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Open Desigualdade de Hölder generalizada com normas mistas e aplicacões

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Academic year: 2018

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(1)

Universidade Federal da Para´ıba

Centro de Ciˆ

encias Exatas e da Natureza

Programa de P´

os–Gradua¸

ao em Matem´

atica

Mestrado em Matem´

atica

Desigualdade de H¨

older

generalizada com normas mistas e

aplica¸

oes

Daniel Tomaz de Ara´

ujo

Jo˜

ao Pessoa – PB

(2)

Programa de P´

os–Gradua¸

ao em Matem´

atica

Mestrado em Matem´

atica

Desigualdade de H¨

older

generalizada com normas mistas e

aplica¸

oes

por

Daniel Tomaz de Ara´

ujo

sob a orienta¸c˜ao do

Prof. Dr. Daniel Marinho Pellegrino

e sob a co-orienta¸c˜ao do

Prof. Dr. Nacib Andr´

e Gurgel e Albuquerque

Disserta¸c˜ao apresentada ao Corpo Do-cente do Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Matem´atica da Universidade Federal da Para´ıba como requisito parcial para ob-ten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Matem´atica.

Jo˜

ao Pessoa – PB

(3)

A663d Araújo, Daniel Tomaz de.

Desigualdade de Hölder generalizada com normas mistas e aplicações / Daniel Tomaz de Araújo.- João Pessoa, 2016. 87f.

Orientador: Daniel Marinho Pellegrino Dissertação (Mestrado) - UFPB/CCEN

1. Matemática. 2. Desigualdade de Hölder. 3. Desigualdade de Bohnenblust-Hille. 4. Desigualdade de Hardy-Littlewood. 5. Operadores multilineares múltiplo somantes.

(4)
(5)

Agradecimentos

Primeiramente a Deus pelo dom da vida. Aos meus pais, H´elio Tomaz de Ara´ujo e Maria Daguia Costa de Ara´ujo pelo amor incondicional, respons´aveis por tudo o que hoje sou. Aos meus irm˜aos, Diego, Douglas (in memorian), Ana Beatriz e a pequena Alice. O amor de vocˆes ´e o que me faz n˜ao desistir nunca.

Ao meu orientador Professor Daniel Pellegrino, pela oportunidade de poder con-cretizar este trabalho, sempre com muita paciˆencia e dedica¸c˜ao, a quem tenho muito respeito e extrema admira¸c˜ao, n˜ao s´o como profissional, mas tamb´em como pessoa de car´ater ´unico.

Ao meu coorientador e porque n˜ao orientador tamb´em, o professor Nacib Albu-querque, um dos grandes respons´aveis pela constru¸c˜ao do trabalho, presente do in´ıcio ao fim, sempre acess´ıvel, dedicado e conciso nas corre¸c˜oes, buscando o melhor para o trabalho. Foi uma honra para mim estar ao lado de vocˆes dois.

Ao meu amor J´essica Patr´ıcia, pela paciˆencia imensur´avel e pela compreens˜ao du-rante todo este per´ıodo. Seu carinho foi crucial para superar todas as dificuldades.

Aos meus eternos amigos da residˆencia universit´aria da UFRN, Leandro Lima, Ema-nuel Carlos, S´ergio Balbino e Adailton. A amizade de vocˆes n˜ao tem pre¸co. Ningu´em consegue nada na vida sem amigos de verdade. Aos meus colegas de mestrado, Tony Lopes, Z´e Gon¸calves ( Zezinho), Pedro Pantoja, pelos momentos de estudo que pode-mos compartilhar nessa longa caminhada. E aos demais colegas da p´os-gradua¸c˜ao de Matem´atica.

Aos professores do Departamento pelo conhecimento repassado, Elisandra, An-drade, Miriam, Everaldo, Adriano, Uberlˆandio. Aos professores da banca, pela dispo-nibilidade e pelas sugest˜oes valiosas. Ao professor Ronaldo Freire de Lima da UFRN, n˜ao s´o pelo papel de professor, mas pelo incentivo em nos fazer acreditar que sem-pre fomos capazes de alcan¸car este patamar. Aos meus eternos professores da Escola Cipriano Lopes Galv˜ao, pelo apoio e incentivo de sempre.

Ao meus tios maternos e paternos, Chagas, Maria, Rosin´erio, e em especial ao meu tio Paulo, que sempre foi mais que um pai para mim. Obrigado por tudo.

Aos funcion´arios do Departamento, pelo empenho em nos fornecer as melhores condi¸c˜oes de produzir ciˆencia.

Por fim, aos meus familiares e amigos do meu velho s´ıtio Totor´o, lugar onde nasci e constru´ı os verdadeiros valores da vida.

(6)

No presente trabalho, apresentamos uma vers˜ao pouco conhecida da famosa De-sigualdade de H¨older, considerando o contexto dos espa¸cos Lp e ℓp com normas

mis-tas. Mostramos como o uso adequado desta desigualdade vem influenciando positi-vamente outras desigualdades cl´assicas, a destacar, as desigualdades multilineares de Bohnenblust-Hille e Hardy-Littlewood.

(7)

Abstract

In this work, we present a version little know of the famous H¨older’s Inequality, considering the context ofLp and ℓp spaces for mixed norms. We show how a suitable

use this inequality has influencied positively others classical inequalities, to highlight, the multilinear inequalities of Bohnenblust-Hille and Hardy-Littlewood.

(8)

Introdu¸c˜ao ix

1 Desigualdade de H¨older com normas mistas 1

1.1 Espa¸cos Lp com norma mista . . . 1

1.2 Espa¸cos de sequˆencias com norma mista . . . 5

1.3 Desigualdade de H¨older com norma mista . . . 8

2 Operadores multilineares m´ultiplo somantes 18 2.1 Operadores absolutamente somantes . . . 18

2.2 Operadores absolutamente p-somantes . . . 24

2.3 Operadores absolutamente (q;p)-somantes . . . 26

2.4 Operadores multilineares m´ultiplo somantes . . . 30

3 Aplica¸c˜oes da Desigualdade de H¨older com normas mistas 44 3.1 Desigualdade multilinear de Bohnenblust-Hille . . . 44

3.2 Aplica¸c˜oes da Desigualdade de H¨older com a Bonhenblust-Hille . . . . 50

3.3 Aplica¸c˜oes da Desigualdade de H¨older interpolativa . . . 63

Apˆendice 73

(9)

Introdu¸

ao

Neste trabalho apresentamos uma vers˜ao pouco conhecida da desigualdade cl´assica de H¨older em espa¸cos caracterizados por normas mistas, exibindo algumas aplica¸c˜oes recentes no ambiente multilinear, com o aux´ılio de outras desigualdades cl´assicas como, por exemplo, a desigualdade de Bonhenblust-Hille. Historicamente, a desigualdade de H¨older foi descoberta de modo independente por Leonard James Rogers (1862-1933) em 1888 e Otto H¨older (1859-1937) em 1889. Um caso particular bastante conhecido dos cursos de An´alise Real e ´Algebra Linear ocorre quando consideramos p = q = 2. Ela ´e a famosa desigualdade de Cauchy-Bunyakovski-Schwarz.

Em An´alise Funcional, a desigualdade cl´assica de H¨older ´e crucial para provar a desigualdade de Minkowski, comumente conhecida como desigualdade triangular nos espa¸cosLp. Outra situa¸c˜ao concreta, por exemplo, ´e mostrar que o dual do espa¸co Lp

´e o espa¸co Lq para p∈[1,∞) com 1p + 1q = 1.

A motiva¸c˜ao para o presente trabalho foi o estudo de uma vers˜ao da desigualdade de H¨older que apareceu em espa¸cos Lp com normas mistas, fruto de trabalhos de

Luxemburg [27] em 1955 e de A. Benedeck e R. Panzone [9] em 1961. A teoria de espa¸cos

Lp com normas mistas tem sido explorada em trabalhos de Equa¸c˜oes Diferenciais,

mas apenas recentemente come¸cou a ser explorada na An´alise Funcional ajudando na solu¸c˜ao do c´elebre problema do raio de Bohr que aparece na teoria de S´eries de Dirichlet e com aplica¸c˜oes em resultados de Teoria da Informa¸c˜ao Quˆantica.

No presente trabalho ilustramos aplica¸c˜oes recentes da desigualdade de H¨older para normas mistas, como em resultados relacionados `as desigualdades de Bohnenblust-Hille e Hardy-Littlewood, avaliando a dependˆencia que surge emn quando o expoente ´otimo das desigualdades ´e perturbado. Estudamos tamb´em a rela¸c˜ao com a teoria de operadores m´ultiplos somantes.

(10)

O primeiro cap´ıtulo foi dedicado `a Desigualdade de H¨older para normas mistas. Nele, exibimos algumas de suas vers˜oes cl´assicas at´e chegar ao resultado principal, a Desigualdade de H¨older com normas mistas, apresentando uma demonstra¸c˜ao formal. Discorremos tamb´em sobre algumas propriedades b´asicas dos espa¸cos Lp e ℓp com

normas mistas. Finalizamos o cap´ıtulo com um corol´ario dessa nova Desigualdade de H¨older, t˜ao eficaz quanto a pr´opria desigualdade em algumas aplica¸c˜oes.

No Cap´ıtulo 2 realizamos um apanhado de alguns resultados relacionados a soma-bilidade de aplica¸c˜oes multilineares. Come¸camos com resultados b´asicos da teoria dos espa¸cos de Banach e teoremas cl´assicos como o de Grothendieck e Dvoretzky-Rogers. Enfatizamos o papel dos operadores absolutamente somantes e suas ramifica¸c˜oes, como os operadorespsomantes, (q;p)somantes e m´ultiplos somantes, destacando algumas propriedades b´asicas. Para encerrar o cap´ıtulo, apresentamos alguns resultados recen-tes relacionados a essa teoria.

O Cap´ıtulo 3 foi destinado a aplica¸c˜oes da desigualdade vista no Cap´ıtulo 1, com base na referˆencia [2]. Inicialmente, exibimos a Desigualdade de Bohnenblust-Hille, resultado de fundamental importˆancia nas estimativas propostas. Nesta etapa, recor-remos a Desigualdade de Kahane-Salem-Zygmund para obten¸c˜ao da otimalidade dos expoentes na maior parte dos teoremas. Finalizamos o cap´ıtulo com algumas aplica¸c˜oes como , por exemplo, a Desigualdade 43 de Littlewood, enfatizando que o expoente ´otimo

4

3 pode ser obtido por meio de interpola¸c˜ao de outros expoentes adequados.

Por fim, o apˆendice foi dedicado `a demonstra¸c˜ao de resultados que foram cruci-ais durante seu desenvolvimento. Elaboramos tamb´em uma outra demonstra¸c˜ao da Desigualdade de H¨older com normas mistas, considerando o espa¸coLp.

Nota¸

ao e Terminologia

• Em todo este texto,K sempre denotar´a o corpo dos n´umeros reais R ou o corpo

dos n´umeros complexos C.

• O termo “operador ”ser´a usado no mesmo sentido de “fun¸c˜ao”.

•Na maior parte do texto, usaremos X, Y, E, F, G, H, Ei, Fi, . . . para nos referimos

a espa¸cos de Banach. A norma de um espa¸co de Banach E ser´a usualmente denotada por ||.||. Por BE representamos a bola unit´aria fechada do espa¸co de Banach E, isto

´e, {xE;||x|| ≤1} e SE ={x∈E;||x||= 1} a esfera unit´aria do mesmo espa¸co E.

• O dual topol´ogico de um espa¸co de Banach E ser´a denotado por E′.

• Denotaremos por p∗ o expoente conjugado de p (1,), isto ´e, 1

p +

1

(11)

Convencionaremos 1∗ =.

• L(E1, . . . , Em;F) representar´a o espa¸co de Banach formado por todas as aplica¸c˜oes

mlineares cont´ınuas T :E1× · · · ×Em −→ F munido com a norma do supremo,

||T||= sup

x∈BE1×···×Em

||T x||.

Quando E1 =· · ·=Em escreveremos simplesmente L(mEi;F).

• KN

denotar´a o conjunto formado pelas sequˆencias cujas entradas s˜ao elementos deK.

• Alguns espa¸cos importantes ser˜ao frequentes no texto:

ℓp =(xn)nN∈K N

;Pn|xn|p <∞ ;

=(xn)nN∈K N

; supn|xn|<∞ ;

ℓn p =

(xn)nN∈ℓp; xi = 0, ∀i≥n+ 1 def

= Kn com a norma p;

c0 =

(xn)n∈N∈K N

; xn −→0 .

• Dado um inteiro positivo m e um subconjunto n˜ao-vazio D N, denotamos o

conjunto de multi-´ındicesi= (i1, . . . , im), comik ∈D por

M(m, D) ={i= (i1, . . . , im)∈Nm;ik ∈D, k= 1, . . . , m}=Dm.

• Denotaremos tamb´em

(12)

Desigualdade de H¨

older com

normas mistas

1.1

Espa¸

cos

L

p

com norma mista

O prop´osito desta se¸c˜ao ´e apresentar alguns conceitos importantes relacionados aos espa¸cos Lp com normas mistas, enfatizando nota¸c˜oes e propriedades intr´ınsecas que

ser˜ao cruciais para a compreens˜ao da Desigualdade de H¨older neste contexto. Os pri-meiros ind´ıcios de estudos sobre espa¸cos com essa natureza s˜ao creditados a Luxemburg [27] em 1955 e posteriormente com A. Benedeck e R. Panzone [9] em 1961. Em [9], os autores apresentam um arsenal de resultados envolvendo estes espa¸cos, conectando-os com resultados cl´assicos de teoria da medida, dentre outros o Teorema da Convergˆencia Mon´otona e o Teorema da Convergˆencia dominada de Lebesgue.

Consideremos (Xi,Pi, µi), com i= 1, . . . , m, espa¸cos de medida σ-finita.

Denota-remos por

(X,P, µ) =

m

Y

i=1

Xi, m

Y

i=1

P

i, m

Y

i=1

µi

!

o espa¸co produto munido com a medida produto.

Para p= (p1, . . . , pm) ∈ [1,∞]m , chamado algumas vezes de expoente m´ultiplo,

denotaremos por Lp(X) o espa¸co formado por todas as classes de equivalˆencia das

fun¸c˜oes mensur´aveisf :X −→K (K=R ouC) que satisfazem a seguinte propriedade:

Para qualquer (x1, . . . , xm−1) ∈ X1 × · · · ×Xm−1 , a fun¸c˜ao avaliada neste ponto

f(x1, . . . , xm−1,·)∈Lpm(Xm). Isto significa mais precisamente que

(13)

1. Desigualdade de H¨older com normas mistas

e||f||pm :X1×· · ·×Xm−1−→K´e uma fun¸c˜ao mensur´avel em

mY−1

i=1

Xi, mY−1

i=1

P

i, mY−1

i=1

µi

!

.

Sucessivamente, se tomarmos 1 < k < m, para qualquer (x1, . . . , xm−k) ∈ X1× · · · ×

Xm−k, a fun¸c˜ao

||f(x1, . . . , xm−k,·)||(pmk+1,...,pm) :Xm−k+1× · · · ×Xm −→K

´e uma fun¸c˜ao mensur´avel em L(pm−k+1,...,pm)(Xm−k+1× · · · ×Xm). Ou seja,

||f(x1, . . . , xm−k,·, . . . ,·)||(pmk+1,...,pm)

=

||f(x1, . . . , xm−k,·, . . . ,·)||pm· · ·

pm−k+2

pm−k+1

<. Logo,

||f||p =||f||(p1,...,pm) def= ||f||(p2,...,pm)

p1

.

Por simplicidade de nota¸c˜ao, consideremos o caso em que pi < ∞, para todo i =

1, . . . , m. Neste caso, dizemos que uma fun¸c˜ao mensur´avelf :X−→K´e um elemento

do espa¸co Lp(X) se, e somente se,

||f||p def=

Z

X1

· · ·

Z

Xm

|f|pm

dµm

pm−1

pm

· · ·

!p1 p2

dµ1

  1

p1

<.

Dadas f, g : X −→ K em Lp(X) , definimos a fun¸c˜ao produto f.g, como o produto

pontual entref eg , isto ´e,

f.g(x1, . . . , xm)def= f(x1, . . . , xm).g(x1, . . . , xm) .

Sucessivas aplica¸c˜oes da desigualdade de Minkowski nos permitem constatar que

||.||p define uma norma em Lp(X). De fato, ´e imediato que se ||f||p = 0 ⇔ f ≡ 0 µ

a.e. Agora, considereλK e f Lp(X), com p= (p1, . . . , pm)[1,)m. Ent˜ao,

||λf||p def=

Z

X1

· · ·

Z

Xm

|λf|pm

dµm

pm−1

pm

· · ·

!p1 p2

dµ1

  1

p1

=

Z

X1

· · ·

Z

Xm

|pm|f|pm

dµm

pm−1

pm

· · ·

!p1 p2

dµ1

  1

p1

(14)

Pelas propriedades de integra¸c˜ao, segue que

Z

X1

· · ·

Z

Xm

|pm

|f|pm

dµm

pm−1

pm

· · ·

!p1 p2

dµ1

  1

p1

=|λ|pm.pmpm−1

· · ·

p1 p2

1

p1 .

Z

X1

· · ·

Z

Xm

|f|pm

dµm

pm−1

pm

· · ·

!p1 p2

dµ1

  1

p1

=|λ|.||f||p.

Resta-nos portanto, mostrar a desigualdade triangular. Para uma melhor compreens˜ao, iremos proceder usando indu¸c˜ao sobre m, juntamente com o aux´ılio da Desigualdade de Minkowski.

Considere m = 2 . Sejam p= (p1, p2) ∈ [1,∞)2 e f, g : X −→ K ∈ Lp(X), com

X=X1×X2. Por defini¸c˜ao,

||f||(p1,p2) =

Z

X1 Z

X2

|f|p2

2

p1

p2

dµ1

!1

p1 e

||g||(p1,p2) =

Z

X1 Z

X2

|g|p2

2

p1

p2

dµ1

!1

p1

Fixado x1 ∈ X1, pela maneira como definimos o espa¸co Lp(X), f(x1,·) ∈ Lp2(X2) e

g(x1,·)∈Lp2(X2). Pela desigualdade de Minkowski,f +g ∈Lp2(X2) e, al´em disso,

||f +g||p2 ≤ ||f||p2 +||g||p2, ou seja,

Z

X2

|f +g|p2

2

1

p2

Z

X2

|f|p2

2

1

p2 +

Z

X2

|g|p2

2

1

p2 .

Note que,

||f||p2 :X1 −→K∈ Lp1(X1)

||g||p2 :X1 −→K∈ Lp1(X1) .

Logo,

(15)

1. Desigualdade de H¨older com normas mistas

Aplicando novamente a Desigualdade de Minkowski segue que

||f +g||p2

p1 ≤

||f||p2 +||g||p2

p1

||f||p2

p1

+||g||p2

p1

.

Ou seja,

||f +g||(p1,p2) def= ||f +g||p2

p1

=

Z

X1 Z

X2

|f +g|p2

2

p1

p2

dµ1

!1

p1

Z

X1 "Z

X2

|f|p2

dµ2

1

p2 +

Z

X2

|g|p2

dµ2

1

p2#

p1

dµ1

!1

p1

Z

X1 Z

X2

|f|p2

dµ2

p1

p2

dµ1

! 1

p1 +

Z

X1 Z

X2

|g|p2

dµ2

p1

p2

dµ1

!1

p1

def

= ||f||(p1,p2)+||g||(p1,p2). Consequentemente,

||f+g||p ≤ ||f||p+||g||p.

Suponhamos que o resultado seja v´alido para m1. Vamos mostrar que o mesmo ´e v´alido para m. De fato, sejam p = (p1, . . . , pm) ∈[1,∞)m e f, g : X −→ K∈ Lp(X),

com X=X1 ×X2 × · · · × Xm. Com isso, fixado x1 ∈ X1, segue que f(x1,·. . . ,·)

∈L(p2,...,pm)(X2× · · · ×Xm) eg(x1,·. . . ,·)∈L(p2,...,pm)(X2× · · · ×Xm). Pela hip´otese de indu¸c˜ao,

f+g L(p2,...,pm)(X2× · · · ×Xm) , e, al´em disso, pela Desigualdade de Minkowski,

||f +g||(p2,...,pm)≤ ||f||(p2,...,pm)+||g||(p2,...,pm). Por outro lado, observe que

||f||(p2,...,pm) :X1 −→K∈ Lp1(X1)

||g||(p2,...,pm) :X1 −→K∈ Lp1(X1) .

Logo,

(16)

Aplicando novamente a Desigualdade de Minkowski, tem-se que

||f +g||(p2,...,pm)

p1 ≤

||f||(p2,...,pm)+||g||(p2,...,pm)

p1

=||f||(p2,...,pm)

p1

+||g||(p2,...,pm)

p1

.

Isto significa mais precisamente que

Z

X1

· · ·

Z

Xm

|f +g|pm

dµm

pm−1

pm

· · ·

!p1 p2

dµ1

  1

p1

Z

X1

· · ·

Z

Xm

|f|pm

dµm

pm−1

pm

· · ·

!p1 p2

dµ1

  1

p1

+

Z

X1

· · ·

Z

Xm

|g|pm

dµm

pm−1

pm

· · ·

!p1 p2

dµ1

  1

p1

.

Pela defini¸c˜ao de norma mista,

||f+g||p def= ||f+g||

(p1,...,pm) ≤ ||f||(p1,...,pm)+||g||(p1,...,pm) =||f||p+||g||p. Portanto, ||.||p define uma norma em Lp(X). Al´em disso, o espa¸co Lp(X) com sua

norma mista ´e um espa¸co de Banach. Para mais detalhes recomendamos [9, Theorem 1.b].

1.2

Espa¸

cos de sequˆ

encias com norma mista

Os espa¸cos de sequˆencias s˜ao casos particulares dos espa¸cos Lp, e ser˜ao estes os

mais utilizados no nosso trabalho.

Consideraremos em nosso estudo o espa¸co de medida (N,P(N), µc), formado pela

σ´algebra do conjunto das partes P(N), em conjunto com a medida de contagem µc.

Dadop[1,], definimos

ℓp :=Lp(N) =

n

(αn)n ∈K

N

;||(αn)n||p <∞

o

.

Agora, dadosp= (p1, . . . , pm)∈[1,∞]me uma matriz escalara= (ai)iNmde m´ultiplos ´ındices, denotamos por

ℓp =Lp(Nm)

def

= na= (ai)i∈Nm;||a||p <∞

o

(17)

1. Desigualdade de H¨older com normas mistas

onde

i = (i1, . . . , im)∈Nm.

Em particular, para p= (p1, . . . , pm) ∈ [1,∞)m, dizemos que a= (ai)iNm ∈ ℓp se, e

somente se,

||a||p def=

  

X

i1=1  · · ·

X

im=1

|ai|

pm

!pm−1

pm

· · ·

 

p1 p2

  1

p1

<.

A demonstra¸c˜ao de que||.||p define uma norma segue o mesmo racioc´ınio apresentado na se¸c˜ao anterior, utilizando v´arias vezes a Desigualdade de Minkowski.

Com isso, dado E espa¸co de Banach, definimos o espa¸co de sequˆencias com norma mista por

ℓp(E)

def

= ℓp1(ℓp2(. . .(ℓpm(E)). . .)) . Em particular, quando tivermosE =K, denotaremos,

ℓp(K) = Lp(Nm) = ℓp.

Uma informa¸c˜ao de extrema relevˆancia ´e que a ordem na qual somamos ou integra-mos em espa¸cos com norma mista ´e de fundamental importˆancia, assim como a ordem dos expoentes, conforme ilustram os exemplos a seguir.

Exemplo 1.1. Consideremos a matriz de m´ultiplos ´ındicesa=21ij

i,j=1.Por um lado

X

i

 X

j

1 2ij

1!11×2

 1 2

=X

i

1 2i

X

j

1

j

2!12

= X

j

1

j

2!12 X

i

1 2i <∞,

e, por outro lado,

X

j

 X

i

1 2ij

1!11×2

 1 2

=X

j

1

j

X

i

1 2i

2!12

(18)

Exemplo 1.2. Considerando a mesma matriz do exemplo anterior,

||a||(

1,2)

def

= X

i

X

j

1 2ij

2!12

= X

i

1 2i

!

. X

j

1

j2

!1

2

<. Entretanto,a/ ℓ(2,1), visto que

||a||(

2,1)

def

= X

i

 X

j

1 2ij

!2

 1 2

=.

Exemplo 1.3. Considere a fun¸c˜ao F :R2 −→R definida por

F (x, y) =

(

x−12, se 0≤y≤x≤1

0, caso contr´ario .

Embora F L(1,2)(R

2)L (2,1)(R

2), veremos que ||F||

(1,2) 6= ||F||(2,1). De fato, note

que,

||F||(1,2) def=

Z

R

Z

R|

F (x, y)|2dy

1

2

dx

!1

1

=

Z 1

0

Z x

0

x−12

2

dy

1

2

dx.

Calculando a integral, Z

x

0

x−12

2

dy

=x−1.x

x

0 = 1.

E da´ı,

Z 1

0

1dx

1

2

= 1.

Portanto,

||F||(1,2) = 1 Por outro lado,

||F||(2,1)def=

Z

R

Z

R|

F (x, y)|1dy

2

1

dx

!1

2

=

Z 1

0

Z x

0

x−12

dy

2

dx

!1

2

.

Calculando a integral, obtemos

Z x

0

x−12

dy

2

=x−12.x

2

(19)

1. Desigualdade de H¨older com normas mistas

E da´ı,

Z 1

0

xdx

1

2

= x

2

2

1 0 =

1 2

1

2

= 1 2. Logo,

||F||(2,1) = √1

2.

1.3

Desigualdade de H¨

older com norma mista

Durante o nosso texto, dado p[1,]m, denotaremos por ℓp=Lp(Nm), o espa¸co

formado por todas as matrizes de m´ultiplos ´ındices a= (ai)i∈Nm, cuja norma−p ´e

fi-nita. Dadas duas matrizes a= (ai)iNm e b= (bi)iNm definimos o produto entre elas pontualmente, isto ´e,

ab= (aibi)iNm.

Dizemos que uma matriza= (ai)iNm ∈ℓp se, e somente se,

||a||pdef=

    

X

i1=1    

X

i2=1   · · ·

 X∞

im−1=1

X

im=1

|ai|

pm

!pm−1

pm 

pm−2

pm−1

· · ·

  

p2 p3

  

p1 p2

    1

p1

<.

Teorema 1.1. (Desigualdade cl´assica de H¨older em espa¸cos ℓp)

Sejam r (0,], p1, . . . , pN ∈ (0,∞] tal que 1r = p11 +· · ·+ p1N. Se cada ak =

(aki)i∈N ∈ℓpk, com k = 1, . . . , N, ent˜ao a1· · ·aN ∈ℓr e, al´em disso,

||a1· · ·aN||r ≤ ||a1||p1· · · ||aN||pN.

Demonstra¸c˜ao. Procederemos por indu¸c˜ao sobre N. Primeiramente vejamos o caso em que N = 2 e r = 1. Note que esta situa¸c˜ao ´e exatamente a Desigualdade cl´assica de H¨older. De fato, consideremos a1 = |||aa11||pi|

1

e a2 = ||a|a22||pi|

2

. Se a1 = 0 ou a2 = 0 a

desigualdade ´e imediata. Com o aux´ılio da Desigualdade de Young, [22, Prop.4.1.3], garantimos que

a1.a2 ≤

1

p1

ap1

1 +

1

p2

ap2

2 , com

1

p1

+ 1

p2

= 1.

Por conseguinte,

|a1i|

||a1||p1

. |a2i|

||a2||p2

≤ 1

p1

|a1i|p1

||a1||pp11

+ 1

p2

|a2i|p2

||a2||pp22

.

Assim,

X

i

|a1i|

||a1||p1

. |a2i|

||a2||p2

≤ 1

p1

X

i

|a1i|p1

||a1||pp11

+ 1

p2

X

i

|a2i|p2

||a2||pp22

(20)

Reorganizando, obtemos

X

i

|a1i|

||a1||p1

. |a2i|

||a2||p2

1

p1||a1||pp11

X

i

|a1i|p1 +

1

p2||a2||pp22

X

i

|a2i|p2.

Por outro lado, observe que

||a1||pp11 =

X

i

|a1i|p1 e ||a2||pp22 =

X

i

|a2i|p2.

Com isso,

X

i

|a1i|

||a1||p1

. |a2i|

||a2||p2

≤ 1

p1

+ 1

p2

= 1.

Ou seja,

X

i

|a1i|

||a1||p1

. |a2i|

||a2||p2

1.

Consequentemente,

X

i

|a1i.a2i| ≤ ||a1||p1.||a2||p2.

Logo,

||a1.a2||r ≤ ||a1||p1.||a2||p2.

Agora, suponha quep1 =∞. Note que,

X

i=1

|a1ia2i|

≤supm

m

X

i=1

|a1ia2i| ≤sup

i |a1i|supm m

X

i=1

|a2i|

≤sup

i |

a1i|.sup m

m

X

i=1

|a2i|p2

!1

p2

= sup

i |

a1i|.

X

i=1

|a2i|p2

!1

p2

=||a1||.||a2||p2.

Agora suponhamosN = 2 e r >1. Lembrando que 1 = pr

1 +

r

p2 temos

X

i=1

|a1ia2i|r

!

=|||a1a2|r||1 ≤ |||a1|r||p1

r .|||a2|

r

||p2 r .

Ou seja,

X

i=1

|a1ia2i|r

!

X

i=1

(|a1i|r)

p1 r

!r

p1

.

X

i=1

(|a2i|r)

p2 r

!r

(21)

1. Desigualdade de H¨older com normas mistas

Isto significa mais precisamente que

X

i=1

|a1ia2i|r

!

 X∞

i=1

|a1i|p1

!1

p1

r

.

 X∞

i=1

|a2i|p2

!1

p2

r

=||a1||rp1.||a2||

r p2.

E da´ı, obtemos

||a1a2||r ≤ ||a1||p1.||a2||p2.

Suponhamos ent˜ao que o resultado seja v´alido paraN1. Vamos mostrar que ´e v´alido para N. De fato, note que se pN =∞, sabemos que

|aN| ≤sup N |

aN|=||aN||.

E da´ı, pela hip´otese de indu¸c˜ao, temos

||a1· · ·aN||r =||(a1· · ·aN−1).aN||r ≤ ||a1· · ·aN−1||r.||aN||

HI

≤ ||a1||p1· · · ||aN−1||pN1.||aN||pN .

Por outro lado, se pN < ∞, note que p = (pN−pNr) e q = prN s˜ao expoentes conjugados

de H¨older no intervalo (0,). Ent˜ao, aplicando a Desigualdade de H¨older com os expoentes 1r = rp1 + rq1 e usando a hip´otese de indu¸c˜ao com

1

rp =

1

p1

+· · ·+ 1

pN−1

,

obtemos

||a1· · ·aN||r =||(a1· · ·aN−1).aN||r ≤ ||a1· · ·aN−1||rp.||aN||rq

≤ ||a1||p1· · · ||aN−1||pN1.||aN||pN.

Note que rq=pN. Portanto,

||a1· · ·aN||r ≤ ||a1||p1· · · ||aN||pN.

(22)

algumas pequenas adapta¸c˜oes.

Teorema 1.2. (Desigualdade de H¨older com normas mistas em espa¸cos ℓp)

Sejamm, n, N inteiros positivos,r= (r1, . . . , rm)∈(0,∞]m, p(1) = (p1(1), . . . , pm(1)),

· · ·,p(N) = (p1(N), . . . , pm(N))∈(0,∞]m tais que

1

rj

= 1

pj(1)

+· · ·+ 1

pj(N)

, para j = 1, . . . , m. (1.1)

Considere tamb´ema(k) = (a(k)i)iNm ∈ℓp(k), k= 1, . . . , N matrizes escalares. Ent˜ao,

a(1)· · ·a(N)ℓr, e al´em disso,

||a(1)· · ·a(N)||r ≤ ||a(1)||p(1)· · · ||a(N)||p(N). Em particular, se cada p(k)(0,), temos

  

X

i1=1  · · ·

X

im=1

a(1)

i· · ·a(N)i

rm

!rm−1

rm

· · ·

 

r1 r2

  1

r1

N

Y

k=1

    

   

X

i1=1   · · ·

X

im=1

|a(k)i|pm(k)

!pm−1(k)

pm(k)

· · ·

  

p1(k)

p2(k)   

1

p1(k)   

.

Demonstra¸c˜ao. Procederemos usando indu¸c˜ao sobre m. Por simplicidade de nota¸c˜ao, consideraremos apenas o caso em que p(k) (0,)m, para k = 1, . . . , N. Note que

para m = 1, temos a vers˜ao cl´assica de H¨older generalizada. Analisemos ent˜ao o caso

m = 2. Sejam a(k) = a(k)i1,i2

i1,i2∈N ∈

ℓp1(k),p2(k) matrizes escalares de m´ultiplos

´ındices, comr = (r1, r2),p(k) = (p1(k), p2(k))∈(0,∞)2,k = 1, . . . , N e

1

r1

= 1

p1(1)

+· · ·+ 1

p1(N)

(1.2)

1

r2

= 1

p2(1)

+· · ·+ 1

p2(N)

(1.3)

Fixado i1, por hip´otese,

a(1)i1,i2

i2=1 ∈

ℓp2(1),· · ·,

a(N)i1,i2

i2=1 ∈

ℓp2(N). Por 1.3

e pela Desigualdade cl´assica de H¨older segue que a(1)i1,i2· · ·a(N)i1,i2

i2=1 ∈

ℓr2 e,

al´em disso,

a(1)i1,i2· · ·a(N)i1,i2

r2 ≤

a(1)i1,i2

p2(1)· · ·

a(N)i1,i2

p2(N)

(23)

1. Desigualdade de H¨older com normas mistas

Ou seja,

X

i2=1

a(1)i1,i2· · ·a(N)i1,i2r2

!1

r2

X

i2=1

a(1)i1,i2p2(1)

! 1

p2(1)

· · ·

X

i2=1

a(N)i1,i2p2(N)

! 1

p2(N)

.

Com isso, definamos αi1(k) =

X

i2=1

a(k)i1,i2p2(k)

! 1

p2(k)

def

= a(k)i1,i2

p2(k)

para todo

k = 1, . . . , N. Por hip´otese, a(k) ℓ(p1(k),p2(k)). Consequentemente, (αi1(k))

i1=1 ∈

ℓp1(k), k = 1, . . . , N. Elevando ambos os membros da desigualdade a r1, somando em

i1 e em seguida elevando ambos os membros a r11 obtemos,

X∞

i1=1

X

i2=1

a(1)i1,i2· · ·a(N)i1,i2r2

!r1 r2

 1

r1

X∞

i1=1 

 X∞

i2=1

a(1)i1,i2p2(1)

! r1

p2(1)

· · ·

X

i2=1

a(N)i1,i2p2(N)

! r1

p2(N)    1 r1 . Ou seja,

||a(1)· · ·a(N)||(r1,r2) def=

X∞

i1=1

X

i2=1

a(1)i1,i2· · ·a(N)i1,i2r2

!r1 r2

 1 r1 ≤   ∞ X

i1=1

N Y k=1   ∞ X

i2=1

a(k)i1,i2p2(k)

! 1

p2(k) 

r1

 1 r1 = " X

i1=1 " N

Y

k=1

αi1(k) #r1#r11

=

" X

i1=1

[αi1(1)· · ·αi1(N)]

r1

#1

r1 .

Uma vez que cada sequˆencia (αi1(k))

i1=1 pertence a ℓp1(k), para todo k = 1, . . . , N,

usando 1.2 temos,

" X

i1=1

[αi1(1)· · ·αi1(N)]

r1 #1 r1 ≤ ∞ X

i1=1

|αi1(1)|

p1(1)

! 1

p1(1)

· · ·

X

i1=1

|αi1(N)|

p1(N)

! 1

p1(N)

(24)

Logo,

 

X

i1=1

X

i2=1

a(1)i1,i2· · ·a(N)i1,i2r2

!r1 r2

 1

r1

" X

i1=1

[αi1(1)· · ·αi1(N)]

r1

#1

r1

Por conseguinte,

 

X

i1=1

X

i2=1

a(1)i1,i2· · ·a(N)i1,i2r2

!r1 r2

 1

r1

N

Y

k=1

 

X

i1=1

X

i2=1

a(k)i1,i2p2(k)

!p1(k)

p2(k) 

1

p1(k)

.

Pela defini¸c˜ao de norma mista, conclu´ımos que

||a(1)· · ·a(N)||(r1,r2)≤ ||a(1)||(p1(1),p2(1))· · · ||a(N)||(p1(N),p2(N)). Consequentemente,

||a(1)· · ·a(N)||r ≤ ||a(1)||p(1)· · · ||a(N)||p(N)

como desej´avamos. Dadasa(1) ℓP(1),· · · ,a(N) ∈ℓp(N), suponhamos, por hip´otese,

que o resultado seja v´alido para m1. Mostremos que o mesmo ´e v´alido para m. Fixadoi1, pela defini¸c˜ao de norma mista em espa¸cos ℓp garantimos que,

(ai1,i2,...,im(k)) ∞

i2,...,im=1 ∈ℓ(p2(k),...,pm(k)),∀ k = 1, . . . , N.

Aplicando a Desigualdade de H¨older com (1.1), pela hip´otese de indu¸c˜ao nos ´e assegu-rado que

(a(1)i· · ·a(N)i)∞i2,...,im=1 ℓ(r2,...,rm). Al´em disso,

||a(1)· · ·a(N)||(r2,...,rm)

N

Y

k=1

(25)

1. Desigualdade de H¨older com normas mistas Ou seja,    ∞ X

i2=1 

· · · X∞

im=1

|a(1)i· · ·a(N)i|rm

!rm−1

rm

· · ·

 

r2 r3

  1 r2 ≤ N Y k=1     ∞ X

i2=1   · · ·

X

im=1

|a(k)i|pm(k)

!pm−1(k)

pm(k)

· · ·

  

p2(k)

p3(k)   

1

p2(k)

.

Com isso, para cada i1 fixo, considere, para todo k= 1, . . . , N

βi1(k) =     ∞ X

i2=1   · · ·

X

im=1

|a(k)i|pm(k)

!pm−1(k)

pm(k)

· · ·

  

p2(k)

p3(k)   

1

p2(k)

def

= ||a(k)i||(p

2(k),...,pm(k)).

Como consequˆencia, obtemos

  

X

i2=1  · · ·

X

im=1

|a(1)i· · ·a(N)i|rm

!rm−1

rm

· · ·

 

r2 r3

  1

r2

≤βi1(1)· · ·βi1(N) .

Elevando ambos os membros da desigualdade a r1, somando em i1, e em seguida

ele-vando a r1

1 temos,     ∞ X

i1=1   

X

i2=1 

· · · X∞

im=1

|a(1)i· · ·a(N)i|rm

!rm−1

rm

· · ·

 

r2 r3

 

r1 r2

   1 r1 ≤       ∞ X

i1=1

N Y k=1          ∞ X

i2=1   · · ·

X

im=1

|a(k)i|pm(k)

!pm−1(k)

pm(k)

· · ·

  

p2(k)

p3(k)   

1

p2(k)    

r1

     1 r1 = " X

i1=1 " N

Y

k=1

βi1(k) #r1#r11

def

= ∞

X

i1=1

|βi1(1)· · ·βi1(N)|

r1

!1

r1 .

Por hip´otese, cada sequˆencia (βi1(k))

(26)

Ent˜ao, aplicando a Desigualdade de H¨older no segundo membro usando 1.2 obtemos:

" X

i1=1 " N

Y

k=1

βi1(k) #r1#r11

X

i1=1

|βi1(1)|

p1(1)

! 1

p1(1)

· · ·

X

i1=1

|βi1(N)|

p1(N)

! 1

p1(N)

.

Isto significa mais precisamente que

    ∞ X

i1=1   

X

i2=1  · · ·

X

im=1

|a(1)i· · ·a(N)i|rm

!rm−1

rm

· · ·

 

r2 r3

 

r1 r2

   1 r1 ≤ N Y k=1       ∞ X

i1=1     ∞ X

i2=1   · · ·

X

im=1

|a(k)i|pm(k)

!pm−1(k)

pm(k)

· · ·

  

p2(k)

p3(k)   

p1(k)

p2(k)       1

p1(k)

.

Pela defini¸c˜ao de norma mista segue que

||a(1)· · ·a(N)||r =||a(1)· · ·a(N)||(r1,...,rm)

≤ ||a(1)||(p1(1),...,pm(1))· · · ||a(N)||(p1(N),...,pm(N))

def

= ||a(1)||

p(1)· · · ||a(N)||p(N).

Utilizando a desigualdade acima, podemos obter uma varia¸c˜ao dela, denominada de Desigualdade de H¨older interpolativa com expoentes m´ultiplos. Relembrando a defini¸c˜ao de matrizes de m´ultiplos ´ındices, dadoθ > 0, definimosaθ = aθ

i

iNm. Dado

q= (q1, . . . , qm)∈(0,∞]m ´e f´acil ver que

aθq

θ

=||a||θq. De fato,

aθq

θ def =    ∞ X

i1=1 

· · · X∞

im=1

i

qmθ

!qm−1

θ . θ qm · · ·   q1 θ . θ q2

  θ q1 =        ∞ X

i1=1 

· · · X∞

im=1

|ai|qm

!qm−1

qm

· · ·

 

q1 q2

  1

q1

  

θ

def

(27)

1. Desigualdade de H¨older com normas mistas

onde qθ = q1

θ, . . . , qm

θ

.

Defini¸c˜ao 1.3.1. SejaEespa¸co vetorial eXsubconjunto deE. Dadosx1, . . . , xn ∈X,

o conjunto C(X) formado por todas as combina¸c˜oes convexas t1x1 +· · ·+tnxn, com

ti ≥0 e n

X

i=1

ti = 1 chama-se envolt´oria convexa de X.

´

E f´acil ver queC(X) ´e um subconjunto convexo deE. Al´em disso,C(X) ´e o menor subconjunto convexo deE que cont´em X.

Corol´ario 1.3. (Desigualdade de H¨older interpolativa com expoentes m´ultiplos). Se-jam m, n, N inteiros positivos e q,q(1), . . . ,q(N) (0,]m tais que 1

q1, . . . ,

1

qm

pertencem a envolt´oria convexa de q11(k), . . . ,q 1

m(k)

, com k = 1, . . . , N. Ent˜ao para qualquer matriza= (ai)iNm,

||a||q N

Y

k=1

||a||θk

q(k),

onde osθk s˜ao as coordenadas de

1

q1(k), . . . ,

1

qm(k)

na envolt´oria convexa. Ou seja,    ∞ X

i1=1 

· · · X∞

im=1

|ai|qm

!qm−1

qm

· · ·

 

q1 q2

  1 q1 ≤ N Y k=1          ∞ X

i1=1   · · ·

X

im=1

|ai|qm(k)

!qm−1(k)

qm(k)

· · ·

  

q1(k)

q2(k)   

1

q1(k)     θk ,

Demonstra¸c˜ao. Paraj = 1, . . . , m temos, 1

qj

= θ1

qj(1)

+· · ·+ θN

qj(N)

= q1 j(1)

θ1

+· · ·+ q 1 j(N)

θN .

Uma vez que aθk q(k)

θk = ||

a||θk

q(k), aplicando a Desigualdade de H¨older com normas

mistas em espa¸cosℓp, obtemos

||a||q=aθ1+···+θN

q = N Y k=1

aθk

q ≤ N Y k=1 aθk

q(k)

θk =

N

Y

k=1

||a||θk

(28)
(29)

Cap´ıtulo 2

Operadores multilineares m´

ultiplo

somantes

2.1

Operadores absolutamente somantes

O objetivo deste cap´ıtulo ´e discorrer sobre os principais resultados concernentes a teoria multilinear dos operadores absolutamente somantes. Essa teoria teve in´ıcio com Grothendieck, na d´ecada de 50 ([23], 1953), mas foi verdadeiramente compreendida apenas na d´ecada de 60 com contribui¸c˜oes de Lindestrauss, Pelczynski, Pietsch, dentre outros.

Come¸caremos com alguns resultados cl´assicos sobre somabilidade e alguns espa¸cos de sequˆencias, ferramentas cruciais para se estudar os referidos operadores. Menci-onaremos tamb´em os teoremas de Grothendieck e Dvoretzky-Rogers. Em sequˆencia, exibiremos as ramifica¸c˜oes dos operadores absolutamente somantes, como os operadores

psomantes, (q, p)somantes e m´ultiplos somantes.

Defini¸c˜ao 2.1.1. SejamEum espa¸co de Banach e 1 p≤ ∞. Uma sequˆencia (xn)n∈N

em E ´e dita ser fortemente p-som´avel quando a respectiva sequˆencia de escalares (||xn||)n estiver em ℓp. Denotamos por ℓp(E) o conjunto formado pelas sequˆencias

fortementep-som´aveis, isto ´e,

ℓp(E) = {(xn)∈E

N

; (xn) ´e fortemente p-som´avel}.

Um fato conhecido ´e que este conjunto munido com as opera¸c˜oes usuais torna-se um espa¸co vetorial, equipado com a norma definida por

||(xn)||p

def

= ∞

X

n=1

||xn||p

!1

p

para 1p < e ||(xn)||

def

= sup

n∈N||

(30)

Dos cursos de An´alise Funcional, aprendemos que o espa¸co das sequˆencias ℓp munido

com a sua norma usual ´e um espa¸co de Banach. De modo natural, isso nos levaria a pensar se essa propriedade de completude poderia ser herdada por esses novos espa¸cos.

Proposi¸c˜ao 2.1. ℓp(E) ;||.||p

´e um espa¸co de Banach.

Demonstra¸c˜ao. Trabalharemos com o caso 1 p < , pois, por meio de adapta¸c˜oes ´e poss´ıvel lograr ˆexito com o caso p = . Considere ent˜ao (xn)

n uma sequˆencia de

Cauchy em ℓp(E), onde xn = (xnk)k∈N ∈ ℓp(E). Dado ε > 0, por defini¸c˜ao, existe

k0 ∈N tal que pra k, l suficientemente grandes, obtemos

ε >xkxlp = ∞

X

n=1

xknxlnp

!1

p

≥xknxlnp. E da´ı, para cada natural n fixo, segue que xk

n

k∈N ´e de Cauchy em E. Como E ´e

Banach, existe xn ∈E tal que xkn →xn, quando k → ∞. Como l na express˜ao acima

´e arbitr´ario, podemos fazer l→ ∞. Por conseguinte, obtemos

ε >xkxp = ∞

X

n=1

xknxn

p

!1

p

≥xknxn

p

,

com x= (xn)n . Isto significa mais precisamente quex−xk ∈ℓp(E) e limxk k→∞= x .

Sendoℓp(E) um espa¸co vetorial, segue que x=xk+ x−xk

∈ℓp(E).

Consequente-mente, obtemos a completude almejada.

Outro conceito importante na teoria ´e o de sequˆencias fracamente som´aveis.

Defini¸c˜ao 2.1.2. Sejam E um espa¸co de Banach e 1 p ≤ ∞. Dizemos que uma sequˆencia (xn) ∈ E ´e fracamente p-som´avel se (ϕ(xn))n ∈ ℓp, para todo

funcio-nal linear cont´ınuo ϕ E′. Denominamos w

p (E) o conjunto formado por todas as

sequˆencias fracamente p-som´aveis emE. Ou seja,

ℓwp (E) ={(xn)∈EN; (xn) ´e fracamente p-som´avel}.

Al´em disso, este conjunto munido com as opera¸c˜oes usuais tamb´em torna-se um espa¸co vetorial, e sua norma ´e definida por

||(xn)||p,w = sup ϕ∈BE

X

n=1

|ϕ(xn)|p

!1

p

para 1p <

e

(31)

2. Operadores multilineares m´ultiplo somantes

Antes de verificarmos que tal aplica¸c˜ao define uma norma em ℓw

p (E), o primeiro

passo a ser dado ´e verificar se o supremo acima ´e de fato finito. Com isso, necessitamos do aux´ılio do Teorema do Gr´afico Fechado. Com efeito, dado x = (xn) ∈ ℓwp (E),

considere o operador Ψx :E′ −→ℓp definido por Ψx(ϕ) = (ϕ(xn))n. Note que Ψx est´a

bem definida e ´e claramente linear. Seja ent˜ao (ϕn,Ψx(ϕn))−→(ϕ, y), ondeϕn−→ϕ

e Ψx(ϕn) −→ y = (yn)nN. Pela continuidade de ϕ, para cada n ∈ N, ϕk(xn) −→

ϕ(xn) eϕk(xn)−→yn. Pela unicidade do limite, asseguramos que Ψx(ϕ) = (ϕ(xn)) =

(yn)nN =y, ou seja, Ψx possui gr´afico fechado. Como E′ e ℓp s˜ao espa¸cos de Banach,

pelo Teorema do Gr´afico Fechado segue que Ψx ´e cont´ınuo. Consequentemente,

||x||p,w = sup

ϕ∈BE′ ∞

X

n=1

|ϕ(xn)|p

!1

p

def

= sup

ϕ∈BE′

||(ϕ(xn))n||p = sup ϕ∈BE′

||Ψx(ϕ)||

def

= ||Ψx||<∞.

Conclu´ımos ent˜ao que o supremo ´e finito.

Com a finitude obtida, nos resta apenas verificar que ||.||p,w define uma norma em

ℓp(E). De fato, considerex= (xn)∈ℓwp (E). Note que,||(xn)||p,w

def

= supϕB

E′ ||(ϕ(xn))n||p. Se ||(xn)||p,w = 0 =⇒ supϕ∈BE′ ||(ϕ(xn))n||p = 0. Consequentemente, (ϕ(xn)) = 0 ,

∀nNeϕ E. E da´ı, pelo Teorema de Hahn-Banachxn = 0 ,nN. Logo,x= 0.

Al´em disso, dadas (xn), (yn)∈ℓwp (E) e ϕ∈BE′, garantimos que ||ϕ(xn+yn)||p =

||ϕ(xn) +ϕ(yn)||p. Utilizando a desigualdade triangular,

||ϕ(xn+yn)||p ≤ ||ϕ(xn)||p+||ϕ(yn)||p ≤ sup ϕ∈BE′

||ϕ(xn)||p+ sup ϕ∈BE′

||ϕ(yn)||p.

Logo,

sup

ϕ∈BE

||ϕ(xn+yn)||p ≤ sup ϕ∈BE

||ϕ(xn)||p+ sup ϕ∈BE

||ϕ(yn)||p.

Por defini¸c˜ao, ||(xn+yn)||p,w ≤ ||(xn)||p,w+||(yn)||p,w. Por fim, consideremos λ ∈K e

x= (xn)∈ℓwp (E). Assim,

||(λxn)||p,w = sup ϕ∈BE′

||ϕ(λxn)||p = sup ϕ∈BE′

||λϕ(xn)||p

= sup

ϕ∈BE′

|.||ϕ(xn)||p =|λ|. sup ϕ∈BE′

||ϕ(xn)||p

=|λ|.||(xn)||p,w.

Portanto, ||.||p,w define uma norma emℓw p (E). Proposi¸c˜ao 2.2. ℓw

p (E) , ||.||p,w

´e um espa¸co de Banach.

Demonstra¸c˜ao. Inicialmente seja 1 p < . Considere (xn)

n uma sequˆencia de

Cauchy em ℓw

(32)

grandes comk, lk0 temos:

ε >xkxlp,w = sup

ϕ∈BE′

ϕ xkn−xlnp ≥ sup

ϕ∈BE′

ϕ xkn−xln

H.Banach

= xkn−xln

.

Em outras palavras, para cada n N fixo, xk

n

k ´e de Cauchy em E. Como este ´e

Banach, existe xn ∈ E tal que xkn → xn, quando k → ∞. Seja x = (xn). Vamos

mostrar que x ℓw

p (E). De fato, dado 1≤ p < ∞, para cada ϕ ∈ BE′ e k, l grandes

temos:

εp >xkxlpp,w = sup

ϕ∈BE′

ϕ xknxlnnp

!p

N

X

n=1

ϕ xknxlnp.

Fazendo k → ∞,

N

X

n=1

ϕ xn−xln

p

≤ εp, ϕ B

E′, isto ´e, xk−x

p,w ≤ ε. Em

decorrˆencia disso,xk ||.||p,w xexw

p (E), uma vez que x=xk+ x−xk

, onde ambas parcelas est˜ao emℓw

p (E).

O casop=nos revela uma peculiaridade. Neste caso, com o aux´ılio do Teorema de Hahn Banach (forma anal´ıtica), ´e poss´ıvel mostrar que ℓ(E) =ℓw

∞(E), E espa¸co de Banach. Com efeito, seja (xn)n sequˆencia limitada em E. Note que,

||(xn)n||

def

= sup

n∈N||

xn||

H-Banach

= sup

n∈N

sup

ϕ∈BE′

|ϕ(xn)|

!

= sup

ϕ∈BE′ sup

n∈N|

ϕ(xn)|

def

= ||(xn)n||,w.

Com isso, conclu´ımos que ℓ(E) ℓw

∞(E). Reciprocamente, obtemos o resultado. Observe que a troca do supremo ´e permitida em virtude do Teorema de Hahn-Banach (veja [14, Corollary 1.3]). Para cadaxn ∈ E, o resultado nos assegura a existˆencia de

um funcionalϕxn ∈BE′ tal que ϕxn(xn) =||xn||. Com isso,

||xn||=ϕxn(xn)≤sup

n∈N|

ϕxn(xn)| ≤ sup

ϕ∈BE′

sup

n∈N|

ϕ(xn)|

.

Logo,

sup

n ||

xn||= sup n

sup

ϕ∈BE

|ϕ(xn)|

!

≤ sup

ϕ∈BE

sup

n∈N|

ϕ(xn)|

.

Analogamente,

ϕxn(xn) = ||xn|| ≤sup

n∈N||

xn|| ≤sup n∈N

sup

ϕ∈BE′

|ϕ(xn)|

!

(33)

2. Operadores multilineares m´ultiplo somantes

Ent˜ao,

sup

ϕ∈BE′

|ϕxn(xn)|= sup

ϕ∈BE′

sup

n∈N|

ϕ(xn)|

≤sup

n∈N

sup

ϕ∈BE′

|ϕ(xn)|

!

,

e da´ı temos a igualdade.

Com os espa¸cos conhecidos e bem definidos, uma rela¸c˜ao interessante entre eles ´e queℓp(E) ´e um subespa¸co vetorial do ℓwp (E), pois, dadox = (xn)n ∈ℓp(E) e ϕ ∈E′

obtemos:

X

n=1

|ϕ(xn)|p ≤

X

n=1

(||ϕ||.||xn||)p ≤ ||ϕ||p.

X

n=1

||xn||p <∞.

Consequentemente, (ϕ(xn))n ∈ ℓp, ∀ϕ ∈ E′ =⇒ x = (xn)n ∈ ℓwp (E). Logo, ℓp(E) ⊆

ℓw p (E).

Neste mesmo contexto, destacamos tamb´em os seguintes espa¸cos:

cw0 (E) = {(xn)∈E; lim

n→∞ ϕ(xn) = 0, ∀ϕ ∈E ′}

c0(E) = {(xn)∈E; lim

n→∞ ||xn||= 0}. Denominamos cw

0 (E) e c0(E) o espa¸co formado pelas sequˆencias fracamente nulas e

o espa¸co formado pelas sequˆencias fortemente nulas respectivamente, do espa¸co de BanachE. Veremos mais tarde o teorema fraco de Dvoretzky-Rogers, o qual assegura que quando 1 p < , n´os temos ℓw

p (E) = ℓp(E) se, e somente se, dimE < ∞.

Outro espa¸co igualmente importante ´e denotado por

ℓu p(E)

def

= n(xn)n∈ℓwp (E) ; lim k→∞

(xn)n>k

= 0o, para p[1,).

Ratificando o que mencionamos no in´ıcio deste cap´ıtulo, um dos grandes res-pons´aveis pelo sucesso da teoria dos espa¸cos de Banach foi Alexander Grothendieck com a publica¸c˜ao do [23] em 1953. Trabalho de dif´ıcil compreens˜ao e leitura, com con-ceitos t´ecnicos e abstratos sobre normas tensoriais, ideais de operadores, operadores absolutamente somantes, que aos poucos foram sendo lapidados por J. Lindestrauss e A. Pelczynski em 1968, tornando-os mais acess´ıveis e palp´aveis para a comunidade cient´ıfica. O principal resultado do R´esum´e ([23]) dito pelo pr´oprio Grothendieck, ´e chamado na obra de Teorema Fundamental da teoria m´etrica de produtos tensoriais, hoje conhecida como Desigualdade de Grothendieck , marcada pelo misticismo da cons-tanteKG (homenagem a Grothendieck), a qual n˜ao se sabe at´e hoje seu valor ´otimo,

(34)

ab-solutamente somantes, talvez n˜ao como conhecemos hoje, mas suas ideias foram com certeza imprescind´ıveis.

Recordemos que seE eF s˜ao espa¸cos de Banach, denotamos porL(E, F) o espa¸co vetorial formado por todas aplica¸c˜oes lineares cont´ınuas T : E −→ F munido com a norma do supremo,

||T||= sup

x∈BE

||T x||.

Defini¸c˜ao 2.1.3. Sejam E e F espa¸cos de Banach. Um operador T ∈ L(E, F) ´e absolutamente somante seT transforma sequˆencias fracamente som´aveis em sequˆencias absolutamente som´aveis, ou seja,

(T (xn))∞n=1 ∈ℓ1(F) sempre que (xn)∞n=1 ∈ℓw1 (E) .

Decorre da defini¸c˜ao, que o operador absolutamente somante em certo sentido melhora a convergˆencia das s´eries.

Exemplo 2.1. Operadores de posto finito s˜ao absolutamente somantes. Para detalhes veja [18, prop.2.3]

Exemplo 2.2. Considere a sequˆencia (ej)∞j=1 ∈ ℓ∞. Note que (ej)∞j=1 ´e fracamente

som´avel emℓ. Entretanto, como ||ej||= 1, para todo j, ´e imediato que (ej)∞j=1 n˜ao ´e

absolutamente som´avel em ℓ. Por conseguinte, o operador identidade i: ℓ −→

´e linear e cont´ınuo, mas n˜ao ´e absolutamente somante.

Teorema 2.3. (Desigualdade de Grothendieck) Existe uma constante positiva KG tal

que, para todo espa¸co de Hilbert H, todo m N, toda matriz quadrada de escalares

(aij)m×m e quaisquer vetores x1, . . . , xm, y1, . . . , ym ∈BH, ´e verdade que

m

X

i,j=1

aijhxi, yji

≤KGsup

(

m

X

i,j=1

aijsitj

:|si| ,|tj| ≤1 )

.

Para detalhes da demonstra¸c˜ao, recomendamos [13, Teor.10.2.2].

Teorema 2.4. (Teorema de Grothendieck) Todo operador linear cont´ınuoT :ℓ1 −→ℓ2

´e absolutamente somante.

Novamente, recomendamos [13, Teor.10.2.6].

(35)

2. Operadores multilineares m´ultiplo somantes

Rogers responderam a quest˜ao, que j´a havia tido um avan¸co importante uns trˆes anos antes com um artigo de MacPhail [28].

Teorema 2.5. (Dvoretzky-Rogers) Seja E espa¸co de Banach de dimens˜ao infinita. Dada qualquer sequˆencia(an)∞n=1 ∈ℓ2existe uma s´erie incondicionalmente convergente

X

n=1

xn em E tal que ||xn|| = |an| para todo n ∈ N. Em particular, se (an)∞n=1 ∈

ℓ2 − ℓ1, ent˜ao a s´erie associada

X

n=1

xn ´e incondicionalmente convergente mas

n˜ao-absolutamente convergente.

No ˆambito da teoria de operadores absolutamente somantes, ´e conveniente utilizar a seguinte vers˜ao do Teorema de Dvoretzky-Rogers:

Teorema 2.6. (Teorema fraco de Dvoretzky-Rogers) Seja 1p <. Todo espa¸co de Banach E de dimens˜ao infinta possui uma sequˆencia fracamente p-som´avel que n˜ao ´e fortemente p-som´avel.

2.2

Operadores absolutamente

p

-somantes

Defini¸c˜ao 2.2.1. Seja 1 p < e T : E −→ F um operador linear cont´ınuo entre espa¸cos de Banach. Dizemos queT ´e absolutamentep-somante se existe uma constante

c0 tal que para todo mN e x1, . . . , xm E

m

X

i=1

||T xi||p

!1

p

≤c.sup

  

m

X

i=1

|ϕ(xi)|p

!1

p

BE′

 

.

A menor das constantes c que satisfaz a desigualdade acima denotamos por πp(T).

Escrevemos Qp(E, F) o conjunto formado por todos os operadores p-somantes de E

em F. ´

E f´acil verificar que Qp(E;F) ´e um subspa¸co vetorial de L(E, F) e que πp define

uma norma emQp(E, F). A proposi¸c˜ao a seguir nos permite caracterizar os operadores

p-somantes. Para tanto, consideremos o operador Tb : ℓw

p (E) −→ ℓp(F) dado por

b

T(xn) = (T (xn))n

Proposi¸c˜ao 2.7. T ´e p-somante se e somente se T ℓb w p (E)

est´a contido em ℓp(F).

Neste caso, bT :ℓw

p (E)−→ℓp(F)

=πp(u).

O importante a destacar nessa proposi¸c˜ao ´e o fato de que se T : E −→ F ´e um operador p-somante, ent˜ao ele induz um operador Tb : ℓw

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