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MÍDIA E SOCIEDADE: AS REPRESENTAÇÕES DOS USUÁRIOS DE ENTORPECENTES DA CRACOLÂNDIA NO G1

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Academic year: 2021

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Encontro de Comunicação e Mídia - Ecom - Dias 13, 14, 16 e 17 de novembro 2017 Faculdade Cesrei – Campina Grande-PB

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MÍDIA E SOCIEDADE: AS REPRESENTAÇÕES DOS USUÁRIOS DE

ENTORPECENTES DA CRACOLÂNDIA NO G1

Jefferson Valentim1 Ligia Coeli Silva Rodrigues²

Resumo: O presente trabalho aborda uma análise do portal de notícias G1 em relação às representações e narrativas que instituiu e içou a construção da imagem do indivíduo social morador da cracolândia como um ser que escolheu usar o crak, um mal para sociedade. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica e observação simples, que no portal, possibilitou estudar e observar de maneira espontânea os fatos que ocorrem e desenvolver uma análise crítica das representações e narrativas, também foi utilizado à pesquisa por entrevista para compreender identificar a recepção que as pessoas têm dessas representações. Em suma por meio dos critérios de análise sobre a plataforma, o dependente químico é tratado como um indivíduo sem voz, e que sua representação e pautada em um mal para sociedade. Assim sendo necessário sempre utilizar de força policial para intervir no ambiente com maior segurança.

Palavras-chave: Mídia, Sociedade, Representações.

Introdução:

Na sociedade pós-moderna, caracterizada particularmente pela maior “presença dos meios de comunicação nas relações sociais cotidianas” (GERALDO; NOGUEIRA et al, 2010, p.4), as conexões de leitura que se estabelecem entre homem e notícia jornalística, permite com que pessoas se aproximem de uma ação social por meio de narrativas que fornecem a perspectiva de espaço e tempo do outro.

Isso porque os discursos formulados que são veiculados na mídia, narram acontecimentos reais por meio da ótica de um indivíduo. Uma ótica que enquadra acontecimentos de acordo com o veículo comunicacional e com a entidade midiática

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Autor, Estudante de Graduação, 2º Semestre do Curso de Comunicação Social com enfase Educomunicação da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. E-mail: jeffersonvalentim2014@gmail.com

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que transmitirá a informação na perspectiva de verossimilhança. Dessa forma equiparando a entidade midiática como um maquinário de construção e filtração da realidade informacional, este trabalho aborda uma análise em relação ao canal de notícias online da Globo (G1), acerca das representações e narrativas utilizadas para a construção da imagem do indivíduo social morador da cracolândia como um ser que escolheu usar o crak, um ser portador de patologia e um mal para sociedade.

Metodologia:

A metodologia de pesquisa utilizada pauta-se na revisão bibliográfica que foi, “desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos” (GIL, 2008, p. 67) e dos dados que foram colhidos por meio da pesquisa por observação simples, que no portal, possibilitou “estudar, observar de maneira espontânea os fatos que ocorrem” (GIL, 2008, p. 101) e desenvolver uma análise crítica das representações e narrativas, também foi utilizado à pesquisa por entrevista que de acordo com Gil (2011) utilizasse para obtenção de informações acerca do que as pessoas sabem, crêem sobre um fato que, nesse caso foi as expressões utilizadas as narrativas e representações.

Resultados e Discussão:

No Brasil, o G1, que é um portal de notícias do Globo em formato online, disponibiliza conteúdo jornalístico em hipertexto digital como informação multimodal, pois possibilita “diversas modalidades sensoriais a exemplo da visão, a audição, o tato, as sensações proprioceptivas” (LÉVY, 2010, p.67), na construção de notícia.

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Nesse sentido a notícia constrói um produto sui generis, particular com características próprias que é dado como um fragmento do real, sempre que tentam dar conta da existência cotidiana para narrar uma ação social por meio da mídia. Desse modo ela pode se posicionar, aprofundar e criar discursos ideológicos de forma implícita, com representações e narrativas sobre o real para os receptores que podem ter segundo Hall (2005) uma recepção negociada, dominante ou negativa sobre as informações que estão sendo transmitidas.

Nesse contexto este trabalho aborda uma análise observacional em relação ao canal de notícias online G1. Essa observação sistemática das reportagens ocorreu no período de 7 de julho de 2017 a 11 de julho 2017. Para a construção desse trabalho também contamos com contou também com entrevistas (feitas através da internet), com moradores da região da cracolândia, compreender melhor como eles visualizam a situação.

Dados Observacionais

Buscando realizar a análise observacional sobre a perspectiva de identificar as representações que o dependente químico de crack tem na plataforma do G1, foram selecionados os critérios e categorias de análise que envolve, termos pejorativo, narrativas que demonstram um indivíduo violento em um ambiente violento, narrativas que remetem ao descontrole do indivíduo para o uso da força de alguma instituição, instância de poder, uso da voz de instituições de poder para representar o que o indivíduo precisa, uso da voz do indivíduo para sua representação.

Nesse sentido foi identificado que das sete publicações analisadas, seis utilizavam o temor usuário de crack para se referenciar ao dependente químico como pode ser visto nas imagens 1.1 e 1.2.

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Fonte: G1 <https://glo.bo/2gLssHG>

Assim é relevante descrever que o termo “usuário”, designa aquele que usa a droga, o que se serve de algo ou desfrutar de suas utilidades, não o que depende, o que por substâncias que agem diretamente nos neurônios causando o vício os torna dependentes.

Imagem1. 2.

Fonte: G1 <https://glo.bo/2j0QzUp>

Na segunda categoria de análise, composta pelas narrativas que demonstram um indivíduo violento em um ambiente violento, foi encontrado um total de quatro das sete publicações analisadas. É relevante descrever que um ambiente não é só composto de tijolos e concreto e sim de uma relação de pessoas com objetos estáticos na composição do social. Nesse contexto podemos como representação de um ambiente violento com pessoas violentas a narrativa contida na imagem 2.1 e 2.2 registrada no período de observação da plataforma.

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Fonte: G1. <https://glo.bo/2sEDjUh>

Imagem 2.2

Fonte: G1. <https://glo.bo/2zhtToM>

Na terceira categoria de análise, em que são observadas as narrativas que remetem ao descontrole do indivíduo para o uso da força de alguma instituição ou instância de poder, foi identificado nas sete publicações a ocorrência em todas dessa representação, assim, como se pode ver na imagem 3.1 e 3.2 o dependente químico da cracolândia neste período de análise só é levado ao controle e pacificação por meio de forças policiais.

Imagem 3.1.

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Imagem 3. 2.

Fonte: G1. < https://glo.bo/2zhtToM>.

Na quarta categoria de análise em que é observado o uso da voz de instituições de poder para representar o indivíduo em sua voz sobre seu ambiente e si, foi encontrado em todas as publicações narrativas que remetem a esse fenômeno em que é negada a voz do dependente químico de como foi uma situação na visão do mesmo e o que ele precisa como mostra a imagem 4.1.

Imagem 4. 1.

Fonte: G1. < https://glo.bo/2AeAazE >.

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Fonte: elaborada pelo autor Dados Colhidos por Entrevista

Realizada por meio da internet aos moradores de São Paulo, a entrevista nessa pesquisa foi feita no intuito de identificar se as representações e narrativas realizadas nas notícias do portal do Globo, o G1, tinha uma recepção dominante, negativa ou negociada sobre o receptor. Assim foram elaboradas perguntas discursivas sobre o que eles sentiam, e como percebiam as representações das sete notícias que abordam os dependentes químico moradores da cracolândia no período de 3, 14 e 20 de junho e 3, 7 e 77 de julho

Por meio da entrevista foi identificado que dos 20 entrevistados 92% tiveram uma recepção dominante das representações que o portal de notícias da globo, o G1, faz dos dependentes químicos e 2% tiveram uma recepção de oposição às representações feitas, dessa forma conforme pode ser visto no gráfico 1 as representações feitas pela plataforma tem uma grande aceitação nos indivíduos.

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Fonte: Elaborado pelo autor.

Conclusões

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REFERÊNCIAS

BRETON, Philipe; PROULIX, Serge. Sociologia da comunicação. São Paulo; Loyola,2002

CHARAUDEAU,Patrick. Discurso das mídias. São Paulo; Contexto, 2016.

GERALDO, Sebastião; NOGUEIRA, Silas; CAMPOS, Renato Martins; Vicente, Joana Mortari, Cultura, mídia e imaginário popular. In. InRevista, ano 4,

n°7,p.1-10,2010. disponivel em

<http://www9.unaerp.br/comunicacao/images/inrevista/07.pdf>

G1. Profissional de ONG a serviço da Prefeitura é detida durante abordagem a usuários na Cracolândia < http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/profissional-de-

ong-a-servico-da-prefeitura-e-detida-durante-abordagem-a-usuarios-na-cracolandia.ghtml> . Acesso em: 7 Junho. 2017 .

G1. GCM altera ação na Cracolândia e diz que mudança foi provocada por aumento de usuários no local. < http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/gcm-altera- acao-na-cracolandia-e-diz-que-mudanca-foi-provocada-por-aumento-de-usuarios-no-local.ghtml>. Acesso em: 3 julho . 2017

G1. Duas décadas de crack e cinco anos na Cracolândia: funcionário público tenta retomar vida e profissão

<

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/duas-decadas-de-crack-e-cinco-anos-na-cracolandia-funcionario-publico-tenta-retomar-vida-e-profissao.ghtml>. Acesso em: 3

julho . 2017

G1. Famílias buscam na Cracolândia parentes que se perderam nas drogas

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G1 Vídeo mostra ação policial contra usuários de droga em tenda de programa municipal na Cracolândia<http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/video-mostra-

acao-policial-contra-usuarios-de-droga-em-tenda-de-programa-municipal-na-cracolandia.ghtml>.Acesso em: 20 junho . 2017

G1. Mãe de usuária de crack internada em projeto da Prefeitura reclama de atendimento: 'Horrorizada'< http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/mae-de-usuaria-

de-crack-internada-em-projeto-da-prefeitura-reclama-de-atendimento-horrorizada.ghtml>. Acesso em: 20 junho . 2017

G1. Doria inclui ação na Cracolândia no Plano de Metas:

< http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/doria-inclui-acao-na-cracolandia-no-plano-de-metas.ghtml>. Acesso em: 20 junho. 2017.

G1. Ação de limpeza na Cracolândia tem reforço policial e desloca usuários pelo Centro de SP: <

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/acao-de-limpeza-na-cracolandia-tem-reforco-policial-e-desloca-usuarios-pelo-centro-de-sp.ghtml> .

Acesso em: 20 junho. 2017.

G1.Cracolândia tem novo tumulto envolvendo guardas e dependentes químicos: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/cracolandia-tem-novo-tumulto-envolvendo-guardas-e-dependentes-quimicos.ghtml> . Acesso em: 20 junho. 2017.

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2008.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pósmodernidade. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. 10. Ed. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2005.

Referências

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