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EXPERIÊNCIA DO CAP LONDRINA NA FORMAÇÃO DOCENTE

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Academic year: 2021

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EXPERIÊNCIA DO CAP LONDRINA NA FORMAÇÃO DOCENTE

PITOLI, Ana Irina dos Santos 1 GODOY, Shirley Alves2 SAMBATTI, Shirlei Mara³ LAÇO, Lucidalva Moreira Fonseca CAP Londrina

SEED/Paraná

1- Introdução

O presente trabalho situa-se na área da formação de recursos humanos destinados a atuar na educação dos alunos com necessidades educativas especiais com matrículas asseguradas nas escolas da Rede Regular de Ensino. Com relação às pessoas cegas e de baixa visão ou visão subnormal, a educação se efetiva nos níveis fundamental e médio, em classe comum com oapoio educacional do Centro de Atendimento Especializado (CAE/DV) e através de serviço de itinerância realizado pelo professor do Centro. Em Londrina, a coordenação da área visual da Equipe de Ensino do Núcleo Regional de Educação buscou não restringir sua ação somente ao atendimento ao educando mas, consciente da necessidade de promover e concretizar a inclusão educacional nos Centros de Atendimento Especializado/CAE-DV, buscou viabilizar a implantação de um Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual – CAP que visa a produção de materiais adequados e a capacitação dos profissionais que atendem esses educandos. O Cap/Londrina, foi implantado no dia 24 de abril de 2006, contando, inicialmente, com o trabalho de uma professora cega, que tinha como incumbência transcrever os livros didáticos para o Sistema Braille e posteriormente revisá-los. Cumprindo a sua função de capacitar professores, o CAP-Londrina propôs ofertar cursos de acordo com a demanda identificada junto às escolas jurisdicionadas ao NRE/Londrina.

1 ¹ Pedagoga com habilitação em Orientação e especialista em Educação Especial. Professora do CAP - Londrina, Surdocegueira e Múltiplas Deficiências Sensoriais. E-mail: anairina1@hotmail.com

² Pedagoga, especialista em Educação Especial e Psicopedagogia. Núcleo Regional de Educação de Londrina. Responsável pela Área Visual no Núcleo Regional de Educação de Londrina. E-mail: shirley.alvesgodoy@gmail.com

³ Licenciada em Ciências com habilitação em Matemática, Pedagoga, especialista em Educação Especial e Informática na Educação. Responsável Coordenadora do CAP-Londrina. E-mail:

shirleisambatti@sercomtel.com.br

Pedagoga, especialista em Educação Especial, Professora do CAP – Londrina. E-mail:

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Assim, a partir de 2006, a estruturação do trabalho nesta área buscou atender as necessidades dos profissionais que atendem os alunos inclusos nas escolas regulares pertencentes aos municípios jurisdicionados ao Núcleo Regional de Educação de Londrina.:

O Estado do Paraná, em cumprimento a legislação nacional (Lei 9394/96-LDB) assegura aos educandos com necessidades educativas especiais a matricula na Rede Regular de Ensino e o direito aos serviços de apoio especializado. Tem ofertado como serviços de apoios a Sala de Recursos Multifuncionais, Classe Especial/CE, Professor de Apoio Permanente/PAP, Centro de Atendimento Especializado/CAE, Professor Guia-intérprete entre outros.(CEE/PR 2003).

Com relação às pessoas cegas e de baixa visão ou visão subnormal, a educação no Paraná se efetiva na Rede Regular de Ensino nos níveis fundamental e médio, em classe comum com o apoio educacional do Centro de Atendimento Especializado (CAE/DV) através de serviço de itinerância realizado pelo professor do Centro.

Os serviços educacionais existentes ainda estão distantes de promover a real inclusão com qualidade ao educando com deficiência visual no sistema regular de ensino, visto que há inúmeras dificuldades encontradas no processo educativo, principalmente no que concerne aos recursos específicos que a área visual requer, necessários ao acesso do aluno ao saber pedagógico como também sua permanência, progresso e sucesso acadêmico.

Entre as dificuldades destacamos as seguintes: adaptações no espaço e no tempo do contexto escolar e do currículo; escassez de livros didáticos e literários impressos no Sistema Braille; falta de serviços e equipamentos específicos que venham complementar o atendimento ofertado nos CÃES e escassez de recursos humanos capacitados para o atendimento da pessoa com deficiência visual.

A coordenação da área visual da Equipe de Ensino no Núcleo Regional de Educação de Londrina, preocupada com a magnitude do problema, buscou não restringir sua ação somente ao atendimento ao educando mas, consciente da necessidade de promover e concretizar a inclusão educacional do aluno nos Centros de Atendimento Especializado/CAE-DV, possibilitou a implantação o Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual – CAP que visa a produção de materiais adequados e a capacitação dos profissionais que atendem esses educandos.

Para compreendermos melhor sobre o funcionamento do CAP, é importante ressaltarmos alguns conceitos pertinentes, para esclarecer quem são os educandos que se favorecem do trabalho ofertado.

Deficiente visual é o indivíduo que apresenta um quadro irreversível de diminuição da resposta visual, em virtude de causas hereditárias ou congênitas, mesmo após tratamento clínico e/ ou cirúrgico e o uso de óculos convencionais.

A diminuição da resposta visual pode ser leve, moderada, severa, profunda (visão subnormal ou baixa visão) e ausência total da resposta visual (cegueira).

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A definição de baixa visão ou visão subnormal é complexa devido à variedade e à intensidade de comprometimentos das funções visuais. Essas funções englobam desde a simples percepção de luz até a redução da acuidade e do campo visual que interferem ou limitam a execução de tarefas e o desempenho geral.

2- Método

Conforme preconiza a legislação do Estado do Paraná, Centro de Atendimento Especializado/CAE consiste em:

Serviço de natureza pedagógica, desenvolvido por professor habilitado ou especializado em educação especial ofertado a alunos com necessidades educacionais especiais matriculados na educação básica. A finalidade desse serviço será a de oferecer apoio à escolarização formal do aluno e/ou possibilitar o acesso a línguas, linguagens e códigos aplicáveis, bem como a utilização de recursos técnicos, tecnológicos e materiais, equipamentos específicos, com vistas a sua maior inserção social. O atendimento nesse serviço tem início na faixa etária de zero a seis anos e realiza-se em escolas, em salas adequadas, podendo estender-se a alunos de escolas próximas, nas quais ainda não exista esse atendimento. Pode ser realizado individualmente ou em pequenos grupos, para alunos que apresentem necessidades educacionais especiais semelhantes, em turno contrário, caso freqüentem a classe comum. (Del. 02/03, PORTARIA N.º 22/00-CEE).

O serviço de apoio ofertado pelo Centro de Apoio Pedagógico (CAP), configura-se pela visita do professor em buscar orientação de como atuar com seu aluno cego ou com baixa visão inserido no ensino regular. Recebe orientações de como viabilizar sua prática com o aluno e sobre as adaptações necessárias de materiais, sejam ampliados ou em Braille, alto relevo e texturas. O Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual – CAP, constitui-se em uma unidade de serviços de apoio pedagógico e suplementação didática ao sistema de ensino, tem como objetivo de trabalho garantir às pessoas cegas e com baixa visão e/ou visão subnormal o acesso ao conteúdo programático desenvolvido na escola de ensino regular, assim como o acesso à literatura, à pesquisa e à cultura por meio da utilização de equipamentos da moderna tecnologia e da impressão do livro em Braille.

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.Cabe ao MEC/SEESP a responsabilidade de coordenar a implantação e implementação dos CAPs com apoio operacional da ABEDEV, e às Secretarias Estaduais ou Municipais de Educação, a execução do serviço, tendo como objetivo suprir as carências de serviços e recursos didáticos/pedagógicos na área da Educação Especial de pessoas com deficiência visual.

Trata-se de uma estrutura que pode funcionar em espaços físicos comunitários, como escolas, bibliotecas públicas, centros integrados, escolas especializadas e outros, contando com envolvimento e apoio de órgãos governamentais e não-governamentais e com a participação de Instituições de Ensino Superior e comunidade em geral.

Com a implementação do processo da Inclusão, e a inserção dos alunos com deficiência visual nas escolas da Rede Regular de Ensino, faz-se necessário proporcionar aos docentes uma preparação efetiva que propicie condições para ofertar uma educação de qualidade a esses alunos.

Desta forma estas condições passam na especial atenção ser atribuída à formação docente, inicial e continuada, desenvolvendo um trabalho com diferentes enfoques visando o atendimento a vários tipos de educandos nos diversos níveis educacionais; uma formação que atenda aos princípios de atenção a diversidade e, ao mesmo tempo, possa levar o docente a uma reflexão constante com vistas a melhoria de sua prática favorecendo com esta ação o processo de inclusão educacional do aluno.

Segundo a Lei 9394/96- Diretrizes e Bases da Educação Nacional preconiza: no título VI: Dos Profissionais da Educação

Art.61º. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamento:

I -a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço; II – aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades.

O Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual – Cap/Londrina, foi implantado no dia 24 de abril de 2006, contando, inicialmente, com o trabalho de uma professora cega, que tinha como incumbência transcrever os livros didáticos para o Sistema Braille e posteriormente revisá-los. Sendo responsável pela capacitação descentralizada de cinco NREs (Apucarana, Cornélio Procópio, Ivaiporã, Jacarezinho e Londrina) totalizando oitenta e um municípios. Funciona numa sala ampla, cedida pelo Colégio Estadual Dario Vellozo – Ensino Fundamental e Médio, localizada na rua Luiz Alves de Lima e Silva, 336 Jardim Itamaraty, CEP 86061-2840 Londrina – Pr., Tel: (43)3338-7999, e-mail:

cap.londrina@sercomtel.com.br, utilizada nos períodos matutino e vespertino.

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implementação do CAP; Confeccionar materiais didáticos/pedagógicos (livros em Braille, materiais adaptados) para alunos cegos das escolas da rede pública de ensino; Realizar palestras na comunidade, bem como se relacionar com a pessoa com deficiência visual e Abrir espaço para o voluntariado.

3- Resultados e Discussões

Respeitando a legislação supracitada (LDB 9394/96, art. 61,I) e cumprindo a sua função de capacitar professores, o CAP - Londrina propôs ofertar cursos de acordo com a demanda identificada junto às escolas jurisdicionadas ao NRE/Londrina.

Assim, a partir de 2006, a estruturação do trabalho nesta área buscou atender os seguintes objetivos: Oferecer subsídios aos professores para a efetivação da inclusão dos alunos com deficiência visual nas salas de aula do ensino regular; oportunizar o conhecimento e a reflexão sobre o processo educacional do educando com deficiência visual; Subsidiar os professores da rede regular de ensino para o uso e o emprego do Soroban básico, visando favorecer o atendimento do aluno com deficiência visual; Promover a capacitação de professores objetivando o atendimento a alunos com deficiência e Oportunizar o conhecimento e a reflexão sobre o processo educacional do educando com deficiência visual.

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4- Conclusão

Ao analisarmos os cursos ofertados pelo CAP - Londrina ao longo desses 03 anos de existência destacamos as parcerias feitas com as Instituições de Ensino Superior como a Universidade Tecnológica Federal do Paraná – unidades de Cornélio Procópio e Londrina na realização da a assessoria ao corpo docente e funcionários e a Universidade Estadual de Londrina, com a formação de acadêmicos e em contrapartida a certificação ofertada pela universidade.

Ressaltamos os temas propostos que são oriundos das necessidades dos professores em estar mais preparados para receber e atender os alunos com deficiência visual inclusos em suas salas de aula. O curso Educação Física Adaptada, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, surgiu do interesse dos profissionais da área de. Educação Física em trabalhar com as diversas deficiências, o que não se restringiu somente a área visual, sendo realizado em um formato que fosse contemplados outras as áreas como: a deficiência física, altas habilidades e

Cursistas

2006 Braille e Sorobã (parceria/SENAI) 25

2006 Surdocegueira (parceria/Grupo Brasil) 54

2007 Sorobã (parceria SEED 35

2007 Orientações básicas no manejo e atendimento ao aluno com DV destinado aos Professores e Profissionais da UTFPR (Unidade Cornélio Procópio)

26 2008 Orientações básicas de manejo e atendimento ao aluno com DV destinado

aos Professores da Rede Regular de Ensino do NRE- Cornélio Procópio – área Educação Especial

28

2008 Educação Física Adaptada para Professores da Rede Regular de Ensino do NRE – Londrina

50 2008 Orientações básicas no manejo e atendimento ao aluno com DV destinado

aos Professores e Profissionais da UTFPR (Unidade Londrina)

42 2008 Orientações básicas,Braille e sorobã destinado aos Professores da Rede

Municipal de Londrina

50 2008 Capacitação para Professores da Rede Regular de Ensino, juntamente com

acadêmicos da UEL

27 2009 Capacitação para Profissionais da UTFPR (Unidade Cornélio Procópio) 94 2009 Curso de Educação Precoce e Avaliação para Professores da Rede Regular

de Ensino

30 2009 Emergencial de Braille e Sorobã para Professores da Rede Regular de

Ensino.

20 2009 Educação Física Adaptada para Professores da Rede Regular de Ensino

aos Professores da Rede Municipal de Londrina

50

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transtornos globais do desenvolvimento, a partir deste curso foi oportunizado pela SEED, a extensão para outros professores dos NREs de Maringá e Umuarama.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. Brasília: MEC/SEESP, 2002. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Programa de Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental, Deficiência Visual, vol. 2, 2001.

_______. Saberes e Prática da Inclusão. Dificuldades de Comunicação e Sinalização Deficiência Visual, 3º edição, 2005.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Caminhando Juntos – Manual das Habilidades Básicas de Orientação e Mobilidade. Brasília MEC/SEESP,. 2004 PARANÁ. Conselho Estadual de Educação. Deliberação nº02, de 02 de junho de 2003 (Fixa Normas para a Educação Especial, modalidade Educação Básica, para alunos com necessidades especiais no Sistema de Ensino do Estado do Paraná).

PARANÁ. Secretaria de Estado da Administração e Previdência. Secretaria de Estado da Educação. Lei complementar 103/04. Curitiba, 2004. (Dispõe sobre o Plano de Carreira do Professor da Rede Estadual de educação Básica do Paraná, altera a redação da Lei Complementar nº 7 de 22 de dezembro de 1976 e dá outras providências).

PARANÁ. Conselho Estadual de Educação. Deliberação nº02, de 02 de junho de 2003 (Fixa Normas para a Educação Especial, modalidade Educação Básica, para alunos com necessidades especiais no Sistema de Ensino do Estado do Paraná).

Referências

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