e o aluno. Assim, se não houver a aceitação e a empatia do aluno pelo seu professor maior será o obstáculo deste em interessar-se pelo processo pedagógico a interessar-ser deinteressar-sencadeado, pois, o prazer de descobrir e de responder a desafios é constitutivo da perspectiva do educando implícitos nessa relação de alteridade. No entanto, embora muitos professores não se preocupem em estabelecer esse vínculo com seu aluno, esse mesmo autor afirma que uma das condições desencadeadora da aprendizagem é a qualidade da atitude que é assumida por esse professor com seus alunos, pois, segundo ele, este deve assumir o papel de facilitador e a relação deve ser de igualdade entre ambos, pois se almeja formar cidadãos capazes de viver, construtivamente, no presente mundo em mudanças caleidoscópicas, tem-se que facilitar seu crescimento, permitindo-os que sejam aprendizes autoestimulados e autoiniciados, pois assim ele se desenvolverá melhor.

Outra questão fundamental nessa discussão é quanto à atenção ao clima, pois, o aluno precisa sentir-se acolhido para despir-se do medo, receios, emitir suas opiniões e explorar sua bagagem cultural trazida para a escola para socializar com seus pares.

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