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Rev. Bras. Anestesiol. vol.62 número1

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Academic year: 2018

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Rev Bras Anestesiol CARTA AO EDITOR 2012; 62: 1: 134-136

Revista Brasileira de Anestesiologia 135

Vol. 62, No 1, Janeiro-Fevereiro, 2012

Caro Editor-chefe Dr. Mário J. da Conceição,

Foi com grande interesse que li o artigo publicado na Revista Brasileira de Anestesiologgia (RBA) orientando os profissio-nais quanto a segurança da prática dos bloqueios regioprofissio-nais 1.

Parabenizo os autores pelo esforço e seriedade com que trataram este assunto. Gostaria de fazer algumas considera-ções sobre três tópicos:

As referências

A anestesia é um procedimento médico que se modificou ao longo dos anos devido às inovações tecnológicas e farma-cológicas, sendo cabível o pensamento de que as técnicas utilizadas hoje não são as mesmas do passado. Observando as referências, percebe-se que os autores utilizaram publi-cações que analisaram pacientes submetidos a pesquisas envolvendo anestesia em décadas passadas. O texto não esclarece como os autores agiram perante tal limitação, ou ainda se ela foi considerada em algum momento da análise dos artigos incluídos nas recomendações. Seria possível es-clarecer isso?

A estratégia utilizada para identificar os artigos incluídos não deixa claro qual o passo ou momento que tornou possí-vel a utilização de capítulos de livro. O capítulo de um livro foi utilizado, porém, observando seu conteúdo, parece que o mesmo aborda a farmacopeia norte-americana e não especi-ficamente a prática da Anestesiologia mundial 2.

A fundamentação teórica inicial

Foi preocupação dos autores em dar um enfoque às compli-cações infecciosas relacionadas ao bloqueio regional, porém é relevante ressaltar que tais complicações são raras; “Não há evidências claras na literatura a respeito da frequência de tais complicações (D)” e “Também é rara a administração errônea de fármacos em bloqueios regionais (?)”. Por isso, a criação de recomendações sem sabermos previamente a frequência real ou estimada dos eventos pode ser vista com ressalvas. Seria possível que os autores realizassem pesquisa no Brasil em conjunto com a Sociedade Brasileira de Anestesiologia para identificar a atual frequência de tais eventos, tornando mais viável a consulta às recomendações?

Os autores utilizam séries epidemiológicas para justificar que, mesmo na ausência da informação publicada em arti-gos, a frequência das complicações infecciosas e acidentes estão em ascensão. Entretanto, os estudos utilizados como

referência são das décadas de 1980 e 1990, permanecendo a dúvida sobre o estado atual dos eventos 3-6.

Graus de recomendação e força das evidências

Há recomendações que são baseadas apenas em publica-ções com nível de evidência D, levando os autores a toma-rem uma posição menos afirmativa no texto. Assim, algumas recomendações ficaram um pouco dúbias, necessitando que os autores explicassem melhor o tópico.

Alguns exemplos: “..., exceto na mais extraordinária cir-cunstância, o bloqueio do neuroeixo não deve ser realizado em pacientes com infecção sistêmica não tratada.”; “..., in-terconsulta com infectologista é recomendada para facilitar o início precoce e efetivo da terapia antibiótica”; e “A Agên-cia Nacional de VigilânAgên-cia Sanitária não recomenda o repro-cessamento de materiais para uso da anestesia regional,...”. Não ficou claro no texto qual o conceito de “extraordinária circunstância”; se a interconsulta com infectologista pode in-fluenciar na tomada de decisão quanto à escolha da técnica anestésica, e se ainda existem hospitais que utilizam material reprocessado no Brasil.

Os autores não fizeram referência ao uso de revisões sis-temáticas e metanálises, sendo necessário entender se hou-ve algum critério de exclusão para desconsiderar este tipo de pesquisa, ou se não existem pesquisas deste tipo analisando este tópico.

Em suma, as recomendações existem e devem ser utiliza-das perante os pacientes na prática clínica diária, entretanto, alguns pontos devem ser vistos com ressalvas devido à força das evidências que geraram determinadas recomendações, mormente aquelas baseadas exclusivamente no nível de evi-dência D. Precisamos saber qual a frequência de complica-ções infecciosas anestésicas no Brasil.

Professor Fabiano Timbó Barbosa Universidade Federal de Alagoas Título Superior de Anestesiologia

REFERÊNCIAS / REFERENCES

1. Fernandes CR, Fonseca NM, Rosa DM et al. – Recomendações da Sociedade Brasileira de Anestesiologia para segurança em anestesia regional. Rev Bras Anestesiol, 2011;61:668-694.

2. USP Chapter 797 with proposed revisions 2006 – http://www.usp.org/ pdf/EN/USPNF/PF797redline.pdf.

CARTA AO EDITOR

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136 Revista Brasileira de Anestesiologia Vol. 62, No 1, Janeiro-Fevereiro, 2012 BARBOSA

3. Moen V, Dahlgren N, Irestedt L – Severe neurological complications after central neuraxial blockades in Sweden 1990-1999. Anesthesiol-ogy, 2004;101:950-959.

4. Horlocker TT, McGregor DG, Matsushige DK et al. – A retrospec-tive review of 4,767 consecuretrospec-tive spinal anesthetics: central nervous system complications. Perioperative Outcomes Group. Anesth Analg, 1997;84(3):578-584.

5. Wang LP, Hauerberg J, Schmidt JF – Incidence of spinal epidural abscess after epidural analgesia: a national 1-year survey. Anesthesi-ology, 1999;91(6):1928-1936.

Referências

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