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MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE AHE COLÍDER

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Academic year: 2021

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MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

AHE COLÍDER

Rio Teles Pires, MT

Empresa Executora:

Ambiotech Consultoria

Equipe de execução:

Coordenação geral:

Biól. Raphael Eduardo Fernandes Santos

Herpetofauna:

Biól. Rafael Lucchesi Balestrin (Resp. técnico) José Carlos Balestrin

Auxiliar local

Avifauna:

Biól. Raphael Eduardo Fernandes Santos (Resp. técnico) Biól. Eduardo Weffort Patrial

Giuliano Bernardon Benedito Abrão Freitas

Mastofauna:

Biól. João Marcelo Deliberador Miranda (Resp. técnico) Biól. Luana C. Munster

(3)

SUMÁRIO

ÍNDICE DE FIGURAS ...IV ÍNDICE DE FOTOS... V ÍNDICE DE TABELAS ... VII ÍNDICE DE GRÁFICOS...IX

1 APRESENTAÇÃO ... 1

2 INTRODUÇÃO ... 2

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 4

3.1 LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRAIS ... 4

3.1.1 Áreas amostrais ... 4

3.1.2 Manutenção das parcelas e transecções... 4

3.2 MÉTODOS ... 4

3.2.1 Métodos sistematizados ... 4

3.2.1.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ) (Pitfall Traps With Drift Fences, adaptado de Cechin & Martins, 2000) ... 5

3.2.1.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) (adaptado de Martins & Oliveira, 1999) ... 5

3.2.1.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ("Survey at Breeding site"; s. adaptado de Scott Jr. & Woodward, 1994) ... 6

3.2.2 Métodos não sistematizados ... 7

3.2.2.1 Procura Aleatória Limitada por Tempo (PALT)... 7

3.2.2.2 Procura com Carro (PC) ... 7

3.2.2.3 Encontros ocasionais (EO) ... 7

3.2.3 Análise dos dados ... 8

3.2.4 Trabalho de campo... 8

3.2.5 Análise dos dados ... 9

4 RESULTADOS ... 10

4.1 HERPETOFAUNA ...10

4.1.1 Parcela 1 – Área de Influência Direta (AID, canteiro de obras)... 10

4.1.1.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift Fences) (AIQ) ...10

4.1.1.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)...11

4.1.1.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ...12

4.1.1.4 Registros não sistematizados ...13

4.1.2 Parcela 2 - Área Diretamente Afetada (ADA, reservatório) ... 14

4.1.2.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift Fences) (AIQ) ...14

(4)

4.1.2.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ...16

4.1.2.4 Registros não sistematizados ...16

4.1.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII, controle)... 18

4.1.3.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift Fences) (AIQ) ...18

4.1.3.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)...18

4.1.3.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ...19

4.1.3.4 Registros não sistematizados ...19

4.1.4 Espécies endêmicas, raras ou não descritas... 23

4.1.5 Espécies procuradas para caça... 23

4.1.6 Espécies de interesse econômico ... 23

4.1.7 Espécies de interesse científico... 24

4.1.8 Espécies de interesse médico-veterinário ... 24

4.1.9 Espécies indicadoras de qualidade ambiental ... 24

4.1.10 Riqueza e abundância ... 25

4.1.11 Similaridade entre as parcelas de amostragem durante a quinta campanha ... 26

4.1.12 Suficiência amostral... 27

4.1.13 Considerações finais ... 28

4.1 AVIFAUNA ...30

4.1.1 Riqueza de espécies ... 30

4.1.2 Espécies raras, ameaçadas de extinção ou protegidas por lei ... 64

4.1.3 Espécies endêmicas ... 64

4.1.4 Espécies migratórias ... 64

4.1.5 Espécies relevantes... 64

4.1.6 Esforço amostral ... 65

4.1.7 Comparação entre as áreas amostrais ... 66

4.1.7.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (Canteiro de obras)...66

4.1.7.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (Reservatório) ...67

4.1.7.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (Área Controle) ...68

4.1.8 Similaridade entre as áreas... 68

4.1.9 Anilhamento... 69

4.1.10 Índice Pontual de Abundância (IPA) ... 73

4.1.11 Métodos não sistematizados ... 76

4.1.12 Índice de diversidade... 79 4.1.13 Espécimes coletados ... 79 4.1.14 Considerações finais ... 79 4.2 MASTOFAUNA ...82 4.2.1 Procedimentos Metodológicos... 82 4.2.2 Riqueza de espécies ... 83 4.2.3 Espécies ameaçadas... 90 4.2.4 Espécies endêmicas ... 90 4.2.5 Espécies raras... 91

(5)

4.2.6 Espécies migradoras e suas rotas ... 91

4.2.7 Espécies Bioindicadoras ... 91

4.2.8 Espécies exóticas ... 92

4.2.9 Espécies cinegéticas ... 92

4.2.10 Espécies de importância econômica ... 93

4.2.11 Espécies de risco epidemiológico ... 93

4.2.12 Esforço amostral ... 94

4.2.13 Comparação entre as áreas amostradas... 95

4.2.13.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Canteiro de obras ...95

4.2.13.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Reservatório ...95

4.2.13.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII) – Controle...96

4.2.13.4 Comparação entre as áreas...96

4.2.13.5 Comparação entre as fases do monitoramento ...97

4.2.13.6 Pequenos mamíferos ...98

4.2.13.7 Morcegos...99

4.2.13.8 Mamíferos de médio e grande porte ...100

4.2.14 Considerações finais ... 101

5 REFERÊNCIAS CONSULTADAS ... 102

5.1 HERPETOFAUNA ...102

5.2 AVIFAUNA ...103

(6)

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 – SUGESTÃO DE PLACA DE SINALIZAÇÃO A SER INSTALADA NA ESTRADA DE ACESSO À UHE COLÍDER E NO CANTEIRO DE OBRAS COM O OBJETIVO DE CONSCIENTIZAR OS OPERÁRIOS E MOTORISTAS QUE TRABALHAM NA CONSTRUÇÃO

DA OBRA... 21 FIGURA 2 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA

REGISTRADA POR MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE

(ADI, ADA E AII) DURANTE A SEXTA CAMPANHA... 26 FIGURA 3 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA

REGISTRADA POR MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE

(ADI[02], ADA[02] E AII[02]) DURANTE A SEGUNDA CAMPANHA ... 27 FIGURA 4 – SIMILARIDADE DE BRAY-CURTIS APRESENTADA ENTRE AS ÁREAS DE

ESTUDO DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA UHE COLÍDER. LEGENDA: CA = CANTEIRO DE OBRAS, RE = RESERVATÓRIO E CO =

(7)

ÍNDICE DE FOTOS

FOTO 1 – ADULTO DE PLICA UMBRA REGISTRADO NAS ARMADILHAS DE

INTERCEPTAÇÃO E QUEDA ... 11 FOTO 2 – ADULTO DE CORALLUS HORTULANUS, REGISTRADO PELO MÉTODO DE PSLT ... 12 FOTO 3 – ADULTO DE HYPSIBOAS GEOGRAPHICUS REGISTRADO PELO MÉTODO DE

PALT ... 13 FOTO 4 – FÊMEA ADULTA DE KENTROPIX CALCARATA REGISTRADA PELO MÉTODO DE

AIQ ... 15 FOTO 5 – ADULTO DE CORALLUS HORTULANUS REGISTRADO PELO MÉTODO DE PALT ... 17 FOTO 6 – FÊMEA ADULTA DE LACHESIS MUTA REGISTRADA PELO MÉTODO DE PC... 20 FOTO 7 – FÊMEA ADULTA DE LACHESIS MUTA APÓS TER SIDO ENCONTRADA

ATROPELADA, REGISTRADA PELO MÉTODO DE EO ... 20 FOTO 8 – EXEMPLAR DE PHRYNOPS SP. FOTOGRAFADO EM UMA ÁREA DE CERRADO

NAS PROXIMIDADES DA UHE COLÍDER ... 22 FOTO 9 – GAVIÃO-MIUDINHO (ACCIPITER SUPERCILIOSUS) CAPTURADO E ANILHADO

NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO DA UHE COLÍDER ... 71 FOTO 10 – MARIA-LEQUE (ONYCHORHYNCHUS CORONATUS) CAPTURADO E ANILHADO

NA ÁREA-CONTROLE: ESPÉCIE INCOMUM NA REGIÃO, SENDO ESTA A PRIMEIRA

CAPTURA DA ESPÉCIE... 72 FOTO 11 – MACHO DE PAPA-FORMIGA-DE-SOBRANCELHA (MYRMOBORUS

LEOCOPHRYS) CAPTURADO NA ÁREA AMOSTRAL DO RESERVATÓRIO... 72 FOTO 12 – FÊMEA DE PAPA-FORMIGA-DE-SOBRANCELHA (MYRMOBORUS

LEOCOPHRYS) CAPTURADO NA ÁREA AMOSTRAL DO RESERVATÓRIO... 72 FOTO 13 – CRI-CRIÓ OU BISCATEIRO (LIPAUGUS VOCIFERANS) ANILHADO NA

ÁREA-CONTROLE. UMA DAS AVES MAIS CONHECIDAS DA AMAZÔNIA ... 73 FOTO 14 – GUARDA-FLORESTA (HYLOPHYLAX NAEVIUS), FÊMEA CAPTURADA NA ÁREA

DO RESERVATÓRIO ... 73 FOTO 15 – REDES DE NEBLINA INSTALADAS NA ÁREA DO RESERVATÓRIO ... 73 FOTO 16 – GAVIÃO-PEGA-MACACO (SPIZAETUS TYRANNUS) FOTOGRAFADO NA

FLORESTA CILIAR DO RIO TELES PIRES, NO LOCAL PREVISTO PARA A BARRAGEM DA

UHE COLÍDER ... 77 FOTO 17 – GAVIÃO-MIUDINHO (ACCIPITER SUPERCILIOSUS) VISTO APÓS A SOLTURA.

OBSERVAR DETALHE DA ANILHA... 77 FOTO 18 – ARARA-CANINDÉ (ARA ARARAUNA) REGISTRADA NA ÁREA DE INFLUÊNCIA

DO EMPREENDIMENTO. ESTA ESPÉCIE É MAIS COMUM NOS DOMÍNIOS DO CERRADO. SUA CONGÊNERE ARA MACAO É ENCONTRADA COM MAIS FREQUÊNCIA NA AI DA UHE

COLÍDER ... 77 FOTO 19 – POMBA-TROCAL (PATAGIOENAS SPECIOSA) COMUMENTE OBSERVADA AO

LONGO DO RIO TELES PIRES E AMBIENTES ABERTOS DO ENTORNO DA UHE COLÍDER... 77 FOTO 20 – MACURU-PINTADO (NOTHARCHUS TECTUS) ENCONTRADO COM

FREQUÊNCIA NA ÁREA-CONTROLE ... 78 FOTO 21 – ANAMBÉ-AZUL (COTINGA CAYANA), MACHO, ENCONTRADO

ESPORADICAMENTE NA MATA CILIAR DO RIO TELES PIRES, ENTRE AS PARCELAS DA

(8)

FOTO 22 – ANAMBÉ-UNA (QUERULA PURPURATA): ESPÉCIE FREQUENTEMENTE ENCONTRADA NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO E NA PARCELA AMOSTRAL

DO CANTEIRO DE OBRAS ... 78 FOTO 23 – SETE-CORES-DA-AMAZÔNIA (TANGARA CHILENSIS): UMA DAS SAÍRAS

MAIS COMUNS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLÍDER ... 78 FOTO 24 – MACACO-ARANHA-DE-CARA-BRANCA (ATELES MARGINATUS), ESPÉCIE

AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA EN (EM PERIGO). ESSA ESPÉCIE OCORRE

SOMENTE NA MARGEM DIREITA DO RIO TELES PIRES ... 90 FOTO 25 – JAGUATIRICA (LEOPARDUS PARDALIS), ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO

SOB A CATEGORIA VU (VULNERÁVEL), REGISTRADA PELA ARMADILHA FOTOGRÁFICA

DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO ... 90 FOTO 26 – CUÍCA MONODELPHIS BREVICAUDATA, ESPÉCIE ENDÊMICA DA AMAZÔNIA

CAPTURADA NA SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA UHE COLÍDER ... 91 FOTO 27 – MORCEGO DERMANURA GNOMA, ESPÉCIE ENDÊMICA DA AMAZÔNIA,

CAPTURADA NA SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA UHE COLÍDER ... 91 FOTO 28 – A ANTA (TAPIRUS TERRESTRIS) É UMA ESPÉCIE DE INTERESSE

CINEGÉTICO E CONTINUA SENDO CAÇADA NA ÁREA DA UHE COLÍDER, POR

(9)

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1 - AMBIENTES E COORDENADAS GEOGRÁFICAS ONDE FORAM INSTALADAS AS ARMADILHAS DE INTERCEPTAÇÃO E QUEDA PARA O MONITORAMENTO DA

HERPETOFAUNA ... 5 TABELA 2 – AMBIENTES E COORDENADAS DOS SÍTIOS REPRODUTIVOS ONDE FOI

APLICADO O MÉTODO DE ASR PARA O MONITORAMENTO DA HERPETOFAUNA... 6 TABELA 3 – ESPÉCIES DE ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM

SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE AID ... 12 TABELA 4 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AID DO

AHE COLÍDER, DURANTE A SEXTA CAMPANHA DE MONITORAMENTO... 14 TABELA 5 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE ADA

(RESERVATÓRIO) ... 17 TABELA 6 – ESPÉCIES DE ESCAMADOS E ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE

AMOSTRAGEM EM SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE AII (ÁREA CONTROLE) ... 19 TABELA 7 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AII

(ÁREA CONTROLE) ... 22 TABELA 8 – ÍNDICES DE RIQUEZA E DIVERSIDADE OBTIDOS PARA HERPETOFAUNA,

POR PARCELA AMOSTRAL ... 25 TABELA 9 – LISTA DAS ESPÉCIES ESPERADAS PARA A ÁREA DE INFLUÊNCIA DO AHE

COLÍDER, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES REGISTRADAS NAS SEIS PRIMEIRAS

FASES DE CAMPO E AQUELAS CITADAS NO EIA DO PRESENTE EMPREENDIMENTO... 31 TABELA 10 - ESFORÇO AMOSTRAL EMPREGADO DURANTE A SEXTA FASE DE CAMPO ... 65 TABELA 11 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO CANTEIRO

DE OBRAS EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO

PRÉ-ENCHIMENTO... 67 TABELA 12 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO

RESERVATÓRIO EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO

PRÉ-ENCHIMENTO... 67 TABELA 13 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA CONTROLE EM

CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO ... 68 TABELA 14 – NÚMERO DE CAPTURAS E DE ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE O

ANILHAMENTO EM CADA UMA DAS FASES DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO ... 69 TABELA 15 – COMPARAÇÃO DO NÚMERO DE INDIVÍDUOS CAPTURADOS NAS TRÊS

ÁREAS AMOSTRAIS, NAS CINCO FASES DE CAMPO ... 70 TABELA 16 – TAXA DE CAPTURA DAS ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE A SEXTA FASE

DE CAMPO DO ANILHAMENTO REALIZADO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA ... 70 TABELA 17 – ÍNDICE PONTUAL DE ABUNDÂNCIA (IPA) DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS

PELO MÉTODO DE CONTAGENS EM PONTOS DE ESCUTA EM CADA UMA DAS TRÊS

ÁREAS AMOSTRAIS ... 74 TABELA 18 – REGISTROS INÉDITOS OBTIDOS NA SEXTA FASE DE CAMPO DO

MONITORAMENTO DA AVIFAUNA, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS

POR MEIO DE MÉTODOS NÃO SISTEMATIZADOS... 76 TABELA 19 - MAMÍFEROS REGISTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLIDER ... 84 TABELA 20 – ESFORÇO AMOSTRAL DESPENDIDO DURANTE AS CINCO PRIMEIRAS

(10)

TABELA 21 - COMPARAÇÃO ENTRE A RIQUEZA E A DIVERSIDADE DE ESPÉCIES REGISTRADAS EM CADA ÁREA AMOSTRAL E EM CADA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA. EM CADA CÉLULA É APRESENTADA A RIQUEZA, SEGUIDA PELA

DIVERSIDADE ENTRE PARÊNTESES ... 97 TABELA 22 - ESPÉCIES DE PEQUENOS MAMÍFEROS REGISTRADAS NA QUINTA FASE

DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS

RELATIVAS (%), SEPARADAS POR ÁREA DE ESTUDO... 98 TABELA 23 – ESPÉCIES DE MORCEGOS REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO

MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS

(%), DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO... 99 TABELA 24 – ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADAS

NA QUINTA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E

(11)

ÍNDICE DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – CURVA DO COLETOR ALEATORIZADA (500 RANDOMIZAÇÕES), CONSTRUÍDA COM BASE NA HERPETOFAUNA REGISTRADA PELOS MÉTODOS SISTEMATIZADOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADA, AID, AII)

DURANTE AS CINCO CAMPANHAS DE MONITORAMENTO DE FAUNA... 28 GRÁFICO 2 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES

REGISTRADAS AO LONGO DA SEXTA FASE, TOTALIZANDO 259 ESPÉCIES ... 66 GRÁFICO 3 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES

REGISTRADAS AO LONGO DO MONITORAMENTO DA AVIFAUNA DA UHE COLÍDER. O

PRIMEIRO VALOR FOI CITADO NO EIA DO REFERIDO EMPREENDIMENTO... 66 GRÁFICO 4 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA DO COLETOR REFERENTE ÀS SEIS

PRIMEIRAS FASES DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA DA UHE COLÍDER, MT ... 95 GRÁFICO 5 – RIQUEZA DE ESPÉCIES REGISTRADAS POR ÁREA E NO TOTAL POR FASE

DO MONITORAMENTO, MOSTRANDO UMA TENDÊNCIA À DIMINUIÇÃO DA RIQUEZA NO

DECORRER DO TEMPO ... 98 GRÁFICO 6 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS PEQUENOS MAMÍFEROS CAPTURADOS

DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO ... 99 GRÁFICO 7 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MORCEGOS CAPTURADOS DURANTE A

SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA ÁREA DA UHE COLÍDER, MT ... 100 GRÁFICO 8 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE

PORTE REGISTRADOS DURANTE A SEXTA FASE DO MONITORAMENTO DA

(12)

1 APRESENTAÇÃO

O AHE Colíder terá uma potência instalada de 300 MW e energia firme de 166,3 MW médios. O reservatório possuirá área total de 143,5 km², abrangendo os municípios de Nova Canaã do Norte, Itaúba, Colider e Cláudia, no estado de Mato Grosso.

A implantação do AHE Colíder alterará a riqueza, a abundância e a diversidade de espécies faunísticas na sua área de implantação, devido às conseqüências produzidas pelo desmatamento prévio da bacia de acumulação e de seu alagamento.

O programa de monitoramento é ferramenta fundamental para o estabelecimento de estratégias de conservação de espécies e ambientes ameaçados – caso dos remanescentes de Floresta da região do empreendimento – uma vez que permitem conhecer tendências ao longo do tempo. Os resultados obtidos por meio deste tipo de pesquisa podem indicar o papel dos remanescentes de floresta na região, incluindo suas funções como corredores ecológicos no entorno imediato da área direta ou indiretamente afetada pelo empreendimento. Tais informações irão compor a base de dados para futuras atividades de manejo e conservação, incluindo o estabelecimento de parâmetros para minimizar os impactos adversos das atividades de implantação do empreendimento, sobre diferentes grupos animais.

Em 04/01/2011, o IBAMA expediu a Licença para Captura, Coleta e Transporte de Material Zoológico sob o nº 02013004996/10-08. Após a emissão da Licença a Copel iniciou o Monitoramento de Fauna que tem prazo de duração de cinco anos, com campanhas trimestrais.

Em 27/01/2012, o IBAMA renovou a Licença para Captura, Coleta e Transporte de Material Zoológico sob o nº 02013.001712/2010-11, permitindo a continuidade do monitoramento.

O presente relatório refere-se aos resultados obtidos após a execução da sexta fase de campo do monitoramento pré-enchimento de fauna terrestre na área de influência do AHE Colíder, realizada no mês de abril de 2012, durante a estação chuvosa.

(13)

2 INTRODUÇÃO

Estudos de monitoramento tem com principal objetivo conhecer a influência dos principais impactos (positivos e negativos) gerados pela implantação de um empreendimento sobre a fauna local. Além de tentar desvendar estes impactos, estudos de monitoramento recomendam medidas mitigadoras ou compensatórias, suportadas por uma base de dados consistente, gerada a partir de amostragens realizadas em um gradiente de tempo. Alguns grupos faunísticos expressam de maneira mais clara que outros os impactos causados a partir da implantação de um empreendimento.

As aves são o grupo que melhor responde aos impactos causados em um ambiente, pois a especificidade de hábitat permite avaliar impactos negativos por meio da presença ou ausência de alguns táxons.

Anfíbios também constituem bons modelos para estudos de inventariamento e/ou monitoramento de fauna em curto prazo, por serem animais de fácil visualização, captura e manuseio, e taxonomia relativamente bem conhecida. Por ocuparem tanto ambientes terrestres quanto aquáticos, os anfíbios são excelentes bioindicadores ambientais, além de desempenharem importante função na dinâmica entre os ecossistemas.

Em contrapartida, répteis são animais inconspícuos e de difícil amostragem, sendo muitas vezes complexo avaliar os reais efeitos do empreendimento através deste grupo. No entanto, são importantes por disponibilizarem relevantes subsídios ao conhecimento do estado de conservação de regiões naturais (MOURA-LEITE et al., 1993), pois ocupam posição ápice em cadeias alimentares (exigindo assim uma oferta alimentar que sustente suas populações), funcionam como excelentes bioindicadores de primitividade dos ecossistemas ou, por outro lado, de diferentes níveis de alteração ambiental. A presença de espécies dependentes de algum tipo de ambiente (espécies estenóica), bem como a presença de espécies raras e formas endêmicas, são fundamentais para a detecção do grau de primitividade do ambiente, enquanto que a presença de espécies tolerantes a um amplo espectro de condições do meio (eurióticas) pode determinar diferentes níveis de alteração.

A comunidade de mamíferos responde relativamente bem a impactos causados em seu meio por serem um grupo bastante afetado com perdas ambientais. A

(14)

problema é a falta de grandes porções florestais que possam sustentar uma comunidade clímax (CHIARELLO, 2000; CULLEN et al., 2001). Além da perda de habitats naturais a pressão de caça exercida sobre os mamíferos é maior que em qualquer outro agrupamento animal (PERES, 1990; CHIARELLO, 2000; CULLEN et al., 2001, LEITE & GALVÃO, 2002; WCS, 2004).

A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo, e a despeito de sua grande importância biológica vem sistematicamente sofrendo com sua redução, transformação e fragmentação (HEYER et al., 1999). Esses impactos são ligados direta ou indiretamente à expansão da fronteira agrícola, em especial no conhecido arco do desmatamento amazônico, localizado ao noroeste do Mato Grosso e sul do Pará (HEYER et al., 1999).

O Brasil conta com aproximadas 650 espécies de mamíferos (REIS et al., 2006), sendo 69 (~10%) delas ameaçadas de extinção (CHIARELLO et al., 2008). Aproximadamente 30% dessas espécies ameaçadas são amazônicas, refletindo por um lado a grande riqueza ligada a esse bioma e por outro a ameaça já presente no mais conservado dos biomas brasileiros (CHIARELLO et al., 2008).

Considerando o número de espécies de aves existentes em território nacional, o valor atual é de 1.832 (CBRO, 2011), sendo que a ocorrência de mais de um terço deste número é esperada para a área prevista para o empreendimento em questão.

É em uma das regiões mais ricas em espécies animais do mundo que está sendo executado o monitoramento de fauna do AHE Colíder, no Rio Teles Pires, cujos resultados da sexta campanha de campo serão apresentados na sequência.

O nível do Rio Teles Pires ainda esteve bastante alto durante a sexta campanha do monitoramento, em decorrência das fortes chuvas que ainda ocorreram durante o trabalho de campo. Apesar de não estar como na campanha anterior, ainda existia muita água fora da calha do rio, alagando várias partes das matas de várzea existentes em toda a porção de floresta destinada ao reservatório. O elevado índice pluviométrico registrado nesse momento não prejudicou a execução do trabalho e os resultados obtidos foram bastante satisfatórios.

(15)

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRAIS

3.1.1 Áreas amostrais

As mesmas áreas amostrais que vêm sendo avaliadas durante as primeiras fases foram mantidas durante a quinta campanha.

3.1.2 Manutenção das parcelas e transecções

As linhas de pitfalls encontravam-se deterioradas em virtude da quantidade de chuvas, da grande quantidade de árvores e galhos caídos sobre a cerca-guia e, também, devido aos trechos consumidos por formigas. Desta forma, foi necessária outra reforma da cerca-guia. Os baldes foram abertos para o início das capturas propriamente ditas somente após a inteira reforma das cercas-guia. Esta manutenção das linhas de pitfalls é necessária em todas as campanhas, uma vez que as lonas permanecem no local, expostas a todo o tipo de interpérie climática, durante três meses até que seja realizada nova visita à área e consequente amostragem em campo.

3.2 MÉTODOS

Durante esta sexta campanha, os métodos sistematizados foram replicados nos mesmos ambientes e locais da campanha anterior. Os métodos não sistematizados foram aplicados em ambientes novos no objetivo de melhor investigar as áreas, descobrir populações ou espécies de interesse específico e mitigar os efeitos de distribuições disjuntas.

3.2.1 Métodos sistematizados

Os métodos sistematizados foram aplicados entre os dias 16 a 21 de abril, quando cada parcela de interesse foi amostrada durante dois dias.

(16)

3.2.1.1

Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ) (Pitfall Traps With Drift

Fences, adaptado de Cechin & Martins, 2000)

Cada linha de armadilhas de interceptação e queda (pitfalls) permaneceu aberta durante seis noites consecutivas e foram revisadas, periodicamente, duas vezes ao dia, ao amanhecer e entardecer. Ao final do período de amostragem obteve-se um esforço de 144 horas/balde por parcela e um total de 432 horas/balde de amostragem na região de implantação da UHE Colíder.

As armadilhas de interceptação e queda foram instaladas em ambientes que correspondiam principalmente à formação vegetal predominante em cada parcela de amostragem (Tabela 1).

TABELA 1 - AMBIENTES E COORDENADAS GEOGRÁFICAS ONDE FORAM INSTALADAS AS ARMADILHAS DE INTERCEPTAÇÃO E QUEDA PARA O MONITORAMENTO DA HERPETOFAUNA

Localidade Ambiente/Fisionomia Coordenadas (UTM 21L)

Parcela 1 (AID) Floresta de terra firme 633.193 L 8.786.636 S Parcela 2 (ADA) Floresta de várzea 638.223 L 8.786.191 S Parcela 3 (AII) Floresta de terra firme 633.841 L 8.792.321 S

3.2.1.2

Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) (adaptado de

Martins & Oliveira, 1999)

Este método consiste em percorrer as transecções principais de todas as parcelas (2 km por parcela), onde uma área de até 50 metros de cada lado da linha central é vasculhada, mediante o revolvimento da serrapilheira e de troncos caídos, visando o registro visual ou auditivo dos animais. Cada parcela teve suas transecções amostradas durante dois dias, simultaneamente por três pesquisadores. Em cada dia foram realizadas duas horas de procura diurna e uma hora de procura noturna, totalizando um esforço de captura de 18 horas/homem de busca por parcela e 54 horas/homem de busca nas parcelas de amostragem.

Para anfíbios, foram contabilizados todos os machos anuros em atividade de vocalização, assim como os indivíduos visualizados em repouso. Como para a maioria das espécies de anuros não é possível uma contagem precisa do número de indivíduos vocalizando, porque muitos machos vocalizam ao mesmo tempo (coro), ou porque vocalizam muito próximos um do outro, foram empregadas as seguintes categorias de vocalização, modificadas de Lips et al. (2001 apud Rueda et al. 2006):

(17)

· 0 – nenhum indivíduo da espécie vocalizando;

· 1 – número de indivíduos vocalizando estimável entre 1-5; · 2 – número de indivíduos vocalizando estimável entre 6-10; · 3 – número de indivíduos vocalizando estimável entre 10-20;

· 4 – formação de coro em que as vocalizações individuais são indistinguíveis e não se pode estimar o número de indivíduos (>20).

Para estimar a abundância dos anfíbios, foi extrapolado o valor máximo de cada categoria amostral.

3.2.1.3

Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ("Survey at Breeding

site"; s. adaptado de Scott Jr. & Woodward, 1994)

Esse método consiste na realização de transecções visuais e auditivas ao longo do perímetro de corpos d’água (e.g. poças temporárias, lagoas, brejos, córregos, rios e veredas) onde geralmente as populações de anfíbios se agregam para a reprodução. Os anfíbios foram contabilizados seguindo os mesmos critérios descritos no método de Procura sistematizada limitada por tempo. Alguns grupos de répteis (serpentes, quelônios e crocodilianos) também são comumente registrados por este método, já que muitas espécies utilizam os corpos d’água como sítios de forrageamento e/ou reprodução. Durante o período de estudo, foram amostrados seis sítios de reprodução (e.g. brejos, riachos e poças) (Tabela 2), dois por parcela. As amostragens ocorreram à noite, quando três pesquisadores realizaram as transeções durante uma hora. Desta forma obteve-se um esforço de captura de seis horas/homem de amostragem por parcela e um total de 12 horas de amostragem nas áreas de interesse.

TABELA 2 – AMBIENTES E COORDENADAS DOS SÍTIOS REPRODUTIVOS ONDE FOI APLICADO O MÉTODO DE ASR PARA O MONITORAMENTO DA HERPETOFAUNA

Ponto Localidade Ambiente/Fisionomia Coordenadas (UTM 21L)

P1 Parcela 1 (AID) Lêntico / floresta 632.683 8.786.066 P2 Parcela 1 (AID) Lêntico / área aberta 634.065 8.786.153 P3 Parcela 2 (ADA) Lótico / área aberta 638.221 8.785.502 P4 Parcela 2 (ADA) Lótico / floresta 638.492 8.784.710 P5 Parcela 3 (AII) Lótico / campo 638.492 8.784.710 P6 Parcela 3 (AII) Lótico / floresta 635.387 8.792.388

(18)

3.2.2 Métodos não sistematizados

Os métodos não sistematizados foram utilizados para categorizar os animais encontrados de forma aleatória nas áreas de interesse, além de complementar a lista de riqueza. Estes métodos foram aplicados desde o primeiro instante da equipe nas áreas de interesse.

3.2.2.1

Procura Aleatória Limitada por Tempo (PALT)

Esse método consistiu em executar caminhadas ao longo de todas as áreas passíveis de se encontrar répteis e anfíbios (e.g. interior da floresta, estradas de acesso às parcelas, áreas antropizadas, margens do rio, poças temporárias, açudes, entre outros). Durante este método, os locais foram vistoriados detalhadamente, havendo inspeção de tocas, serapilheira, poças temporárias, locais abrigados sob pedras, troncos caídos, entulhos, interior de bromélias, galhos de árvores e outros possíveis sítios utilizados como abrigos por répteis e anfíbios, conforme recomendado por Vanzolini et al. (1980). Esse método tem por objetivo ampliar o inventário das espécies, assim como obter informações sobre riqueza, distribuição no ambiente e padrões de atividade. A procura ativa com coleta manual é um método bastante versátil e generalista de detecção e coleta de vertebrados em campo (Heyer et al., 1994).

Assim como para o método de PSLT, foram empregadas as mesmas categorias de vocalização para o senso de anfíbios anuros, modificadas de Lips et al., 2001 apud Rueda et al., 2006.

3.2.2.2

Procura com Carro (PC)

A procura com carro correspondeu ao encontro de anfíbios e répteis avistados ou atropelados em estradas da região (Sawaya et al., 2008). O deslocamento da equipe em toda a AII do empreendimento contemplou este método, diariamente.

3.2.2.3

Encontros ocasionais (EO)

Como a observação de répteis é de caráter fortuito e demanda muito tempo em campo, necessita-se tanto da interação com os demais membros da equipe do monitoramento, além de moradores ou trabalhadores locais, para que se tenha obtenção de mais evidências da presença destes animais. Este método contemplou

(19)

todos aqueles espécimes encontrados por terceiros ou quando a equipe não estava realizando as atividades supracitadas.

3.2.3 Análise dos dados

Suficiência amostral: foi avaliada mediante a curva de registros acumulados das espécies. As análises foram realizadas com base na matriz de dados de presença/ausência das espécies ao longo dos dias de amostragem, utilizando 500 adições aleatórias das amostras no programa EstimateS 7.52 (Colwell 1994-2005). A estimativa da riqueza foi calculada a partir do número de espécies identificadas em função dos dias de amostragem. O índice de estimativa da riqueza das espécies foi calculado pelo índice de Jacknife, descrito em Krebs (1989).

Taxa de captura: A abundância de espécies foi calculada dividindo o número de indivíduos avistados pelo número total horas de procura nos pontos. No caso de espécies de vida social (ex. anfíbios), a abundância foi estimada extrapolando o valor máximo de cada categoria amostral.

Índice de Diversidade: a partir dos dados quantitativos foi feita uma média do número observado nos ambientes amostrados e, assim, calculado o índice de diversidade pelo método de Shannon-Wiener (Krebs,1989) para cada ponto amostral.

Similaridade: foi utilizada para comparar a riqueza de espécies entre as parcelas, através do índice de similaridade de Bray-Curtis (Krebs, 1989), usando o modo de agrupamento Group Average, o qual permite maximizar a correlação entre as amostras. A abundância das espécies foi transformada [log (x+1)] para diminuir o peso das espécies quantitativamente dominantes. Os dendrogramas propostos foram elaborados através do pacote estatístico Primer V5 (Clarke & Gorley 2001).

3.2.4 Trabalho de campo

A sexta fase de campo do referido monitoramento foi realizada entre os dias 17 e 26 de abril de 2012. Todo o trabalho de fauna terrestre foi realizado simultaneamente, com as equipes dos três grupos faunísticos trabalhando nas áreas amostrais. Com o objetivo de maximizar o esforço de observação direta cada equipe amostrou uma área amostral, fazendo um rodízio que permitiu com que as três áreas fossem monitoradas ao longo de toda a fase.

(20)

3.2.5 Análise dos dados

Após a obtenção dos dados em campo, as informações obtidas e os animais coletados foram levados aos laboratórios para análise e correta identificação. Foram feitas algumas análises estatísticas para efeito comparativo com as fases anteriores. Estas análises seguem o mesmo padrão apresentado nos relatórios anteriores.

(21)

4 RESULTADOS

4.1 HERPETOFAUNA

Durante esta sexta campanha, os métodos sistematizados foram replicados nos mesmos ambientes e locais da campanha anterior. Os métodos não sistematizados foram aplicados em ambientes novos no objetivo de melhor investigar as áreas, descobrir populações ou espécies de interesse específico e mitigar os efeitos de distribuições disjuntas.

4.1.1 Parcela 1 – Área de Influência Direta (AID, canteiro de obras)

4.1.1.1

Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift

Fences) (AIQ)

Nas armadilhas de queda do canteiro de obras foram registrados 35 espécimes de dez espécies, sendo nove espécies de anuros e uma espécie de lagarto. Do total de espécies amostradas, as mais abundantes foram Leptodatylus hylaedactyla e Physalaemus gr. cuvieri, que corresponderam a, respectivamente, 37% e 31% do total de espécimes amostrados. Mais uma vez foi registrado um exemplar de Elachistocleis spn., contudo, estudos mais criteriosos são necessários para determinar o real status desta espécie. O lagarto Plica umbra foi registrado pela primeira vez nos estudos de monitoramento da herpetofauna (Foto 1). A taxa de captura foi de 0,24 espécimes/hora/balde ou o equivalente a, aproximadamente, um espécime a cada quatro horas de funcionamento das armadilhas. A taxa de captura atual foi bastante superior àquela registrada no período equivalente do ano passado (campanha 02, taxa de captura = 0,05). Esse fator provavelmente esteja relacionado às fortes chuvas ocorridas na campanha atual e a intensa movimentação de Leptodatylus hylaedactyla e Physalaemus gr. cuvieri. No período equivalente do ano passado as chuvas já haviam cessado, o que poderia justificar tamanha discrepância entre os dois momentos.

(22)

FOTO 1 – ADULTO DE PLICA UMBRA REGISTRADO NAS ARMADILHAS DE INTERCEPTAÇÃO E QUEDA

FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

4.1.1.2

Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)

Através deste método foram registrados 12 espécimes de apenas três espécies, sendo uma espécie de anuro (Leptodactylus hylaedactyla), uma espécie de lagarto (Plica umbra) e uma espécie de serpente (Corallus hortulanus) (Foto 2). O anuro Leptodactylus hylaedactyla foi a espécie mais abundante e correspondeu a 83% do total de espécimes amostrados. A taxa de captura correspondeu a 0,67 espécimes/hora/homem ou o equivalente a, aproximadamente, dois exemplares registrados a cada hora de procura. Ao contrário do observado para as AQ, a taxa de captura da campanha atual foi inferior àquela observada no período equivalente do ano passado (campanha 02, taxa de captura = 1,5). Ao contrário de métodos de coleta passiva, a PSLT depende de outros fatores que não só da movimentação dos espécimes, os quais podem implicar em distorções nas taxas de captura, obtidas em diferentes momentos (Martins & Oliveira, 1998).

(23)

FOTO 2 – ADULTO DE CORALLUS HORTULANUS, REGISTRADO PELO MÉTODO DE PSLT

FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

4.1.1.3

Amostragem em sítio de reprodução (ASR)

Durante a sexta campanha de monitoramento da herpetofauna foram registradas seis espécies de anuros nos sítios reprodutivos da parcela do canteiro de obras. As espécies mais abundantes foram Hypsiboas albopunctatus e Rhinella marina, que corresponderam a, respectivamente, 37% e 21% do total de espécimes amostrados. No sítio P1, que representa um ambiente de várzea do Rio Teles Pires, mais uma vez, foi encontrada a espécie Leptodactylus petersi em atividade de vocalização. Este fato pode sugerir período reprodutivo desta espécie, pois a mesma só havia sido registrada no mesmo local e período equivalente do ano passado.

TABELA 3 – ESPÉCIES DE ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE AID

Táxon Espécie Sítio N

AMPHIBIA ANURA

Bufonidae Rhinella marina P2 6

Hylidae Dendropsophus nanus P2 5

Dendropsophus minutus P2 1 Hypsiboas albopunctatus P2 10 Leptodactylidae Leptodactylus hylaedactylus P2 1

(24)

4.1.1.4

Registros não sistematizados

Através do método de PALT foi registrada uma pequena população de Hypsiboas geographicus (Foto 3) vocalizando em corpo de água lótico.

FOTO 3 – ADULTO DE HYPSIBOAS GEOGRAPHICUS REGISTRADO PELO MÉTODO DE PALT

FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

Com a soma dos resultados obtidos por todos os métodos, foram registrados 80 espécimes de 16 espécies, sendo 13 espécies de anuros, duas espécies de lagarto e uma espécie de serpente. Dentre os anuros, as famílias Hylidae e Leptodactylidae foram aquelas com maior representatividade, com quatro espécies cada (Tabela 4). O índice de diversidade de Shannon-Wiener foi de SW = 2,28.

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TABELA 4 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AID DO AHE COLÍDER, DURANTE A SEXTA CAMPANHA DE MONITORAMENTO

Táxon Espécie Nome poplular Método AMPHIBIA

ANURA

Bufonidae Rhinella marina sapo-cururu AQ, BSR

Rhinella margaritifera sapo-folha AQ

Hylidae Dendropsophus nanus pererequinha BSR

Dendropsophus minutus perereca-ampulheta BSR

Hypsiboas albopunctatus perereca BSR

Hypsiboas geographicus perereca PL

Leptodactylidae Leptodactylus hylaedactyla razinha AQ

Leptodactylus mystaceus razinha AQ

Leptodactylus petersi razinha BSR

Leptodactylus rhodomystax razinha AQ

Microhylidae Elachistocleis sp. apito-de-guarda AQ

Elachistocleis spn. apito-de-guarda AQ

Leiuperidae Physalaemus gr. cuvieri rã-cachorro AQ

REPTILIA SQUAMATA

Teiidae Kentropix calcarata lagarto AQ

Tropiduridae Plica umbra calango AQ, PSLT

Boidade Corallus hortulanus bico-de-papagaio PSLT

4.1.2 Parcela 2 - Área Diretamente Afetada (ADA, reservatório)

4.1.2.1

Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift

Fences) (AIQ)

As armadilhas de queda registraram um total de 13 espécimes de seis espécies, sendo cinco espécies de anuros e uma espécie de lagarto. As espécies mais abundantes foram Rhinella marina e Rhinella margaritifera, que corresponderam a, respectivamente, 31% e 22% do total de espécies amostradas. A taxa de captura foi de 0,09 espécime/hora/balde, o que equivale a um espécime capturado a cada dez horas de funcionamento das armadilhas. Ao contrário do observado nas AQ da AID, a taxa de captura observada na atual campanha foi bem inferior àquela da campanha realizada em período equivalente do ano passado (campanha 02, taxa de captura = 0,24). Naquela oportunidade, a espécie mais abundante havia sido Chiasmocleis shudikarensis (20 espécimes), que correspondeu a 58% do total de espécimes amostrados. Nesta oportunidade foi registrado apenas um exemplar desta espécie, o

(26)

que pode sugerir uma menor movimentação na atual campanha. Provavelmente, na campanha 02 foi registrado o ápice do período reprodutivo de Chiasmocleis shudikarensis, o que não coincidiu com o atual período de amostragem, explicando as diferenças observadas. O lagarto Kentropix calcarata (Foto 4), registrado nas armadilhas, apresentava-se nitidamente ovado, sugerindo período de desova da espécie.

FOTO 4 – FÊMEA ADULTA DE KENTROPIX CALCARATA REGISTRADA PELO MÉTODO DE AIQ

FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

4.1.2.2

Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)

Por meio deste método foram registrados 24 espécimes de seis espécies de anuros. Destas, a mais abundante foi Leptodactylus mystaceus, que correspondeu a 31% do total de espécies amostradas. A taxa de captura foi de 1,33 espécime/hora/homem. A taxa de captura observada nesta campanha também foi inferior àquela observada na campanha 02, realizada em período equivalente no ano de 2011. Contudo, algumas semelhanças devem ser observadas. Assim como na campanha 02 e campanha anterior, foram observados filhotes de Rhinella, sugerindo período de recrutamento destas espécies. Nesta campanha, Leptodactylus hylaedactyla também mostrou-se bastante representativa, assim como na campanha 02. Ao contrário de Leptodactylus andreae (espécie sintópica), machos de Leptodactylus hileadactyla permanecem vocalizando até o final da estação chuvosa.

(27)

4.1.2.3

Amostragem em sítio de reprodução (ASR)

Apenas uma espécie foi registrada através do método de ASR: o anuro Leptodactylus fuscus no sítio reprodutivo P3. Nos primeiros dias de amostragem o sítio reprodutivo P4 apresentava-se completamente seco, e após fortes chuvas encheu cerca de um metro com a água que corria forte, transbordando pela mata. Essa característica ainda não havia sido observada e poderia explicar, pelo menos em parte, a baixa diversidade observada ao longo de todas as campanhas no sítio P4 e demais corpos de água lóticos da parcela do reservatório. A ausência de água no período seco e a grande variação vertical no período de chuvas poderiam inviabilizar a sustentação de populações em sua margem, principalmente daquelas espécies terrícolas ou de reprodução explosiva.

4.1.2.4

Registros não sistematizados

Por meio do método de PALT foram registrados 30 espécimes de dez espécies, sendo seis espécies de anuros, uma espécie de lagarto, uma espécie de serpente, uma espécie jacaré e uma espécie de tracajá. Pela primeira vez foi observada a presença de Iguana iguana na área do reservatório. Apesar do Rio Teles Pires ter baixado seu nível, comparando com a campanha anterior, ainda é muito difícil observar e capturar jacarés e tartarugas em seu curso, pois estes animais encontram-se abrigados na vegetação submersa. Ainda assim, alguns exemplares foram registrados, bem como um exemplar juvenil de Paleosuchus trigonatus foi capturado, marcado e teve seus dados biométricos colhidos. A implementação de projetos específicos para as espécies de crocodilianos e quelônios seriam de suma importância para o acompanhamento das populações na fase pré-enchimento a fim de produzir dados mais robustos para comparações futuras com o período pós-enchimento. Desta forma, sugere-se um esforço direcionado especificamente a estes grupos.

(28)

FOTO 5 – ADULTO DE CORALLUS HORTULANUS REGISTRADO PELO MÉTODO DE PALT

FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

Com a soma dos resultados obtidos por todos os métodos, foram registrados 68 espécimes de 15 espécies da herpetofauna na parcela ADA (área prevista para o reservatório). Do total de espécies registradas, dez corresponderam a anuros, duas espécies de lagartos, uma espécie de serpente, uma espécie de jacaré e uma espécie de tartaruga. Assim como na campanha anterior, a família mais representativa foi Leptodactylidae, com quatro espécies registradas (Tabela 5). O índice de diversidade de Shannon-Wiener foi de SW = 2,40.

TABELA 5 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE ADA (RESERVATÓRIO)

Táxon Espécie Nome poplular Método AMPHIBIA

ANURA

Bufonidae Rhinella margaritifera sapo AIQ

Rhinella marina sapo-cururu AIQ

Rhaebo guttatu sapo PSLT

Hylidae Hypsiboas albopunctatus perereca PALT

Hypsiboas boans perereca PALT

Osteocephalus cf. taurinus perereca PSLT

Leptodactylidae Leptodactylus fuscus rã assoviadora BSR

Leptodactylus hylaedactyla razinha PSLT

Leptodactylus mystaceus rã AIQ, PSLT

Leptodactylus rhodomystax rã PALT

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Táxon Espécie Nome poplular Método Ctenophryne geayii sapinho AIQ

Leiuperidae Physalaemus gr. cuvieri rã-cachorro PSLT

Physalaemus gr. marmoratus rã-cachorro ASR

REPTILIA TESTUDINATA

Testudinae Podocnemis duceni tracajá PALT

CROCODILIA

Alligatorydae Paleosuchus trigonatus jacaré-coroa PALT

SQUAMATA

Boidade Corallus hortulanus bico-de-papagaio PALT

4.1.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII, controle)

4.1.3.1

Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift

Fences) (AIQ)

Durante os dias de amostragem em que as armadilhas de queda permaneceram abertas foram capturados sete exemplares de apenas uma espécie: o anuro Leptodactylus hylaedactyla. A taxa de captura foi de 0,05 exemplares/horas/balde ou o equivalente a, aproximadamente, um exemplar capturado a cada 20 horas de funcionamento dos baldes. Vale destacar que as fortes e frequentes chuvas transbordaram por várias vezes os baldes o que, certamente, prejudicou uma amostragem mais representativa da fauna naquele momento. Praticamente durante todos os dias de amostragem os baldes tinham de ser esvaziados, pois não conseguiam drenar a água de forma efetiva. No entanto, em comparação com os resultados obtidos no período equivalente do ano de 2011, não são observadas discrepâncias, pois naquele momento não foi capturado nenhum exemplar pelas AQ. Nesta campanha, a presença de Leptodactylus hylaedactyla poderia ser explicada pela forte movimentação da espécie (corroborada pelos resultados obtidos nas outras parcelas) em função das fortes e freqüentes chuvas, que não ocorreram no período equivalente do ano de 2011.

4.1.3.2

Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)

Por meio deste método foram registrados apenas três exemplares de três espécies, sendo duas espécies de serpentes e uma de lagarto. A taxa de captura foi de 0,17

(30)

espécies/hora/homem ou o equivalente a seis espécies capturadas a cada hora de amostragem, algo muito inferior àquela observada no período equivalente do ano de 2011. No entanto, algumas observações devem ser destacadas. No período equivalente do ano de 2011, a PSLT estava sendo conduzida nas proximidades das obras da estrada de acesso à UHE Colíder, o que poderia estar contaminando as amostragens com a adição de exemplares que fugiam da área alterada pelas obras. Desta forma, comparação entre os dois momentos devem ser cautelosas, pois além das variáveis ambientais, que por si só já são complicadores naturais, a realocação em função das obras da estrada de acesso inviabilizariam análises confiáveis.

4.1.3.3

Amostragem em sítio de reprodução (ASR)

No sítio P6 foram registradas duas espécies de anuros: Phyllomedusa azurea, que parece bem frequente e estabelecida neste sítio; e Hypsiboas geographicus. No sítio reprodutivo P5 foram registradas espécies típicas de áreas abertas e Osteocephalus sp., nas proximidades da mata da cachoeira (Tabela 6).

TABELA 6 – ESPÉCIES DE ESCAMADOS E ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE AII (ÁREA CONTROLE)

Táxon Espécie Sítio N

AMPHIBIA ANURA

Hylidae Hypsiboas geographicus P6 5

Phyllomedusa azurea P6 1

Scinax nebulosus P5 5

Scinax gr. ruber P5 5

Osteocephalus sp. P5 1

Leptodactylidae Leptodactylus labyrinthicus P5 5

4.1.3.4

Registros não sistematizados

O método de PALT registrou quatro espécimes de duas espécies: o anuro Leptodactylus fuscus e o lagarto Prionodactylus eigeman (Tabela 7). Vale destacar três registros obtidos por meio de encontros ocasionais. Mais uma vez foi registrado um exemplar da serpente Lachesis muta (Foto 6), conhecida por pico-de-jaca ou surucucu, cruzando a estrada entre os fragmentos de mata nas proximidades da entrada da trilha utilizada para o método de PSLT. Na campanha anterior foi registrado, no mesmo local, um exemplar adulto recém-atropelado que agonizava na estrada (Foto 7).

(31)

FOTO 6 – FÊMEA ADULTA DE LACHESIS MUTA REGISTRADA PELO MÉTODO DE PC

FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

FOTO 7 – FÊMEA ADULTA DE LACHESIS MUTA APÓS TER SIDO ENCONTRADA ATROPELADA, REGISTRADA PELO MÉTODO DE EO

FONTE: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012

Mais uma vez cabe destacar que a presença desta serpente representa importante registro, indicando um ótimo estado de primitividade do ambiente, já que constitui um predador topo de cadeia com grandes exigências ecológicas. Apesar de a área estar composta por florestas secundárias, em adiantado estado da sucessão vegetacional, a frequente captura desta espécie sugere que existam condições adequadas para sua ocorrência. Além destes registros, sabe-se que a maioria dos exemplares capturados na região (quatro exemplares pela equipe de resgate de fauna, além destes dois exemplares registrados pela equipe do monitoramento) foi encontrada neste fragmento florestal. Contudo, parece que as medidas adotadas não vêm garantindo uma efetiva proteção para a espécie, que fica a mercê do intenso trânsito de veículos que acessa a UHE Colíder e dos operários, que as abatem propositalmente. Apesar de existirem placas advertindo para o transito de animais na pista, as mesmas não são claras quanto às serpentes, o que, associado ao “pré-conceito” das pessoas em relação a estes animais, acaba tornando-os alvos fáceis para veículos pesados. Também foi verificado que os veículos transitam em alta velocidade naquela estrada, o que acrescenta risco adicional à fauna silvestre e à vida humana. Sugere-se que seja instalada uma sinalização adequada, destacando que serpentes compõem a gama de animais a serem protegidos em função de uma conduta adequada no transito de veículos e operários nas frentes de trabalho (Figura 1). Sugere-se, também, que sejam repassadas instruções aos operários da usina (principalmente motoristas), a fim de se transmitir a importância destes animais para o meio ambiente e qual comportamento que deve ser conduzido quando ocorrerem encontros. Além da rara espécie Lachesis muta, também foi registrado um exemplar de Liophis taeniogaster

(32)

morto, atropelado na mesma área. Este espécime corresponde ao primeiro registro desta espécie para AII, a qual só havia sido registrada por meio das AQ na AID.

FIGURA 1 – SUGESTÃO DE PLACA DE SINALIZAÇÃO A SER INSTALADA NA ESTRADA DE ACESSO À UHE COLÍDER E NO CANTEIRO DE OBRAS COM O OBJETIVO DE CONSCIENTIZAR OS OPERÁRIOS E MOTORISTAS QUE TRABALHAM NA CONSTRUÇÃO DA OBRA

Por meio do método de EO foi registrado um exemplar de Phrynops sp. (Foto 8) em uma área de Cerrado, distante do rio Teles Pires. Esse registro pode indicar que a espécie utilize pequenos tributários do rio Teles Pires, o que evidenciaria estes ambientes como áreas de proteção ambiental. O animal foi capturado, marcado, teve seus dados biométricos colhidos e solto no mesmo local de captura.

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FOTO 8 – EXEMPLAR DE PHRYNOPS SP. FOTOGRAFADO EM UMA ÁREA DE CERRADO NAS PROXIMIDADES DA UHE COLÍDER

FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012

Com a soma dos resultados obtidos por meio de todos os métodos de amostragem, foram registrados 38 exemplares de 14 espécies, sendo oito espécies de anuros, quatros espécies de serpentes, uma espécie de lagarto e uma espécie de cágado. O índice de diversidade de Shannon-Wiener foi de SW = 2,41.

TABELA 7 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AII (ÁREA CONTROLE)

Táxon Espécie Nome poplular Método AMPHIBIA

ANURA

Hylidae Hypsiboas geographicus perereca BSR

Osteocephalus sp. perereca BSR

Phyllomedusa azurea perereca-macaco BSR

Scinax nebulosus perereca BSR

Scinax gr. ruber

perereca-raspa-de-cuia BSR

Leptodactylidae Leptodactylus fuscus rã-assoviadora PALT

Leptodactylus hylaedactyla rãzinha AQ, PSLT

Leptodactylus labyrinthicus rã-pimenta BSR

REPTILIA TESTUDINATA

Testudinae Phrynops sp. cágado-de-barbela EO

Colubridae Liophis taeniogaster coral EO

Viperidae Bothrops moojeni jararaca PSLT

(34)

4.1.4 Espécies endêmicas, raras ou não descritas

Nesta campanha deve-se atenção especial à serpente pico-de-jaca (Lachesis muta), que frequentemente vêm sendo encontrada nos fragmentos de mata da AII. Esta espécie, assim como outras, tem sido morta por atropelamentos, o que indica não serem efetivas as medidas tomadas para controlar este problema. Serpentes são animais estigmatizados e considerados danosos pela população em geral. São necessárias medidas que abordem a questão de forma mais objetiva, além de serem necessárias palestras de instrução aos trabalhadores acerca deste tema. Estas palestras teriam por objetivo enriquecer o conhecimento dos trabalhadores, além de oferecer a oportunidade de um comportamento adequado da frente de trabalho em relação à herpetofauna local.

Ainda vale destacar aquelas espécies ubiquitárias, que podem corresponder a complexos de espécies. Além daquelas mencionadas em outras campanhas, destacam-se, também, as espécies do gênero Physalaemus.

4.1.5 Espécies procuradas para caça

Até o momento, pelo menos três espécies que compõem a herpetofauna da região estudada sofrem pressão de caça: a rã Leptodactylus labirinticus, o jacaré Paleosuchus trigonatus e o jabuti Chelonoides denticulata. Mesmo não representando animais utilizados na caça de subsistência, serpentes são alvos frequentes da população, provavelmente, por serem animais estigmatizados desde o gênesis. Desta forma, constituirão animais de interesse sempre que existir sobreposição de ocorrência com intensa atividade humana. Durante esta estação foi registrado um exemplar adulto da espécie Liophis taeniogaster atropelado na estrada que dá acesso às transecções da área controle.

4.1.6 Espécies de interesse econômico

Deve-se dar atenção especial para as espécies citadas nos itens “Espécies procuradas para caça” e “Espécies de interesse veterinário” por representarem animais que fazem parte da dieta dos moradores locais e que infringem acidentes ofídicos, o que afeta diretamente a força de trabalho humano, possuindo assim viés econômico.

(35)

4.1.7 Espécies de interesse científico

Como já mencionado, devido à escassez de estudos realizados na região, as taxocenoses de répteis e anfíbios são de inquestionável relevância para a ciência.

4.1.8 Espécies de interesse médico-veterinário

Das espécies com ocorrência confirmada e prevista para a área, oito serpentes (as jararacas Bothrops atrox, B. moojeni, Bothropoides taeniatus, Lachesis muta e as corais Micrurus sp., M. lemniscatus, M. paranaensis e M. surinamensis) são consideradas de interesse médico-veterinário por ocasionarem acidentes ofídicos envolvendo humanos e animais de criação.

Além das serpentes, existem algumas espécies de sapos venenosos (Rhinella cf. schneideri, R. margaritifera e Rhaebo guttatus) que podem ocasionar intoxicação em animais domésticos, como cães e gatos, caso sejam abocanhados e/ou ingeridos.

4.1.9 Espécies indicadoras de qualidade ambiental

Como já descrito, anfíbios são excelentes bioindicadores ambientais, além de desempenharem importante função na dinâmica entre os ecossistemas. Entretanto, segundo Dufrêne & Legendre (1997), uma boa espécie bioindicadora necessita apresentar alta abundância e freqüência de ocorrência em determinada área. Neste sentido, espécies de encontro ocasional (e.g. serpentes), ou que ocorrem em baixa abundância nas áreas amostradas não possuem valor como bioindicadores, apesar de poder ser afetadas por impactos ambientais decorrentes da implantação e funcionamento da UHE Colíder. Espécies que ocorrem habitualmente nas margens do Rio Teles Pires seriam bons modelos para tentar estabelecer comparações entre os momentos de pré e pós-enchimento do reservatório. Destas, destacariam-se Hypsiboas boans (extremamente frequente na vegetação arbustiva do Rio Teles Pires), Leptodactylus rhodomistax, algumas espécies de sapos que parecem utilizar as partes alagadas do rio para a reprodução como, por exemplo, Rhinella margaritifera e Rhaebo guttatus.

Por serem de fácil visualização e captura, além de ocuparem posição ápice na cadeia alimentar (exigindo assim uma oferta alimentar que sustente suas populações), o jacaré Paleosuchus trigonatus poderá funcionar como excelentes bioindicadores de primitividade dos ecossistemas ou, por outro lado, de diferentes níveis de alteração

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ambiental ao longo do processo de implantação da UHE Colíder. No entanto, sugere-se a elaboração de projetos que atendam especialmente esta espécie, assim como projetos direcionados à fauna de quelônios da região.

4.1.10 Riqueza e abundância

Apesar do grande volume de chuva ocorrido durante esta campanha (bastante superior àquele observado na campanha anterior), a atividade dos anfíbios anuros declinou bastante, provavelmente, em função do final da estação chuvosa. Também foi evidente a redução no volume das águas do Rio Teles Pires, assim como de lagoas e poças temporárias formadas pelo transbordamento de seu leito. Desta forma, os resultados obtidos encontram-se de acordo com aqueles esperados para este período transicional. Em comparação com o período equivalente de amostragem do ano de 2011 (23-28 de abril) observou-se um volume de chuva muito superior, o que poderia explicar, pelo menos em parte, algumas distorções observadas e já comentadas anteriormente ao longo do texto. Apesar do aumento da diversidade na atual campanha e das modificações realizadas para realocar as amostragens durante a campanha 02 (em consequência da construção da estrada de acesso para a usina), a parcela de amostragem que revelou maior equilíbrio em termos de diversidade e abundância, entre os dois momentos, foi a AII (Tabela 8).

TABELA 8 – ÍNDICES DE RIQUEZA E DIVERSIDADE OBTIDOS PARA HERPETOFAUNA, POR PARCELA AMOSTRAL

Método

Riqueza (espécies) (espécimes/hora/homem) Taxa de captura Parcela

AIQ PSLT ASR AIQ PSLT ASR

Diversidade (SW) AID (1) 8 8 11 0,05 1,5 16,5 2,29 AID (2) 4 4 9 0,05 1,5 11,33 2,03 AID (3) 3 5 4 0,02 0,8 0,5 2,08 AID (4) - - - - AID (5) 4 4 9 0,04 0,28 26 2,27 AID (6) 10 3 5 0,24 0,67 4,5 2,28 ADA (1) 5 8 2 0,11 0,94 1,08 2,19 ADA (2) 8 12 2 0,20 2,5 3,50 1,88 ADA (3) 4 6 5 0,03 3,1 6,17 2,08 ADA (4) - - - - ADA (5) 4 10 6 0,27 1,28 4,3 1,84 ADA (6) 6 6 1 0,09 1,33 0,02 2,40 AII (1) 5 6 7 0,09 0,38 2,66 2,39

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Método

Riqueza (espécies) (espécimes/hora/homem) Taxa de captura Parcela

AIQ PSLT ASR AIQ PSLT ASR

Diversidade (SW) AII (2) - 2 8 - 1,16 5,5 1,67 AII (3) 4 1 3 0,04 1,6 6,5 1,79 AII (4) - - - - AII (5) 2 3 8 0,01 0,28 14,8 2,09 AII (6) 1 3 6 0,05 0,17 3,5 2,41

Nota: Em negrito os resultados obtidos entre os períodos equivalentes da segunda e sexta campanhas. AID = canteiro de obras, ADA = reservatório e AII = área controle; método sistematizado: AIQ = armadilhas de interceptação e queda, PSLT = procura sistematizada limitada por tempo e ASR = amostragens em sítio reprodutivo e diversidade (SW = índice de Shannon-Wiener); (1) = primeira campanha, (2) = segunda campanha, (3) = terceira campanha, (4) = quarta campanha, (5) = quinta campanha e (6) sexta campanha.

4.1.11 Similaridade entre as parcelas de amostragem durante a quinta

campanha

Nesta campanha, a análise de Cluster separou ao nível de, aproximadamente, 20% as parcelas em dois grupos. Dos grupos formados, o que apresentou maior índice de similaridade está unido no nível de 36%, e constituído pelas parcelas ADA e AID. A parcela da AII está separada em um grupo a parte (Figura 2). As amostragens na AII estiveram comprometidas em função do grande volume de chuvas o que prejudicou, principalmente, os resultados obtidos através da metodologia de AQ.

FIGURA 2 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA POR MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADI, ADA E AII) DURANTE A SEXTA CAMPANHA

Em comparação com a campanha 02, realizada em um período equivalente do ano de 2011, pode-se observar que a análise de Cluster arranjou as parcelas em um

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diferente formato, separando as parcelas ao nível de similaridade de, aproximadamente, 17% em dois grupos. No entanto, o grupo que apresentou maior similaridade foi constituído pelas parcelas AII e AID com, aproximadamente, 24% de similaridade. A parcela ADA formou um grupo isolado (Figura 3). Algumas hipóteses poderiam sustentar, pelo menos em parte, os diferentes arranjos observados entre os dois momentos: (a) a partir da campanha 02 as amostragens na AII sofreram um re-arranjo em função das obras para construção da estrada de acesso para UHE Colíder; (b) também a partir da campanha 02, as obras tornaram-se mais intensas na AID, promovendo modificações estruturais que se entendem até o momento; (c) os resultados estariam expressando simplesmente flutuações naturais da herpetofauna em consequência da dinâmica natural dos fatores abióticos (ex. chuva, seca, temperatura). Esta última hipótese torna-se bem plausível quando observada a grande diferença pluviométrica observada entre os dois períodos equivalentes de amostragem (campanha 02 e campanha 06).

FIGURA 3 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA POR MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADI[02], ADA[02] E AII[02]) DURANTE A SEGUNDA CAMPANHA

4.1.12 Suficiência amostral

A curva de suficiência amostral foi elaborada com base apenas nos registros obtidos por meio dos métodos sistematizados aplicados nas parcelas de amostragem. Até o momento, estes métodos registraram um total de 59 espécies. A curva de suficiência amostral continua em formato ascendente, indicando que o número de espécies da herpetofauna, nas parcelas de interesse, é superior ao registrado pelos métodos sistematizados até o momento (Gráfico 1), o que é confirmado pelas espécies

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registradas exclusivamente pelos métodos não sistematizados. O estimador de riqueza Jacknife projetou um total de, aproximadamente, 74 espécies (SD = 3,61) para as parcelas até o momento. Em comparação com a riqueza observada (59 espécies), pode-se afirmar que os métodos aplicados amostraram, aproximadamente, 80% do total de espécies estimadas para as parcelas até o presente momento.

0 10 20 30 40 50 60 70 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Dias de amostragem N ú m er o de e sp éc ie s

GRÁFICO 1 – CURVA DO COLETOR ALEATORIZADA (500 RANDOMIZAÇÕES), CONSTRUÍDA COM BASE NA HERPETOFAUNA REGISTRADA PELOS MÉTODOS SISTEMATIZADOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADA, AID, AII) DURANTE AS CINCO CAMPANHAS DE MONITORAMENTO DE FAUNA

No Gráfico 1, a primeira campanha corresponde aos dias 1 a 6, a segunda campanha aos dias 7 a 12, a terceira campanha aos dias 8 a 18, a quinta campanha aos dias 19 a 24 e a sexta campanha aos dias 25 a 30. A quarta campanha foi interrompida logo no início das atividades e não está contabilizada na análise. A linha contínua representa a curva média e as linhas pontilhadas representam os intervalos de confiança (95%).

4.1.13 Considerações finais

Os resultados obtidos parecem de acordo com o esperado para o período de transição entre a estação chuvosa e seca. Como já observado, mesmo com as fortes e

Referências

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