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Relatório do Componente Estudos e Monitoramento Projeto Piloto - RDS Rio Iratapuru

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Academic year: 2021

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ADMINISTRAÇÃO SUSTENTÁVEL ECOLÓGICA E FINANCEIRA DA

GUIANA SHIELD ECO-REGIAO

(GSI Projeto Fase II)

Relatório do Componente Estudos e

Monitoramento

Projeto Piloto - RDS Rio Iratapuru

Preparado por:

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1.0 – INTRODUÇÃO

O Projeto GSI Fase II "Administração Sustentável Ecológia e Financeira da Guiana Shield Eco-região", foi coordenado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD visando promover o desenvolvimento sustentável da Guiana Shield, através de uma integração eco-regional. Um elemento-chave do projeto foi elaborar e implementar Projetos Piloto a fim de ganhar experiência operacional para viabilizar Pagamento de Serviços Ambientais, em diferentes contextos culturais e econômicos.

No Brasil, o Projeto Piloto foi executado no Amapá, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável – RDS do Rio Iratapuru. Esta reserva foi criada pela Lei Estadual n° 0392 de 11 de dezembro de 1997, com uma superfície de 806,184 hectares. Está localizada no Planalto das Guinas, na Amazônia brasileira, a sudoeste do Estado do Amapá e ocupa terras de três municípios: Mazagão, Pedra Branca do Amapari e Laranjal do Jarí. Seus limites geográficos compreendem as seguintes coordenadas: latitudes 00°52’36’’ Norte e 00°20’12’’ Sul; longitudes: 52°07’15’’ Oeste e 52°09’45’’ Leste.

A região da RDS Iratapuru possui grande importância biológica e ecológica, além de permitir a conciliação do desenvolvimento com os direitos sociais e a conservação dos recursos naturais e da biodiversidade. Pois a idéia básica desse tipo de área é proteger os meios de vida e cultura dessas populações e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da Unidade.

Os serviços dos ecossistemas propostos neste sitio piloto para monitoramento foram:

- A preservação da biodiversidade: flora, tartarugas e jacarés.

- Regulação do clima: a preservação do estoque de carbono e do sequestro de dióxido de carbono (CO2) pela floresta, na RDS Iratapuru

- A manutenção dos serviços hídricos fornecidos (qualidade das águas superficiais).

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Pesquisa Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente fizeram uma parceria informal.

Neste contexto, este relatório tem por finalidade apresentar o sub componente estudo e monitoramento da Flora e Fauna (jacarés e tartarugas).

2.0 – REGULAÇÃO DO CLIMA

Estoque de Carbono

No estudo produzido pela empresa de consultoria EcoSecurities, em 2008, verificou-se que os estoques de carbono da RDS Iratapuru estão dentro ou muito próximo do ideal, sem intervenções humanas que ameaçam estes significativamente os estoques de carbono e acreditando que esses estoque não será reduzido significativamente no futuro. Assim, considera-se que adicionalidade, que é um pré-requisito para qualquer projeto que pretende gerar/negociar créditos de carbono, é um ponto crítico neste projeto. No entanto, é importante conhecer os valores de estoque de carbono visando um projeto de REDD ou no mercado de carbono através de comprador voluntário.

EcoSecurities utilizou um valor de biomassa média ponderada para Iratapuru na margem de erro das 448 t / há, apesar de considerar os dados grosseiro e propenso a erros. Em conclusão, a biomassa total e teor de carbono das florestas da RDS do Rio Iratapuru foi calculado naquela fase foi um montante de carbono total: 180,585,216 tC (biomass) + 75,781,296 tC (solo) = 256,366,512 tC.

Foi aconselhado a incluir a realização de uma avaliação específica a biomassa florestal das florestas da RDS Iratapuru como uma condição no acordo de compra de serviços dos ecossistemas, a fim de obter maior precisão no valor total de biomassa florestal e teor de carbono do RDS, além de análises periódicas da cobertura florestal por imagens de satélite. No PP calculo da estimativa de Carbono na RDS foi acordado com o pesquisador do IEPA, no entanto, até o final da elaboração deste relatório, os valores não foram apresentados pelo IEPA.

3.0 - BIODIVERSIDADE

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Page 4 of 45 Nível de Ecossistema

A RDS Iratapuru protege predominantemente floresta tropical úmida densa de terra firme de alto porte atingindo 80% da área da RDS de 6.925km² (Figura 1). Apresenta como característica principal o domínio da castanha do Brasil (Bertholletia excelsa H. & B., Lecythidaceae) (ZEE, 2000). Esse ambiente caracteriza-se ainda pela sua riqueza em biodiversidade, a formação estrutural de alto porte, a freqüência de essências de alto valor econômico, complexa cadeia funcional, dentre outras (ZEE, 2002). Há espécies de grande valor econômico, como por exemplo, a castanha do Brasil (Berthollethia excelsa), copaíba (Copaifera spp), andiroba (Carapa guianensis), cipó titica (heteropsis jemniane) e na área de várzea o camu-camu (Myrciaria dubia).

Figura 1 - Distribuição da vegetação na RDS – AP. Fonte: ZEE (2002).

Floresta Densa de Terra Firme Pouco Estratificada.

Mantém a mesma formação do padrão anterior com dossel mais uniforme, mostra-se como manchas isoladas ao sul da RDS e como uma faixa continua ocupando a porção norte da reserva. Nesta tipologia a castanheira não é freqüente (ZEE, 2002).

Floresta Aluvial Inundável de Várzea.

80% 5%

13% 2%

Floresta Ombrófila Densa de Terra Firme com Predomínio de Bertholletia excelsa - TFB Floresta Aluvial Inundável de Várzea - FV

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Na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, as florestas aluviais restringem-se as margens dos rios, aos furos e a nascente de pequenos igarapés, formando o complexo vegetacional denominado de várzea, circundado pela floresta de terra firme. Os terrenos são do terciário, mas no limite com os solos holocênicos de várzea. Um reduzido número de espécies domina a estrutura e abundância, como as palmeiras caranã (Mauritiella armata), açaí (Euterpe oleracea), indicadoras de áreas alagadas, que crescem no centro da mancha. Estão associadas a outras espécies típicas deste ambiente como ucuúba (Virola surinamensis, Myristicaceae), mamorana (Pachira aquatica, Bombacaceae), camu-camu (Myrciaria dubia, Myrtaceae) e o pracaxi (Pentaclethra macroloba, Mimosaceae) (ZEE, 2002)..

Fragmentos Variados.

Definiu-se como fragmentos variados os ambientes de relativa vulnerabilidade, sejam de natureza natural e/ou antrópica na fitocenose ao longo do rio Iratapuru. As alterações naturais podem ser entendidas como variações casuais do ambiente frente aos fenômenos naturais, especialmente os distúrbios climáticos, pedológicos e biológicos (autecologia), causando alteração na vegetação original. As alterações antrópicas são mais acentuadas e estão relacionadas à prática da agricultura itinerante.

As principais fontes de conversão das florestas amazônicas primitivas em capoeiras são: a agricultura familiar, as pastagens artificiais, a agricultura comercial e a exploração madeireira. O conjunto destes fatores forma o sistema de vegetação secundária popularmente denominada de capoeira (ou caa-poeira). Este termo provavelmente tem origem no nhengatu, o tupi amazônico, uma das línguas gerais da região.

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superficial, os solos possuem reduzida capacidade de retenção devido ao substrato lítico, onde ocorre um escoamento rápido da água pluvial para os leitos dos rios.

A composição florística depende das variáveis como profundidade do solo, disponibilidade de água, fertilidade do solo, umidade e topografia. Os indivíduos arbóreos-arbustivos normalmente vegetam as fendas das rochas, onde concentram-se o liter, já o estrato subarbustivo-herbáceo alem de acompanhar as zonas de fratura , podem crescer diretamente sobre a rocha, sem que haja necessariamente solo, ou pequenas depressões com acúmulo de matéria orgânica.

A vegetação típica desses ambientes possui características xeromórficas como: caule suberificado, folhas pequenas, espessas e coriáceas. Entre os arbustos podemos destacas a presença de Humiria balsamifera e no estrato herbáceo as seguintes famílias Poaceae, Cyperaceae, Xyridaceae, Araceae, Eriocaulaceae, Orchidaceae e Bromeliaceae.

As principais espécies deste tipo de vegetação antrópica são os arbustos conhecidos como lacre (Vismia guianensis, V. cayennensis, Clusiaceae), embaúbas (Cecropia spp., Cecropiaceae), tapiririca (Tapirira guianensis, Anacardiaceae). São comuns também, indivíduos jovens de espécies da sucessão ecológica mais avançada como o pará-pará (Jacaranda copaia, Bignoniaceae), morototó (Schefflera morototoni, Araliaceae), Envira preta (Guatteria poeppgiana, Annonaceae). Entre as ervas dominam algumas gramíneas (Panicum laxum, Paspalum maritimum, P. maximum), lianas como o cipó de fogo (Davilla kunthii e D. rugosa, Dilleniaceae).

Nível de espécies:

Os estudos realizados a nível de espécies foram concentrados na Flora (estudos de florística, fitossociologia, estrutura diamétrica, área basal e diversidade e riqueza) e Jacarés e Quelônios. Estes são descritos a seguir:

Flora

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Iratapuru. São informações preliminares referentes à florística e fitossociologia do ambiente; riqueza e diversidade vegetais; estrutura horizontal e espacial.

Foram inventariados 23 (vinte e três) transecções de 1.000 m2 (parcelas de 10m x 100m), onde foram considerados todos os indivíduos arbóreos com DAP ≥10 cm. Todos os pontos de coleta foram devidamente geo-referenciados (Figura 1). Os dados de GPS foram transferidos para um computador, utilizando-se o software DNR Garmin e armazenados em arquivo com extensão.shp. Os indivíduos foram registrados em fichas de campo e posterior digitalizados em software Excel. A análise dos dados foram gerados no Software Mata Nativa 2.

Tabela 1: Coordenadas dos pontos amostrados para Flora.

Ponto Descrição Coordenadas

1ª Campanha (novembro/2009)

Ponto 1 Igarapé Pau podre (Rio Iratapuru) 323475E 9940942N

Ponto 2 Rio Iratapuru 324000E 9939366N

Ponto 3 Rio Iratapuru 324128E 9939434N

Ponto 4 Rio Iratapuru 324259E 9938222N

Ponto 5 Rio Jari (Cachoeira de Santo Antonio) 332117E 9928596N

Ponto 6 Rio Jari 332552E 9915054N

2ª Campanha (janeiro/2010)

Ponto 1 Rio Jari 00°25’18.7 1”S 52°40’08.52”W

Ponto 2 Rio Jari 00°25’22.27”S 52°40’05.53”W

Ponto 3 Rio Jari 00°25’26.21”S 52°40’02.40”W

Ponto 4 Rio Jari 00°25’27.90”S 52°39’57.77”W

Ponto 5 Rio Jari (PISTA CRPM - RDS) 00°06'03.8"S 52°56'55.7"W Ponto 6 Rio Jari (PISTA CRPM - RDS) 00°05'57.7"S 52°56'54.9"W Ponto 7 Rio Jari (PISTA CRPM - RDS) 00°05'59.6"S 52°56'52.5"W Ponto 8 Rio Jari (PISTA CRPM - RDS) 00°06'02.2" S 52°56'53" W Ponto 9 Rio Jari (PISTA CRPM - RDS) 00°06'05.1" S 52°56'50.7" W Ponto 10 Rio Jari (PISTA CRPM - RDS) 00°06’04.7” S 52°56’54.7” W

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A classificação botânica seguiu o sistema de Cronquist (1981), considerando, entretanto, as Leguminosae como Caesalpinaceae, Mimosaceae e Fabaceae. A nomenclatura botânica foi uniformizada mediante consulta ao banco de dados do Missouri Botanical Garden (http://mobot.org).

Florística

As áreas estudadas na RDS apresentam vegetação de porte arbóreo de indivíduos emergentes alcançando até 43 m de altura. No estrato superior podemos encontrar Sacoglotis guianensis, Inga edulis, Pouteria e Swartizia polyphilla. Algumas dessas árvores possuem troncos com diâmetros superiores a 200 cm. Foram registrados a ocorrência de 1.006 indivíduos, compreendendo 277 espécies, distribuídas em 54 famílias. As famílias com maior número de espécies foram Fabaceae, com 45 espécies; Sapotaceae, com 22 espécies; Chrysobalanaceae, com 14 espécies; Burseraceae, com 12 espécies; Lecythidaceae e Moraceae (11), Lauraceae e Annonaceae (8).

A espécie que apresentou maior número de indivíduos foi Eschweilera coriacea (matamatá), com 40 indivíduos, seguida de Protium tenuifolium (27), Pentaclethra macroloba (25), Cordia salicifolia (22), Rinorea racemosa, Theobroma subincanum e Vouacapoua americana, ambas com 17 indivíduos completam a lista de espécies que se apresentaram mais diversificada. A Tabela 2, mostra a ocorrência dos indivíduos, famílias e espécies registrados.

Tabela 2 - Família, espécie, número de indivíduos (N) inventariados em floresta de terra firme na RDS do Iratapuru – AP.

Familia Espécies N

Anacardiaceae Anacardium tenuifolium 2

Astronium lecointei 1

Tapirira guianensis 5

Thyrsodium paraense 1

Thyrsodium spruceanum 1

Anacardiaceae Total 10

Annonaceae Duguetia echinophora 3

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Xylopia sp. 2

Annonaceae Total 27

Apocynaceae Aspidosperma álbum 1

Aspidosperma desmanthum 1 Aspidosperma sp. 6 Geissospermum sericeum 15 Lacmellea aculeata 2 Parahancornia Amapá 2 Tabernaemontana sp. 1 Apocynaceae Total 28

Araliaceae Schefflera morototoni 2

Araliaceae Total 2

Arecaceae Attalea maripa 7

Crysophila sp. 2

Euterpe oleracea 5

Oenocarpus bacaba 8

Arecaceae Total 22

Bignoniaceae Jacaranda copaia 3

Jacaranda copaia 1

Tabebuia impetiginosa 1

Bignoniaceae Total 5

Bombacaceae Eriotheca cf. globosa 1

Eriotheca longipedicelata 2

Eryoteca globose 1

Quararibea guianensis 2

Bombacaceae Total 6

Boraginaceae Cordia salicifolia 22

Boraginaceae Total 22

Burseraceae Protium apiculatum 18

Protium decandrum 5 Protium pallidum 11 Protium paniculatum 1 Protium robustum 2 Protium sagotianum 1 Protium sp. 9 Protium tenuifolium 27 Protium trifoliolatum 4 Protuim altíssima 4 Tetragastris altíssima 1 Tetragastris panamensis 1 Burseraceae Total 84

Caesalpiniaceae Macrolobium cf. Bevenensius 1

Macrolobium sp. 1

Tachigalia Alba 8

Tachigalia myrmecophila 5

Vouacapoua americana 17

Caesalpiniaceae Total 32

Caryocaraceae Caryocar glabrum 2

Caryocaraceae Total 2

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Pourouma sp. 3

Cecropiaceae Total 7

Celastraceae Maytenus sp. 2

Celastraceae Total 2

Chrysobalanaceae Coepia guianensis 2

Couepia sp. 1 Hirtella bicornis 5 Hirtella sp. 3 Licania affinis 5 Licania cf. canescens 1 Licania egleri 8 Licania heteromorpha 9 Licania kunthiana 1 Licania membranácea 7 Licania oblongifolia 1 Licania octandra 6 Licania sclerophylla 1 Licania sp. 2 Chrysobalanaceae Total 52

Clusiaceae Rheedia macrophylla 1

Symphonia globulifera 2

Tovomita sp. 2

Clusiaceae Total 5

Combretaceae Buchenavia grandis 2

Buchenavia parvifolia 2

Combretaceae Total 4

Ebenaceae Diospyros artanthifolia 4

Ebenaceae Total 4

Elaeocarpaceae Sloanea eichleri 2

Sloanea garckeana 1 Sloanea grandiflora 2 Sloanea sp. 1 Elaeocarpaceae Total 6 Erythroxylaceae Erythroxylum sp. 1 Erythroxylaceae Total 1 Euphorbiaceae Alchornea sp. 3 Conceveiba guianensis 2 Hevea benthamiana 1 Maprounea guianensis 1 Sagotia racemosa 1 Sagotia sp. 10 Sapium cf. lanceolatum 1 Euphorbiaceae Total 19

Fabaceae Abarema jupunba 3

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Page 11 of 45 Diallium sp. 1 Dinizia excelsa 3 Diplotopis purpuria 1 Dipteryx odorata 1 Dypterix cf. magnífica 1 Dypterix sp. 1 Eperua sp. 6 Erythrina sp. 1 Hymenolobium petraeum 3 Hymenolobium sp. 2 Inga Alba 15 Inga brachystachys 11 Inga capitata 11 Inga edulis 3 Inga gracilifolia 9 Inga rubiginosa 2 Inga SP. 2 Inga splendens 5 Inga stipularis 1 Inga thibaudiana 2 Martiodendron elatum 1 Martiodendron sp. 1 Ormosia sp. 2 Parkia multijuga 4 Parkia oppositifolia 2 Parkia pendula 1 Parkia sp. 3 Pseudopiptadenia suaveolens 2 Pterocarpus rohrii 1 Sclerolobium aureum 6 Stryphnodendron paniculatum 3 Swartzia brachyrachis 1 Swartzia polyphylla 3 Swartzia racemosa 4 Swartzia sp. 1 Swatzia longiflora 2 Zygia racemosa 5 Zygia SP. 1 Fabaceae Total 139

Flacourtiaceae Casearia arbórea 6

Casearia javitensis 1

Casearia ulmifolia 6

Laetia procera 7

Lindackeria latifólia 1

Flacourtiaceae Total 21

Goupiaceae Goupia glabra 7

Goupiaceae Total 7

Guttiferae Caraipa densifolia 1

Guttiferae Total 1

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Sacoglottis guianensis 6

Humiriaceae Total 7

Icacinaceae Poraqueiba guianensis 2

Icacinaceae Total 2 Lauraceae Endlicheria sp. 1 Licaria aritu 4 Licaria guianensis 2 Licaria sp. 5 Nectandra sp. 3 Ocotea caudata 6 Ocotea longifólia 2 Ocotea sp. 16 Lauraceae Total 39

Lecythidaceae Bertholletia excelsa 2

Couratari guianensis 6 Eschweilera coriácea 40 Eschweilera pedicellata 5 Eschweilera sp. 3 Gustavea augusta 1 Lecythis confertiflora 1 Lecythis idatimon 8 Lecythis ocojym 3 Lecythis pisonis 1 Lecythis sp. 4 Lecythidaceae Total 74

Linaceae Hebepetalum humiriifolium 1

Hebepetalum sp. 1

Roucheria sp. 1

Linaceae Total 3

Malpighiaceae Byrsonima aerugo 3

Malpighiaceae Total 3

Malvaceae Ceiba pentandra 2

Malvaceae Total 2

Melastomataceae Miconia chrysophylla 2

Miconia poeppigii 3

Miconia sp. 2

Mouriri duckeana 1

Mouriri sp. 5

Melastomataceae Total 13

Meliaceae Carapa guianensis 1

Guarea silvatica 1 Guarea sp. 3 Trichilia micrantha 4 Trichilia micropetala 1 Trichilia sp. 5 Meliaceae Total 15

Mimosaceae Marmaroxylon racemosum 4

Marmaroxylon sp. 1

Pentaclethra macroloba 25

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Piptadenia suaveolens 1

Mimosaceae Total 32

Moraceae Bagassa guianensis 2

Brosimum guianensis 1 Brosimum lactescens 2 Brosimum parinarioides 2 Brosimum rubescens 2 Elicortilis scabra 1 Ficus gomelleira 2 Helicostylis tomentosa 2 Maquira guianensis 1 Pseudolmedia laevis 3 Sorocea guilleminiana 1 Moraceae Total 19

Myristicaceae Iryanthera juruensis 1

Iryanthera Laevis 4 Osteophloeum platyspermum 2 Osteophloeum sp. 2 Virola crebinervia 2 Virola Michelli 10 Myristicaceae Total 21 Myrtaceae Campomanesia sp. 2 Eugenia sp. 3 Myrciaria floribunda 1 Myrciaria tenella 2 Myrtaceae Total 8

Nyctaginaceae Guapira opposita 4

Neea floribunda 3

Nyctaginaceae Total 7

Ochnaceae Chaunochiton kappleri 1

Ouratea sp. 2

Ochnaceae Total 3

Olacaceae Minquartia guianensis 12

Olacaceae Total 12

Proteaceae Roupala sp. 1

Proteaceae Total 1

Quiinaceae Lacunaria crenata 1

Lacunaria jenmanii 1

Quiina pteridophylla 1

Touroulia guianensis 1

Quiinaceae Total 4

Rubiaceae Capirona decorticans 2

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Page 14 of 45 Rubiaceae Total 11 Rutaceae Zanthoxylum sp. 4 Rutaceae Total 4 Sapindaceae Allophyllus sp. 1 Cupania scrobiculata 4 Cupania sp. 1 Matayba sp. 1 Talisia sp. 4 Toulicia guianensis 3 Sapindaceae Total 14

Sapotaceae Chrysophyllum lucentifolium 1

Chrysophyllum sp. 1 Manilkara huberi 7 Micropholis egensis 4 Micropholis egensis 1 Micropholis guianensis 11 Micropholis sp. 2 Micropholis venulosa 4 Neoxythece elegans 1 Pouteria anibiifolia 8 Pouteria anômala 6 Pouteria caimito 1 Pouteria cf. krukovii 1 Pouteria cf. sagotiana 1 Pouteria cladantha 16 Pouteria decorticans 8 Pouteria guianensis 1 Pouteria híspida 1 Pouteria Jariensis 3 Pouteria oppositifolia 2 Pouteria sagotiana 1 Pouteria sp. 11 Sarcaulus brasiliensis 3 Sapotaceae Total 95

Schizaeaceae Eclinusa abreviata 1

Schizaeaceae Total 1

Simaroubaceae Simaba sp. 2

Simaruba amara 1

Simaroubaceae Total 3

Siparunaceae Siparuna decipiens 2

Siparuna sp. 8

Siparunaceae Total 10

Staphyleaceae Turpinia sp. 1

Staphyleaceae Total 1

Sterculiaceae Guazuma ulmifolia 5

Sterculia pruriens 4

Sterculia speciosa 1

Sterculia subincanum 1

Theobroma speciosum 2

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Sterculiaceae Total 30

Tiliaceae Apeiba burchelii 3

Apeiba cf. tiborbou 1 Apeiba echinata 1 Apeiba sp. 2 Luehea speciosa 2 Mollia lepidota 12 Tiliaceae Total 21

Violaceae Leonia glycycarpa 2

Paypayrola grandiflora 1 Rinorea guianensis 14 Rinorea passoura 2 Rinorea racemosa 17 Rinorea riana 2 Rinorea SP. 1 Violaceae Total 39 Vochysiaceae Qualea SP. 4 Vochysiaceae Total 4 Total geral 1006 Fitossociologia

Na Tabela 3 demonstra-se a relação das dez (10) primeiras famílias, ocorrentes por valor decrescente do índice de valor de importância, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos. Observa-se a distribuição das famílias, as mais importantes destacam-se pelos elevados índices apresentados, o que colabora com a dominância de grupos singulares dentro das populações em floresta tropical.

Tabela 3 - Espécies, Número de indivíduos (N); Nível de Inclusão (U); Área Basal (AB); Densidade Absoluta (DA); Densidade Relativa (DR); Frequência Absoluta (FA); Freqüência Relativa (FR); Dominância Absoluta (DoA); Dominância relativa (DoR); Índice de Valor de Cobertura (IVC) e Índice de Valor de Importância (IVI).

Espécie N U AB DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI

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A Tabela acima apresenta parâmetros fitossociológicos das 10 primeiras espécies consideradas mais importantes na área de estudo, a importância que cada espécie expressa na comunidade é fator preponderante para explicar os mecanismos ecológicos atuantes. As espécies encontram-se organizadas em ordem decrescente de valor de importância.

Estrutura Diamétrica

A estrutura diamétrica evidenciou que mais de 50% dos indivíduos amostrados encontram-se distribuídos na primeira classe de diâmetro (Figura 4). Essa constatação deve-se à dinâmica natural de mortalidade e recrutamento de novos indivíduos à comunidade em decorrência de quedas de árvores nesse ambiente florestal, o que reflete inclusive sobre a diversidade local de espécies (PHILLIPS et al., 1994). Outra explicação possivelmente pode estar ligada às espécies próprias de DAP menores, como as pioneiras colonizadoras das áreas de clareiras, relativamente freqüentes nessa comunidade vegetal.

Verifica-se que a distribuição segue o padrão em "J" invertido, típico de florestas tropicais jovens heterogêneas, com predominância de indivíduos menores na primeira classe de tamanho. Observa-se que aproximadamente 74% dos indivíduos ocupam as duas primeiras classes, que agrupa indivíduos entre 10 cm e 30 cm de diâmetro. 0 100 200 300 400 500 600 N º I n d iv íd u o s ( N ) 10 - 20 20 - 30 30 - 40 40 - 50 50 - 60 60 - 70 Classes de DAP

Figura 2 - Classes de diâmetro (DAP 10 cm) dos 1006 indivíduos amostrados na RDS do

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Na floresta Amazônica, a dominância é influenciada pela presença de espécies com poucos indivíduos e que apresentam um grande porte (SILVA et al., 1992). Para vários autores (JARDIM, 1995; OLIVEIRA; MORI, 1999; AMARAL et al., 2000; LIMA FILHO et al., 2001) a distribuição diamétrica obtida neste estudo (maior número de indivíduos na primeira classe de DAP) é típico de muitas florestas nativas da Amazônia. Porém, essa tendência de “J invertido” também tem sido observada em florestas secundárias ou em florestas no início da sucessão (RABELO et al., 2002; SANTANA, 2002).

Área Basal

A área basal total foi de 70,7m2 nos 2,3 hectares, o maior valor de área basal ocorreu na parcela 8 com 5,47 m2 e, na parcela 6 com 5,15 m2, seu menor valor com 1,41m2, perfazendo uma média de 3,07m2. A Figura 3 mostra o desempenho da floresta estudada em área basal por hectare.

0 1 2 3 4 5 6 V a lo r (A B ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Parcelas

Figura 3 – Desempenho da área basal por Parcela na RDS do Iratapuru.

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considerado comum para uma espécie emergente de grande porte, tem grande valor madeireiro é muito utilizada na construção civil.

Diversidade e riqueza

Foram inventariadas 1006 árvores pertencentes a 277 espécies, que resultaram num índice de diversidade (Shannon-Wiener) de 5.12.

O índice de dominância de Simpson (C) foi de 0,99 o que confirma uma alta diversidade. Este índice expressa a probabilidade de quaisquer dois indivíduos, tomados aleatoriamente na amostra, pertencerem à mesma espécie, sendo que o valor estimado de C varia de 0 (zero) a 1 (um), e valores próximos de um, a diversidade é considerada maior (BROWER; ZARR, 1984).

Por sua vez, o índice de Eqüabilidade pertence ao intervalo [0,1], onde 1 representa a máxima diversidade, ou seja, todas as espécies são igualmente abundantes, sendo a eqüabilidade mínima quando há uma espécie dominante. Neste estudo, verificou-se que espécies representadas por poucos indivíduos assumem elevada expressividade na comunidade estudada destacando-se angelim vermelho (D. excelsa), tauari (C. guianensis), massaranduba (M. huberi) e pitaica (S. polyphylla) o que de certa forma direciona a equabilidade para baixo, no entanto, para este trabalho o grau estimado de equitabilidade de 0,91 sugere alta uniformidade nas proporções indivíduos/espécies dentro da comunidade vegetal, constatação esperada, pois a equitabilidade é diretamente proporcional à diversidade e, antagônico à dominância (UHL; MURPHY, 1981). A alta heterogeneidade florística refletida a partir da alta equitabilidade indica claramente que não ocorre dominância de uma ou poucas espécies nas florestas nativas da Amazônia.

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Page 19 of 45 6 41 27 3,30 3,15 0,97 0,95 7 51 31 3,43 3,25 0,97 0,95 8 49 29 3,37 3,18 0,97 0,94 9 39 29 3,37 3,26 0,98 0,97 10 44 31 3,43 3,31 0,98 0,97 11 38 28 3,33 3,22 0,98 0,97 12 44 29 3,37 3,20 0,97 0,95 13 53 30 3,40 3,15 0,96 0,93 14 44 34 3,53 3,44 0,99 0,97 15 47 40 3,69 3,63 0,99 0,98 16 48 30 3,40 3,14 0,96 0,92 17 44 30 3,40 3,25 0,98 0,96 18 44 36 3,58 3,52 0,99 0,98 19 42 31 3,43 3,34 0,98 0,97 20 40 31 3,43 3,32 0,98 0,97 21 29 21 3,04 2,94 0,97 0,97 22 46 29 3,37 3,14 0,96 0,93 23 52 34 3,53 3,38 0,98 0,96 Geral 1006 274 5,61 5,12 0,99 0,91 DIAGNÓSTICO DA FLORA

A vegetação é considerada como um importante indicador das condições ambientais de uma região, pois protege o solo, reduz o transporte de sedimentos e o assoreamento dos recursos hídricos, além de servir de habitat para animais silvestres, contribuindo para a manutenção da diversidade biológica. Entretanto, nos últimos anos, a redução de áreas naturais tem influenciado na fragmentação da paisagem, em que a vegetação natural é interrompida por barreiras antrópicas capazes de diminuir significativamente o fluxo de animais, pólen ou sementes entre áreas próximas, comprometendo as funções ecológicas básicas dos ecossistemas.

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Amazônia, no entanto, claramente os resultados apontam para uma floresta jovem, em pleno estádio de crescimento, onde a maioria dos indivíduos assume categorias menores de tamanho, portanto temos uma floresta onde a estrutura horizontal e vertical encontram em processo de intenso dinamismo.

De modo geral, essa tipologia de floresta, ainda apresenta componentes de espécies madeiráveis, muitas consideradas nobres pela indústria madeireira, frutíferas silvestres, produtoras de resinas, óleos essenciais, látex e fibras. Algumas espécies importantes encontradas com muita freqüência nesse tipo de floresta são: maçaranduba, matamatá, cedro, acapu, breu, anani, virola, louros, entre outras.

Entre as principais espécies identificadas neste trabalho, verifica-se a direta relação entre o índice de valor de importância e a dominância que cada espécies exerce na comunidade, isto mostra o quanto é significativo o espaço que cada indivíduo ocupa, ou seja, o volume assume uma relação diretamente proporcional ao IVI. Em floresta tropical são comuns as espécies menos ocorrentes assumirem importância superior, também espécies de maior área basal tendem a ser mais raras na comunidade. Também aparecem muitas espécies que caracterizam o ambiente alterado, e denotam categorias ecológicas distintas, entre elas temos: embaubas, palmeiras, enviras, breus, entre outras.

- JACARÉS e TARTARUGAS

Contextualização:

No Brasil, a fauna de quelônios inclui o registro de 35 espécies (Pinto, 2002) e a de crocodilianos seis (Rodrigues, 2005). Das espécies de quelônios, cinco são marinhas, duas terrestres e 28 são de água doce (Molina, 2001; Souza, 2004). Embora a riqueza de espécies de quelônios e jacarés seja bem conhecida, apenas 16 quelônios (14 de água doce e 02 terrestres) e quatro jacarés são de ocorrência Amazônica, sendo que estudos sobre a fauna destes grupos estão restritos a taxonomia alfa (Rodrigues, 2005).

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espécies da subordem Pleurodira, 37,3% da família Chelidae e 62,5% da família Podocnemididae (Souza & Molina, 2005).

A fauna de jacarés e quelônios no Brasil, tem recebido sub-amostragem, ou amostragens inadequadas, sendo a maioria das vezes ignorados os efeitos negativos de empreendimentos, caça predatória ou comercialização de carnes e ovos, que afetam suas populações, áreas de vida e sítios de desova. Atualmente, existem mais de 300 espécies de tartarugas no mundo inteiro, muito delas perto ou dentro de ambientes aquáticos. Os exemplos mais conhecidos talvez sejam as tartarugas marinhas, apesar da maioria das espécies estarem associadas com tipos de vida terrestre ou de água doce.

Os quelônios e jacarés da Amazônia, assim como no Estado do Amapá, em particular as espécies do gênero Podocnemis (Quelônia), constituem uma das mais importantes fontes de proteínas para as populações ribeirinhas, sendo caçados, pescados e seus ovos colhidos há muitas gerações na Amazônia. E a carne é considerada uma iguaria da culinária local (Rebelo & Pezzuti, 2000).

A alta qualidade de sua carne e ovos têm sido há séculos, fundamentais para a manutenção e para a economia das populações que ocuparam a região (Verrísimo, 1895; Smith, 1979; Cantarelli, 1997). O uso de ovos e carne destes animais já é observado desde os relatos de Ferreira (1888), onde afirmou que as Tartarugas-da-Amazônia formavam a base alimentar das populações ribeirinhas no século XVIII.

Esse tipo de recurso, submetido à exploração sustentada, poderia ser extremamente rentável economicamente. Seu uso racional poderia conservar nossa diversidade biológica e fornecer alternativas para o desenvolvimento econômico e social de algumas regiões. Para o Amapá são registradas 12 espécies de quelônios. Sendo dois terrestres e 10 de água doce (Lima et al, 2007), dentre estes, as espécies Podocnemis expansa e Podocnemis unifilis são as mais exploradas comercialmente, consequentemente sofrendo a maior pressão de caça, sendo prioritários, estudos que evolvam estes grupos de animais.

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comercialização ilegal de sua pele nas décadas passadas. As demais espécies de jacarés (Caiman crocodilus, Paleosuchus palpebrosus e P. trigonathus), continuam a sofrer fortes pressões de caça no estado, uma vez que estas espécies possuem carnes mais apreciadas por moradores locais, além do hábito de consumo da carne e ovos destes animais, estar ligadas a fortes influências culturais, passadas de pais para filhos (Jucivaldo Lima, dados não publicados).

Assim, devido as fortes pressões existentes sobre estes grupos em especial sobre os quelônios, não somente a pressão de caça, mas como a destruição de habitats (Rebelo & Pezzuti, 2000), tanto de alimentação e crescimento dos indivíduos, assim como dos sítios de deposição de ovos. Estas espécies devem receber especial atenção em áreas onde existem populações ribeirinhas que exploram recursos naturais para seu sustento e sobrevivência como é o caso das populações de São Francisco do Iratapuru e Cupixi ambas localizadas nos limites da RDS do rio Iratapuru. Esses fatores justificam a importância do estudo da fauna de quelônio e jacarés nas áreas de entorno e dentro da RDS do Rio Iratapuru, auxiliando ações futuras para a preservação e conservação das espécies.

No Estado do Amapá existem poucos estudos onde os quelônios e jacarés aprecem em listas de espécies, sendo que muito pouco se conhece sobre distribuição espacial e temporal das espécies, assim como sua biologia reprodutiva e comportamental. Assim o estado aparece como uma grande lacuna amostral em relação ao conhecimento destes animais na Amazônia Brasileira. A deficiência de estudos científicos no Estado do Amapá deve-se principalmente ao difícil acesso a determinadas áreas, falta de incentivo financeiros e profissionais capacitados para a realização dos mesmos. As informações mais consistentes existentes para estes grupos no estado restringem-se a uma compilação de dados realizados por Lima et al (2007), uma publicação de Lima (2008) para o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, onde este apresenta os dados obtidos para a herpetofauna do Parque incluindo as espécies de quelônios e Jacarés, além da publicação de Hollowell e Reynolds (2005), sobre a herpetofauna do Escudo Guianense.

Os pesquisadores Juvivaldo Lima e Janaina Lima realizaram estudos de Jacarés e Quelônios (tartarugas) com os seguintes objetivos:

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- Determinar a distribuição espacial e possíveis áreas de reprodução das espécies de quelônios e jacarés na região;

- Subsidiar através dos dados obtidos no estudo medidas mitigatórias para os possíveis impactos causados pelo uso destas espécies na alimentação das populações locais;

- Propor medidas junto com a comunidade para o uso e preservação das espécies existentes na área, além de contribuir para o estado atual do conhecimento da herpetofauna da Amazônia e no Brasil.

Metodologia

O estudo foi realizado na RDS do Rio Iratapuru e áreas de entorno, para as amostragens e coletas de informações dividimos a área de amostragem em cinco áreas:

Área 1 – compreendida entre o trecho da Cidade do laranjal do Jari e a cachoeira de Sano Antônio (rio Jari). Esta área sofre efeito de maré, havendo elevação do nível do rio diariamente. Além disso, esta área sofre maiores impactos causados pela proximidade das cidades que as demais áreas, sendo suas margens habitadas, e utilizadas para criação de bovinos, bubalinos, porcos e aves. Somando se a isto, existem muitas derrubadas para plantio de monoculturas e pastos para gado.

Área 2 - Trecho compreendido entre a Vila do Iratapuru e a Cachoeira de Santo Antônio, não sofrendo influência de maré (Rio Jari). Como descrito para “AI” a vegetação também é semelhante, porém, existem porções mais baixas das margens que se mantêm alagadas por boa parte da estação seca, formando pequenas poças e lagoas temporárias, onde peixes geralmente ficam presos em seu interior, servindo de alimento para quelônios e jacarés.

Área 3 - Trecho compreendido entre a Vila do Iratapuru e o Igarapé Maçaranduba (Rio Iratapuru), este trecho de área amostral localiza-se uma arte fora da Unidade e outra dentro não sofrendo influência de maré. A vegetação das margens e bem preservada não existindo plantios no interior da reserva.

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moradores e roças ao longo das margens do Rio Cupixi, sendo esta porção do rio a que sofre maiores impactos humanos, sofre habitats e espécies vegetais e animais.

Área 5 – ponto amostrado no interior da RDS do Rio Iratapuru (Município de Pedra Banca do Amapari), trecho que apresenta vegetação marginal bem preservada. A vegetação local é típica de floresta densa de terra firme com árvores de médio e grande porte, sendo que as margens são periodicamente inundadas durante a estação chuvosa.

As amostragens ocorreram no período de 15 a 26 de novembro de 2009 para as amostragens e coleta de dados nas áreas 1, 2 e 3 ( Rios Jari e Iratapuru), totalizando dez dias amostrais). A amostragem as áreas 4 e 5 (Rio Cupixi) ocorreram no período de 30 de novembro a 13 de dezembro, onde a fauna de quelônios e jacarés foi amostrada nos mais diversos habitats possíveis, como: margens dos Rios Jari, Iratapuu e Cupixi (direita e esquerda), lagoas, poças temporárias e córregos no interior da mata (Figura 4).

Figura 4: Ambientes e habitats amostrados durante as campanhas realizadas no ano de 2009 na RDS do Rio Iratapuru e áreas de entrono, para as observações e coletas de dados sobre as espécies, de quelônios e jacarés, Amapá. Em destaques, acima: poça no interior da mata e abaixo: registro da espécie Podocnemis unifilis.

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Procura Ativa (PA) – Envolveu a procura destes animais (quelônios e jacarés) ao longo das margens dos rios nas áreas de estudo, durante dia e noite. Estas constam de caminhadas ao longo das trilhas, sendo três horas diurnas e três noturnas, incluído a procura direcionada em pequenos igarapés, córregos e poças no interior da mata. Ainda incluímos neste método os avistamentos realizados com auxílio de binóculos e voadeiras ao longo das margens do Rio Jari durante o dia e noite. O esforço empregado para a “PA” totalizou 200 horas de amostragens, ou seja, 40 horas de procura ativa por área, sendo 80 horas de caminhadas e buscas direcionadas (20 horas/área amostral) e 120 horas foram empregadas para o avistamento e procura de animais durante o dia e noite nas margens dos rios, sendo 30 horas em cada área.

Entrevistas – Este método consta na realização de entrevistas com moradores das comunidades existentes ao longo das áreas de estudo (Rio Jari, Iratapuru e Cupixi), para a avaliação do conhecimento dos comunitários sobre as espécies de quelônios e jacarés e seus potenciais usos. Para testar o conhecimento dos moradores apresentamos várias pranchas com desenhos das espécies que ocorrem na área misturada com outras com distribuição exótica, para que estes identifiquem e digam se estas ocorrem ou não na área. As pranchas contêm algumas espécies exóticas (que não ocorrem no país) apresentadas durante a entrevista. Estas servem para testar a confiabilidade dos relatos, sendo descartadas às entrevistas em que um entrevistado identifica 02 ou mais espécies exóticas, afirmando que estas ocorrem na área.

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Figura 5: Iscas depositadas nos pontos amostrais, servindo para atração de jacarés e quelônios. A) - Isca pendurada sobre uma lagoa e B) – isca presa por um pedaço de madeira na margem do rio (note a porção de peixe mordiscada por quelônio em destaque).

Alguns espécimes coletados foram mortos mediante injeção de anestésico (lidocaína). Posteriormente todos foram fixados em formalina 10% e conservados em álcool 70%, seguindo as técnicas de rotina. Todos os exemplares coletados serão tombados na Coleção Fauna do Amapá, pertencente ao Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (IEPA), a fim de constituir material testemunho da fauna de quelônios e jacarés da RDS do Rio Iratapuru, além de permitir futuros estudos taxonômicos.

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Page 27 of 45 Cs = 2j / (a + b),

Onde,

Cs = coeficiente de similaridade de Sorenson. j = número de espécies comuns à área A e B. a = número de espécies presentes na área A. b = número de espécies presentes na área B.

Este índice teoricamente varia entre 0 e 1, sendo 0 nenhuma similaridade e 1 máxima similaridade, no entanto a similaridade máxima pode ser menor que 1 pois isso depende do número de espécies e do número de indivíduos encontrados (KREBS, 1989).

Resultados

- Composição e Riqueza de Espécies

Durante o estudo realizado de 15 a 26 de novembro e de 30 a 13 de dezembro de 2009, foram realizadas coletas e observações durante o dia e noite, totalizando 200 horas amostrais, sendo 80h de procura ativa, 120h de procura e avistamento nas margens dos rios, além da utilização de 200 iscas atrativas e entrevistas com moradores. Ao longo destas campanhas registramos 94 indivíduos de 08 espécies e de quelônios e três de jacarés (Tabela 5) sendo que os quelônios contribuíram com o maior número de espécies para a composição da fauna destes grupos (Figura 6).

Tabela 5: Espécies de quelônios e jacarés registrados nas durante as campanhas realizadas em 2009 na RDS do Rio Iratapuru e áreas de entorno. AI (Área 1 – localizada entre a cidade de Laranjal do Jari e a cachoeira de Santo Antônio; AII (Área 2 – Localizada entre a cachoeira de Santo Antônio e a vila de São Francisco do Iratapuru; AIII (Área 3) – localizada no rio Iratapuru, da vila até o Igarapé Maçaranduba; AIV (Área 4 – localizada entre a vila do Cupixi e o limite da RDS Iratapuru no município de Pedra rança do Amapari) e AV (Área 5 – localizada dentro da RDS Iratapuru no limite nordeste da reserva).

Famílias/Espécies Famílias/EspéciesFamílias/Espécies

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AI AI AI

AIIIII AIIAIIAIIAIIIIII AIVAIVAIVAIV Nome vulgarNome vulgarNome vulgarNome vulgar QUELÔNIA

QUELÔNIAQUELÔNIA

QUELÔNIA

Família Chelidae Família ChelidaeFamília Chelidae

Família Chelidae Chelus fimbriatus X Matamatá Mesoclemmys sp X X X X X Jabuti cabeça-torta.

Platemys platycephal) X X X X Jabuti machado

Família Geoemydidae Família GeoemydidaeFamília Geoemydidae Família Geoemydidae

Rhinoclemmys punctularia X X X X

Aperema Família

FamíliaFamília

Família Kinosternidae Kinosternidae Kinosternidae Kinosternidae

Knosternon scorpioides X X X X X

Muçuã Família Podocnemididae

Família Podocnemididae Família Podocnemididae Família Podocnemididae

Podocnemis expansa X

Tartaruga-da-Amazônia

Podocnemis unifilis X X X Tracajá

Família Testudinidae Família Testudinidae Família Testudinidae Família Testudinidae Chelonoidis denticulate X X X X X Carumbé CROCODILIA CROCODILIACROCODILIA CROCODILIA Família Alliga Família AlligaFamília Alliga Família Alligatoridae toridae toridae toridae

Caiman crocodilus X X X Jacaré-tinga

Paleosuchus palpebrosus X X X X Jacaré coroa

Paleosuchus palpebrosus X x x X

Jacaré coroa Total de espécies

Total de espéciesTotal de espécies

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Figura 6: Contribuição relativa dos grupos na composição da fauna de quelônios e jacarés registrada durante as realizadas em 2009 na RDS Iratapuru e áreas de entorno. AI (Área 1 – localizada entre a cidade de Laranjal do Jari e a cachoeira de Santo Antônio; AII (Área 2 – Localizada entre a cachoeira de Santo Antônio e a vila de São Francisco do Iratapuru; AIII (Área 3 – localizada no rio Iratapuru, da vila até o Igarapé Maçaranduba; AIV (Área 4 – localizada entre a vila do Cupixi e o limite da RDS Iratapuru no município de Pedra rança do Amapari) e AV (Área 5 – localizada dentro da RDS Iratapuru no limite nordeste da reserva).

Dentre os quelônios a família Chelidae teve o maior número de espécies registradas, tendo as demais uma contribuição similar para a composição deste grupo de animais (Figura 7). Para os jacarés apenas uma família ocorre no Brasil, sendo que duas espécies foram registradas durante o estudo: duas do gênero Paleosuchus e uma do gênero Caiman (ver Tabela 5).

0 1 2 3 4 5 6 7 N úm er o de E sp éc ie s

AI AII AIII AIV AV

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Figura 7: Contribuição relativa das famílias na composição da fauna de quelônios na área de influência do empreendimento da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, Amapá e Pará.

Quando analisamos o número de espécies registradas na área de estudo, observamos que três espécies foram registradas em todas as cinco “Áreas amostrais”, apenas as espécies Podocnemis expansa e Chelus fimbriatus foram registrada exclusivamente na Área 1 e 5, respectivamente (Rio Jari e Cupixi, Tabela 6).

Tabela 6: Número de espécies comuns e exclusivas de quelônios e jacarés registrados para as áreas amostradas durante a segunda campanha na área de influência da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, Pará/Amapá.

AI; AII; AIII; AIV e

AV AI; AII; AIII e AIV AI; AIV e AV AI; AIII e AV

Comuns 3 3 1 1

AI AII AIII AIV AV

Exclusivas 1 0 0 0 1

Entre os Quelônios, as espécies P. unifilis (Podocnemididae) e Mesoclemmys sp (Chelidae) apresentaram maior abundância (21 e 10 ind., respectivamente) registradas e observadas durante o estudo. Registramos apenas dois indivíduos da espécie C. crododilus (jacaré tinga) durante o estudo. A espécie P. trigonatus (Jacaré coroa) teve a maior distribuição espacial e maior abundancia de indivíduos (n = 32 ind.) registrados para este grupo.

Durante o estudo identificamos poucas áreas de reprodução, sendo que todas as áreas localizam-se nas ilhas a frente da comunidade de Santo Antônio da Cachoeira (AII), sendo utilizada pelas espécies P. unifilis, P. expansa e R. punctularia. Para as demais espécies registradas durante o estudo não obtivemos informações sobre a sua biologia reprodutiva e áreas de deposição de ovos, exceto para a espécie Mesoclemmys sp (duas fêmeas adultas coletadas com ovos no seu interior, uma na AII e outra na AIII).

Todas as espécies foram registradas pelo método de “procura ativa”, sendo que o método de “entrevistas” foi o segundo mais eficiente no registro das espécies neste estudo, tendo os demais métodos registrados números menores de espécies de quelônios e jacarés (Tabela 7).

Tabela 7: Número de espécies de quelônios e jacarés registradas por método de coleta.

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Page 31 of 45 Ativa Entrevistas QUELÔNIA Família Chelidae Chelus fimbriatus X Mesoclemmys sp X X Platemys platycephala X X Família Geoemydidae Rhinoclemmys punctularia X X X Família Kinosternidae Kinosternon scorpioides X X X Família Podocnemididae Podocnemis unifilis X X Família Testudinidae Chelonoidis denticulata X X CROCODILIA Família Alligatoridae Caiman crocodilus X X Paleosuchus palpebrosus X X P. trigonathus X X

Total de espécies por método 09 08 04

Os dados obtidos durante as campanhas realizadas em 2009 (estação seca) para o registro da fauna de quelônios e jacarés, representam dados complementares para estas áreas, uma vez que a riqueza e diversidade destes grupos eram conhecidas porem este estudo foi o melhor e mais completo até o momento, uma vez que estudos anteriores não utilizaram metodologias especificas para a coleta de dados para estes grupos. Sendo os demais registros restritos a coletas ocasionais ou pontuais. Estes dados colocam esta região como tendo a maior riqueza de espécies de quelônios para os estado do Amapá, superando a registrada por Lima (2008) para o PARNA Montanhas do Tumucumaque (n= 5 espécies), porém para os jacarés, o PARNA Tumucumaque apresenta a maior riqueza de espécies no estado.

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A maior contribuição dos quelônios na composição da fauna dos répteis aquáticos está dentro do esperado, uma vez que o número de espécies e famílias de quelônios para a região amazônica ser bem superior ao de jacarés (05 e 01, respectivamente). Para o Os crocodilianos existem apenas três famílias no mundo e apenas uma família com ocorrência para o Brasil, com quatro espécies registradas para a Amazônia Brasileira e para os Estados do Amapá e Pará. A alta similaridade entre as áreas pode ser explicada pelo baixo número de espécies registrados no estudo, além da grande semelhança entre as áreas, o que facilita a ocorrência das espécies ao longo de toda a calha do Jari, Iratapuru e Cupixi.

A maior riqueza de espécies da família Chelidae, também está de acordo com o esperado para amostragens destes grupos, uma vez que esta família tem o maior número de espécies registradas para os quelônios no Brasil (Ver a pagina da SBH, 2009/ www.sbherpetologia.ogr.br).

Recomendamos estudos envolvendo mais amostragens na área, como forma de melhorarmos nossa compreensão sobre as espécies registradas, assim como, forma de minimizar os possíveis efeitos atuais existentes sobre as espécies destes grupos.

A maior abundância da espécie Podocnemis unifilis pode ser explicada pelo número relativamente alto de ovos que esta espécie põe, porém esta espécie sofre forte influencia de caça predatória, uma vez que na região as populações ribeirinhas têm tanto o hábito de caçar e vender (comercializar) estas espécies com freqüência e o consumo de carnes e ovos são bem comuns (dados obtidos através de entrevistas locais), servindo como principal fonte de proteínas e renda vem da pesca, caça principalmente de mamíferos e da agricultura familiar.

O registro e coleta de duas fêmeas do gênero Mesoclemmys com ovos no seu interior, pode indicar que estas áreas (AII e AIII) sejam utilizadas como áreas de desova, assim como, um período reprodutivo que ocorre possivelmente nos meses anteriores, devido ao estágio de maturação que os embriões se encontravam. Dados como estes obtidos no estudo são de grande importância para o estado de conhecimento destas espécies, pois não existem dados de literatura sobre a reprodução destes animais.

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informações sobre a sua biologia reprodutiva (Campos, 2003). O fato de algumas espécies serem comuns entre as áreas amostrais indica que estas possuem maior plasticidade e estão mais bem adaptadas e distribuídas em relação às espécies exclusivas. Porém, a espécie Podocnemis expansa e Chelus fimbriatus terem sido registradas apenas na “AI e AV, respectivamente pode estar relacionado:

A primeira espécie utilizar esta área como sitio de desova, além da cachoeira de Santo Antônio servir como barreira de para esta espécie, além de não haver muitos ambientes propícios para a deposição de ovos destas espécies a montante da cachoeira. Para a segunda espécie a AV apresenta ambientes favoráveis para a sobrevivência destas espécies que utilizam as margens onde ocorrem um tipo de vegetação chamada popularmente de aningueira onde esta espécies vive e caça.

Avaliação de Potenciais Ameaças

As maiorias das espécies registradas nas áreas de estudo, possuem distribuições mais amplas nos Estados do Amapá, estando a salvo de extinções locais. Uma das preocupações mais imediatas serão as espécies que usam estas áreas como sítios de reprodução. Sendo necessário projetos de conscientização das populações locais, para a preservação de habitats, áreas de alimentação e desova. A grande pressão de caça já pode ser observada em quase todas as áreas e algumas espécies sofrem bem mais, por exemplo, a espécie Caiman crocodilus foi observado em poucas áreas, porém o mais preocupante foi o número de indivíduos registrados (apenas três), sua carne e muito apreciada.

Do ponto de vista conservacionista, a caça de espécies tem um menor efeito sobre as populações, porém quando exercida por longa data pode reduzir drasticamente a abundancia de uma espécie, assim como exercer uma seleção negativa nas populações, onde os indivíduos são cada vez menores e reproduzem cada vez em uma faixa etária.

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Estes dados da composição e riqueza da herpetofauna nos pontos amostrados devem auxiliar nas ações preservação e manutenção das espécies de jacarés e quelônios, assim como, futuros estudos de monitoramento das espécies nestes ambientes e habitats e quais as populações estarão mais ameaçadas. Porém não devemos esquecer que antes de preservar devemos conhecer o que preservamos e quais as espécies que estão criticamente mais ameaçadas, o que nos remete a necessidade de investirmos em mais estudos na área de estudo, principalmente estudos sazonais.

4.0 QUALIDADE DA ÁGUA

O objetivo principal referente ao sub componente Água Doce foi realizar estudos nos principais cursos de água doce no interior e entorno da RDS do Rio Iratapuru, visando produzir linha de base para o Projeto Piloto GSI RDS do Rio Iratapuru. E os objetivos específicos foram:

1. Geo-referenciar os pontos amostrados;

2. Coletar amostras de água para análises físico-químicas (metais pesados); 3. Analisar de amostras de água para pH, condutividade elétrica, transparência,

temperatura e oxigênio dissolvido.

4. Medir descarga líquida em vários pontos do rio Jari e na foz do rio Iratapuru utilizando o ADCP.

Para cumprir com os objetivos propostos, a equipe principal de pesquisa foram: Luís Roberto Takiyama e Wagner José Pinheiro Costa, ambos do IEPA.

Foram realizados 3 campanhas entre os meses de novembro/2009 e março/2010. Todos os pontos de coleta foram devidamente geo-referenciados (Tabela 8) através de um aparelho de posicionamento global (GPS) marca Garmin modelo E-Trex Vista Cx. Todos os pontos foram transferidos para um computador PC utilizando-se o software DNR Garmin e armazenados em arquivo com extensão .shp.

Tabela 8: Pontos e os dias amostrados para coleta e análise de água 1ª campanha

Ponto Descrição Coordenadas

(UTM WGS 84 -22N)

(35)

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x y

Ponto A1

Rio Jari, 1.7 km a montante do porto da comunidade de São Francisco do Iratapuru

324362 9936955 20/11/2009 Ponto

A2

Rio Jari, 1.3 km a jusante do porto da comunidade de São Francisco do Iratapuru

325649 9936582 20/11/2009 Ponto

A3

Foz do rio Iratapuru 324469 9936974 20/11/2009

Ponto A4

Rio Jari, foz do igarapé Militão 330080 9914072 23/11/2009 Ponto

A5

Rio Jari, foz do igarapé Tira Couro 333014 9916819 23/11/2009 Ponto

A6

Rio Jari, em frente à captação de água da comunidade Padaria

333411 9921655 23/11/2009 Ponto

A7

Rio Jari, em frente à captação de água da comunidade Santo Antonio da Cachoeira

332176 9927809 23/11/2009 2ª campanha

Ponto Descrição Coordenadas

(UTM WGS 84 -22N) Data x y Ponto A8

Rio Jari, 10 km a montante da Curva do S 311911 9950540 21/01/2010 Ponto

A9

Rio Jari, 20 km a montante da Curva do S 312481 9962872 21/01/2010 Ponto

A10

Rio Jari, 30 km a montante da Curva do S 308387 9966772 21/01/2010 Ponto

A11

Rio Jari, 40 km a montante da Curva do S 303455 9974225 21/01/2010 Ponto

A12

Rio Jari, 50 km a montante da Curva do S 297230 9978568 21/01/2010 3ª campanha

Ponto Descrição Coordenadas

(UTM - WGS 84 -22N)

Data

x y

Ponto A14

Rio Iratapuru, 10 km a montante da foz. 0326562 9944562 12/03/2010 Ponto

A15

Rio Iratapuru, 20 km a montante da foz. 0329897 9951779 12/03/2010 Ponto

A16

Rio Iratapuru, 30 km a montante da foz. 330489 9956108 13/03/2010 Ponto

A17

Rio Iratapuru, 40 km a montante da foz. 0331148 9962727 13/03/2010 Ponto

A18

Rio Iratapuru, em frente à Vila de São Francisco do Iratapuru

324323 9937571 14/03/2010

As seguintes análises foram realizadas nos locais de coleta: pH; Condutividade elétrica; Concentração de oxigênio dissolvido; Transparência e temperatura da água.

(36)

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Para medição da vazão da água foram realizadas no total três seções do rio Jari e uma seção no rio Iratapuru foram consideradas na medição da descarga líquida. Para o levantamento dos dados, foram necessários os seguintes materiais e equipamentos: uma lancha tipo voadeira com motor de popa, um computador notebook, um GPS GARMIN modelo E-Trex Vista Cx, um ADCP da RD Instruments 600 kHz modelo Rio Grandecom suporte para fixação na voadeira. Em todas as seções, foram tiradas as coordenadas das margens para posterior colocação em uma imagem georreferenciada. Na preparação do ADCP para as medições, foi realizado inicialmente o BBTALK, para verificação do funcionamento das células. O ADCP foi acertado para trabalhar em horário local e com configurações específicas para cada seção levantada de acordo com as recomendações do fabricante.

As medições, tratamento e análise dos dados, obedeceram a metodologia descrita pela Agência Nacional de Águas (ANA, 2001). Cuja metodologia consiste em :

1. realizar, em uma seção do rio, uma série de no mínimo quatro medições de vazão usando um equipamento tipo ADCP;

2. calcular a média e desvio padrão dos valores da vazão total obtida.

Na 3ª campanha além das análises de temperatura, O.D., condutividade elétrica, pH, transparência, cloreto e nitrato e metais pesados (As, Cr, Ni, Zn, Hg, Cu, Pb, e Cd), foram realizadas análises de nutrientes (NH3, NO2-, PO43-) e plâncton. Para análises de nutrientes foram utilizados respectivamente os métodos colorimétricos de amônia salicilato – cianureto, de reação de diazotização e do ácido ascórbico (APHA, 1996). As análises foram realizadas em campo com o colorímetro Hach modelo DR 890. As amostragens foram feitas em águas superficiais, em profundidade de cerca de 20 a 30 cm utilizando-se garrafas plásticas de polietileno de boca estreita de 500 mL de capacidade.

Nessa 3ª campanha também foram realizadas análises microbiológicas, sólidos suspensos e plâncton.

As análises microbiológicas foram realizadas utilizando o kit Tecnobac da Alfakit, que identifica qualitativamente e quantitativamente a presença de coliformes fecais, e totais.

(37)

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°C por 1 h, e pesadas posteriormente), e secas nova mente a 103,5°C por 1 h e pesadas.

Amostras de água foram coletadas para posterior análises em laboratório para metais pesados (As, Cr, Ni, Zn, Hg, Cu, Pb, e Cd), As amostragens também foram feitas em águas superficiais, em profundidade de cerca de 20 a 30 cm utilizando-se garrafas plásticas de polietileno de boca estreita de 500 mL de capacidade. As amostras foram preservadas com ácido nítrico com alto grau de pureza a 2% o mais breve possível após a coleta.

Foram realizadas coletas para análise de fitoplâncton. Para amostras quantitativas foram coletadas amostras para fitoplâncton total (sem o auxílio de rede) sendo as amostras acondicionadas em frascos de polietileno de 80 mL, fixadas com lugol acético e guardadas no escuro até o momento da identificação e contagem dos organismos. Concomitantemente, foram realizadas coletas com rede de plâncton, de 15µm de abertura de malha, com a finalidade de concentrar o material fitoplanctônico, visando facilitar o estudo taxonômico (qualitativo). Essas amostras foram fixadas com solução de Transeau (Bicudo e Bicudo, 2004).

Todos os métodos foram aplicados como descritos no Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 1996) e o equipamento foi utilizado seguindo-se fielmente as instruções e recomendações do fabricante.

Resultados

- 1ª Campanha:

Tabela 9. Resultados das análises dos parâmetros de qualidade da água superficial.

Ponto Descrição data hora Temp.

amostra

pH C.E. O.D. Transp.

o

C microS/cm mg/L m Ponto

A1

Rio Jari, 1.7 km a montante do porto da comunidade de São Francisco do Iratapuru

20/11/2009 12:03 31,2 7,1 26,8 5,7 1,75 Ponto

A2

Rio Jari, 1.3 km a jusante do porto da comunidade de São Francisco do Iratapuru

20/11/2009 12:26 31,5 7,7 27,0 5,3 1,60 Ponto

A3

Foz do rio Iratapuru 20/11/2009 12:43 30,1 7,6 30,2 5,4 ** Ponto

A4

Rio Jari, foz do igarapé Militão 23/11/2009 10:06 25,6 5,8 12,4 * 0,45 Ponto

A5

Rio Jari, foz do igarapé Tira Couro 23/11/2009 11:01 27,2 7,2 11,0 * ** Ponto

A6

Rio Jari, em frente à captação de água da comunidade Padaria

(38)

Page 38 of 45 * Equipamento apresentou defeito

** Local muito raso para medição da transparência O.D. = oxigênio dissolvido

C.E. = condutividade elétrica

Os resultados preliminares mostram que os parâmetros se encontram dentro dos limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2005. Cabe ainda tecer alguns comentários: em relação ao oxigênio dissolvido nas águas do rio Jari espera-se valores mais elevados a jusante da cachoeira, dada a oxigenação ocasionada pela queda da água. A transparência das águas do rio Jari e Iratapuru são elevadas e é possível observar a influência dos igarapés Militão e Tira Couro que possuem águas mais túrbidas e com condutividade elétrica menores que o rio principal. Em termos da captação de água pelas comunidades, as características encontradas são bastante favoráveis (economicamente e em termos de processos de engenharia) ao tratamento simplificado para a potabilidade; entretanto, serão necessárias recomendações principalmente para o armazenamento adequado da água tratada.

As descrições da localização dos pontos das margens das seções onde foram realizadas as medições de vazão estão dispostas na Tabela 10.

Tabela 10. Localização dos pontos de referência onde foram realizadas as medições de vazão.

Ponto Descrição Coordenadas

(UTM - WGS 84 -22N) Data x y Ponto V1

Rio Jari, 1.7 km a montante do porto da comunidade de São Francisco do Iratapuru

324362 9936955 20/11/2009 Ponto

V2

Rio Jari, 1.3 km a jusante do porto da comunidade de São Francisco do Iratapuru

325649 9936582 20/11/2009 Ponto

V3

Foz do rio Iratapuru 324469 9936974 20/11/2009

Ponto V4

Rio Jari, Aproximadamente 2 km à jusante da comunidade de Cachoeira de Santo Antonio

331043 9926227 23/11/2009

Os resultados das medições são mostrados na Tabela 11. Tabela 11. Ponto Descrição Q média D.P. Data m3/s Ponto V1

Rio Jari, 1.7 km a montante do porto da comunidade de São Francisco do Iratapuru

127,44 22,38 20/11/2009 Ponto

V2

Rio Jari, 1.3 km a jusante do porto da comunidade de São Francisco do Iratapuru

138,17 18,45 20/11/2009

Ponto Foz do rio Iratapuru 10,73* - 20/11/2009

Ponto A7

Rio Jari, em frente à captação de água da comunidade Santo Antonio da Cachoeira

(39)

Page 39 of 45 V3

Ponto V4

Rio Jari, Aproximadamente 2 km à jusante da comunidade de Cachoeira de Santo Antonio

123,14 17,57 23/11/2009 * Local muito raso (menor que 1 metro). Vazão estimada pela diferença entre as vazões médias dos Pontos V2 e V1.

Q = vazão

D.P. = desvio padrão das medidas

Os resultados tornam-se interessantes, pois na ocasião das medições o período sazonal se apresentava como o de menor descarga líquida nos rios Jari e Iratapuru. A partir destes resultados e com a continuidade do monitoramento poder-se-á obter a estimativa da disponibilidade hídrica da região estudada e a verificação das mudanças na qualidade da água de acordo com as variações da descarga líquida.

- 2ª Campanha

Os resultados das análises são mostrados na Tabela 12.

Tabela 12. Resultados das análises dos parâmetros de qualidade da água superficial nos locais amostrados.

Ponto Descrição data hora Temp. amostra

Clima pH C.E. Cloreto Nitrato Transp.

o

C microS/cm g/L mg/L m Ponto A8 Rio Jari, 10

km a montante da Curva do S

21/01/2010 11:20 29,6 Nublado 5,85 41 23,4 0,815 1,00

Ponto A9 Rio Jari, 20 km a montante da Curva do S 21/01/2010 12:52 29,5 Nublado 5,94 41 19,3 0,485 1,00 Ponto A10 Rio Jari, 30 km a montante da Curva do S 21/01/2010 13:33 29,2 Chuvoso 5,93 39 17,9 0,441 0,90 Ponto A11 Rio Jari, 40 km a montante da Curva do S 21/01/2010 14:28 29.9 Chuvoso 6,33 43 19,7 0,312 0,90 Ponto A12 Rio Jari, 50 km a montante da Curva do S 21/01/2010 15:24 29,8 Chuvoso 6,44 41 17,5 0,510 1,00

Referências

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