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ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA

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Academic year: 2021

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(1)

MEMÓRIA

DESCRITIVA

E

JUSTIFICATIVA

ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA

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NDICE

I.

I

NTRODUÇÃO

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II.

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NQUADRAMENTO

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EGAL

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ISTÓRICO DA

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DENTIFICAÇÃO DA

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RITÉRIOS

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UBJACENTES À

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ELIMITAÇÃO

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ARACTERIZAÇÃO DA

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NÁLISE

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BJETIVOS

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STRATÉGICOS A

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UADRO DOS

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ENEFÍCIOS

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ISCAIS DE

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NCENTIVO À

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EABILITAÇÃO

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NEXOS

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NDICE DE

F

IGURAS

Figura 1 Proposta de delimitação da Área de Reabilitação Urbana do Centro Histórico da Cidade de Paredes: ... 6

Figura 2 Distribuição geográfica dos edifícios com mais de 60 anos existentes na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes ... 7

Figura 3 Distribuição geográfica dos edifícios existentes na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes ... 8

Figura 4 Esquema da estrutura, fluxos e conetividades da ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes ... 9

Figura 5 - Planta da Vila em 1923 Inserta na "Monografia de Paredes" e reproduzida no Ante-Projeto do Plano de Urbanização da Vila de Paredes, 1945. Arquivo Histórico de DGOTDU ... 10

Figura 6 - Ante-Projeto do Plano de Urbanização da Vila de Paredes, 1945. Maria José M. Moreira da Silva (Arq.) e David Moreira da Silva (Arq. Urb.) ... 11

Figura 7 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Castelões de Cepeda), á esquerda foto de 1965 e á direita foto de 2011 ... 12

Figura 8 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Bitarães), á esquerda cartografia da década de 70 e á direita foto de 2011 ... 12

Figura 9 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Madalena), á esquerda foto de 1965 e á direita foto de 2011 ... 13

Figura 10 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Mouriz), á esquerda cartografia da década de 70 e á direita foto de 2011 ... 13

Figura 11 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Oural), á esquerda foto de 1965 e á direita foto de 2011 ... 14

Figura 12 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Monte da Vila), á esquerda foto de 1965 e á direita foto de 2011 ... 14

Figura 13 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Monte da Passagem), á esquerda foto de 1965 e á direita foto de 2011 ... 15

Figura 14 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Agrela/Bouça), á esquerda cartografia da década de 70 e á direita foto de 2011 ... 15

Figura 15 Distribuição geográfica da população residente: ... 17

Figura 16 Distribuição dos edifícios com mais de 60 anos na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes ... 19

Figura 17 Exemplos de edificado com necessidade de reabilitação na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Castelões de Cepeda): ... 20

Figura 18 Aspetos do edificado com necessidade de reabilitação na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Madalena): ... 21

Figura 19 Aspetos do edificado com necessidade de reabilitação na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Bitarães): ... 22

Figura 20 Aspetos do edificado com necessidade de reabilitação na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Mouriz): ... 22

Figura 21 Aspetos do edificado com necessidade de reabilitação na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Monte da Vila): .... 23

Figura 22 Aspetos do edificado com necessidade de reabilitação na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Agrela / Bouça): .. 24

Figura 23 Aspetos do edificado com necessidade de reabilitação na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Monte da Passagem): ... 25

Figura 24 Aspetos do património arquitetónico da ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes: ... 26

Í

NDICE DE

G

RÁFICOS Gráfico 1 Estrutura etária da população residente na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes em 2011 ... 18

(4)

I.

I

NTRODUÇÃO

O presente relatório pretende congregar toda a informação legalmente exigida pelo Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU, D.L. n.º 307/2009, de 23 de outubro, alterado e republicado pela Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto), para a aprovação da Delimitação da Área de Reabilitação Urbana (ARU) do Centro Histórico da Cidade de Paredes, a ser submetida pela Câmara Municipal (CM) à Assembleia Municipal (AM), órgão com competência nesta matéria.

A delimitação da ARU proposta, consubstancia a intenção do município em intervir de forma coordenada e integrada, numa área, cujas características, identidade e problemáticas existentes, merecem particular atenção. Esta ARU pretende congregar um conjunto de intervenções e investimentos integrados, em consequência de uma estratégia previamente definida, assegurando a salvaguarda do património edificado e o desenvolvimento sustentável do respetivo território através da recuperação do edificado e qualificação do espaço público, melhorando significativamente a qualidade de vida da população e potenciando a sua atratividade.

A delimitação desta ARU deverá ter como consequência natural, a realização de um estudo aprofundado que permita a definição de estratégias e a inventariação/cativação de meios para a sua revitalização e requalificação, mobilizando todos os atores interessados e tendo como corolário um conjunto de intervenções integradas, através de uma operação de reabilitação urbana – ORU, aprovada em instrumento próprio ou em plano de pormenor de reabilitação urbana e que deverá ser aprovada no espaço de três anos, prazo após o qual caducará a presente delimitação.

De salientar, ainda, que a delimitação aqui proposta e uma vez aprovada, poderá, à posteriori, sofrer ajustes, no decurso do levantamento de campo e dos trabalhos que entretanto forem sendo consolidados.

(5)

II.

E

NQUADRAMENTO

L

EGAL

No que diz respeito à Reabilitação Urbana e em matéria legislativa, a 14 de Agosto de 2012 é publicada a Lei 32/2012. Esta procede à primeira alteração ao Decreto-Lei 307/2009, de 23 de outubro, que estabelece o Novo Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (NRJRU), que deixa de ser um regime excecional, passando a fazer parte integrante da gestão urbanística dos Municípios. Esta legislação define uma nova figura – Área de Reabilitação Urbana – revogando o Decreto-Lei 104/2004 e a figura das ACRRU (Áreas Críticas de Recuperação e Reconversão Urbanística).

No referido Decreto-Lei 307/2009 o legislador optou, aliás conforme o preâmbulo do diploma, por adotar um conceito amplo de Reabilitação Urbana, que não se atem apenas a elementos da vertente imobiliária ou patrimonial, mas que aponta antes para uma disciplina integrada, coordenada e dirigida, que reclama uma intervenção estadual de âmbito nacional, regional e local para resolver fenómenos que estão para além da degradação do edificado e que se revelam nos aspetos económicos, sociais, culturais e ambientais das áreas a reabilitar.

As principais linhas de força desta reforma são as seguintes:

- “Articular o dever de reabilitação dos edifícios que incumbe aos privados com a responsabilidade pública de qualificar e modernizar o espaço, os equipamentos e as infraestruturas das áreas urbanas a reabilitar”, continuando os proprietários a ser os primeiros responsáveis pela reabilitação dos seus edifícios, enquanto as autoridades públicas cuidarão dos espaços públicos com vista à sua qualificação e modernização;

- “Garantir a complementaridade e coordenação entre os diferentes atores, concentrando recursos em operações integradas de reabilitação nas Áreas de Reabilitação Urbana”, abrindo novas possibilidades de intervenção aos proprietários e a outros parceiros privados;

- “Desenvolver novos instrumentos que permitam equilibrar os direitos dos proprietários com a necessidade de remover os obstáculos à reabilitação associados à estrutura de propriedade nestas áreas”, viabilizando um conjunto de instrumentos jurídicos.

Esta nova legislação estabelece ainda alguns conceitos fundamentais que importa reter:

• Área de Reabilitação Urbana – ARU – parcela de território delimitada pelo Município que justifica uma intervenção integrada de reabilitação; a ARU tem por base de incidência “a área territorialmente delimitada que, em virtude da insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, designadamente no que se refere às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou salubridade, justifique uma intervenção integrada, através de uma Operação de Reabilitação Urbana aprovada em instrumento próprio ou em plano de pormenor de reabilitação urbana.” (alínea b) do artigo 2.º).

• Operação de Reabilitação Urbana – ORU – “conjunto articulado de intervenções visando, de forma integrada, a Reabilitação Urbana de uma determinada área” (alínea h) do artigo 2.º), sendo que a cada ARU corresponde uma ORU (n.º 4 do artigo 7.º).

Esta primeira alteração legislativa aprovou medidas destinadas a agilizar e a dinamizar a reabilitação urbana, possibilitando que a delimitação da área de reabilitação urbana e a aprovação da operação de reabilitação urbana, ocorram em momentos distintos. Contudo a delimitação da ARU caduca se, no prazo de três anos, não for aprovada a correspondente operação de reabilitação.

(6)

Para a delimitação da ARU e de acordo com o artigo 13.º, a proposta de aprovação, devidamente fundamentada, deve conter, entre outros, os seguintes elementos:

• Memória descritiva e justificativa, incluindo os critérios subjacentes à delimitação da área abrangida e os objetivos estratégicos a prosseguir;

• Planta com a delimitação da área abrangida;

• Quadro dos benefícios fiscais associados aos impostos municipais.

A aprovação de uma ARU obriga o Município a definir os benefícios fiscais em sede de IMI e de IMT e consequentemente confere aos proprietários o direito de acesso a esses mesmos benefícios e confere aos proprietários e titulares de outros direitos, ónus e encargos sobre edifícios ou frações nela compreendidos o direito de acesso aos apoios e incentivos fiscais e financeiros à reabilitação urbana, nos termos estabelecidos na legislação (artigo 14.º).

O ato de aprovação da delimitação da área de reabilitação urbana é publicado através de aviso na 2ª série do Diário da República e divulgado na página eletrónica do município. Simultaneamente a câmara remete ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, I.P., por meios eletrónicos, o ato de aprovação da delimitação da área de reabilitação urbana.

Por fim, importa referir uma série de legislação, que complementa a referida anteriormente, em matéria de reabilitação urbana, e que a seguir se sintetiza no quadro nº1.

Quadro 1. Principal Legislação em Vigor:

Decreto-Lei 53/2014, de 8 de Abril - Estabelece um regime excecional e temporário a aplicar à reabilitação de edifícios ou de frações, cuja construção tenha sido concluída há pelo menos 30 anos ou localizados em áreas de reabilitação urbana, sempre que estejam afetos ou se destinem a ser afetos total ou predominantemente ao uso habitacional.

Decreto-Lei 266-B/2012, de 31 de dezembro - Estabelece o regime de determinação do nível de conservação dos prédios urbanos ou frações autónomas, arrendados ou não, para os efeitos previstos em matéria de arrendamento urbano, de reabilitação urbana e de conservação do edificado, e revoga os Decretos-Lei 156/2006 e 161/2006, de 8 de agosto.

Despacho 14574/2012, de 12 de novembro - Cria a Comissão Redatora do projeto de diploma legal que estabelecerá as «Exigências Técnicas Mínimas para a Reabilitação de Edifícios Antigos».

Lei 32/2012, de 14 de agosto - Procede à primeira alteração ao Decreto-Lei 307/2009, de 23 de outubro, que estabelece o regime jurídico da reabilitação urbana, e à 54.ª alteração ao Código Civil, aprovando medidas destinadas a agilizar e a dinamizar a reabilitação urbana.

Decreto-Lei 115/2011, de 5 de dezembro - Primeira alteração ao Decreto-Lei 309/2009, de 23 de outubro, que estabelece o

procedimento de classificação dos bens imóveis de interesse cultural, bem como o regime das zonas de proteção e do plano de pormenor de salvaguarda.

Lei 46/2009, de 20 de fevereiro - Republicação do Lei 380/99, de 22 de setembro - Procede à 6.ª alteração ao Decreto-Lei 380/99, de 22 de setembro, que estabelece o regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial (RJIGT).

Decreto-Lei 307/2009, de 23 de outubro - No uso da autorização concedida pela Lei 95-A/2009, de 2 de setembro, aprova o regime jurídico da reabilitação urbana (RJRU).

Decreto-Lei 309/2009, de 23 de outubro - Estabelece o procedimento de classificação dos bens imóveis de interesse cultural, bem como o regime das zonas de proteção e do plano de pormenor de salvaguarda.

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III.

D

ELIMITAÇÃO DA

Á

REA DE

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EABILITAÇÃO

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RBANA DO

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ENTRO

H

ISTÓRICO DA

C

IDADE DE

P

AREDES

1.

I

DENTIFICAÇÃO DA

Á

REA

A área proposta para delimitação como ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Anexo I) localiza-se na freguesia de Paredes (nova freguesia que resultou na união das freguesias de Castelões de Cepeda, Madalena, Bitarães,

Mouriz, Gondalães e Vila Cova de Carros) e abrange uma área com 2,6km2.

(8)

2.

C

RITÉRIOS

S

UBJACENTES À

D

ELIMITAÇÃO

A presente proposta de delimitação da ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes, resulta da aplicação de uma série de critérios, estatísticos, históricos, urbanísticos, cadastrais, tendo como objetivo o seu enquadramento no PARU – Plano Ação de Regeneração Urbana, que integra o PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano.

De acordo com o Regulamento Específico do Domínio da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, que estabelece as condições de acesso e as regras gerais de financiamento para este tipo de operações, o PARU – Plano Ação de Regeneração Urbana deve incidir num espaço inframunicipal, em concreto centros históricos, zonas ribeirinhas ou zonas de conversão de zonas abandonadas inserido numa Área de Reabilitação Urbana (ARU).

Neste sentido, a presente ARU foi enquadrada na tipologia Centros Históricos, tendo a sua delimitação procurado corresponder à definição emanada das orientações do PEDU, que estabelece que a área a integrar numa ARU que considere um Centro Histórico, corresponde a espaços, não necessariamente lineares, em que pelo menos 15% do edificado habitacional aí existente tenha idade superior a 60 anos, informação disponibilizada pelo INE a nível de subsecção estatística. Atendendo a essa definição de centro histórico, foi considerado para efeitos de delimitação, o critério estatístico, utilizando para o efeito os dados do INE referente às subsecções estatísticas.

Figura 2 Distribuição geográfica dos edifícios com mais de 60 anos existentes na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes

(9)

Figura 3 Distribuição geográfica dos edifícios existentes na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes

Fonte: Censos 2011, Instituto Nacional de Estatística - INE.

No processo de delimitação, foi também considerado o critério histórico, que apesar de mais subjetivo, se tornava importante na delimitação de uma ARU do centro histórico que pretendia refletir o espaço físico de afirmação da história e cultura de um povo. Para este efeito, foi considerado um centro histórico mais abrangente e lato, no sentido de integrar aquele que é o centro cívico da cidade de paredes, mas também os pequenos núcleos urbanos que gravitam á sua volta e que se encontram ligados historicamente através de uma malha de fluxos e conetividades, de intensidades distintas, reflexo dos movimentos casa-trabalho e casa-escola, movimentos dirigidos ao consumo comercial, à cultura e ao lazer e trocas entre produtos e serviços (figura 2).

(10)

Figura 4 Esquema da estrutura, fluxos e conetividades da ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes

Esta malha de fluxos entre o aglomerado principal e os seus núcleos periféricos estruturou-se e desenvolveu-se muito por força das vias de comunicação, principalmente a estrada do Porto a Vila Real com a qual entroncava a estrada para Paços de Ferreira e, algumas centenas de metros adiante, a estrada para Lousada. Estes percursos tinham séculos de existência, mas foi apenas a partir do século XIX que a sua frequência ganhou alguma importância, particularmente a partir de 1852, depois de Fontes Pereira de Melo criar o “Ministério das Obras Publicas, Comercio e Industria” que trataria de investir na rede de estradas reais e na construção do caminho-de-ferro, tendo a modernização da estrada para Vila Real levado à substituição do percurso pela Ponte de Cepeda com a abertura da depois denominada Avenida da República, a qual, simultaneamente, permitia a ancoragem da estação da linha do Douro que chegada a Paredes em 1875. Desta organização territorial resultou o centro cívico da cidade de Paredes e seus núcleos urbanos de nível inferior dos quais se destacam Mouriz, Madalena, Bitarães, Bouça/Agrela, Monte da Passagem e Monte da Vila e Oural.

O centro da antiga freguesia de castelões de Cepeda, a que designamos ao longo do relatório de centro cívico da cidade de Paredes, por reunir geograficamente as funções administrativas, religiosas e sociais mais relevantes, apenas pode ser compreendido tendo como ponto de partida as decisões tomadas pelo poder central e pelo municipal em duas fases: na 2ª metade do século XIX, com a estrada e a via ferroviária por parte do governo, e com a organização da vila por

(11)

parte da câmara municipal; e em meados do século XX, com o Ante-Projeto do Plano de Urbanização da Vila de Paredes, de 1945.

Figura 5 - Planta da Vila em 1923 Inserta na "Monografia de Paredes" e reproduzida no Ante-Projeto do Plano de Urbanização da Vila de Paredes, 1945. Arquivo Histórico de DGOTDU

Como se verifica pelo alvará régio de elevação de Paredes a vila, em 1844 (que afirma “possuir a mesma povoação os necessários elementos para sustentar com dignidade a categoria de vila, visto a qualidade dos seus edifícios, entre os quais se distingue uma bela casa da Camara Municipal, a importância do seu comércio e o suficiente numero de habitantes”, referido no Ante-Projeto do Plano de Urbanização, de 1945, p. 17), o aglomerado tinha já algum relevo, desde logo o suficiente para ser elevado a vila, no entanto, apenas na segunda metade do século XIX, acompanhando os ares de progresso que contagiam o país, o poder municipal lhe vai conferir uma feição urbana, alargando-a e equipando-a. Isso mesmo pode constatar-se na Planta da Vila em 1923 (inserta na Monografia de Paredes e reproduzida no Ante-Projeto do Plano de Urbanização, de 1945 (Figura 4 e Figura 5), onde pode observar-se a Praça de José Guilherme, ainda sem os já previstos Paços do Concelho (que continuavam, por pouco tempo, no edifício de provável construção seiscentista onde hoje está o Conservatório de Música de Paredes) mas já com a escola primária do legado do Conde Ferreira de 1868, bem como o cemitério municipal, a estação ferroviária, a nova igreja paroquial (iniciada em finais do século XIX e benzida em 1908). Note-se que os dois elementos essenciais para a subsequente evolução da malha da novel vila estão então definidos, ou seja, os arruamentos da estrada (ruas Sr.ª da Guia e 1º de Dez. e Av. da República) e a geométrica Praça de José Guilherme, devendo salientar-se que a Av. da República está a preencher-se de edifícios e constitui já o elemento gerador da restante malha urbana ao servir de referência para o subsequente traçar de arruamentos paralelos, a começar pela Rua D. Afonso Henriques, já delineada na planta, e continuando com um tramo da Rua Elias Moreira Neto para serviço do hospital da Misericórdia de Paredes.

(12)

Figura 6 - Ante-Projeto do Plano de Urbanização da Vila de Paredes, 1945. Maria José M. Moreira da Silva (Arq.) e David Moreira da Silva (Arq. Urb.)

A segunda fase, como se disse, acontece a partir de 1945, com o Ante-Projeto do Plano de Urbanização da Vila de Paredes onde os arquitetos Moreira da Silva (Figura 22), apesar de algumas inconsequências (como o prolongamento do cemitério ou o pequeno jardim triangular previsto para o ângulo formado pelas ruas de Serpa Pinto, Sr.ª da Guia e dos Desportos, para onde pretendiam transferir a capela da Sr.ª da Guia, do século XVIII, por se encontrar abaixo do nível da estrada desde a segunda metade de oitocentos), vão congregar intenções do governo e da câmara e compor partes da restante malha, devendo referir-se o embrião do Parque da Cidade (propondo, para o local onde hoje se localiza, um espaço de lazer com parque infantil e “praia artificial”) e sublinhar-se a via que hoje se denomina Av. Dr. Francisco Sá Carneiro. A importância desta via é incontornável, quer para o remate da malha de raiz oitocentista, quer na ancoragem de toda uma nova área, na sua margem meridional, mesmo se completamente distinta, morfológica e funcionalmente, do que fora previsto pelos arquitetos Moreira da Silva, que ali colocavam a zona industrial e, em todo o plano, apenas previam residência em edifícios unifamiliares. Naturalmente, a decisão da malha e a da ocupação são de tempos diversos, com necessidades, técnicas e valores diferentes, sendo a Av. Dr. Francisco Sá Carneiro que tem suportado parte importante da edificação das últimas décadas.

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Figura 7 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Castelões de Cepeda), á esquerda foto de 1965 e á direita foto de 2011

Para além do centro cívico de Paredes, núcleo central da ARU do Centro Histórico de Paredes, fazem parte desta ARU outros núcleos com relações historicamente estreitas e comuns com este. Um desses polos é o aglomerado de Bitarães cuja relação com o centro se fazia já desde o século XVIII, nomeadamente, com a grandiosa festa religiosa em honra de Nossa Senhora dos Chãos, a 8 de Setembro, precedida por uma novena, à qual ocorria muita gente das freguesias à volta. Em 1922 reconhecia-se que o fogo-de-artifício era superior ao da noite de São João no Porto. Este local passou a ser servido pela via N35 que ligava Paredes a Sequeiros (Lousada), ainda hoje ligação importante. A dinâmica social e religiosa foi reforçada pela económica com a realização, na Senhora dos Chãos de uma Feira ao dia 8 de cada mês e uma anual ao dia 7 de Setembro. Pelos Chãos passava, também, uma via antiga que vinha de Santiago de Arrifana, Capela de São Roque, em direção à capela da Senhora dos Chãos, passava pela antiga ponte das Galinheiras ou Linheiras, tendo sido construída uma nova no século XIX.

Figura 8 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Bitarães), á esquerda cartografia da década de 70 e á direita foto de 2011

(14)

A ligação do centro cívico de Paredes à Madalena fica patente por exemplo no facto de na altura da construção do cemitério, (finais do século XIX) passar a ser partilhado pela Madalena. Para além disso, desde o início do século XX, que eclesiasticamente está ligado à Paróquia de Castelões de Cepeda. Nos finais do século XIX abriu-se uma via que ligava o cemitério à Igreja Matriz da Madalena seguindo em direção a Gondalães. Por esta freguesia fazia-se bastante trânsito de gentes e mercadorias para as feiras de Paredes vindos de Gondalães e de Louredo.

Figura 9 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Madalena), á esquerda foto de 1965 e á direita foto de 2011

A circulação de pessoas e bens através da EN15, antiga estrada real, de origem medieval, era intensa, visivelmente testemunhada pelo tipo de construção que se ergueu e ainda ergue ao longo da via e que testemunha a ligação histórica entre o centro cívico de paredes e Mouriz. As idas às feiras de Paredes era ponto obrigatório para compra e venda de produtos diversos, com destaque para os animais de grande e pequeno porte. Faziam-se verdadeiros “desfilies” ao longo da estrada com destino à feira do gado, sobretudo gado bovino a partir de 1921, pois até a esta altura era principalmente gado suíno.

Figura 10 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Mouriz), á esquerda cartografia da década de 70 e á direita foto de 2011

(15)

Por sua vez o Oural era um importante local de passagem de gentes e bens pela via que desde tempos remotos fazia

ligação entre Estrada Real, a partir da Ponte da Cepeda e Guimarães/Braga.

Figura 11 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Oural), á esquerda foto de 1965 e á direita foto de 2011

O topónimo Monte da Vila, aparece-nos no início do século XX apenas como Vila e relacionado com uma importante quinta próxima da Cepeda (Barreiro 1922), sendo que em 1922 é apontado para este local 4 fogos. A designação “monte” poderá estar relacionado com o facto de este lugar se situar numa pequena elevação, enquanto “vila” poder-se-á relacionar com a referida quinta com o nome de Vila ou então relacionar-se com a proximidade da então Vila de Paredes.

Figura 12 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Monte da Vila), á esquerda foto de 1965 e á direita foto de 2011

No Monte da Passagem, como o próprio topónimo indica existia um outeiro (monte) que era necessário transpô-lo pois do outro lado localizavam-se inúmeras casas de moleiros, com os seus moinhos, na margem direita do Rio Sousa e

(16)

que forneciam farinha num circuito de 5 e 6 Km de raio. A sua proximidade à Via Férrea à qual ocorria muita gente também contribuía para a intensificação da rede de fluxos com o centro cívico de Paredes.

Figura 13 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Monte da Passagem), á esquerda foto de 1965 e á direita foto de 2011

Por fim destaque para o lugar da Agrela e Bouça, que desde os finais do século XIX e início do século XX que o era um dos mais populosos da antiga freguesia de Mouriz. Lugar muito próximo de grande casas de quintas como a de Lourosa e a do Campo

Figura 14 Evolução da paisagem urbana na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Agrela/Bouça), á esquerda cartografia da década de 70 e á direita foto de 2011

De referir ainda que no início do século XX existiam vários postos de Conservatória do Registo civil distribuídos por várias freguesias, porém as freguesias de Mouriz, Madalena e Bitarães, entre outras, estavam sujeitas à Conservatória de

(17)

Paredes, o que implicava deslocações sucessivas à Vila contribuindo para o reforço desta conetividade histórica entre o centro cívico de Paredes e os seus aglomerados periféricos.

Considerando os normativos legais referentes às ARU, foi considerado na proposta de delimitação da ARU do centro histórico de Paredes, um critério ligado ao espaço urbano com necessidade de intervenção. Neste sentido, privilegiou-se o solo classificado como urbano no instrumento de gestão territorial em vigor para a área, Plano de Urbanização de Paredes e Plano Diretor Municipal, e neste, os espaços urbanos que, em virtude da insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, urbanas, dos equipamentos ou dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, pudessem em sede da ORU justificar uma intervenção integrada.

Por fim, foi cruzada a área delimitada com os limites cadastrais, no sentido de efetuar, sempre que se demonstrava oportuno e sem ferir os critérios definidos anteriormente, a correspondência cadastral da área abrangida.

Da conjugação dos vários critérios acima referidos, resultou a presente proposta de delimitação da ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes, caracterizada por uma malha urbana historicamente e morfologicamente uniforme.

(18)

3.

C

ARACTERIZAÇÃO DA

Á

REA EM

A

NÁLISE

Demografia

A população residente na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes era, em 2011, 13307 habitantes, o que representava cerca de 67% da população residente na cidade de Paredes (19834). Em termos de distribuição da população dentro da ARU, verifica-se que é junto ao centro cívico onde se concentra a maioria da população residente, ganhando naturalmente expressão as áreas onde se localizam os edifícios de habitação coletiva.

Figura 15 Distribuição geográfica da população residente:

Fonte: Censos 2011, Instituto Nacional de Estatística - INE.

Em termos de estrutura etária, trata-se de uma população jovem, com cerca de 34% da população abaixo dos 25 anos (gráfico 1). A população entre os 25 e os 64 anos representa cerca de 56% da população residente na ARU e apenas 11% têm idade superior a 64 anos.

(19)

Gráfico 1 Estrutura etária da população residente na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes em 2011

Fonte: Censos 2011, Instituto Nacional de Estatística

Edificado

No último Censo de 2011, a localizam na área aqui proposta. Destes

quais localizados na ARU e 494 principalmente residenciais, 81% dos quais na ARU.

Ao número total de edifícios da freguesia corresponde um total de 8407 alojamentos

localizam na ARU proposta, um número bastante significativo que denota a concentração existente nessa área. Dos 8407 de alojamentos na

destes cerca de 13% se encontram vagos (765).

na ARU, com 16% (938) do total de alojamentos familiares. De referir aind

de residência habitual arrendados da cidade de Paredes se encontram localizados na ARU proposta.

Enquanto sede municipal consolidada mas em fase de crescimento, o território da ARU apresenta alguma diversidade de morfologias urbanas e tipologias de habitação. Assim, na parte ocidental, abarca áreas de expansão com matriz de povoamento orgânico constituído normalmente por moradias unifamiliares “penduradas” na estrada, como em grande parte do território concelhio, enquanto, na parte nascente, se pode observar um conjunto urbanos mais coeso que apresenta, genericamente e independentemente da génese, duas morfotipologias claramente distintas. Assim

da área do núcleo mais antigo encontram formas e relação com o espaço público

Francisco Sá Carneiro, a envolvência da Rua de Timor e as proximidades da Ro

tendencialmente os edifícios de habitação coletiva, de maior cércea e volume que marcam outros e distintos territórios. Aliás, serão provavelmente estas tipologias as maiores responsáveis pela absorção do contido mas firme

sede concelhia, verificado no aumento da população residente (16%), do número de edifícios (19%) e no aumento, quase em duplicado em relação ao dos edifícios, do número de alo

1980 e com níveis de degradação que esta ARU.

56%

11%

strutura etária da população residente na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes em 2011

- INE.

No último Censo de 2011, a cidade de Paredes possui um total de 4613 edifícios, dos quais 2648 (57%) se Destes edifícios existentes na cidade, 4079 eram exclusivamente residenciais, 54% dos quais localizados na ARU e 494 principalmente residenciais, 81% dos quais na ARU.

Ao número total de edifícios da freguesia corresponde um total de 8407 alojamentos, dos quais 5847 (70%) se localizam na ARU proposta, um número bastante significativo que denota a concentração existente nessa área.

de alojamentos na Cidade de Paredes, cerca de 70% (5847) localizam-se dentro da ARU sendo que destes cerca de 13% se encontram vagos (765). O arrendamento habitacional assume, igualmente, um número significativo na ARU, com 16% (938) do total de alojamentos familiares. De referir ainda que cerca de 70% dos alojamentos familiares de residência habitual arrendados da cidade de Paredes se encontram localizados na ARU proposta.

Enquanto sede municipal consolidada mas em fase de crescimento, o território da ARU apresenta alguma de morfologias urbanas e tipologias de habitação. Assim, na parte ocidental, abarca áreas de expansão com matriz de povoamento orgânico constituído normalmente por moradias unifamiliares “penduradas” na estrada, como em o, enquanto, na parte nascente, se pode observar um conjunto urbanos mais coeso que apresenta, genericamente e independentemente da génese, duas morfotipologias claramente distintas. Assim

da área do núcleo mais antigo encontram-se edifícios de residência unifamiliar, apesar de alguma diversidade de idades, formas e relação com o espaço público; em algumas áreas adjacentes e exteriores a esta (como o lado Sul da Av. Dr. Francisco Sá Carneiro, a envolvência da Rua de Timor e as proximidades da Rotunda 25 de Abril) concentram tendencialmente os edifícios de habitação coletiva, de maior cércea e volume que marcam outros e distintos territórios. Aliás, serão provavelmente estas tipologias as maiores responsáveis pela absorção do contido mas firme

sede concelhia, verificado no aumento da população residente (16%), do número de edifícios (19%) e no aumento, quase em duplicado em relação ao dos edifícios, do número de alojamentos (37%). Um tecido com 45% do edificado anterior a que evidenciam a importância de implementar um programa de reabilitação urbana para

34%

11%

0 - 24 anos

25-mais de 64 anos

strutura etária da população residente na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes em 2011

4613 edifícios, dos quais 2648 (57%) se 4079 eram exclusivamente residenciais, 54% dos

, dos quais 5847 (70%) se localizam na ARU proposta, um número bastante significativo que denota a concentração existente nessa área.

se dentro da ARU sendo que O arrendamento habitacional assume, igualmente, um número significativo a que cerca de 70% dos alojamentos familiares de residência habitual arrendados da cidade de Paredes se encontram localizados na ARU proposta.

Enquanto sede municipal consolidada mas em fase de crescimento, o território da ARU apresenta alguma de morfologias urbanas e tipologias de habitação. Assim, na parte ocidental, abarca áreas de expansão com matriz de povoamento orgânico constituído normalmente por moradias unifamiliares “penduradas” na estrada, como em o, enquanto, na parte nascente, se pode observar um conjunto urbanos mais coeso que apresenta, genericamente e independentemente da génese, duas morfotipologias claramente distintas. Assim, na maioria residência unifamiliar, apesar de alguma diversidade de idades, ; em algumas áreas adjacentes e exteriores a esta (como o lado Sul da Av. Dr. tunda 25 de Abril) concentram-se tendencialmente os edifícios de habitação coletiva, de maior cércea e volume que marcam outros e distintos territórios. Aliás, serão provavelmente estas tipologias as maiores responsáveis pela absorção do contido mas firme crescimento da sede concelhia, verificado no aumento da população residente (16%), do número de edifícios (19%) e no aumento, quase jamentos (37%). Um tecido com 45% do edificado anterior a evidenciam a importância de implementar um programa de reabilitação urbana para

24 anos 64 anos mais de 64 anos

(20)

Gráfico 2 Edifícios construídos na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes por época de construção, 2011

Fonte: Censos 2011, Instituto Nacional de Estatística

Figura 16 Distribuição dos edifícios com mais de 60 anos

Fonte: Censos 2011, Instituto Nacional de Estatística 0 100 200 300 400 500 600 700 antes de 1919 1919 -1945 1946 -1960 172 174 180

Edifícios construídos na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes por época de construção, 2011

- INE.

edifícios com mais de 60 anos na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes

- INE. 1961 -1970 1971 -1980 1981 -1990 1991 -1995 1996 -2000 2001 -2005 244 426 629 194 271 211

Edifícios construídos na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes por época de construção, 2011

aredes

2006 -2011

(21)

No seguimento do trabalho de campo inicial e que será concluído e pormenorizado no âmbito da elaboração da ORU, foi possível desde já tirar algumas conclusões gerais sobre o estado exterior do edificado localizado na ARU. Uma delas é a de que a área de estudo apresenta um estado de conservação globalmente razoável. No entanto, há claramente uma heterogeneidade de situações, desde edifícios antigos que oscilam entre o razoável e o mau estado de conservação, sendo que neste grupo surgem alguns mesmo em ruína, até edifícios mais recentes, construídos nos últimos 30 anos mas que se encontram inacabados ou numa situação menos satisfatória apesar de neste grupo a maioria do edificado apresentar um nível de conservação mais razoável.

Figura 17 Exemplos de edificado com necessidade de reabilitação na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Castelões de Cepeda):

(22)

Fonte: CMP, 2016

Figura 18 Aspetos do edificado com necessidade de reabilitação na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Madalena):

(23)

Figura 19 Aspetos do edificado com necessidade de reabilitação na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Bitarães):

Fonte: CMP, 2016.

(24)

Fonte: CMP, 2016.

Figura 21 Aspetos do edificado com necessidade de reabilitação na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Monte da Vila):

(25)

Figura 22 Aspetos do edificado com necessidade de reabilitação na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Agrela / Bouça):

(26)

Figura 23 Aspetos do edificado com necessidade de reabilitação na ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes (Monte da Passagem):

Fonte: CMP, 2016.

Património Arquitetónico

A ARU do centro histórico da cidade de Paredes engloba uma série de património arquitetónico algum dele classificado, a saber:

 Pelourinho de Paredes;  Cadeia de Comarçã;  Casa da Estrabuela;

 Igreja de S. Tomé de Bitarães

 Antigos Paços do Concelho;

 Casas do século XIX;

 Palacete do Visconde de Paredes / Palacete da Granja;  Escola Conde Ferreira;

 Casa da Quebrada;  Casa dos Fidalgos da Igreja;  Casa da D. Guilhermina;  Casa dos Coelho da Silva;

 Casa do Parque José Guilherme, nº48;  Casa da Bouça;

 Casa do Subouteiro;  Casa do Barreiro;  Casa do Castro;  Casa da Poveira;

(27)

 Ponte de Sentiais ou da Estrabuela;  Igreja de São Salvador;

 Capela do Calvários;

 Capela e cruzeiro da Senhora da Guia;  Igreja e cruzeiro de Santa Maria Madalena;  Cruzeiro Paroquial;

 Cruzeiro da Redonda;

 Alminhas da Avenida;

 Alminhas da Agrela;

 Alminhas da Igreja.

De qualquer forma, independentemente das classificações, importa encarar também os edifícios mais humildes, como testemunhos em termos de património edificado e como importantes referências de projeto para o espaço público.

(28)
(29)
(30)

4.

O

BJETIVOS

E

STRATÉGICOS A

P

ROSSEGUIR

Em função do diagnóstico realizado, e considerando as orientações e propostas da Câmara Municipal e de agentes locais, estabeleceu-se um conjunto de Eixos de Intervenção Estratégica, a concretizar em todas as ARUs definidas no concelho de Paredes, a partir dos quais se pretende dar continuidade a um conjunto de dinâmicas que têm vindo a contribuir para a competitividade urbana deste território e para a qualificação da respetiva base económica e, por outro lado, para concretizar e afirmar novas ofertas urbanas que se mostram essenciais para que as cidades que integram o Concelho de Paredes melhorem a respetiva atratividade e oferta de qualidade de vida.

Assim, para além do reforço das dinâmicas em curso, interessa sobretudo criar e explorar novas oportunidades de desenvolvimento urbano, que contribuam para a afirmação e competitividade de Paredes em contextos e escalas alargadas. Propõe-se então que o processo de regeneração urbana de Paredes incorpore uma dinâmica económica assente nos seguintes três eixos fundamentais:

• Em primeiro lugar, que se reforcem as dinâmicas em torno da aposta no Design de Mobiliário, na afirmação

da marca e do branding territorial, e na atração de investimentos, qualificando e adicionando competitividade ao território, e em especial à sua base urbana.

• Depois, que se realize um intenso e objetivo esforço de promoção do empreendimento endógeno e da

inovação, como alavancas estratégicas para a diversificação da economia urbana das diferentes cidades que compõem o Concelho, potenciando e facilitando o respetivo processo de criação de novas iniciativas de natureza empreendedora; da disseminação de competências criativas na população; e da criação de novas respostas às necessidades e oportunidades locais.

• Finalmente, que concretizem iniciativas de animação urbana geradoras de novos consumos junto da

população residente, bem como de atração de novos públicos, aumentando a atratividade local.

Um último aspeto que urge referenciar, atendendo ao facto do concelho de Paredes ser composto por quatro cidades, consiste na necessidade de conferir aos projetos a desenvolver uma forte componente de networking, potenciando sinergias institucionais, empresariais e cívicas capazes de sustentar colaborações estratégicas assim como a exploração de economias de aglomeração, através das quais será possível alavancar dinâmicas e resultados, promovendo simultaneamente um desenvolvimento mais harmonioso e sustentável do território.

O quadro operacional proposto privilegia, portanto, um conjunto de domínios que potenciam os ativos críticos de Paredes - como sejam o conhecimento tácito em torno da indústria do mobiliário - articulando-os com novas dimensões críticas, como são a criatividade e o marketing, a partir da exploração de novas plataformas de colaboração envolvendo instituições, empresas e cidadãos. Estas são dimensões que não apenas resultam determinantes para a qualificação das ofertas urbanas de Paredes, como também para a sua afirmação no quadro da Área Metropolitana do Porto, bem como a escalas mais alargadas, nacionais e internacionais.

Objetivos

Atendendo que as ações específicas serão definidas aquando da elaboração da ORU – Operação de Reabilitação Urbana, devidamente fundamentados pelos levantamentos e estudos de pormenor a realizar na área a intervir apresentam-se os objetivos gerais a prosapresentam-seguir:

(31)

 Assegurar a reabilitação dos edifícios que se encontram degradados ou funcionalmente inadequados;  Reabilitar tecidos urbanos degradados ou em degradação;

 Melhorar as condições de habitabilidade e de funcionalidade do parque imobiliário urbano e dos espaços não edificados;

 Garantir a proteção e promover a valorização do património cultural;

 Afirmar os valores patrimoniais, materiais e simbólicos como fatores de identidade, diferenciação e competitividade urbana;

 Modernizar as infraestruturas urbanas;

 Promover a sustentabilidade ambiental, cultural, social e económica dos espaços urbanos;

 Fomentar a revitalização urbana, orientada por objetivos estratégicos de desenvolvimento urbano, em questões de natureza social e económica;

 Assegurar a integração funcional e a diversidade económica e sociocultural nos tecidos urbanos existentes;  Requalificar os espaços verdes, os espaços urbanos e os equipamentos de utilização coletiva;

 Qualificar e integrar as áreas urbanas especialmente vulneráveis, promovendo a inclusão social e a coesão territorial;

 Assegurar a igualdade de oportunidades dos cidadãos no acesso às infraestruturas, equipamentos, serviços e funções urbanas;

 Desenvolver novas soluções de acesso a uma habitação condigna;

 Recuperar espaços urbanos funcionalmente obsoletos, promovendo o seu potencial para atrair funções urbanas inovadoras e competitivas;

 Promover a melhoria geral da mobilidade, nomeadamente através de uma melhor gestão da via pública e dos demais espaços de circulação;

 Promover a criação e a melhoria das acessibilidades para cidadãos com mobilidade condicionada;  Fomentar a adoção de critérios de eficiência energética em edifícios públicos e privados.

(32)

IV.

Q

UADRO DOS

B

ENEFÍCIOS

F

ISCAIS DE

I

NCENTIVO À

R

EABILITAÇÃO

U

RBANA

O Regime Jurídico da Reabilitação Urbana foi precedido pela Lei do Orçamento do Estado para 2009 que introduziu novos benefícios para a reabilitação urbana e estabeleceu a possibilidade de delimitação das áreas de reabilitação para efeitos do estatuto dos Benefícios Fiscais.

A par da Memória Descritiva e Justificativa e da Planta com a Delimitação da ARU, a definição dos benefícios fiscais associados aos impostos municipais sobre o património, abaixo propostos, decorre da lei e é obrigatória para a delimitação de uma área de reabilitação urbana (alínea a) do artigo 14 da Lei 32/2012). De acordo com a referida Lei, “confere aos proprietários e titulares de outros direitos, ónus e encargos sobre os edifícios ou frações nela compreendidos o direito de acesso aos apoios e incentivos fiscais e financeiros à reabilitação urbana, nos termos estabelecidos na legislação aplicável, sem prejuízo de outros benefícios e incentivos relativos ao património cultural.” – alínea b) do artigo 14º da referida Lei.

Nos termos do artigo 12º da Lei das Finanças Locais, este regime excecional aplicado às áreas de reabilitação urbana, no caso específico dos benefícios associados ao IMI e ao IMT, está dependente da deliberação da Assembleia Municipal. Sendo assim, com a aprovação da ARU do centro histórico de Paredes, os proprietários cujos prédios urbanos sejam abrangidos por esta delimitação e cuja obra de reabilitação se venha a concluir até dezembro de 2020, passam a usufruir dos seguintes benefícios fiscais:

1. De Natureza Municipal

IMI – isenção nos prédios urbanos, objeto de ações de reabilitação por um período de cinco anos, a contar do ano, inclusive, da conclusão da mesma reabilitação podendo ser renovada por um período adicional de cinco anos (n.º 7 do Artigo 71º do EBF);

IMT – isenção nas aquisições de prédio urbano ou de fração autónoma de prédio urbano destinado exclusivamente a habitação própria e permanente, na primeira transmissão onerosa do prédio reabilitado (n.º 8 do Artigo 71º do EBF).

2. Da Competência da Administração Central

IRS – dedução à coleta de 30% dos encargos suportados pelo proprietário relacionados com a reabilitação, até ao limite de 500€ (n.º 4 do Artigo 71º do EBF);

Mais-valias – tributação à taxa reduzida de 5%, quando estas sejam inteiramente decorrentes da alienação de imóveis reabilitados localizados em ARU e recuperados nos termos das respetivas estratégias de reabilitação de urbana (n.º 5 do Artigo 71º do EBF);

Rendimentos Prediais – tributação à taxa reduzida 5% quando os rendimentos sejam inteiramente decorrentes do arrendamento de imóveis localizados em ARU e recuperados nos termos das respetivas estratégias de reabilitação de urbana (n.º 6 do Artigo 71º do EBF);

IRC - Isenção para os rendimentos obtidos por Fundos de Investimento Imobiliário em reabilitação urbana, desde que constituídos entre 1 de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2013 e pelo menos 75% dos seus ativos sejam imóveis sujeitos a ações de reabilitação localizadas em ARU;

(33)

Tributação à taxa de 10% das unidades de participação nos Fundos de Investimento Imobiliário, em sede de IRS e IRC, nos termos previstos nos n.ºs 2 e 3 do artigo 71 do EBF.

IVA - redução da taxa para 6% nas seguintes situações:

i. Empreitadas de reabilitação urbana, tal como definida em diploma específico, realizadas em imóveis ou em espaços públicos localizados em áreas de reabilitação urbana delimitadas nos termos legais, ou no âmbito de operações de requalificação e reabilitação de reconhecido interesse público nacional.

ii. Empreitadas de beneficiação, remodelação, renovação, restauro, reparação ou conservação de imóveis ou partes autónomas destes afetos à habitação, com exceção dos trabalhos de limpeza, de manutenção dos espaços verdes e das empreitadas sobre bens imóveis que abranjam a totalidade ou uma parte dos elementos constitutivos de piscinas, saunas, campos de ténis, golfe ou minigolfe ou instalações similares.

(34)
(35)

-19000 -18000 -17000 -16000 -15000 16 93 00 16 93 00 17 02 00 17 02 00 17 11 00 17 11 00 17 20 00 17 20 00 17 29 00 17 29 00 17 38 00 17 38 00 LEGENDA :

Proposta de Delimitação

ARU do Centro Histórico da Cidade de Paredes

0 0,275 0,55 1,1km

Referências

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